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A Arte enquanto processo: “Criar é agir”
Taras Bulka Nº21 11ºD
Índice do trabalho
● Introdução ( slide 3 )
● Contexto ( slide 4 e 5 )
● Novo Realismo ( slide 6 - 15 )
● Pop Art ( slide 16 - 29 )
● Hiper Realismo ( slide 30 - 40 )
● Arte Cinética ( slide 41- 56 )
● Op Art ( slide 57 - 60 )
● Arte-conceito ( slide 61 )
● Happening ( slide 62 - 65 )
● Performance ( slide 66 - 72)
● Instalação ( slide 73 - 74 )
● Arte Minimal ( slide 75 - 77 )
● Arte Conceptual ( slide 78 e 79)
● Land Art ( slide 80 )
● Conclusão/Resumo ( slide 81 )
● Webgrafia e Bibliografia ( slide 82 )
Fig. 1 - “Menina se afogando”, Roy lichtenstein, 1963
Introdução
● Este trabalho foi realizado no âmbito da disciplina da História
da Cultura e das Artes, a pedido da professora Fernanda
Pereira.
● Neste trabalho irá ser abordado primeiramente o contexto,
pois os movimentos pertencentes a este trabalho surgem
neste, enfrentando os diversos problemas que surgem neste
contexto. Depois deste irá ser abordado os vários movimentos
artísticos propostos para este trabalho.
● Para cada movimento irá ser referido um contexto quando
possível, como a data e local do seu surgimento, motivos e
acontecimentos que levaram ao seu aparecimento, as suas
características, intencionalidades, objetivos e serão utilizadas
imagens, como também vídeos em algumas situações para
melhor entendimento, serão também referenciados artistas
mais populares e destacáveis de cada movimento, recorrendo
a demonstração de obras destes.
● Com este trabalho, o objetivo principal é explicar de forma
explícita e completa cada movimento, como também pretende-
se responder a seguinte questão: “Criar é Agir?”
Fig.2 -“place du 18 juin 1940”, Jacques Villeglé, 1992
Contexto Social ( A nova mentalidade )
No final dos anos 50, a relação das pessoas com o ato de consumo tinha tomado
proporções nunca antes vistas. Pois com a difusão e dominação do “American Way
Of Life” ( Fig.4 ) sobre o consciente da população mundial, o sucesso virou
sinônimo de posse, ou seja, para as pessoas, ter uma casa com um jardim, ter um
carro, uma televisão, um microondas e outras meios tecnológicos e objetos ( Fig. 3 )
era significado de que sucederam na vida.
Fig. 3 e Fig 4 - Ilustrações
Com base nestas
ilustrações, podemos
evidenciar os altos níveis
de consumo que eram
propagandeados ao
público, que seguia estes
“exemplos”
Contexto Político e Social ( Domínio dos EUA )
Com a imposição do plano “marshall” (Fig. 6 ) ( uma ajuda
financeira de 14 biliões de dólares, por parte dos Estados
Unidos da América para a Europa, para esta se reconstruir, pois
após as guerras mundiais se encontrava totalmente em ruínas.)
ocorreu a americanização da Europa Ocidental. Assim, foi
implantado nas mentalidades das pessoas que o “American
Way Of Life” é um modelo de vida ideal que todos deveriam
seguir.
Fig. 6 - Cartaz para o
plano “marshall”.
“qualquer que seja o
tempo nós só
alcançamos o bem-
estar juntos”
Fig. 5 - Ilustração do
“American Way Of Life”
O surgimento do Novo Realismo
Com este contexto, surge uma nova corrente
artística, o Novo Realismo.
Este movimento surge quando Pierre Restany
numa noite de outubro de 1960, reuniu um
grupo de artistas com os quais assinou o
“Manifesto do Novo Realismo” (Fig. 7) que
sintetizava as intenções que estes artistas
tinham em comum.
No manifesto estava escrito: “Os novos realistas
se conscientizarem da sua singularidade
coletiva. Novo Realismo = novas abordagens
perceptivas do real”
Fig. 7 - “Manifesto do Novo Realismo”
Porque surgiu o Novo Realismo?
Restany (Fig. 8) tinha o desejo de criar um novo
movimento artístico devido:
- Ao Mundo querer novidade, anseio pelo novo. Isto
porque desde o século XX domina a cultura do
efêmero. As pessoas passaram a enjoar muito
rápido de tudo e querer sempre novidades;
- A Vontade de criar um movimento de arte com
raízes francesas, correspondendo a um certo
“orgulho nacional ferido”. Pois a França foi, por
muito tempo, o centro cultural do mundo (moda,
música, arquitetura e artes plásticas ). Mas isto
tudo mudou depois da 2ª Guerra Mundial, porque
os EUA dominaram o mundo com a sua hegemonia
cultural. Fig. 8 - Crítico da arte Pierre
Restany
O Novo Realismo
O Novo Realismo é um movimento artístico que de uma forma resumida pretende se aproximar com a
realidade e com os assuntos do quotidiano, mas pode ser dividido em dois lados, quanto às suas
intencionalidades:
- O lado espiritual, Este lado foi uma ideia que surge originalmente do Yves Klein. O trabalho deste
vai provar que uma obra de arte não se limita a um objeto produzido. A arte pode ser imaterial. Este
lado é composto por: Yves Klein, Jean Tinguely, Niki de Saint Phalle, Jacques Villeglé e Arman.
- O lado da crítica ao consumismo, Artistas como o François Dufrêne, Raymond, Martial Raysse e
Daniel Spoerri baseiam a sua visão na natureza moderna ( fábrica, cidade, publicidade, etc). É esta
realidade que eles criticam, na qual a sociedade é dominada pelo consumismo.
Fig. 9 - “Chaos I”, Jean Tinguely, 1974 Fig. 10 - “pont de l'academia”, Jacques Villeglé, 1970 Fig. 11 - “Snare Picture”, Daniel Spoerri,
1960
O lado Espiritual(Novo Realismo), Yves Klein (Sua biografia)
Yves Klein tocava piano numa banda de jazz, se interessava por levitação e
praticava meditação diária. Também era faixa preta de judô, abriu uma academia
em Paris e escreveu um livro sobre os fundamentos da arte marcial (Fig.15).
Estas práticas que ele fazia, faziam o refletir sobre a força, potência e leveza. Era
isto que alimentava a sua criatividade e o levou a desenvolver obras bem
diferentes de tudo o que existiu na história da arte até então.
Fig.12 - Yves Klein Fig.13 - Yves Klein Fig.14 - Yves Klein
Fig. 15 - “Os
fundamentos do
Judô”, Yves Klein
O lado Espiritual (Novo Realismo), Yves Klein
Klein ficou conhecido pelas suas obras monocromáticas, pintadas
com uma única cor, ficando mais conhecido pelo pigmento azul
muito intenso que ele mesmo desenvolveu (Fig. 18). É uma cor
que ele batizou de “IKB”, que significa International Klein Blue.
Seus quadros monocromáticos não tem nenhuma linha, nenhuma
imagem, é apenas cor pura. Pretendendo comunicar a energia
cósmica invisível.
Fig. 18 - Blue
Monochrome, Yves
Klein, 1961
Fig.16 - large blue anthropometry, Yves Klein, 1960 Fig. 17- “Great Blue Cannibalism”, Yves Klein, 1961
O lado Espiritual (Novo Realismo), Yves Klein
Nas suas obras de arte, o observador não é só um observador, pois Klein convida o a
mergulhar no infinito, ao qual Klein se refere como “le vide”, “o vazio”. Pois o observador
entra num estado de concentração livre de qualquer influência do mundo. É uma zona
neutra onde a realidade não é a representação das coisas, mas sim as suas próprias
sensações.
As ideias do Klein atacam politicamente o modelo de negócio tradicional no mercado da arte
e propõe uma reflexão sobre quanto vale uma obra emocionalmente.
Fig. 19 - “Anthropométrie de l`époque beue”, Yves Klein, 1960
2:12
Yves Klein. Anthropométrie de l'époque bleue (1960) colour
YouTube · channel391
27/07/2012
Vid. 1 - Klein usava
mulheres como
pinceladas para
algumas das suas
obras, recebendo mais
tarde críticas por
objetificar a mulher
O lado da crítica ao consumismo (Novo Realismo)
Como o seu nome refere, este lado critica o desejo da sociedade pelo consumo, Existe uma
reflexão sobre os males do consumismo, pondo o seguinte questionamento: “Para o que
comprar tanto, precisa mesmo de tudo o que consome?”
As temáticas se centram nas:
Peças inúteis, criticando de forma satírica as indústrias (Fig. 22)
Louças sujas que simbolizam o exagero do consumismo (Fig. 20)
Roupas dos séculos passados que nunca mais estarão na moda.( Fig.21)
Fig. 22 - Compressão, César Baldaccini, 1984
Fig. 21 - “Déculotage” Gérard
Deschamps, 1960
Fig. 20 - “Assemblage”, Daniel Spoerri, 1992
O lado da crítica ao consumismo (Arman Fernandez)
No entanto, o artista que se destacou mais neste lado foi o
Arman. Arman centrou a atenção em si verdadeiramente
quando encheu uma galeria de arte com um “monte de
lixo” (Fig.25), esta exposição foi chamada “o cheio”, uma
espécie de brincadeira com a exposição vazia do klein.
Arman também ficou conhecido pelas acumulações, estas
eram caixas preenchidas por objetos idênticos.(Fig.26)
Com o passar do tempo, o trabalho de Armas cresceu e
ficou ainda mais provocador, criando uma série chamada
de “colores”. Estes representavam a sua raiva,
representada por objetos arrebentados, desde um
automóvel explodido (Fig.23) até a destruição de um piano.
(Fig.24)
Fig. 25- Exposição de
Arman em 1960
Fig. 26 - Acumulação
numa caixa, Arman , 1960
Fig.23 - “White Orchid, Arman , 1963
Fig.24- “Chopin`s Waterloo,
Arman , 1962
O lado da crítica ao consumismo (Arman Fernandez)
A partir dos anos 80, ele criou monumentos com veículos empilhados.
Fig. 27 - “Long term Parking”, Arman , 1882 Fig. 28 - “The Hope for Peace”, Arman , 1995
O lado da crítica ao consumismo (Novo Realismo)
Outra técnica que marcou o Novo Realismo foi a “assemblage”, esta é a
destruição de cartazes publicitários, estes eram arrancados ou recortados dos
muros e depois colados numa tela, estas obras foram tão chocantes que até hoje
em dia muitas pessoas se recusam em reconhecê las como arte.
Fig. 29 - “Follia dell`anno”, Mimmo
Rotella, 1961
Fig. 30 - “encore”,François Dufrêne, 1965 Fig. 31 - “Boulevard de la Gare”,
jacques villeglé , 1973
A semente da Pop Art
Antes de surgir a Pop Art, Eduardo Paolozzi, um artista
italiano que se tinha refugiado em Paris devido a
perseguição da sua família pelo governo na Itália, criou a
colagem representada na Fig. 32.
Eduardo vai ganhando revistas dos soldados americanos
enquanto reside em Paris e é com estas revistas que ele vai
montar a sua primeira colagem. Nesta podemos observar o
uso de símbolos e imagens relacionadas com o erotismo,
como a cereja e a pistola a apontar a “pin up”, um símbolo
da cultura de massas dessa época. Observamos a
utilização de logotipos, como a Real Gold ( uma marca de
sumos de laranja extremamente popular nos EUA) e a
Coca-Cola, algo que estava presente em todos os filmes
dos EUA. E por último, observamos também um postal da
2ª guerra mundial na qual diz “Mantenha-os no ar!”, num
formato retangular. Assim, podemos dizer que esta
colagem, chamada “Eu era o brinquedo de um homem rico”
(I was a rich man´s playing), cujo seu nome deriva do texto
presente na obra na qual retrata a mulher como um objeto
do homem, foi o que deu início ao movimento da Pop Art.
Fig. 32 - “Eu era o brinquedo de um homem rico”, 1947, Eduardo Paolozzi
A Semente da Pop Art
Isto devido a aparência da palavra “pop” pela
primeira vez no contexto das belas artes; quanto a
tipografia, ou seja quanto às formas usadas,
observamos o uso de quadradinhos; por sua vez,
nestes quadradinhos observamos o encanto,
fascínio, e o interesse pela cultura popular (os
objetos), pelos momentos íntimos ( a “pin-up”, o
texto ao lado desta, a cereja) e pelos meios de
comunicação, como as marcas; por sua vez,
observamos a afirmação do poder das marcas, da
publicidade e do consumismo, pois este artista e
outros artistas pertencentes a Pop Art reparam com
antecedência na manipulação das marcas para que
o indivíduo consuma cada vez mais.
Fig. 33 - “Eu era o brinquedo de um homem rico”, 1947, Eduardo Paolozzi
O Surgimento da Pop Art
Quando Eduardo vai para Londres, ele vai conhecer o
Grupo Independente que partilhava os mesmos interesses
pela cultura das massas, na conferência “BUNK!”. Um dos
principais membros deste grupo era o Richard Hamilton
(1922 - 2011 ) (Fig.34) que participou numa das exposições
mais importantes para a Pop Art chamada “This is
Tomorrow” na Whitechapel Art Gallery em 1956 (vídeo 2 ) e
para esta exposição Richard vai criar uma colagem
fundamental para a Pop Art, pois marca o início deste
movimento. Esta obra, chamada ”O que é que faz
exatamente os lugares de hoje tão diferentes, tão
atrativos?” (Fig.36) recorre a utilização da colagem, utilizada
anteriormente pelos dadaístas e cubistas (na fase sintética),
é uma paródia da invasão cultural que está decorrendo no
Reino Unido pela cultura Norte Americana. A sua obra
crítica todo esse consumismo que estava começando a se
formar na cultura de massas. Vid. 2 - Exposição “This is Tomorrow”, 1956
Fig. 34 - Richard Hamilton
Análise da obra
Nesta obra podemos observar aparelhos
modernos, como a televisão, na qual
observamos uma mulher ao telefone, um
aparelho auditivo no chão, um aspirador com
um tubo muito longo no qual podemos
evidenciar uma seta preta que de certo modo
está a publicitar o aspirador, pois diz que “os
aspiradores normais só chegam até aqui”
enquanto o aspirador ilustrado vai mais longe e
para acentuar isto, Richard recorre ao exagero
da perspetiva da escada. Podemos observar
também móveis modernos, como os sofás e
para acentuar a modernidade, incorpora na
colagem um presunto enlatado, situado em
cima da mesa. Com tudo, nesta obra,
claramente se destaca o homem e a mulher, os
protagonistas desta obra.
Fig. 35 - O que é que faz exatamente os lugares de hoje tão
diferentes, tão atrativos?”, Richard Hamilton, 1956
Análise da obra
O homem representado conseguiu ficar em 3º
lugar no concurso do Mr. America em 1954 e
podemos observar que ele está segurando uma
chupa enorme de uma marca extremamente
famosa nessa época, a tootsie roll pop ( segunda
vez que a palavra pop surge numa obra). A
mulher, que se chama Jo Baer, é uma artista
minimalista, mas no momento em que estudava
não tinha dinheiro e para sobreviver e ganhar
dinheiro ela posava como modelo em revistas
eróticas. Na parede observamos o cartaz do
primeiro filme com som, observamos a capa de um
Comic Book e do lado podemos observar a única
coisa da cultura britânica, um quadro vitoriano a
preto e branco de uma figura britânica. Quanto ao
teto, observamos uma fotografia da terra publicada
em 1955, uma das primeiras fotografias da visão
espacial do nosso planeta.
Fig. 36 - O que é que faz exatamente os lugares de hoje tão diferentes,
tão atrativos?”, Richard Hamilton, 1956
A Pop Art
Assim, com o início deste movimento que predomina nos EUA e no Reino Unido,
os artistas da Pop Art vão criticar, responder contra o Expressionismo Abstrato,
pois para eles, os artistas do expressionismo abstrato tinham se distanciado
totalmente da realidade, pois acabaram de sofrer uma guerra devastadora que
mudou a visão e o pensamento do mundo para sempre e estes artistas
continuavam agarrados a si mesmos sem refletir e representar a sociedade.
Com tudo, os principais artistas deste movimento são:
- Richard Hamilton
- Jasper Johns
- Claes Oldenburg
- Roy Lichtenstein
- Andy Warhol
Fig.36 - Andy Warhol
Fig.37 - Roy Lichtenstein Fig.38 - Claes Oldenburg
Características da Pop Art
Este movimento consegue se destacar e responder contra o expressionismo
abstrato e as vanguardas europeias por:
● Utilizar uma linguagem figurativa, respondendo assim contra o Expressionismo
Abstrato, inspirando-se na cultura de massas, vão recorrer à utilização de
objetos (Fig.40), figuras (Fig.39) e símbolos (Fig.41) populares como material
de criação. Estes símbolos eram ironizados para fazer crítica ao excesso de
consumo da sociedade capitalista. Isto porque o capitalismo era muito
espalhado e incentivado pela publicidade e cinema, o “American Way Of Life”
Fig. 39 - “The Beatles”, Andy Warhol, 1980
Fig. 40 - Latas de Sopa
Campbells, Andy Warhol,1962.
