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Docente: Marco Andrey Cipriani Frade
Diagnóstico Clínico e
Classificação
Hanseníase na Atenção Básica
Mycobacterium Leprae
• 1.5 a 8 X 0,2 a 0,5 micra;
• Cora-se pela fucsina ácida e não se descora pela solução de HCl em álcool (BAAR);
• Granulações de Lutz-Unna (envelhecimento natural do bacilo, ação da medicação);
• Forma globias;
• Viável no meio ambiente por 36h a 9 dias (36,7° C e 77,6% umidade);
Etiologia - Microbiologia
Talhari S, 1995
Colstan MJ 2001; Eiglmeier K, 2001
M Leprae M Tuberculosis
Tamanho do
genoma (PB)
3 268 203 4 411 532
Proteínas que
codificam gens
1 604 3 959
Pseudogens 1 116 6
Gens que codificam
lipoproteínas
31 100
Etiologia - Microbiologia
• Baciloscopia de esfregaço intradérmico positiva
(OMS)
Doença causada pelo M. Leprae que acomete nervos e pele, cujo
diagnóstico se baseia na presença de um ou mais dos seguintes
sinais cardinais abaixo e que necessita de tratamento
poliquimioterápico:
• Lesões OU áreas da pele com alteração de sensibilidade ou
• Espessamento neural com alteração de sensibilidade e/ou
motora e/ou autonômica
Conceito
Conceito
Diagnóstico Essencialmente Clínico
Indeterminada Tuberculóide Dimorfa Virchowiana
Transmissão
Período de incubação variável: 3 a 5 anos
Comunicantes
Saudáveis
Bacilos
Classificação, Evolução e Reações
T
Paciente
I
D V
IL-2,
IFN-
IL-4,
IL-10
Resposta Imune
mediada por células
Mitsuda Positivo
Lesões eritematosas
e infiltradas
Tubérculos
Resposta Imune
mediada por
anticorpos
Anti-PGL1 positivo
Infiltração cutânea
por anticorpos
Nódulos
M. leprae no tecido
Reação Reversa
ENH
Madri, 1940
As manifestações cutâneas são expressões clínicas da resposta imunológica do hospedeiro
ao bacilo.
• Mancha hipocrômica hipo e/ou anestésica
• Geralmente única e pequena
Classificação Hanseníase Indeterminada
Classificação Hanseníase Indeterminada
• Histopatologia: Na maioria das vezes o
laudo será inespecífico, o que não deve
invalidar o diagnóstico clínico firmado pela
alteração de sensibilidade.
• Teste da função sudoral: alterado
• Teste de histamina: incompleto
• Baciloscopia: negativa
• Placa eritematosa hipo e/ou anestésica, ou circinada envolta por
pequenas pápulas/tubérculos
• Acometimento de tronco neural único
Classificação Hanseníase Tuberculóide
Classificação Hanseníase Tuberculóide
• Histopatologia:
─ Granuloma constituído de histiócitos epitelióides que tocam a epiderme
─ Células gigantes tipo corpo estranho presentes
• BAAR negativos ao Fite Faraco
Baciloscopia: negativa
Classificação Hanseníase Dimorfa
• Placas eritemato-infiltradas hipo
e/ou anestésica, foveolares;
• Bordas infiltradas sendo a
borda interna bem mais
definida que a externa, a qual é
imprecisa e se esmaece;
• Lesões grandes e/ou múltiplas.
