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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO SÓCIO ECONÔMICO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO
Sandra Mara Marrega Rezende
Vera Lucia de Souza Moreira
COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS DAS MULHERES EMPRESÁRIAS DO
COMÉRCIO VAREJISTA DE CRUZEIRO DO OESTE
Cruzeiro do Oeste
2012
Sandra Mara Marrega Rezende
Vera Lucia de Souza Moreira
COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS DAS MULHERES EMPRESÁRIAS DO
COMÉRCIO VAREJISTA DE CRUZEIRO DO OESTE
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina
CAD 9136-0914072 - Estágio Supervisionado (TCC) como
requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em
Administração modalidade EaD pela Universidade Federal de
Santa Catarina.
Área de concentração: Empreendedorismo
Orientador: Prof. Irineu de Souza, Dr.
Cruzeiro do Oeste
2012
Sandra Mara Marrega Rezende
Vera Lucia de Souza Moreira
COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS DAS MULHERES EMPRESÁRIAS DO
COMÉRCIO VAREJISTA DE CRUZEIRO DO OESTE
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado e aprovado na sua forma
final pela Coordenadoria de Estágios do Departamento de Ciências da Administração da
Universidade Federal de Santa Catarina.
Cruzeiro do Oeste, 16 de junho de 2012 .
_______________________________
Prof. Gerson Rizzatti Junior, Dr.
Coordenador de Estágios
Professores Avaliadores:
________________________________
Profº. Irineu Manoel de Souza, Dr.
Orientador
Universidade Federal de Santa Catarina
___________________________________
Profº Marcus Venicius Andrade Lima , Dr.
Avaliador
Universidade Federal de Santa Catarina
________________________________
Profº Maurício Carreira Cosentino, Ms.
Avaliador
Universidade Federal de Santa Catarina
Dedicamos este trabalho aos nossos esposos e filhos que
compreenderam nossa ausência, nos incentivaram e apoiaram
em todos os momentos.
AGRADECIMENTOS
Acima de tudo agradecemos a Deus, fonte de todo amor e fortaleza, pelas bênçãos
derramadas em nossas vidas, pela força e coragem durante esta longa jornada.
À Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por oportunizar e apoiar nossa
busca por crescimento profissional, através do projeto UAB – Universidade Aberta do Brasil.
Agradecemos também à Coordenadora do Pólo Presencial de Cruzeiro do Oeste,
Maria Florinda Risseto, por não ter medido esforços para o sucesso da Educação à Distância
em nosso Município.
A todos os nossos professores e tutores, que mesmo à distância dividiram conosco
seus conhecimentos e contribuíram para nosso aprimoramento pessoal, acadêmico e
profissional.
A nossa tutora presencial Nádia Benta de Oliveira Demozzi, pelas palavras de
incentivo e paciência durante todos esses anos até a conclusão deste trabalho.
Um agradecimento especial às empreendedoras entrevistas, pelo tempo, pela
paciência, pela boa vontade em responder as perguntas solicitadas.
Aos colegas de curso, pela amizade, coleguismo e os bons momentos compartilhados,
especialmente ao Andres, a Gisella e ao Fábio que conosco compartilharam seus
conhecimentos e dúvidas possibilitando o crescimento mútuo.
Aos nossos familiares pela compreensão, ajuda e apoio em todos os momentos.
A todos que, embora não nomeados, contribuíram de alguma forma para a realização
deste trabalho.
“Empreendedorismo não é uma ciência, nem arte. É uma prática”.
(Peter Drucker).
RESUMO
O crescente número de empresas iniciadas por mulheres empreendedoras tornou-se um tema
relevante no estudo do empreendedorismo. Estas empresas tem alcançado um tempo de
sobrevivência superior a media de duração de outros novos empreendimentos. Este trabalho
tem por objetivo analisar as competências empreendedoras das mulheres empresárias do
comercio varejista de Cruzeiro do Oeste. Pretende conhecer suas principais características;
perfil pessoal e profissional; identificar as dificuldades por elas enfrentadas; caracterizar o
empreendedorismo feminino no comércio varejista de Cruzeiro do Oeste e apresentar os
fatores que impulsionaram estas mulheres a abrirem seus próprios negócios. Como
metodologia utilizou-se a pesquisa aplicada, de caráter exploratório e descritivo, utilizando-se
de uma amostra censitária. Foram pesquisadas proprietárias de negócios nesta cidade. Para a
realização desta pesquisa, observou-se os aspectos quantitativos e qualitativos. A partir deste
estudo constatou-se que a maioria dessas mulheres pode ser considerada empreendedora de
fato, porém algumas precisam melhorar alguns pontos para sagrar-se profissionais de sucesso.
Palavras-chave: Empreendedorismo Feminino, Competências Empreendedoras, Comércio
Varejista de Cruzeiro do Oeste.
ABSTRACT
The growing number of businesses started by women entrepreneurs has become a major issue
in the study of entrepreneurship. These companies have achieved a survival time than the
average duration of other new businesses. This work intends to analyze the entrepreneurial
skills of women's enterprise commerce retailer Cruzeiro do Oeste. Intends to meet its main
characteristics, personal and professional profile. Identify the difficulties faced by them.
Characterize women's entrepreneurship in retail trade of Cruzeiro do Oeste and present the
factors that drove these women to open their own businesses. The methodology used to
applied research, exploratory and descriptive, business owners were interviewed in this town.
The research used census sample. For this research, we observed the quantitative and
qualitative. From this study it was found that most of these women can be considered
entrepreneurial in fact, but some of them need to improve some points for consecrate to
professional success.
Keywords: Female Entrepreneurship, Entrepreneurial Skills, Retail commerce in Cruzeiro do
Oeste.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Evolução da Taxa de Empreendedores Iniciais – TEA – Brasil ........................ 22
Figura 2 – Empreendedores Iniciais segundo tipo de Atividade – Brasil – 2010 ............... 23
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01 – Faixa Etária ..................................................................................................... 38
Gráfico 02 – Estado Civil ..................................................................................................... 39
Gráfico 03 – Filhos .............................................................................................................. 39
Gráfico 04 – Idade dos Filhos .............................................................................................. 40
Gráfico 05 – Nível de Escolaridade ...................................................................................... 40
Gráfico 06 – Importância da Formação ................................................................................ 41
Gráfico 07 – Continuação dos Estudos ................................................................................ 41
Gráfico 08 – Participação no Orçamento Familiar ............................................................... 42
Gráfico 09 – Ramo de Atividade .......................................................................................... 43
Gráfico 10 – Experiência Profissional .................................................................................. 43
Gráfico 11 – Tempo de Dedicação ....................................................................................... 44
Gráfico 12 – Número de Funcionários ................................................................................. 44
Gráfico 13 – Planejamento do Negócio ................................................................................ 45
Gráfico 14 – Dificuldade na Abertura do Negócio .............................................................. 45
Gráfico 15 – Ajuda Financeira ............................................................................................. 46
Gráfico 16 – Financiamento Bancário ................................................................................. 46
Gráfico 17 – Tempo de Atividade da Empresa .................................................................... 47
Gráfico 18 – Forma Societária ............................................................................................. 47
Gráfico 19 – Intenção de Ampliação do Negócio ................................................................ 48
Gráfico 20 – Motivações para Empreender .......................................................................... 48
Gráfico 21 – Empreendedor na Família ............................................................................... 49
Gráfico 22 – Envolvimento com a Organização .................................................................. 49
Gráfico 23 – Dificuldades na Vida Familiar ........................................................................ 50
Gráfico 24 – Tempo com a Família ...................................................................................... 51
Gráfico 25 – Funcionária na Casa ........................................................................................ 51
Gráfico 26 – Delegação das Tarefas Domésticas ................................................................. 52
Gráfico 27 – Flexibilidade de Horários ................................................................................ 52
Gráfico 28 – Problema Trabalho & Família ......................................................................... 53
Gráfico 29 – Problemas de Saúde ........................................................................................ 53
Gráfico 30 – Estresse ............................................................................................................ 54
Gráfico 31 – Lazer ................................................................................................................ 54
Gráfico 32 – Momentos Livres ............................................................................................. 55
Gráfico 33 – Preconceito ou Dificuldade ............................................................................. 55
Gráfico 34 – Perfil Empreendedor ....................................................................................... 57
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 - Histórico do Empreendedorismo .................................................................... 21
Quadro 02 - Características do Empreendedor de Acordo com Filion .............................. 24
Quadro 03 - Resumo das Características do Empreendedor ............................................... 25
Quadro 04 - Oportunidade x Necessidade ........................................................................... 27
Quadro 05 - Tendências do comportamento gerencial de mulheres empreendedoras ........ 32
Quadro 06 - Comparação entre empreendedores e empreendedoras .................................. 33
Quadro 07 - Dificuldades encontradas na gestão da empresa ............................................. 50
Quadro 08 - Aspectos positivos e negativos de ser empreendedora ................................... 56
Quadro 09 - Grau de Satisfação, Orgulho e Flexibilidade .................................................. 56
Quadro 10 - Perfil Empreendedor ....................................................................................... 59
Quadro 11 - Perfil Empreendedor – Expressividade das respostas individuais .................. 61
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 - Formação & Importância da Formação ........................................................... 42
Tabela 02 - Perfil Empreendedor ........................................................................................ 58
LISTA DE ABREVIATURAS
GEM - Global Entrepreneurship Monitor
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio ás Micro e Pequenas Empresas
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
TEA – Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial
ACICO – Associação Comercial de Cruzeiro do Oeste
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 15
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA......... 15
1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................. 16
1.2.1 Objetivo Geral .......................................................................................................... 16
1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................................... 16
1.3 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 16
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................. 17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 19
2.1 EMPREENDEDORISMO ........................................................................................... 19
2.2 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL ...................................................................... 21
2.3 CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR .......................................................... 23
2.4 TIPOS DE EMPREENDEDORISMO .......................................................................... 26
2.5 IMPORTÂNCIA E DIFICULDADES NA ARTE DE EMPREENDER ..................... 28
2.6 EMPREENDEDORISMO FEMININO ........................................................................ 28
2.6.1 Características Gerenciais Femininas .................................................................... 31
3 METODOLOGIA .......................................................................................................... 34
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ....................................................................... 34
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ....................................................................................... 35
3.3 PROCESSO DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS .............................................. 36
3.3.1 Questionário ............................................................................................................. 36
4 ANÁLISE E RESULTADO DOS DADOS .................................................................. 38
4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESÁRIAS ............................................................. 38
4.1.1 Caracterização pessoal ............................................................................................. 38
4.1.2 Caracterização profissional ..................................................................................... 43
4.1.3 Caracterização pessoal e familiar ........................................................................... 50
4.1.4 Perfil empreendedor ................................................................................................ 57
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 63
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 66
ANEXO - QUESTIONÁRIO PERFIL EMPREENDEDOR ...................................... 70
APÊNDICE - QUESTIONÁRIO COM AS EMPREENDEDORAS .......................... 71
15
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como tema central o empreendedorismo, mais especificamente o
empreendedorismo feminino, tão presente nas organizações do mundo contemporâneo.
Para a realização da pesquisa, buscou-se analisar as competências da mulher
empreendedora, bem como seu perfil, principais características e dificuldades enfrentadas por
elas.
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA
O empreendedorismo é um tema com relevância significativa não só para o Brasil,
mas para o mundo. Um mercado cada vez mais exigente propicia aos empreendedores exercer
suas competências para atender essa demanda. Dolabela (2009, apud BOSQUETI, 2011)
destaca como principais características do perfil do empreendedor a iniciativa, a
autoconfiança, a autonomia, o otimismo e a necessidade de realização.
Diversos são os conceitos de empreendedorismo na literatura, mas que não fazem
distinção entre masculino e feminino, as mesmas características empreendedoras atribuídas
aos homens podem também serem atribuídas às mulheres.
Mulheres que tem adquirido, nos últimos tempos, posições de destaque na economia e
nos negócios e, atualmente, são responsáveis por uma parte significativa dos
empreendimentos, não só no Brasil, mas no mundo.
A pesquisa internacional GEM – Global Entrepreneurship Monitor (2008) mostrou
que elas já representam 46% do total de 14,6 milhões de empreendedores.
De acordo com o SEBRAE (2005), setores como a indústria de alimentos, o comércio
de confecções e a prestação de serviços educacionais são segmentos com maior participação
de mulheres empreendedoras, ou seja, são nestes setores que o empreendedorismo feminino
pode ser observado com maior ênfase.
No Município de Cruzeiro do Oeste observa-se uma grande concentração de mulheres
empreendedoras no setor do comércio varejista da cidade.
Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo identificar as competências
empreendedoras destas mulheres. Assim, ao final deste trabalho, estaremos aptos a responder
a seguinte pergunta:
Quais são as competências empreendedoras das mulheres empresárias do
comércio varejista de Cruzeiro do Oeste?
16
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral:
Analisar as competências empreendedoras das mulheres empresárias do comércio
varejista de Cruzeiro do Oeste.
1.2.2 Objetivos Específicos:
a) Conhecer as principais características empreendedoras nas mulheres empresárias do
comércio varejista de Cruzeiro do Oeste.
b) Identificar o perfil pessoal e profissional destas gestoras.
c) Constatar as dificuldades por elas enfrentadas.
d) Caracterizar o empreendedorismo feminino no comércio varejista de Cruzeiro do
Oeste.
e) Apresentar quais são os fatores que impulsionam essas mulheres a abrirem seus
próprios negócios.
1.3 JUSTIFICATIVA
A mulher empreendedora tornou-se tema de destaque no estudo do empreendedorismo
em razão do crescente número de empresas iniciadas por elas, colocando o Brasil como o
quarto país com o maior número de empreendedoras do mundo (GEM, 2008). Segundo
Andreoli e Borges (2007) existem cada vez mais mulheres assumindo altos cargos nas
empresas e também, tem crescido o número de mulheres que abrem seu próprio negócio.
Outro ponto relevante é que as empresas criadas por mulheres tem alcançado uma
sobrevivência maior do que a média de vida dos novos empreendimentos. Segundo Machado
e Gimenez (1999) estas experiências bem sucedidas de negócios estão intrinsecamente ligadas
à forma de liderar das mulheres.
17
Neste contexto percebe-se a mulher competindo em condições, se ainda não de
igualdade, muito próximas disso, com o sexo masculino. Fato que tem ocasionado mudanças
nas famílias, empresas e sociedade em geral. Entender como e porque isso acontece reforça a
necessidade e a importância do estudo.
Esta pesquisa torna-se importante na medida em que se espera contribuir para a
produção de conhecimento sobre empreendedorismo feminino, para melhor compreensão da
atuação das mulheres empresárias de Cruzeiro do Oeste.
Percebe-se, também, que hoje existe um número significativo de estudos sobre o tema.
No entanto, estudos sobre a mulher empreendedora no município de Cruzeiro do Oeste não
foram especificamente realizados, por esse motivo, existe um vasto campo a ser explorado.
É possível determinar a viabilidade da pesquisa, pois não houve dificuldades para
realizá-la no prazo estipulado, visto a considerável disponibilidade de informações.
Espera-se que a realização desta pesquisa tenha colaborado para aumentar o
entendimento sobre o tema estudado, uma vez que os resultados poderão servir para o
desenvolvimento de novas pesquisas.
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO
A presente pesquisa está estruturada em:
1. Introdução: apresenta, em linhas gerais, um breve resumo sobre o trabalho, seus
objetivos gerais e específicos e por que a pesquisa se justifica.
2. Fundamentação Teórica: destaca os principais conceitos teóricos necessários ao
desenvolvimento deste trabalho, empreendedorismo, características empreendedoras,
empreendedorismo no Brasil, empreendedorismo feminino.
3. Metodologia da pesquisa: será tratado neste item como se deu a coleta de dados,
qual o tipo e de que forma foi realizada a pesquisa.
4. Apresentação dos resultados: demonstração dos resultados obtidos a partir dos
dados obtidos na pesquisa.
18
5. Considerações Finais: apresenta as considerações finais feitas acerca do estudo
realizado, bem como uma análise dos objetivos propostos que foram alcançados no decorrer
do trabalho e também as conclusões acerca da pesquisa realizada.
19
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo será apresentada a fundamentação teórica que orienta o
desenvolvimento deste trabalho. Serão abordados conceitos teóricos sobre:
empreendedorismo, características empreendedoras, empreendedorismo no Brasil,
empreendedorismo feminino.
2.1 EMPREENDEDORISMO
Diversos são os conceitos de empreendedorismo disponíveis na literatura, tema este
que todos parecem conhecer. No entanto, defini-lo não é tarefa fácil, devido à subjetividade
que o envolve (SILVEIRA et al, 2007).
A palavra Empreendedorismo é derivada da palavra francesa entrepreneur, que
significa aquele que assume riscos e começa algo novo (DORNELAS, 2003).
Segundo o Dicionário Moderno de Língua Portuguesa, Porto (2011)
empreendedorismo é um processo dinâmico realizado pelo indivíduo que, por iniciativa ou
vontade própria, procura identificar, analisar, planejar e implementar produtos ou serviços
comercializáveis de base tecnológica, considerados como oportunidades de negócio.
Os primeiros conceitos de empreendedorismo tiveram embasamento nas teorias do
desenvolvimento econômico, que o definiam como decorrente de mudanças
promovidas de forma ativa por agentes que participavam da estrutura, deixando de
ser interpretado como um evento econômico e passando a ocorrer na esfera social.
Dessa forma, podia-se entender que aqueles indivíduos que utilizavam os recursos
disponíveis de maneira diferenciada eram os agentes de transformação que rompiam
com a estabilidade existente e obrigavam os demais agentes a se reorganizarem e
adaptarem-se às mudanças. Esse agente transformador, que promovia inovações, era
chamado por Schumpeter (1934) de empreendedor (STROBINO, 2011, p. 12).
Ainda, o economista austríaco Schumpeter (apud DOLABELA, 2008, p. 23) “associa
o empreendedor ao desenvolvimento econômico, a inovação e ao aproveitamento de
oportunidades em negócios”.
Gartner (apud MACHADO, 2010) resume o empreendedorismo na criação de novas
organizações e apresenta outras dimensões além do papel do indivíduo no processo de
empreender. Mostra uma nova empresa que agrupa quatro dimensões inter-relacionadas: o
indivíduo, análise de aspectos psicológicos ligados à necessidade de realizações; o processo,
ou seja, ações realizadas para criar e manter uma empresa; o ambiente, que considera aspectos
do mercado, como a disponibilidade de capital, presença de empreendedores experientes,
20
acesso a fornecedores, acesso a clientes, influências governamentais, características da
população local, barreiras de entrada, rivalidade entre os competidores existentes, pressão dos
produtos substitutos, barganha dos compradores e barganha dos fornecedores; e a organização
com suas variáveis de escolhas estratégicas.
De acordo com Filion (1999, apud GOUVÊA, 2009, p.28), “o empreendedor é uma
pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões”. Segundo Bueno, Leite e Pilatti (2004),
“estudar o empreendedorismo é estudar o comportamento do ser humano diante de desafios.”
Dessa forma os autores afirmam que o estudo do empreendedorismo, diz respeito a como o
ser humano comporta-se ao deparar-se com situações desafiadoras. “Empreendedorismo é o
envolvimento de pessoas e processos que em conjunto, levam à transformação de ideias em
oportunidade.” (DORNELAS, 2008, p. 22).
Para o modelo GEM - Global Entrepreneurship Monitor (2010, apud GRECO, 2010,
p.215), empreendedorismo é:
Qualquer tentativa de criação de um novo negócio ou novo empreendimento, como,
por exemplo: uma atividade autônoma, uma nova empresa ou a expansão de um
empreendimento existente. Em qualquer das situações a iniciativa pode ser de um
individuo, grupos de indivíduos ou por empresas já estabelecidas.
Para Brito e Weber (apud MOLIN, 2009) a prática do empreendedorismo está cada
vez mais presente e ganhando espaço na economia atual. Isso se manifesta no crescimento
econômico, nas novas tecnologias, novas formas de inovação, no aumento dos postos de
trabalho, refletindo no desenvolvimento da sociedade e consequentemente na qualidade de
vida da população.
De acordo com Costa (2010) o empreendedorismo vem sendo valorizado por
governos, entidades de classe e organizações como sendo a principal base do crescimento
econômico e da geração de emprego e renda na atualidade.
Para Dornelas (2008) ele é considerado um veículo ideal para inovar, aumentar a
produtividade e melhorar modelos de negócios. O autor afirma que estamos vivendo a era do
empreendedorismo uma vez que são os empreendedores que estão “eliminando barreiras
comerciais, e culturais, encurtando distâncias, globalizando e renovando os conceitos
econômicos, criando novas relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e
gerando riqueza para a sociedade”. O empreendedorismo é, sem dúvida, fator que impulsiona
o desenvolvimento de uma Nação.
21
Quadro 01: Histórico do Empreendedorismo
Época Entendimento As pessoas
Idade
Média
Utilizado para definir aquele que gerenciava
grandes projetos de produção
O indivíduo não assumia grandes
riscos, apenas gerenciava projetos,
utilizando recursos disponíveis do
governo do país.
Século
XVII
Primeiros indícios de relação entre assumir
riscos e empreendedorismo. Os acordos
contratuais estabeleciam preços prefixados e
qualquer lucro ou prejuízo era exclusivo do
empreendedor
Algumas diferenciações: do
empreendedor – aquele que
assumia riscos – do capitalista –
aquele que fornecia o capital.
Século
XVIII
Início da industrialização, a definição do papel
dos investidores no processo de manufatura.
O capitalista e o empreendedor
foram finalmente diferenciados. A
pessoa que criava e conduzia
empreendimentos.
