SlideShare a Scribd company logo
1 of 28
Download to read offline
ISSN: 1984-3151
DELIMITAÇÃO DA MICROBACIA DO CÓRREGO MORRO DA ONÇA E
CARACTERIZAÇÃO DOS PONTOS D’ÁGUA NA REGIÃO DO
MUNICÍPIO DE RIO MANSO (MG)
CÓRREGO MORRO DA ONÇA MICROBACY DELIMITATION AND WATER
CHARACTERIZATION IN THE REGION OF THE RIO MANSO MUNICIPALITY,
MINAS GERAIS STATES, BRAZIL
Filipe de Faria Freire1
; Gisele Silva Meyer2
; Nelson Custódio Pinto3
RESUMO: Por se tratar de uma região com grande potencial hídrico e com poucos estudos, foram realizadas a
caracterização das nascentes e a delimitação da bacia hidrográfica no entorno das drenagens que alimentam o
Córrego da Onça localizado em Rio Manso (MG). No total foram mapeadas quarenta e nove nascentes nessa
região e aproximadamente 59% dessas nascentes estudadas foram caracterizadas como pontuais, enquanto as
demais foram caracterizadas como difusas. Ainda como contribuição para futuros trabalhos foram gerados os
mapas geológicos e hidrogeológicos da área.
PALAVRAS-CHAVE: Quadrilátero Ferrífero, Córrego Morro da Onça, Bacia Hidrográfica, Sistema de Drenagens,
Água, Nascente
ABSTRACT: Due to the higher hydric potential and a gap of studies, were made the characterization of springs and
the delimitation of hydrographic basin in the surrondings of the drainages that supply the Corrego Morro da Onça
located at Rio Manso, Minas Gerais states, Brazil. Forty-nine springs were mapped in this region and
approximately twenty – nine springs were characterized as punctual, while the others were classified as difuse. The
generated maps in this paper like as geological and hydrogeological will be helpful for future studies in this region.
KEYWORDS: Quadrilátero Ferrífero, Córrego morro da Onça, Hydrographic Basin, Drainage Systems, Water, Spring
____________________________________________________________________________
1 INTRODUÇÃO
1.1 RECURSOS HÍDRICOS
A água é considerada um recurso finito e dotado de
valor econômico, sendo assim, a Política Nacional de
Recursos Hídricos (PNRH) indica que a gestão desses
recursos deve proporcionar o uso múltiplo da água
que é indispensável a atividades humanas, tais como
abastecimento público, dessedentação de animais,
geração de energia, atividades agrícolas, lazer e
etc.de acordo com o Art. 21 da Lei Federal n° 9.433,
de 08 de janeiro de 1997 (BRASIL, 1997).
Já a Política Estadual de Recursos Hídricos do Estado
de Minas Gerais (PERH), estabelece que a água é um
recurso de domínio público, e que sua gestão deve ser
realizada de forma descentralizada, em conjunto com
poder público, usuários e comunidade em geral;
1 Graduando em Geologia. UNI-BH, 2019. Aluno do Centro
Universitário de Belo Horizonte, MG. ffarias89@hotmail.com.
2 Graduando em Geologia. UNI-BH, 2019. Aluno do Centro
Universitário de Belo Horizonte, MG. gicale.gm@gmail.com.
3 Graduando em Geologia. UNI-BH, 2019. Aluno do Centro
Universitário de Belo Horizonte, MG.
nelsomgeo2012@gmail.com.
gerindo sempre em favor de sua proteção e
preservação; onde o uso da água deve ser controlado
pelo estado, assegurando a quantidade e qualidade
dos corpos d’água, no entanto, a utilização de águas
oriundas de nascentes e/ou corpos d’água dependem
de autorização dos órgãos ambientais competentes
(MINAS GERAIS, 1999).
A área no entorno de nascentes e olhos d’água
perenes em qualquer topografia pode ser considerada
como Área de Proteção Permanente (APP), portanto,
deve-se respeitar uma distância mínima de 50 metros
destes locais segundo o Art. 4º Inciso de I a IV da Lei
Federal n° 12.651, de 25 de maio de 2012 do novo
Código Florestal, (BRASIL, 2012).
As bacias hidrográficas são constituídas por unidades
territoriais e podem ser classificadas como um sistema
onde há entradas, saídas e transformações. Sendo
assim, este modelo de gerenciamento assume a bacia
como sendo uma unidade geográfica de referência,
definida de acordo com o Art. 21 da Lei 9.433 de 8 de
janeiro de 1997, como uma unidade territorial (Brasil,
1997). A bacia hidrográfica também pode ser descrita
como sendo uma área de captação natural da água
em precipitação durante as chuvas, e que convergem
a um único ponto de saída, denominado exutório; ela
é formada por um conjunto de vertentes na superfície
do solo formando uma rede de drenagem e devido sua
importância, devem se realizar estudos climatológicos,
de relevo, geomorfológicos, de solos, de vegetação e
hidrográficos para conhecimento e caracterização da
mesma.
1.2 LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO
A área de estudo escolhida está localizada na região
centro-oeste de Minas Gerais, porção meridional do
Cráton São Francisco, a oeste do Quadrilátero
Ferrífero, e dista cerca de 65 km de Belo Horizonte
MG. Situa-se entre os municípios de Crucilândia e Rio
Manso-MG, constitui-se de uma área retangular com
as coordenadas UTM dos seus vértices sendo; Long
557.000 / Lat 7758.000; Long 570.000 / Lat 7758.000;
Long 570.000 / Lat 7749.000; Long 557.000 / Lat
7749.000 (DATUM SIRGAS 2000 23S
Na Figura 1 é possível observar seus limites, e suas
principais vias de acesso: Em seu vértice nordeste, a
área coincide com o limite urbano do Bairro Bernardas
(distrito de Rio Manso-MG). O vértice leste apresenta
o Rio Manso como principal referência, pois o mesmo
tem direção sul/norte. O vértice sul apresenta a zona
rural de Crucilândia-MG. O vértice oeste apresenta
Itaguara – MG. A norte apresenta-se Itatiaiuçu-MG
como referência.
A principal via de acesso, a partir de Belo Horizonte, é
realizado inicialmente pela BR-381, em um trajeto de
aproximadamente 40 km e posteriormente segue-se
pela rodovia Desembargador Lúcio Urbano por cerca
de 25 km, até a cidade de Rio Manso-MG. O acesso a
área dista cerca de 3 km pela via que dá acesso ao
Distrito de Bernardas. Os aspectos fisiográficos para
caracterização da região que contém a microbacia
estudada serão descritos a seguir.
Figura 1: Mapa de localização e vias de acesso da área de estudo.
1.3 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS
1.3.1 CLIMA
Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável (2010), o município de
Rio Manso situado na região metropolitana de Belo
Horizonte apresenta temperatura média anual de 20,5
o
C e clima tropical com verão quente e inverno seco.
Segundo INMET (2019), o período chuvoso neste ano
de 2019 ocorreu nos meses de janeiro a abril, outubro
e novembro (em épocas de temperaturas mais
elevadas), já o período de estiagem é delimitado pelos
meses de maio a setembro (com temperaturas mais
baixas). Conforme a Figura 2, no acumulado do ano o
mês mais chuvoso foi fevereiro.
Figura 2: Representativa de precipitação acumulada
mensal de Belo Horizonte de Janeiro a 20 de
Novembro de 2019.
Fonte: INMET, 2019.
1.3.2 VEGETAÇÃO
Conforme descrito por Rizzini (1997), existem alguns
fatores condicionantes sobre a composição florística, e
dentre elas estão os fatores climáticos. No Brasil em
geral predominam vários tipos de vegetação, sendo
elas; mata atlântica, cerrado, caatinga, floresta
amazônica, campos, mangue, vegetação antrópica
usada em pastagem, agricultura, plantações de
eucaliptos e araucárias. Já no Estado de Minas
Gerais, e principalmente na área de estudo são
compostas de vestígios de mata atlântica e vegetação
típica de cerrado, além de vegetação antrópica
utilizada em áreas de pastagem, agricultura e
plantações de eucaliptos.
1.3.3 GEOMORFOLOGIA E RELEVO
Fatores geológicos e hidrológicos são os que mais
tem interferência na estruturação geomorfológica e de
relevo na região. Segundo Durães (2010), a área de
estudo está inserida em uma unidade geomorfológica
que se denomina de Planalto Dissecado do Centro-Sul
e Leste de Minas, com erosão fluvial causando
rebaixamento dos vales em relação a suas vertentes.
O intemperismo age em rochas ígneas e metamórficas
da região ocasionando um relevo de colinas com
topos arredondados e vertentes convexas. Na Figura
3 é possível observar que a variação altimetrica da
área, é indicada através das cores apresentadas na
legenda do mapa de elevação, onde ocorre uma
variação de 800 a pouco mais de 1200 metros.
Figura 3: Mapa Digital de elevação da área de estudo.
1.3.4 SOLO
Os solos da região possuem baixa fertilidade e são
classificados como Latossolos e Argissolos, com
variação de cor que vai do vermelho ao vermelho
amarelado em algumas regiões conforme destacado
no mapa da Figura 4. Segundo dados da EMBRAPA
(2018), os latossolos são constituídos por material
argiloso (caulinita, óxido de ferro, e óxidos de
alumínio) e apresentam horizonte B latossólico
precedido de qualquer tipo de horizonte A dentro de
200 cm da superfície do solo ou dentro de 300 cm
dependendo da espessura do horizonte A. Já os
argissolos apresentam horizonte B textural logo abaixo
do A ou E, apresentam a mesma constituição dos
latossolos e possuem argilas de alta e baixa
reatividade.
Figura 4: Mapa com os tipos de solo na área de estudo.
Fonte: Modificado de GPS, 2019.
1.3.5 HIDROGRAFIA
Segundo Christofoletti (1980), a Bacia Hidrográfica
pode ser definida como a área de escoamento de
águas superficiais, originadas de nascentes e/ou de
chuva. Ela é formada por um conjunto de um rio e
seus tributários e é limitada pela cumeada chamada
de interflúvio, que divide topograficamente esta área
de outras bacias de drenagens vizinhas. Uma bacia de
drenagem é composta por diversos canais de
escoamento, que constituem uma drenagem fluvial,
sendo assim, a quantidade de água que atinge estes
canais fluviais depende da área ocupada pela bacia,
da precipitação total, e seu sistema de
evapotranspiração e infiltração (CHRISTOFOLETTI,
1980). Ainda conforme Christofoletti (1980), há 4
(quatro) categorias que podem classificar as bacias de
drenagens de acordo com o escoamento global.
Exorréicas: quando o escoamento das águas se dá de
modo contínuo até o mar ou oceano, isto é, quando as
bacias desembocam diretamente no nível marinho;
Endorréicas: quando as drenagens são internas e não
possuem escoamento até o mar, desembocando em
lagos ou dissipando-se nas areias dos desertos, ou
perdendo-se nas depressões cársicas;
Arréicas: quando não há nenhuma estruturação em
bacia hidrográfica, como nas áreas desérticas onde a
precipitação é negligenciável e a atividade dunária é
intensa, obscurecendo as linhas e os padrões de
drenagem;
Criptorréicas: quando as bacias são subterrâneas,
como nas áreas cársticas. A drenagem subterrânea
acaba por surgir em fontes ou integrar-se em rios
subaéreos.
Conforme Christofoletti (1980), a classificação de uma
bacia hidrográfica também pode ser relacionada aos
padrões de drenagem da bacia (existem sete padrões
de classificações, mas somente o padrão encontrado
na área de estudo deste artigo será citado neste
trabalho).
A microbacia hidrográfica do Córrego Morro da Onça,
está localizada no conjunto hidrográfico formado pela
bacia do Rio São Francisco, bacia do Rio Paraopeba e
na sub-bacia hidrográfica do Rio Manso (Figura 5).
Conforme descrito pelo Comitê da Bacia Hidrográfica
do Rio São Francisco (CBHSF, 2018), ela ocupa uma
área de 639.219 km² de área de drenagem e o Rio
São Francisco é a principal drenagem desta bacia que
possui uma extensão de 2.700 km, nascendo no
estado de Minas Gerais e desaguando no nordeste do
Brasil;e devido a sua extensão é dividida em 4
(quatro) regiões hidrográficas, sendo elas o Alto São
Francisco, Médio São Francisco, Submédio São
Francisco e Baixo São Francisco (isso ocorre devido à
grande extensão da bacia).
Uma das bacias mais importantes e localizadas no
alto São Francisco é a bacia do Rio Paraopeba que
ocupa uma área de drenagem de 13.643 km² e
abrange 48 municípios de Minas Gerais. O Rio
Paraopeba tem suas principais nascentes ao sul do
município de Cristiano Otoni e tem como principais
tributários os rios Águas Claras, Macaúbas, Betim,
Camapuã e o Rio Manso (MATOS & DIAS, 2011).
A sub-bacia hidrográfica do Rio Manso é a mais
importante para a região Metropolitana de Belo
Horizonte, e está localizada na bacia do Rio
Paraopeba. Conforme descrito no Plano Diretor de
Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana
de Belo Horizonte - PDDI-RMBH (2016), abrange os
municípios de Brumadinho, Rio Manso, Itatiaiuçu,
Bonfim e Crucilândia; ela ocupa cerca de 67.000 ha de
extensão, e tem como principais tributárioss: Manso,
Veloso e Cachoeira, e os córregos Morro da Onça
(alvo de estudo deste artigo), Souza, Provisório,
Grande, Lamas, do Cruzeiro, das Pedras, Taboca, da
Pinguela, Areias e Quéias.
A bacia hidrográfica do Córrego Morro da Onça ocupa
uma área de drenagem com cerca de 65 km² e seu
leito principal tem aproximadamente 13 km de
extensão apresentando como tributários os córregos
Atrás da Serra, Grotas e o Córrego Canela. Esta bacia
tem seu exutório no encontro com o Rio Manso, nas
proximidades do distrito de Bernardas, município de
Rio Manso MG (PDDI-RMBH, 2016). Na figura 5 é
possível localizar a área de estudo dentro das bacias
do São Francisco e Paraopeba.
A bacia hidrográfica da área de estudo apresenta
reservatórios de águas subterrâneas, e de acordo com
Feitosa (2008), essas águas subterrâneas se
encontram abaixo do nível de saturação ou do nível
freático presentes nas formações geológicas
aflorantes parcialmente saturadas e nas formações
geológicas profundas totalmente saturadas. As águas
contidas no solo e nas formações geológicas estão
presentes nas Zonas Saturadas e não Saturadas onde
seus reservatórios de água podem ser classificados
em 4 tipos principais: Aquíferos que possuem uma
formação geológica porosa e permeável capazes de
servirem de depósitos e transmissores de água
armazenada; Aquicludes que são formações
geológicas porosas, mas não é permeáveis, ou seja,
possuem água, mas não são capazes de ceder água;
Aquifugos apresentando formações geológicas que
não são porosas e nem permeáveis (não possuem e
nem cedem água); e Aquitardos com formações
geológicas porosas e pouco permeáveis que cedem
quantidades relevantes de água, mas muito
lentamente (CPRM, 2019). O tipo de reservatório com
mais ampla classificação são os aquíferos, e segundo
Feitosa (2008), eles podem ser classificados de
acordo com a pressão que as águas exercem nas
superfícies que os limitam e em função da capacidade
de transmissão da água podendo ser classificados
como livres, confinados (drenantes e não drenantes)
ou suspensos. Os aquíferos confinados são aqueles
em que a pressão da água em seu topo é maior do
que a pressão atmosférica, podendo ser confinados
não drenantes (aqüíferos cujas camadas limítrofes
tanto superior quanto inferior são impermeáveis) e
confinados drenantes (aqüíferos onde uma das
camadas limítrofes é semipermeável e a entrada e
saída do fluxo é facilitada tanto pelo topo quanto pela
base através de drenança ascendente ou
descendente); os aqüíferos livres são os que possuem
a superfície de saturação ou freática sob pressão
atmosférica com bases semipermeáveis e não
drenantes com bases impermeáveis; os suspensos
são formados sobre uma camada impermeável ou
semipermeável com extensão limitada que se localiza
entre a superfície freática regional e o nível do terreno.
Segundo Oliveira (2013), já os aquíferos podem ser
classificados também quanto ao meio poroso em que
se encontram: Podendo ser fissural (comum em
rochas ígneas ou metamórficas que apresentam
fendas ou fissuras que sejam mais ou menos
continuas), poroso (comum em rochas sedimentares
consolidadas, sedimentos inconsolidados e solos
arenosos) e cárstico (comum em rochas calcárias ou
dolomíticas que por ações mecânicas e ou químicas
originam cavidades de dissolução podendo atingir
também grandes dimensões.
Figura 5: Mapa de localização da área de estudo dentro das bacias que as compõem.
1.4 GEOLOGIA
1.4.1 GEOLOGIA REGIONAL
A área de estudo está localizada na porção meridional
do Cráton São Francisco entre os complexos
metamórficos Bonfim , Campo Belo e Divinópolis.
Segundo Fernandes & Carneiro (2000), essa porção
do Cráton é circundada a oeste, sul e leste pelos
Cinturões Móveis Brasilianos (Faixa Brasília, Faixa do
Ribeira e Faixa Araçuaí), e englobam as rochas de
idades arqueanas, das Suítes TTGs na sua base, e
são sotopostas pelos litotipos dos Supergrupos Rio
das Velhas (Greenstones Belts), e Minas (Grupo
Itabira); uma pequena porção do Supergrupo
Espinhaço está disposta a norte do Quadrilátero
Ferrífero, e também rochas do Supergrupo São
Francisco. Conforme Fernandes & Carneiro (2000), os
três principais grupos de rochas que predominam a
porção meridional do Cráton são: os complexos
metamórficos arqueanos, as sequências supracrustais
incluindo as do tipo granito-greenstone e as unidades
máfico-fissurais. Segundo Fernandes & Carneiro
(2000), o Complexo Metamórfico Campo Belo
(CMCB), é composto por rochas metamórficas e,
subordinadamente, ígneas. Tais autores sugeriram
uma subdivisão do complexo em sete unidades
litodêmicas: Gnáissica, Anfibolítica, Metaultramáfica,
Quartzítica, Gabronorítica, Granítica e por fim a
Unidade Gabróica, sendo que esta ordem obedece
aos critérios cronológicos relativos de formação destas
unidades. Segundo Zacchi, et al. (2007) as rochas
gnáissicas têm predominância no complexo e variam
de tonalitos a granitos. Os terrenos gnáissicos são
divididos de acordo com sua composição e coloração,
e foram discriminados entre outros os gnaisses,
Candeias, Itapecerica e Cláudio. Os anfibolitos são
comumente encontrados em forma de diques
deformados, e em boudins e enclaves encaixados
nos gnaisses, paralelos ao bandamento. Conforme
descrito por Carneiro (1992), o Complexo Metamórfico
Bonfim (CMB), representa o segmento siálico que
aflora na região que se estende entre a Serra da
Moeda, a leste, e a Serra dos Três Irmãos, ao norte, e
engloba respectivamente o Domo de Bonfim e o
Complexo Moeda. Segundo Carneiro (1992), o CMB é
constituído por oito unidades litoestratigráficas,
constituídas por vários tipos de rochas ígneas ou
metamórficas distribuídas a seguir por ordem
cronológica, da mais antiga para a mais jovem:
Gnaisses Alberto Flores, Anfibolitos Paraopeba,
Gnaisses Souza Noschese, Tonalitos Samambaia,
Anfibolitos Candeias, Granitos Brumadinho,
Metadiabásios Conceição de Itaguá e Diabásios Santa
Cruz. Já Goulart (2006) descreve a ocorrência de um
magmatismo fissural de idade mesoarqueana, este
evento está associado a processos distensivos ou de
relaxamento crustal, estes eventos resultaram
portando nos enxames de diques máficos nessa
crosta siálica, que por sua vez serviram de protólito
para unidades anfibolíticas que ocorrem encaixadas
nesse complexo metamórfico. A ocorrência de dois
outros episódios de magmatismo fissural básico – um
no Neoarqueano e outro no fim do Mesoproterozoico,
que foram responsáveis pelas intrusões de diques de
gabronorito e gabro. A unidade tonalítica é descrita
por Fernandes & Carneiro (2000), com ocorrências em
paralelas aos bandamentos gnáissicos. Este litotipo
apresenta cor clara e tons acinzentados, com
granulação média e texturas porfiríticas e do tipo
granítica e apresentam alinhamentos dos minerais
máficos, subordinadamente a quartzo e feldspatos,
apresentando uma textura magmática fluídal. Segundo
Fernandes & Carneiro, (2000) as unidades graníticas
ocorrem na forma de grandes corpos que estão
intrudidos em rochas da suíte gnáissica. Esta litologia
apresenta cor clara e em alguns pontos tons rosados
ou esbranquiçados, granulação média e texturas
porfiríticas. A unidade Metaultramáfica segundo
Carneiro et al. (1996), corresponde a uma sequência
acamadada de rochas metaultramáficas e que estão
distribuídas na região de estudo. A maior parte deste
corpo rochoso ocorre encaixada nos gnaisses e estão
orientados segundo a direção NE-SW. A unidade
gabronorítica é representada por diques máficos
orientados segundo a direção N65-70W, e estão
intrudidas entre as unidades gnáissicas e em alguns
afloramentos podem ser encontrados cortando as
unidades ultramáficas. As rochas da unidade
gabronorítica apresentam textura subofítica e em
alguns pontos textura fluídal (Carneiro et al. 1996a).
Ainda conforme Carneiro et al. (1996a), a unidade
gabróica é representada por diques que estão
orientados conforme a direção N50-55W. Estes diques
cortam as unidades gabronoríticas não apresentam
nenhuma relação com as intrusões dos granitóides.
Conforme Roeser & Roeser (2010), os greenstones
belts citados anteriormente estão representados pelas
sequências vulcanossedimentares arqueanas do
Supergrupo Rio das Velhas, compostas por
metassedimentos vulcanoclásticos, químicos e
pelíticos, que se encontram discordantes acima do
embasamento cristalino. Segundo Goulart (2006),
sequências supracrustais estão associadas a
episódios extensionais e compressionais de um
segmento de crosta arqueana primitiva, e que estão
correlacionadas a uma das fases do evento tectono-
termal Rio das Velhas, e que foi responsável pela
extrusão de lavas komatiíticas e basaltos toleíticos
durante o Neoarqueano. Já no Paleoproterozoico,
ocorreram as bacias do tipo rifte, com estabilização
dos processos ao final da Orogenia Transamazônica,
neste período ocorreram às deposições dos Grupos
Itacolomi e Sabará. Por fim, Goulart (2006) descreve
que na região de estudo afloram corpos granitóides
provindos de magmatismo com início no Arqueano e
estendido até o Neoproterozoico, correlacionando-se a
fase compressional que está ligada a um movimento
de subducção da crosta oceânica gerada
anteriormente. Conforme descrito nos estudos
anteriores pela parceria CPRM/CODEMIG (2005), o
empilhamento estratigráfico (Tabela 1) da área é
composto pelas unidades Arqueanas (3200 Ma a 2800
Ma), que são os Complexos Ortognáissicos do tipo
TTGs (Passa Tempo e Alberto Flores), seguida pelas
rochas do Supergrupo Rio das Velhas (Greenstone
Belts), pelo Tonalito Itaúna e pelos Granitos Piracema
e Ortognaisse. Já as rochas de idades
Paleoproterozoicas (2300 Ma a 2050 Ma), estão
representadas pelo Supergrupo Minas (Grupo Itabira),
e pelas rochas da Suíte acamadada Itaguara-Rio
Manso (Figura 6). Já no topo temos os depósitos
aluvionares e os terraços aluvionares de idade
Holoceno. Estes depósitos são encontrados
principalmente as margens e no leito do Rio Manso e
em parte do Córrego Morro da Onça.
Figura 6: Mapa Geológico do Quadrilátero Ferrífero onde se encontra a área de estudo.
Fonte: BIZZI et al., 2003.
Tabela 1: Coluna estratigráfica simplificada da área de
estudo.
Unidade de
Tempo
Idade Unidades
11,5 Mil anos
Depósitos Aluvionares
Terraços Aluvionares
PALEOPROTEROZOICO
2050 Ma
(Orosiriano)
Suíte Itaguara-Rio
Manso
2300Ma (Riaciano)
Supergrupo Minas -
Grupo Itabira
2800Ma
Granito Piracema-
Ortognaisse
Tonalito Itaúna
Supergrupo Rio das
Velhas - Greenstone
Belts
3200Ma
Complexos
Ortognáissicos tipo
TTGs e Granitóides
associados
Passa Tempo e
Gnaisse Alberto Flores
Fonte: Modificada de (CODEMIG, 2005).
1.4.2 GEOLOGIA LOCAL
Pode-se dividir a geologia da área em seis unidades
estratigráficas (Figura 7), separadas por contatos
litológicos que, em alguns pontos, podem ser
observados e descritos como contatos bruscos, ou
seja, uma mudança brusca de litologia. Estas
unidades serão descritas a seguir:
Migmatito: Essa unidade apresenta indicadores
cinemáticos e suas foliações indicam movimentos de
natureza sinistral, ocorre na unidade litoestratigrafica
do completo Alberto Flores (Figura 8 C), é possível
observar uma concentração de fraturas e uma foliação
que se apresenta dobrada e algumas charneiras
espessas e flancos adelgaçados. Coloração clara, e
apresentam poucos minerais máficos orientados no
sentido NE. Essa estruturação aparece somente em
um afloramento da área de estudo. O mesmo é
caracterizado com textura granoblástica e
inequigranular, granulação de fina a grossa e
bandamentos milimétricos a centímetricos. Porém, em
alguns pontos do afloramento, pode-se observar
bandas félsicas de aproximadamente 1 metro. A
mineralogia desta unidade apresenta os seguintes
minerais; quartzo (55%), feldspato potássico (20%),
biotita (20%), plagioclásio (5%).
Metaperidotito: Esta unidade aflora na porção oeste e
centroeste da área de estudos (Figura 8 B). É uma
rocha máfica, de coloração cinza escuro a
esverdeado, cuja composição mineralógica apresenta,
anfibolio, serpentina, clorita e olivina em grãos