Classificação Hanseníase Dimorfa
• Granulomas mais frouxos constituído de histiócitos menos diferenciados que na HDT
• Faixa de derme impedindo o toque da epiderme
• BAAR variável (+/-) ao Fite Faraco
Baciloscopia: - / + Hanseníase dimorfa em reação
Classificação Hanseníase Dimorfa (Tuberculóide)
• Placas foveolares hipo e/ou anestésica (nº limitado)
• Bordas são infiltradas e indefinidas, porém apresentam ainda algumas áreas com
pápulas bem definidas (granuloma = resposta tuberculóide )
Classificação Hanseníase Dimorfa (Tuberculóide)
Teste da Histamina
Classificação Hanseníase Dimorfa (Tuberculóide)
• Placas foveolares hipo e/ou anestésica (nº limitado)
• Bordas mais infiltradas, porém indefinidas
Teste da Função Sudoral
Classificação Hanseníase Dimorfa (Hipocromiante)
Teste da Função Sudoral
Classificação Hanseníase Dimorfa (Hipocromiante)
Além das manchas brancas que cursam com hipo à anestesias, pacientes apresentam
sinais e sintomas semelhantes em outros sítios, espessamento e/ou dor neural
assimétricos, além de perdas motoras.
Paucibacilares
Classificação Hanseníase Dimorfa (Virchowiana)
• Múltiplas lesões pápulo-nodulares / placas
foveolares
• Infiltração difusa / lóbulos / face / tronco
Classificação Hanseníase Dimorfa (Virchowiana)
• Múltiplas lesões hipocrômicas e/ou foveolares
• Sinais virchowianos associados: madarose, infiltração difusa
Classificação Hanseníase Virchowiana
• Múltiplos nódulos/pápulas vinhosos/acastanhados
• Infiltração difusa da pele / madarose
• Neuropatia bilateral
Classificação Hanseníase Virchowiana
• Múltiplos nódulos/pápulas vinhosos/acastanhados
• Infiltração difusa da pele / madarose
• Neuropatia simétrica
Hansenomas
Manifestação por impregnação pela
Clofazimina
Classificação Hanseníase Virchowiana
Sinais de infiltração
• Dobras com poucas rugas, movimento da pele em bloco
• Aspecto cutâneo de casca de laranja por infiltração e dilatação dos poros
Classificação Hanseníase Virchowiana
• Infiltrado difuso constituído de histiócitos vacuolizados
• Faixa de Unna subepidérmica
• BAAR positivo ao Fite Faraco / globais
Baciloscopia: ++++
Classificação Hanseníase Neural Primária
PRESENÇA apenas de déficit neurológico e espessamento neural (com ou
sem sensibilidade) na AUSÊNCIA de lesão cutânea. Casos suspeitos devem
ser encaminhados à Unidade de Referência para definição do diagnóstico.
Paresia / Paralisia. Amiotrofias, perda de
função.
Anestesia unilateral. Mal perfurante em
calcâneo direito há 50 anos, lesão escamante e
hipoestésica na face medial perna D durante 5ª
PQT
Classificação Operacional OMS
Paucibacilar Até 5 lesões
Baciloscopia negativa
Multibacilar > 5 lesões ou
Baciloscopia positiva
I TT DD VV
Tratamento Poliquimioterapia
Criança
Adulto
Dose supervisionada
Na unidade
Fornecido pelo SUS gratuitamente. Garantia de cura
Esquema Multibacilar
12 meses
Esquema Paucibacilar
6 meses
Dose diária
Domiciliar
Dose supervisionada
Na unidade
Dose diária
Domiciliar
Vigilância em Hanseníase
INDIVIDUAL COLETIVA
Diagnóstico precoce
Tratamento medicamentoso
Avaliação e prevenção de
incapacidade
Notificação de casos
Busca de casos
•Dentre os comunicantes
•População
Exame dos comunicantes
BCG nos contatos
As fotos e vídeos clínicos utilizados são pertencentes ao
arquivo da Divisão de Dermatologia do Departamento de
Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo.
As exceções encontram-se definidas individualmente,
conforme autoria subscrita.