Séculos
XIX e
XX
Análise sob o ponto de vista econômico, a
organização da empresa a serviço do
capitalista.
Os empreendedores são
confundidos com os gerentes e
administradores.
Fonte: Damasceno (2010), adaptado de Dornelas (2001); Bom Ângelo (2003)
2.2 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
De acordo com o último relatório do Global Entrepreneurship Monitor – GEM (2010,
apud GRECO, 2010), o Brasil é o décimo país mais empreendedor do mundo.
No Brasil, a Taxa de Empreendedorismo em Estágio Inicial, TEA, de 2010 foi de
17,5%, a maior desde que a pesquisa GEM é realizada no país, evidenciando a tendência de
crescimento da atividade empreendedora, conforme pode ser observado na figura abaixo,
considerando a população adulta brasileira de 120 milhões de pessoas. Isto representa que
21,1 milhões de brasileiros estavam à frente de atividades empreendedoras no ano. Em
números absolutos, apenas a China possui mais empreendedores que o Brasil, a TEA chinesa
de 14,4% representa 131,7 milhões de adultos à frente de atividades empreendedoras no país.
Conforme pesquisa, o perfil dos empreendedores brasileiros é de 50,7% homens e
49,3% mulheres. Constatou-se que 56,9% dos empreendedores têm entre 18 a 24 anos de
idade, demonstrando a presença dos jovens no desenvolvimento econômico do país (GRECO,
2010).
22
O Brasil ficou na 10ª posição em porcentagem da população adulta com alguma
atividade empreendedora. A TEA média brasileira de 2002 a 2010 é de 13,38% (GEM, 2010
apud GRECO, 2010).
Figura1 – Evolução da taxa de empreendedores iniciais (TEA) - Brasil - 2002: 2010
Fonte: Pesquisa GEM Brasil 2002:2010 (GRECO, 2010)
Portanto, o que se observa no Brasil em 2010 é que o crescimento da TEA é resultado
do maior número de empreendedores de negócios novos. Essa categoria de empreendedores
vem apresentando um constante crescimento desde 2005, que se acentua em 2010 (GEM,
2010 apud GRECO, 2010).
O Governo Federal Brasileiro implementou vários programas específicos voltados
para o público empreendedor, como é o caso do programa Brasil Empreendedor que vigorou
de 1999 a 2002 e foi dirigido “à capacitação de mais de seis milhões de empreendedores em
todo o país, destinando recursos financeiros (...) totalizando um investimento de R$ 8 bilhões”
(DORNELAS, 2008, p.11). O SEBRAE também implementa ações voltadas à capacitação do
empreendedor brasileiro, como os programas EMPRETEC e Jovem Empreendedor.
No entanto ainda faltam políticas públicas voltadas à consolidação do
empreendedorismo no país, sendo este uma excelente alternativa à falta de emprego
(DORNELAS, 2008).
23
Figura 2 – Empreendedores iniciais segundo tipo de atividade – Brasil – 2010
Fonte: Pesquisa GEM Brasil 2002:2010 (GRECO, 2010)
Os resultados das pesquisas realizadas pelo GEM apresentam o empreendedorismo
brasileiro como o mais elevado entre os países participantes. Independente de aspectos mais
profundos a serem considerados com relação ao nível de sofisticação dos empreendimentos
ou os motivos que impulsionam a criação de novos negócios, o fato é que o brasileiro
empreende (ANJOS, 2011).
2.3 CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR
Dolabela (2008, p. 23) afirma que: “O empreendedor é alguém que sonha e busca
transformar seu sonho em realidade”.
Taulbert e Schoeniger (apud BOSQUETI, 2011) salientam que o empreendedor testa
constantemente novas ideias, desafia pressupostos, encontra novas soluções, vivem em um
mundo de oportunidades ilimitadas, com inúmeras possibilidades, pois está sempre aberto a
novas ideias e experiências.
Para Drucker (apud DAMASCENO, 2010), criar algo novo, mudar valores, ser
diferente é o retrato do empreendedor. Ter espírito empreendedor é uma característica, não é
24
um traço de personalidade, mas um comportamento, baseado no conceito e na teoria, não na
intuição. Empreender é realizar algo que tenha valor para a sociedade (BOSQUETI, 2011).
Dolabela (2008) pondera que o empreendedor é um agente de mudanças, acredita-se
hoje que ele seja o motor da economia.
O empreendedor apresenta qualidades como: iniciativa, autoconfiança, aceitação do
risco calculado. Não teme o fracasso e a rejeição, é decidido e responsável, age com energia,
entusiasmo e motivação. É otimista, tem espírito de liderança e principalmente é persistente
(BOSQUETI, 2011).
As características empreendedoras apontadas por Hornaday (1982 apud GOUVÊA,
2009, p.31) “são: a inovação; liderança; riscos moderados; independência; criatividade;
energia; tenacidade e a originalidade”.
Filion (1999) define o perfil do empreendedor, segundo pesquisas realizadas por ele
em todo o mundo como sendo um ser social, produto do meio em que vive (época e lugar).
Quadro 02: Características do Empreendedor de Acordo com Filion
Inovadores Originais
Líderes Otimistas
Tomadores Moderados de Riscos Orientados por Resultados
Independentes Flexíveis
Criadores Engenhosos
Enérgicos Uso de Recursos
Sensibilidade com os Outros Tenacidade
Necessidade de Realização Agressivos
Autoconhecimento Tendência para Confiar nas Pessoas
Autoconfiança Dinheiro com Medida de Desempenho
Aprendizagem Envolvimento de Longo Prazo
Tolerantes a Ambiguidade e Incertezas Iniciativa
Fonte: Damasceno (2010) adaptado de Filion (1993).
25
Para Freire (2005 apud ANDREOLI E BORGES 2007), os empreendedores são
pessoas diferenciadas, dotados de uma motivação singular, apaixonadas pelo que fazem, são
ambiciosos, buscam o reconhecimento e a admiração, querem servir de exemplo, deixar um
legado. Enfim não se contentam em ser mais um na multidão.
Dornelas (2008) afirma que o empreendedor é acima de tudo uma reflexão de suas
características pessoais, que valoriza bem mais o ser que o saber, ainda que do empreendedor
se espere uma sede de conhecimento, buscando informações para se manter informado a todo
o momento.
Através do estudo de diversos autores podemos resumir as características do
empreendedor conforme quadro 3.
Quadro 03: Resumo das Características do Empreendedor
Timmons(1994) e
Hornaday (1982)
Bernardi (2003) Hisrich e Peters
(2002)
Britto e Wever
(2003)
Ter um “modelo”, uma
pessoa que influencie;
Senso de
oportunidade;
Independência,
oportunidade de criar e
dinheiro, são seus
principais motivadores;
Criatividade e
inovação: identificar
oportunidades onde
ninguém mais as vê;
Ter iniciativa,
autonomia,
autoconfiança, otimismo,
necessidade de
realização;
Agressividade e
energia para
realizar;
Tem envolvimento
direto com a atividade;
Direcionar esforços
em um único
objetivo;
Gosta de assumir riscos
moderados, é inovador e
criativo;
Dominância Não ter preocupações
com símbolos de status;
Força de vontade e fé,
paixão para alcançar o
sucesso;
Aprende com os
resultados negativos,
com os próprios erros;
Autoconfiança; Assumir riscos
moderados;
Correr risco: quebrar
regras;
Ter grande energia,
trabalhar
incansavelmente,
dedicar-se intensamente
ao trabalho;
Habilidade de
relacionamento;
Sabe lidar com erros e
falhas;
Foco na geração do
valor; fazer as coisas
da maneira mais
rápida e barata;
Saber fixar metas e
alcançá-las, lutando
contra padrões impostos;
Habilidade de
equilibrar
“sonho” e
realização;
Segue o sonho com
decisão;
Não ter preocupação
com símbolos de
status.
Ter perseverança e
tenacidade;
Independência; Serve a si e aos clientes;
26
Detecta oportunidades de
negócio no ambiente
onde vive;
Flexibilidade e
resistência a
frustrações;
Transações e acordos
como relacionamento
básico com os outros.
É líder: Cria um sistema
próprio de relações com
empregados;
Persistência;
Utiliza as informações
para seu aprimoramento;
Liderança
carismática;
Ser comprometido; Propensão ao
risco;
Orientado para
resultados;
Criatividade;
Tece “rede de relações” Dinamismo;
Traduz seus
pensamentos em ações;
Otimismo.
Ter forte intuição.
Fonte: Molin (2009), adaptado de Timmons e Hornaday (apud DOLABELA, 2006), Britto e Wever (2003),
Hisrich e Peters (2002) e Bernardi (2003).
2.4 TIPOS DE EMPREENDEDORISMO
Segundo Dornelas (2008) a partir de estudos realizados pela GEM – Global
Entrepreneurship Monitor originou-se duas definições para o empreendedorismo. A primeira
delas é o empreendedorismo por oportunidade, na qual o empreendedor é um visionário, que
sabe aonde quer chegar, planeja a empresa que vai criar, busca o crescimento, a geração de
lucros, empregos e riqueza, ou seja, o desenvolvimento econômico. A segunda é o
empreendedorismo por necessidade, na qual o futuro empreendedor é levado a empreender,
principalmente pela falta de opção, estando às vezes desempregado e sem alternativa de
trabalho, nestes casos nem sempre o empreendimento é planejado adequadamente, o que leva
muitos ao fracasso, aumentando as estatísticas de criação e mortalidade de negócios.
Os empreendedores de oportunidade iniciam ou investem em um negócio para
aproveitar uma oportunidade percebida no mercado. Enquanto os empreendedores por
necessidade sabem aproveitar uma opção de trabalho disponível (DEGEN, 1989 apud
MOLIN, 2009).
Para a pesquisa GEM (2010, apud GRECO, 2010) a motivação para iniciar uma
atividade empreendedora é um dos temas mais fundamentais porque significa a natureza do
empreendimento nos países analisados.
27
De acordo com a mesma pesquisa os empreendedores por necessidade são pessoas que
empreendem como única opção, ou seja, pela falta de melhores alternativas profissionais.
Porém mesmo o empreendedorismo por necessidade pode gerar oportunidades de negócios e
se transformar em empreendimentos por oportunidade.
Empreender por oportunidade é mais benéfico para a economia do país. Os
empreendedores que iniciam o seu negócio ao vislumbrarem uma oportunidade no mercado
melhoram a sua condição de vida e tem maiores chances de sobrevivência e de sucesso (GEM
2010, apud GRECO, 2010).
A pesquisa GEM (2010, apud GRECO, 2010) mostra o que buscam esses
empreendedores:
a) 78,2% dos empreendedores por oportunidade vislumbram uma oportunidade de
aprimorar a vida com o negócio;
b) 43% buscam maior independência e liberdade na vida profissional;
c) 35,2% procuram aumento da renda pessoal;
d) 18,5% empreendem para obter a manutenção de sua renda pessoal;
e) 3,3% citaram outros motivos.
No Brasil, desde o ano de 2003 os empreendedores por oportunidade são maioria. Em
2010, para cada empreendedor por necessidade havia outros 2,1 que empreenderam por
oportunidade (GEM, 2010 apud GRECO, 2010)
De acordo com Damasceno (2010) isso comprova que o mercado brasileiro está
permitindo a implementação de novos empreendimentos e o empreendedor brasileiro está
identificando oportunidades e investindo em novos segmentos.
Quadro 04: Oportunidade x Necessidade
OPORTUNIDADE NECESSIDADE
Usam de habilidade para enxergar o
negócio atraente.
Enxergam como a forma de sair da qualificação
de empregado
Têm uma hora certa, oportuna.
Utilizam como forma de sustento
São ideias que agregam valor a um
produto ou serviço.
Não procuram pesquisar um pouco mais se o
negócio já existe
É sempre analisado onde poucos
enxergam
Não procuram se capacitar antes de arriscarem
Fonte: Damasceno (2010)
28
2.5 IMPORTÂNCIA E DIFICULDADES NA ARTE DE EMPREENDER
Empreender não é tarefa fácil, pelo contrário acomodar-se é bem menos arriscado.
(BOSQUETTI, 2011)
As estatísticas não são animadoras, segundo o SEBRAE 80% das micro e pequenas
empresas desaparecem antes de completar um ano de existência. Pequenas empresas como
padarias, salões de cabeleireiros, lojas, bares, confecções, serviços de informática,
manutenção de equipamentos, dentre outras.
Geralmente esses empreendimentos são iniciados sem planejamento e sem o devido
comprometimento, não tendo em vista uma perspectiva de futuro. O empreendedor é
espontâneo, muitas vezes deixando com que o entusiasmo supere a racionalidade.
(DORNELAS, 2008).
Silveira (2008) destaca que entre os elementos de maiores dificuldades para o
empreendedorismo estão a falta de financiamento e a burocracia.
Embora o empreendedorismo seja muitas vezes extenuante ele traz algumas
compensações como: retorno financeiro, satisfação em se tomar decisões próprias e satisfação
pessoal em poder ver os frutos colhidos depois de muito trabalho e dedicação (MENEGUIM,
2006).
Segundo Longeneckeret et al (1997, apud MENEGUIM, 2006) apesar das
compensações do empreendimento serem atrativas, também há desvantagens e custos
associados a ele. Iniciar um negócio próprio exige muito trabalho, longas horas dedicadas e
muito vigor emocional. Ser empreendedor é instigante, mas exige-se muito.
“A tensão de dirigir um negócio é frequentemente citada como uma razão para a cisão
de famílias empreendedoras” (LONGENECKER et al, 1997, p.9, apud MENEGUIN, 2006,
p.11). A mesma autora diz que a incerteza do sucesso é uma ameaça constante aos
empreendedores, contudo todos tem que conviver com este medo.
2.6 EMPREENDEDORISMO FEMININO
Atualmente a mulher empreendedora tem desempenhado um papel socioeconômico
importante. Ao abrirem o próprio negócio buscam flexibilizar o horário de trabalho, e dessa
forma, tem a expectativa de melhor conciliar trabalho e família, apesar de na maioria das
vezes acabarem por trabalhar mais. (MACHADO et al, 2003)
29
Melo (apud GONÇALVES, 2006) salienta que as últimas décadas do século XX
foram marcadas pelo crescimento da participação das mulheres no mercado trabalho mundial,
inclusive no Brasil. Junto a este aumento ocorreram também outras transformações da
sociedade, porém ainda não levaram as mulheres igualarem-se aos homens dentro do mercado
de trabalho.
A pesquisa internacional GEM – Global Entrepreneurship Monitor (2010, apud
GRECO, 2010) mostrou que no Brasil, entre os empreendedores iniciais, 50,7% são homens e
49,3% mulheres, mantendo o equilíbrio entre gêneros no empreendedorismo nacional. Entre
os 21,1 milhões de empreendedores brasileiros, 10,7 milhões pertencem ao sexo masculino e
10,4 milhões ao feminino.
Andreoli e Borges (2007) afirmam que existem cada vez mais mulheres assumindo
altos cargos nas empresas, e ainda também tem crescido o número de mulheres que abrem seu
próprio negócio.
Segundo Bruschini e Lombardi (2002, apud MENEGUIN, 2006) os fatores
determinantes do crescimento da população economicamente ativa feminina, estão nas
transformações dos padrões culturais da sociedade e na mudança do papel da mulher na
sociedade.
Para Machado e Gimenez (1999) a mulher empreendedora gerencia seu negócio do
mesmo modo que administra sua própria casa, sem hierarquia, com cooperação e poder
compartilhado. Dessa forma, o nível de sobrevivência de empresas dirigidas por mulheres é
superior à média geral brasileira. De forma que estas experiências bem sucedidas estão
intrinsecamente ligadas à forma de liderar das mulheres.
De acordo com o mito em torno dessa figura sempre popular, a empresaria
empreendedora é uma alma independente, uma pessoa criativa que gosta de arriscar,
e que, por sua própria forca de vontade, faz de uma ideia um empreendimento
lucrativo. No entanto, a criatividade, a imaginação e uma queda pela ação, compõem
a penas um lado de sua personalidade; ela pode ser autocrítica, severa e
controladora, também. A típica empresaria sempre acha que seu caminho e a única
maneira de realizar algo (WILKENS, 1989; p. 20).
Dados coletados em pesquisa realizada em diversos países no ano 1996, por Robert D.
Hisrich, sobre empreendedorismo feminino, atestam que as mulheres geralmente percebem o
empreendedorismo mais positivamente que os homens (DOLABELA, 2008).
A combinação de características masculinas, como iniciativa, coragem, determinação,
com características femininas, como sensibilidade, intuição, cooperação, definem um estilo
próprio de gerências por parte das empreendedoras. Alia-se a isto à intensa dedicação ao
30
trabalho por parte das dessas mulheres, o que favorece a sobrevivência de empresas por elas
geridas. (MACHADO; GIMENEZ, 1999).
Para Chieko (apud ANDREOLI E BORGES, 2007) a maior participação das mulheres
nas empresas vai além de um aspecto lucrativo do ponto econômico, pois há na gestão
feminina uma tendência de maior preocupação com questões éticas, transparência,
governança corporativa, questões sociais e ecológicas.
Cramer (apud GONÇALVES, 2006) corrobora com esta visão afirmando que as
mulheres empreendedoras preocupam-se menos com os objetivos financeiros, sendo que para
elas os objetivos culturais e sociais são mais importantes. Outro ponto a ser levantado e a
preocupação das empreendedoras com todos os indivíduos envolvidos em suas atividades
produtivas, e ainda, que no processo de gestão feminino os objetivos são claros e difundidos
entre todos na organização, a fim de que seja alcançada satisfação de todos que participam
dos seus negócios, seja de maneira direta ou indireta.
O autor aponta também características como flexibilidade, inovação, integração e
orientação para ação, que segundo ele são predominantes na liderança feminina.
O empreendedorismo feminino tem crescido em todo o mundo nas últimas décadas.
Esse fato está intimamente ligado ao aumento do número de mulheres que melhoram a
formação educacional de nível técnico e superior. Isto também ocorre em grande proporção
no nosso país (GEM, 2010 apud GRECO, 2010).
De acordo com a autora no Brasil fica fácil comprovar o papel da mulher na atual
conjuntura devido a três razões, a saber:
a) A pesquisa do GEM de 2010 demonstra novamente que as mulheres são metade dos
empreendedores brasileiros.
b) Uma mulher foi eleita presidenta da República Federativa do Brasil.
c) O IBGE constatou em 2010 que existem mais mulheres do que homens na nossa
população de mais de 190 milhões de habitantes.
Greco (2010) relata que através de pesquisas Filion, nos últimos trinta anos, constatou
uma progressão contínua das mulheres empreendedoras em posições de liderança, ressaltando
algumas das suas principais características:
a) Elas têm melhor conhecimento do mercado;
b) Apresentam maior estabilidade;
c) São mais bem preparadas;
d) Progridem mais lentamente;
e) Planejam melhor;
31
f) Quando iniciam seus negócios acreditam em menor proporção do que os homens de
que tem a competência necessária para ter sucesso;
g) Tem uma integração maior entre suas atividades pessoais e profissionais;
h) Quando iniciam seus negócios, após os 50 anos de idade têm objetivos diferentes dos
homens;
i) 25% das mulheres acreditam que são tratadas diferentemente pelas instituições
financeiras por serem mulheres.
Conforme as mesmas pesquisas, Greco (2010) diz que quanto aos empreendimentos
criados pelas mulheres, Filion aponta para as seguintes características:
a) São negócios menores;
b) Tendem a estar no setor de serviços;
c) A taxa de sobrevivência das empresas criadas por mulheres é maior;
d) Mulheres usam entre 30% e 50% do capital usado por homens para iniciar um novo
negócio;
e) As mulheres parecem encontrar mais dificuldades para acessar recursos financeiros,
humanos e capital social do que homens.
De acordo com os estudos feitos na área de gestão das organizações, as mulheres:
a) Parecem ter um estilo de gerenciamento mais participativo;
b) Importam-se mais com seus empregados e clientes;
c) Tendem a ser mais jovens e com menos experiência do que os homens ao iniciarem
seus negócios;
d) Não parecem usar o mesmo critério dos homens para definir sucesso;
e) Gastam mais tempo e recursos do que os homens com seus entes queridos;
f) São mais envolvidas do que os homens em atividades voluntárias para ajuda a
comunidade.
g) Apontam mais razões familiares para iniciar seus negócios.
2.6.1 Características Gerenciais Femininas
De acordo com Molin (2009) as mulheres têm uma maneira diferente de administrar,
elas têm mais facilidade em compor equipes, são mais persistentes, detalhistas, valorizam o
cooperativismo, e conseguem encarar o negócio como um desafio e não como um fardo.
Neste contexto Peters (2004, apud MOLIN, 2009) afirma que as mulheres sabem
improvisar mais que os homens, são mais autodeterminadas, confiam mais nas pessoas, são
32
intuitivas e respeitam esta intuição na hora de tomar decisões, concentram-se mais no
empowerment e também se relacionam com mais facilidade.
Além disto, Rechia (2007, apud MOLIN, 2009) aponta o estilo de liderança como um
fator de destaque do perfil feminino para os negócios:
Inclui características como comunicação assertiva para expor as estratégias e metas
para a equipe de trabalho, o gosto por envolver as pessoas em torno do que elas
acreditam, e o poder de convencimento e persuasão que facilita a negociação com
parceiros estratégicos (RECHIA, 2007, apud MOLIN, 2009, p. 40).