Fig. 41 - “Bandeira”, Jasper
Johns, 1955
Jasper Johns
Assim, destaca-se Jasper Johns (1930) que
durante 6 anos viveu no mesmo apartamento em
Nova Iorque com o Robert Rauschenberg (1925-
2008). Quando expuseram as suas primeiras
obras, foram chamados de neodadaístas, embora
fossem influenciados por estes, não tinham a
mesma intencionalidade.
A primeira obra que vai atribuir a Johns
(influenciado pela obra “A traição das imagens''
(Isto não é um Cachimbo) de René Magritte,
1929, atenção é a “Bandeira”. Esta não era
simplesmente uma representação da bandeira
dos EUA, pois observando melhor, evidenciamos
a enorme camada de tinta aplicada, a utilização
de revistas, de pedaços de tecido e também
utiliza uma técnica antiga na qual utiliza cera
derretida com tinta , que amadurece
extremamente rápido. Podemos relacionar esta
utilização de vários materiais e técnicas ao
cubismo
Fig. 42 - “Bandeira”, Jasper Johns, 1955
Andy Warhol
Andy Warhol, cujo seu nome verdadeiro é
Andrew Warhola, filho de uma família
extremamente pobre e de imigrantes da
antiga Tchecoslováquia, tinha muito sucesso
como um ilustrador e publicista, o que lhe
permitiu ter uma boa condição financeira, e foi
durante este período de tempo no qual
decidiu se dedicar ao mundo da arte. Assim,
quando se dedicou verdadeiramente a arte,
em julho de 1962 ele decidiu ir para Los
Angeles, California, montar uma exposição na
Galeria Ferus com 32 telas do mesmo
tamanho nas quais está representada a sopa
mais famosa dos EUA, a sopa Campbell`S.
Fig. 43 - “Sopa Campbell`s”
Quando expôs estas na exposição de 1962,
não colocou estas pinturas tão agrupadas
como estão hoje em dia no museu, mas pôs
cada pintura na sua própria estante para
simular um produto num supermercado.
Andy Warhol (Pop Art)
Com tudo, a Pop Art se caracteriza por recusar a separação entre a arte e vida, pois consegue-se ligar e
comunicar com o público a partir de símbolos e objetos tirados da cultura de massas e da vida quotidiana.
Andy concretiza isso retratando ídolos da música popular e do cinema, evidenciando o quanto estas
figuras são impessoais e vazias, ficando assim, a personalidade mais conhecida da Pop Art
Fig. 44 - “Marilyn Monroe”,
Andy Warhol, 1962.
Nesta obra, Andy faz a
sua primeira
representação da Marilyn
logo depois de ela falecer
em 1962. Nesta obra
temos uma série de
imagens, a primeira
mostra a estrela do
cinema colorida, e a
segunda em preto e
branco, como se
sugerisse a sua morte.
Andy Warhol ( Pop Art )
Andy Warhol demonstra ser um dos pioneiros da
Pop Art não só através da representação de
celebridades como também pela representação
de objetos banais. Uma das suas representações
destacáveis é a “Coca-Cola” de 19 (Fig.42)
Nesta obra Andy representa a Coca-Cola em
grande escala ( a obra tem 208,3cm x 144,8cm ),
numa linguagem pictórica despojada e quase
impessoal, como se tratasse de um vulgar cartaz
publicitário.
Neste aspecto, a obra é bem representativa da
Pop Art pois retrata como tema um ícone
publicitário da sociedade de consumo americana.
A linguagem figurativa e objetiva torna a imagem
perfeitamente perceptível, respondendo contra
ao Expressionismo Abstrato.
Fig. 45 - “Coca-Cola”, Andy Warhol, 1960
Roy Lichtenstein, o seu processo de criar
Nascido em 1923 em Nova Iorque, Lichtenstein fica conhecido
pelas suas obras inspiradas no universo das histórias dos
quadradinhos. Para criar as suas obras Roy começava tudo com
os estudos e as pesquisas, como por exemplo a obra
“Whaam!”saiu do comicbook número 89 da série “Oh American
men of War”, após encontrar o desenho que pretendia, procede a
redesenhá-lo num papel, depois de fazer isto, ele tira uma foto e
projeta na parede sobre um papel grosso, assim desenha sobre a
projeção do seu esboço e já começa a marcar onde vai por os
contornos, depois desta fase, ele vai projetar novamente, mas
desta vez já numa tela e na proporção 2:1, ou seja, com um
aumento de 50%, permitindo assim atingir a monumentalidade
(pois a obra “Whaam!” tem 1,7 x 4 metros por exemplo) que
caracteriza as suas obras. Após de desenhar a obra a grafite e
marcar os contornos na tela com um rolo fotográfico, ele procede a
marcar os pontos, uma características muito forte de Roy, após
isto,pinta a tela e por último, retira os rolos fotográficos e pinta
estes contornos com tinta acrílica preta.
Vídeo 3 - Podemos observar alguns clipes
nos quais Roy realiza as suas obras
Fig. 46 - “Whaam!”, Roy Lichtenstein, 1963
Características da Pop Art (
Roy Lichtenstein )
As suas obras que impactam a Pop Art se
caracterizam pelas:
- cores intensas e vibrantes, utilizava
nomeadamente cores como o azul, amarelo
e vermelho;
- Não utiliza sombras;
- Utiliza quadradinhos com texto curto;
- Nas suas obras, existe uma história sem
começo, meio e fim, pois Roy retirava uma
cena de tensão, de suspense e
descontextualiza-a para nós refletirmos e
pensarmos na história.
- Como as suas cenas são particularmente de
guerra, ao descontextualizar estas, acaba
por fazer uma crítica social, pois ao tirar do
contexto, tira o sentido da cena, passando
assim que a guerra não tem sentido. Fig. 47 - “Girl Crying.” Roy Lichtenstein,1963
Características da Pop Art
Além de se manifestar em obras como colagens e ilustrações, A Pop Art também se manifesta na
escultura, nos objetos. Influenciados pelo Dadaísmo (os ready-mades de Duchamp), assumindo a mesma
atitude irônica face à cultura urbana (“criar é provocar”) e pelo Surrealismo, vão utilizar os objetos mais
triviais da cultura popular e com estes criticam e ironizam a sociedade de consumo, mas ao mesmo
tempo, vivem fascinados e mergulham nela.
Fig. 48 - “Two cheeseburgers, with Everything”, Claes Oldenburg, 1962 Fig. 49- “Profiterole”, Claes Oldenburg, 1990
Para Oldenburg é a
comida americana,
industrializada e
padronizada: como os
hambúrgueres, e os os
ice-creams que são
diariamente introduzidos
em quantidades
industriais, como
combustível nos fornos.
Para este, a comida
define a cultura de
massas, a qual realça a
sua complexidade e o
seu absurdo quanto ao
consumo.
Hiper-Realismo
Entre 1965 e 1968 surge um novo movimento artístico nos
EUA, o Hiper-Realismo. Esta outra manifestação do
“Realismo” contemporâneo reage contra à
intelectualização da arte abstrata então dominante. Como
seu nome indica, este movimento pretende mostrar uma
alta resolução de detalhes e de realismo da realidade.
Assim, O Hiper-Realismo é uma evolução do
fotorrealismo, mas se distancia deste porque apesar de
aproximar-se da realidade a ponto de serem quase
idênticos, não são a realidade.Pois esta simulação de
realidade resulta na construção de um olhar
intencionalmente crítico sobre essa realidade, uma
realidade mais complexa e, principalmente, mais subjetiva.
Assim, é um estilo de pintura e escultura, que procura
mostrar uma abrangência muito grande de detalhes,
tornando a obra mais detalhada do que uma fotografia ou
do que a própria realidade. Visa alcançar a perfeição nos
seus mínimos detalhes. Não expressar um ponto de vista
ou formas abstratas e sim trazer a sensação de estar
olhando uma foto
Fig. 50 - “The Candy Store”, Richard Estes, 1969
Fig. 51 - “Car Reflection”, Richard Estes,1969
Características do Hiper-Realismo
O Hiper-Realismo pode ser caracterizado por:
● Procurar uma precisão extrema de detalhes, captando sombra, luz, brilho e
reflexos, como é evidenciável na figura 49
● Recorre a temáticas realistas, como pessoas, paisagens e animais. (Fig.50)
● As cores são super realistas.
Fig. 52 - “Telephone Booths” Richard Estes, 1967 Fig. 53 - “Water Taxi”, Richard Estes, 1999
Características do Hiper-Realismo
● Para conseguir reproduzir todos os detalhes e vibrações cromáticas e textuais, estes artistas utilizavam
frequentemente o aerógrafo (airbrush) que nunca toca a tela e que, portanto, não deixa impressas as marcas do
gesto e do pincel, permite o controle da quantidade de tinta a ser usada e sua distribuição regular: cada área do
quadro é pintada do mesmo modo. A pintura obtida, neste caso, é lisa, sem texturas nem empastes, sendo bem
mais difícil de produzir do que o modo convencional. permitindo assim que criar efeitos e texturas realistas.
● Os artistas desta corrente artística recorriam a ampliação fotográfica, derivada da Pop Art. O Hiperrealismo aliou
esta técnica ao uso de uma detalhada iluminação e de reflexos naturais e artificiais, que conferem uma qualidade
visual fantástica a imagens quotidianas, tais como: lojas de alimento, automóveis e reflexos em fachadas de vidros.
Fig. 54 - “Central Savings”, Richard Estes,1975 Fig. 55- “Six Views of Edo”, Richard Estes, 1989
Richard Estes
Nascido em Illinois, EUA no ano de 1932, ficou conhecido por suas pinturas foto realistas.
Pintava o ambiente urbano inanimado, como fachadas e lugares geométricos. Ele é um dos
pioneiros do foto-realismo, também conhecido como hiper-realismo.
Mudou-se para Chicago para estudar artes no instituto local e lá teve fortes influências
sobre as artes e pinturas de Edward Hopper (outro artista de grande importância no Hiper-
Realismo.) Terminado os estudos, se mudou para Nova Iorque e começou a trabalhar no
mercado editorial com revistas. Também já morou na Espanha, onde trabalhou para
agências de propaganda.
Este sempre se preocupou em ser fiel à fotografia, quando pintava sinais luminosos,
detalhava bem os reflexos que eles causavam no fundo da imagem. Suas obras raramente
tinham lixo e neve em volta, pois ele dizia que essas partículas poderiam tirar a atenção do
prédio em si.
Suas obras também eram sempre sob a luz do dia, raramente à noite. Passavam a ideia de
um domingo ensolarado de férias. Estes também se empenhavam em representar um
cenário tridimensional numa área bidimensional. Seus trabalhos sempre eram intitulados de
diversas formas, neo-realismo, realismo radical e hiper-realismo, sendo este último o mais
frequente. Suas pinturas eram baseadas em fotos que ele mesmo tirava, mas não era uma
foto por quadro, ele tirava várias fotos do mesmo ambiente para reter as variações de luz e
reflexo do local para então criar seu quadro.
Fig. 56 - Richard Estes
Fig.57 - Alice Tully Hall, 2015, Richard Estes
Chuck Close
Charles Thomas Chuck Close, nascido em
Washington no ano de 1940. Pintor e
fotógrafo muito famoso do hiper-realismo,
pelos seus retratos em grande escala. Aos 5
anos de idade, pediu de Natal um cavalete,
ganhou um feito pelo seu próprio pai. Muitos
dos seus super retratos são da própria
família e amigos. Em 1962 ele recebeu a sua
Licenciatura da Universidade de Washington.
Close revolucionou a forma como os retratos
estavam sendo criados na época, pela
riqueza em detalhes e hiper-realidade nas
suas obras. Ele também frequentou a
faculdade de arte de Yale, depois de
formado, se mudou para a Europa. Ao
retornar para os EUA, se tornou professor de
artes.
Fig. 58 - Autorretrato grande, 1968, Chuck Close
Chuck Close
Ficou super conhecido após criar o
retrato de Philip Glass (Fig.59), um
músico e compositor americano famoso
do século XX.O mais curioso disso tudo
é que Chuck Close sofre de
prosopagnosia, uma doença que faz
com que a pessoa tenha dificuldade em
reconhecer rostos. Graças às suas
pinturas, ele começou a ser capaz de
identificar melhor as pessoas à sua
volta. Só 20 anos depois que ele se deu
conta disso, que gostava de fazer
retratos por causa da sua dificuldade
com os rostos das pessoas e talvez
tenha sido isso que o influenciou a
retratar mais sua família e amigos
Fig.59 - Philip Glass, Chuck Close, 1987
Chuck Close
A técnica de pintura do Chuck
Close consiste em subdividir a foto
em células e depois subdividir seu
quadro na mesma quantidade de
células, então ele começa a
reproduzir parte por parte da foto
aumentando o tamanho na mesma
proporção. Suas principais
ferramentas incluíam um
aerógrafo, trapos, lâmina de
barbear, e uma borracha montada
Fig. 60 - Passo a Passo
da obra John, 1971-1972
Chuck Close
Em Dezembro de 1988, Chuck Close sofreu algo
na época chamado por ele como “O Evento”. Ele
estava numa cerimônia de celebração à artistas
locais de Nova Iorque quando sentiu uma estranha
dor no peito. Ele permaneceu no local e chegou a
apresentar o prêmio e dar um discurso, logo em
seguida foi até o hospital mais próximo onde sofreu
uma pressão mais forte que o paralisou do pescoço
pra baixo, o caso foi registrado como um colapso
da artéria vertebral. Durante meses ele passou por
reabilitação para recuperar os movimentos e
acabou ficando numa cadeira de rodas. Mas isso
não o impediu de continuar pintando, agora com o
pincel amarrado em seu braço por um fita e uma
assistente. Assim, desenvolveu a tendência para
recorrer a utilização do pontilhismo, técnica do Neo-
Impressionismo na qual a pincelada é reduzida ao
mínimo possível, com isto mantém o realismo das
suas pinturas quando observadas de longe. (Fig.62)
Fig. 61 - Chuck Close Fig. 62 -
“Emma”, Chuck
Close, 2000
Outros Artistas do Hiper-Realismo
Juan Francisco Casas - Este artista espanhol cria desenhos realistas
usando simplesmente as canetas da BIC. Para os seus trabalhos, alguns
com vários metros de altura, são precisas 14 canetas esferográficas para
cada, e podem levar até duas semanas para ficarem prontos.
Fig. 62 - obra de Juan Francisco Casas Fig. 63 - obra de Juan Francisco Casas, 2007
Ron Mueck
Natural da Austrália, desde pequeno adorava marionetes
graças aos seus pais que fabricavam brinquedos. Quando
adulto trabalhava com marionetes e instalou-se em
Londres em 1983 para trabalhar com Jim Henson, o
famoso criador da Rua Sésamo e de Os Marretas. No ano
seguinte ele criou uma pequena empresa especializada
em objetos e efeitos especiais cinematográficos, a
experiência que adquiriu fez com que se aventurasse no
mundo da publicidade como fabricante de manequins. Em
1996 a pintora portuguesa Paula Rego, conheceu Mueck
e encomendou-lhe um manequim de Pinóquio para um
dos seus trabalhos. O modelo que executou era de tal
modo expressivo que a pintora o guardou para si no seu
atelier onde, algum tempo mais tarde, foi descoberto pelo
colecionador de arte Charles Saatchi. O marionetista viu-
se assim retirado do mundo da publicidade e lançado
inesperadamente para o meio artístico.
Fig.64 - Pinóquio, Ron Mueck, 1996
Vídeo 4 - Exposição das obras
de Ron Mueck em São Paulo,
Brasil
Ron Mueck
Uma das primeiras obras
que apresentou foi uma
escultura do seu pai,
recentemente falecido,
todo nu. Plena de
realismo, a escultura
tinha outra característica
ainda mais chocante:
não media mais do que 1
metro de comprimento. A
cor, a textura, as
imperfeições da pele, as
rugas, detalhes como as
unhas, as sobrancelhas,
os cabelos, fazem de
Dead Dad um marco na
história da escultura
moderna e
contemporânea.
Fig.65 - “Dead Dad”, Ron
Mueck, 1996
Arte Cinética
Entre os anos da Primeira e da Segunda Grande Guerra,
gerou-se um grande desenvolvimento na arte. O Surrealismo
foi uma das vertentes artísticas que se desenvolveu nesse
tempo, dando a possibilidade aos artistas de explorar o
onírico ligado ao mundo do inconsciente através da narrativa
e da tentativa de utilizar o movimento, como fronteira entre a
interpretação e o inconsciente. O movimento, como elemento,
assume um grande papel nos estudos artísticos da altura e os
métodos empregues até então, são usados como alavancas
para desenvolver o novo estudo sobre as extensões do
movimento. Este estudo vai dar origem à Arte Cinética.
Inspirada pela natureza da própria arte e pela manifestação
natural e real do movimento, a Arte Cinética revoluciona as
novas técnicas introduzindo nas obras de arte, como motores,
rodas, relógios e até mesmo câmaras, de modo a que o
movimento se torne autónomo. A Arte Cinética, arte com
movimento, abrange todos os trabalhos bidimensionais e
tridimensionais que incorporam movimentos reais, objetos
que incluem máquinas e todo o tipo de engenhos que podem
ser controlados, onde cada um reflete uma ação distinta.
Assim, o movimento real ocupa um lugar de destaque no
trabalho dos escultores. A relação entre tempo e movimento é
também apreciada como objeto de estudo e vista como noção
de progresso, por parte de alguns artistas.
