A República Oligárquica foi marcada pelo domínio de oligarquias agrárias de São Paulo e Minas Gerais no governo central, conhecida como "Política do Café com Leite". Os grandes proprietários rurais, os "coroneis", controlavam o processo político por meio de fraudes, clientelismo e voto de cabresto. A economia dependia das exportações de café, que enfrentaram crises de superprodução.
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República oligárquica e a política do café com
1. República Oligárquica e a Política do
Café com Leite
(1894-1930)
Predomínio das oligarquias agrárias no
governo central, especialmente políticos de São
Paulo (grande produtor de café) e Minas Gerais
(grande produtor de leite).
Fase marcada pela influência de grandes
fazendeiros, muitos conhecidos como “coronéis”,
no processo eleitoral e político.
Inicia-se com o governo de Prudente de
Morais, fazendeiro e político republicano do
interior de São Paulo, fundador do Partido
Republicano Paulista (PRP).
2. Características do período oligárquico:
Voto aberto, apenas homens maiores de 21 anos;
Fraudes eleitorais - falsificação de documentos
para menores e analfabetos votarem, inscrição de
falecidos como eleitores, violação e adulteração
nas urnas. A contagem errônea de votos pela
Comissão Verificadora para que o adversário não
assumisse o cargo ficou conhecida como degola;
Coronelismo: práticas de mando e dominação
por grandes proprietários rurais, chamados
comumente de “coronéis”. O título de coronel era
dado aos fazendeiros nos postos de comando da
Guarda Nacional, daí esse titulo passou a ser
atribuído então aos grandes proprietários de
terras na Primeira República.
3. Sociedade predominantemente rural, dedicavam-se
a atividade agrícola, trabalhavam em fazendas, a
remuneração era miserável, dependiam de favores
dos patrões, como empréstimos em dinheiro, o que
era uma forma dos coronéis mantê-los sob seu
controle.
Clientelismo: prática dos coronéis de premiar com
favores públicos como empregos e cargos em
prefeituras, delegacias, escolas, entre outros lugares,
as pessoas na cidade que lhes demonstravam
fidelidade política, uma “troca de favores”, o poder
dos coronéis ultrapassavam os limites da fazenda.
Voto de cabresto: voto aberto sob pressão, imposto
pelos coronéis. Devido a troca de favores, coronéis
exigiam que os eleitores votassem nos seus
candidatos e aquele que negasse estava sujeito à
violência dos seus jagunços e capangas.
4. Clientelismo ao nível estadual – Assim era “a troca
de favores”, o coronel mais influente estabelecia
alianças com outros coronéis para eleger o
governador do estado, que depois de eleito, este
retribuía o apoio com verbas e favores para seus
correligionários.
Com essas alianças na base da troca de favores,
da dependência e da corrupção, o poder político
tendia a permanecer nas mãos de um mesmo
grupo em sucessivas eleições, que passava o poder
para parente ou correligionário. Assim, o
coronelismo desempenhou importante papel pelo
país nessa rede de poder montada pelas
oligarquias agrárias. Em MG, SP e RS a força do
coronelismo relativizou-se em outras formas de
poder: o partido político.
5. Política dos governadores – O segundo
presidente da república oligárquica Campos Sales,
político e fazendeiro, foi um dos principais
articuladores do sistema de alianças que se
formou durante sua gestão e de seus sucessores:
a chamada política dos governadores, aliança
que visava assegurar a estabilidade política
através também da troca de favores, em plano
federal, entre governo federal e governos
estaduais.
Assim por meio de alianças e fraudes, as
oligarquias se mantiveram no poder durante a
maior parte da Primeira República.
PRESIDENTE
GOVERNADORES
CORONÉIS
6. Política do café com leite - São Paulo e Minas Gerais
lideraram a política dos governadores em torno de dois
partidos: o Partido Republicano Paulista e o Partido
Republicano Mineiro. São Paulo era o primeiro estado
em produção de café e Minas gerais em produção de
leite, a aliança entre os partidos PRP e PRM ficou
conhecida como política do café com leite, que juntos
ditaram o rumos da política brasileira por muitos anos.
A vida econômica no período oligárquico
Café: líder nas exportações - A produção agrícola
brasileira destinada a exportação: como o açúcar,
algodão, borracha e cacau sofreu concorrência de outros
países, assim a produção se concentrou apenas no café
que gerou muito lucro, porém foi produzido além da
demanda, resultando numa crise de superprodução, a
produção ultrapassou a capacidade de consumo ficando
a oferta do café maior que a procura.