Quadro 05: Tendências do comportamento gerencial de mulheres empreendedoras
Objetivos Estrutura Estratégia Estilo de Liderança
Culturais e sociais
Segurança e
satisfação no trabalho
Satisfação dos
clientes
Responsabilidade
social
Ênfase na cooperação
Baixo grau de
formalismo
Busca de integração
e de boa
comunicação
Descentralização
Caracteriza-se como
tipo inovativa
Busca de qualidade
Busca de
sobrevivência e
crescimento
Busca de satisfação
geral
Poder compartilhado
Motivar os outros
Valorizar o trabalho
dos outros
Atenção às diferenças
individuais
Fonte: Molin (2009) adaptado de MACHADO (1999)
Uma qualidade feminina bastante destacada devido às novas exigências das empresas
de hoje é a multifuncionalidade do profissional, isto é, a capacidade de desempenhar múltiplas
tarefas e funções, cuidando de vários assuntos ao mesmo tempo, e a habilidade em
desempenhar diferentes papéis na organização (ANDREOLI; BORGES, 2007).
As mulheres apresentam uma tendência de irem além da simples execução do
trabalho, se envolvendo mais com as pessoas e buscando a satisfação das necessidades das
mesmas, atitude esta conhecida como estratégia ganha-ganha (MACHADO, 2010).
O jeito feminino de administrar não é superior ou substituto do modelo masculino,
mas complementar, portanto, ambos podem contribuir com suas habilidades naturais para o
sucesso de uma organização. O novo modelo de gestão das organizações modernas parece
exigir um perfil de profissional mais flexível, sensível e cooperativo (GOMES, 2006).
33
Quadro 06 : Comparação entre empreendedores e empreendedoras
Características Empreendedores Empreendedoras
Motivação Realização – luta para fazer as
coisas acontecerem – autoimagem
relacionada ao status.
Satisfação no trabalho = estar no
comando.
Realização – conquista de uma
meta.
Independência – fazer as coisas
sozinha.
Ponto de Partida Insatisfação com atual emprego
dispensa ou demissão,
oportunidade de aquisição.
Frustração no emprego, interesse
e reconhecimento de
oportunidade, mudança na
situação pessoal.
Fontes de
Fundos
Bens e economias pessoais,
financiamento bancário,
empréstimo de amigos e familiares.
Bens e economias pessoais,
empréstimos pessoais.
Histórico
Profissional
Experiência na área de trabalho.
Especialista reconhecido ou alto
nível de realização na área.
Competente em várias funções
empresariais.
Experiência na área de negócio.
Experiência em área intermediária
ou administração.
Histórico ocupacional relacionado
com o trabalho.
Histórico Idade iniciante no negócio – 25 a
35.
Educação superior – administração
ou técnica.
Idade iniciante no negócio – 35 a
45
Educação superior – artes liberais
Grupos de
Apoio
Amigos, profissionais conhecidos
associados ao negócio e cônjuge.
Amigos íntimos, cônjuge, família,
grupos profissionais femininos e
associações comerciais.
Tipo de Negócio Indústria e construção Relacionados à prestação de
serviços, consultoria ou relações
públicas.
Características
de
Personalidade
Dá opiniões é persuasivo
Orientado para metas
Inovador e idealista
Alto nível de confiança
Ser seu próprio patrão
Flexível e tolerante
Orientada para metas
Criativa e realista
Nível médio de autoconfiança
Habilidade para lidar com o
ambiente social e econômico
Fonte: Molin (2009) adaptado de Hisrich e Peters (2002)
A mulher empreendedora tem desempenhado importante papel socioeconômico, “vem
para o mundo dos negócios sem os paradigmas dos homens e, portanto, com melhores
chances de criar novos empreendimentos, novos produtos e serviços, novos métodos de
trabalho, novas abordagens comerciais” (TRANJAN, 2002, p.20, apud MENEGUIN, 2006,
p.12).
34
3 METODOLOGIA
Neste capítulo serão apresentados os procedimentos utilizados para a realização deste
trabalho, cuja finalidade é embasar este estudo e orientar a metodologia utilizada, a fim de
apurar o problema de pesquisa.
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
Gil (2007 apud ZANELA, 2007) apresenta três classificações e primeiramente relata
que uma pesquisa é caracterizada como sendo pesquisa científica pura e pesquisa científica
aplicada.
A pesquisa aplicada é embasada num referencial teórico para analisar a realidade a ser
estudada. Tais realidades poderão ser uma ou mais organizações (públicas, privadas,
prestadoras de serviço, industriais, não governamentais, fundações, organizações da sociedade
civil de interesse público – OCIPS – etc.), uma pessoa ou um grupo de pessoas, um programa
ou um projeto que está sendo desenvolvido em uma organização, dentre muitas outras
situações (ZANELA, 2007).
Este estudo pode ser classificado como aplicado uma vez que buscou um resultado
bastante específico: analisar as competências empreendedoras das mulheres empresárias do
comércio varejista de Cruzeiro do Oeste.
Uma pesquisa também pode ser classificada quanto aos objetivos, abordagens e
procedimentos sendo importante observar que um tipo não exclui outro, e que muitas vezes
essas metodologias de pesquisa podem (e devem) ser complementares (ZANELA, 2007).
Segundo Gil (2007 apud ZANELA, 2007), quanto aos objetivos existe três tipos de
pesquisas: exploratórias, descritivas e explicativas.
Esta pesquisa pode ser classificada como exploratória e descritiva. Exploratória,
enquanto fez uma investigação ampla do assunto sem a intenção de testar hipóteses
específicas de pesquisa, cujo objetivo foi a familiarização com um assunto ainda pouco
conhecido, neste caso o perfil empreendedor das empresárias integrantes do comércio
varejista da cidade de Cruzeiro do Oeste - PR. É descritiva, pois estuda as características desta
população, sem o compromisso de explicar os fenômenos que descreve (VIEIRA, 2002 apud
Gouvêa, 2009).
Quanto à abordagem, Gil (2007 apud ZANELA, 2007) classifica as pesquisas em
qualitativa e quantitativa. A abordagem desta pesquisa se constituiu em quantitativa, pois
35
analisou-se os aspectos do perfil empreendedor e as características empreendedoras das
empresárias integrantes do comércio varejista da cidade de Cruzeiro do Oeste - PR.,
utilizando comparativos quantitativos. Assim buscou-se quantificar os dados pesquisados,
caracterizando as empresárias quanto aos aspectos pessoais, profissionais e empreendedores;
traduzindo em números suas opiniões e informações para classificá-los e analisá-los
posteriormente (MORESI, 2003).
Quanto aos procedimentos adotados na coleta de dados, Gil (2007, apud ZANELA,
2007) diz que a pesquisa pode ser: bibliográfica, documental, experimental, ex-post-facto,
levantamento, estudo de campo e estudo de caso.
Para a coleta de dados, primeiramente foi feito um levantamento bibliográfico, cuja
finalidade foi conhecer os temas relacionados ao empreendedorismo, perfil empreendedor,
bem como conectá-lo às características femininas.
O trabalho se enquadra como levantamento (Surveys ou sondagem). Podemos assim
caracterizá-lo, pois este tem como característica principal, a interrogação direta de pessoas
sobre um determinado assunto, por meio de um questionário. É um tipo de pesquisa que
funciona bem como método de condução e análise de pesquisas exploratórias e descritivas
(SANTOS, 2008). A pesquisa ainda caracterizou-se como um estudo de campo, pois uma
investigação empírica foi realizada onde os fatos ocorrem, no caso aqui apresentado foram
analisadas as competências empreendedoras das mulheres empresárias do comércio varejista
de Cruzeiro do Oeste.
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
Depois de definido o tipo de pesquisa e da abordagem é necessário escolher os sujeitos
de pesquisa, isto é, qual o universo (ou população) e, se necessário, trabalhar com uma parte
dessa população, ou seja, a amostra (ZANELA, 2007).
Lakatos e Marconi (2001, p.37 apud MOTA, 2004, p.52), conceituam universo ou
população como “o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos
uma característica em comum [...]” e como amostra “uma porção ou parcela
convenientemente selecionada do universo; é um subconjunto de universo [...]”.
Amostragem censitária, de acordo com Almeida (2011, p.30), “é aquela em que todos
os elementos da população farão parte da amostra”.
A população analisada neste estudo corresponde as mulheres empreendedoras do
comércio varejista de Cruzeiro do Oeste e restringiu-se às empresas administradas
36
exclusivamente por mulheres, no total de 23 empreendedoras. Por ser reduzido o número
desta população, a amostra correspondeu ao número total dos elementos. O estudo utilizou-se,
então, de uma amostra censitária.
3.3 PROCESSO DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS
Como o objetivo deste trabalho foi analisar as competências empreendedoras das
mulheres empresárias do comércio varejista, primeiramente foi feito um levantamento das
empresas do setor, em seguida foi apurado junto á ACICO – Associação Comercial de
Cruzeiro do Oeste, quais destes comércios tinham como seus proprietários, mulheres.
O procedimento inicial de pesquisa aconteceu por meio de contato pessoal com as
empreendedoras convidando-as a participar da pesquisa, mencionando o objetivo da pesquisa
e a intenção da entrega dos questionários. Este contato foi realizado nos primeiros dias do mês
de março. Depois de obter consentimento das mesmas, no dia 19 de março foram entregues
dois questionários a cada uma delas e agendado o dia da retirada dos questionários
respondidos. Estes foram recolhidos pelas pesquisadoras no dia 24 de março de 2012. Nem
todos os questionários vieram completamente respondidos.
Os dados coletados foram inseridos em uma planilha Excel, convertidos em números e
transformados em percentuais que geraram os gráficos individuais para análise. Os resultados
são descritos no próximo capitulo deste trabalho.
3.3.1 Questionário
A coleta de dados deu-se por meio de dois questionários. Questionário segundo
Lakatos e Marconi (1990, p. 88), é “um instrumento de coleta de dados, constituído por uma
série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do
entrevistador”.
O primeiro questionário, elaborado pelas pesquisadoras (Apêndice) com intuito de
conhecer as características pessoais e profissionais das empresárias. Ele é composto por 42
perguntas, sendo algumas abertas e outras fechadas com múltipla resposta. As questões são
referentes aos dados nominais das respondentes como idade, filhos e os dados da empresa tais
como o tempo de atividade, ramo de atividade. Foram verificados também aspectos como o
orgulho da profissão, satisfação com o negócio, flexibilidade de horário, ampliação do
37
negócio, importância de se ter sócio, tempo de dedicação à família, apoio financeiro,
relacionamento com empregados, saúde e lazer.
O segundo trata-se de um teste de avaliação de perfil empreendedor extraído do livro
do Dornelas (2008 apud DAMASCENO, 2010), (Anexo) o qual procura avaliar as diversas
características que fazem parte do perfil empreendedor das respondentes. O questionário
contém 30 perguntas, sendo divididas quanto a algumas características onde as entrevistadas
assinalavam a nota correspondente com apenas um “X”, sendo da seguinte forma:
1. Insuficiente
2. Fraco
3. Regular
4. Bom
5. Excelente
Ao final do teste, na análise de desempenho dos dados, (DORNELAS, 2008 apud
DAMASCENO, 2010) é feita a avaliação de acordo com a soma das notas:
a) 120 a 150 pontos: provavelmente já é um empreendedor, possui as características
comuns aos empreendedores e tem tudo para se diferenciar em uma organização.
b) 90 a 119 pontos: possui muitas características empreendedoras e às vezes se
comporta como um, porém pode melhorar ainda mais se equilibrar os pontos ainda
fracos com os pontos já fortes.
c) 60 a 89 pontos: ainda não é muito empreendedor e provavelmente se comporta, na
maior parte do tempo, como um administrador e não um “fazedor”. Para se
diferenciar e começar a praticar atitudes empreendedoras deve analisar os
principais pontos fracos e definir estratégias pessoais para eliminá-los.
d) Menos de 59 pontos: não é empreendedor e se continuar a agir como age
dificilmente será um. Isto não significa que não tem qualidades, apenas que prefere
seguir a ser seguido. Para ser reconhecido como empreendedor, deve reavaliar a
carreira e os objetivos pessoais, bem como as ações para concretizar tais objetivos.
38
4 ANÁLISE E RESULTADO DOS DADOS
O presente capítulo apresenta a análise e resultado da pesquisa e tem por finalidade
atingir o objetivo proposto, que se constituiu em analisar as competências empreendedoras
das mulheres empresárias do comércio varejista de Cruzeiro do Oeste.
4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESÁRIAS
O primeiro passo da pesquisa teve por objetivo levantar as características pessoais e
profissionais das empresárias. Para isso foram analisados os dados respondidos na primeira
parte do questionário, sendo esses: idade, estado civil, filhos, formação acadêmica, se possui
especialização, o tempo de dedicação diária à empresa bem como a sua participação no
orçamento familiar.
4.1.1 Caracterização pessoal
Para analisar os aspectos que compõe o perfil pessoal e profissional das mulheres que
fazem parte do comércio varejista de Cruzeiro do Oeste, buscou-se saber um pouco mais
sobre os dados socioeconômicos das pesquisadas.
Gráfico 01 - Faixa Etária
Fonte: Dados primários
A faixa etária predominante das respondentes fica entre 31 a 40 anos (35%), seguido
pela faixa de 51 a 60 anos (26%), 41 a 50 anos (22%) e 18 a 30 anos (17%).
Idade
17%
35%
22% 26%
18 a 30 anos
31 a 40anos
41 a 50 anos
51 a 60 anos
39
Gráfico 02 - Estado civil
Fonte: Dados primários
Quanto ao estado civil, 77% das empreendedoras se declararam casadas, 9% solteiras,
9% separadas e 5% amasiadas.
Gráfico 03 – Filhos
Fonte: Dados primários
Estado Civil
77%
9%5%9%
Casada
Solteira
Amasiada
Separada
Tem filhos
77%
23%
sim
não
40
Idade dos fillhos
47%
41%
12%
mais de 20 anos
10 a 20 anos
5 a 10 anos
Gráfico 04 - Idade dos filhos
Fonte: Dados primários
Identificou-se que 77% das respondentes têm filhos e 23% não tem. Os filhos das
respondentes apresentaram as seguintes faixas de idade - 47% são maiores de 20 anos, 41%
estão entre 10 e 20 anos e 12% tem entre 5 e 10 anos. Nenhuma tem filho menor de cinco
anos.
Gráfico 05 - Nível de Escolaridade
Fonte: Dados Primários
Outro fator, quanto ao perfil das respondentes, diz respeito ao nível de escolaridade.
De acordo com a pesquisa, conforme o Gráfico 05, a predominância é de mulheres que
completaram o Ensino médio, totalizando 55%, havendo também um número significativo de
Nível de Escolaridade
9%
55%
36%
Fundamental
Médio
Superior
41
Continuação dos Estudos
55%
45% Sim
não
empreendedoras com formação superior, 36%, já as que completaram apenas o ensino
fundamental somam 9%. Nenhuma empreendedora possuía especialização.
Gráfico 06 - Importância da Formação
Fonte: Dados Primários
Gráfico 07 - Continuação dos Estudos
Fonte: Dados Primários
Entre o grupo pesquisado 65% consideraram que sua formação foi importante para a
abertura do negocio, 35% entendem que este não foi um fator importante, não obstante 55%
delas pretendem continuar estudando e 45% não.
Importância da Formação
68%
32%
Sim
não
42
Tabela 01: Formação & Importância da Formação
Importância da formação
Formação Não Sim Total Geral
Fundamental 9% 0% 9%
Médio 14% 41% 55%
Superior 9% 27% 36%
Total Geral 32% 68% 100%
Fonte: Elaborado pelas Autoras
Os dados da tabela 1 mostram que as respondentes que cursaram apenas o Ensino
Fundamental consideraram que esta formação não foi importante para a abertura do negócio.
Dentre aquelas que cursaram o Ensino Médio apenas um quarto considerou a formação não
foi importante para esse fim, já dentre aquelas que concluíram o Ensino Superior que
somaram 36% do total, 27% consideraram que a formação foi importante para a abertura do
negócio.
Gráfico 08 - Participação no orçamento familiar
Fonte: Dados Primários
A participação das empresárias no orçamento familiar mostrou que cerca de 42% são
responsáveis por metade das despesas de sua família, 29% por mais da metade e 29% por
menos da metade do orçamento. Isso mostra que elas estão contribuindo para o aumento da
renda familiar, dividindo as obrigações financeiras com seus companheiros.
Orçamento familiar
29%
29%
42%
menos de 50%
50%
mais de 50%
43
4.1.2 - Caracterização profissional
Sendo a pesquisa realizada no comércio varejista de Cruzeiro do Oeste buscou-se
saber em qual ramo de atividade o empreendedorismo feminino se destacava.
Gráfico 09 - Ramo de Atividade
Fonte: Dados primários
Das empresas pesquisadas 61% são do ramo de comércio de confecções, 24% ramo de
utilidades domésticas, sendo os outros 15% distribuídos igualmente entre os ramos de
aviamento e enxoval, floricultura e artigos para presente.
Gráfico 10 - Experiência Profissional
Fonte:Dados Primários
Experiência Profissional
10%
10%
28% 5%
19%
5%
23%
Professora
Costureira
Vendedora
Bancária
Auxiliar de
Escritório
Auxiliar
Administrativo
Sem Experiência
Ramo
24%
61%
5%5%5%
Utilidade domestica
Comercio de confecções
Aviamento e enxoval
Floricultura
Artesanato
44
Gráfico 11 - Tempo de dedicação
Fonte: Dados Primários
A experiência profissional antes de tornar-se empreendedora é diversificada, sendo
que as mesmas já trabalharam como professoras, costureiras, bancárias, auxiliar
administrativo ou de escritório, com destaque para a profissão de vendedora no qual
trabalhavam 28% delas, outro ponto que merece destaque é que 23% não tinham experiência
anterior. Sendo que dentre as que tiveram experiência anterior 55% disseram trabalhar mais
agora em seu próprio negócio, 36% consideram que trabalham a mesma quantidade que antes,
apenas 9% disseram trabalhar menos sendo dona do seu próprio negócio.
As empresas pesquisadas em sua totalidade são pequenas empresas com até três
funcionários.
Gráfico 12 – Número de Funcionários
Fonte: Dados Primários
Tempo de dedicação
55%
9%
36%
mais
menos
igual
Possui Funcionário
68%
32%
sim
não
45
A maioria das empresas (68%) tem de 1 a 3 funcionários e 32% delas não têm
funcionários. Dentre as empreendedoras que têm funcionários 94% disseram tem um
relacionamento muito bom com eles, apenas 6% disseram que o relacionamento é regular.
Gráfico 13 - Planejamento do negócio
Fonte: Dados Primários
Quanto ao planejamento do negócio pode-se perceber que 41% fizeram estudos para a
abertura da empresa, já 59% disseram não ter feito planejamento algum.
Gráfico 14 - Dificuldades na abertura do negócio
Fonte: Dados Primários
A necessidade de capital foi apontada pelas empreendedoras como uma das principais
dificuldades para empreender, sendo citada por 41% delas, também 41% disseram não ter tido
dificuldades e 18% apontaram outras dificuldades como: tornar a empresa conhecida, entrar
num mercado competitivo, falta de experiência, e ainda conquistar a confiança dos clientes.
Planejamento
41%
59%
sim
não
Dificuldades
41% 41%
18%
capital
nenhuma
outras
46
Dentre aquelas que disseram ter encontrado dificuldades, 15% ainda não conseguiram
superá-las, as demais buscaram soluções como: a busca de capital de terceiros, ou seja,
empréstimo bancário ou de familiares, investimento em marketing e propaganda, e ainda foi
apontado o apoio familiar como fator que ajudou a superar as dificuldades.
Gráfico 15 – Ajuda Financeira
Fonte: Dados Primários
Gráfico 16 - Financiamento bancário
Fonte: Dados Primários
Ao iniciar um negócio, muitas mulheres buscam ajuda financeira, seja com seu
companheiro ou familiares, seja com alguma instituição bancária. Entre as respondentes, 86%
tiveram ajuda financeira do marido ou companheiro para abertura do negócio e apenas 14%
não contou com esta ajuda. Já com relação à obtenção de financiamento junto às instituições
Ajuda Financeira
86%
14%
sim
não
Financiamento Bancário
36%
64%
sim
não
47
financeiras, constatou-se que apenas 36% recorreram a financiamento bancário, enquanto
64% utilizaram recursos próprios.
Gráfico17 - Tempo de atividade da empresa.
Fonte: Dados Primários
Constatou-se que, das empresas pesquisadas, 41% tem mais de 7 anos de atividade,
23% tem entre 4 e 7 anos desde a sua fundação, 9% tem entre 1 e 3 anos e 27% delas são
recentes tendo menos de 1 ano de atividade.
Gráfico 18 - Forma societária
Fonte: Dados Primários
Verificou-se que 55% das empreendedoras possuem uma sócia, e todas disseram que
com a divisão de responsabilidades o serviço torna-se mais leve. As demais (45%) não
possuem sócias e afirmaram que não gostariam de ter.
Tempo de Atividade da Empresa
27%
9%
23%
41% Meno s de 1ano
1a 3 ano s
4 a 7 ano s
Acima de 7
anos
Forma societária
55%
45%
Sim
não
48
Gráfico 19 – Intenção de Ampliação do negócio.
Fonte: Dados Primários
Quando questionadas sobre a intenção de ampliar o negócio, 59% afirmaram este ser
seu objetivo, 27% disseram não ter interesse em que isso ocorra e 14% não tem isso como
certo, mas acham que talvez seja interessante.
Gráfico 20 - Motivações para empreender
Fonte: Dados Primários
Pode-se observar que 67% das respondentes foram motivadas por vontade própria,
buscando realização pessoal, 15% apontaram a identificação de uma oportunidade, como
motivo para abrir seu próprio negócio, para 11% delas a necessidade financeira foi fator
preponderante para esta escolha, já 7% disseram que a busca do equilíbrio trabalho família,
ajudou a tomarem essa decisão.