Fig. 66 - “Spatiodynamic”, Nicolas
Schöffer, 1948
Arte Cinética
A Arte Cinética iniciou-se em 1954, a partir dos legados
Dada (Dadaísmo) e Construtivista. A partir do legado Dada,
surgiu o primeiro exemplo de objeto cinético de Marcel
Duchamp - Cycle Wheel – também conhecido como o
primeiro ready‐made. Os artistas que foram inspirados pelo
movimento Dada, direcionaram o seu trabalho para
expressar uma atitude mordaz relativamente à nova
presença da máquina e da mecânica, sugerindo que estas
se poderiam tornar mestres da humanidade. O movimento,
como elemento da arte cinética, surgiu a partir do declínio
da tradição e da abstração geométrica do período do pós-
guerra, reavivando o optimismo e espalhando novas formas
mais apropriadas, para relacionar as tecnologias com a vida
moderna quotidiana. Estes artistas recusaram a estrutura e
a escultura tradicional, propondo uma arte em movimento,
ou seja, eles incorporam nas estruturas os objetos com
movimento real.
Fig.67 - Roda de Bicicleta,
Marcel Duchamp, 1913
Arte Cinética ( Contributos para o surgimento desta)
Mas antes deste movimento se iniciar, é relevante
referir os contributos de um designer e professor na
escola Bauhaus, influenciado pelo Construtivismo
Russo, chamado László Moholy Nagy, que com o
apoio de um critico da arte hungaro chamado Alfred
Kemeny, desenvolveu outra teoria “cinética” onde
escreveu, sobre o sistema de forças dinâmico-
construtivas, a possibilidade de uma arte com uma
construção mais dinâmica e a possibilidade de
envolver o espectador através de um papel mais ativo
na relação com a obra. Moholy-Nagy, na Bauhaus,
dizia que os artistas deviam tirar o maior
aproveitamento dos materiais e das novas
tecnologias. O seu interesse pelo espaço, pelo tempo
e pela luz, elementos fundamentais para atingir a
percepção de movimento, levou-o a criar esculturas
feitas de plexiglass, que mais tarde vem a influenciar
artistas pertencentes a arte Cinética, incorpora esses
elementos na sua obra Light‐Space Modulator.
Fig.68 - László Moholy Nagy
Arte Cinética
Esta escultura cinética, incorpora esse objetivo de
introduzir elementos cinéticos e foi exibida pela primeira
vez em 1930. Esta escultura, é composta por uma caixa
cúbica, metálica, numa base circular composta por três
estruturas móveis de metal, que refletem a luz. Na parte
de trás de uma dessas estruturas, podemos ver uma
série de lâmpadas multicoloridas, que iluminam os
discos circulares onde foram colocadas, projetando
sombras ao longo da parede. Cada uma das três
secções proporciona um movimento diferente. A
primeira consiste numa peça retangular de metal, que
se movimenta de forma irregular; na segunda, temos
dois discos de metal que se movem na vertical de cima
para baixo, mais uma esfera preta, que se movimenta
de um lado para o outro; por último a terceira, consiste
numa vareta de vidro com um movimento no sentido
inverso. Em suma, o objetivo desta escultura é estudar
a interação da luz com os movimentos mecânicos, de
modo a criar uma nova perceção do espaço.
Fig.69 - Light‐Space Modulator,
László Moholy Nagy, 1930
Video 5 - Light‐Space Modulator,
László Moholy Nagy, 1930
Arte Cinética
Com tudo, foi em 1955 que este movimento
artístico floresceu após a exposição Le
Mouvement, na Galeria Denise René em
Paris, onde os artistas apresentaram obras
capazes de utilizarem, principalmente, a ação
e o movimento real, através de métodos como
o toque, por parte do espectador ou métodos
mecanizados, em oposição às ilusões da ótica.
Foi com esta exposição que se realizou o
Manifesto Amarelo, dando oficialmente início à
Arte Cinética. Os principais pioneiros da arte
cinética, que participaram nesta exposição,
foram Alexander Calder ,Jean Tinguely, Agam,
Pol Bury, Marcel Duchamp,Jacobsen, Rafael
Jesus de Soto e Victor Vasarely, que estava
mais interessado nos efeitos óticos e nas
ilusões do movimento, levando ao
aparecimento da Arte Óptica.
Fig.70 - Uma parte da
Exposição Le Mouvement,
1955
Fig. 71 - Panfleto
da Exposição Le
Mouvement de
1955
Arte Cinética
Alexander Calder, um artista estadunidense
(1898-1976), redefiniu a escultura ao introduzir o
movimento. Calder captura o movimento real
através de formas desenvolvidas e estudadas por
ele. Utilizando linhas e desenhos tridimensionais
criados através do espaço, Calder desenvolveu os
móbiles, designação atribuída por Marcel
Duchamp ao equipararem-se às folhas das
árvores, que tinham a capacidade de se
movimentarem com a ajuda do ar, sem a ajuda de
motores ou qualquer outro mecanismo. A partir do
estudo desta técnica, somos capazes de dividir os
móbiles de Calder em dois grandes grupos:
● os móbiles suspensos;
● os objetos móveis ou stabiles.
Fig. 73 - Exposição
das obras do Calder
no Centro Botin em
Espanha
Fig. 72 . Alexander Calder
Arte Cinética (Alexander Calder)
Seus Móbiles suspensos ( desenhos em quatro dimensões), formadas por
elementos metálicos unidos uns aos outros por arames, são as suas obras
mais equilibradas e delicadas, capazes de serem agitados através da mais
pequena movimentação no espaço envolvente. Os seus móbiles não
aparentam ter um significado, nem aparentam ser uma interpretação de algo
real, não existem fora de si.
Fig. 74 - Armadilha da lagosta e cauda de
peixe, Alexander Calder, 1939
Fig. 75 - Móbile, Alexander Calder, 1932
Fig. 76 - “mobile arc of petals”,
Alexander Calder, 1941
Arte Cinética, Alexander Calder
● stabiles ou objetos móveis, com diferentes suportes, formas e tamanhos, desde largas
construções a pequenos elementos de metal equilibrados em tripés (Fig.79). São esculturas
sólidas e fixas, apoiadas no solo.
Com tudo, as suas obras podem ser caracterizadas pelo uso de formas simples inspiradas na
natureza (Fig. 76 ) e no mundo animal ( como na Fig. 77, nesta o artista se inspira num flamingo,
mas também se inspira em peixes por exemplo, Fig. 74) Estas formas orgânicas são compostas
por cores vibrantes e puras. Estas obras transmitem a ideia de movimento devido ao seu
constante desequilíbrio instável.
Fig. 77 - “Flamingo”, Alexander Calder, 1974 Fig. 78 - “Os quatro elementos”, Alexander Calder, 1961 Fig.79 - calder steel fish, Alexander Calder, 1934
George Rickey ( Arte Cinética )
Enquanto Calder usa formas orgânicas para criar as suas esculturas, George Rickey, preocupa-
se com a estética dos mobiles e substitui o vocabulário curvilíneo dos móbiles por uma geometria
plana e por rotações e oscilações desses elementos, desenvolvendo peças de metal capazes de
serem movidas à mínima corrente de vento. Rickey cria esculturas a partir de superfícies de aço
inoxidável, polido de maneira a ser capaz de refletir a luz e projetá-la no meio ambiente.
Fig. 80 - “Cluster of Four Cubes”,
George Rickey, 1992
Fig. 81 - “Three rotary squares”,
Georges Rickey, 1973
Fig. 82 - “Four squares in the
Geviert”, Georges Rickey, 1969
Fig. 83 - “Kinetic Sculpture”,
Georges Rickey, 1971
Em todas as esculturas, Rickey, cria um ponto de equilíbrio, de onde elas se desenrolam, reproduzindo
um movimento hipnótico e repetitivo que cativa o espectador através dos padrões e formas equilibradas
que Rickey pretende transmitir. O movimento cinético pode passar desde um movimento lento e suave
até chegar a atingir os 130km/h. O escultor aprendeu a aproveitar o vento a seu favor, evitando a
utilização de motores e/ou mecanismos e ao longo da década de 1990, Rickey continuou a explorar a
relação entre o movimento natural e a sua escultura tornou-se cada vez mais complexa.
George Rickey ( Arte Cinética )
Video 6 - Obra Beatrix Park Schiedam
em movimento de Georges Rickey. Video 7 - Demonstração de várias obras de George Rickey
Jean Tinguely (Arte Cinética)
Por outro lado, o suíço Jean
Tinguely, desafiou a escultura
tradicional ao implantar o
movimento, através da
introdução de motores e diversos
mecanismos nas suas criações.
Méta‐matic, foi um dos primeiros
exemplos escultóricos de
Tinguely, que questionou o papel
da máquina na sociedade e no
propósito da tecnologia.
Composta por um braço
mecânico que possibilitou a
criação de linhas e pontos, e a
possibilidade de escolha pelo
espectador em decidir qual o
desenho que desejava
implementar na máquina.
Fig. 84 - Méta-
matric Nº14, Jean
Tinguely, 1959
Video 8 - Méta-
matric Nº14, Jean
Tinguely, 1959
Jean Tinguely (Arte Cinética)
O escultor também projetou
algumas obras escultóricas
para se auto destruírem, como
Homage to New York , e outras
com avarias predeterminadas,
que possibilitaram ao artista
recolher resultados
imprevisíveis. Incorporando
rodas de bicicletas, peças de
veículos e outros mecanismos
industriais, dando-lhes uma
nova vida e criando novos
objetos para serem integrados
na arte. E na década de 1950,
Tinguely produziu uma série de
esculturas ou máquinas
escultóricas, que eram
capazes de produzir a sua
própria arte.
Video 9 - Homage to New York, Jean Tinguely, 1960
Jean Tinguely (Arte Cinética)
O escultor também desenhou
uma escultura com a intenção
de lhe atribuir uma
“personalidade”, composta por
vários motores, onde por vezes,
alguns estariam em
funcionamento e faziam com
que esta estivesse “calma” e por
outras, todos estivessem em
funcionamento o que a
tornavam caótica, barulhenta
que definissem a escultura
como cinética. Com tudo, o seu
trabalho levantou diversas
questões, sobre a forma como o
homem, a máquina e a
tecnologia interagem com a
Vídeo 10 - Neste vídeo no qual se demonstram várias das suas
obras nas quais podemos observar as tais “personalidades”,
uma mais calma, outra mais violenta.
Len Lye (Arte Cinética)
Outro artista que se destaca neste movimento artístico é o
Len Lye, um artista neozelandês que através da vibração
dos diferentes materiais, explorou possíveis efeitos
hipnóticos. As suas obras projetam ocasionalmente um
sentimento de violência e agressão como o subproduto
dramático do movimento brusco das formas em direção
aos limites dos volumes que descrevem pelo ar. Lye,
apresenta-nos construções simples de aço maleável com
suportes capazes de esconder os mecanismos ou os
motores, que compõem as suas obras.Steel Fountain, de
1959, é uma escultura que representa a elegância do
movimento e a flexibilidade por ser composta por 120
tubos de aço centrados numa base giratória (Fig. 85)
Fig. 85 - “Steel Fountain”,
Len Lye 1959
Fig. 86 - Len Lye Center, Andrew Patterson, 2015. Este centro
foi construído com a mesma expressividade de movimento que
as obras de Len Lye tinham.
Arte Cinética ( Julio Le Parc )
A ideia de movimento é também alcançada pelo efeito de movimento criado por jogos de luzes e de
reflexos luminosos, como nas obras de Julio Le Parc. Nas suas obras evidenciamos o uso de estruturas
suspensas, como as Móbiles de Alexander Calder, e o predomínio da utilização de uma única cor nas
suas obras, cores puras e vibrantes, como o vermelho e o azul por exemplo.
Fig. 87 - “Sphère rouge”, Julio Le Parc, 2001 Fig. 88 - “cloison à lames réfléchissantes”, Julio Le Parc,1966
Arte Cinética ( Rafael Soto)
Rafael Soto é um outro artista que se destaca pelo efeito aparente de movimento criado pela exploração
das reações fisiológicas da percepção visual, atingido através de jogos de figura-fundo ou de
perspectivas opostas ou de traumas sobrepostos. Nas suas obras, as cores criam efeito de profundidade,
como o preto e estas mergulham e emergem entre si com a forma da obra.
Fig. 89 - “Esfera Theospácio”, Rafael Soto, 1989 Fig. 90 -” cube with ambiguous space”, Rafael Soto, 1981
Fig. 91- Abstract Composition
with Silver and Magenta,
Rafael Soto, 1970
Op Art
Nas décadas de 1960, nos EUA, surge um novo movimento artístico semelhante a arte cinética, A Op
Art, abreviatura de Optical Art e Arte Ótica em portugues, um movimento resultante de vários estudos
científicos da cor, como os do pontilhismo. Este movimento se assemelha ao anterior devido a procurar
o movimento como a Arte cinética, mas a diferença mais evidente é que enquanto a Arte Cinética
procura o movimento em esculturas, a Op Art procura o movimento em superfícies planas. Os principais
protagonistas desta corrente artística são o Victor Vasarely e Bridget Riley
Fig. 92 - “Cheyt Pyr”, Victor Vasarely, 1971 Fig. 93 - “Fragmento 3”, Bridget Riley, 1965 Fig. 94 - “Zing 1”,Bridget Riley, 1971
Op Art
Este movimento artístico, como os anteriores, vai se opor às vanguardas, pois na Op Art o objetivo é
explorar a fatalidade do olho pelo uso de ilusões ópticas, defendendo para a arte “menos expressão e
mais visualização”. Assim, a valorização da composição se sobrepõe a valorização do sentimento da obra.
As ilusões ópticas são atingidas das seguintes formas:
● Pela manipulação das formas geométricas predominantes neste movimento, como círculos(Fig.95) e
retângulos (Fig.96). Estas formas surgem com uma aparência “deformante”, “achatada” (Fig.97).
Atribuindo assim a obra a ilusão de profundidade.
Fig. 95 - “Vega 200”, Victor Vasarely, 1968 Fig. 96 - “Vonal Stri”, Victor Vasarely, 1975 Fig. 97 - “Quadrados em movimento”,Bridget Riley, 1965
Op Art
● Não só pela utilização de formas geométricas que parecem sobressair da superfície o que dão ideia
de profundidade, como também pela utilização de linhas onduladas, provocando uma sensação
intensa de movimento,vibração e instabilidade.
Fig. 98 - “descending”, Bridget Riley, 1966 Fig. 99 - “Orient 4”, Bridget Riley,1970
Op Art
● Estes complexos jogos geométricos que “brincam” com os nossos olhos são acompanhados
pelas cores que fortemente contribuem para a ilusão ótica. Neste movimento ora se utilizam
somente cores neutras, como o preto e o branco (Fig. 100) ora cores vibrantes (Fig. 101).
Fig. 100 - “Vega III”, Victor Vasarely, 1980 Fig. 101 - “Catarata 3”, Bridget Riley, 1967
Arte-Conceito
Resultante diretamente do Informalismo, mais
especificamente do Espacialismo no qual se valoriza o espaço,
tempo e movimento, e do Expressionismo Abstrato, quanto ao
Action Paiting, surgiu, nos meados da década 50, um novo
conceito de arte enquanto acontecimento, isto é, enquanto
ação e atitude. É um tipo de arte efêmera, que é curta,
instantânea, temporária, pois dura apenas enquanto
“acontece”, não ficando nada mais do que eventuais registos
fotográficos ou vídeos.
Neste sentido, é também uma arte de contestação às
sociedades capitalistas, pois não se materializa num objeto que
possa ser guardado ou comercializado. A arte-conceito se
manifesta das seguintes formas:
● Através do Happening; (Fig. 102)
● Através da Performance. (Fig. 103)
Fig. 102 - “Yard”, Allan Kaprow, 1961
Fig. 103 - “Cada pessoa, um artista — no caminho para a liberdade da forma do organismo
social”, Joseph Beuys, 1978
Allan Kaprow
O termo Happening foi utilizado pela primeira vez pelo autor
de mais de 200 peças do happening, chamado Allan Kaprow em
1959.
Kaprow começou sua carreira artística como pintor e a
evolução de seu trabalho o levou a desenvolver o conceito de
happenings. Quando escreveu o texto fundamental “O Legado
de Jackson Pollock'', afirmou que o “gesto memorialista” de
Pollock ( expoente do Expressionismo Abstrato) foi sua maior
contribuição para a arte.Assim, podemos ver o pensamento de
Kaprow se desenvolvendo da pintura para um tipo de arte que
inclui movimentos, corpos e o acaso, e assim, assume um
caráter ritualista.
No mesmo texto, Kaprow também se detém sobre a questão
da Forma. Chama a nossa atenção o fato de Pollock não
respeitar os limites da tela. Assim, ele promove a quem olha a
experiência de interagir ativamente com a obra, proporcionando,
deste modo, que o observador possa elaborar completudes e
variações aos gestos do artista.
Fig. 104 - Allan Kaprow
Happening
Assim, foi o contato com a obra de Pollock que levou
Kaprow a abandonar a pintura em favor de atividades
conectadas ao mundo fora das telas.Foi assim que,
em 1961, ele começou a elaborar os happenings
através de escritos. Happenings, escreve ele:
“parecem não ir a lugar algum e nem fazer sentido
literário específico. Em contraste com as artes do
passado, não têm um início estruturado, meio ou fim.
