2. O que é Indústria Cultural?
É um conceito criado por Theodor
Adorno e Max Horkheimer para referir-
se à capacidade da economia
capitalista para produzir bens culturais
como mercadoria em massa (larga
escala/fordismo).
Origem do
conceito
Aparece no livro
“Dialética do
Esclarecimento”,
publicado em
1947, na
Alemanha.
Estudo faz parte de grupo de
pensadores alemães,
conhecido como “Escola de
Frankfurt” ou “Teoria Crítica”
Além de Adorno e
Horkheimer também estão
presentes Walter Benjamin e
Herbert Marcuse
3. Contexto histórico-social
CAPITALISMO
&
INDUSTRIALIZAÇÃO
Produção em
larga escala
Processo
contínuo de
valorização de:
• Recursos
humanos e
naturais
• Bens materiais
• Elementos
simbólicos
Ideologia e consumo de massa
Apropriação e
redefinição da
arte
Adorno
Horkheimer
Primeiras décadas do séc. XX
4. Sociedade de
consumo Arte Indústria Cultural
rádio
TV
cinema
música
Consequências:
Cultura
erudita perde
o rigor
Cultura popular
perde a
espontaneidade
1
Uniformização do sujeito e
manipulação de sua autonomia
+ alienação
+ despolitização
Arte sem
“magia”,
mas, pelo
menos, saiu
dos
“palácios”
2
3
Pessoas que
vestem as mesmas
roupas, usam os
mesmos sapatos,
ouvem as mesmas
músicas, assistem
aos mesmos filmes
Sair desta
lógica te torna
um outsider
5. Na era da indústria cultural o indivíduo já não decide autonomamente: o
conflito entre impulsos e consciência se resolve com a adesão acrítica
aos valores impostos:
“O que antes os filósofos chamavam de vida foi reduzido à
esfera do privado e logo do puro e simples consumo, que já
não é mais do que um apêndice do processo material de
produção econômica, sem autonomia e substâncias próprias”
(Adorno, 1951).
O ser humano está nas mãos de uma
sociedade que lhe manipula e ilude: “o
consumidor não é soberano, como a
indústria cultural desejaria fazê-lo crer,
não é seu sujeito e sim seu objeto”
(Adorno, 1957)
6. Fundamentos e aspectos da Indústria Cultural
O mercado captura a arte e
os bens simbólicos para
geração de capital. Isto é, o
objetivo principal é o lucro
É preciso ter o maior número possível de consumidores
ESTRATÉGIA
-> Criar ilusão da diversidade
No fundo são os mesmos produtos embalados de maneira diferente para públicos
distintos
O importante não é o que está dentro do produto,
mas como ele é vendido para o consumidor
Ex. Gêneros fílmicos diferentes, mas a estrutura narrativa é a mesma
Problema; complicação; conflito; crise; clímax; resolução
Surpresa faz parte do esquema
Repetição satisfaz
um desejo de
previsibilidade
Música aumenta a
tensão, a emoção
Causar efeito
desejado: choro,
riso, tensão
O final gera conforto e felicidade
• Roupas
• Carros
• Músicas
• Filmes
Mensagem é a de que você vai passar dificuldades,
porém, no final, tudo vai dar certo.ilusão
E a impressão de
assistir sempre o
mesmo filme é
recorrente para quem
se propõe a pensar
7. Fundamentos e aspectos da Indústria Cultural
Todos somos consumidores
e ao mesmo tempo todos
somos produtos
Televisão
Redes sociais
Publicidade e propaganda
Onde as informações sobre você
são vendidas às empresas que
compram anúncios
É o horário
comercial que
financia a TV. A
emissora vende
horários
específicos para
atingir um
determinado
público-alvo
Imagens de beleza,
sensualidade e diversão
são transmitidas e
vinculadas aos
produtos
8. Fundamentos e aspectos da Indústria Cultural
A indústria cultural
prescinde o expectador da
reflexão
Quanto menos esforço para a reflexão, melhor
Tudo é passado de forma rápida para que não dê tempo de
refletir ou divagar – o fluxo é constante
“Consumidores que pensam demais não compram”
O produto da
indústria cultural
não deve aborrecer
Se o filme não divertiu, não presta
Apresenta-se um ideal de vida inalcançável e distante da realidade
Não deve levar o
indivíduo a
contestar sua
situação, mas
aceitá-la
Obras de arte clássica geram
incômodo, abalam conceitos e
apresentam alternativas
perigosas (a Indústria Cultural
não quer fuga da normalidade)
9. Fundamentos e aspectos da Indústria Cultural
Entrega-se aos produtos da
indústria cultural para
“fugir” da realidade
Trabalha-se
40h por
semana e vai
ao cinema
para relaxar,
divertir. O
expectador
não quer
esforço ou
desconforto.
Busca
refúgio na
diversão
Fuga de
uma vida
tediosa,
monótona
e
opressiva
do
trabalho
cansativo
Fuga ou
aceitação?
Não posso
fazer nada
sobre a
minha vida,
logo,
assisto
Tento me reconhecer no herói da
obra/catarse
A alienação
através do
consumo é
uma
escolha do
próprio
expectador
10. A indústria cultural vende cultura. Para vendê-la,
deve seduzir e agradar o consumidor. Para seduzi-
lo e agradá-lo, não pode chocá-lo, provocá-lo,
fazê-lo pensar, fazê-lo ter informações novas que
perturbem, mas deve devolver-lhe, com nova
aparência, o que ele sabe, já viu, já fez. A ‘média’
é o senso-comum cristalizado que a indústria
cultural devolve com cara de coisa nova [...].
Dessa maneira, um conjunto de programas e
publicações que poderiam ter verdadeiro
significado cultural tornam-se o contrário da
Cultura e de sua democratização, pois se dirigem
a um público transformado em massa inculta,
infantil, desinformada e passiva.
CHAUÍ, Marilena. Filosofia. 7. ed. São Paulo: Ática, 2000, p. 330-333.
11. Ernesto “Che” Guevara,
revolucionário e símbolo do
anticapitalismo
Sobre a frase anterior,
há controvérsias
atualmente
Sobre cooptação da Indústria CulturalESTRATÉGIA
12. Lançamento do Novo Uno, 2011
No anúncio publicitário da TV dizia-se que agora existia
um carro para cada individualidade. Conclui-se que
existem apenas cinco individualidades
A ilusão da diversidade
13. Kurt Cobain, músico, principal representante da
estética grunge, crítico da sociedade de consumo
14. Se é o objeto é marginal e consegue se destacar, será
assimilado pela indústria cultural
Há dois caminhos para o marginal e o diferente: ou é erradicado ou é digerido
O grunge voltou!
15. “Hoje, a indústria cultural assumiu a herança civilizatória da democracia de
pioneiros e empresários, que tampouco desenvolvera uma fineza de
sentido para os desvios espirituais. Todos são livres para dançar e para se
divertir do mesmo modo que, desde a neutralização histórica da religião,
são livres para entrar em qualquer uma das inúmeras seitas. Mas a
liberdade de escolha da ideologia, que reflete sempre a coerção
econômica, revela-se em todos os setores como a liberdade de escolher o
que é sempre a mesma coisa”.
ADORNO, T; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de
Janeiro; Zahar, 1985.
A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo com a análise
do texto, é um(a)
a) legado social.
b) patrimônio politico.
c) produto da moralidade.
d) conquista da humanidade.
e) ilusão da contemporaneidade.
ENEM/2016