maiores distribuídos em matriz fina composta por
clinoanfibólio. Sua textura equigranular caracteriza
origem plutônica.
Gnaisse: O gnaisse Alberto Flores pode ser
classificado como gnaisse tipo II, o mesmo é
caracterizado como ortognaisse, (Figura 8 D e E), com
textura granoblástica e inequigranular, granulação
média, e foliações que vão de milimétricas a
centimétricas, podendo observar a orientação das
bandas máficas e félsicas. O complexo apresenta
lineações com uma direção preferencial NE-SW e sua
composição mineralógica é representada por quartzo
(50%), feldspato (20%), microclínio (10%), biotita
(15%), e minerais acessórios de titanita, apatita e
zircão (5%).
Granito: O granito Alberto Flores pode ser classificado
como granito tipo II (Figura 8 A), com textura
granoblástica e inequigranular, granulação fina a
média. Sua composição mineralógica apresenta
quartzo (50%), plagioclásio (20%), ortoclásio (15%),
biotita (10%) e minerais acessórios (5%). Essa
litologia se restringe somente a região norte da área,
situada a noroeste do distrito de Bernardas.
Gabro: Encontrado em apenas um ponto da área de
estudo, não foi possível coletar amostra. É uma rocha
plutônica intrusiva de coloração escura, com textura
fanerítica e granulação que varia de média a grossa.
Essa litologia é composta essencialmente por
plagioclásio, piroxênio e outros minerais acessórios.
Os depósitos aluvionares: São localizados em áreas
de menor elevação e declividade, próximo aos rios,
sendo o Rio Manso o principal, caracterizam depósitos
de moderadamente a muito mal selecionados, com
presença de clastos que variam sua granulação de
areia a blocos subarredondados e arredondados, em
alguns pontos apresentam depósitos concentrado de
argila, os mesmos são utilizados na produção
industrial de telhas e tijolos.
Figura 7: Mapa Geológico em escala de 1:10000 de parte da área de estudo, Rio Manso-MG.
Figura 8: Amostra das rochas encontradas na área de
estudo.
1.4.3 GEOLOGIA ESTRUTURAL
Localmente pode ser observado um padrão de direção
das litologias e suas estruturas sempre orientadas na
direção NE (Tabela 2). Algumas falhas podem ser
observadas através do mapa de estudos geofísicos,
também se pode verificar que estas falhas seguem o
mesmo padrão de orientação das litologias, exceto
uma falha maior que corta em direção NS.
Em grande parte dos afloramentos não foram
possíveis realizar medidas e coletar dados estruturais,
isso deve-se ao estado de alteração das rochas.
2 OBJETIVOS
Realizar um mapeamento hidrográfico da área de
estudo com o objetivo de caracterizar
hidrogeologicamente a região, construindo uma ficha
de dados com descrição das nascentes encontradas,
delimitando a microbacia hidrográfica do Córrego
Morro da Onça e realizando o cálculo de vazão em
seu exutório.
Tabela 2: Detalhe das medidas realizadas em
foliações e fraturas das rochas analisadas nos
afloramentos visitados.
3 METODOLOGIA
3.1 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO E
CARTOGRÁFICO
Estudos preliminares geológicos, climáticos, de solos,
geomorfológicos, de relevo, vegetação e hidrográficos;
bem como análise através de levantamentos
cartográficos para conhecimento e caracterização da
área escolhida como foco de estudo neste artigo.
3.2 DADOS CONSTRUTIVOS DOS POÇOS DA REGIÃO
Foi analisado no sistema de águas subterrâneas
(SIAGAS) informações sobre poços cadastrados na
área de estudo para se obter uma base de
conhecimento sobre caracterização hidrogeológica da
região. No site do SIAGAS é possível escolher os
poços dos quais se desejam obter informações gerais,
construtivas, geológicas, hidrogeológicas, de teste de
bombeamento e de análise química. Os dados
encontrados foram registrados em uma ficha de
inventário de pontos d’água e incluídos neste artigo.
Foi elaborado um mapa de localização dos poços da
região através da junção de imagens de satélite
(utilizando o software Google Earth) e dados obtidos
através do site SIAGAS.
3.3 ELABORAÇÃO DE SEÇÕES HIDROGEOLÓGICAS
Elaborado através de estudos geológicos juntamente
com estudos de conceitos hidrográficos possibilitando
a geração de um perfil geológico com a caracterização
dos tipos de reservatórios de água (aquíferos,
aquiclude, aquifugo e aquitardo) presentes em cada
tipo de litologia da área de estudo. A classificação
quanto a zona onde se encontra presente a água
(saturada ou não saturada), pressão que ela exerce
na superfície (confinado ou livre) e o meio poroso em
que se encontra (fissural, poroso e cárstico) são
respondidas através desse estudo. O mapa com
essas informações foi elaborado a partir do software
ARC GIS (versão 10.5).
3.4 INVENTÁRIO DE PONTOS D’ÁGUA
Durante os estudos de campo foram levada em
consideração somente as nascentes não
intermitentes, ou seja, as que apresentam fluxos de
água todo o ano. Foram observados durante os
estudos dois tipos de nascentes predominantes: a
nascente de Forma Pontual, que se refere à surgência
(exfiltração) de forma concentrada em um mesmo
ponto, e a nascente de Forma Difusa, que apresenta
vários pontos de surgência (exfiltração) que em alguns
pontos formam grandes áreas alagadiças.
Os inventários dos pontos de água foram realizados
seguindo alguns padrões de detalhamento conforme
descrito na ficha de descrição. As principais
características descritas durante o cadastramento de
cada nascente podem ser observadas na Tabela 3.
Tabela 3: Características das nascentes.
CARACTÉRÍSTICAS DESCRIÇÃO
LOCAL DE
OCORRÊNCIA
Afloramento, Cavidade, Indefinida
GEOMORFOLOGIA
Canal, Concavidade, Duto, Depressão,
Olho dágua
TIPO DE SOLO Argissolo, Latossolo, Cambissolo e etc.
COR DO SOLO
Acinzentado, Amarelado, Avermelhado,
Indefinido
EXTRATO
VEGETACIONAL
Herbácia, Arbustiva, Arbórea, Ausente
FOCOS EROSIVOS
Solo exposto, Erosão acelerada, Sulcos
erosivos, Não apresenta
DECLIVIDADE DO
TERRENO
Alta, Média, Baixa
USO DA TERRA
Área urbana, Agrícula, Florestada,
Mineração, Silvicultura, Solo exposto
COR DA ÁGUA Escura, Clara, Transparente
ODOR DA ÁGUA Cheiro forte, Fraco, Sem cheiro
LIXO NO ENTORNO Muito, Pouco, Sem lixo
ACESSO Fácil, Difícil, Sem acesso
PROTEÇÃO
Sem Proteção, Com proteção mas com
acesso, Com proteção mas sem acesso
FORMA Pontual, Difusa, Múltipla
ASPECTO Limpa, Poluída, Múltipla
CONDIÇÃO
Natural, Natural Antropizada, Represada,
Drenada, Drenada Confinada, Aterrada,
Outra
VAZÃO
Pouca (1,0 A 3,0 M³/S, Significativa (3,0 A
6,0 M³/S, Grande (> 6,0 M³/S)
USO DA NASCENTE
Consumo humano, Uso doméstico,
Dessedentação de animais, Irrigação,
Harmonia paisagística, Afastamento de
esgoto, Recreação de contato primário,
Indefinida e etc.
Fonte: Modificado de AGÊNCIA PEIXE VIVO, 2017.
As fichas com caracterizações das nascentes foram
adaptadas dos procedimentos propostos no termo de
referência (AGÊNCIA PEIXE VIVO, 2017) e seu
modelo é observado na Tabela 4.
Tabela 4: Ficha individual de cadastro e
caracterização de nascentes.
FICHA INDIVIDUAL - CADASTRO E
CARACTERIZAÇÃO DE NASCENTES BACIA
HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO MORRO DO
ONÇA EM RIO MANSO – MG.
DATA DE
CADASTRO:
CÓDIGO DE
NASCENTE:
LOCALIZAÇÃO:
ALTITUDE:
COORDENADAS
UTM:
DESCRIÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DA
NASCENTE E CONDIÇÕES DO ENTORNO
FOTOS
Fonte: Modificado de AGÊNCIA PEIXE VIVO, 2017.
3.5 ELABORAÇÃO DE MAPA COM NASCENTES
ENCONTRADAS
O mapa das nascentes foi elaborado através dos
pontos descritos em campo juntamente com auxílio de
GPS, imagens de satélite (Google Earth) e software
ARC GIS.
3.6 DELIMITAÇÃO DA MICROBACIA DO CORREGO
MORRO DA ONÇA
Para delimitação da microbacia foi escolhido o
município de Rio Manso (MG). Após a escolha do
município estuda-se a hidrografia da região e
posteriormente a identificação da Bacia que a abrange
que no caso deste estudo foi identificada como sendo
a Bacia do Paraopeba. Esta bacia possui uma série de
microbacias, sendo assim, foi escolhida a microbacia
do Córrego Morro da Onça, por ser pouco estudada e
possuir um grande potencial hídrico possivelmente
para água mineral e potável. As delimitações da bacia
hidrográfica do Córrego Morro da Onça foram
realizadas através do método de individualização das
bacias de drenagem. Foram individualizadas 239
drenagens de 1° ordem fluvial, 32 drenagens de 2°
ordem fluvial, 12 drenagens de 3° ordem fluvial e 1
drenagem de 4º ordem que se refere ao leito principal
da bacia.
3.7 TESTE DE VAZÃO
Foi medida a cota topográfica e as coordenadas do
exutório da microbacia onde foi realizado o teste de
vazão (foi usado um trecho em que o córrego se
encontrava retilíneo, apresentava uma profundidade
dentro da considerada ideal e não possuía obstruções
em seu fluxo de água). A distância entre as seções
superior e inferior foi de 6m e o valor do coeficiente
utilizado para o cálculo foi o de 0,8 que serve para rios
com fundo pedregoso. Após a medição do tempo
(realizado quatro vezes) é possível realizar os cálculos
para medição da vazão. Para fazer a medida da vazão
utilizou-se a equação 1 da Figura 9 (PALHARES et al.,
2007):
Figura 9: Equação para medição da vazão.
(1)
Fonte: Palhares et. al., 2007.
Em que V é a vazão dada em metros cúbicos por
segundo (m3
/s), A é a média da área (seção) do rio
dada em metros quadrados (m2
), L é o comprimento
da área de medição dada em metros (m), C é o
coeficiente ou fator de correção usado para o tipo de
fundo que o rio apresenta, podendo ser 0,8 (para
fundo pedregoso) ou 0,9 (para fundo barrento) e T é o
tempo que o flutuador leva para deslocar-se no
comprimento da área, dado em segundos (s).
O teste de vazão é realizado para medir o pico de
vazão no exutório, o mesmo apresenta variação de
acordo com a taxa de precipitação pluviométrica e as
estações do ano.
4 RESULTADOS
4.1 MAPA DOS POÇOS PRÓXIMOS A AREA DE ESTUDO
COM SEUS DADOS CONSTRUTIVOS
Não foram encontrados poços cadastrados dentro da
área de estudo segundo dados do SIAGAS. No
município de Rio Manso – MG, encontram-se sete
poços cadastrados da COPASA e os mais próximos
da área estudada são os poços de número
3100006678 e 3100006679 em Bernardas. O mapa da
área de estudo com os poços da região e as fichas
com dados construtivos dos dois poços de Bernardas
são apresentados na Figura 10. O poço tubular
3100006678 construído pela COMIG no dia 17 de
novembro de 1993 com latitude UTM de7755846 e
longitude 570072 apresenta diâmetro de 6 polegadas,
perfuração de 0 a 100 metros, sem informações de
medidas de revestimento, pré-filtro, filtro e cimentação.
Sua vazão é de 2,62 Q (taxa de vazão em m3
/h), nível
estático de 1,28 metros, nível dinâmico de 66,17
metros. Já o poço tubular 3100006679 foi construído
pela COPASA no dia 20 de janeiro de 1994, com
latitude UTM de 7755815 e longitude 570072, com
diâmetro de 6 polegadas, perfuração de 0 a 112
metros, sem informações de medidas de revestimento,
pré-filtro, filtro e cimentação. Sua vazão é de 10,54 Q
(m3
/h), nível estático de 2,36 metros, nível dinâmico de
40,76 metros. Os dois poços estão localizados em
Bernardas no Município de Rio Manso – MG dentro da
sub Bacia Paraopeba em aquífero livre fissural dentro
do Complexo Bomfim e tem como principais fontes de
contaminação os currais, granjas, e postos de
combustíveis da região.
Figura 10: Mapa de poços no município de Rio Manso MG.
4.2 MAPA GEOLÓGICO COM SEÇÃO
HIDROGEOLÓGICA
As rochas da região compreendem faixas de idade do
mesoarqueano ao proterozóico contendo no perfil A-B
(Figura 11) ortognaisses tonalíticos a graníticos,
rochas da suíte Itaguara – Rio Manso e ortognaisses
bandados conhecidos como gnaisses Alberto Flores
respectivamente. Seus reservatórios de água são
classificados como aquíferos por possuírem certa
porosidade ocasionada por fatores intempéricos que
contribuem para a permeabilidade nos litotipos
presentes na área. Este tipo de reservatório de água
se encontra sob pressão atmosférica e sendo assim é
denominado como aquífero livre e sua porosidade nos
permite inferir que são fissurais já que são comuns em
locais com presença de rochas ígneas e metamórficas
com muitas fendas e fraturas.
Figura 11: Mapa geológico com caracterização hidrogeológica da área de estudo.