Sua forma é aberta, inacabada e fluida: nada,
obviamente, é solicitado e, portanto, nada se ganha,
exceto a certeza de um número de ocorrências às
quais estamos mais atentos”.
Assim, o happening não tem uma estrutura narrativa,
ou seja, não tem início, meio e fim, pois esta é
substituída por momentos diferentes que podem ser
planeados como também espontâneos, deixando o
espectador e o artista atentos. Fig.105 - “Palavras”,
Allan Kaprow, 1962
Happening
Além destas, outras características que podemos
observar a partir do mesmo texto de Kaprow, são
que:
- Os happenings não têm nenhum plano,
nenhuma ideologia óbvia, ocorrem de forma
improvisada, envolvem o acaso e comportam
possíveis falhas, sendo, desta forma, mais
próximos da vida do que da arte.
- Diferentemente de objetos de arte, eles não são
mercadorias, mas eventos breves que não se
repetem. Também devem “eliminar a arte e
qualquer coisa que remotamente a sugere,
assim como evitar as galerias de arte, teatros,
salas de concerto e outros empórios da cultura”.
Fig. 106 - “Yard”, Allan Kaprow, 1961
Vídeo 11 - Recriação da obra “Yard” do autor
Allan Kaprow, recriação do autor William
Pope
Happening
- Kaprow faz a ressalva ainda de que eles
devem renunciar às convenções das artes
plásticas e do teatro, não podendo ser
ensaiados ou encenados por profissionais,
logo somente podiam ser protagonizados
pelo artista e/ou artistas-criadores;
- Também a ideia de espectador deve ser
eliminada para que todos os elementos
(espaço, ambiente, pessoas, materiais,
tempo) sejam integrados;
- Pode ser apenas corporizada e falada,
também pode ainda incluir objetos do meio
envolvente ou sons e imagens produzidas
pelo artista
Fig. 107 - “18 happenings
em 6 partes” Allan Kaprow,
1968
Vídeo 12 - “18 happenings em 6
partes” Allan Kaprow, 1968
Performance
Ao longo dos anos, a Performance evoluiu como uma forma de
expressão artística, procurando uma definição no meio de várias
transformações.Têm os seus objetivos e características
específicas que a diferenciam do happening. No entanto, é vasta,
abstrata, ilimitada e atual. Segue-se uma transcrição da
historiadora da arte chamada Roselee Goldberg para o melhor
entendimento da performance:
“Devido à sua natureza, a performance dificulta uma definição
fácil ou exacta, que transcenda a simples afirmação de que se
trata de uma arte feita ao vivo pelos artistas. Qualquer definição
mais rígida negaria de imediato a própria possibilidade da
performance, pois os seus praticantes usam livremente quaisquer
disciplinas e quaisquer meios como material – literatura, poesia,
teatro, música, dança, arquitetura e pintura, assim como vídeo,
película, slides e narrações, utilizando-os nas mais diversas
combinações. De facto, nenhuma outra forma de expressão
artística tem um programa tão ilimitado, uma vez que cada
performer cria a sua própria definição através dos processos e
modos de execução adoptados.”
Fig. 108 - “AAA-AAA”
(1978) - Marina Abramovic
Vídeo 13- “AAA-AAA”
(1978) - Marina Abramovic
Performance
Goldberg abrange ainda mais o conceito de
Performance Art, vendo-a como um meio que
designa todo o tipo de apresentações ao vivo,
desde instalações interativas apresentadas em
museus até desfiles de moda criativos ou
performances de DJs em bares e discotecas.
Segundo um outro historiador e pesquisador da
arte chamado Cohen, a performance é uma
linguagem híbrida e interdisciplinar que apresenta
características das artes plásticas (origem) e das
artes cénicas (finalidade). É o artista, o seu corpo, o
seu próprio ritmo, tempo e espaço. É a relação com
o público, apesar de não depender dele.
Assim, a Performance não é nada mais que a
expressão artística que une todas as restantes,
ilimitada, que permite quaisquer formas de
expressão.
Fig.109 - New Look (1956) -
Flávio de Carvalho
Vídeo 13 - Importância do Flávio de Carvalho,
considerado como o primeiro performer do
Brasil
Performance
Apesar de ampla, ilimitada e de difícil definição como referido
anteriormente, a Performance é constituída por características, elementos
e objetivos específicos e próprios, que a diferenciam de outras formas de
expressão artística.
De acordo com o IMMA (Museu de Arte Moderna da Irlanda), os
elementos chave que constituem a Performance são o performer ou
performers, a ação ou conjunto de ações, o tempo, o espaço e o público.
Uma das características principais é o corpo do performer, que em tempo
real proporciona uma relação entre si e o público, proporcionando uma
experiência efémera. A ação torna-se o ponto de ligação entre os quatro.
Esta vivacidade característica da performance faz com que o performer
não atue no sentido do teatro tradicional, ficando antes suspenso num
plano provisório onde não representa mas também não deixa de
representar. Torna-se uma experiência intersubjetiva, onde não é contada
uma história mas são provocadas relações sinestésicas.
Fig.110 - “I Like America and
America Likes Me” (1974) -
Joseph Beuys
video 14 - “I Like America and
America Likes Me” (1974) -
Joseph Beuys
Características da Performance
- Uma performance pode existir nas mais variadas formas: pode ser
realizada a solo ou em grupo; a iluminação, música e elementos visuais
podem ser criados pelo próprio performer ou em colaboração com outros
artistas; pode ser apresentada em galerias, museus, num teatro, num bar
ou café, num “espaço alternativo” ou numa esquina;
- o performer raramente é uma personagem;
- o conteúdo raramente segue um enredo ou narrativa tradicionais;
- pode ser um conjunto de gestos mais simples e íntimos ou uma
manifestação teatral em grande escala;
- pode durar minutos ou horas;
- pode ter um guião e ser ensaiada ou pode ser fruto de improvisação.
relativamente à questão da repetição, que o é impossível fazer numa
performance, pois as condições psicológicas do performer juntamente
com as suas representações subjetivas e mutáveis não o permitem na
sua totalidade. Sendo a performance um ato de comunicação, está sujeita
às condições tanto da situação como da recepção dos espectadores que
se altera entre si e entre performances. Para além do mais, visto o
material de execução ser o corpo, jamais seria possível uma reprodução
Fig. 111 - “Passagem” (1979) - Celeida Tostes
Vídeo 15 - Documentário sobre a Celeida Tostes
Performance
Relativamente ao performer, as características da Performance estendem-se
ainda mais:
“O atuante não precisa ser necessariamente um ser humano (o ator),
podendo ser um boneco, ou mesmo um animal. Podemos radicalizar ainda
mais o conceito de “atuante”, que pode ser desempenhado por um simples
objeto, ou uma forma abstrata qualquer”.
Outra característica da Performance Art é a interdisciplinaridade. Os
elementos (teatro, música, dança, vídeo) presentes numa performance não se
compõem de forma linear ou harmoniosa mas por justaposição permitindo
uma interpretação complexa. É ainda importante realçar a interpretação do
espectador que também ela é mutável, abstrata e ilimitada. Torna-se uma
leitura emocional visto que a elaboração de uma performance é também
menos racional e é criada através de signos. O que acontece muitas vezes é
que o espectador não entende mas sente o que está a acontecer. “Na
performance a intenção vai passar do what para o how (do que para o como).
Ao se romper com o discurso narrativo, a história passa a não interessar
tanto, e sim como “aquilo” está sendo feito.”
Fig. 112 - Shoot (1971) -
Chris Burden
Vídeo 16 - Documentário
sobre a obra “Shoot”
Performance (objetivo e o
Body Art)
De entre os vários objetivos da Performance Art, os mais
importantes prendem-se no performer e na relação com o
público. Para um artista, a performance serve como
expressão íntima e como proposta de desafios,
conferindo presença na sociedade. Foi e continua a ser
usada como protesto político e social. Ao comunicar
diretamente com o público, procura escandalizar e obrigar
o espectador a reavaliar os seus conceitos de arte e a
sua relação com a cultura.
Um aspeto fundamental de referir é o Body Art, um termo
que surge no final da década de 60, como resposta e
prolongamento da Arte Conceptual e do Minimalismo,
sendo uma manifestação em que o corpo do artista é
usado como suporte ou meio de expressão. Ao longo do
tempo dilui-se e torna-se uma subcategoria e/ou uma
característica da Performance Art.
Fig.113 - “Anthropometries”,
Yves Klein, 1960
Vídeo 17- “Anthropometries”, Yves Klein, 1960
Body Art
De acordo com Berghaus, um teatrólogo, a Body Art
pode ser caracterizada como: o papel material, físico,
energético e sensual do corpo; o uso do corpo não
como veículo transmissor de representação de histórias
ou personagens ficcionais mas que revele o artista em
primeira pessoa, como ser físico e mental; a
importância das experiências viscerais que procuram o
espectador e não um observador distante; a
desconstrução do corpo como espaço de escrita social;
a apresentação de experiências transformadoras que
demonstrem uma emoção intensa e ressonância física
e o foco nos aspectos autobiográficos, privados,
íntimos e secretos que levam à revelação de desejos e
memórias de sofrimento escondidas ou à recuperação
de momentos de grande prazer físico.
Fig. 94 - Through the Night Softly (1973), Los
Angeles, Estados Unidos
Fig. 95 - “Ritmo”, Mariana
Abramovic, 1975
Instalação
A instalação é um tipo de arte conceptual (
esta será abordada no slide 43 ) que surge
na década 70 do século XX. Esta implica a
experiência dos visitantes pois o vive do
contacto com o espectador, do seu
movimento, da sua dinâmica corporal.
Mais importante, a instalação depende do
espaço em que se insere. Com tudo, pode
ser caracterizada por;
● incorporar a fotografia, projeção de
áudio, vídeo, neon, objetos do
quotidiano, entre outros;
Fig. 116 - “364 suíços mortos”, Christian Boltanski, 1984
Fig. 117 - “La Menesunda”, Marta Minujin, 1965
Instalação
● Concretiza-se na realização de cenários e/ou
ambientes de sentido plastico, construídos com
objetos variados extraídos do quotidiano; (Fig. 119 )
● Tem uma expressão complexa e revela-se de forma
crítica em relação ao fenômeno artístico, estando este
aspeto crítico e satírico revelado também pelo
carácter não comercial destas obras;
● Provoca sensações, como o frio, calor, odores ou
coisas que simplesmente chamem a atenção do
público ao redor. (Fig. 118)
Fig. 118 -
Instalação de luz,
Nan Hoover, 2006
Fig. 119 - “The Happy End of Franz Kafka’s
Amerika”, Martin Kippenberger, 1994
Arte Minimal
Em 1965 nos EUA, surge um novo movimento artístico resultante do grupo de
artistas em torno da crítica ao Expressionismo Abstrato e a favor da forma pura, a
Arte Minimal. Esta corrente era considerada como uma das correntes que mais
influenciaram o campo das artes visuais, arquitetura, design e música de acordo
com o filósofo e crítico da arte Richard Arthur Wollheim (1923-2003). Este também
afirmou que o minimalismo irá adequar às necessidades da vida que são realmente
essenciais, um aspecto positivo pois de acordo com a filosofia de vida, viver com o
básico ajudaria na busca da verdadeira felicidade, assim, este movimento se tornou
num estilo de vida muito popular.
Seus principais representantes são Donald Judd (Fig.123) e Richard Serra (Fig.122)
Fig. 120 - sem título, Donald Judd, 1967 Fig. 121 - “Abstract Slavery”, Richard Serra, 1974 Fig.122 - Richard Serra
Fig.123 - Donald
Judd
Arte Minimal
O Minimalismo, influenciado pelo Suprematismo, Neoplasticismo e Abstracionismo Geométrico, se
manifestou na artes plásticas, na música, na literatura e na moda e em todas estas áreas, procurou o
mínimo , o básico, a síntese e a ausência de emotividade. Com tudo, este movimento pode ser
caracterizado por:
● Recorrer a elementos básicos e essenciais, utilizando materiais industriais como o ferro, vidro e
acrílico (Fig.124);
● Utiliza formas geométricas repetidas várias vezes, pois nestas predomina a ordem, simplicidade e
clareza formal (Fig. 126);
Fig. 124 - “Interseção III”, Richard Serra, 1993 Fig. 125 - “Fulcrum”, Richard Serra, 1987 Fig. 126 - Sem Título, Donald Judd, 1977
Arte Minimal
● Pelas “estruturas primordiais”, esculturas tridimensionais simples, que procuram o silêncio, o
mínimo, sem exagero (Fig.127);
● Utiliza pinturas monocromáticas ou os neos, compostos por poucas cores primárias e vibrantes,
sempre procurando não atingir a “poluição visual” que as vanguardas atingiam (Fig.129);
● O trabalho final, que se integra no espaço envolvente, é simplesmente um objeto material e não
um veículo portador de ideias ou emoções (Fig.128).
Fig. 127 - “Sight Point”, Richard Serra, 1975 Fig. 129 - “Esboço 6”, Richard Serra, 1981
Fig. 128 - Sem Título, Donald Judd, 1965
Arte Conceptual
A Arte Conceptual é um movimento artístico contemporâneo que surgiu em 1965 e se popularizou até a
década 80 do século XX. Este movimento é caracterizado por::
● Originar um novo conceito de arte, assim a ideia criadora e o processo mental e reflexão sobre a obra
até ao produto final é mais importante que este, que a obra de arte em si.
● Reage contra a nova época, na qual as novas tecnologias dominam e invadem gradualmente cada
vez mais a atividade artística, o processo do trabalho. Isto pôs em questão e discussão o papel da
arte e do artista, a sua razão de existir e o seu propósito perante a sociedade;
Fig. 130 - “One and Three Lamps, Joseph Kosuth, 1965 Fig. 131 - “Collateral”, Hans Kosuth
Fig. 132 - “Cowboy with Cigarette”,
Hans Haacke, 1990
Arte Conceptual
● Tem a intencionalidade de desafiar as pessoas a interpretar uma ideia, um conceito, uma crítica
ou uma denuncia, com o objetivo de que o observador reflita sobre o ambiente, a violência, o
consumo e a sociedade (Fig.133);
● É expressa através de fotografias, vídeos, mapas, textos escritos, instalações, performances e
outros meios de expressão e outros materiais entendidos como parte do processo criativo
(Fig.134). Pois o artista agora é considerado como “fazedor de ideias” e não como um criador de
objetos.
Fig. 134 - “One and Three Chairs”, Joseph Kosuth, 1965
Fig. 133 - “Good Boy, Bad Boy”, Bruce Nauman, 1985
Land Art
A Land Art é , como também a instalação por exemplo, uma vertente da arte conceptual. Conhecida também
como Earth Art ou Earthwork, é um tipo de arte efémera e não comerciável, se caracteriza pelo seguinte:
● Em vez da sua exposição ocorrer em galerias de arte, ocorre no exterior, em espaços urbanos, na
Natureza;
● O terreno natural é trabalhado de modo a integrar-se à obra, assim ocorre uma remodelação, uma
intervenção estética e plástica na paisagem;
● Como referido não é comerciável, pois questiona a obra de arte como um objeto comercial, opondo-se
a sociedade capitalista, onde tudo é possivel comprar;
● Apresenta grandes preocupações ecológicas, assim utiliza materiais naturais que se degradam,
decompõem e são absorvidos pela Natureza, materiais biodegradáveis. Ou ocorrem a utilização de
elementos artificiais que se desmontam depois.
Fig. 135 - “Espiral Jetty”, Robert Smithson, 1970 Fig. 136- “Monte em Espiral”, Robert
Smithson, 1971
Fig. 137 - “Broken Circle”, Robert
Smithson, 1971
Conclusão/Resumo
● Com este trabalho, observamos o surgimento de vários movimentos, dos quais a arte minimal é
o estilo que se destaca mais para mim e o artista George Rickey, que confrontam duas grandes
novas realidades: o extraordinário e dominação das tecnologias e os efeitos do globalização, do
capitalismo, dos media mass ( cuja publicidade é cada vez mais agressiva) e de uma sociedade
dominada pelo apetite pelo consumo.
● Com este contexto observamos vários movimento que reagem contra isto, aparecem novos
conceitos, novos tipos e processos de arte. O conceito tradicional do artista é também posto em
causa, passando a ser “criador de ideias” e não “criador de objetos”.
● Surgem movimentos artísticos que reagem contra a arte abstrata até aí dominante, como por
exemplo a Pop Art que usa uma linguagem figurativa e que pretendia ligar a arte à vida,
refletindo sobre as “modas” da sociedade.
● Nos anos 60 a arte ganha mais dois novos conceitos: a arte enquanto acontecimento,
concretizado pelo happening e performance; a arte enquanto ato mental, concretizado pela Arte
Minimal, pela instalação e pelo Land Art ( vertentes da Arte Conceptual).
● Com este trabalho também podemos confirmar que “Criar é Agir”, pois cada um dos
movimentos apresentados faz um crítica em várias maneiras distintas, como por exemplo
contra os problemas sociais. Também podemos associar o criar ao agir nas obras em si, mais
especificamente na arte cinética, pois nesta as obras verdadeiramente agem, se movimentam.