Ampliação do Negócio
59%
27%
14%
sim
não
talvez
Motivações para empreender
67%
11%
15%7%
Vontade Própria -
Realização pessoal
Necessidade
Financeira
Identificação de
uma oportunidade
Busca do equilibrio
Trabalho&família
49
Gráfico 21 - Empreendedor na Família
Fonte: Dados Primários
Sobre a presença de outros empreendedores na família obteve-se o seguinte resultado -
43% delas têm alguém empreendedor na família e 57% não.
Gráfico 22 - Envolvimento com a organização
Fonte: Dados Primários
Quanto ao tempo de dedicação diária à empresa, 64% declararam passar mais que 8
horas em função de seu trabalho, 27% dedicam 8 horas e 9% dedicam menos que 8 horas à
empresa, sendo que, além da gerência, todas acumulam funções.
Empreendedor na familia
43%
57%
sim
não
Horas dedicadas a empresa
64%
27%
9%
Mais que 8 h
8 h
Meno s que 8 h
50
Quadro 07: Dificuldades encontradas na gestão da empresa
Dificuldade %
Falta de tempo 31%
Financiamento 13%
Falta de acesso as informações 18%
Conciliar trabalho e família 17%
Preconceito 4%
Nenhuma 17%
Fonte: Elaborado pelas Autoras.
As principais dificuldades enfrentadas para a gestão do empreendimento, conforme
demonstrado no quadro acima, fizeram parte dos assuntos abordados.
4.1.3 Caracterização pessoal e familiar
Gráfico 23 – Dificuldades na vida familiar
Fonte: Dados Primários
Foi questionado às respondentes se o fato de ser dona da empresa, ter seu próprio
negócio, deixa a vida familiar mais difícil. 81% consideraram que não, para 19% esse fator é
uma dificuldade, mas com dedicação e esforço pode ser conciliado.
Dificuldades na vida familiar
81%
19%
não
sim
51
Gráfico 24 – Tempo com a família
Fonte: Dados Primários
Foi perguntado às empreendedoras se elas conseguem estar mais tempo com sua
família do que se estivessem trabalhando para outra empresa. Verificou-se que 45% delas
conseguem passar mais tempo com a família de que quando trabalhavam para outra empresa,
30% ao contrário, afirmaram que passam menos tempo com a família e para 25% a
quantidade de tempo continua sendo a mesma.
Gráfico 25 – Funcionária na casa
Fonte: Dados Primários
Tempo com a Família
45%
30%
25%
mais tempo
menos tempo
mesmo tempo
Ter funcionaria em casa
36%
64%
sim
não
52
Gráfico 26 – Delegação das tarefas domésticas
Fonte: Dados Primários
Verificou-se que 64% das empreendedoras têm uma funcionária em casa para os
afazeres domésticos e que 36% não contam com esta ajuda. Sendo que 50% consideram
importante delegar as atividades domésticas a terceiros para diminuir o conflito trabalho &
família, já para 45% este não é um fator relevante e 5% acreditam que isso poderia ajudar.
Gráfico 27 - Flexibilidade de horários
Fonte: Dados Primários
Para as empreendedoras, a flexibilidade de horários, por ser dona do próprio negócio,
é considerada fator que colabora com a organização das tarefas diárias, tanto familiares
Delegar Tarefas
50%
45%
5%
sim
não
às vezes
Flexibilidade de horários
59%
29%
12%
sim
não
As vezes
53
quanto profissionais por 59% das respondentes. 29% acham que essa flexibilidade piora a
organização e para 12% delas pode colaborar.
Gráfico 28 - Problema Trabalho & Família
Fonte: Dados Primários
Quanto a ter problemas familiares em relação ao trabalho, 54% das respondentes
afirmaram que nunca levam problemas de casa para o trabalho ou vice-versa, 41% disseram
que isso acontece de vez em quando e 5% admitiram fazer isso sempre. Foi questionado ainda
se existe incompatibilidade entre o trabalho e a família. 85% afirmaram que não existe
incompatibilidade e 15% afirmaram que sim e atribuíram essa incompatibilidade à alta carga
horária do trabalho, à incompreensão e a pouca cooperação familiar.
Gráfico 29 - Problemas de saúde
Fonte: Dados Primários
Problema Trabalho & Família
5%
54%
41%
Sempre
As vezes
Nunca
Problemas de saúde
9%
91%
sim
não
54
Gráfico 30 – Estresse
Fonte: Dados Primários
O aspecto saúde foi averiguado na pesquisa e pode-se perceber que 91% das
empreendedoras nunca tiveram problemas de saúde relacionados ao atual trabalho, somente
9% afirmaram que o atual trabalho foi o motivo para problemas de saúde. Do total de
respondentes 9% disseram que sempre estão estressadas, 86% sentem-se dessa forma às vezes
e apenas 5% nunca se sentem estressadas no trabalho diário.
“O lazer é uma importante fonte de relaxamento e deveria ser preservado para aliviar
as sobrecargas de trabalho das empreendedoras” (MENEGUIN, 2006, p.34).
Gráfico 31 – Lazer
Fonte: Dados Primários
Estresse
9%
86%
5%
sim
não
às vezes
Lazer
14%
24%62% muito
pouco
regular
55
Gráfico 32 – Momentos Livres
Fonte: Dados Primários
Quanto ao lazer, 62% afirmaram ter poucos momentos de lazer, para 24% o lazer é
regular, e 14% disseram ter muitos momentos de lazer. Nos momentos livres, 81% preferem
ficar com a família, 14% gostam de passear e 5% praticam atividades físicas.
Gráfico 33 - Preconceito ou dificuldade
Fonte: Dados Primários
Quanto a este aspecto 9% das respondentes afirmaram já terem sofrido preconceito ou
dificuldade por ser mulher, dona de seu próprio negócio, enquanto que para 91% delas este
nunca foi um problema.
Outro assunto abordado foram os aspectos positivos e negativos de ser
empreendedora. Conforme demonstrado no quadro abaixo.
Momentos livres
81%
14% 5%
ficar com a família
praticar atidades físicas
passear
Preconceito
9%
91%
sim
não
56
Quadro 08 – Aspectos positivos e negativos de ser empreendedora
Aspectos Positivos Aspectos Negativos
Flexibilidade de horários 20% Inadimplência 50%
Independência financeira 20% Aumento da responsabilidade 30%
Sonho realizado 20% Aumento nos riscos 10%
Conhecimento 10% Recursos escassos 10%
Realização pessoal 10%
Ver a satisfação dos clientes 10%
Não ter patrão 10%
Fonte: Elaborado pelas Autoras
Pontos importantes apresentados pelas respondentes para a melhoria de seu
desempenho como empreendedoras:
a) Conhecer mais pessoas do ramo em que atuam;
b) Comprometimento;
c) Estudar e melhorar o desempenho;
d) Mais linhas de crédito;
e) Mais informações;
f) Mais tempo para um melhor atendimento aos clientes.
Quadro 09 – Grau de Satisfação, Orgulho e Flexibilidade.
Muito Regular Pouco
Sente-se orgulhosa de ter seu próprio negócio? 95% 5% -
Está satisfeita (feliz) com o andamento da empresa? 77% 23% -
Têm flexibilidade de horário para resolver problemas pessoais? 36% 41% 23%
Fonte: Elaborado pelas Autoras
No quadro acima, o destaque é para o orgulho que as empreendedoras sentem em ter
seu próprio negócio, 95%. Elas também se sentem felizes com o andamento da empresa: 77%.
Quanto à flexibilidade em termos de horário para resolver problemas pessoais, 41%
57
Perfil empreendedor
68%
32%
121 à 150
91 à 120
consideram esse tempo regular, 36% afirmam ter muito tempo para estas questões e 23%
disseram que este tempo é pouco.
4.1.4 Perfil empreendedor
Para este segundo passo da pesquisa, foi utilizado um questionário adaptado de
Dornelas (2008 apud Damasceno, 2010), o qual procura avaliar diversas características que
fazem parte do perfil empreendedor das respondentes. Nele, as mesmas puderam auto avaliar
suas características empreendedoras segundo o seu comprometimento e determinação,
obsessão pelas oportunidades, tolerância ao risco, ambiguidade e incertezas, criatividade,
autoconfiança e habilidade de adaptação, motivação e superação e finalmente com a
liderança. No total, são avaliadas seis características consideradas essenciais em um
empreendedor.
O questionário é composto por 30 questões fechadas, onde cada respondente atribui
conceitos (insuficiente, fraco, regular, bom, excelente) para cada característica.
Para a análise dos dados foram considerados pontuação de 1 a 5 para cada um dos
conceitos, sendo insuficiente (1), fraco (2), regular (3), bom (4), excelente (5). A pontuação
obtida a partir da soma das questões, e foi dividida em quatro partes: de 120 a 150 pontos, 90
a 119 pontos, 60 a 89 pontos e menos de 59 pontos. Sendo que quanto maior a pontuação,
mais características empreendedoras fazem parte do perfil da respondente.
Gráfico 34 - Perfil Empreendedor
Fonte: Dados Primários
Dessa forma, observamos através do gráfico que 68% das respondentes obtiveram
pontuação entre 120 a 150 pontos, 32% alcançaram de 91 a 119 pontos. Nenhuma das
58
respondentes obteve pontuação inferior a 90 pontos, quatro questionários foram devolvidos
sem resposta.
Tabela 2 – Perfil Empreendedor
Intervalos Pontuação obtida
Quantidade de
respondentes por
intervalo/ Percentual
90 a 119 96
6 32%
109
112
118
118
120 a 150 120
13 68%
124
125
127
128
128
130
132
136
137
138
142
148
149
Fonte: Elaborado pelas Autoras
Para a análise dos dados da tabela 2 foram somadas as pontuações atribuídas as
questões do questionário adaptado de Dornelas(2008) onde são considerados pontuação de 1
a 5 para cada um dos conceitos, sendo insuficiente (1), fraco (2), regular (3), bom (4),
excelente (5). A pontuação obtida a partir da soma das questões, e foi dividida em quatro
partes: de 120 a 150 pontos, 90 a 119 pontos, 60 a 89 pontos e menos de 59 pontos.
Ao final do teste, na análise de desempenho dos dados é feita a avaliação de acordo
com a soma das notas:
a) 120 a 150 pontos: provavelmente já é um empreendedor, possui as características
comuns aos empreendedores e tem tudo para se diferenciar em uma organização.
b) 90 a 119 pontos: possui muitas características empreendedoras e às vezes se
comporta como um, porém pode melhorar ainda mais se equilibrar os pontos ainda
fracos com os pontos já fortes.
59
c) 60 a 89 pontos: ainda não é muito empreendedor e provavelmente se comporta, na
maior parte do tempo, como um administrador e não um “fazedor”. Para se
diferenciar e começar a praticar atitudes empreendedoras deve analisar os
principais pontos fracos e definir estratégias pessoais para eliminá-los.
d) Menos de 59 pontos: não é empreendedor e se continuar a agir como age
dificilmente será um. Isto não significa que não tem qualidades, apenas que prefere
seguir a ser seguido. Para ser reconhecido como empreendedor, deve reavaliar a
carreira e os objetivos pessoais, bem como as ações para concretizar tais objetivos.
De acordo com a somatória das respondentes 68% delas podem ser consideradas
empreendedoras, pois segundo Dornelas (2008 apud DAMASCENO, 2010) a pontuação entre
120 e 150 pontos corresponde a alguém que possui características comuns aos
empreendedores. Compreende-se que a pessoa já é um empreendedor e possui características
como tal. Já 32% delas obtiveram pontuação entre 91 e 119 pontos, podendo então se
considerar empreendedora, porém ainda podem melhorar principalmente equilibrando os
pontos fracos com os fortes.
De acordo com o citado anteriormente, neste passo do questionário puderam ser
avaliadas seis características empreendedoras das respondentes conforme o seu
comprometimento e determinação, obsessão pelas oportunidades, tolerância ao risco,
ambiguidade e incertezas, criatividade, autoconfiança e habilidade de adaptação, motivação e
superação e finalmente com a liderança. O quadro 10 mostra o resultado obtido na pesquisa.
Quadro 10 - Perfil Empreendedor
Características %
Exce-
lente
%
Bom
%
Regular
%
Fraco
%
Insufi-
ciente
Comprometimento e Determinação
1 – Proatividade na tomada de decisão. 9 67
2 – Tenacidade, obstinação. 14 55
3 – Disciplina, dedicação. 50 23
4 – Persistência em resolver problemas. 45 27
5 – Disposição ao sacrifício para atingir metas. 41 23
6 – Imersão total nas atividades que desenvolve. 41 32
Obsessão pelas Oportunidades
7 – Procura ter conhecimento profundo das
necessidades dos clientes.
32 36
60
8 – É dirigida pelo mercado (Market driven). 27 23 23
9 – Obsessão em criar valores e satisfazer aos
clientes.
36 32
Tolerância ao risco, ambiguidade e incertezas.
10 – Toma riscos calculados (analisa tudo antes
de agir)
27 41
11 – Procura minimizar os riscos. 23 45
12 – Tolerância às incertezas e falta de estrutura. 32 27
13 – Tolerância ao estresse e conflitos. 36 27
14 – Hábil em resolver problemas e integrar
soluções.
27 36
Criatividade, autoconfiança e habilidade de
adaptação
15 – Não convencional cabeça aberta pensadora. 45 32
16 – Não se conforma com status quo. 18 50
17 – Hábil a se adaptar á novas situações. 36 27
18 – Não tem medo de falhar. 54 18
19 – Hábil em definir conceitos e detalhar ideias. 27 54
Motivação e Superação
20 – orientação a metas e resultados. 22 36 23
21 – Dirigida pela necessidade de crescer
melhores resultados.
27 41
22 – Não se preocupa com status e poder. 27 36 13
23 – Autoconfiança. 41 32
24 – Ciente de suas fraquezas e forças. 41 32
25 – Tem senso de humor e procura estar
animada.
45 36
Liderança
26 – Tem iniciativa. 54 27
27 – Poder de autocontrole. 27 41
28 – Transmite integridade e confiabilidade. 36 36
29 – É paciente e sabe ouvir. 50 18
30 – Sabe construir times e trabalhar em equipe. 32 32
Fonte: Adaptado de Dornelas (2008 apud Damasceno, 2010)
61
O quadro a seguir destaca as perguntas de maior expressividade do total das trinta
questões elaboradas, quanto ao desempenho das respondentes.
Quadro 11 – Perfil Empreendedor – Expressividade das respostas individuais
Características Perguntas Excelente Bom
Comprometimento e
determinação
Proatividade na tomada de decisão. 67 %
Tenacidade, obstinação 55 %
Disciplina, dedicação. 50 %
Obsessão pelas Oportunidades
Obsessão em criar valores e
satisfazer aos clientes
36 %
Procura ter conhecimento profundo
das necessidades dos clientes.
36 %
Tolerância ao risco, ambiguidade
e incertezas.
Procura minimizar os riscos 45 %
Hábil em resolver problemas e
integrar soluções
36%
Criatividade, autoconfiança e
habilidade de adaptação.
Não tem medo de falhar 55 %
Não se conforma com status quo 50 %
Motivação e Superação
Autoconfiança. 41 %
Ciente de suas fraquezas e forças. 41 %
Tem senso de humor e procura
estar animada.
45 %
Liderança
Tem iniciativa. 54 %
É paciente e sabe ouvir 50 %
Fonte: Elaborado pelas Autoras
Conforme o quadro acima observou-se características comuns às respondentes como:
a) Proatividade;
b) Obstinação;
62
c) Disciplina;
d) Dedicação;
e) Comprometimento;
f) Valorização dos clientes;
g) Habilidade para solucionar problemas;
h) Autoconfiança;
i) Iniciativa;
j) Determinação.
63
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com o relatado anteriormente na fundamentação teórica, foi visto que o
empreendedorismo vem ganhando espaço e importância nos dias de hoje, tornando-se um
importante meio de fomentar a economia dos países. Com esse trabalho, pode-se perceber que
cada vez mais as mulheres optam por saírem de suas casas em busca de empregos e
oportunidades de negócios. Desse modo, o empreendedorismo se apresenta como opção de
carreira para as mulheres.
A mulher empreendedora tem desempenhado importante papel socioeconômico, “vem
para o mundo dos negócios sem os paradigmas dos homens e, portanto, com melhores
chances de criar novos empreendimentos, novos produtos e serviços, novos métodos de
trabalho, novas abordagens comerciais” (TRANJAN, 2002, p.20, apud MENEGUIN, 2006,
p.12).
Este trabalho se desenvolveu com intuito de analisar as competências empreendedoras
das mulheres empresárias do comércio varejista de Cruzeiro do Oeste.
Competência pode ser concebida como característica que engloba diferentes traços de
personalidade, habilidades e conhecimento, influenciados pela experiência, capacitação,
educação, história familiar e aspectos demográficos peculiares à pessoa (Kets De Vries, 1996;
Man & Lau, 2000).
Constatou-se que as mulheres pesquisadas possuem grande capacidade
empreendedora, são otimistas, criativas, procuram inovar e acima de tudo sentem orgulho do
próprio trabalho. Também foi constatado que o desejo de crescer está presente na maioria das
respondentes, almejando sucesso maior que o atual. Além disso, pode levar a reflexões
importantes sobre a relação da mulher com o trabalho e a família.
Este trabalho estabeleceu cinco objetivos específicos, os dados obtidos através da
pesquisa foram muito importantes para que se pudessem obter respostas a todos estes
objetivos.
Dolabela (2009 apud BOSQUETI, 2011) destaca como principais características do
perfil do empreendedor a iniciativa, a autoconfiança, a autonomia, o otimismo e a necessidade
de realização.
O primeiro objetivo específico foi conhecer as principais características
empreendedoras das mulheres empresárias do comércio varejista de Cruzeiro do Oeste. De
acordo com os dados pesquisados foram identificadas como principais características dessas
64
mulheres a determinação, a coragem, o otimismo, o amor e o orgulho em relação ao que
fazem.
O segundo objetivo específico seria identificar o perfil pessoal e profissional destas
gestoras. Pode-se perceber que são mulheres de idades variadas, com menos de 30 anos indo
até os 60 anos. A maioria cursou o Ensino Médio e algumas o Ensino Superior, sendo que a
maior parte delas pretende continuar os estudos. A dedicação é outra característica marcante,
pois a maioria trabalha na empresa mais que oito horas por dia, chegando a trabalhar até
catorze horas diárias.
O terceiro objetivo específico proposto foi constatar as dificuldades por elas
enfrentadas e, de acordo com a análise dos resultados, constatou-se que a principal dificuldade
é a necessidade de capital, além de outras como: tornar a empresa conhecida, entrar num
mercado competitivo, falta de experiência por parte de algumas, conquistar a confiança dos
clientes. Mesmo diante das dificuldades, todas mostraram otimismo em relação a vencer os
obstáculos. Silveira (2008) destaca que, entre os elementos de maiores dificuldades para o
empreendedorismo, estão a falta de financiamento e a burocracia. Embora o
empreendedorismo seja muitas vezes extenuante ele traz algumas compensações como:
retorno financeiro, satisfação em se tomar decisões próprias e satisfação pessoal em poder ver
os frutos colhidos depois de muito trabalho e dedicação (MENEGUIM, 2006).
O quarto objetivo específico elencado foi caracterizar o empreendedorismo feminino
no comércio varejista de Cruzeiro do Oeste. Assim, percebeu-se que a maioria está no ramo
de comércio de confecções. Outro segmento com grande quantidade de empreendedoras é o
de utilidades domésticas, tendo ainda representantes nos ramos de aviamento e enxoval,
floricultura e artigos para presente. Grande parte destas empresas geridas por mulheres está
em atividades há mais de sete anos, já consolidadas no comércio da cidade. Outro fator, não
menos importante, é o crescimento percebido no último ano, pois mais de um quarto dessas
organizações tem menos de um ano de existência. Há que se destacar, também, que a maioria
tem intenção de expandir os negócios.
O quinto e último objetivo específico constituiu-se em apresentar quais são os fatores
que impulsionam essas mulheres a abrirem seus próprios negócios. Foi identificado que a
realização pessoal foi o principal fator que as levaram a empreender. Foi percebido que
algumas empreenderam por necessidade e outras por oportunidade. A maioria não fez
planejamento, empreenderam a partir de experiência anterior ou da experiência de algum
familiar. De acordo com Dornelas (2008) geralmente os pequenos empreendimentos são
iniciados sem planejamento e sem o devido comprometimento, não tendo em vista uma
65
perspectiva de futuro. O empreendedor é espontâneo, muitas vezes deixando com que o
entusiasmo supere a racionalidade.
De acordo com o referencial teórico, através dos dados analisados, pode-se avaliar que
maioria das mulheres deste estudo pode ser considerada empreendedora de fato e algumas que
possuem muitas características empreendedoras, precisam melhorar alguns aos pontos para
serem consideradas empreendedoras de fato.
Acredita-se que os resultados do estudo tenham contribuído para a produção de
conhecimento sobre empreendedorismo feminino relevantes, tanto para os alunos do curso de
administração como para as futuras empreendedoras. Espera-se ter colaborado para aumentar
o entendimento sobre o tema estudado, uma vez que os resultados poderão servir para o
desenvolvimento de novos estudos.
Sugerem-se futuras pesquisas que englobem empreendedoras de outros seguimentos
no Município, não apenas do comércio varejista, ou ainda estudos comparativos entre os
resultados dessa pesquisa com as competências empreendedoras de mulheres de outros
Municípios da região.
66
REFERÊNCIAS
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Administração/UFSC, 2011. 84p.