4.3 MAPA DE PONTOS EM CAMPO COM AS
NASCENTES MAPEADAS
Foram mapeadas quarenta e nove nascentes na
microbacia do Córrego da Onça em Rio Manso (MG).
A maior parte delas localizadas em drenagens de
primeira ordem. Foram encontradas nascentes difusas
e pontuais (Figura 12), com vazões e declividades
variadas entre elas e localizadas em áreas com solos
de cor vermelha a amarela onde o acesso aos pontos
d’água muitas vezes foram dificultadas por estarem
em áreas de mata arbórea fechada.
Figura 12: Mapa de pontos em campo.
Essas águas possuem aparência transparente sem
nenhum tipo de odor e são principalmente utilizadas
para consumo humano, irrigação e dessedentação de
animais.
Figura 13: Gráfico com tipos de nascentes
encontradas na área de estudo.
33%
8%
49%
10%
TIPOS DE NASCENTES
Nascente natural
difusa com pouca
vazão
Nascente natural
difusa com vazão
significativa
Nascente natural
pontual com pouca
vazão
16
Nascentes
4
Nascentes
24
Nascentes
5
Nascentes
O gráfico (Figura 13) foi elaborado para ilustrar os
tipos de nascentes encontradas na região de estudo,
onde se observa que as maiores porcentagens para
nascentes do tipo pontual com pouca vazão, ou seja,
nascentes que apresentam surgência (exfiltracão)
concentrada em um mesmo ponto escorrendo
lentamente.
4.4 MAPA DE DRENAGEM COM DELIMITAÇÃO DA
BACIA
A microbacia (Figura 14) está contida dentro de uma
bacia exorréica (Bacia do São Francisco) e apresenta
padrão de drenagem dendrítica (que lembram galhos
de (árvores), forma subcircular com fluxo na direção
de W-E e exutório no encontro com o Rio Manso no
município de Rio Manso (MG). A utilização do modelo
de elevação e de cota topográfica foi usada como
base para sua delimitação. O Córrego do Morro da
Onça é uma das principais drenagens de primeira
ordem contidas na microbacia, apesar das drenagens
de segunda e terceira ordem possuírem maior
ocorrência na região elas não foram escolhidas como
foco do estudo.
Figura 14: Mapa de delimitação da microbacia da área de estudo.
4.5 CALCULO DE VAZÃO NO EXUTÓRIO
Cálculo realizado no exutório da microbacia estudada
com os seguintes resultados de vazão apresentados
na Tabela 5:
Figura 15: Fotografia de teste de vazão realizado na área de estudo.
Tabela 5: Cálculo de vazão no exutório da Microbacia Morro da Onça.
SEÇÃO SUPERIOR SEÇÃO INFERIOR
LARGURA ENTRE AS
MARGENS
5,16 m ou 516 cm
LARGURA ENTRE AS
MARGENS
5,20 m ou 520 cm
PROFUNDIDADES
Intervalo A-B (75 cm)
PROFUNDIDADES
Intervalo A-B (65 cm)
Intervalo B-C (58 cm) Intervalo B-C (50 cm)
Intervalo C-D (61 cm) Intervalo C-D (51 cm)
Intervalo D-E (48 cm) Intervalo D-E (43 cm)
TOTAL
∑ dos valores de
profundidade (242 cm)
TOTAL
∑ dos valores de
profundidade (209 cm)
MÉDIA 242/5 = 48,8 cm MÉDIA 209/5 = 41,8 cm
ÁREA MÉDIA DA SEÇÃO
SUPERIOR
516*48,8 = 25180,8 cm²
ou 2,51 m²
ÁREA MÉDIA DA SEÇÃO
INFERIOR
520*41,8 = 21736 cm² ou
2,17 m²
ÁREA MÉDIA DO TRECHO DO RIO (2,51+2,17)/2 = 2,34 m²
MÉDIA DE REPETIÇÕES DE TEMPO (52+53+41+48)/4 = 48,5 s
VAZÃO (A*L*C)/T (2,34*6,0*0,8)/48,5 = 0,23 m³/s
5 DISCUSSÕES
A partir das análises de campo e das descrições das
principais nascentes, pode-se definir que algumas
delas podem e devem ser objetos de futuros estudos
na prospecção de água mineral, pois apresentam boa
vazão e alto potencial de potabilidade. Em alguns
pontos estas nascentes são totalmente drenadas para
as residências e/ou para irrigações, e em um ponto
específico no povoado de Canela, uma drenagem
encontra-se totalmente suprimida, ou seja, a água é
represada e usada em sua totalidade para irrigação.
Com estudos mais detalhados pode se tornar possível
uma distribuição mais homogênea dos recursos
hídricos da região.
6 CONCLUSÕES
A microbacia do Córrego Morro da Onça apresenta
forma subcircular, seu fluxo apresenta direção W-E,
padrão de drenagem dendrítica, com drenagens de
primeira, segunda, terceira e quarta ordens que
apontam em todas as direções, formando ângulos
agudos de várias graduações, mas nunca retos, isso
atribuído principalmente aos litotipos e eventos
tectônicos ocorridos no local estudado.
Cerca de 59% das nascentes estudadas foram
caracterizadas como pontuais, enquanto que as
demais foram descritas como difusas e são poucas as
que possuem qualquer tipo de proteção para sua
conservação.
AGRADECIMENTOS
Os autores deste trabalho agradecem aos professores
do curso de Bacharelado em Geologia do UNI-BH,
pela disponibilidade em colaborar com a presente
pesquisa e ao nosso orientador Dionísio Uendro
Carlos pela colaboração e apoio em nosso estudo.
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA PEIXE VIVO. Agência De Bacia
Hidrográfica Peixe Vivo – Relatório Final do
cadastramento e caracterização de nascentes, focos
erosivos e áreas degradadas nas microbacias dos
córregos Fechos, Tamanduá e Marumbé. Nova Lima:
Minas Gerais, 2017. Disponível Em:<
http://cbhvelhas.org.br/wp-
content/uploads/2019/02/Produto-
3_Diagn%C3%B3stico-Final_REV02-1.pdf >. Acesso
Em: 20 out. 2019.
BIZZI, Luiz Augusto et al. Geologia, Tectônica e
Recursos Minerais do Brasil: Texto, mapas e SIG.
CPRM. Brasília. Editora da universidade de Brasília.
2003. Disponível em:<
http://rigeo.cprm.gov.br/xmlui/handle/doc/5006?show=f
ull>. Acesso em 08 jul. 2019. ISBN 85-230-0790-3.
BRASIL. CEDI. Da Política Nacional de Recursos
Hídricos. Lei Federal nº 9.433, de 08 de janeiro de
1997. Diário Oficial da União. Brasília, Imprensa
Oficial, 09 de janeiro de 1997.
BRASIL. Casa Civil. Proteção da vegetação nativa. Lei
Federal n˚ 12.651 de 25 de maio de 2012. Brasília, 25
de maio de 2012.
CARNEIRO, Marcos Antônio et al. Archean ultramafic-
mafic magmatìsntinthe Southern São Francisco Cráton
(Campo Belo Complexo); Preliminary pettographic and
geochenrical results. In: Simpósio
de terrenos arqueanos da plataforma Sul-Americana.
1996. Brasília. P.32-33.
CARNEIRO, Marcos Antônio. O Complexo
Metamórfico Bonfim Setentrional (Quadrilátero
Ferrífero, Minas Gerais): Litoestratigrafia e Evolução
Geológica de um Segmento de Crosta Continental do
Arqueano.1992. 258f. Tese de Doutorado -
Universidade de São Paulo Instituto de Geociências,
São Paulo, 1996. Disponível em:<
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/td
e-18112015-
104751/publico/Carneiro___Doutorado.pdf >. Acesso
em: 10 de jul. 2019.
CBHSF. COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO
RIO SÃO FRANCISCO. Belo Horizonte, Minas Gerais,
2018. Disponível em:
<http://cbhsaofrancisco.org.br/2017/>. Acesso em 26
de out. 2019.
CHRISTOFOLETTI, Antônio. Geomorfologia. 2a ed.
São Paulo: Edgard Blücher, 1980. 188 p. ISBN
9788521201304.
CODEMIG. Mapa Geológico ...... na Escala 1: 50.000
com Nota Explicativa. In: Projeto Geologia do
Quadrilátero Ferrífero - Integração e Correção
Cartográfica em SIG com Nota Explicativa. Belo
Horizonte, Minas Gerais, 2005. Disponível em:<
http://www.portalgeologia.com.br/wp-
content/uploads/2013/09/nota_explicativa_qf.pdf >.
Acesso em:10 de Ago. 2019.
CPRM. Serviço Geológico do Brasil. Termos
hidrogeológicos básicos. 2019. Disponível em:
<http://www.cprm.gov.br/publique/RedesInstitucionais/
Rede-de-Bibliotecas---Rede Ametista/Termos
Hidrogeologicos-Basicos-631.html>. Acesso em: 20 de
out. 2019.
DPS. Departamento de Solos. Centro de Ciências
Agrárias. Mapa de solos do estado de Minas Gerais.
2019. Disponível em:<
http://www.dps.ufv.br/?page_id=742>. Acesso em: 20
de out. 2019.
DURÃES, Matheus Fonseca. Caracterização e
avaliação do estresse hidrológico da Bacia do Rio
Paraopeba, por meio de simulação chuva-vazão de
cenários atuais e prospectivos de ocupação e uso do
solo utilizando um modelo hidrológico. 2010. 168f.
Dissertação ao programa de Pós Graduação -
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, 2010. Disponível em:<
http://www.smarh.eng.ufmg.br/defesas/853M.PDF>.
Acesso em: 12 de nov. 2019.
EMBRAPA. Sistema Brasileiro de Classificação de
Solos, E-book: il. color. Recursos Naturais, Ciências
Ambientais e da Terra. Brasília: Distrito Federal, 2018.
Disponível em:<
https://www.embrapa.br/solos/sibcs/solos-do-brasil>.
Acesso em: 12 de nov. 2019.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,
Geomorfologia. 2018. Disponível
em:<https://mapas.ibge.gov.br/tematicos/geomorfologi
a>. Acesso: 20 de jul. 2019.
INMET. Instituto Nacional de Meteorologia. Belo
Horizonte, Minas Gerais, 2019. Disponível em:<
http://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.php>.
Acesso em: 20 de nov. 20019.
FEITOSA, Fernando Carneiro et.al. Hidrogeologia:
conceitos e aplicações/organização e coordenação
científica. 3˚ ed. Rio de Janeiro: CPRM, Recife:
LABHID, 2008. 812p. ISBN 9788574990613.
FERNANDES, Rinaldo Afrânio; CARNEIRO, Maurício
Antônio. O Complexo Metamórfico Campo Belo
(Cráton São Francisco Meridional): Unidades
Litodêmicas e Evolução Tectônica. 2000. Artigo
publicado na Revista Brasileira de Geociências,
volume 30(4): 671-678. Universidade Federal de Ouro
Preto. Ouro Preto, 2000. Disponível em:<
http://www.ppegeo.igc.usp.br/index.php/rbg/article/vie
w/10984/10438 >. Acesso em: 15 de jul. 2019.
GOULART, Luiz Emanuel Alexandre. O Complexo
Acamadado Itaguara-Rio Manso, MG. 2006. 186f.
Dissertação (Mestrado em Evolução Crustal e
Recursos Naturais) - Universidade Federal de Ouro
Preto, Ouro Preto, 2006. Disponível em:<
https://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/334
0 >. Acesso em: 15 de jul. 2019.
ROESER, Hubert Matthias Peter; ROESER, Patricia
Angelika. O Quadrilátero Ferrífero – MG, Brasil:
Aspectos Sobre Sua História, Seus Recursos Minerais
e Problemas Ambientais Relacionados. Geonomos,
Ouro Preto, 2010. Disponível em:<
https://www.researchgate.net/publication/284145544_
O_Quadrilatero_Ferrifero-
MG_Brasil_Aspectos_sobre_sua_historia_seus_recurs
os_minerais_e_problemas_ambientais_relacionados
>. Acesso em: 19 de jul. 2019.
MATOS Fernanda; DIAS Reinaldo. Consórcios
Intermunicipais e a Bacia do Rio Paraopeba. Revista
espacios, 2011. Disponível em:<
www.revistaespacios.com/a11v32n04/113204112.html
>. Acesso em: 24 de out. 2019.
MINAS GERAIS. Diário do Executivo. Política
Estadual de Recursos Hídricos e dá outras
providências. Lei nº 13.199, de 29 de janeiro de 1999.
Minas Gerais.
OLIVEIRA, Daniel da Cruz. Modelos de avaliação da
vulnerabilidade de aquiferos. 2013. 41f. Monografia de
Graduação do Curso de Geologia – Universidade
Federal da Bahia, Salvador, 2013. Disponível em:<
http://www.twiki.ufba.br/twiki/pub/IGeo/GeolMono2012
2/Monografia_Daniel.pdf>. Acesso em: 20 de set.
2019
PALHARES et al. Medição da vazão em rios pelo
método do flutuador. Concórdia: Embrapa Suínos e
Aves, 2007. 4 p. (Embrapa Suínos e Aves.
Comunicado Técnico, 455). Projeto n. 03.06.52.000-
03. 2007. Disponível em<
https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-
/publicacao/443939/medicao-da-vazao-em-rios-pelo-
metodo-do-flutuador>. Acesso em: 25 de nov. 2019.
PDDI-RMBH. Perfil Municipal. Plano diretor de
desenvolvimento integrado da região metropolitana de
Belo Horizonte. Rio Manso/MG: Processo de revisão –
Plano Diretor. Belo Horizonte, 2016. Disponível em:
<http://www.rmbh.org.br/arquivos_biblioteca/PDRMBH
_PRD04_RIO_MANSO_PM.pdf>. Acesso em: 16 de
Set. 2017.
RIZZINI, Carlos Toledo. Tratado de fitogeografia do
Brasil: aspectos ecológicos, sociológicos e florísticos.
2. ª Ed. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural, 1997. 747p.
ISBN 716651460.
SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Rio Manso:
Governo do Estado de Minas Gerais, 2010. Disponível
em:<
http://www.meioambiente.mg.gov.br/images/stories/Ro
bson/Paraopeba2010/9.2-oudair-pu.pdf >. Acesso em:
12 de nov. 2019.
SIAGAS. Pesquisa Geral. Serviço Geológico do Brasil
CPRM, 2019. Disponível em:<
http://siagasweb.cprm.gov.br/layout/pesquisa_complex
a.php >. Acesso em: 10 de out. 2019.
ZACCHI, Erico Natal Pedro et al. As Três Anomalias
Elípticas da Porção Sul do Quadrilátero Ferrífero:
Novos Alvos Sobre a Mineralização de Grafita?
Revista Brasileira de Geofísica. São Paulo Out.
dez. 2007. Disponível em:<
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=
S0102-261X2007000400006>. Acesso em: 19 de jul.
2019.
TCC II - MORRO DA ONÇA.pdf_Delimitação-da-Bacia-hidrográfica