Fontes de pesquisa
Webgrafia ( websites utilizados)
https://www.todamateria.com.br
https://mag.sapo.pt/
https://arteref.com/
https://www.facebook.com/
https://www.infopedia.pt/
http://www.armanstudio.com/artworks
https://www.historiadasartes.com/
https://www.culturagenial.com/
http://www.juanfranciscocasas.com/
https://nararoesler.art/
https://pt.wikipedia.org/
https://pt.slideshare.net/
Webgrafia (Vídeos utilizados)
https://youtu.be/-2NrmitiZ4k
https://www.youtube.com/watch?v=PKfkd
h8X8p8
https://www.youtube.com/watch?v=gyb68
hIApM4
https://www.youtube.com/watch?v=c7WA
bSnINuQ&t=56s
https://www.youtube.com/watch?v=mxpKs
vyCN10&t=12s
Bibliografia:
- Manual de HCA
11º Ano Raiz
Editora
- Manual de
preparação para
o exame final
nacional de HCA
da Porto Editora
- Caderno-Síntese
de HCA do
Professor José
Couto
- Trabalhos
disponibilizados
pela
Universidade
das Belas Artes
de Lisboa
Fim do trabalho :)

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1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
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A arte enquanto processo “criar é agir”

  • 1. A Arte enquanto processo: “Criar é agir” Taras Bulka Nº21 11ºD
  • 2. Índice do trabalho ● Introdução ( slide 3 ) ● Contexto ( slide 4 e 5 ) ● Novo Realismo ( slide 6 - 15 ) ● Pop Art ( slide 16 - 29 ) ● Hiper Realismo ( slide 30 - 40 ) ● Arte Cinética ( slide 41- 56 ) ● Op Art ( slide 57 - 60 ) ● Arte-conceito ( slide 61 ) ● Happening ( slide 62 - 65 ) ● Performance ( slide 66 - 72) ● Instalação ( slide 73 - 74 ) ● Arte Minimal ( slide 75 - 77 ) ● Arte Conceptual ( slide 78 e 79) ● Land Art ( slide 80 ) ● Conclusão/Resumo ( slide 81 ) ● Webgrafia e Bibliografia ( slide 82 ) Fig. 1 - “Menina se afogando”, Roy lichtenstein, 1963
  • 3. Introdução ● Este trabalho foi realizado no âmbito da disciplina da História da Cultura e das Artes, a pedido da professora Fernanda Pereira. ● Neste trabalho irá ser abordado primeiramente o contexto, pois os movimentos pertencentes a este trabalho surgem neste, enfrentando os diversos problemas que surgem neste contexto. Depois deste irá ser abordado os vários movimentos artísticos propostos para este trabalho. ● Para cada movimento irá ser referido um contexto quando possível, como a data e local do seu surgimento, motivos e acontecimentos que levaram ao seu aparecimento, as suas características, intencionalidades, objetivos e serão utilizadas imagens, como também vídeos em algumas situações para melhor entendimento, serão também referenciados artistas mais populares e destacáveis de cada movimento, recorrendo a demonstração de obras destes. ● Com este trabalho, o objetivo principal é explicar de forma explícita e completa cada movimento, como também pretende- se responder a seguinte questão: “Criar é Agir?” Fig.2 -“place du 18 juin 1940”, Jacques Villeglé, 1992
  • 4. Contexto Social ( A nova mentalidade ) No final dos anos 50, a relação das pessoas com o ato de consumo tinha tomado proporções nunca antes vistas. Pois com a difusão e dominação do “American Way Of Life” ( Fig.4 ) sobre o consciente da população mundial, o sucesso virou sinônimo de posse, ou seja, para as pessoas, ter uma casa com um jardim, ter um carro, uma televisão, um microondas e outras meios tecnológicos e objetos ( Fig. 3 ) era significado de que sucederam na vida. Fig. 3 e Fig 4 - Ilustrações Com base nestas ilustrações, podemos evidenciar os altos níveis de consumo que eram propagandeados ao público, que seguia estes “exemplos”
  • 5. Contexto Político e Social ( Domínio dos EUA ) Com a imposição do plano “marshall” (Fig. 6 ) ( uma ajuda financeira de 14 biliões de dólares, por parte dos Estados Unidos da América para a Europa, para esta se reconstruir, pois após as guerras mundiais se encontrava totalmente em ruínas.) ocorreu a americanização da Europa Ocidental. Assim, foi implantado nas mentalidades das pessoas que o “American Way Of Life” é um modelo de vida ideal que todos deveriam seguir. Fig. 6 - Cartaz para o plano “marshall”. “qualquer que seja o tempo nós só alcançamos o bem- estar juntos” Fig. 5 - Ilustração do “American Way Of Life”
  • 6. O surgimento do Novo Realismo Com este contexto, surge uma nova corrente artística, o Novo Realismo. Este movimento surge quando Pierre Restany numa noite de outubro de 1960, reuniu um grupo de artistas com os quais assinou o “Manifesto do Novo Realismo” (Fig. 7) que sintetizava as intenções que estes artistas tinham em comum. No manifesto estava escrito: “Os novos realistas se conscientizarem da sua singularidade coletiva. Novo Realismo = novas abordagens perceptivas do real” Fig. 7 - “Manifesto do Novo Realismo”
  • 7. Porque surgiu o Novo Realismo? Restany (Fig. 8) tinha o desejo de criar um novo movimento artístico devido: - Ao Mundo querer novidade, anseio pelo novo. Isto porque desde o século XX domina a cultura do efêmero. As pessoas passaram a enjoar muito rápido de tudo e querer sempre novidades; - A Vontade de criar um movimento de arte com raízes francesas, correspondendo a um certo “orgulho nacional ferido”. Pois a França foi, por muito tempo, o centro cultural do mundo (moda, música, arquitetura e artes plásticas ). Mas isto tudo mudou depois da 2ª Guerra Mundial, porque os EUA dominaram o mundo com a sua hegemonia cultural. Fig. 8 - Crítico da arte Pierre Restany
  • 8. O Novo Realismo O Novo Realismo é um movimento artístico que de uma forma resumida pretende se aproximar com a realidade e com os assuntos do quotidiano, mas pode ser dividido em dois lados, quanto às suas intencionalidades: - O lado espiritual, Este lado foi uma ideia que surge originalmente do Yves Klein. O trabalho deste vai provar que uma obra de arte não se limita a um objeto produzido. A arte pode ser imaterial. Este lado é composto por: Yves Klein, Jean Tinguely, Niki de Saint Phalle, Jacques Villeglé e Arman. - O lado da crítica ao consumismo, Artistas como o François Dufrêne, Raymond, Martial Raysse e Daniel Spoerri baseiam a sua visão na natureza moderna ( fábrica, cidade, publicidade, etc). É esta realidade que eles criticam, na qual a sociedade é dominada pelo consumismo. Fig. 9 - “Chaos I”, Jean Tinguely, 1974 Fig. 10 - “pont de l'academia”, Jacques Villeglé, 1970 Fig. 11 - “Snare Picture”, Daniel Spoerri, 1960
  • 9. O lado Espiritual(Novo Realismo), Yves Klein (Sua biografia) Yves Klein tocava piano numa banda de jazz, se interessava por levitação e praticava meditação diária. Também era faixa preta de judô, abriu uma academia em Paris e escreveu um livro sobre os fundamentos da arte marcial (Fig.15). Estas práticas que ele fazia, faziam o refletir sobre a força, potência e leveza. Era isto que alimentava a sua criatividade e o levou a desenvolver obras bem diferentes de tudo o que existiu na história da arte até então. Fig.12 - Yves Klein Fig.13 - Yves Klein Fig.14 - Yves Klein Fig. 15 - “Os fundamentos do Judô”, Yves Klein
  • 10. O lado Espiritual (Novo Realismo), Yves Klein Klein ficou conhecido pelas suas obras monocromáticas, pintadas com uma única cor, ficando mais conhecido pelo pigmento azul muito intenso que ele mesmo desenvolveu (Fig. 18). É uma cor que ele batizou de “IKB”, que significa International Klein Blue. Seus quadros monocromáticos não tem nenhuma linha, nenhuma imagem, é apenas cor pura. Pretendendo comunicar a energia cósmica invisível. Fig. 18 - Blue Monochrome, Yves Klein, 1961 Fig.16 - large blue anthropometry, Yves Klein, 1960 Fig. 17- “Great Blue Cannibalism”, Yves Klein, 1961
  • 11. O lado Espiritual (Novo Realismo), Yves Klein Nas suas obras de arte, o observador não é só um observador, pois Klein convida o a mergulhar no infinito, ao qual Klein se refere como “le vide”, “o vazio”. Pois o observador entra num estado de concentração livre de qualquer influência do mundo. É uma zona neutra onde a realidade não é a representação das coisas, mas sim as suas próprias sensações. As ideias do Klein atacam politicamente o modelo de negócio tradicional no mercado da arte e propõe uma reflexão sobre quanto vale uma obra emocionalmente. Fig. 19 - “Anthropométrie de l`époque beue”, Yves Klein, 1960 2:12 Yves Klein. Anthropométrie de l'époque bleue (1960) colour YouTube · channel391 27/07/2012 Vid. 1 - Klein usava mulheres como pinceladas para algumas das suas obras, recebendo mais tarde críticas por objetificar a mulher
  • 12. O lado da crítica ao consumismo (Novo Realismo) Como o seu nome refere, este lado critica o desejo da sociedade pelo consumo, Existe uma reflexão sobre os males do consumismo, pondo o seguinte questionamento: “Para o que comprar tanto, precisa mesmo de tudo o que consome?” As temáticas se centram nas: Peças inúteis, criticando de forma satírica as indústrias (Fig. 22) Louças sujas que simbolizam o exagero do consumismo (Fig. 20) Roupas dos séculos passados que nunca mais estarão na moda.( Fig.21) Fig. 22 - Compressão, César Baldaccini, 1984 Fig. 21 - “Déculotage” Gérard Deschamps, 1960 Fig. 20 - “Assemblage”, Daniel Spoerri, 1992
  • 13. O lado da crítica ao consumismo (Arman Fernandez) No entanto, o artista que se destacou mais neste lado foi o Arman. Arman centrou a atenção em si verdadeiramente quando encheu uma galeria de arte com um “monte de lixo” (Fig.25), esta exposição foi chamada “o cheio”, uma espécie de brincadeira com a exposição vazia do klein. Arman também ficou conhecido pelas acumulações, estas eram caixas preenchidas por objetos idênticos.(Fig.26) Com o passar do tempo, o trabalho de Armas cresceu e ficou ainda mais provocador, criando uma série chamada de “colores”. Estes representavam a sua raiva, representada por objetos arrebentados, desde um automóvel explodido (Fig.23) até a destruição de um piano. (Fig.24) Fig. 25- Exposição de Arman em 1960 Fig. 26 - Acumulação numa caixa, Arman , 1960 Fig.23 - “White Orchid, Arman , 1963 Fig.24- “Chopin`s Waterloo, Arman , 1962
  • 14. O lado da crítica ao consumismo (Arman Fernandez) A partir dos anos 80, ele criou monumentos com veículos empilhados. Fig. 27 - “Long term Parking”, Arman , 1882 Fig. 28 - “The Hope for Peace”, Arman , 1995
  • 15. O lado da crítica ao consumismo (Novo Realismo) Outra técnica que marcou o Novo Realismo foi a “assemblage”, esta é a destruição de cartazes publicitários, estes eram arrancados ou recortados dos muros e depois colados numa tela, estas obras foram tão chocantes que até hoje em dia muitas pessoas se recusam em reconhecê las como arte. Fig. 29 - “Follia dell`anno”, Mimmo Rotella, 1961 Fig. 30 - “encore”,François Dufrêne, 1965 Fig. 31 - “Boulevard de la Gare”, jacques villeglé , 1973
  • 16. A semente da Pop Art Antes de surgir a Pop Art, Eduardo Paolozzi, um artista italiano que se tinha refugiado em Paris devido a perseguição da sua família pelo governo na Itália, criou a colagem representada na Fig. 32. Eduardo vai ganhando revistas dos soldados americanos enquanto reside em Paris e é com estas revistas que ele vai montar a sua primeira colagem. Nesta podemos observar o uso de símbolos e imagens relacionadas com o erotismo, como a cereja e a pistola a apontar a “pin up”, um símbolo da cultura de massas dessa época. Observamos a utilização de logotipos, como a Real Gold ( uma marca de sumos de laranja extremamente popular nos EUA) e a Coca-Cola, algo que estava presente em todos os filmes dos EUA. E por último, observamos também um postal da 2ª guerra mundial na qual diz “Mantenha-os no ar!”, num formato retangular. Assim, podemos dizer que esta colagem, chamada “Eu era o brinquedo de um homem rico” (I was a rich man´s playing), cujo seu nome deriva do texto presente na obra na qual retrata a mulher como um objeto do homem, foi o que deu início ao movimento da Pop Art. Fig. 32 - “Eu era o brinquedo de um homem rico”, 1947, Eduardo Paolozzi
  • 17. A Semente da Pop Art Isto devido a aparência da palavra “pop” pela primeira vez no contexto das belas artes; quanto a tipografia, ou seja quanto às formas usadas, observamos o uso de quadradinhos; por sua vez, nestes quadradinhos observamos o encanto, fascínio, e o interesse pela cultura popular (os objetos), pelos momentos íntimos ( a “pin-up”, o texto ao lado desta, a cereja) e pelos meios de comunicação, como as marcas; por sua vez, observamos a afirmação do poder das marcas, da publicidade e do consumismo, pois este artista e outros artistas pertencentes a Pop Art reparam com antecedência na manipulação das marcas para que o indivíduo consuma cada vez mais. Fig. 33 - “Eu era o brinquedo de um homem rico”, 1947, Eduardo Paolozzi
  • 18. O Surgimento da Pop Art Quando Eduardo vai para Londres, ele vai conhecer o Grupo Independente que partilhava os mesmos interesses pela cultura das massas, na conferência “BUNK!”. Um dos principais membros deste grupo era o Richard Hamilton (1922 - 2011 ) (Fig.34) que participou numa das exposições mais importantes para a Pop Art chamada “This is Tomorrow” na Whitechapel Art Gallery em 1956 (vídeo 2 ) e para esta exposição Richard vai criar uma colagem fundamental para a Pop Art, pois marca o início deste movimento. Esta obra, chamada ”O que é que faz exatamente os lugares de hoje tão diferentes, tão atrativos?” (Fig.36) recorre a utilização da colagem, utilizada anteriormente pelos dadaístas e cubistas (na fase sintética), é uma paródia da invasão cultural que está decorrendo no Reino Unido pela cultura Norte Americana. A sua obra crítica todo esse consumismo que estava começando a se formar na cultura de massas. Vid. 2 - Exposição “This is Tomorrow”, 1956 Fig. 34 - Richard Hamilton
  • 19. Análise da obra Nesta obra podemos observar aparelhos modernos, como a televisão, na qual observamos uma mulher ao telefone, um aparelho auditivo no chão, um aspirador com um tubo muito longo no qual podemos evidenciar uma seta preta que de certo modo está a publicitar o aspirador, pois diz que “os aspiradores normais só chegam até aqui” enquanto o aspirador ilustrado vai mais longe e para acentuar isto, Richard recorre ao exagero da perspetiva da escada. Podemos observar também móveis modernos, como os sofás e para acentuar a modernidade, incorpora na colagem um presunto enlatado, situado em cima da mesa. Com tudo, nesta obra, claramente se destaca o homem e a mulher, os protagonistas desta obra. Fig. 35 - O que é que faz exatamente os lugares de hoje tão diferentes, tão atrativos?”, Richard Hamilton, 1956
  • 20. Análise da obra O homem representado conseguiu ficar em 3º lugar no concurso do Mr. America em 1954 e podemos observar que ele está segurando uma chupa enorme de uma marca extremamente famosa nessa época, a tootsie roll pop ( segunda vez que a palavra pop surge numa obra). A mulher, que se chama Jo Baer, é uma artista minimalista, mas no momento em que estudava não tinha dinheiro e para sobreviver e ganhar dinheiro ela posava como modelo em revistas eróticas. Na parede observamos o cartaz do primeiro filme com som, observamos a capa de um Comic Book e do lado podemos observar a única coisa da cultura britânica, um quadro vitoriano a preto e branco de uma figura britânica. Quanto ao teto, observamos uma fotografia da terra publicada em 1955, uma das primeiras fotografias da visão espacial do nosso planeta. Fig. 36 - O que é que faz exatamente os lugares de hoje tão diferentes, tão atrativos?”, Richard Hamilton, 1956
  • 21. A Pop Art Assim, com o início deste movimento que predomina nos EUA e no Reino Unido, os artistas da Pop Art vão criticar, responder contra o Expressionismo Abstrato, pois para eles, os artistas do expressionismo abstrato tinham se distanciado totalmente da realidade, pois acabaram de sofrer uma guerra devastadora que mudou a visão e o pensamento do mundo para sempre e estes artistas continuavam agarrados a si mesmos sem refletir e representar a sociedade. Com tudo, os principais artistas deste movimento são: - Richard Hamilton - Jasper Johns - Claes Oldenburg - Roy Lichtenstein - Andy Warhol Fig.36 - Andy Warhol Fig.37 - Roy Lichtenstein Fig.38 - Claes Oldenburg
  • 22. Características da Pop Art Este movimento consegue se destacar e responder contra o expressionismo abstrato e as vanguardas europeias por: ● Utilizar uma linguagem figurativa, respondendo assim contra o Expressionismo Abstrato, inspirando-se na cultura de massas, vão recorrer à utilização de objetos (Fig.40), figuras (Fig.39) e símbolos (Fig.41) populares como material de criação. Estes símbolos eram ironizados para fazer crítica ao excesso de consumo da sociedade capitalista. Isto porque o capitalismo era muito espalhado e incentivado pela publicidade e cinema, o “American Way Of Life” Fig. 39 - “The Beatles”, Andy Warhol, 1980 Fig. 40 - Latas de Sopa Campbells, Andy Warhol,1962. Fig. 41 - “Bandeira”, Jasper Johns, 1955
  • 23. Jasper Johns Assim, destaca-se Jasper Johns (1930) que durante 6 anos viveu no mesmo apartamento em Nova Iorque com o Robert Rauschenberg (1925- 2008). Quando expuseram as suas primeiras obras, foram chamados de neodadaístas, embora fossem influenciados por estes, não tinham a mesma intencionalidade. A primeira obra que vai atribuir a Johns (influenciado pela obra “A traição das imagens'' (Isto não é um Cachimbo) de René Magritte, 1929, atenção é a “Bandeira”. Esta não era simplesmente uma representação da bandeira dos EUA, pois observando melhor, evidenciamos a enorme camada de tinta aplicada, a utilização de revistas, de pedaços de tecido e também utiliza uma técnica antiga na qual utiliza cera derretida com tinta , que amadurece extremamente rápido. Podemos relacionar esta utilização de vários materiais e técnicas ao cubismo Fig. 42 - “Bandeira”, Jasper Johns, 1955
  • 24. Andy Warhol Andy Warhol, cujo seu nome verdadeiro é Andrew Warhola, filho de uma família extremamente pobre e de imigrantes da antiga Tchecoslováquia, tinha muito sucesso como um ilustrador e publicista, o que lhe permitiu ter uma boa condição financeira, e foi durante este período de tempo no qual decidiu se dedicar ao mundo da arte. Assim, quando se dedicou verdadeiramente a arte, em julho de 1962 ele decidiu ir para Los Angeles, California, montar uma exposição na Galeria Ferus com 32 telas do mesmo tamanho nas quais está representada a sopa mais famosa dos EUA, a sopa Campbell`S. Fig. 43 - “Sopa Campbell`s” Quando expôs estas na exposição de 1962, não colocou estas pinturas tão agrupadas como estão hoje em dia no museu, mas pôs cada pintura na sua própria estante para simular um produto num supermercado.