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academica/empreendedorismo-feminino-uma-analise-do-perfil-empreendedor-e-das-
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Competências empreendedoras femininas no comércio varejista
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  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO SÓCIO ECONÔMICO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO Sandra Mara Marrega Rezende Vera Lucia de Souza Moreira COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS DAS MULHERES EMPRESÁRIAS DO COMÉRCIO VAREJISTA DE CRUZEIRO DO OESTE Cruzeiro do Oeste 2012
  • 2. Sandra Mara Marrega Rezende Vera Lucia de Souza Moreira COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS DAS MULHERES EMPRESÁRIAS DO COMÉRCIO VAREJISTA DE CRUZEIRO DO OESTE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina CAD 9136-0914072 - Estágio Supervisionado (TCC) como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Administração modalidade EaD pela Universidade Federal de Santa Catarina. Área de concentração: Empreendedorismo Orientador: Prof. Irineu de Souza, Dr. Cruzeiro do Oeste 2012
  • 3. Sandra Mara Marrega Rezende Vera Lucia de Souza Moreira COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS DAS MULHERES EMPRESÁRIAS DO COMÉRCIO VAREJISTA DE CRUZEIRO DO OESTE Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado e aprovado na sua forma final pela Coordenadoria de Estágios do Departamento de Ciências da Administração da Universidade Federal de Santa Catarina. Cruzeiro do Oeste, 16 de junho de 2012 . _______________________________ Prof. Gerson Rizzatti Junior, Dr. Coordenador de Estágios Professores Avaliadores: ________________________________ Profº. Irineu Manoel de Souza, Dr. Orientador Universidade Federal de Santa Catarina ___________________________________ Profº Marcus Venicius Andrade Lima , Dr. Avaliador Universidade Federal de Santa Catarina ________________________________ Profº Maurício Carreira Cosentino, Ms. Avaliador Universidade Federal de Santa Catarina
  • 4. Dedicamos este trabalho aos nossos esposos e filhos que compreenderam nossa ausência, nos incentivaram e apoiaram em todos os momentos.
  • 5. AGRADECIMENTOS Acima de tudo agradecemos a Deus, fonte de todo amor e fortaleza, pelas bênçãos derramadas em nossas vidas, pela força e coragem durante esta longa jornada. À Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por oportunizar e apoiar nossa busca por crescimento profissional, através do projeto UAB – Universidade Aberta do Brasil. Agradecemos também à Coordenadora do Pólo Presencial de Cruzeiro do Oeste, Maria Florinda Risseto, por não ter medido esforços para o sucesso da Educação à Distância em nosso Município. A todos os nossos professores e tutores, que mesmo à distância dividiram conosco seus conhecimentos e contribuíram para nosso aprimoramento pessoal, acadêmico e profissional. A nossa tutora presencial Nádia Benta de Oliveira Demozzi, pelas palavras de incentivo e paciência durante todos esses anos até a conclusão deste trabalho. Um agradecimento especial às empreendedoras entrevistas, pelo tempo, pela paciência, pela boa vontade em responder as perguntas solicitadas. Aos colegas de curso, pela amizade, coleguismo e os bons momentos compartilhados, especialmente ao Andres, a Gisella e ao Fábio que conosco compartilharam seus conhecimentos e dúvidas possibilitando o crescimento mútuo. Aos nossos familiares pela compreensão, ajuda e apoio em todos os momentos. A todos que, embora não nomeados, contribuíram de alguma forma para a realização deste trabalho.
  • 6. “Empreendedorismo não é uma ciência, nem arte. É uma prática”. (Peter Drucker).
  • 7. RESUMO O crescente número de empresas iniciadas por mulheres empreendedoras tornou-se um tema relevante no estudo do empreendedorismo. Estas empresas tem alcançado um tempo de sobrevivência superior a media de duração de outros novos empreendimentos. Este trabalho tem por objetivo analisar as competências empreendedoras das mulheres empresárias do comercio varejista de Cruzeiro do Oeste. Pretende conhecer suas principais características; perfil pessoal e profissional; identificar as dificuldades por elas enfrentadas; caracterizar o empreendedorismo feminino no comércio varejista de Cruzeiro do Oeste e apresentar os fatores que impulsionaram estas mulheres a abrirem seus próprios negócios. Como metodologia utilizou-se a pesquisa aplicada, de caráter exploratório e descritivo, utilizando-se de uma amostra censitária. Foram pesquisadas proprietárias de negócios nesta cidade. Para a realização desta pesquisa, observou-se os aspectos quantitativos e qualitativos. A partir deste estudo constatou-se que a maioria dessas mulheres pode ser considerada empreendedora de fato, porém algumas precisam melhorar alguns pontos para sagrar-se profissionais de sucesso. Palavras-chave: Empreendedorismo Feminino, Competências Empreendedoras, Comércio Varejista de Cruzeiro do Oeste.
  • 8. ABSTRACT The growing number of businesses started by women entrepreneurs has become a major issue in the study of entrepreneurship. These companies have achieved a survival time than the average duration of other new businesses. This work intends to analyze the entrepreneurial skills of women's enterprise commerce retailer Cruzeiro do Oeste. Intends to meet its main characteristics, personal and professional profile. Identify the difficulties faced by them. Characterize women's entrepreneurship in retail trade of Cruzeiro do Oeste and present the factors that drove these women to open their own businesses. The methodology used to applied research, exploratory and descriptive, business owners were interviewed in this town. The research used census sample. For this research, we observed the quantitative and qualitative. From this study it was found that most of these women can be considered entrepreneurial in fact, but some of them need to improve some points for consecrate to professional success. Keywords: Female Entrepreneurship, Entrepreneurial Skills, Retail commerce in Cruzeiro do Oeste.
  • 9. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Evolução da Taxa de Empreendedores Iniciais – TEA – Brasil ........................ 22 Figura 2 – Empreendedores Iniciais segundo tipo de Atividade – Brasil – 2010 ............... 23
  • 10. LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01 – Faixa Etária ..................................................................................................... 38 Gráfico 02 – Estado Civil ..................................................................................................... 39 Gráfico 03 – Filhos .............................................................................................................. 39 Gráfico 04 – Idade dos Filhos .............................................................................................. 40 Gráfico 05 – Nível de Escolaridade ...................................................................................... 40 Gráfico 06 – Importância da Formação ................................................................................ 41 Gráfico 07 – Continuação dos Estudos ................................................................................ 41 Gráfico 08 – Participação no Orçamento Familiar ............................................................... 42 Gráfico 09 – Ramo de Atividade .......................................................................................... 43 Gráfico 10 – Experiência Profissional .................................................................................. 43 Gráfico 11 – Tempo de Dedicação ....................................................................................... 44 Gráfico 12 – Número de Funcionários ................................................................................. 44 Gráfico 13 – Planejamento do Negócio ................................................................................ 45 Gráfico 14 – Dificuldade na Abertura do Negócio .............................................................. 45 Gráfico 15 – Ajuda Financeira ............................................................................................. 46 Gráfico 16 – Financiamento Bancário ................................................................................. 46 Gráfico 17 – Tempo de Atividade da Empresa .................................................................... 47 Gráfico 18 – Forma Societária ............................................................................................. 47 Gráfico 19 – Intenção de Ampliação do Negócio ................................................................ 48 Gráfico 20 – Motivações para Empreender .......................................................................... 48 Gráfico 21 – Empreendedor na Família ............................................................................... 49 Gráfico 22 – Envolvimento com a Organização .................................................................. 49 Gráfico 23 – Dificuldades na Vida Familiar ........................................................................ 50 Gráfico 24 – Tempo com a Família ...................................................................................... 51 Gráfico 25 – Funcionária na Casa ........................................................................................ 51 Gráfico 26 – Delegação das Tarefas Domésticas ................................................................. 52 Gráfico 27 – Flexibilidade de Horários ................................................................................ 52 Gráfico 28 – Problema Trabalho & Família ......................................................................... 53 Gráfico 29 – Problemas de Saúde ........................................................................................ 53 Gráfico 30 – Estresse ............................................................................................................ 54 Gráfico 31 – Lazer ................................................................................................................ 54 Gráfico 32 – Momentos Livres ............................................................................................. 55 Gráfico 33 – Preconceito ou Dificuldade ............................................................................. 55 Gráfico 34 – Perfil Empreendedor ....................................................................................... 57
  • 11. LISTA DE QUADROS Quadro 01 - Histórico do Empreendedorismo .................................................................... 21 Quadro 02 - Características do Empreendedor de Acordo com Filion .............................. 24 Quadro 03 - Resumo das Características do Empreendedor ............................................... 25 Quadro 04 - Oportunidade x Necessidade ........................................................................... 27 Quadro 05 - Tendências do comportamento gerencial de mulheres empreendedoras ........ 32 Quadro 06 - Comparação entre empreendedores e empreendedoras .................................. 33 Quadro 07 - Dificuldades encontradas na gestão da empresa ............................................. 50 Quadro 08 - Aspectos positivos e negativos de ser empreendedora ................................... 56 Quadro 09 - Grau de Satisfação, Orgulho e Flexibilidade .................................................. 56 Quadro 10 - Perfil Empreendedor ....................................................................................... 59 Quadro 11 - Perfil Empreendedor – Expressividade das respostas individuais .................. 61
  • 12. LISTA DE TABELAS Tabela 01 - Formação & Importância da Formação ........................................................... 42 Tabela 02 - Perfil Empreendedor ........................................................................................ 58
  • 13. LISTA DE ABREVIATURAS GEM - Global Entrepreneurship Monitor SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio ás Micro e Pequenas Empresas IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística TEA – Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial ACICO – Associação Comercial de Cruzeiro do Oeste
  • 14. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 15 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA......... 15 1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................. 16 1.2.1 Objetivo Geral .......................................................................................................... 16 1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................................... 16 1.3 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 16 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................. 17 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 19 2.1 EMPREENDEDORISMO ........................................................................................... 19 2.2 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL ...................................................................... 21 2.3 CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR .......................................................... 23 2.4 TIPOS DE EMPREENDEDORISMO .......................................................................... 26 2.5 IMPORTÂNCIA E DIFICULDADES NA ARTE DE EMPREENDER ..................... 28 2.6 EMPREENDEDORISMO FEMININO ........................................................................ 28 2.6.1 Características Gerenciais Femininas .................................................................... 31 3 METODOLOGIA .......................................................................................................... 34 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ....................................................................... 34 3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ....................................................................................... 35 3.3 PROCESSO DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS .............................................. 36 3.3.1 Questionário ............................................................................................................. 36 4 ANÁLISE E RESULTADO DOS DADOS .................................................................. 38 4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESÁRIAS ............................................................. 38 4.1.1 Caracterização pessoal ............................................................................................. 38 4.1.2 Caracterização profissional ..................................................................................... 43 4.1.3 Caracterização pessoal e familiar ........................................................................... 50 4.1.4 Perfil empreendedor ................................................................................................ 57 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 63 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 66 ANEXO - QUESTIONÁRIO PERFIL EMPREENDEDOR ...................................... 70 APÊNDICE - QUESTIONÁRIO COM AS EMPREENDEDORAS .......................... 71
  • 15. 15 1 INTRODUÇÃO Este trabalho tem como tema central o empreendedorismo, mais especificamente o empreendedorismo feminino, tão presente nas organizações do mundo contemporâneo. Para a realização da pesquisa, buscou-se analisar as competências da mulher empreendedora, bem como seu perfil, principais características e dificuldades enfrentadas por elas. 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA O empreendedorismo é um tema com relevância significativa não só para o Brasil, mas para o mundo. Um mercado cada vez mais exigente propicia aos empreendedores exercer suas competências para atender essa demanda. Dolabela (2009, apud BOSQUETI, 2011) destaca como principais características do perfil do empreendedor a iniciativa, a autoconfiança, a autonomia, o otimismo e a necessidade de realização. Diversos são os conceitos de empreendedorismo na literatura, mas que não fazem distinção entre masculino e feminino, as mesmas características empreendedoras atribuídas aos homens podem também serem atribuídas às mulheres. Mulheres que tem adquirido, nos últimos tempos, posições de destaque na economia e nos negócios e, atualmente, são responsáveis por uma parte significativa dos empreendimentos, não só no Brasil, mas no mundo. A pesquisa internacional GEM – Global Entrepreneurship Monitor (2008) mostrou que elas já representam 46% do total de 14,6 milhões de empreendedores. De acordo com o SEBRAE (2005), setores como a indústria de alimentos, o comércio de confecções e a prestação de serviços educacionais são segmentos com maior participação de mulheres empreendedoras, ou seja, são nestes setores que o empreendedorismo feminino pode ser observado com maior ênfase. No Município de Cruzeiro do Oeste observa-se uma grande concentração de mulheres empreendedoras no setor do comércio varejista da cidade. Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo identificar as competências empreendedoras destas mulheres. Assim, ao final deste trabalho, estaremos aptos a responder a seguinte pergunta: Quais são as competências empreendedoras das mulheres empresárias do comércio varejista de Cruzeiro do Oeste?
  • 16. 16 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral: Analisar as competências empreendedoras das mulheres empresárias do comércio varejista de Cruzeiro do Oeste. 1.2.2 Objetivos Específicos: a) Conhecer as principais características empreendedoras nas mulheres empresárias do comércio varejista de Cruzeiro do Oeste. b) Identificar o perfil pessoal e profissional destas gestoras. c) Constatar as dificuldades por elas enfrentadas. d) Caracterizar o empreendedorismo feminino no comércio varejista de Cruzeiro do Oeste. e) Apresentar quais são os fatores que impulsionam essas mulheres a abrirem seus próprios negócios. 1.3 JUSTIFICATIVA A mulher empreendedora tornou-se tema de destaque no estudo do empreendedorismo em razão do crescente número de empresas iniciadas por elas, colocando o Brasil como o quarto país com o maior número de empreendedoras do mundo (GEM, 2008). Segundo Andreoli e Borges (2007) existem cada vez mais mulheres assumindo altos cargos nas empresas e também, tem crescido o número de mulheres que abrem seu próprio negócio. Outro ponto relevante é que as empresas criadas por mulheres tem alcançado uma sobrevivência maior do que a média de vida dos novos empreendimentos. Segundo Machado e Gimenez (1999) estas experiências bem sucedidas de negócios estão intrinsecamente ligadas à forma de liderar das mulheres.
  • 17. 17 Neste contexto percebe-se a mulher competindo em condições, se ainda não de igualdade, muito próximas disso, com o sexo masculino. Fato que tem ocasionado mudanças nas famílias, empresas e sociedade em geral. Entender como e porque isso acontece reforça a necessidade e a importância do estudo. Esta pesquisa torna-se importante na medida em que se espera contribuir para a produção de conhecimento sobre empreendedorismo feminino, para melhor compreensão da atuação das mulheres empresárias de Cruzeiro do Oeste. Percebe-se, também, que hoje existe um número significativo de estudos sobre o tema. No entanto, estudos sobre a mulher empreendedora no município de Cruzeiro do Oeste não foram especificamente realizados, por esse motivo, existe um vasto campo a ser explorado. É possível determinar a viabilidade da pesquisa, pois não houve dificuldades para realizá-la no prazo estipulado, visto a considerável disponibilidade de informações. Espera-se que a realização desta pesquisa tenha colaborado para aumentar o entendimento sobre o tema estudado, uma vez que os resultados poderão servir para o desenvolvimento de novas pesquisas. 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO A presente pesquisa está estruturada em: 1. Introdução: apresenta, em linhas gerais, um breve resumo sobre o trabalho, seus objetivos gerais e específicos e por que a pesquisa se justifica. 2. Fundamentação Teórica: destaca os principais conceitos teóricos necessários ao desenvolvimento deste trabalho, empreendedorismo, características empreendedoras, empreendedorismo no Brasil, empreendedorismo feminino. 3. Metodologia da pesquisa: será tratado neste item como se deu a coleta de dados, qual o tipo e de que forma foi realizada a pesquisa. 4. Apresentação dos resultados: demonstração dos resultados obtidos a partir dos dados obtidos na pesquisa.
  • 18. 18 5. Considerações Finais: apresenta as considerações finais feitas acerca do estudo realizado, bem como uma análise dos objetivos propostos que foram alcançados no decorrer do trabalho e também as conclusões acerca da pesquisa realizada.
  • 19. 19 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Neste capítulo será apresentada a fundamentação teórica que orienta o desenvolvimento deste trabalho. Serão abordados conceitos teóricos sobre: empreendedorismo, características empreendedoras, empreendedorismo no Brasil, empreendedorismo feminino. 2.1 EMPREENDEDORISMO Diversos são os conceitos de empreendedorismo disponíveis na literatura, tema este que todos parecem conhecer. No entanto, defini-lo não é tarefa fácil, devido à subjetividade que o envolve (SILVEIRA et al, 2007). A palavra Empreendedorismo é derivada da palavra francesa entrepreneur, que significa aquele que assume riscos e começa algo novo (DORNELAS, 2003). Segundo o Dicionário Moderno de Língua Portuguesa, Porto (2011) empreendedorismo é um processo dinâmico realizado pelo indivíduo que, por iniciativa ou vontade própria, procura identificar, analisar, planejar e implementar produtos ou serviços comercializáveis de base tecnológica, considerados como oportunidades de negócio. Os primeiros conceitos de empreendedorismo tiveram embasamento nas teorias do desenvolvimento econômico, que o definiam como decorrente de mudanças promovidas de forma ativa por agentes que participavam da estrutura, deixando de ser interpretado como um evento econômico e passando a ocorrer na esfera social. Dessa forma, podia-se entender que aqueles indivíduos que utilizavam os recursos disponíveis de maneira diferenciada eram os agentes de transformação que rompiam com a estabilidade existente e obrigavam os demais agentes a se reorganizarem e adaptarem-se às mudanças. Esse agente transformador, que promovia inovações, era chamado por Schumpeter (1934) de empreendedor (STROBINO, 2011, p. 12). Ainda, o economista austríaco Schumpeter (apud DOLABELA, 2008, p. 23) “associa o empreendedor ao desenvolvimento econômico, a inovação e ao aproveitamento de oportunidades em negócios”. Gartner (apud MACHADO, 2010) resume o empreendedorismo na criação de novas organizações e apresenta outras dimensões além do papel do indivíduo no processo de empreender. Mostra uma nova empresa que agrupa quatro dimensões inter-relacionadas: o indivíduo, análise de aspectos psicológicos ligados à necessidade de realizações; o processo, ou seja, ações realizadas para criar e manter uma empresa; o ambiente, que considera aspectos do mercado, como a disponibilidade de capital, presença de empreendedores experientes,
  • 20. 20 acesso a fornecedores, acesso a clientes, influências governamentais, características da população local, barreiras de entrada, rivalidade entre os competidores existentes, pressão dos produtos substitutos, barganha dos compradores e barganha dos fornecedores; e a organização com suas variáveis de escolhas estratégicas. De acordo com Filion (1999, apud GOUVÊA, 2009, p.28), “o empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões”. Segundo Bueno, Leite e Pilatti (2004), “estudar o empreendedorismo é estudar o comportamento do ser humano diante de desafios.” Dessa forma os autores afirmam que o estudo do empreendedorismo, diz respeito a como o ser humano comporta-se ao deparar-se com situações desafiadoras. “Empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidade.” (DORNELAS, 2008, p. 22). Para o modelo GEM - Global Entrepreneurship Monitor (2010, apud GRECO, 2010, p.215), empreendedorismo é: Qualquer tentativa de criação de um novo negócio ou novo empreendimento, como, por exemplo: uma atividade autônoma, uma nova empresa ou a expansão de um empreendimento existente. Em qualquer das situações a iniciativa pode ser de um individuo, grupos de indivíduos ou por empresas já estabelecidas. Para Brito e Weber (apud MOLIN, 2009) a prática do empreendedorismo está cada vez mais presente e ganhando espaço na economia atual. Isso se manifesta no crescimento econômico, nas novas tecnologias, novas formas de inovação, no aumento dos postos de trabalho, refletindo no desenvolvimento da sociedade e consequentemente na qualidade de vida da população. De acordo com Costa (2010) o empreendedorismo vem sendo valorizado por governos, entidades de classe e organizações como sendo a principal base do crescimento econômico e da geração de emprego e renda na atualidade. Para Dornelas (2008) ele é considerado um veículo ideal para inovar, aumentar a produtividade e melhorar modelos de negócios. O autor afirma que estamos vivendo a era do empreendedorismo uma vez que são os empreendedores que estão “eliminando barreiras comerciais, e culturais, encurtando distâncias, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riqueza para a sociedade”. O empreendedorismo é, sem dúvida, fator que impulsiona o desenvolvimento de uma Nação.
  • 21. 21 Quadro 01: Histórico do Empreendedorismo Época Entendimento As pessoas Idade Média Utilizado para definir aquele que gerenciava grandes projetos de produção O indivíduo não assumia grandes riscos, apenas gerenciava projetos, utilizando recursos disponíveis do governo do país. Século XVII Primeiros indícios de relação entre assumir riscos e empreendedorismo. Os acordos contratuais estabeleciam preços prefixados e qualquer lucro ou prejuízo era exclusivo do empreendedor Algumas diferenciações: do empreendedor – aquele que assumia riscos – do capitalista – aquele que fornecia o capital. Século XVIII Início da industrialização, a definição do papel dos investidores no processo de manufatura. O capitalista e o empreendedor foram finalmente diferenciados. A pessoa que criava e conduzia empreendimentos. Séculos XIX e XX Análise sob o ponto de vista econômico, a organização da empresa a serviço do capitalista. Os empreendedores são confundidos com os gerentes e administradores. Fonte: Damasceno (2010), adaptado de Dornelas (2001); Bom Ângelo (2003) 2.2 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL De acordo com o último relatório do Global Entrepreneurship Monitor – GEM (2010, apud GRECO, 2010), o Brasil é o décimo país mais empreendedor do mundo. No Brasil, a Taxa de Empreendedorismo em Estágio Inicial, TEA, de 2010 foi de 17,5%, a maior desde que a pesquisa GEM é realizada no país, evidenciando a tendência de crescimento da atividade empreendedora, conforme pode ser observado na figura abaixo, considerando a população adulta brasileira de 120 milhões de pessoas. Isto representa que 21,1 milhões de brasileiros estavam à frente de atividades empreendedoras no ano. Em números absolutos, apenas a China possui mais empreendedores que o Brasil, a TEA chinesa de 14,4% representa 131,7 milhões de adultos à frente de atividades empreendedoras no país. Conforme pesquisa, o perfil dos empreendedores brasileiros é de 50,7% homens e 49,3% mulheres. Constatou-se que 56,9% dos empreendedores têm entre 18 a 24 anos de idade, demonstrando a presença dos jovens no desenvolvimento econômico do país (GRECO, 2010).