7. Convênio de Taubaté – Reuniu-se na cidade paulista de
Taubaté representantes do setor cafeeiro para
encontrar solução para crise de superprodução do café
que gerou a queda do preço e estoque imenso do
produto. Os governos de SP, MG e RJ selaram acordo
pela valorização do café: o governo comprou o
excedente do produto com ajuda de empréstimos do
exterior, assim o preço do produto não caiu e os
cafeicultores não tiveram prejuízos. Porém, o estoque
do governo só aumentava e sem oportunidade de
vendê-lo, a dívida com bancos estrangeiros aumentava
e a população era quem arcava com os prejuízos.
Açúcar – Com ascensão do café, a concorrência, a
produção e tarifas preferenciais do açúcar em Cuba e
Porto Rico para os Estados Unidos, um dos principais
compradores deste produto, o açúcar passou a ser
destinado ao mercado interno.
8. Algodão – Em declínio, destinou-se ao mercado
interno, devido a concorrência da produção dos
Estados Unidos que possuía melhor qualidade e uma
distancia menor da Europa.
Cacau – Cultivado no sul da Bahia, o cacau teve
destino parecido ao da borracha no mercado
externo. A produção cresceu pelo aumento de
consumo de chocolates na Europa e Estados Unidos,
porém os ingleses investiram na produção de cacau
na região africana de seu domínio da Costa do Ouro,
que hoje pertence a Gana, fazendo declinar a
produção do cacau brasileiro.
9. Borracha: glória e declínio – Produzida a partir do
látex, extraído das seringueiras da Amazônia, servia de
matéria-prima para fabricação de pneus, de bicicletas,
automóveis. O Brasil passou a suprir quase toda a
demanda mundial de borracha. A borracha também
proporcionou o desenvolvimento socioeconômico e
estrutural de Manaus, um dos exemplos é o Teatro
Amazonas, em 1896. E em 1903, o atual estado do Acre
foi incorporado ao território brasileiro que pertencia à
Bolívia, e com o auge da borracha o governo negociou
a incorporação dessa área ao Brasil.
Paralelamente, a produção tornou-se insuficiente para
atender a demanda devido a dificuldade de acesso pela
mata, e países da Europa investiram no cultivo em suas
colônias na Malásia, Indonésia superando a produção
brasileira. Somente na Segunda Guerra o Brasil teve
uma breve exportação.
10. Imigração – Mais de 3,5 milhões de estrangeiros, entre
italianos, portugueses e espanhóis e em menores
percentuais, alemães, japoneses, sírio-libaneses, russos
lituanos e austríacos, entre outros, chegaram ao Brasil
seduzidos por incentivos e anúncios de prosperidade,
trabalho e melhores condições de vida, que o governo
divulgava. São Paulo foi o estado que mais recebeu
imigrantes, devido oferta de trabalho pelo expansão do
café.
Avanço Industrial – A industrialização se deu em
grande parte, à expansão do café e sua superprodução,
pois levaram muitos cafeicultores a aplicar na industria
parte de seus lucros. Trabalhadores deixaram o campo
em busca de novas oportunidades. A industria nacional
dedicou-se à fabricação de tecidos de algodão,
calçados, móveis, material de construção e alimentos.
11. Movimento operário - Operários e grupos médios
urbanos passaram a exigir direito de participar nas
decisões políticos e econômicas do país. Com
condições de trabalho desfavoráveis, jornadas longas
de trabalho, baixos salários, os operários começaram
se unir e reivindicar por direitos trabalhistas e sociais.
Influenciados ideologicamente pelo anarquismo,
defendiam a greve como principal instrumento de luta.
Greve de 1917 – Em julho de 1917, acontece a
primeira greve geral da história do país. Operários
descontentes com as condições de trabalho
confrontavam com a polícia, em um dos conflitos, um
sapateiro anarquista morreu baleado, ampliando a
greve e paralisando fábricas da cidade de São Paulo e
regiões. O governo e os industriais resolveram negociar
prometendo melhores salários e condições de
trabalho, o que não foi cumprido à risca.
12. Repressão policial – Em 1922, líderes operários
fundaram o Partido Comunista do Brasil (PCB)
inspirado na vitória dos comunistas na Revolução
Russa de 1917. O partido foi considerado ilegal
pelas autoridades judiciárias, mas continuou a
existir clandestinamente. A luta operária também
se manteve atuante, mas para o governo não
passavam de baderna, empresários e políticos
tratavam a questão por meio da repressão
policial.