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Diagnóstico e classificação da hanseníase

  • 1. Docente: Marco Andrey Cipriani Frade Diagnóstico Clínico e Classificação Hanseníase na Atenção Básica
  • 2. Mycobacterium Leprae • 1.5 a 8 X 0,2 a 0,5 micra; • Cora-se pela fucsina ácida e não se descora pela solução de HCl em álcool (BAAR); • Granulações de Lutz-Unna (envelhecimento natural do bacilo, ação da medicação); • Forma globias; • Viável no meio ambiente por 36h a 9 dias (36,7° C e 77,6% umidade); Etiologia - Microbiologia Talhari S, 1995
  • 3. Colstan MJ 2001; Eiglmeier K, 2001 M Leprae M Tuberculosis Tamanho do genoma (PB) 3 268 203 4 411 532 Proteínas que codificam gens 1 604 3 959 Pseudogens 1 116 6 Gens que codificam lipoproteínas 31 100 Etiologia - Microbiologia
  • 4. • Baciloscopia de esfregaço intradérmico positiva (OMS) Doença causada pelo M. Leprae que acomete nervos e pele, cujo diagnóstico se baseia na presença de um ou mais dos seguintes sinais cardinais abaixo e que necessita de tratamento poliquimioterápico: • Lesões OU áreas da pele com alteração de sensibilidade ou • Espessamento neural com alteração de sensibilidade e/ou motora e/ou autonômica Conceito
  • 6. Transmissão Período de incubação variável: 3 a 5 anos Comunicantes Saudáveis Bacilos
  • 7. Classificação, Evolução e Reações T Paciente I D V IL-2, IFN- IL-4, IL-10 Resposta Imune mediada por células Mitsuda Positivo Lesões eritematosas e infiltradas Tubérculos Resposta Imune mediada por anticorpos Anti-PGL1 positivo Infiltração cutânea por anticorpos Nódulos M. leprae no tecido Reação Reversa ENH Madri, 1940 As manifestações cutâneas são expressões clínicas da resposta imunológica do hospedeiro ao bacilo.
  • 8. • Mancha hipocrômica hipo e/ou anestésica • Geralmente única e pequena Classificação Hanseníase Indeterminada
  • 9. Classificação Hanseníase Indeterminada • Histopatologia: Na maioria das vezes o laudo será inespecífico, o que não deve invalidar o diagnóstico clínico firmado pela alteração de sensibilidade. • Teste da função sudoral: alterado • Teste de histamina: incompleto • Baciloscopia: negativa
  • 10. • Placa eritematosa hipo e/ou anestésica, ou circinada envolta por pequenas pápulas/tubérculos • Acometimento de tronco neural único Classificação Hanseníase Tuberculóide
  • 11. Classificação Hanseníase Tuberculóide • Histopatologia: ─ Granuloma constituído de histiócitos epitelióides que tocam a epiderme ─ Células gigantes tipo corpo estranho presentes • BAAR negativos ao Fite Faraco Baciloscopia: negativa
  • 12. Classificação Hanseníase Dimorfa • Placas eritemato-infiltradas hipo e/ou anestésica, foveolares; • Bordas infiltradas sendo a borda interna bem mais definida que a externa, a qual é imprecisa e se esmaece; • Lesões grandes e/ou múltiplas.