  • 25. Andy Warhol (Pop Art) Com tudo, a Pop Art se caracteriza por recusar a separação entre a arte e vida, pois consegue-se ligar e comunicar com o público a partir de símbolos e objetos tirados da cultura de massas e da vida quotidiana. Andy concretiza isso retratando ídolos da música popular e do cinema, evidenciando o quanto estas figuras são impessoais e vazias, ficando assim, a personalidade mais conhecida da Pop Art Fig. 44 - “Marilyn Monroe”, Andy Warhol, 1962. Nesta obra, Andy faz a sua primeira representação da Marilyn logo depois de ela falecer em 1962. Nesta obra temos uma série de imagens, a primeira mostra a estrela do cinema colorida, e a segunda em preto e branco, como se sugerisse a sua morte.
  • 26. Andy Warhol ( Pop Art ) Andy Warhol demonstra ser um dos pioneiros da Pop Art não só através da representação de celebridades como também pela representação de objetos banais. Uma das suas representações destacáveis é a “Coca-Cola” de 19 (Fig.42) Nesta obra Andy representa a Coca-Cola em grande escala ( a obra tem 208,3cm x 144,8cm ), numa linguagem pictórica despojada e quase impessoal, como se tratasse de um vulgar cartaz publicitário. Neste aspecto, a obra é bem representativa da Pop Art pois retrata como tema um ícone publicitário da sociedade de consumo americana. A linguagem figurativa e objetiva torna a imagem perfeitamente perceptível, respondendo contra ao Expressionismo Abstrato. Fig. 45 - “Coca-Cola”, Andy Warhol, 1960
  • 27. Roy Lichtenstein, o seu processo de criar Nascido em 1923 em Nova Iorque, Lichtenstein fica conhecido pelas suas obras inspiradas no universo das histórias dos quadradinhos. Para criar as suas obras Roy começava tudo com os estudos e as pesquisas, como por exemplo a obra “Whaam!”saiu do comicbook número 89 da série “Oh American men of War”, após encontrar o desenho que pretendia, procede a redesenhá-lo num papel, depois de fazer isto, ele tira uma foto e projeta na parede sobre um papel grosso, assim desenha sobre a projeção do seu esboço e já começa a marcar onde vai por os contornos, depois desta fase, ele vai projetar novamente, mas desta vez já numa tela e na proporção 2:1, ou seja, com um aumento de 50%, permitindo assim atingir a monumentalidade (pois a obra “Whaam!” tem 1,7 x 4 metros por exemplo) que caracteriza as suas obras. Após de desenhar a obra a grafite e marcar os contornos na tela com um rolo fotográfico, ele procede a marcar os pontos, uma características muito forte de Roy, após isto,pinta a tela e por último, retira os rolos fotográficos e pinta estes contornos com tinta acrílica preta. Vídeo 3 - Podemos observar alguns clipes nos quais Roy realiza as suas obras Fig. 46 - “Whaam!”, Roy Lichtenstein, 1963
  • 28. Características da Pop Art ( Roy Lichtenstein ) As suas obras que impactam a Pop Art se caracterizam pelas: - cores intensas e vibrantes, utilizava nomeadamente cores como o azul, amarelo e vermelho; - Não utiliza sombras; - Utiliza quadradinhos com texto curto; - Nas suas obras, existe uma história sem começo, meio e fim, pois Roy retirava uma cena de tensão, de suspense e descontextualiza-a para nós refletirmos e pensarmos na história. - Como as suas cenas são particularmente de guerra, ao descontextualizar estas, acaba por fazer uma crítica social, pois ao tirar do contexto, tira o sentido da cena, passando assim que a guerra não tem sentido. Fig. 47 - “Girl Crying.” Roy Lichtenstein,1963
  • 29. Características da Pop Art Além de se manifestar em obras como colagens e ilustrações, A Pop Art também se manifesta na escultura, nos objetos. Influenciados pelo Dadaísmo (os ready-mades de Duchamp), assumindo a mesma atitude irônica face à cultura urbana (“criar é provocar”) e pelo Surrealismo, vão utilizar os objetos mais triviais da cultura popular e com estes criticam e ironizam a sociedade de consumo, mas ao mesmo tempo, vivem fascinados e mergulham nela. Fig. 48 - “Two cheeseburgers, with Everything”, Claes Oldenburg, 1962 Fig. 49- “Profiterole”, Claes Oldenburg, 1990 Para Oldenburg é a comida americana, industrializada e padronizada: como os hambúrgueres, e os os ice-creams que são diariamente introduzidos em quantidades industriais, como combustível nos fornos. Para este, a comida define a cultura de massas, a qual realça a sua complexidade e o seu absurdo quanto ao consumo.
  • 30. Hiper-Realismo Entre 1965 e 1968 surge um novo movimento artístico nos EUA, o Hiper-Realismo. Esta outra manifestação do “Realismo” contemporâneo reage contra à intelectualização da arte abstrata então dominante. Como seu nome indica, este movimento pretende mostrar uma alta resolução de detalhes e de realismo da realidade. Assim, O Hiper-Realismo é uma evolução do fotorrealismo, mas se distancia deste porque apesar de aproximar-se da realidade a ponto de serem quase idênticos, não são a realidade.Pois esta simulação de realidade resulta na construção de um olhar intencionalmente crítico sobre essa realidade, uma realidade mais complexa e, principalmente, mais subjetiva. Assim, é um estilo de pintura e escultura, que procura mostrar uma abrangência muito grande de detalhes, tornando a obra mais detalhada do que uma fotografia ou do que a própria realidade. Visa alcançar a perfeição nos seus mínimos detalhes. Não expressar um ponto de vista ou formas abstratas e sim trazer a sensação de estar olhando uma foto Fig. 50 - “The Candy Store”, Richard Estes, 1969 Fig. 51 - “Car Reflection”, Richard Estes,1969
  • 31. Características do Hiper-Realismo O Hiper-Realismo pode ser caracterizado por: ● Procurar uma precisão extrema de detalhes, captando sombra, luz, brilho e reflexos, como é evidenciável na figura 49 ● Recorre a temáticas realistas, como pessoas, paisagens e animais. (Fig.50) ● As cores são super realistas. Fig. 52 - “Telephone Booths” Richard Estes, 1967 Fig. 53 - “Water Taxi”, Richard Estes, 1999
  • 32. Características do Hiper-Realismo ● Para conseguir reproduzir todos os detalhes e vibrações cromáticas e textuais, estes artistas utilizavam frequentemente o aerógrafo (airbrush) que nunca toca a tela e que, portanto, não deixa impressas as marcas do gesto e do pincel, permite o controle da quantidade de tinta a ser usada e sua distribuição regular: cada área do quadro é pintada do mesmo modo. A pintura obtida, neste caso, é lisa, sem texturas nem empastes, sendo bem mais difícil de produzir do que o modo convencional. permitindo assim que criar efeitos e texturas realistas. ● Os artistas desta corrente artística recorriam a ampliação fotográfica, derivada da Pop Art. O Hiperrealismo aliou esta técnica ao uso de uma detalhada iluminação e de reflexos naturais e artificiais, que conferem uma qualidade visual fantástica a imagens quotidianas, tais como: lojas de alimento, automóveis e reflexos em fachadas de vidros. Fig. 54 - “Central Savings”, Richard Estes,1975 Fig. 55- “Six Views of Edo”, Richard Estes, 1989
  • 33. Richard Estes Nascido em Illinois, EUA no ano de 1932, ficou conhecido por suas pinturas foto realistas. Pintava o ambiente urbano inanimado, como fachadas e lugares geométricos. Ele é um dos pioneiros do foto-realismo, também conhecido como hiper-realismo. Mudou-se para Chicago para estudar artes no instituto local e lá teve fortes influências sobre as artes e pinturas de Edward Hopper (outro artista de grande importância no Hiper- Realismo.) Terminado os estudos, se mudou para Nova Iorque e começou a trabalhar no mercado editorial com revistas. Também já morou na Espanha, onde trabalhou para agências de propaganda. Este sempre se preocupou em ser fiel à fotografia, quando pintava sinais luminosos, detalhava bem os reflexos que eles causavam no fundo da imagem. Suas obras raramente tinham lixo e neve em volta, pois ele dizia que essas partículas poderiam tirar a atenção do prédio em si. Suas obras também eram sempre sob a luz do dia, raramente à noite. Passavam a ideia de um domingo ensolarado de férias. Estes também se empenhavam em representar um cenário tridimensional numa área bidimensional. Seus trabalhos sempre eram intitulados de diversas formas, neo-realismo, realismo radical e hiper-realismo, sendo este último o mais frequente. Suas pinturas eram baseadas em fotos que ele mesmo tirava, mas não era uma foto por quadro, ele tirava várias fotos do mesmo ambiente para reter as variações de luz e reflexo do local para então criar seu quadro. Fig. 56 - Richard Estes Fig.57 - Alice Tully Hall, 2015, Richard Estes
  • 34. Chuck Close Charles Thomas Chuck Close, nascido em Washington no ano de 1940. Pintor e fotógrafo muito famoso do hiper-realismo, pelos seus retratos em grande escala. Aos 5 anos de idade, pediu de Natal um cavalete, ganhou um feito pelo seu próprio pai. Muitos dos seus super retratos são da própria família e amigos. Em 1962 ele recebeu a sua Licenciatura da Universidade de Washington. Close revolucionou a forma como os retratos estavam sendo criados na época, pela riqueza em detalhes e hiper-realidade nas suas obras. Ele também frequentou a faculdade de arte de Yale, depois de formado, se mudou para a Europa. Ao retornar para os EUA, se tornou professor de artes. Fig. 58 - Autorretrato grande, 1968, Chuck Close
  • 35. Chuck Close Ficou super conhecido após criar o retrato de Philip Glass (Fig.59), um músico e compositor americano famoso do século XX.O mais curioso disso tudo é que Chuck Close sofre de prosopagnosia, uma doença que faz com que a pessoa tenha dificuldade em reconhecer rostos. Graças às suas pinturas, ele começou a ser capaz de identificar melhor as pessoas à sua volta. Só 20 anos depois que ele se deu conta disso, que gostava de fazer retratos por causa da sua dificuldade com os rostos das pessoas e talvez tenha sido isso que o influenciou a retratar mais sua família e amigos Fig.59 - Philip Glass, Chuck Close, 1987
  • 36. Chuck Close A técnica de pintura do Chuck Close consiste em subdividir a foto em células e depois subdividir seu quadro na mesma quantidade de células, então ele começa a reproduzir parte por parte da foto aumentando o tamanho na mesma proporção. Suas principais ferramentas incluíam um aerógrafo, trapos, lâmina de barbear, e uma borracha montada Fig. 60 - Passo a Passo da obra John, 1971-1972
  • 37. Chuck Close Em Dezembro de 1988, Chuck Close sofreu algo na época chamado por ele como “O Evento”. Ele estava numa cerimônia de celebração à artistas locais de Nova Iorque quando sentiu uma estranha dor no peito. Ele permaneceu no local e chegou a apresentar o prêmio e dar um discurso, logo em seguida foi até o hospital mais próximo onde sofreu uma pressão mais forte que o paralisou do pescoço pra baixo, o caso foi registrado como um colapso da artéria vertebral. Durante meses ele passou por reabilitação para recuperar os movimentos e acabou ficando numa cadeira de rodas. Mas isso não o impediu de continuar pintando, agora com o pincel amarrado em seu braço por um fita e uma assistente. Assim, desenvolveu a tendência para recorrer a utilização do pontilhismo, técnica do Neo- Impressionismo na qual a pincelada é reduzida ao mínimo possível, com isto mantém o realismo das suas pinturas quando observadas de longe. (Fig.62) Fig. 61 - Chuck Close Fig. 62 - “Emma”, Chuck Close, 2000
  • 38. Outros Artistas do Hiper-Realismo Juan Francisco Casas - Este artista espanhol cria desenhos realistas usando simplesmente as canetas da BIC. Para os seus trabalhos, alguns com vários metros de altura, são precisas 14 canetas esferográficas para cada, e podem levar até duas semanas para ficarem prontos. Fig. 62 - obra de Juan Francisco Casas Fig. 63 - obra de Juan Francisco Casas, 2007
  • 39. Ron Mueck Natural da Austrália, desde pequeno adorava marionetes graças aos seus pais que fabricavam brinquedos. Quando adulto trabalhava com marionetes e instalou-se em Londres em 1983 para trabalhar com Jim Henson, o famoso criador da Rua Sésamo e de Os Marretas. No ano seguinte ele criou uma pequena empresa especializada em objetos e efeitos especiais cinematográficos, a experiência que adquiriu fez com que se aventurasse no mundo da publicidade como fabricante de manequins. Em 1996 a pintora portuguesa Paula Rego, conheceu Mueck e encomendou-lhe um manequim de Pinóquio para um dos seus trabalhos. O modelo que executou era de tal modo expressivo que a pintora o guardou para si no seu atelier onde, algum tempo mais tarde, foi descoberto pelo colecionador de arte Charles Saatchi. O marionetista viu- se assim retirado do mundo da publicidade e lançado inesperadamente para o meio artístico. Fig.64 - Pinóquio, Ron Mueck, 1996 Vídeo 4 - Exposição das obras de Ron Mueck em São Paulo, Brasil
  • 40. Ron Mueck Uma das primeiras obras que apresentou foi uma escultura do seu pai, recentemente falecido, todo nu. Plena de realismo, a escultura tinha outra característica ainda mais chocante: não media mais do que 1 metro de comprimento. A cor, a textura, as imperfeições da pele, as rugas, detalhes como as unhas, as sobrancelhas, os cabelos, fazem de Dead Dad um marco na história da escultura moderna e contemporânea. Fig.65 - “Dead Dad”, Ron Mueck, 1996
  • 41. Arte Cinética Entre os anos da Primeira e da Segunda Grande Guerra, gerou-se um grande desenvolvimento na arte. O Surrealismo foi uma das vertentes artísticas que se desenvolveu nesse tempo, dando a possibilidade aos artistas de explorar o onírico ligado ao mundo do inconsciente através da narrativa e da tentativa de utilizar o movimento, como fronteira entre a interpretação e o inconsciente. O movimento, como elemento, assume um grande papel nos estudos artísticos da altura e os métodos empregues até então, são usados como alavancas para desenvolver o novo estudo sobre as extensões do movimento. Este estudo vai dar origem à Arte Cinética. Inspirada pela natureza da própria arte e pela manifestação natural e real do movimento, a Arte Cinética revoluciona as novas técnicas introduzindo nas obras de arte, como motores, rodas, relógios e até mesmo câmaras, de modo a que o movimento se torne autónomo. A Arte Cinética, arte com movimento, abrange todos os trabalhos bidimensionais e tridimensionais que incorporam movimentos reais, objetos que incluem máquinas e todo o tipo de engenhos que podem ser controlados, onde cada um reflete uma ação distinta. Assim, o movimento real ocupa um lugar de destaque no trabalho dos escultores. A relação entre tempo e movimento é também apreciada como objeto de estudo e vista como noção de progresso, por parte de alguns artistas. Fig. 66 - “Spatiodynamic”, Nicolas Schöffer, 1948
  • 42. Arte Cinética A Arte Cinética iniciou-se em 1954, a partir dos legados Dada (Dadaísmo) e Construtivista. A partir do legado Dada, surgiu o primeiro exemplo de objeto cinético de Marcel Duchamp - Cycle Wheel – também conhecido como o primeiro ready‐made. Os artistas que foram inspirados pelo movimento Dada, direcionaram o seu trabalho para expressar uma atitude mordaz relativamente à nova presença da máquina e da mecânica, sugerindo que estas se poderiam tornar mestres da humanidade. O movimento, como elemento da arte cinética, surgiu a partir do declínio da tradição e da abstração geométrica do período do pós- guerra, reavivando o optimismo e espalhando novas formas mais apropriadas, para relacionar as tecnologias com a vida moderna quotidiana. Estes artistas recusaram a estrutura e a escultura tradicional, propondo uma arte em movimento, ou seja, eles incorporam nas estruturas os objetos com movimento real. Fig.67 - Roda de Bicicleta, Marcel Duchamp, 1913
  • 43. Arte Cinética ( Contributos para o surgimento desta) Mas antes deste movimento se iniciar, é relevante referir os contributos de um designer e professor na escola Bauhaus, influenciado pelo Construtivismo Russo, chamado László Moholy Nagy, que com o apoio de um critico da arte hungaro chamado Alfred Kemeny, desenvolveu outra teoria “cinética” onde escreveu, sobre o sistema de forças dinâmico- construtivas, a possibilidade de uma arte com uma construção mais dinâmica e a possibilidade de envolver o espectador através de um papel mais ativo na relação com a obra. Moholy-Nagy, na Bauhaus, dizia que os artistas deviam tirar o maior aproveitamento dos materiais e das novas tecnologias. O seu interesse pelo espaço, pelo tempo e pela luz, elementos fundamentais para atingir a percepção de movimento, levou-o a criar esculturas feitas de plexiglass, que mais tarde vem a influenciar artistas pertencentes a arte Cinética, incorpora esses elementos na sua obra Light‐Space Modulator. Fig.68 - László Moholy Nagy
