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Filosofia Antiga: origem, períodos e principais pensadores
1. Filosofia Antiga
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A Filosofia Antiga corresponde ao período do surgimento da filosofia grega no século VII a.C.
Ela surge da necessidade de explicar o mundo e encontrar respostas para a origem das coisas, dos
fenômenos da natureza, da existência e da racionalidade humana.
O termo filosofia é de origem grega e significa “amor ao saber”, ou seja, a busca pela sabedoria.
De tal modo, no momento de sua origem os filósofos possuíam esse dom de interpretação, uma
vez que eles acreditavam conseguir transmitir a mensagem dos deuses.
Por esse motivo, no início, a filosofia estava intimamente relacionada com a religião: mitos,
crenças, etc. Assim, o pensamento mítico foi dando lugar ao pensamento racional, ou ainda, do
mito ao logos.
Contexto Histórico: Resumo
A filosofia antiga surge com a substituição do saber mítico ao da razão e isso ocorreu com o
surgimento da polis grega (cidade-estado).
Com essa nova organização social e política pelo qual a Grécia passava foi fundamental para dar
lugar a racionalidade humana e com isso, as reflexões dos filósofos.
Mais tarde, as discussões que ocorriam em praça pública juntamente com o poder da palavra e da
razão (logos) levaram a criação da democracia.
Leia também: O que é Filosofia?
Períodos da Filosofia
Lembre-se que a filosofia está dividida didaticamente em 4 períodos:
Filosofia Grega
A filosofia grega está dividida em três períodos:
• Período Pré-socrático (séculos VII a V a.C.): corresponde ao período dos primeiros
filósofos gregos que viveram antes de Sócrates. Os temas estão centrados na natureza, do
qual se destaca o filósofo grego Tales de Mileto.
• Período Socrático (século V a IV a.C.): também chamado de período clássico, nesse
momento surge a democracia na Grécia Antiga. Seu maior representante foi o filósofo grego
Sócrates que começa a pensar sobre o ser humano. Além dele, merecem destaque:
Aristóteles e Platão.
• Período Helenístico (século IV a.C. a VI d.C.): Além de temas relacionados com a natureza
e o homem, nessa fase os estudos estão voltados para a realização humana por meio das
virtudes e da busca da felicidade.
Saiba mais sobre os temas:
2. Principais Escolas Filosóficas da Filosofia Antiga
Agora que você já sabe os períodos em que está dividida, veja quais as principais escolas de
pensamento da filosofia antiga:
• Escola Jônica: reuniu os primeiros filósofos na cidade grega de Mileto, localizada na região
da Jônia, no litoral ocidental da Ásia menor (atual Turquia). Além de Mileto, temos a cidade
de Héfeso, com Heráclito como seu principal representante e Samos, com Pitágoras. Na
cidade grega de Mileto destacam-se Tales de Mileto, Anaximandro e Anaxímenes.
• Escola Itálica: foi desenvolvida na atual região do sul da Itália (na cidade de Elei) e da
Sicília (nas cidades de Aeragas e Lentini). Destacam-se os filósofos Parmênides, Zenão,
Empédocles e Górgias.
Principais Filósofos da Antiguidade
Veja abaixo os principais filósofos e os principais problemas filosóficos refletidos por eles:
• Tales de Mileto (623-546 a.C.): filósofo pré-socrático considerado o “Pai da Filosofia”
propõe que a água é a substância primordial da vida, denominada de arché. Para ele “Tudo é
água”.
• Anaximandro (610-547 a.C.): discípulo de Tales de Mileto, o filósofo procurou buscar o
elemento fundamental de todas as coisas, denominando de ápeiron (o infinito e o
indeterminado), que representaria a massa geradora da vida e do universo.
• Anaxímenes (588-524 a.C.): discípulo de Anaximandro, para o filósofo a substância
primordial que origina todas as coisas é o elemento ar.