More Related Content

Similar to TCC II - MORRO DA ONÇA.pdf_Delimitação-da-Bacia-hidrográfica

A2 031 Augm Ambiente 2009
A2 031   Augm Ambiente 2009A2 031   Augm Ambiente 2009
A2 031 Augm Ambiente 2009guest445a26
 
Dinamica costeira 304
Dinamica costeira 304Dinamica costeira 304
Dinamica costeira 304RCCBONFIM
 
67ae73afd18264e6d2b5309439b30b16 8991895803161aa9b67abc4607516ffb
67ae73afd18264e6d2b5309439b30b16 8991895803161aa9b67abc4607516ffb67ae73afd18264e6d2b5309439b30b16 8991895803161aa9b67abc4607516ffb
67ae73afd18264e6d2b5309439b30b16 8991895803161aa9b67abc4607516ffbAdalberto Alves Dasilva
 
A importância da hidrografia sobre a biogeografia aquática 2012
A importância da hidrografia sobre a biogeografia aquática   2012A importância da hidrografia sobre a biogeografia aquática   2012
A importância da hidrografia sobre a biogeografia aquática 2012Marcus Cabral
 
Laudo de localização - mapa do IBGE - Floresta estacional x Mata atlântica
Laudo de localização - mapa do IBGE -   Floresta estacional x Mata atlânticaLaudo de localização - mapa do IBGE -   Floresta estacional x Mata atlântica
Laudo de localização - mapa do IBGE - Floresta estacional x Mata atlânticaCarlos Alberto Monteiro
 
Projeto Bacias de contenção - fhidro
Projeto Bacias de contenção - fhidroProjeto Bacias de contenção - fhidro
Projeto Bacias de contenção - fhidroFernando Alan Machado
 
Análise+parcial das potencialidades turísticas
Análise+parcial das potencialidades turísticasAnálise+parcial das potencialidades turísticas
Análise+parcial das potencialidades turísticasjailsongeografia
 
Mapeamento dos Mangues no Litoral Fluminense é realizado com suporte de image...
Mapeamento dos Mangues no Litoral Fluminense é realizado com suporte de image...Mapeamento dos Mangues no Litoral Fluminense é realizado com suporte de image...
Mapeamento dos Mangues no Litoral Fluminense é realizado com suporte de image...GlobalGeo Geotecnologias
 
A2 094 Augm Ambiente 2009
A2 094   Augm Ambiente 2009A2 094   Augm Ambiente 2009
A2 094 Augm Ambiente 2009guest445a26
 
avaliacao-dos-aspectos-socioeconomicos-e-ambientais-da-silvicultura-de-pinus-...
avaliacao-dos-aspectos-socioeconomicos-e-ambientais-da-silvicultura-de-pinus-...avaliacao-dos-aspectos-socioeconomicos-e-ambientais-da-silvicultura-de-pinus-...
avaliacao-dos-aspectos-socioeconomicos-e-ambientais-da-silvicultura-de-pinus-...Eliege Fante
 
Biologia da restauracao e da conservaçao
Biologia da restauracao e da conservaçaoBiologia da restauracao e da conservaçao
Biologia da restauracao e da conservaçaoFabio Dias
 
O Risco da Degradação de Geótopos do Vale do Juruá
O Risco da Degradação de Geótopos do Vale do JuruáO Risco da Degradação de Geótopos do Vale do Juruá
O Risco da Degradação de Geótopos do Vale do JuruáAugusto Rocha
 

Similar to TCC II - MORRO DA ONÇA.pdf_Delimitação-da-Bacia-hidrográfica (20)

A2 031 Augm Ambiente 2009
A2 031   Augm Ambiente 2009A2 031   Augm Ambiente 2009
A2 031 Augm Ambiente 2009
 
Dinamica costeira 304
Dinamica costeira 304Dinamica costeira 304
Dinamica costeira 304
 
67ae73afd18264e6d2b5309439b30b16 8991895803161aa9b67abc4607516ffb
67ae73afd18264e6d2b5309439b30b16 8991895803161aa9b67abc4607516ffb67ae73afd18264e6d2b5309439b30b16 8991895803161aa9b67abc4607516ffb
67ae73afd18264e6d2b5309439b30b16 8991895803161aa9b67abc4607516ffb
 
Artigo_Bioterra_V22_N1_09
Artigo_Bioterra_V22_N1_09Artigo_Bioterra_V22_N1_09
Artigo_Bioterra_V22_N1_09
 
Relatório Hidrometeorológico 2015
Relatório Hidrometeorológico 2015Relatório Hidrometeorológico 2015
Relatório Hidrometeorológico 2015
 
Artigo bioterra v20_n2_01
Artigo bioterra v20_n2_01Artigo bioterra v20_n2_01
Artigo bioterra v20_n2_01
 
A importância da hidrografia sobre a biogeografia aquática 2012
A importância da hidrografia sobre a biogeografia aquática   2012A importância da hidrografia sobre a biogeografia aquática   2012
A importância da hidrografia sobre a biogeografia aquática 2012
 
Laudo de localização - mapa do IBGE - Floresta estacional x Mata atlântica
Laudo de localização - mapa do IBGE -   Floresta estacional x Mata atlânticaLaudo de localização - mapa do IBGE -   Floresta estacional x Mata atlântica
Laudo de localização - mapa do IBGE - Floresta estacional x Mata atlântica
 
Projeto Bacias de contenção - fhidro
Projeto Bacias de contenção - fhidroProjeto Bacias de contenção - fhidro
Projeto Bacias de contenção - fhidro
 
Análise+parcial das potencialidades turísticas
Análise+parcial das potencialidades turísticasAnálise+parcial das potencialidades turísticas
Análise+parcial das potencialidades turísticas
 
Análise+parcial
Análise+parcialAnálise+parcial
Análise+parcial
 
Mapeamento dos Mangues no Litoral Fluminense é realizado com suporte de image...
Mapeamento dos Mangues no Litoral Fluminense é realizado com suporte de image...Mapeamento dos Mangues no Litoral Fluminense é realizado com suporte de image...
Mapeamento dos Mangues no Litoral Fluminense é realizado com suporte de image...
 
A2 094 Augm Ambiente 2009
A2 094   Augm Ambiente 2009A2 094   Augm Ambiente 2009
A2 094 Augm Ambiente 2009
 
avaliacao-dos-aspectos-socioeconomicos-e-ambientais-da-silvicultura-de-pinus-...
avaliacao-dos-aspectos-socioeconomicos-e-ambientais-da-silvicultura-de-pinus-...avaliacao-dos-aspectos-socioeconomicos-e-ambientais-da-silvicultura-de-pinus-...
avaliacao-dos-aspectos-socioeconomicos-e-ambientais-da-silvicultura-de-pinus-...
 