  • 44. Arte Cinética Esta escultura cinética, incorpora esse objetivo de introduzir elementos cinéticos e foi exibida pela primeira vez em 1930. Esta escultura, é composta por uma caixa cúbica, metálica, numa base circular composta por três estruturas móveis de metal, que refletem a luz. Na parte de trás de uma dessas estruturas, podemos ver uma série de lâmpadas multicoloridas, que iluminam os discos circulares onde foram colocadas, projetando sombras ao longo da parede. Cada uma das três secções proporciona um movimento diferente. A primeira consiste numa peça retangular de metal, que se movimenta de forma irregular; na segunda, temos dois discos de metal que se movem na vertical de cima para baixo, mais uma esfera preta, que se movimenta de um lado para o outro; por último a terceira, consiste numa vareta de vidro com um movimento no sentido inverso. Em suma, o objetivo desta escultura é estudar a interação da luz com os movimentos mecânicos, de modo a criar uma nova perceção do espaço. Fig.69 - Light‐Space Modulator, László Moholy Nagy, 1930 Video 5 - Light‐Space Modulator, László Moholy Nagy, 1930
  • 45. Arte Cinética Com tudo, foi em 1955 que este movimento artístico floresceu após a exposição Le Mouvement, na Galeria Denise René em Paris, onde os artistas apresentaram obras capazes de utilizarem, principalmente, a ação e o movimento real, através de métodos como o toque, por parte do espectador ou métodos mecanizados, em oposição às ilusões da ótica. Foi com esta exposição que se realizou o Manifesto Amarelo, dando oficialmente início à Arte Cinética. Os principais pioneiros da arte cinética, que participaram nesta exposição, foram Alexander Calder ,Jean Tinguely, Agam, Pol Bury, Marcel Duchamp,Jacobsen, Rafael Jesus de Soto e Victor Vasarely, que estava mais interessado nos efeitos óticos e nas ilusões do movimento, levando ao aparecimento da Arte Óptica. Fig.70 - Uma parte da Exposição Le Mouvement, 1955 Fig. 71 - Panfleto da Exposição Le Mouvement de 1955
  • 46. Arte Cinética Alexander Calder, um artista estadunidense (1898-1976), redefiniu a escultura ao introduzir o movimento. Calder captura o movimento real através de formas desenvolvidas e estudadas por ele. Utilizando linhas e desenhos tridimensionais criados através do espaço, Calder desenvolveu os móbiles, designação atribuída por Marcel Duchamp ao equipararem-se às folhas das árvores, que tinham a capacidade de se movimentarem com a ajuda do ar, sem a ajuda de motores ou qualquer outro mecanismo. A partir do estudo desta técnica, somos capazes de dividir os móbiles de Calder em dois grandes grupos: ● os móbiles suspensos; ● os objetos móveis ou stabiles. Fig. 73 - Exposição das obras do Calder no Centro Botin em Espanha Fig. 72 . Alexander Calder
  • 47. Arte Cinética (Alexander Calder) Seus Móbiles suspensos ( desenhos em quatro dimensões), formadas por elementos metálicos unidos uns aos outros por arames, são as suas obras mais equilibradas e delicadas, capazes de serem agitados através da mais pequena movimentação no espaço envolvente. Os seus móbiles não aparentam ter um significado, nem aparentam ser uma interpretação de algo real, não existem fora de si. Fig. 74 - Armadilha da lagosta e cauda de peixe, Alexander Calder, 1939 Fig. 75 - Móbile, Alexander Calder, 1932 Fig. 76 - “mobile arc of petals”, Alexander Calder, 1941
  • 48. Arte Cinética, Alexander Calder ● stabiles ou objetos móveis, com diferentes suportes, formas e tamanhos, desde largas construções a pequenos elementos de metal equilibrados em tripés (Fig.79). São esculturas sólidas e fixas, apoiadas no solo. Com tudo, as suas obras podem ser caracterizadas pelo uso de formas simples inspiradas na natureza (Fig. 76 ) e no mundo animal ( como na Fig. 77, nesta o artista se inspira num flamingo, mas também se inspira em peixes por exemplo, Fig. 74) Estas formas orgânicas são compostas por cores vibrantes e puras. Estas obras transmitem a ideia de movimento devido ao seu constante desequilíbrio instável. Fig. 77 - “Flamingo”, Alexander Calder, 1974 Fig. 78 - “Os quatro elementos”, Alexander Calder, 1961 Fig.79 - calder steel fish, Alexander Calder, 1934
  • 49. George Rickey ( Arte Cinética ) Enquanto Calder usa formas orgânicas para criar as suas esculturas, George Rickey, preocupa- se com a estética dos mobiles e substitui o vocabulário curvilíneo dos móbiles por uma geometria plana e por rotações e oscilações desses elementos, desenvolvendo peças de metal capazes de serem movidas à mínima corrente de vento. Rickey cria esculturas a partir de superfícies de aço inoxidável, polido de maneira a ser capaz de refletir a luz e projetá-la no meio ambiente. Fig. 80 - “Cluster of Four Cubes”, George Rickey, 1992 Fig. 81 - “Three rotary squares”, Georges Rickey, 1973 Fig. 82 - “Four squares in the Geviert”, Georges Rickey, 1969 Fig. 83 - “Kinetic Sculpture”, Georges Rickey, 1971
  • 50. Em todas as esculturas, Rickey, cria um ponto de equilíbrio, de onde elas se desenrolam, reproduzindo um movimento hipnótico e repetitivo que cativa o espectador através dos padrões e formas equilibradas que Rickey pretende transmitir. O movimento cinético pode passar desde um movimento lento e suave até chegar a atingir os 130km/h. O escultor aprendeu a aproveitar o vento a seu favor, evitando a utilização de motores e/ou mecanismos e ao longo da década de 1990, Rickey continuou a explorar a relação entre o movimento natural e a sua escultura tornou-se cada vez mais complexa. George Rickey ( Arte Cinética ) Video 6 - Obra Beatrix Park Schiedam em movimento de Georges Rickey. Video 7 - Demonstração de várias obras de George Rickey
  • 51. Jean Tinguely (Arte Cinética) Por outro lado, o suíço Jean Tinguely, desafiou a escultura tradicional ao implantar o movimento, através da introdução de motores e diversos mecanismos nas suas criações. Méta‐matic, foi um dos primeiros exemplos escultóricos de Tinguely, que questionou o papel da máquina na sociedade e no propósito da tecnologia. Composta por um braço mecânico que possibilitou a criação de linhas e pontos, e a possibilidade de escolha pelo espectador em decidir qual o desenho que desejava implementar na máquina. Fig. 84 - Méta- matric Nº14, Jean Tinguely, 1959 Video 8 - Méta- matric Nº14, Jean Tinguely, 1959
  • 52. Jean Tinguely (Arte Cinética) O escultor também projetou algumas obras escultóricas para se auto destruírem, como Homage to New York , e outras com avarias predeterminadas, que possibilitaram ao artista recolher resultados imprevisíveis. Incorporando rodas de bicicletas, peças de veículos e outros mecanismos industriais, dando-lhes uma nova vida e criando novos objetos para serem integrados na arte. E na década de 1950, Tinguely produziu uma série de esculturas ou máquinas escultóricas, que eram capazes de produzir a sua própria arte. Video 9 - Homage to New York, Jean Tinguely, 1960
  • 53. Jean Tinguely (Arte Cinética) O escultor também desenhou uma escultura com a intenção de lhe atribuir uma “personalidade”, composta por vários motores, onde por vezes, alguns estariam em funcionamento e faziam com que esta estivesse “calma” e por outras, todos estivessem em funcionamento o que a tornavam caótica, barulhenta que definissem a escultura como cinética. Com tudo, o seu trabalho levantou diversas questões, sobre a forma como o homem, a máquina e a tecnologia interagem com a Vídeo 10 - Neste vídeo no qual se demonstram várias das suas obras nas quais podemos observar as tais “personalidades”, uma mais calma, outra mais violenta.
  • 54. Len Lye (Arte Cinética) Outro artista que se destaca neste movimento artístico é o Len Lye, um artista neozelandês que através da vibração dos diferentes materiais, explorou possíveis efeitos hipnóticos. As suas obras projetam ocasionalmente um sentimento de violência e agressão como o subproduto dramático do movimento brusco das formas em direção aos limites dos volumes que descrevem pelo ar. Lye, apresenta-nos construções simples de aço maleável com suportes capazes de esconder os mecanismos ou os motores, que compõem as suas obras.Steel Fountain, de 1959, é uma escultura que representa a elegância do movimento e a flexibilidade por ser composta por 120 tubos de aço centrados numa base giratória (Fig. 85) Fig. 85 - “Steel Fountain”, Len Lye 1959 Fig. 86 - Len Lye Center, Andrew Patterson, 2015. Este centro foi construído com a mesma expressividade de movimento que as obras de Len Lye tinham.
  • 55. Arte Cinética ( Julio Le Parc ) A ideia de movimento é também alcançada pelo efeito de movimento criado por jogos de luzes e de reflexos luminosos, como nas obras de Julio Le Parc. Nas suas obras evidenciamos o uso de estruturas suspensas, como as Móbiles de Alexander Calder, e o predomínio da utilização de uma única cor nas suas obras, cores puras e vibrantes, como o vermelho e o azul por exemplo. Fig. 87 - “Sphère rouge”, Julio Le Parc, 2001 Fig. 88 - “cloison à lames réfléchissantes”, Julio Le Parc,1966
  • 56. Arte Cinética ( Rafael Soto) Rafael Soto é um outro artista que se destaca pelo efeito aparente de movimento criado pela exploração das reações fisiológicas da percepção visual, atingido através de jogos de figura-fundo ou de perspectivas opostas ou de traumas sobrepostos. Nas suas obras, as cores criam efeito de profundidade, como o preto e estas mergulham e emergem entre si com a forma da obra. Fig. 89 - “Esfera Theospácio”, Rafael Soto, 1989 Fig. 90 -” cube with ambiguous space”, Rafael Soto, 1981 Fig. 91- Abstract Composition with Silver and Magenta, Rafael Soto, 1970
  • 57. Op Art Nas décadas de 1960, nos EUA, surge um novo movimento artístico semelhante a arte cinética, A Op Art, abreviatura de Optical Art e Arte Ótica em portugues, um movimento resultante de vários estudos científicos da cor, como os do pontilhismo. Este movimento se assemelha ao anterior devido a procurar o movimento como a Arte cinética, mas a diferença mais evidente é que enquanto a Arte Cinética procura o movimento em esculturas, a Op Art procura o movimento em superfícies planas. Os principais protagonistas desta corrente artística são o Victor Vasarely e Bridget Riley Fig. 92 - “Cheyt Pyr”, Victor Vasarely, 1971 Fig. 93 - “Fragmento 3”, Bridget Riley, 1965 Fig. 94 - “Zing 1”,Bridget Riley, 1971
  • 58. Op Art Este movimento artístico, como os anteriores, vai se opor às vanguardas, pois na Op Art o objetivo é explorar a fatalidade do olho pelo uso de ilusões ópticas, defendendo para a arte “menos expressão e mais visualização”. Assim, a valorização da composição se sobrepõe a valorização do sentimento da obra. As ilusões ópticas são atingidas das seguintes formas: ● Pela manipulação das formas geométricas predominantes neste movimento, como círculos(Fig.95) e retângulos (Fig.96). Estas formas surgem com uma aparência “deformante”, “achatada” (Fig.97). Atribuindo assim a obra a ilusão de profundidade. Fig. 95 - “Vega 200”, Victor Vasarely, 1968 Fig. 96 - “Vonal Stri”, Victor Vasarely, 1975 Fig. 97 - “Quadrados em movimento”,Bridget Riley, 1965
  • 59. Op Art ● Não só pela utilização de formas geométricas que parecem sobressair da superfície o que dão ideia de profundidade, como também pela utilização de linhas onduladas, provocando uma sensação intensa de movimento,vibração e instabilidade. Fig. 98 - “descending”, Bridget Riley, 1966 Fig. 99 - “Orient 4”, Bridget Riley,1970
  • 60. Op Art ● Estes complexos jogos geométricos que “brincam” com os nossos olhos são acompanhados pelas cores que fortemente contribuem para a ilusão ótica. Neste movimento ora se utilizam somente cores neutras, como o preto e o branco (Fig. 100) ora cores vibrantes (Fig. 101). Fig. 100 - “Vega III”, Victor Vasarely, 1980 Fig. 101 - “Catarata 3”, Bridget Riley, 1967
  • 61. Arte-Conceito Resultante diretamente do Informalismo, mais especificamente do Espacialismo no qual se valoriza o espaço, tempo e movimento, e do Expressionismo Abstrato, quanto ao Action Paiting, surgiu, nos meados da década 50, um novo conceito de arte enquanto acontecimento, isto é, enquanto ação e atitude. É um tipo de arte efêmera, que é curta, instantânea, temporária, pois dura apenas enquanto “acontece”, não ficando nada mais do que eventuais registos fotográficos ou vídeos. Neste sentido, é também uma arte de contestação às sociedades capitalistas, pois não se materializa num objeto que possa ser guardado ou comercializado. A arte-conceito se manifesta das seguintes formas: ● Através do Happening; (Fig. 102) ● Através da Performance. (Fig. 103) Fig. 102 - “Yard”, Allan Kaprow, 1961 Fig. 103 - “Cada pessoa, um artista — no caminho para a liberdade da forma do organismo social”, Joseph Beuys, 1978
  • 62. Allan Kaprow O termo Happening foi utilizado pela primeira vez pelo autor de mais de 200 peças do happening, chamado Allan Kaprow em 1959. Kaprow começou sua carreira artística como pintor e a evolução de seu trabalho o levou a desenvolver o conceito de happenings. Quando escreveu o texto fundamental “O Legado de Jackson Pollock'', afirmou que o “gesto memorialista” de Pollock ( expoente do Expressionismo Abstrato) foi sua maior contribuição para a arte.Assim, podemos ver o pensamento de Kaprow se desenvolvendo da pintura para um tipo de arte que inclui movimentos, corpos e o acaso, e assim, assume um caráter ritualista. No mesmo texto, Kaprow também se detém sobre a questão da Forma. Chama a nossa atenção o fato de Pollock não respeitar os limites da tela. Assim, ele promove a quem olha a experiência de interagir ativamente com a obra, proporcionando, deste modo, que o observador possa elaborar completudes e variações aos gestos do artista. Fig. 104 - Allan Kaprow
  • 63. Happening Assim, foi o contato com a obra de Pollock que levou Kaprow a abandonar a pintura em favor de atividades conectadas ao mundo fora das telas.Foi assim que, em 1961, ele começou a elaborar os happenings através de escritos. Happenings, escreve ele: “parecem não ir a lugar algum e nem fazer sentido literário específico. Em contraste com as artes do passado, não têm um início estruturado, meio ou fim. Sua forma é aberta, inacabada e fluida: nada, obviamente, é solicitado e, portanto, nada se ganha, exceto a certeza de um número de ocorrências às quais estamos mais atentos”. Assim, o happening não tem uma estrutura narrativa, ou seja, não tem início, meio e fim, pois esta é substituída por momentos diferentes que podem ser planeados como também espontâneos, deixando o espectador e o artista atentos. Fig.105 - “Palavras”, Allan Kaprow, 1962
  • 64. Happening Além destas, outras características que podemos observar a partir do mesmo texto de Kaprow, são que: - Os happenings não têm nenhum plano, nenhuma ideologia óbvia, ocorrem de forma improvisada, envolvem o acaso e comportam possíveis falhas, sendo, desta forma, mais próximos da vida do que da arte. - Diferentemente de objetos de arte, eles não são mercadorias, mas eventos breves que não se repetem. Também devem “eliminar a arte e qualquer coisa que remotamente a sugere, assim como evitar as galerias de arte, teatros, salas de concerto e outros empórios da cultura”. Fig. 106 - “Yard”, Allan Kaprow, 1961 Vídeo 11 - Recriação da obra “Yard” do autor Allan Kaprow, recriação do autor William Pope
  • 65. Happening - Kaprow faz a ressalva ainda de que eles devem renunciar às convenções das artes plásticas e do teatro, não podendo ser ensaiados ou encenados por profissionais, logo somente podiam ser protagonizados pelo artista e/ou artistas-criadores; - Também a ideia de espectador deve ser eliminada para que todos os elementos (espaço, ambiente, pessoas, materiais, tempo) sejam integrados; - Pode ser apenas corporizada e falada, também pode ainda incluir objetos do meio envolvente ou sons e imagens produzidas pelo artista Fig. 107 - “18 happenings em 6 partes” Allan Kaprow, 1968 Vídeo 12 - “18 happenings em 6 partes” Allan Kaprow, 1968