  • 22. 22 O Brasil ficou na 10ª posição em porcentagem da população adulta com alguma atividade empreendedora. A TEA média brasileira de 2002 a 2010 é de 13,38% (GEM, 2010 apud GRECO, 2010). Figura1 – Evolução da taxa de empreendedores iniciais (TEA) - Brasil - 2002: 2010 Fonte: Pesquisa GEM Brasil 2002:2010 (GRECO, 2010) Portanto, o que se observa no Brasil em 2010 é que o crescimento da TEA é resultado do maior número de empreendedores de negócios novos. Essa categoria de empreendedores vem apresentando um constante crescimento desde 2005, que se acentua em 2010 (GEM, 2010 apud GRECO, 2010). O Governo Federal Brasileiro implementou vários programas específicos voltados para o público empreendedor, como é o caso do programa Brasil Empreendedor que vigorou de 1999 a 2002 e foi dirigido “à capacitação de mais de seis milhões de empreendedores em todo o país, destinando recursos financeiros (...) totalizando um investimento de R$ 8 bilhões” (DORNELAS, 2008, p.11). O SEBRAE também implementa ações voltadas à capacitação do empreendedor brasileiro, como os programas EMPRETEC e Jovem Empreendedor. No entanto ainda faltam políticas públicas voltadas à consolidação do empreendedorismo no país, sendo este uma excelente alternativa à falta de emprego (DORNELAS, 2008).
  • 23. 23 Figura 2 – Empreendedores iniciais segundo tipo de atividade – Brasil – 2010 Fonte: Pesquisa GEM Brasil 2002:2010 (GRECO, 2010) Os resultados das pesquisas realizadas pelo GEM apresentam o empreendedorismo brasileiro como o mais elevado entre os países participantes. Independente de aspectos mais profundos a serem considerados com relação ao nível de sofisticação dos empreendimentos ou os motivos que impulsionam a criação de novos negócios, o fato é que o brasileiro empreende (ANJOS, 2011). 2.3 CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR Dolabela (2008, p. 23) afirma que: “O empreendedor é alguém que sonha e busca transformar seu sonho em realidade”. Taulbert e Schoeniger (apud BOSQUETI, 2011) salientam que o empreendedor testa constantemente novas ideias, desafia pressupostos, encontra novas soluções, vivem em um mundo de oportunidades ilimitadas, com inúmeras possibilidades, pois está sempre aberto a novas ideias e experiências. Para Drucker (apud DAMASCENO, 2010), criar algo novo, mudar valores, ser diferente é o retrato do empreendedor. Ter espírito empreendedor é uma característica, não é
  • 24. 24 um traço de personalidade, mas um comportamento, baseado no conceito e na teoria, não na intuição. Empreender é realizar algo que tenha valor para a sociedade (BOSQUETI, 2011). Dolabela (2008) pondera que o empreendedor é um agente de mudanças, acredita-se hoje que ele seja o motor da economia. O empreendedor apresenta qualidades como: iniciativa, autoconfiança, aceitação do risco calculado. Não teme o fracasso e a rejeição, é decidido e responsável, age com energia, entusiasmo e motivação. É otimista, tem espírito de liderança e principalmente é persistente (BOSQUETI, 2011). As características empreendedoras apontadas por Hornaday (1982 apud GOUVÊA, 2009, p.31) “são: a inovação; liderança; riscos moderados; independência; criatividade; energia; tenacidade e a originalidade”. Filion (1999) define o perfil do empreendedor, segundo pesquisas realizadas por ele em todo o mundo como sendo um ser social, produto do meio em que vive (época e lugar). Quadro 02: Características do Empreendedor de Acordo com Filion Inovadores Originais Líderes Otimistas Tomadores Moderados de Riscos Orientados por Resultados Independentes Flexíveis Criadores Engenhosos Enérgicos Uso de Recursos Sensibilidade com os Outros Tenacidade Necessidade de Realização Agressivos Autoconhecimento Tendência para Confiar nas Pessoas Autoconfiança Dinheiro com Medida de Desempenho Aprendizagem Envolvimento de Longo Prazo Tolerantes a Ambiguidade e Incertezas Iniciativa Fonte: Damasceno (2010) adaptado de Filion (1993).
  • 25. 25 Para Freire (2005 apud ANDREOLI E BORGES 2007), os empreendedores são pessoas diferenciadas, dotados de uma motivação singular, apaixonadas pelo que fazem, são ambiciosos, buscam o reconhecimento e a admiração, querem servir de exemplo, deixar um legado. Enfim não se contentam em ser mais um na multidão. Dornelas (2008) afirma que o empreendedor é acima de tudo uma reflexão de suas características pessoais, que valoriza bem mais o ser que o saber, ainda que do empreendedor se espere uma sede de conhecimento, buscando informações para se manter informado a todo o momento. Através do estudo de diversos autores podemos resumir as características do empreendedor conforme quadro 3. Quadro 03: Resumo das Características do Empreendedor Timmons(1994) e Hornaday (1982) Bernardi (2003) Hisrich e Peters (2002) Britto e Wever (2003) Ter um “modelo”, uma pessoa que influencie; Senso de oportunidade; Independência, oportunidade de criar e dinheiro, são seus principais motivadores; Criatividade e inovação: identificar oportunidades onde ninguém mais as vê; Ter iniciativa, autonomia, autoconfiança, otimismo, necessidade de realização; Agressividade e energia para realizar; Tem envolvimento direto com a atividade; Direcionar esforços em um único objetivo; Gosta de assumir riscos moderados, é inovador e criativo; Dominância Não ter preocupações com símbolos de status; Força de vontade e fé, paixão para alcançar o sucesso; Aprende com os resultados negativos, com os próprios erros; Autoconfiança; Assumir riscos moderados; Correr risco: quebrar regras; Ter grande energia, trabalhar incansavelmente, dedicar-se intensamente ao trabalho; Habilidade de relacionamento; Sabe lidar com erros e falhas; Foco na geração do valor; fazer as coisas da maneira mais rápida e barata; Saber fixar metas e alcançá-las, lutando contra padrões impostos; Habilidade de equilibrar “sonho” e realização; Segue o sonho com decisão; Não ter preocupação com símbolos de status. Ter perseverança e tenacidade; Independência; Serve a si e aos clientes;
  • 26. 26 Detecta oportunidades de negócio no ambiente onde vive; Flexibilidade e resistência a frustrações; Transações e acordos como relacionamento básico com os outros. É líder: Cria um sistema próprio de relações com empregados; Persistência; Utiliza as informações para seu aprimoramento; Liderança carismática; Ser comprometido; Propensão ao risco; Orientado para resultados; Criatividade; Tece “rede de relações” Dinamismo; Traduz seus pensamentos em ações; Otimismo. Ter forte intuição. Fonte: Molin (2009), adaptado de Timmons e Hornaday (apud DOLABELA, 2006), Britto e Wever (2003), Hisrich e Peters (2002) e Bernardi (2003). 2.4 TIPOS DE EMPREENDEDORISMO Segundo Dornelas (2008) a partir de estudos realizados pela GEM – Global Entrepreneurship Monitor originou-se duas definições para o empreendedorismo. A primeira delas é o empreendedorismo por oportunidade, na qual o empreendedor é um visionário, que sabe aonde quer chegar, planeja a empresa que vai criar, busca o crescimento, a geração de lucros, empregos e riqueza, ou seja, o desenvolvimento econômico. A segunda é o empreendedorismo por necessidade, na qual o futuro empreendedor é levado a empreender, principalmente pela falta de opção, estando às vezes desempregado e sem alternativa de trabalho, nestes casos nem sempre o empreendimento é planejado adequadamente, o que leva muitos ao fracasso, aumentando as estatísticas de criação e mortalidade de negócios. Os empreendedores de oportunidade iniciam ou investem em um negócio para aproveitar uma oportunidade percebida no mercado. Enquanto os empreendedores por necessidade sabem aproveitar uma opção de trabalho disponível (DEGEN, 1989 apud MOLIN, 2009). Para a pesquisa GEM (2010, apud GRECO, 2010) a motivação para iniciar uma atividade empreendedora é um dos temas mais fundamentais porque significa a natureza do empreendimento nos países analisados.
  • 27. 27 De acordo com a mesma pesquisa os empreendedores por necessidade são pessoas que empreendem como única opção, ou seja, pela falta de melhores alternativas profissionais. Porém mesmo o empreendedorismo por necessidade pode gerar oportunidades de negócios e se transformar em empreendimentos por oportunidade. Empreender por oportunidade é mais benéfico para a economia do país. Os empreendedores que iniciam o seu negócio ao vislumbrarem uma oportunidade no mercado melhoram a sua condição de vida e tem maiores chances de sobrevivência e de sucesso (GEM 2010, apud GRECO, 2010). A pesquisa GEM (2010, apud GRECO, 2010) mostra o que buscam esses empreendedores: a) 78,2% dos empreendedores por oportunidade vislumbram uma oportunidade de aprimorar a vida com o negócio; b) 43% buscam maior independência e liberdade na vida profissional; c) 35,2% procuram aumento da renda pessoal; d) 18,5% empreendem para obter a manutenção de sua renda pessoal; e) 3,3% citaram outros motivos. No Brasil, desde o ano de 2003 os empreendedores por oportunidade são maioria. Em 2010, para cada empreendedor por necessidade havia outros 2,1 que empreenderam por oportunidade (GEM, 2010 apud GRECO, 2010) De acordo com Damasceno (2010) isso comprova que o mercado brasileiro está permitindo a implementação de novos empreendimentos e o empreendedor brasileiro está identificando oportunidades e investindo em novos segmentos. Quadro 04: Oportunidade x Necessidade OPORTUNIDADE NECESSIDADE Usam de habilidade para enxergar o negócio atraente. Enxergam como a forma de sair da qualificação de empregado Têm uma hora certa, oportuna. Utilizam como forma de sustento São ideias que agregam valor a um produto ou serviço. Não procuram pesquisar um pouco mais se o negócio já existe É sempre analisado onde poucos enxergam Não procuram se capacitar antes de arriscarem Fonte: Damasceno (2010)
  • 28. 28 2.5 IMPORTÂNCIA E DIFICULDADES NA ARTE DE EMPREENDER Empreender não é tarefa fácil, pelo contrário acomodar-se é bem menos arriscado. (BOSQUETTI, 2011) As estatísticas não são animadoras, segundo o SEBRAE 80% das micro e pequenas empresas desaparecem antes de completar um ano de existência. Pequenas empresas como padarias, salões de cabeleireiros, lojas, bares, confecções, serviços de informática, manutenção de equipamentos, dentre outras. Geralmente esses empreendimentos são iniciados sem planejamento e sem o devido comprometimento, não tendo em vista uma perspectiva de futuro. O empreendedor é espontâneo, muitas vezes deixando com que o entusiasmo supere a racionalidade. (DORNELAS, 2008). Silveira (2008) destaca que entre os elementos de maiores dificuldades para o empreendedorismo estão a falta de financiamento e a burocracia. Embora o empreendedorismo seja muitas vezes extenuante ele traz algumas compensações como: retorno financeiro, satisfação em se tomar decisões próprias e satisfação pessoal em poder ver os frutos colhidos depois de muito trabalho e dedicação (MENEGUIM, 2006). Segundo Longeneckeret et al (1997, apud MENEGUIM, 2006) apesar das compensações do empreendimento serem atrativas, também há desvantagens e custos associados a ele. Iniciar um negócio próprio exige muito trabalho, longas horas dedicadas e muito vigor emocional. Ser empreendedor é instigante, mas exige-se muito. “A tensão de dirigir um negócio é frequentemente citada como uma razão para a cisão de famílias empreendedoras” (LONGENECKER et al, 1997, p.9, apud MENEGUIN, 2006, p.11). A mesma autora diz que a incerteza do sucesso é uma ameaça constante aos empreendedores, contudo todos tem que conviver com este medo. 2.6 EMPREENDEDORISMO FEMININO Atualmente a mulher empreendedora tem desempenhado um papel socioeconômico importante. Ao abrirem o próprio negócio buscam flexibilizar o horário de trabalho, e dessa forma, tem a expectativa de melhor conciliar trabalho e família, apesar de na maioria das vezes acabarem por trabalhar mais. (MACHADO et al, 2003)
  • 29. 29 Melo (apud GONÇALVES, 2006) salienta que as últimas décadas do século XX foram marcadas pelo crescimento da participação das mulheres no mercado trabalho mundial, inclusive no Brasil. Junto a este aumento ocorreram também outras transformações da sociedade, porém ainda não levaram as mulheres igualarem-se aos homens dentro do mercado de trabalho. A pesquisa internacional GEM – Global Entrepreneurship Monitor (2010, apud GRECO, 2010) mostrou que no Brasil, entre os empreendedores iniciais, 50,7% são homens e 49,3% mulheres, mantendo o equilíbrio entre gêneros no empreendedorismo nacional. Entre os 21,1 milhões de empreendedores brasileiros, 10,7 milhões pertencem ao sexo masculino e 10,4 milhões ao feminino. Andreoli e Borges (2007) afirmam que existem cada vez mais mulheres assumindo altos cargos nas empresas, e ainda também tem crescido o número de mulheres que abrem seu próprio negócio. Segundo Bruschini e Lombardi (2002, apud MENEGUIN, 2006) os fatores determinantes do crescimento da população economicamente ativa feminina, estão nas transformações dos padrões culturais da sociedade e na mudança do papel da mulher na sociedade. Para Machado e Gimenez (1999) a mulher empreendedora gerencia seu negócio do mesmo modo que administra sua própria casa, sem hierarquia, com cooperação e poder compartilhado. Dessa forma, o nível de sobrevivência de empresas dirigidas por mulheres é superior à média geral brasileira. De forma que estas experiências bem sucedidas estão intrinsecamente ligadas à forma de liderar das mulheres. De acordo com o mito em torno dessa figura sempre popular, a empresaria empreendedora é uma alma independente, uma pessoa criativa que gosta de arriscar, e que, por sua própria forca de vontade, faz de uma ideia um empreendimento lucrativo. No entanto, a criatividade, a imaginação e uma queda pela ação, compõem a penas um lado de sua personalidade; ela pode ser autocrítica, severa e controladora, também. A típica empresaria sempre acha que seu caminho e a única maneira de realizar algo (WILKENS, 1989; p. 20). Dados coletados em pesquisa realizada em diversos países no ano 1996, por Robert D. Hisrich, sobre empreendedorismo feminino, atestam que as mulheres geralmente percebem o empreendedorismo mais positivamente que os homens (DOLABELA, 2008). A combinação de características masculinas, como iniciativa, coragem, determinação, com características femininas, como sensibilidade, intuição, cooperação, definem um estilo próprio de gerências por parte das empreendedoras. Alia-se a isto à intensa dedicação ao
  • 30. 30 trabalho por parte das dessas mulheres, o que favorece a sobrevivência de empresas por elas geridas. (MACHADO; GIMENEZ, 1999). Para Chieko (apud ANDREOLI E BORGES, 2007) a maior participação das mulheres nas empresas vai além de um aspecto lucrativo do ponto econômico, pois há na gestão feminina uma tendência de maior preocupação com questões éticas, transparência, governança corporativa, questões sociais e ecológicas. Cramer (apud GONÇALVES, 2006) corrobora com esta visão afirmando que as mulheres empreendedoras preocupam-se menos com os objetivos financeiros, sendo que para elas os objetivos culturais e sociais são mais importantes. Outro ponto a ser levantado e a preocupação das empreendedoras com todos os indivíduos envolvidos em suas atividades produtivas, e ainda, que no processo de gestão feminino os objetivos são claros e difundidos entre todos na organização, a fim de que seja alcançada satisfação de todos que participam dos seus negócios, seja de maneira direta ou indireta. O autor aponta também características como flexibilidade, inovação, integração e orientação para ação, que segundo ele são predominantes na liderança feminina. O empreendedorismo feminino tem crescido em todo o mundo nas últimas décadas. Esse fato está intimamente ligado ao aumento do número de mulheres que melhoram a formação educacional de nível técnico e superior. Isto também ocorre em grande proporção no nosso país (GEM, 2010 apud GRECO, 2010). De acordo com a autora no Brasil fica fácil comprovar o papel da mulher na atual conjuntura devido a três razões, a saber: a) A pesquisa do GEM de 2010 demonstra novamente que as mulheres são metade dos empreendedores brasileiros. b) Uma mulher foi eleita presidenta da República Federativa do Brasil. c) O IBGE constatou em 2010 que existem mais mulheres do que homens na nossa população de mais de 190 milhões de habitantes. Greco (2010) relata que através de pesquisas Filion, nos últimos trinta anos, constatou uma progressão contínua das mulheres empreendedoras em posições de liderança, ressaltando algumas das suas principais características: a) Elas têm melhor conhecimento do mercado; b) Apresentam maior estabilidade; c) São mais bem preparadas; d) Progridem mais lentamente; e) Planejam melhor;
  • 31. 31 f) Quando iniciam seus negócios acreditam em menor proporção do que os homens de que tem a competência necessária para ter sucesso; g) Tem uma integração maior entre suas atividades pessoais e profissionais; h) Quando iniciam seus negócios, após os 50 anos de idade têm objetivos diferentes dos homens; i) 25% das mulheres acreditam que são tratadas diferentemente pelas instituições financeiras por serem mulheres. Conforme as mesmas pesquisas, Greco (2010) diz que quanto aos empreendimentos criados pelas mulheres, Filion aponta para as seguintes características: a) São negócios menores; b) Tendem a estar no setor de serviços; c) A taxa de sobrevivência das empresas criadas por mulheres é maior; d) Mulheres usam entre 30% e 50% do capital usado por homens para iniciar um novo negócio; e) As mulheres parecem encontrar mais dificuldades para acessar recursos financeiros, humanos e capital social do que homens. De acordo com os estudos feitos na área de gestão das organizações, as mulheres: a) Parecem ter um estilo de gerenciamento mais participativo; b) Importam-se mais com seus empregados e clientes; c) Tendem a ser mais jovens e com menos experiência do que os homens ao iniciarem seus negócios; d) Não parecem usar o mesmo critério dos homens para definir sucesso; e) Gastam mais tempo e recursos do que os homens com seus entes queridos; f) São mais envolvidas do que os homens em atividades voluntárias para ajuda a comunidade. g) Apontam mais razões familiares para iniciar seus negócios. 2.6.1 Características Gerenciais Femininas De acordo com Molin (2009) as mulheres têm uma maneira diferente de administrar, elas têm mais facilidade em compor equipes, são mais persistentes, detalhistas, valorizam o cooperativismo, e conseguem encarar o negócio como um desafio e não como um fardo. Neste contexto Peters (2004, apud MOLIN, 2009) afirma que as mulheres sabem improvisar mais que os homens, são mais autodeterminadas, confiam mais nas pessoas, são
  • 32. 32 intuitivas e respeitam esta intuição na hora de tomar decisões, concentram-se mais no empowerment e também se relacionam com mais facilidade. Além disto, Rechia (2007, apud MOLIN, 2009) aponta o estilo de liderança como um fator de destaque do perfil feminino para os negócios: Inclui características como comunicação assertiva para expor as estratégias e metas para a equipe de trabalho, o gosto por envolver as pessoas em torno do que elas acreditam, e o poder de convencimento e persuasão que facilita a negociação com parceiros estratégicos (RECHIA, 2007, apud MOLIN, 2009, p. 40). Quadro 05: Tendências do comportamento gerencial de mulheres empreendedoras Objetivos Estrutura Estratégia Estilo de Liderança Culturais e sociais Segurança e satisfação no trabalho Satisfação dos clientes Responsabilidade social Ênfase na cooperação Baixo grau de formalismo Busca de integração e de boa comunicação Descentralização Caracteriza-se como tipo inovativa Busca de qualidade Busca de sobrevivência e crescimento Busca de satisfação geral Poder compartilhado Motivar os outros Valorizar o trabalho dos outros Atenção às diferenças individuais Fonte: Molin (2009) adaptado de MACHADO (1999) Uma qualidade feminina bastante destacada devido às novas exigências das empresas de hoje é a multifuncionalidade do profissional, isto é, a capacidade de desempenhar múltiplas tarefas e funções, cuidando de vários assuntos ao mesmo tempo, e a habilidade em desempenhar diferentes papéis na organização (ANDREOLI; BORGES, 2007). As mulheres apresentam uma tendência de irem além da simples execução do trabalho, se envolvendo mais com as pessoas e buscando a satisfação das necessidades das mesmas, atitude esta conhecida como estratégia ganha-ganha (MACHADO, 2010). O jeito feminino de administrar não é superior ou substituto do modelo masculino, mas complementar, portanto, ambos podem contribuir com suas habilidades naturais para o sucesso de uma organização. O novo modelo de gestão das organizações modernas parece exigir um perfil de profissional mais flexível, sensível e cooperativo (GOMES, 2006).