  • 13. Classificação Hanseníase Dimorfa • Granulomas mais frouxos constituído de histiócitos menos diferenciados que na HDT • Faixa de derme impedindo o toque da epiderme • BAAR variável (+/-) ao Fite Faraco Baciloscopia: - / + Hanseníase dimorfa em reação
  • 14. Classificação Hanseníase Dimorfa (Tuberculóide) • Placas foveolares hipo e/ou anestésica (nº limitado) • Bordas são infiltradas e indefinidas, porém apresentam ainda algumas áreas com pápulas bem definidas (granuloma = resposta tuberculóide )
  • 15. Classificação Hanseníase Dimorfa (Tuberculóide) Teste da Histamina
  • 16. Classificação Hanseníase Dimorfa (Tuberculóide) • Placas foveolares hipo e/ou anestésica (nº limitado) • Bordas mais infiltradas, porém indefinidas Teste da Função Sudoral
  • 17. Classificação Hanseníase Dimorfa (Hipocromiante) Teste da Função Sudoral
  • 18. Classificação Hanseníase Dimorfa (Hipocromiante) Além das manchas brancas que cursam com hipo à anestesias, pacientes apresentam sinais e sintomas semelhantes em outros sítios, espessamento e/ou dor neural assimétricos, além de perdas motoras. Paucibacilares
  • 19. Classificação Hanseníase Dimorfa (Virchowiana) • Múltiplas lesões pápulo-nodulares / placas foveolares • Infiltração difusa / lóbulos / face / tronco
  • 20. Classificação Hanseníase Dimorfa (Virchowiana) • Múltiplas lesões hipocrômicas e/ou foveolares • Sinais virchowianos associados: madarose, infiltração difusa
  • 21. Classificação Hanseníase Virchowiana • Múltiplos nódulos/pápulas vinhosos/acastanhados • Infiltração difusa da pele / madarose • Neuropatia bilateral
  • 22. Classificação Hanseníase Virchowiana • Múltiplos nódulos/pápulas vinhosos/acastanhados • Infiltração difusa da pele / madarose • Neuropatia simétrica Hansenomas Manifestação por impregnação pela Clofazimina
  • 23. Classificação Hanseníase Virchowiana Sinais de infiltração • Dobras com poucas rugas, movimento da pele em bloco • Aspecto cutâneo de casca de laranja por infiltração e dilatação dos poros
  • 24. Classificação Hanseníase Virchowiana • Infiltrado difuso constituído de histiócitos vacuolizados • Faixa de Unna subepidérmica • BAAR positivo ao Fite Faraco / globais Baciloscopia: ++++
  • 25. Classificação Hanseníase Neural Primária PRESENÇA apenas de déficit neurológico e espessamento neural (com ou sem sensibilidade) na AUSÊNCIA de lesão cutânea. Casos suspeitos devem ser encaminhados à Unidade de Referência para definição do diagnóstico. Paresia / Paralisia. Amiotrofias, perda de função. Anestesia unilateral. Mal perfurante em calcâneo direito há 50 anos, lesão escamante e hipoestésica na face medial perna D durante 5ª PQT
  • 26. Classificação Operacional OMS Paucibacilar Até 5 lesões Baciloscopia negativa Multibacilar > 5 lesões ou Baciloscopia positiva I TT DD VV
  • 27. Tratamento Poliquimioterapia Criança Adulto Dose supervisionada Na unidade Fornecido pelo SUS gratuitamente. Garantia de cura Esquema Multibacilar 12 meses Esquema Paucibacilar 6 meses Dose diária Domiciliar Dose supervisionada Na unidade Dose diária Domiciliar
  • 28. Vigilância em Hanseníase INDIVIDUAL COLETIVA Diagnóstico precoce Tratamento medicamentoso Avaliação e prevenção de incapacidade Notificação de casos Busca de casos •Dentre os comunicantes •População Exame dos comunicantes BCG nos contatos
  • 29. As fotos e vídeos clínicos utilizados são pertencentes ao arquivo da Divisão de Dermatologia do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. As exceções encontram-se definidas individualmente, conforme autoria subscrita.
  • 30. © 2014. Ministério da Saúde. Sistema Universidade Aberta do SUS. Fundação Oswaldo Cruz & SE/UNA–SUS Alguns direitos reservados. É permitida a reprodução, disseminação e utilização dessa obra, em parte ou em sua totalidade, nos termos da licença para usuário final do Acervo de Recursos Educacionais em Saúde. Para tradução para qualquer idioma, inclusão em banco de dados, inclusão em novas obras ou coletâneas e inclusão em material didático ou curso que constitua uma nova obra é necessária a autorização prévia e expressa. Deve ser citada a fonte e é vedada sua utilização comercial. Esse e outros recursos educacionais, produzidos pelo Sistema UNA-SUS, podem ser recuperados no ACERVO DE RECURSOS EDUCACIONAIS EM SAÚDE – ARES https://ares.unasus.gov.br/acervo/