13
1313
13
 
554 2019-1-pb aziz
554 2019-1-pb aziz554 2019-1-pb aziz
554 2019-1-pb aziz
 
Resumo Nascente Acaba Mundo
Resumo Nascente Acaba MundoResumo Nascente Acaba Mundo
Resumo Nascente Acaba Mundo
 
Biologia da restauracao e da conservaçao
Biologia da restauracao e da conservaçaoBiologia da restauracao e da conservaçao
Biologia da restauracao e da conservaçao
 
LEAL&RODRIGUES_13CBGE
LEAL&RODRIGUES_13CBGELEAL&RODRIGUES_13CBGE
LEAL&RODRIGUES_13CBGE
 
O Risco da Degradação de Geótopos do Vale do Juruá
O Risco da Degradação de Geótopos do Vale do JuruáO Risco da Degradação de Geótopos do Vale do Juruá
O Risco da Degradação de Geótopos do Vale do Juruá
 

TCC II - MORRO DA ONÇA.pdf_Delimitação-da-Bacia-hidrográfica

  • 1. ISSN: 1984-3151 DELIMITAÇÃO DA MICROBACIA DO CÓRREGO MORRO DA ONÇA E CARACTERIZAÇÃO DOS PONTOS D’ÁGUA NA REGIÃO DO MUNICÍPIO DE RIO MANSO (MG) CÓRREGO MORRO DA ONÇA MICROBACY DELIMITATION AND WATER CHARACTERIZATION IN THE REGION OF THE RIO MANSO MUNICIPALITY, MINAS GERAIS STATES, BRAZIL Filipe de Faria Freire1 ; Gisele Silva Meyer2 ; Nelson Custódio Pinto3 RESUMO: Por se tratar de uma região com grande potencial hídrico e com poucos estudos, foram realizadas a caracterização das nascentes e a delimitação da bacia hidrográfica no entorno das drenagens que alimentam o Córrego da Onça localizado em Rio Manso (MG). No total foram mapeadas quarenta e nove nascentes nessa região e aproximadamente 59% dessas nascentes estudadas foram caracterizadas como pontuais, enquanto as demais foram caracterizadas como difusas. Ainda como contribuição para futuros trabalhos foram gerados os mapas geológicos e hidrogeológicos da área. PALAVRAS-CHAVE: Quadrilátero Ferrífero, Córrego Morro da Onça, Bacia Hidrográfica, Sistema de Drenagens, Água, Nascente ABSTRACT: Due to the higher hydric potential and a gap of studies, were made the characterization of springs and the delimitation of hydrographic basin in the surrondings of the drainages that supply the Corrego Morro da Onça located at Rio Manso, Minas Gerais states, Brazil. Forty-nine springs were mapped in this region and approximately twenty – nine springs were characterized as punctual, while the others were classified as difuse. The generated maps in this paper like as geological and hydrogeological will be helpful for future studies in this region. KEYWORDS: Quadrilátero Ferrífero, Córrego morro da Onça, Hydrographic Basin, Drainage Systems, Water, Spring ____________________________________________________________________________ 1 INTRODUÇÃO 1.1 RECURSOS HÍDRICOS A água é considerada um recurso finito e dotado de valor econômico, sendo assim, a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) indica que a gestão desses recursos deve proporcionar o uso múltiplo da água que é indispensável a atividades humanas, tais como abastecimento público, dessedentação de animais, geração de energia, atividades agrícolas, lazer e etc.de acordo com o Art. 21 da Lei Federal n° 9.433, de 08 de janeiro de 1997 (BRASIL, 1997). Já a Política Estadual de Recursos Hídricos do Estado de Minas Gerais (PERH), estabelece que a água é um recurso de domínio público, e que sua gestão deve ser realizada de forma descentralizada, em conjunto com poder público, usuários e comunidade em geral; 1 Graduando em Geologia. UNI-BH, 2019. Aluno do Centro Universitário de Belo Horizonte, MG. ffarias89@hotmail.com. 2 Graduando em Geologia. UNI-BH, 2019. Aluno do Centro Universitário de Belo Horizonte, MG. gicale.gm@gmail.com. 3 Graduando em Geologia. UNI-BH, 2019. Aluno do Centro Universitário de Belo Horizonte, MG. nelsomgeo2012@gmail.com.
  • 2. gerindo sempre em favor de sua proteção e preservação; onde o uso da água deve ser controlado pelo estado, assegurando a quantidade e qualidade dos corpos d’água, no entanto, a utilização de águas oriundas de nascentes e/ou corpos d’água dependem de autorização dos órgãos ambientais competentes (MINAS GERAIS, 1999). A área no entorno de nascentes e olhos d’água perenes em qualquer topografia pode ser considerada como Área de Proteção Permanente (APP), portanto, deve-se respeitar uma distância mínima de 50 metros destes locais segundo o Art. 4º Inciso de I a IV da Lei Federal n° 12.651, de 25 de maio de 2012 do novo Código Florestal, (BRASIL, 2012). As bacias hidrográficas são constituídas por unidades territoriais e podem ser classificadas como um sistema onde há entradas, saídas e transformações. Sendo assim, este modelo de gerenciamento assume a bacia como sendo uma unidade geográfica de referência, definida de acordo com o Art. 21 da Lei 9.433 de 8 de janeiro de 1997, como uma unidade territorial (Brasil, 1997). A bacia hidrográfica também pode ser descrita como sendo uma área de captação natural da água em precipitação durante as chuvas, e que convergem a um único ponto de saída, denominado exutório; ela é formada por um conjunto de vertentes na superfície do solo formando uma rede de drenagem e devido sua importância, devem se realizar estudos climatológicos, de relevo, geomorfológicos, de solos, de vegetação e hidrográficos para conhecimento e caracterização da mesma. 1.2 LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO A área de estudo escolhida está localizada na região centro-oeste de Minas Gerais, porção meridional do Cráton São Francisco, a oeste do Quadrilátero Ferrífero, e dista cerca de 65 km de Belo Horizonte MG. Situa-se entre os municípios de Crucilândia e Rio Manso-MG, constitui-se de uma área retangular com as coordenadas UTM dos seus vértices sendo; Long 557.000 / Lat 7758.000; Long 570.000 / Lat 7758.000; Long 570.000 / Lat 7749.000; Long 557.000 / Lat 7749.000 (DATUM SIRGAS 2000 23S Na Figura 1 é possível observar seus limites, e suas principais vias de acesso: Em seu vértice nordeste, a área coincide com o limite urbano do Bairro Bernardas (distrito de Rio Manso-MG). O vértice leste apresenta o Rio Manso como principal referência, pois o mesmo tem direção sul/norte. O vértice sul apresenta a zona rural de Crucilândia-MG. O vértice oeste apresenta Itaguara – MG. A norte apresenta-se Itatiaiuçu-MG como referência. A principal via de acesso, a partir de Belo Horizonte, é realizado inicialmente pela BR-381, em um trajeto de aproximadamente 40 km e posteriormente segue-se pela rodovia Desembargador Lúcio Urbano por cerca de 25 km, até a cidade de Rio Manso-MG. O acesso a área dista cerca de 3 km pela via que dá acesso ao Distrito de Bernardas. Os aspectos fisiográficos para caracterização da região que contém a microbacia estudada serão descritos a seguir.
  • 3. Figura 1: Mapa de localização e vias de acesso da área de estudo. 1.3 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS 1.3.1 CLIMA Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (2010), o município de Rio Manso situado na região metropolitana de Belo Horizonte apresenta temperatura média anual de 20,5 o C e clima tropical com verão quente e inverno seco. Segundo INMET (2019), o período chuvoso neste ano de 2019 ocorreu nos meses de janeiro a abril, outubro e novembro (em épocas de temperaturas mais elevadas), já o período de estiagem é delimitado pelos meses de maio a setembro (com temperaturas mais baixas). Conforme a Figura 2, no acumulado do ano o mês mais chuvoso foi fevereiro. Figura 2: Representativa de precipitação acumulada mensal de Belo Horizonte de Janeiro a 20 de
  • 4. Novembro de 2019. Fonte: INMET, 2019. 1.3.2 VEGETAÇÃO
  • 5. Conforme descrito por Rizzini (1997), existem alguns fatores condicionantes sobre a composição florística, e dentre elas estão os fatores climáticos. No Brasil em geral predominam vários tipos de vegetação, sendo elas; mata atlântica, cerrado, caatinga, floresta amazônica, campos, mangue, vegetação antrópica usada em pastagem, agricultura, plantações de eucaliptos e araucárias. Já no Estado de Minas Gerais, e principalmente na área de estudo são compostas de vestígios de mata atlântica e vegetação típica de cerrado, além de vegetação antrópica utilizada em áreas de pastagem, agricultura e plantações de eucaliptos. 1.3.3 GEOMORFOLOGIA E RELEVO Fatores geológicos e hidrológicos são os que mais tem interferência na estruturação geomorfológica e de relevo na região. Segundo Durães (2010), a área de estudo está inserida em uma unidade geomorfológica que se denomina de Planalto Dissecado do Centro-Sul e Leste de Minas, com erosão fluvial causando rebaixamento dos vales em relação a suas vertentes. O intemperismo age em rochas ígneas e metamórficas da região ocasionando um relevo de colinas com topos arredondados e vertentes convexas. Na Figura 3 é possível observar que a variação altimetrica da área, é indicada através das cores apresentadas na legenda do mapa de elevação, onde ocorre uma variação de 800 a pouco mais de 1200 metros. Figura 3: Mapa Digital de elevação da área de estudo.
  • 6. 1.3.4 SOLO Os solos da região possuem baixa fertilidade e são classificados como Latossolos e Argissolos, com variação de cor que vai do vermelho ao vermelho amarelado em algumas regiões conforme destacado no mapa da Figura 4. Segundo dados da EMBRAPA (2018), os latossolos são constituídos por material argiloso (caulinita, óxido de ferro, e óxidos de alumínio) e apresentam horizonte B latossólico precedido de qualquer tipo de horizonte A dentro de 200 cm da superfície do solo ou dentro de 300 cm dependendo da espessura do horizonte A. Já os argissolos apresentam horizonte B textural logo abaixo do A ou E, apresentam a mesma constituição dos latossolos e possuem argilas de alta e baixa reatividade. Figura 4: Mapa com os tipos de solo na área de estudo.
  • 7. Fonte: Modificado de GPS, 2019. 1.3.5 HIDROGRAFIA Segundo Christofoletti (1980), a Bacia Hidrográfica pode ser definida como a área de escoamento de águas superficiais, originadas de nascentes e/ou de chuva. Ela é formada por um conjunto de um rio e seus tributários e é limitada pela cumeada chamada de interflúvio, que divide topograficamente esta área de outras bacias de drenagens vizinhas. Uma bacia de drenagem é composta por diversos canais de escoamento, que constituem uma drenagem fluvial, sendo assim, a quantidade de água que atinge estes canais fluviais depende da área ocupada pela bacia, da precipitação total, e seu sistema de evapotranspiração e infiltração (CHRISTOFOLETTI, 1980). Ainda conforme Christofoletti (1980), há 4 (quatro) categorias que podem classificar as bacias de drenagens de acordo com o escoamento global. Exorréicas: quando o escoamento das águas se dá de modo contínuo até o mar ou oceano, isto é, quando as bacias desembocam diretamente no nível marinho; Endorréicas: quando as drenagens são internas e não possuem escoamento até o mar, desembocando em lagos ou dissipando-se nas areias dos desertos, ou perdendo-se nas depressões cársicas; Arréicas: quando não há nenhuma estruturação em bacia hidrográfica, como nas áreas desérticas onde a precipitação é negligenciável e a atividade dunária é intensa, obscurecendo as linhas e os padrões de drenagem; Criptorréicas: quando as bacias são subterrâneas, como nas áreas cársticas. A drenagem subterrânea acaba por surgir em fontes ou integrar-se em rios subaéreos.