  • 66. Performance Ao longo dos anos, a Performance evoluiu como uma forma de expressão artística, procurando uma definição no meio de várias transformações.Têm os seus objetivos e características específicas que a diferenciam do happening. No entanto, é vasta, abstrata, ilimitada e atual. Segue-se uma transcrição da historiadora da arte chamada Roselee Goldberg para o melhor entendimento da performance: “Devido à sua natureza, a performance dificulta uma definição fácil ou exacta, que transcenda a simples afirmação de que se trata de uma arte feita ao vivo pelos artistas. Qualquer definição mais rígida negaria de imediato a própria possibilidade da performance, pois os seus praticantes usam livremente quaisquer disciplinas e quaisquer meios como material – literatura, poesia, teatro, música, dança, arquitetura e pintura, assim como vídeo, película, slides e narrações, utilizando-os nas mais diversas combinações. De facto, nenhuma outra forma de expressão artística tem um programa tão ilimitado, uma vez que cada performer cria a sua própria definição através dos processos e modos de execução adoptados.” Fig. 108 - “AAA-AAA” (1978) - Marina Abramovic Vídeo 13- “AAA-AAA” (1978) - Marina Abramovic
  • 67. Performance Goldberg abrange ainda mais o conceito de Performance Art, vendo-a como um meio que designa todo o tipo de apresentações ao vivo, desde instalações interativas apresentadas em museus até desfiles de moda criativos ou performances de DJs em bares e discotecas. Segundo um outro historiador e pesquisador da arte chamado Cohen, a performance é uma linguagem híbrida e interdisciplinar que apresenta características das artes plásticas (origem) e das artes cénicas (finalidade). É o artista, o seu corpo, o seu próprio ritmo, tempo e espaço. É a relação com o público, apesar de não depender dele. Assim, a Performance não é nada mais que a expressão artística que une todas as restantes, ilimitada, que permite quaisquer formas de expressão. Fig.109 - New Look (1956) - Flávio de Carvalho Vídeo 13 - Importância do Flávio de Carvalho, considerado como o primeiro performer do Brasil
  • 68. Performance Apesar de ampla, ilimitada e de difícil definição como referido anteriormente, a Performance é constituída por características, elementos e objetivos específicos e próprios, que a diferenciam de outras formas de expressão artística. De acordo com o IMMA (Museu de Arte Moderna da Irlanda), os elementos chave que constituem a Performance são o performer ou performers, a ação ou conjunto de ações, o tempo, o espaço e o público. Uma das características principais é o corpo do performer, que em tempo real proporciona uma relação entre si e o público, proporcionando uma experiência efémera. A ação torna-se o ponto de ligação entre os quatro. Esta vivacidade característica da performance faz com que o performer não atue no sentido do teatro tradicional, ficando antes suspenso num plano provisório onde não representa mas também não deixa de representar. Torna-se uma experiência intersubjetiva, onde não é contada uma história mas são provocadas relações sinestésicas. Fig.110 - “I Like America and America Likes Me” (1974) - Joseph Beuys video 14 - “I Like America and America Likes Me” (1974) - Joseph Beuys
  • 69. Características da Performance - Uma performance pode existir nas mais variadas formas: pode ser realizada a solo ou em grupo; a iluminação, música e elementos visuais podem ser criados pelo próprio performer ou em colaboração com outros artistas; pode ser apresentada em galerias, museus, num teatro, num bar ou café, num “espaço alternativo” ou numa esquina; - o performer raramente é uma personagem; - o conteúdo raramente segue um enredo ou narrativa tradicionais; - pode ser um conjunto de gestos mais simples e íntimos ou uma manifestação teatral em grande escala; - pode durar minutos ou horas; - pode ter um guião e ser ensaiada ou pode ser fruto de improvisação. relativamente à questão da repetição, que o é impossível fazer numa performance, pois as condições psicológicas do performer juntamente com as suas representações subjetivas e mutáveis não o permitem na sua totalidade. Sendo a performance um ato de comunicação, está sujeita às condições tanto da situação como da recepção dos espectadores que se altera entre si e entre performances. Para além do mais, visto o material de execução ser o corpo, jamais seria possível uma reprodução Fig. 111 - “Passagem” (1979) - Celeida Tostes Vídeo 15 - Documentário sobre a Celeida Tostes
  • 70. Performance Relativamente ao performer, as características da Performance estendem-se ainda mais: “O atuante não precisa ser necessariamente um ser humano (o ator), podendo ser um boneco, ou mesmo um animal. Podemos radicalizar ainda mais o conceito de “atuante”, que pode ser desempenhado por um simples objeto, ou uma forma abstrata qualquer”. Outra característica da Performance Art é a interdisciplinaridade. Os elementos (teatro, música, dança, vídeo) presentes numa performance não se compõem de forma linear ou harmoniosa mas por justaposição permitindo uma interpretação complexa. É ainda importante realçar a interpretação do espectador que também ela é mutável, abstrata e ilimitada. Torna-se uma leitura emocional visto que a elaboração de uma performance é também menos racional e é criada através de signos. O que acontece muitas vezes é que o espectador não entende mas sente o que está a acontecer. “Na performance a intenção vai passar do what para o how (do que para o como). Ao se romper com o discurso narrativo, a história passa a não interessar tanto, e sim como “aquilo” está sendo feito.” Fig. 112 - Shoot (1971) - Chris Burden Vídeo 16 - Documentário sobre a obra “Shoot”
  • 71. Performance (objetivo e o Body Art) De entre os vários objetivos da Performance Art, os mais importantes prendem-se no performer e na relação com o público. Para um artista, a performance serve como expressão íntima e como proposta de desafios, conferindo presença na sociedade. Foi e continua a ser usada como protesto político e social. Ao comunicar diretamente com o público, procura escandalizar e obrigar o espectador a reavaliar os seus conceitos de arte e a sua relação com a cultura. Um aspeto fundamental de referir é o Body Art, um termo que surge no final da década de 60, como resposta e prolongamento da Arte Conceptual e do Minimalismo, sendo uma manifestação em que o corpo do artista é usado como suporte ou meio de expressão. Ao longo do tempo dilui-se e torna-se uma subcategoria e/ou uma característica da Performance Art. Fig.113 - “Anthropometries”, Yves Klein, 1960 Vídeo 17- “Anthropometries”, Yves Klein, 1960
  • 72. Body Art De acordo com Berghaus, um teatrólogo, a Body Art pode ser caracterizada como: o papel material, físico, energético e sensual do corpo; o uso do corpo não como veículo transmissor de representação de histórias ou personagens ficcionais mas que revele o artista em primeira pessoa, como ser físico e mental; a importância das experiências viscerais que procuram o espectador e não um observador distante; a desconstrução do corpo como espaço de escrita social; a apresentação de experiências transformadoras que demonstrem uma emoção intensa e ressonância física e o foco nos aspectos autobiográficos, privados, íntimos e secretos que levam à revelação de desejos e memórias de sofrimento escondidas ou à recuperação de momentos de grande prazer físico. Fig. 94 - Through the Night Softly (1973), Los Angeles, Estados Unidos Fig. 95 - “Ritmo”, Mariana Abramovic, 1975
  • 73. Instalação A instalação é um tipo de arte conceptual ( esta será abordada no slide 43 ) que surge na década 70 do século XX. Esta implica a experiência dos visitantes pois o vive do contacto com o espectador, do seu movimento, da sua dinâmica corporal. Mais importante, a instalação depende do espaço em que se insere. Com tudo, pode ser caracterizada por; ● incorporar a fotografia, projeção de áudio, vídeo, neon, objetos do quotidiano, entre outros; Fig. 116 - “364 suíços mortos”, Christian Boltanski, 1984 Fig. 117 - “La Menesunda”, Marta Minujin, 1965
  • 74. Instalação ● Concretiza-se na realização de cenários e/ou ambientes de sentido plastico, construídos com objetos variados extraídos do quotidiano; (Fig. 119 ) ● Tem uma expressão complexa e revela-se de forma crítica em relação ao fenômeno artístico, estando este aspeto crítico e satírico revelado também pelo carácter não comercial destas obras; ● Provoca sensações, como o frio, calor, odores ou coisas que simplesmente chamem a atenção do público ao redor. (Fig. 118) Fig. 118 - Instalação de luz, Nan Hoover, 2006 Fig. 119 - “The Happy End of Franz Kafka’s Amerika”, Martin Kippenberger, 1994
  • 75. Arte Minimal Em 1965 nos EUA, surge um novo movimento artístico resultante do grupo de artistas em torno da crítica ao Expressionismo Abstrato e a favor da forma pura, a Arte Minimal. Esta corrente era considerada como uma das correntes que mais influenciaram o campo das artes visuais, arquitetura, design e música de acordo com o filósofo e crítico da arte Richard Arthur Wollheim (1923-2003). Este também afirmou que o minimalismo irá adequar às necessidades da vida que são realmente essenciais, um aspecto positivo pois de acordo com a filosofia de vida, viver com o básico ajudaria na busca da verdadeira felicidade, assim, este movimento se tornou num estilo de vida muito popular. Seus principais representantes são Donald Judd (Fig.123) e Richard Serra (Fig.122) Fig. 120 - sem título, Donald Judd, 1967 Fig. 121 - “Abstract Slavery”, Richard Serra, 1974 Fig.122 - Richard Serra Fig.123 - Donald Judd
  • 76. Arte Minimal O Minimalismo, influenciado pelo Suprematismo, Neoplasticismo e Abstracionismo Geométrico, se manifestou na artes plásticas, na música, na literatura e na moda e em todas estas áreas, procurou o mínimo , o básico, a síntese e a ausência de emotividade. Com tudo, este movimento pode ser caracterizado por: ● Recorrer a elementos básicos e essenciais, utilizando materiais industriais como o ferro, vidro e acrílico (Fig.124); ● Utiliza formas geométricas repetidas várias vezes, pois nestas predomina a ordem, simplicidade e clareza formal (Fig. 126); Fig. 124 - “Interseção III”, Richard Serra, 1993 Fig. 125 - “Fulcrum”, Richard Serra, 1987 Fig. 126 - Sem Título, Donald Judd, 1977
  • 77. Arte Minimal ● Pelas “estruturas primordiais”, esculturas tridimensionais simples, que procuram o silêncio, o mínimo, sem exagero (Fig.127); ● Utiliza pinturas monocromáticas ou os neos, compostos por poucas cores primárias e vibrantes, sempre procurando não atingir a “poluição visual” que as vanguardas atingiam (Fig.129); ● O trabalho final, que se integra no espaço envolvente, é simplesmente um objeto material e não um veículo portador de ideias ou emoções (Fig.128). Fig. 127 - “Sight Point”, Richard Serra, 1975 Fig. 129 - “Esboço 6”, Richard Serra, 1981 Fig. 128 - Sem Título, Donald Judd, 1965
  • 78. Arte Conceptual A Arte Conceptual é um movimento artístico contemporâneo que surgiu em 1965 e se popularizou até a década 80 do século XX. Este movimento é caracterizado por:: ● Originar um novo conceito de arte, assim a ideia criadora e o processo mental e reflexão sobre a obra até ao produto final é mais importante que este, que a obra de arte em si. ● Reage contra a nova época, na qual as novas tecnologias dominam e invadem gradualmente cada vez mais a atividade artística, o processo do trabalho. Isto pôs em questão e discussão o papel da arte e do artista, a sua razão de existir e o seu propósito perante a sociedade; Fig. 130 - “One and Three Lamps, Joseph Kosuth, 1965 Fig. 131 - “Collateral”, Hans Kosuth Fig. 132 - “Cowboy with Cigarette”, Hans Haacke, 1990
  • 79. Arte Conceptual ● Tem a intencionalidade de desafiar as pessoas a interpretar uma ideia, um conceito, uma crítica ou uma denuncia, com o objetivo de que o observador reflita sobre o ambiente, a violência, o consumo e a sociedade (Fig.133); ● É expressa através de fotografias, vídeos, mapas, textos escritos, instalações, performances e outros meios de expressão e outros materiais entendidos como parte do processo criativo (Fig.134). Pois o artista agora é considerado como “fazedor de ideias” e não como um criador de objetos. Fig. 134 - “One and Three Chairs”, Joseph Kosuth, 1965 Fig. 133 - “Good Boy, Bad Boy”, Bruce Nauman, 1985
  • 80. Land Art A Land Art é , como também a instalação por exemplo, uma vertente da arte conceptual. Conhecida também como Earth Art ou Earthwork, é um tipo de arte efémera e não comerciável, se caracteriza pelo seguinte: ● Em vez da sua exposição ocorrer em galerias de arte, ocorre no exterior, em espaços urbanos, na Natureza; ● O terreno natural é trabalhado de modo a integrar-se à obra, assim ocorre uma remodelação, uma intervenção estética e plástica na paisagem; ● Como referido não é comerciável, pois questiona a obra de arte como um objeto comercial, opondo-se a sociedade capitalista, onde tudo é possivel comprar; ● Apresenta grandes preocupações ecológicas, assim utiliza materiais naturais que se degradam, decompõem e são absorvidos pela Natureza, materiais biodegradáveis. Ou ocorrem a utilização de elementos artificiais que se desmontam depois. Fig. 135 - “Espiral Jetty”, Robert Smithson, 1970 Fig. 136- “Monte em Espiral”, Robert Smithson, 1971 Fig. 137 - “Broken Circle”, Robert Smithson, 1971
  • 81. Conclusão/Resumo ● Com este trabalho, observamos o surgimento de vários movimentos, dos quais a arte minimal é o estilo que se destaca mais para mim e o artista George Rickey, que confrontam duas grandes novas realidades: o extraordinário e dominação das tecnologias e os efeitos do globalização, do capitalismo, dos media mass ( cuja publicidade é cada vez mais agressiva) e de uma sociedade dominada pelo apetite pelo consumo. ● Com este contexto observamos vários movimento que reagem contra isto, aparecem novos conceitos, novos tipos e processos de arte. O conceito tradicional do artista é também posto em causa, passando a ser “criador de ideias” e não “criador de objetos”. ● Surgem movimentos artísticos que reagem contra a arte abstrata até aí dominante, como por exemplo a Pop Art que usa uma linguagem figurativa e que pretendia ligar a arte à vida, refletindo sobre as “modas” da sociedade. ● Nos anos 60 a arte ganha mais dois novos conceitos: a arte enquanto acontecimento, concretizado pelo happening e performance; a arte enquanto ato mental, concretizado pela Arte Minimal, pela instalação e pelo Land Art ( vertentes da Arte Conceptual). ● Com este trabalho também podemos confirmar que “Criar é Agir”, pois cada um dos movimentos apresentados faz um crítica em várias maneiras distintas, como por exemplo contra os problemas sociais. Também podemos associar o criar ao agir nas obras em si, mais especificamente na arte cinética, pois nesta as obras verdadeiramente agem, se movimentam.
  • 82. Fontes de pesquisa Webgrafia ( websites utilizados) https://www.todamateria.com.br https://mag.sapo.pt/ https://arteref.com/ https://www.facebook.com/ https://www.infopedia.pt/ http://www.armanstudio.com/artworks https://www.historiadasartes.com/ https://www.culturagenial.com/ http://www.juanfranciscocasas.com/ https://nararoesler.art/ https://pt.wikipedia.org/ https://pt.slideshare.net/ Webgrafia (Vídeos utilizados) https://youtu.be/-2NrmitiZ4k https://www.youtube.com/watch?v=PKfkd h8X8p8 https://www.youtube.com/watch?v=gyb68 hIApM4 https://www.youtube.com/watch?v=c7WA bSnINuQ&t=56s https://www.youtube.com/watch?v=mxpKs vyCN10&t=12s Bibliografia: - Manual de HCA 11º Ano Raiz Editora - Manual de preparação para o exame final nacional de HCA da Porto Editora - Caderno-Síntese de HCA do Professor José Couto - Trabalhos disponibilizados pela Universidade das Belas Artes de Lisboa