• Pitágoras de Samos (570-490 a.C.): segundo ele, a origem de todas as coisas estava
intimamente relacionada com os números. Suas ideias foram essenciais para a filosofia e a
matemática (Teorema de Pitágoras).
• Heráclito (535-475 a.C.): filósofo pré-socrático que contribuiu com as reflexões da
existência. Segundo ele, tudo está em processo de mudança e o fluxo constante da vida é
impulsionado pelas forças opostas. Elegeu o fogo como elemento essencial da natureza.
• Parmênides (510-470 a.C.): considerado um dos principais filósofos pré-socráticos,
contribuiu para os estudos do ser (ontologia), da razão e da lógica. Em suas palavras: “O ser
é e o não ser não é”.
• Zenão de Eleia (488-430 a.C.): discípulo de Parmênides, de suas reflexões filosóficas
destaca-se o “Paradoxo de Zenão”, no qual pretendia demonstrar que a noção de movimento
era contraditória e inviável.
• Empédocles (490-430 a.C.): por meio do pensamento racional o filósofo defendeu a
existência dos quatro elementos naturais (ar, água, fogo e terra) que agiriam de maneira
cíclica a partir de dois princípios: o amor e o ódio.
• Demócrito (460-370 a.C.): foi criador do conceito de Atomismo. Segundo ele, a realidade
era formada por partículas invisíveis e indivisíveis denominadas de átomos (matéria). Nas
palavras do filósofo “Tudo o que existe no universo nasce do acaso ou da necessidade”.
• Protágoras (480-410 a.C.): filósofo sofista e famoso por sua célebre frase “O homem é a
medida de todas as coisas”. Contribuiu para as ideias associadas ao subjetivismo dos seres.
• Górgias (487-380 a.C.): um dos maiores oradores da Grécia antiga, esse filósofo seguiu os
estudos sobre o subjetivismo de Protágoras, o que o levou a um ceticismo absoluto.
• Sócrates (469-399): um dos maiores filósofos da Grécia antiga, contribuiu para os estudos
do ser e de sua essência. A filosofia socrática esteve pautada no autoconhecimento
(“conhece-te a ti mesmo”), desenvolvida mediante diálogos críticos (a ironia e a maiêtica).
• Platão (427-347 a.C.): discípulo de Sócrates, escreveu sobre as ideias de seu mestre. De
suas reflexões filosóficas destaca-se a “Teoria das Ideias” que seria a passagem do mundo
3. sensível (aparência) para o mundo das ideias (essência). O “mito da caverna” demostra essa
dicotomia entre a ilusão e a realidade.
• Aristóteles (384-322 a.C.): ao lado de Sócrates e Platão, foi um dos mais importantes
filósofos da Antiguidade. Suas ideias são consideradas a base do pensamento lógico e
científico. Escreveu diversas obras sobre a essência dos seres, a lógica, a política, a ética, as
artes, a potência, etc.
• Epicuro (324-271 a.C.): fundador do epicurismo, para o filósofo a vida deveria estar
baseada no prazer. No entanto, diferente da corrente hedonista, o prazer epicurista seria
racional e equilibrado. Se não fosse dessa maneira, o prazer poderia resultar na dor e no
sofrimento.
• Zenão de Cítio (336-263 a.C.): fundador do estoicismo, defendia a ideia de uma realidade
racional, que ocorre por meio do dever da compreensão. Dessa forma, por meio da
compreensão a realidade de que faz parte o homem e a natureza leva ao caminho da
felicidade.
• Pirro (365-275 a.C.): fundador do Pirronismo, defendia a ideia da incerteza em tudo que
nos envolve, por meio de uma postura ceticista. Assim, nenhum conhecimento é seguro
sendo a busca da verdade absoluta uma postura inútil.
• Diógenes (413-327 a.C.): filósofo da corrente filosófica do cinismo, ele buscou defender
uma postura anti-materialista se afastando de todos os bens materiais e focando no
conhecimento de si.