  • 33. 33 Quadro 06 : Comparação entre empreendedores e empreendedoras Características Empreendedores Empreendedoras Motivação Realização – luta para fazer as coisas acontecerem – autoimagem relacionada ao status. Satisfação no trabalho = estar no comando. Realização – conquista de uma meta. Independência – fazer as coisas sozinha. Ponto de Partida Insatisfação com atual emprego dispensa ou demissão, oportunidade de aquisição. Frustração no emprego, interesse e reconhecimento de oportunidade, mudança na situação pessoal. Fontes de Fundos Bens e economias pessoais, financiamento bancário, empréstimo de amigos e familiares. Bens e economias pessoais, empréstimos pessoais. Histórico Profissional Experiência na área de trabalho. Especialista reconhecido ou alto nível de realização na área. Competente em várias funções empresariais. Experiência na área de negócio. Experiência em área intermediária ou administração. Histórico ocupacional relacionado com o trabalho. Histórico Idade iniciante no negócio – 25 a 35. Educação superior – administração ou técnica. Idade iniciante no negócio – 35 a 45 Educação superior – artes liberais Grupos de Apoio Amigos, profissionais conhecidos associados ao negócio e cônjuge. Amigos íntimos, cônjuge, família, grupos profissionais femininos e associações comerciais. Tipo de Negócio Indústria e construção Relacionados à prestação de serviços, consultoria ou relações públicas. Características de Personalidade Dá opiniões é persuasivo Orientado para metas Inovador e idealista Alto nível de confiança Ser seu próprio patrão Flexível e tolerante Orientada para metas Criativa e realista Nível médio de autoconfiança Habilidade para lidar com o ambiente social e econômico Fonte: Molin (2009) adaptado de Hisrich e Peters (2002) A mulher empreendedora tem desempenhado importante papel socioeconômico, “vem para o mundo dos negócios sem os paradigmas dos homens e, portanto, com melhores chances de criar novos empreendimentos, novos produtos e serviços, novos métodos de trabalho, novas abordagens comerciais” (TRANJAN, 2002, p.20, apud MENEGUIN, 2006, p.12).
  • 34. 34 3 METODOLOGIA Neste capítulo serão apresentados os procedimentos utilizados para a realização deste trabalho, cuja finalidade é embasar este estudo e orientar a metodologia utilizada, a fim de apurar o problema de pesquisa. 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA Gil (2007 apud ZANELA, 2007) apresenta três classificações e primeiramente relata que uma pesquisa é caracterizada como sendo pesquisa científica pura e pesquisa científica aplicada. A pesquisa aplicada é embasada num referencial teórico para analisar a realidade a ser estudada. Tais realidades poderão ser uma ou mais organizações (públicas, privadas, prestadoras de serviço, industriais, não governamentais, fundações, organizações da sociedade civil de interesse público – OCIPS – etc.), uma pessoa ou um grupo de pessoas, um programa ou um projeto que está sendo desenvolvido em uma organização, dentre muitas outras situações (ZANELA, 2007). Este estudo pode ser classificado como aplicado uma vez que buscou um resultado bastante específico: analisar as competências empreendedoras das mulheres empresárias do comércio varejista de Cruzeiro do Oeste. Uma pesquisa também pode ser classificada quanto aos objetivos, abordagens e procedimentos sendo importante observar que um tipo não exclui outro, e que muitas vezes essas metodologias de pesquisa podem (e devem) ser complementares (ZANELA, 2007). Segundo Gil (2007 apud ZANELA, 2007), quanto aos objetivos existe três tipos de pesquisas: exploratórias, descritivas e explicativas. Esta pesquisa pode ser classificada como exploratória e descritiva. Exploratória, enquanto fez uma investigação ampla do assunto sem a intenção de testar hipóteses específicas de pesquisa, cujo objetivo foi a familiarização com um assunto ainda pouco conhecido, neste caso o perfil empreendedor das empresárias integrantes do comércio varejista da cidade de Cruzeiro do Oeste - PR. É descritiva, pois estuda as características desta população, sem o compromisso de explicar os fenômenos que descreve (VIEIRA, 2002 apud Gouvêa, 2009). Quanto à abordagem, Gil (2007 apud ZANELA, 2007) classifica as pesquisas em qualitativa e quantitativa. A abordagem desta pesquisa se constituiu em quantitativa, pois
  • 35. 35 analisou-se os aspectos do perfil empreendedor e as características empreendedoras das empresárias integrantes do comércio varejista da cidade de Cruzeiro do Oeste - PR., utilizando comparativos quantitativos. Assim buscou-se quantificar os dados pesquisados, caracterizando as empresárias quanto aos aspectos pessoais, profissionais e empreendedores; traduzindo em números suas opiniões e informações para classificá-los e analisá-los posteriormente (MORESI, 2003). Quanto aos procedimentos adotados na coleta de dados, Gil (2007, apud ZANELA, 2007) diz que a pesquisa pode ser: bibliográfica, documental, experimental, ex-post-facto, levantamento, estudo de campo e estudo de caso. Para a coleta de dados, primeiramente foi feito um levantamento bibliográfico, cuja finalidade foi conhecer os temas relacionados ao empreendedorismo, perfil empreendedor, bem como conectá-lo às características femininas. O trabalho se enquadra como levantamento (Surveys ou sondagem). Podemos assim caracterizá-lo, pois este tem como característica principal, a interrogação direta de pessoas sobre um determinado assunto, por meio de um questionário. É um tipo de pesquisa que funciona bem como método de condução e análise de pesquisas exploratórias e descritivas (SANTOS, 2008). A pesquisa ainda caracterizou-se como um estudo de campo, pois uma investigação empírica foi realizada onde os fatos ocorrem, no caso aqui apresentado foram analisadas as competências empreendedoras das mulheres empresárias do comércio varejista de Cruzeiro do Oeste. 3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA Depois de definido o tipo de pesquisa e da abordagem é necessário escolher os sujeitos de pesquisa, isto é, qual o universo (ou população) e, se necessário, trabalhar com uma parte dessa população, ou seja, a amostra (ZANELA, 2007). Lakatos e Marconi (2001, p.37 apud MOTA, 2004, p.52), conceituam universo ou população como “o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum [...]” e como amostra “uma porção ou parcela convenientemente selecionada do universo; é um subconjunto de universo [...]”. Amostragem censitária, de acordo com Almeida (2011, p.30), “é aquela em que todos os elementos da população farão parte da amostra”. A população analisada neste estudo corresponde as mulheres empreendedoras do comércio varejista de Cruzeiro do Oeste e restringiu-se às empresas administradas
  • 36. 36 exclusivamente por mulheres, no total de 23 empreendedoras. Por ser reduzido o número desta população, a amostra correspondeu ao número total dos elementos. O estudo utilizou-se, então, de uma amostra censitária. 3.3 PROCESSO DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS Como o objetivo deste trabalho foi analisar as competências empreendedoras das mulheres empresárias do comércio varejista, primeiramente foi feito um levantamento das empresas do setor, em seguida foi apurado junto á ACICO – Associação Comercial de Cruzeiro do Oeste, quais destes comércios tinham como seus proprietários, mulheres. O procedimento inicial de pesquisa aconteceu por meio de contato pessoal com as empreendedoras convidando-as a participar da pesquisa, mencionando o objetivo da pesquisa e a intenção da entrega dos questionários. Este contato foi realizado nos primeiros dias do mês de março. Depois de obter consentimento das mesmas, no dia 19 de março foram entregues dois questionários a cada uma delas e agendado o dia da retirada dos questionários respondidos. Estes foram recolhidos pelas pesquisadoras no dia 24 de março de 2012. Nem todos os questionários vieram completamente respondidos. Os dados coletados foram inseridos em uma planilha Excel, convertidos em números e transformados em percentuais que geraram os gráficos individuais para análise. Os resultados são descritos no próximo capitulo deste trabalho. 3.3.1 Questionário A coleta de dados deu-se por meio de dois questionários. Questionário segundo Lakatos e Marconi (1990, p. 88), é “um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”. O primeiro questionário, elaborado pelas pesquisadoras (Apêndice) com intuito de conhecer as características pessoais e profissionais das empresárias. Ele é composto por 42 perguntas, sendo algumas abertas e outras fechadas com múltipla resposta. As questões são referentes aos dados nominais das respondentes como idade, filhos e os dados da empresa tais como o tempo de atividade, ramo de atividade. Foram verificados também aspectos como o orgulho da profissão, satisfação com o negócio, flexibilidade de horário, ampliação do
  • 37. 37 negócio, importância de se ter sócio, tempo de dedicação à família, apoio financeiro, relacionamento com empregados, saúde e lazer. O segundo trata-se de um teste de avaliação de perfil empreendedor extraído do livro do Dornelas (2008 apud DAMASCENO, 2010), (Anexo) o qual procura avaliar as diversas características que fazem parte do perfil empreendedor das respondentes. O questionário contém 30 perguntas, sendo divididas quanto a algumas características onde as entrevistadas assinalavam a nota correspondente com apenas um “X”, sendo da seguinte forma: 1. Insuficiente 2. Fraco 3. Regular 4. Bom 5. Excelente Ao final do teste, na análise de desempenho dos dados, (DORNELAS, 2008 apud DAMASCENO, 2010) é feita a avaliação de acordo com a soma das notas: a) 120 a 150 pontos: provavelmente já é um empreendedor, possui as características comuns aos empreendedores e tem tudo para se diferenciar em uma organização. b) 90 a 119 pontos: possui muitas características empreendedoras e às vezes se comporta como um, porém pode melhorar ainda mais se equilibrar os pontos ainda fracos com os pontos já fortes. c) 60 a 89 pontos: ainda não é muito empreendedor e provavelmente se comporta, na maior parte do tempo, como um administrador e não um “fazedor”. Para se diferenciar e começar a praticar atitudes empreendedoras deve analisar os principais pontos fracos e definir estratégias pessoais para eliminá-los. d) Menos de 59 pontos: não é empreendedor e se continuar a agir como age dificilmente será um. Isto não significa que não tem qualidades, apenas que prefere seguir a ser seguido. Para ser reconhecido como empreendedor, deve reavaliar a carreira e os objetivos pessoais, bem como as ações para concretizar tais objetivos.
  • 38. 38 4 ANÁLISE E RESULTADO DOS DADOS O presente capítulo apresenta a análise e resultado da pesquisa e tem por finalidade atingir o objetivo proposto, que se constituiu em analisar as competências empreendedoras das mulheres empresárias do comércio varejista de Cruzeiro do Oeste. 4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESÁRIAS O primeiro passo da pesquisa teve por objetivo levantar as características pessoais e profissionais das empresárias. Para isso foram analisados os dados respondidos na primeira parte do questionário, sendo esses: idade, estado civil, filhos, formação acadêmica, se possui especialização, o tempo de dedicação diária à empresa bem como a sua participação no orçamento familiar. 4.1.1 Caracterização pessoal Para analisar os aspectos que compõe o perfil pessoal e profissional das mulheres que fazem parte do comércio varejista de Cruzeiro do Oeste, buscou-se saber um pouco mais sobre os dados socioeconômicos das pesquisadas. Gráfico 01 - Faixa Etária Fonte: Dados primários A faixa etária predominante das respondentes fica entre 31 a 40 anos (35%), seguido pela faixa de 51 a 60 anos (26%), 41 a 50 anos (22%) e 18 a 30 anos (17%). Idade 17% 35% 22% 26% 18 a 30 anos 31 a 40anos 41 a 50 anos 51 a 60 anos
  • 39. 39 Gráfico 02 - Estado civil Fonte: Dados primários Quanto ao estado civil, 77% das empreendedoras se declararam casadas, 9% solteiras, 9% separadas e 5% amasiadas. Gráfico 03 – Filhos Fonte: Dados primários Estado Civil 77% 9%5%9% Casada Solteira Amasiada Separada Tem filhos 77% 23% sim não
  • 40. 40 Idade dos fillhos 47% 41% 12% mais de 20 anos 10 a 20 anos 5 a 10 anos Gráfico 04 - Idade dos filhos Fonte: Dados primários Identificou-se que 77% das respondentes têm filhos e 23% não tem. Os filhos das respondentes apresentaram as seguintes faixas de idade - 47% são maiores de 20 anos, 41% estão entre 10 e 20 anos e 12% tem entre 5 e 10 anos. Nenhuma tem filho menor de cinco anos. Gráfico 05 - Nível de Escolaridade Fonte: Dados Primários Outro fator, quanto ao perfil das respondentes, diz respeito ao nível de escolaridade. De acordo com a pesquisa, conforme o Gráfico 05, a predominância é de mulheres que completaram o Ensino médio, totalizando 55%, havendo também um número significativo de Nível de Escolaridade 9% 55% 36% Fundamental Médio Superior
  • 41. 41 Continuação dos Estudos 55% 45% Sim não empreendedoras com formação superior, 36%, já as que completaram apenas o ensino fundamental somam 9%. Nenhuma empreendedora possuía especialização. Gráfico 06 - Importância da Formação Fonte: Dados Primários Gráfico 07 - Continuação dos Estudos Fonte: Dados Primários Entre o grupo pesquisado 65% consideraram que sua formação foi importante para a abertura do negocio, 35% entendem que este não foi um fator importante, não obstante 55% delas pretendem continuar estudando e 45% não. Importância da Formação 68% 32% Sim não
  • 42. 42 Tabela 01: Formação & Importância da Formação Importância da formação Formação Não Sim Total Geral Fundamental 9% 0% 9% Médio 14% 41% 55% Superior 9% 27% 36% Total Geral 32% 68% 100% Fonte: Elaborado pelas Autoras Os dados da tabela 1 mostram que as respondentes que cursaram apenas o Ensino Fundamental consideraram que esta formação não foi importante para a abertura do negócio. Dentre aquelas que cursaram o Ensino Médio apenas um quarto considerou a formação não foi importante para esse fim, já dentre aquelas que concluíram o Ensino Superior que somaram 36% do total, 27% consideraram que a formação foi importante para a abertura do negócio. Gráfico 08 - Participação no orçamento familiar Fonte: Dados Primários A participação das empresárias no orçamento familiar mostrou que cerca de 42% são responsáveis por metade das despesas de sua família, 29% por mais da metade e 29% por menos da metade do orçamento. Isso mostra que elas estão contribuindo para o aumento da renda familiar, dividindo as obrigações financeiras com seus companheiros. Orçamento familiar 29% 29% 42% menos de 50% 50% mais de 50%
  • 43. 43 4.1.2 - Caracterização profissional Sendo a pesquisa realizada no comércio varejista de Cruzeiro do Oeste buscou-se saber em qual ramo de atividade o empreendedorismo feminino se destacava. Gráfico 09 - Ramo de Atividade Fonte: Dados primários Das empresas pesquisadas 61% são do ramo de comércio de confecções, 24% ramo de utilidades domésticas, sendo os outros 15% distribuídos igualmente entre os ramos de aviamento e enxoval, floricultura e artigos para presente. Gráfico 10 - Experiência Profissional Fonte:Dados Primários Experiência Profissional 10% 10% 28% 5% 19% 5% 23% Professora Costureira Vendedora Bancária Auxiliar de Escritório Auxiliar Administrativo Sem Experiência Ramo 24% 61% 5%5%5% Utilidade domestica Comercio de confecções Aviamento e enxoval Floricultura Artesanato
  • 44. 44 Gráfico 11 - Tempo de dedicação Fonte: Dados Primários A experiência profissional antes de tornar-se empreendedora é diversificada, sendo que as mesmas já trabalharam como professoras, costureiras, bancárias, auxiliar administrativo ou de escritório, com destaque para a profissão de vendedora no qual trabalhavam 28% delas, outro ponto que merece destaque é que 23% não tinham experiência anterior. Sendo que dentre as que tiveram experiência anterior 55% disseram trabalhar mais agora em seu próprio negócio, 36% consideram que trabalham a mesma quantidade que antes, apenas 9% disseram trabalhar menos sendo dona do seu próprio negócio. As empresas pesquisadas em sua totalidade são pequenas empresas com até três funcionários. Gráfico 12 – Número de Funcionários Fonte: Dados Primários Tempo de dedicação 55% 9% 36% mais menos igual Possui Funcionário 68% 32% sim não
  • 45. 45 A maioria das empresas (68%) tem de 1 a 3 funcionários e 32% delas não têm funcionários. Dentre as empreendedoras que têm funcionários 94% disseram tem um relacionamento muito bom com eles, apenas 6% disseram que o relacionamento é regular. Gráfico 13 - Planejamento do negócio Fonte: Dados Primários Quanto ao planejamento do negócio pode-se perceber que 41% fizeram estudos para a abertura da empresa, já 59% disseram não ter feito planejamento algum. Gráfico 14 - Dificuldades na abertura do negócio Fonte: Dados Primários A necessidade de capital foi apontada pelas empreendedoras como uma das principais dificuldades para empreender, sendo citada por 41% delas, também 41% disseram não ter tido dificuldades e 18% apontaram outras dificuldades como: tornar a empresa conhecida, entrar num mercado competitivo, falta de experiência, e ainda conquistar a confiança dos clientes. Planejamento 41% 59% sim não Dificuldades 41% 41% 18% capital nenhuma outras
  • 46. 46 Dentre aquelas que disseram ter encontrado dificuldades, 15% ainda não conseguiram superá-las, as demais buscaram soluções como: a busca de capital de terceiros, ou seja, empréstimo bancário ou de familiares, investimento em marketing e propaganda, e ainda foi apontado o apoio familiar como fator que ajudou a superar as dificuldades. Gráfico 15 – Ajuda Financeira Fonte: Dados Primários Gráfico 16 - Financiamento bancário Fonte: Dados Primários Ao iniciar um negócio, muitas mulheres buscam ajuda financeira, seja com seu companheiro ou familiares, seja com alguma instituição bancária. Entre as respondentes, 86% tiveram ajuda financeira do marido ou companheiro para abertura do negócio e apenas 14% não contou com esta ajuda. Já com relação à obtenção de financiamento junto às instituições Ajuda Financeira 86% 14% sim não Financiamento Bancário 36% 64% sim não
  • 47. 47 financeiras, constatou-se que apenas 36% recorreram a financiamento bancário, enquanto 64% utilizaram recursos próprios. Gráfico17 - Tempo de atividade da empresa. Fonte: Dados Primários Constatou-se que, das empresas pesquisadas, 41% tem mais de 7 anos de atividade, 23% tem entre 4 e 7 anos desde a sua fundação, 9% tem entre 1 e 3 anos e 27% delas são recentes tendo menos de 1 ano de atividade. Gráfico 18 - Forma societária Fonte: Dados Primários Verificou-se que 55% das empreendedoras possuem uma sócia, e todas disseram que com a divisão de responsabilidades o serviço torna-se mais leve. As demais (45%) não possuem sócias e afirmaram que não gostariam de ter. Tempo de Atividade da Empresa 27% 9% 23% 41% Meno s de 1ano 1a 3 ano s 4 a 7 ano s Acima de 7 anos Forma societária 55% 45% Sim não
  • 48. 48 Gráfico 19 – Intenção de Ampliação do negócio. Fonte: Dados Primários Quando questionadas sobre a intenção de ampliar o negócio, 59% afirmaram este ser seu objetivo, 27% disseram não ter interesse em que isso ocorra e 14% não tem isso como certo, mas acham que talvez seja interessante. Gráfico 20 - Motivações para empreender Fonte: Dados Primários Pode-se observar que 67% das respondentes foram motivadas por vontade própria, buscando realização pessoal, 15% apontaram a identificação de uma oportunidade, como motivo para abrir seu próprio negócio, para 11% delas a necessidade financeira foi fator preponderante para esta escolha, já 7% disseram que a busca do equilíbrio trabalho família, ajudou a tomarem essa decisão. Ampliação do Negócio 59% 27% 14% sim não talvez Motivações para empreender 67% 11% 15%7% Vontade Própria - Realização pessoal Necessidade Financeira Identificação de uma oportunidade Busca do equilibrio Trabalho&família
  • 49. 49 Gráfico 21 - Empreendedor na Família Fonte: Dados Primários Sobre a presença de outros empreendedores na família obteve-se o seguinte resultado - 43% delas têm alguém empreendedor na família e 57% não. Gráfico 22 - Envolvimento com a organização Fonte: Dados Primários Quanto ao tempo de dedicação diária à empresa, 64% declararam passar mais que 8 horas em função de seu trabalho, 27% dedicam 8 horas e 9% dedicam menos que 8 horas à empresa, sendo que, além da gerência, todas acumulam funções. Empreendedor na familia 43% 57% sim não Horas dedicadas a empresa 64% 27% 9% Mais que 8 h 8 h Meno s que 8 h
  • 50. 50 Quadro 07: Dificuldades encontradas na gestão da empresa Dificuldade % Falta de tempo 31% Financiamento 13% Falta de acesso as informações 18% Conciliar trabalho e família 17% Preconceito 4% Nenhuma 17% Fonte: Elaborado pelas Autoras. As principais dificuldades enfrentadas para a gestão do empreendimento, conforme demonstrado no quadro acima, fizeram parte dos assuntos abordados. 4.1.3 Caracterização pessoal e familiar Gráfico 23 – Dificuldades na vida familiar Fonte: Dados Primários Foi questionado às respondentes se o fato de ser dona da empresa, ter seu próprio negócio, deixa a vida familiar mais difícil. 81% consideraram que não, para 19% esse fator é uma dificuldade, mas com dedicação e esforço pode ser conciliado. Dificuldades na vida familiar 81% 19% não sim