  • 8. Conforme Christofoletti (1980), a classificação de uma bacia hidrográfica também pode ser relacionada aos padrões de drenagem da bacia (existem sete padrões de classificações, mas somente o padrão encontrado na área de estudo deste artigo será citado neste trabalho). A microbacia hidrográfica do Córrego Morro da Onça, está localizada no conjunto hidrográfico formado pela bacia do Rio São Francisco, bacia do Rio Paraopeba e na sub-bacia hidrográfica do Rio Manso (Figura 5). Conforme descrito pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF, 2018), ela ocupa uma área de 639.219 km² de área de drenagem e o Rio São Francisco é a principal drenagem desta bacia que possui uma extensão de 2.700 km, nascendo no estado de Minas Gerais e desaguando no nordeste do Brasil;e devido a sua extensão é dividida em 4 (quatro) regiões hidrográficas, sendo elas o Alto São Francisco, Médio São Francisco, Submédio São Francisco e Baixo São Francisco (isso ocorre devido à grande extensão da bacia). Uma das bacias mais importantes e localizadas no alto São Francisco é a bacia do Rio Paraopeba que ocupa uma área de drenagem de 13.643 km² e abrange 48 municípios de Minas Gerais. O Rio Paraopeba tem suas principais nascentes ao sul do município de Cristiano Otoni e tem como principais tributários os rios Águas Claras, Macaúbas, Betim, Camapuã e o Rio Manso (MATOS & DIAS, 2011). A sub-bacia hidrográfica do Rio Manso é a mais importante para a região Metropolitana de Belo Horizonte, e está localizada na bacia do Rio Paraopeba. Conforme descrito no Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana de Belo Horizonte - PDDI-RMBH (2016), abrange os municípios de Brumadinho, Rio Manso, Itatiaiuçu, Bonfim e Crucilândia; ela ocupa cerca de 67.000 ha de extensão, e tem como principais tributárioss: Manso, Veloso e Cachoeira, e os córregos Morro da Onça (alvo de estudo deste artigo), Souza, Provisório, Grande, Lamas, do Cruzeiro, das Pedras, Taboca, da Pinguela, Areias e Quéias. A bacia hidrográfica do Córrego Morro da Onça ocupa uma área de drenagem com cerca de 65 km² e seu leito principal tem aproximadamente 13 km de extensão apresentando como tributários os córregos Atrás da Serra, Grotas e o Córrego Canela. Esta bacia tem seu exutório no encontro com o Rio Manso, nas proximidades do distrito de Bernardas, município de Rio Manso MG (PDDI-RMBH, 2016). Na figura 5 é possível localizar a área de estudo dentro das bacias do São Francisco e Paraopeba. A bacia hidrográfica da área de estudo apresenta reservatórios de águas subterrâneas, e de acordo com Feitosa (2008), essas águas subterrâneas se encontram abaixo do nível de saturação ou do nível freático presentes nas formações geológicas aflorantes parcialmente saturadas e nas formações geológicas profundas totalmente saturadas. As águas contidas no solo e nas formações geológicas estão presentes nas Zonas Saturadas e não Saturadas onde seus reservatórios de água podem ser classificados em 4 tipos principais: Aquíferos que possuem uma formação geológica porosa e permeável capazes de servirem de depósitos e transmissores de água armazenada; Aquicludes que são formações geológicas porosas, mas não é permeáveis, ou seja, possuem água, mas não são capazes de ceder água; Aquifugos apresentando formações geológicas que não são porosas e nem permeáveis (não possuem e nem cedem água); e Aquitardos com formações geológicas porosas e pouco permeáveis que cedem quantidades relevantes de água, mas muito lentamente (CPRM, 2019). O tipo de reservatório com mais ampla classificação são os aquíferos, e segundo Feitosa (2008), eles podem ser classificados de acordo com a pressão que as águas exercem nas superfícies que os limitam e em função da capacidade de transmissão da água podendo ser classificados
  • 9. como livres, confinados (drenantes e não drenantes) ou suspensos. Os aquíferos confinados são aqueles em que a pressão da água em seu topo é maior do que a pressão atmosférica, podendo ser confinados não drenantes (aqüíferos cujas camadas limítrofes tanto superior quanto inferior são impermeáveis) e confinados drenantes (aqüíferos onde uma das camadas limítrofes é semipermeável e a entrada e saída do fluxo é facilitada tanto pelo topo quanto pela base através de drenança ascendente ou descendente); os aqüíferos livres são os que possuem a superfície de saturação ou freática sob pressão atmosférica com bases semipermeáveis e não drenantes com bases impermeáveis; os suspensos são formados sobre uma camada impermeável ou semipermeável com extensão limitada que se localiza entre a superfície freática regional e o nível do terreno. Segundo Oliveira (2013), já os aquíferos podem ser classificados também quanto ao meio poroso em que se encontram: Podendo ser fissural (comum em rochas ígneas ou metamórficas que apresentam fendas ou fissuras que sejam mais ou menos continuas), poroso (comum em rochas sedimentares consolidadas, sedimentos inconsolidados e solos arenosos) e cárstico (comum em rochas calcárias ou dolomíticas que por ações mecânicas e ou químicas originam cavidades de dissolução podendo atingir também grandes dimensões.
  • 10. Figura 5: Mapa de localização da área de estudo dentro das bacias que as compõem. 1.4 GEOLOGIA 1.4.1 GEOLOGIA REGIONAL A área de estudo está localizada na porção meridional do Cráton São Francisco entre os complexos metamórficos Bonfim , Campo Belo e Divinópolis. Segundo Fernandes & Carneiro (2000), essa porção do Cráton é circundada a oeste, sul e leste pelos Cinturões Móveis Brasilianos (Faixa Brasília, Faixa do Ribeira e Faixa Araçuaí), e englobam as rochas de idades arqueanas, das Suítes TTGs na sua base, e são sotopostas pelos litotipos dos Supergrupos Rio das Velhas (Greenstones Belts), e Minas (Grupo Itabira); uma pequena porção do Supergrupo Espinhaço está disposta a norte do Quadrilátero Ferrífero, e também rochas do Supergrupo São Francisco. Conforme Fernandes & Carneiro (2000), os três principais grupos de rochas que predominam a porção meridional do Cráton são: os complexos metamórficos arqueanos, as sequências supracrustais incluindo as do tipo granito-greenstone e as unidades máfico-fissurais. Segundo Fernandes & Carneiro (2000), o Complexo Metamórfico Campo Belo (CMCB), é composto por rochas metamórficas e, subordinadamente, ígneas. Tais autores sugeriram uma subdivisão do complexo em sete unidades litodêmicas: Gnáissica, Anfibolítica, Metaultramáfica, Quartzítica, Gabronorítica, Granítica e por fim a Unidade Gabróica, sendo que esta ordem obedece
  • 11. aos critérios cronológicos relativos de formação destas unidades. Segundo Zacchi, et al. (2007) as rochas gnáissicas têm predominância no complexo e variam de tonalitos a granitos. Os terrenos gnáissicos são divididos de acordo com sua composição e coloração, e foram discriminados entre outros os gnaisses, Candeias, Itapecerica e Cláudio. Os anfibolitos são comumente encontrados em forma de diques deformados, e em boudins e enclaves encaixados nos gnaisses, paralelos ao bandamento. Conforme descrito por Carneiro (1992), o Complexo Metamórfico Bonfim (CMB), representa o segmento siálico que aflora na região que se estende entre a Serra da Moeda, a leste, e a Serra dos Três Irmãos, ao norte, e engloba respectivamente o Domo de Bonfim e o Complexo Moeda. Segundo Carneiro (1992), o CMB é constituído por oito unidades litoestratigráficas, constituídas por vários tipos de rochas ígneas ou metamórficas distribuídas a seguir por ordem cronológica, da mais antiga para a mais jovem: Gnaisses Alberto Flores, Anfibolitos Paraopeba, Gnaisses Souza Noschese, Tonalitos Samambaia, Anfibolitos Candeias, Granitos Brumadinho, Metadiabásios Conceição de Itaguá e Diabásios Santa Cruz. Já Goulart (2006) descreve a ocorrência de um magmatismo fissural de idade mesoarqueana, este evento está associado a processos distensivos ou de relaxamento crustal, estes eventos resultaram portando nos enxames de diques máficos nessa crosta siálica, que por sua vez serviram de protólito para unidades anfibolíticas que ocorrem encaixadas nesse complexo metamórfico. A ocorrência de dois outros episódios de magmatismo fissural básico – um no Neoarqueano e outro no fim do Mesoproterozoico, que foram responsáveis pelas intrusões de diques de gabronorito e gabro. A unidade tonalítica é descrita por Fernandes & Carneiro (2000), com ocorrências em paralelas aos bandamentos gnáissicos. Este litotipo apresenta cor clara e tons acinzentados, com granulação média e texturas porfiríticas e do tipo granítica e apresentam alinhamentos dos minerais máficos, subordinadamente a quartzo e feldspatos, apresentando uma textura magmática fluídal. Segundo Fernandes & Carneiro, (2000) as unidades graníticas ocorrem na forma de grandes corpos que estão intrudidos em rochas da suíte gnáissica. Esta litologia apresenta cor clara e em alguns pontos tons rosados ou esbranquiçados, granulação média e texturas porfiríticas. A unidade Metaultramáfica segundo Carneiro et al. (1996), corresponde a uma sequência acamadada de rochas metaultramáficas e que estão distribuídas na região de estudo. A maior parte deste corpo rochoso ocorre encaixada nos gnaisses e estão orientados segundo a direção NE-SW. A unidade gabronorítica é representada por diques máficos orientados segundo a direção N65-70W, e estão intrudidas entre as unidades gnáissicas e em alguns afloramentos podem ser encontrados cortando as unidades ultramáficas. As rochas da unidade gabronorítica apresentam textura subofítica e em alguns pontos textura fluídal (Carneiro et al. 1996a). Ainda conforme Carneiro et al. (1996a), a unidade gabróica é representada por diques que estão orientados conforme a direção N50-55W. Estes diques cortam as unidades gabronoríticas não apresentam nenhuma relação com as intrusões dos granitóides. Conforme Roeser & Roeser (2010), os greenstones belts citados anteriormente estão representados pelas sequências vulcanossedimentares arqueanas do Supergrupo Rio das Velhas, compostas por metassedimentos vulcanoclásticos, químicos e pelíticos, que se encontram discordantes acima do embasamento cristalino. Segundo Goulart (2006), sequências supracrustais estão associadas a episódios extensionais e compressionais de um segmento de crosta arqueana primitiva, e que estão correlacionadas a uma das fases do evento tectono- termal Rio das Velhas, e que foi responsável pela extrusão de lavas komatiíticas e basaltos toleíticos durante o Neoarqueano. Já no Paleoproterozoico,
  • 12. ocorreram as bacias do tipo rifte, com estabilização dos processos ao final da Orogenia Transamazônica, neste período ocorreram às deposições dos Grupos Itacolomi e Sabará. Por fim, Goulart (2006) descreve que na região de estudo afloram corpos granitóides provindos de magmatismo com início no Arqueano e estendido até o Neoproterozoico, correlacionando-se a fase compressional que está ligada a um movimento de subducção da crosta oceânica gerada anteriormente. Conforme descrito nos estudos anteriores pela parceria CPRM/CODEMIG (2005), o empilhamento estratigráfico (Tabela 1) da área é composto pelas unidades Arqueanas (3200 Ma a 2800 Ma), que são os Complexos Ortognáissicos do tipo TTGs (Passa Tempo e Alberto Flores), seguida pelas rochas do Supergrupo Rio das Velhas (Greenstone Belts), pelo Tonalito Itaúna e pelos Granitos Piracema e Ortognaisse. Já as rochas de idades Paleoproterozoicas (2300 Ma a 2050 Ma), estão representadas pelo Supergrupo Minas (Grupo Itabira), e pelas rochas da Suíte acamadada Itaguara-Rio Manso (Figura 6). Já no topo temos os depósitos aluvionares e os terraços aluvionares de idade Holoceno. Estes depósitos são encontrados principalmente as margens e no leito do Rio Manso e em parte do Córrego Morro da Onça. Figura 6: Mapa Geológico do Quadrilátero Ferrífero onde se encontra a área de estudo.
  • 13. Fonte: BIZZI et al., 2003. Tabela 1: Coluna estratigráfica simplificada da área de estudo. Unidade de Tempo Idade Unidades 11,5 Mil anos Depósitos Aluvionares Terraços Aluvionares PALEOPROTEROZOICO 2050 Ma (Orosiriano) Suíte Itaguara-Rio Manso 2300Ma (Riaciano) Supergrupo Minas - Grupo Itabira