  • 51. 51 Gráfico 24 – Tempo com a família Fonte: Dados Primários Foi perguntado às empreendedoras se elas conseguem estar mais tempo com sua família do que se estivessem trabalhando para outra empresa. Verificou-se que 45% delas conseguem passar mais tempo com a família de que quando trabalhavam para outra empresa, 30% ao contrário, afirmaram que passam menos tempo com a família e para 25% a quantidade de tempo continua sendo a mesma. Gráfico 25 – Funcionária na casa Fonte: Dados Primários Tempo com a Família 45% 30% 25% mais tempo menos tempo mesmo tempo Ter funcionaria em casa 36% 64% sim não
  • 52. 52 Gráfico 26 – Delegação das tarefas domésticas Fonte: Dados Primários Verificou-se que 64% das empreendedoras têm uma funcionária em casa para os afazeres domésticos e que 36% não contam com esta ajuda. Sendo que 50% consideram importante delegar as atividades domésticas a terceiros para diminuir o conflito trabalho & família, já para 45% este não é um fator relevante e 5% acreditam que isso poderia ajudar. Gráfico 27 - Flexibilidade de horários Fonte: Dados Primários Para as empreendedoras, a flexibilidade de horários, por ser dona do próprio negócio, é considerada fator que colabora com a organização das tarefas diárias, tanto familiares Delegar Tarefas 50% 45% 5% sim não às vezes Flexibilidade de horários 59% 29% 12% sim não As vezes
  • 53. 53 quanto profissionais por 59% das respondentes. 29% acham que essa flexibilidade piora a organização e para 12% delas pode colaborar. Gráfico 28 - Problema Trabalho & Família Fonte: Dados Primários Quanto a ter problemas familiares em relação ao trabalho, 54% das respondentes afirmaram que nunca levam problemas de casa para o trabalho ou vice-versa, 41% disseram que isso acontece de vez em quando e 5% admitiram fazer isso sempre. Foi questionado ainda se existe incompatibilidade entre o trabalho e a família. 85% afirmaram que não existe incompatibilidade e 15% afirmaram que sim e atribuíram essa incompatibilidade à alta carga horária do trabalho, à incompreensão e a pouca cooperação familiar. Gráfico 29 - Problemas de saúde Fonte: Dados Primários Problema Trabalho & Família 5% 54% 41% Sempre As vezes Nunca Problemas de saúde 9% 91% sim não
  • 54. 54 Gráfico 30 – Estresse Fonte: Dados Primários O aspecto saúde foi averiguado na pesquisa e pode-se perceber que 91% das empreendedoras nunca tiveram problemas de saúde relacionados ao atual trabalho, somente 9% afirmaram que o atual trabalho foi o motivo para problemas de saúde. Do total de respondentes 9% disseram que sempre estão estressadas, 86% sentem-se dessa forma às vezes e apenas 5% nunca se sentem estressadas no trabalho diário. “O lazer é uma importante fonte de relaxamento e deveria ser preservado para aliviar as sobrecargas de trabalho das empreendedoras” (MENEGUIN, 2006, p.34). Gráfico 31 – Lazer Fonte: Dados Primários Estresse 9% 86% 5% sim não às vezes Lazer 14% 24%62% muito pouco regular
  • 55. 55 Gráfico 32 – Momentos Livres Fonte: Dados Primários Quanto ao lazer, 62% afirmaram ter poucos momentos de lazer, para 24% o lazer é regular, e 14% disseram ter muitos momentos de lazer. Nos momentos livres, 81% preferem ficar com a família, 14% gostam de passear e 5% praticam atividades físicas. Gráfico 33 - Preconceito ou dificuldade Fonte: Dados Primários Quanto a este aspecto 9% das respondentes afirmaram já terem sofrido preconceito ou dificuldade por ser mulher, dona de seu próprio negócio, enquanto que para 91% delas este nunca foi um problema. Outro assunto abordado foram os aspectos positivos e negativos de ser empreendedora. Conforme demonstrado no quadro abaixo. Momentos livres 81% 14% 5% ficar com a família praticar atidades físicas passear Preconceito 9% 91% sim não
  • 56. 56 Quadro 08 – Aspectos positivos e negativos de ser empreendedora Aspectos Positivos Aspectos Negativos Flexibilidade de horários 20% Inadimplência 50% Independência financeira 20% Aumento da responsabilidade 30% Sonho realizado 20% Aumento nos riscos 10% Conhecimento 10% Recursos escassos 10% Realização pessoal 10% Ver a satisfação dos clientes 10% Não ter patrão 10% Fonte: Elaborado pelas Autoras Pontos importantes apresentados pelas respondentes para a melhoria de seu desempenho como empreendedoras: a) Conhecer mais pessoas do ramo em que atuam; b) Comprometimento; c) Estudar e melhorar o desempenho; d) Mais linhas de crédito; e) Mais informações; f) Mais tempo para um melhor atendimento aos clientes. Quadro 09 – Grau de Satisfação, Orgulho e Flexibilidade. Muito Regular Pouco Sente-se orgulhosa de ter seu próprio negócio? 95% 5% - Está satisfeita (feliz) com o andamento da empresa? 77% 23% - Têm flexibilidade de horário para resolver problemas pessoais? 36% 41% 23% Fonte: Elaborado pelas Autoras No quadro acima, o destaque é para o orgulho que as empreendedoras sentem em ter seu próprio negócio, 95%. Elas também se sentem felizes com o andamento da empresa: 77%. Quanto à flexibilidade em termos de horário para resolver problemas pessoais, 41%
  • 57. 57 Perfil empreendedor 68% 32% 121 à 150 91 à 120 consideram esse tempo regular, 36% afirmam ter muito tempo para estas questões e 23% disseram que este tempo é pouco. 4.1.4 Perfil empreendedor Para este segundo passo da pesquisa, foi utilizado um questionário adaptado de Dornelas (2008 apud Damasceno, 2010), o qual procura avaliar diversas características que fazem parte do perfil empreendedor das respondentes. Nele, as mesmas puderam auto avaliar suas características empreendedoras segundo o seu comprometimento e determinação, obsessão pelas oportunidades, tolerância ao risco, ambiguidade e incertezas, criatividade, autoconfiança e habilidade de adaptação, motivação e superação e finalmente com a liderança. No total, são avaliadas seis características consideradas essenciais em um empreendedor. O questionário é composto por 30 questões fechadas, onde cada respondente atribui conceitos (insuficiente, fraco, regular, bom, excelente) para cada característica. Para a análise dos dados foram considerados pontuação de 1 a 5 para cada um dos conceitos, sendo insuficiente (1), fraco (2), regular (3), bom (4), excelente (5). A pontuação obtida a partir da soma das questões, e foi dividida em quatro partes: de 120 a 150 pontos, 90 a 119 pontos, 60 a 89 pontos e menos de 59 pontos. Sendo que quanto maior a pontuação, mais características empreendedoras fazem parte do perfil da respondente. Gráfico 34 - Perfil Empreendedor Fonte: Dados Primários Dessa forma, observamos através do gráfico que 68% das respondentes obtiveram pontuação entre 120 a 150 pontos, 32% alcançaram de 91 a 119 pontos. Nenhuma das
  • 58. 58 respondentes obteve pontuação inferior a 90 pontos, quatro questionários foram devolvidos sem resposta. Tabela 2 – Perfil Empreendedor Intervalos Pontuação obtida Quantidade de respondentes por intervalo/ Percentual 90 a 119 96 6 32% 109 112 118 118 120 a 150 120 13 68% 124 125 127 128 128 130 132 136 137 138 142 148 149 Fonte: Elaborado pelas Autoras Para a análise dos dados da tabela 2 foram somadas as pontuações atribuídas as questões do questionário adaptado de Dornelas(2008) onde são considerados pontuação de 1 a 5 para cada um dos conceitos, sendo insuficiente (1), fraco (2), regular (3), bom (4), excelente (5). A pontuação obtida a partir da soma das questões, e foi dividida em quatro partes: de 120 a 150 pontos, 90 a 119 pontos, 60 a 89 pontos e menos de 59 pontos. Ao final do teste, na análise de desempenho dos dados é feita a avaliação de acordo com a soma das notas: a) 120 a 150 pontos: provavelmente já é um empreendedor, possui as características comuns aos empreendedores e tem tudo para se diferenciar em uma organização. b) 90 a 119 pontos: possui muitas características empreendedoras e às vezes se comporta como um, porém pode melhorar ainda mais se equilibrar os pontos ainda fracos com os pontos já fortes.
  • 59. 59 c) 60 a 89 pontos: ainda não é muito empreendedor e provavelmente se comporta, na maior parte do tempo, como um administrador e não um “fazedor”. Para se diferenciar e começar a praticar atitudes empreendedoras deve analisar os principais pontos fracos e definir estratégias pessoais para eliminá-los. d) Menos de 59 pontos: não é empreendedor e se continuar a agir como age dificilmente será um. Isto não significa que não tem qualidades, apenas que prefere seguir a ser seguido. Para ser reconhecido como empreendedor, deve reavaliar a carreira e os objetivos pessoais, bem como as ações para concretizar tais objetivos. De acordo com a somatória das respondentes 68% delas podem ser consideradas empreendedoras, pois segundo Dornelas (2008 apud DAMASCENO, 2010) a pontuação entre 120 e 150 pontos corresponde a alguém que possui características comuns aos empreendedores. Compreende-se que a pessoa já é um empreendedor e possui características como tal. Já 32% delas obtiveram pontuação entre 91 e 119 pontos, podendo então se considerar empreendedora, porém ainda podem melhorar principalmente equilibrando os pontos fracos com os fortes. De acordo com o citado anteriormente, neste passo do questionário puderam ser avaliadas seis características empreendedoras das respondentes conforme o seu comprometimento e determinação, obsessão pelas oportunidades, tolerância ao risco, ambiguidade e incertezas, criatividade, autoconfiança e habilidade de adaptação, motivação e superação e finalmente com a liderança. O quadro 10 mostra o resultado obtido na pesquisa. Quadro 10 - Perfil Empreendedor Características % Exce- lente % Bom % Regular % Fraco % Insufi- ciente Comprometimento e Determinação 1 – Proatividade na tomada de decisão. 9 67 2 – Tenacidade, obstinação. 14 55 3 – Disciplina, dedicação. 50 23 4 – Persistência em resolver problemas. 45 27 5 – Disposição ao sacrifício para atingir metas. 41 23 6 – Imersão total nas atividades que desenvolve. 41 32 Obsessão pelas Oportunidades 7 – Procura ter conhecimento profundo das necessidades dos clientes. 32 36
  • 60. 60 8 – É dirigida pelo mercado (Market driven). 27 23 23 9 – Obsessão em criar valores e satisfazer aos clientes. 36 32 Tolerância ao risco, ambiguidade e incertezas. 10 – Toma riscos calculados (analisa tudo antes de agir) 27 41 11 – Procura minimizar os riscos. 23 45 12 – Tolerância às incertezas e falta de estrutura. 32 27 13 – Tolerância ao estresse e conflitos. 36 27 14 – Hábil em resolver problemas e integrar soluções. 27 36 Criatividade, autoconfiança e habilidade de adaptação 15 – Não convencional cabeça aberta pensadora. 45 32 16 – Não se conforma com status quo. 18 50 17 – Hábil a se adaptar á novas situações. 36 27 18 – Não tem medo de falhar. 54 18 19 – Hábil em definir conceitos e detalhar ideias. 27 54 Motivação e Superação 20 – orientação a metas e resultados. 22 36 23 21 – Dirigida pela necessidade de crescer melhores resultados. 27 41 22 – Não se preocupa com status e poder. 27 36 13 23 – Autoconfiança. 41 32 24 – Ciente de suas fraquezas e forças. 41 32 25 – Tem senso de humor e procura estar animada. 45 36 Liderança 26 – Tem iniciativa. 54 27 27 – Poder de autocontrole. 27 41 28 – Transmite integridade e confiabilidade. 36 36 29 – É paciente e sabe ouvir. 50 18 30 – Sabe construir times e trabalhar em equipe. 32 32 Fonte: Adaptado de Dornelas (2008 apud Damasceno, 2010)
  • 61. 61 O quadro a seguir destaca as perguntas de maior expressividade do total das trinta questões elaboradas, quanto ao desempenho das respondentes. Quadro 11 – Perfil Empreendedor – Expressividade das respostas individuais Características Perguntas Excelente Bom Comprometimento e determinação Proatividade na tomada de decisão. 67 % Tenacidade, obstinação 55 % Disciplina, dedicação. 50 % Obsessão pelas Oportunidades Obsessão em criar valores e satisfazer aos clientes 36 % Procura ter conhecimento profundo das necessidades dos clientes. 36 % Tolerância ao risco, ambiguidade e incertezas. Procura minimizar os riscos 45 % Hábil em resolver problemas e integrar soluções 36% Criatividade, autoconfiança e habilidade de adaptação. Não tem medo de falhar 55 % Não se conforma com status quo 50 % Motivação e Superação Autoconfiança. 41 % Ciente de suas fraquezas e forças. 41 % Tem senso de humor e procura estar animada. 45 % Liderança Tem iniciativa. 54 % É paciente e sabe ouvir 50 % Fonte: Elaborado pelas Autoras Conforme o quadro acima observou-se características comuns às respondentes como: a) Proatividade; b) Obstinação;
  • 62. 62 c) Disciplina; d) Dedicação; e) Comprometimento; f) Valorização dos clientes; g) Habilidade para solucionar problemas; h) Autoconfiança; i) Iniciativa; j) Determinação.
  • 63. 63 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com o relatado anteriormente na fundamentação teórica, foi visto que o empreendedorismo vem ganhando espaço e importância nos dias de hoje, tornando-se um importante meio de fomentar a economia dos países. Com esse trabalho, pode-se perceber que cada vez mais as mulheres optam por saírem de suas casas em busca de empregos e oportunidades de negócios. Desse modo, o empreendedorismo se apresenta como opção de carreira para as mulheres. A mulher empreendedora tem desempenhado importante papel socioeconômico, “vem para o mundo dos negócios sem os paradigmas dos homens e, portanto, com melhores chances de criar novos empreendimentos, novos produtos e serviços, novos métodos de trabalho, novas abordagens comerciais” (TRANJAN, 2002, p.20, apud MENEGUIN, 2006, p.12). Este trabalho se desenvolveu com intuito de analisar as competências empreendedoras das mulheres empresárias do comércio varejista de Cruzeiro do Oeste. Competência pode ser concebida como característica que engloba diferentes traços de personalidade, habilidades e conhecimento, influenciados pela experiência, capacitação, educação, história familiar e aspectos demográficos peculiares à pessoa (Kets De Vries, 1996; Man & Lau, 2000). Constatou-se que as mulheres pesquisadas possuem grande capacidade empreendedora, são otimistas, criativas, procuram inovar e acima de tudo sentem orgulho do próprio trabalho. Também foi constatado que o desejo de crescer está presente na maioria das respondentes, almejando sucesso maior que o atual. Além disso, pode levar a reflexões importantes sobre a relação da mulher com o trabalho e a família. Este trabalho estabeleceu cinco objetivos específicos, os dados obtidos através da pesquisa foram muito importantes para que se pudessem obter respostas a todos estes objetivos. Dolabela (2009 apud BOSQUETI, 2011) destaca como principais características do perfil do empreendedor a iniciativa, a autoconfiança, a autonomia, o otimismo e a necessidade de realização. O primeiro objetivo específico foi conhecer as principais características empreendedoras das mulheres empresárias do comércio varejista de Cruzeiro do Oeste. De acordo com os dados pesquisados foram identificadas como principais características dessas
  • 64. 64 mulheres a determinação, a coragem, o otimismo, o amor e o orgulho em relação ao que fazem. O segundo objetivo específico seria identificar o perfil pessoal e profissional destas gestoras. Pode-se perceber que são mulheres de idades variadas, com menos de 30 anos indo até os 60 anos. A maioria cursou o Ensino Médio e algumas o Ensino Superior, sendo que a maior parte delas pretende continuar os estudos. A dedicação é outra característica marcante, pois a maioria trabalha na empresa mais que oito horas por dia, chegando a trabalhar até catorze horas diárias. O terceiro objetivo específico proposto foi constatar as dificuldades por elas enfrentadas e, de acordo com a análise dos resultados, constatou-se que a principal dificuldade é a necessidade de capital, além de outras como: tornar a empresa conhecida, entrar num mercado competitivo, falta de experiência por parte de algumas, conquistar a confiança dos clientes. Mesmo diante das dificuldades, todas mostraram otimismo em relação a vencer os obstáculos. Silveira (2008) destaca que, entre os elementos de maiores dificuldades para o empreendedorismo, estão a falta de financiamento e a burocracia. Embora o empreendedorismo seja muitas vezes extenuante ele traz algumas compensações como: retorno financeiro, satisfação em se tomar decisões próprias e satisfação pessoal em poder ver os frutos colhidos depois de muito trabalho e dedicação (MENEGUIM, 2006). O quarto objetivo específico elencado foi caracterizar o empreendedorismo feminino no comércio varejista de Cruzeiro do Oeste. Assim, percebeu-se que a maioria está no ramo de comércio de confecções. Outro segmento com grande quantidade de empreendedoras é o de utilidades domésticas, tendo ainda representantes nos ramos de aviamento e enxoval, floricultura e artigos para presente. Grande parte destas empresas geridas por mulheres está em atividades há mais de sete anos, já consolidadas no comércio da cidade. Outro fator, não menos importante, é o crescimento percebido no último ano, pois mais de um quarto dessas organizações tem menos de um ano de existência. Há que se destacar, também, que a maioria tem intenção de expandir os negócios. O quinto e último objetivo específico constituiu-se em apresentar quais são os fatores que impulsionam essas mulheres a abrirem seus próprios negócios. Foi identificado que a realização pessoal foi o principal fator que as levaram a empreender. Foi percebido que algumas empreenderam por necessidade e outras por oportunidade. A maioria não fez planejamento, empreenderam a partir de experiência anterior ou da experiência de algum familiar. De acordo com Dornelas (2008) geralmente os pequenos empreendimentos são iniciados sem planejamento e sem o devido comprometimento, não tendo em vista uma
  • 65. 65 perspectiva de futuro. O empreendedor é espontâneo, muitas vezes deixando com que o entusiasmo supere a racionalidade. De acordo com o referencial teórico, através dos dados analisados, pode-se avaliar que maioria das mulheres deste estudo pode ser considerada empreendedora de fato e algumas que possuem muitas características empreendedoras, precisam melhorar alguns aos pontos para serem consideradas empreendedoras de fato. Acredita-se que os resultados do estudo tenham contribuído para a produção de conhecimento sobre empreendedorismo feminino relevantes, tanto para os alunos do curso de administração como para as futuras empreendedoras. Espera-se ter colaborado para aumentar o entendimento sobre o tema estudado, uma vez que os resultados poderão servir para o desenvolvimento de novos estudos. Sugerem-se futuras pesquisas que englobem empreendedoras de outros seguimentos no Município, não apenas do comércio varejista, ou ainda estudos comparativos entre os resultados dessa pesquisa com as competências empreendedoras de mulheres de outros Municípios da região.
  • 66. 66 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Mário de Souza. Projeto de estágio. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC, 2011. 84p. ANDREOLI, T. P.;BORGES, W. A. Empreendedorismo Feminino: Uma Análise do Perfil Empreendedor e das Dificuldades Enfrentadas por Mulheres Detentoras de um Pequeno Negócio. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/informe-se/producao- academica/empreendedorismo-feminino-uma-analise-do-perfil-empreendedor-e-das- dificuldades-enfrentadas-por-mulheres-detentoras-de-um-pequeno-negocio/410/> Acesso em 23 de setembro de 2011. ANJOS, Philippe dos. O Cenário do Empreendedorismo no Brasil em 2010. Novos Negócios – Maio 11, 2011 Disponível em: <http://queroempreender.com.br/?p=286> Acesso em 29 de outubro de 2011. BOSQUETTI, Marcos Abílio. Cultura empreendedora e criativa. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC, 2011. BUENO, A. M., LEITE, M. L. G., PILATTI, L. A. Empreendedorismo e comportamento empreendedor: como transformar gestores em profissionais empreendedores. XXIV Encontro nac. de Eng. De Produção – Florianópolis, SC, 2004. Disponível em : https://www.instituto claro.org.br/link.php?url=http://www.ppgep.pg.cefetpr.br/ppgep/Ebook/ARTIGOS/14.pdf . Acesso em 20 de Novembro de 2011. CASTRO, Cláudio de Moura. A pratica da pesquisa. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1976. CASSOTI, L. O que é a Pesquisa do Consumidor? Reflexões Geradas a Partir de um Problema Prático. XXIII EnANPAD. Anais... 1999. Foz do Iguaçú. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO. CRAMER, Luciana. Representações Femininas da Ação Empreendedora: Uma Análise da Trajetória das Mulheres no Mundo dos Negócios. Londrina/PR Anais do II Egepe, p. 46-59, novembro/2001. Disponível em: <http://www.egepe.com.br/geral/arquivos/edicoes Anteriores/IIEGEPE2001/EMP2001-10.pdf> Acesso em 19 de setembro de 2011. DAMASCENO, Luiza Débora Jucá. Empreendedorismo feminino: um estudo das mulheres empreendedoras com modelo proposto por Dornelas. FACULDADE 7 DE SETEMBRO – FA7 - Fortaleza – 2010 http://www.fa7.com.br/recursos/imagens/File/administracao/ic/vi_encontro/LUIZA_DEBOR A_JUCA_DAMASCENO_EMPREENDEDORISMO_FEMININO.pdf Acesso em 19 de setembro de 2011. DOLABELA, F. O segredo de Luísa. Rio de Janeiro: Sextante, 2008. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo corporativo: como ser empreendedor, inovar e se diferenciar em organizações estabelecidas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
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