  • 14. 2800Ma Granito Piracema- Ortognaisse Tonalito Itaúna Supergrupo Rio das Velhas - Greenstone Belts 3200Ma Complexos Ortognáissicos tipo TTGs e Granitóides associados Passa Tempo e Gnaisse Alberto Flores Fonte: Modificada de (CODEMIG, 2005). 1.4.2 GEOLOGIA LOCAL Pode-se dividir a geologia da área em seis unidades estratigráficas (Figura 7), separadas por contatos litológicos que, em alguns pontos, podem ser observados e descritos como contatos bruscos, ou seja, uma mudança brusca de litologia. Estas unidades serão descritas a seguir: Migmatito: Essa unidade apresenta indicadores cinemáticos e suas foliações indicam movimentos de natureza sinistral, ocorre na unidade litoestratigrafica do completo Alberto Flores (Figura 8 C), é possível observar uma concentração de fraturas e uma foliação que se apresenta dobrada e algumas charneiras espessas e flancos adelgaçados. Coloração clara, e apresentam poucos minerais máficos orientados no sentido NE. Essa estruturação aparece somente em um afloramento da área de estudo. O mesmo é caracterizado com textura granoblástica e inequigranular, granulação de fina a grossa e bandamentos milimétricos a centímetricos. Porém, em alguns pontos do afloramento, pode-se observar bandas félsicas de aproximadamente 1 metro. A mineralogia desta unidade apresenta os seguintes minerais; quartzo (55%), feldspato potássico (20%), biotita (20%), plagioclásio (5%). Metaperidotito: Esta unidade aflora na porção oeste e centroeste da área de estudos (Figura 8 B). É uma rocha máfica, de coloração cinza escuro a esverdeado, cuja composição mineralógica apresenta, anfibolio, serpentina, clorita e olivina em grãos maiores distribuídos em matriz fina composta por clinoanfibólio. Sua textura equigranular caracteriza origem plutônica. Gnaisse: O gnaisse Alberto Flores pode ser classificado como gnaisse tipo II, o mesmo é caracterizado como ortognaisse, (Figura 8 D e E), com textura granoblástica e inequigranular, granulação média, e foliações que vão de milimétricas a centimétricas, podendo observar a orientação das bandas máficas e félsicas. O complexo apresenta lineações com uma direção preferencial NE-SW e sua composição mineralógica é representada por quartzo (50%), feldspato (20%), microclínio (10%), biotita (15%), e minerais acessórios de titanita, apatita e zircão (5%). Granito: O granito Alberto Flores pode ser classificado como granito tipo II (Figura 8 A), com textura granoblástica e inequigranular, granulação fina a média. Sua composição mineralógica apresenta quartzo (50%), plagioclásio (20%), ortoclásio (15%), biotita (10%) e minerais acessórios (5%). Essa litologia se restringe somente a região norte da área, situada a noroeste do distrito de Bernardas. Gabro: Encontrado em apenas um ponto da área de estudo, não foi possível coletar amostra. É uma rocha plutônica intrusiva de coloração escura, com textura fanerítica e granulação que varia de média a grossa. Essa litologia é composta essencialmente por plagioclásio, piroxênio e outros minerais acessórios. Os depósitos aluvionares: São localizados em áreas de menor elevação e declividade, próximo aos rios, sendo o Rio Manso o principal, caracterizam depósitos de moderadamente a muito mal selecionados, com presença de clastos que variam sua granulação de
  • 15. areia a blocos subarredondados e arredondados, em alguns pontos apresentam depósitos concentrado de argila, os mesmos são utilizados na produção industrial de telhas e tijolos. Figura 7: Mapa Geológico em escala de 1:10000 de parte da área de estudo, Rio Manso-MG. Figura 8: Amostra das rochas encontradas na área de estudo.
  • 16. 1.4.3 GEOLOGIA ESTRUTURAL Localmente pode ser observado um padrão de direção das litologias e suas estruturas sempre orientadas na direção NE (Tabela 2). Algumas falhas podem ser observadas através do mapa de estudos geofísicos, também se pode verificar que estas falhas seguem o mesmo padrão de orientação das litologias, exceto uma falha maior que corta em direção NS. Em grande parte dos afloramentos não foram possíveis realizar medidas e coletar dados estruturais, isso deve-se ao estado de alteração das rochas. 2 OBJETIVOS Realizar um mapeamento hidrográfico da área de estudo com o objetivo de caracterizar hidrogeologicamente a região, construindo uma ficha de dados com descrição das nascentes encontradas, delimitando a microbacia hidrográfica do Córrego Morro da Onça e realizando o cálculo de vazão em seu exutório. Tabela 2: Detalhe das medidas realizadas em foliações e fraturas das rochas analisadas nos afloramentos visitados. 3 METODOLOGIA 3.1 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO E CARTOGRÁFICO Estudos preliminares geológicos, climáticos, de solos, geomorfológicos, de relevo, vegetação e hidrográficos; bem como análise através de levantamentos cartográficos para conhecimento e caracterização da área escolhida como foco de estudo neste artigo. 3.2 DADOS CONSTRUTIVOS DOS POÇOS DA REGIÃO Foi analisado no sistema de águas subterrâneas (SIAGAS) informações sobre poços cadastrados na área de estudo para se obter uma base de conhecimento sobre caracterização hidrogeológica da região. No site do SIAGAS é possível escolher os poços dos quais se desejam obter informações gerais, construtivas, geológicas, hidrogeológicas, de teste de bombeamento e de análise química. Os dados encontrados foram registrados em uma ficha de inventário de pontos d’água e incluídos neste artigo. Foi elaborado um mapa de localização dos poços da região através da junção de imagens de satélite (utilizando o software Google Earth) e dados obtidos através do site SIAGAS. 3.3 ELABORAÇÃO DE SEÇÕES HIDROGEOLÓGICAS
  • 17. Elaborado através de estudos geológicos juntamente com estudos de conceitos hidrográficos possibilitando a geração de um perfil geológico com a caracterização dos tipos de reservatórios de água (aquíferos, aquiclude, aquifugo e aquitardo) presentes em cada tipo de litologia da área de estudo. A classificação quanto a zona onde se encontra presente a água (saturada ou não saturada), pressão que ela exerce na superfície (confinado ou livre) e o meio poroso em que se encontra (fissural, poroso e cárstico) são respondidas através desse estudo. O mapa com essas informações foi elaborado a partir do software ARC GIS (versão 10.5). 3.4 INVENTÁRIO DE PONTOS D’ÁGUA Durante os estudos de campo foram levada em consideração somente as nascentes não intermitentes, ou seja, as que apresentam fluxos de água todo o ano. Foram observados durante os estudos dois tipos de nascentes predominantes: a nascente de Forma Pontual, que se refere à surgência (exfiltração) de forma concentrada em um mesmo ponto, e a nascente de Forma Difusa, que apresenta vários pontos de surgência (exfiltração) que em alguns pontos formam grandes áreas alagadiças. Os inventários dos pontos de água foram realizados seguindo alguns padrões de detalhamento conforme descrito na ficha de descrição. As principais características descritas durante o cadastramento de cada nascente podem ser observadas na Tabela 3. Tabela 3: Características das nascentes. CARACTÉRÍSTICAS DESCRIÇÃO LOCAL DE OCORRÊNCIA Afloramento, Cavidade, Indefinida GEOMORFOLOGIA Canal, Concavidade, Duto, Depressão, Olho dágua TIPO DE SOLO Argissolo, Latossolo, Cambissolo e etc. COR DO SOLO Acinzentado, Amarelado, Avermelhado, Indefinido EXTRATO VEGETACIONAL Herbácia, Arbustiva, Arbórea, Ausente FOCOS EROSIVOS Solo exposto, Erosão acelerada, Sulcos erosivos, Não apresenta DECLIVIDADE DO TERRENO Alta, Média, Baixa USO DA TERRA Área urbana, Agrícula, Florestada, Mineração, Silvicultura, Solo exposto COR DA ÁGUA Escura, Clara, Transparente ODOR DA ÁGUA Cheiro forte, Fraco, Sem cheiro LIXO NO ENTORNO Muito, Pouco, Sem lixo ACESSO Fácil, Difícil, Sem acesso PROTEÇÃO Sem Proteção, Com proteção mas com acesso, Com proteção mas sem acesso FORMA Pontual, Difusa, Múltipla ASPECTO Limpa, Poluída, Múltipla CONDIÇÃO Natural, Natural Antropizada, Represada, Drenada, Drenada Confinada, Aterrada, Outra VAZÃO Pouca (1,0 A 3,0 M³/S, Significativa (3,0 A 6,0 M³/S, Grande (> 6,0 M³/S) USO DA NASCENTE Consumo humano, Uso doméstico, Dessedentação de animais, Irrigação, Harmonia paisagística, Afastamento de esgoto, Recreação de contato primário, Indefinida e etc. Fonte: Modificado de AGÊNCIA PEIXE VIVO, 2017. As fichas com caracterizações das nascentes foram adaptadas dos procedimentos propostos no termo de referência (AGÊNCIA PEIXE VIVO, 2017) e seu modelo é observado na Tabela 4. Tabela 4: Ficha individual de cadastro e caracterização de nascentes. FICHA INDIVIDUAL - CADASTRO E CARACTERIZAÇÃO DE NASCENTES BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO MORRO DO ONÇA EM RIO MANSO – MG. DATA DE CADASTRO: CÓDIGO DE NASCENTE:
  • 18. LOCALIZAÇÃO: ALTITUDE: COORDENADAS UTM: DESCRIÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DA NASCENTE E CONDIÇÕES DO ENTORNO FOTOS Fonte: Modificado de AGÊNCIA PEIXE VIVO, 2017. 3.5 ELABORAÇÃO DE MAPA COM NASCENTES ENCONTRADAS O mapa das nascentes foi elaborado através dos pontos descritos em campo juntamente com auxílio de GPS, imagens de satélite (Google Earth) e software ARC GIS. 3.6 DELIMITAÇÃO DA MICROBACIA DO CORREGO MORRO DA ONÇA Para delimitação da microbacia foi escolhido o município de Rio Manso (MG). Após a escolha do município estuda-se a hidrografia da região e posteriormente a identificação da Bacia que a abrange que no caso deste estudo foi identificada como sendo a Bacia do Paraopeba. Esta bacia possui uma série de microbacias, sendo assim, foi escolhida a microbacia do Córrego Morro da Onça, por ser pouco estudada e possuir um grande potencial hídrico possivelmente para água mineral e potável. As delimitações da bacia hidrográfica do Córrego Morro da Onça foram realizadas através do método de individualização das bacias de drenagem. Foram individualizadas 239 drenagens de 1° ordem fluvial, 32 drenagens de 2° ordem fluvial, 12 drenagens de 3° ordem fluvial e 1 drenagem de 4º ordem que se refere ao leito principal da bacia. 3.7 TESTE DE VAZÃO Foi medida a cota topográfica e as coordenadas do exutório da microbacia onde foi realizado o teste de vazão (foi usado um trecho em que o córrego se encontrava retilíneo, apresentava uma profundidade dentro da considerada ideal e não possuía obstruções em seu fluxo de água). A distância entre as seções superior e inferior foi de 6m e o valor do coeficiente utilizado para o cálculo foi o de 0,8 que serve para rios com fundo pedregoso. Após a medição do tempo (realizado quatro vezes) é possível realizar os cálculos para medição da vazão. Para fazer a medida da vazão utilizou-se a equação 1 da Figura 9 (PALHARES et al., 2007): Figura 9: Equação para medição da vazão. (1) Fonte: Palhares et. al., 2007. Em que V é a vazão dada em metros cúbicos por segundo (m3 /s), A é a média da área (seção) do rio dada em metros quadrados (m2 ), L é o comprimento da área de medição dada em metros (m), C é o coeficiente ou fator de correção usado para o tipo de fundo que o rio apresenta, podendo ser 0,8 (para fundo pedregoso) ou 0,9 (para fundo barrento) e T é o tempo que o flutuador leva para deslocar-se no comprimento da área, dado em segundos (s). O teste de vazão é realizado para medir o pico de vazão no exutório, o mesmo apresenta variação de acordo com a taxa de precipitação pluviométrica e as estações do ano. 4 RESULTADOS 4.1 MAPA DOS POÇOS PRÓXIMOS A AREA DE ESTUDO COM SEUS DADOS CONSTRUTIVOS Não foram encontrados poços cadastrados dentro da área de estudo segundo dados do SIAGAS. No município de Rio Manso – MG, encontram-se sete poços cadastrados da COPASA e os mais próximos da área estudada são os poços de número 3100006678 e 3100006679 em Bernardas. O mapa da área de estudo com os poços da região e as fichas
  • 19. com dados construtivos dos dois poços de Bernardas são apresentados na Figura 10. O poço tubular 3100006678 construído pela COMIG no dia 17 de novembro de 1993 com latitude UTM de7755846 e longitude 570072 apresenta diâmetro de 6 polegadas, perfuração de 0 a 100 metros, sem informações de medidas de revestimento, pré-filtro, filtro e cimentação. Sua vazão é de 2,62 Q (taxa de vazão em m3 /h), nível estático de 1,28 metros, nível dinâmico de 66,17 metros. Já o poço tubular 3100006679 foi construído pela COPASA no dia 20 de janeiro de 1994, com latitude UTM de 7755815 e longitude 570072, com diâmetro de 6 polegadas, perfuração de 0 a 112 metros, sem informações de medidas de revestimento, pré-filtro, filtro e cimentação. Sua vazão é de 10,54 Q (m3 /h), nível estático de 2,36 metros, nível dinâmico de 40,76 metros. Os dois poços estão localizados em Bernardas no Município de Rio Manso – MG dentro da sub Bacia Paraopeba em aquífero livre fissural dentro do Complexo Bomfim e tem como principais fontes de contaminação os currais, granjas, e postos de combustíveis da região. Figura 10: Mapa de poços no município de Rio Manso MG.
  • 20. 4.2 MAPA GEOLÓGICO COM SEÇÃO HIDROGEOLÓGICA As rochas da região compreendem faixas de idade do mesoarqueano ao proterozóico contendo no perfil A-B (Figura 11) ortognaisses tonalíticos a graníticos, rochas da suíte Itaguara – Rio Manso e ortognaisses bandados conhecidos como gnaisses Alberto Flores respectivamente. Seus reservatórios de água são classificados como aquíferos por possuírem certa porosidade ocasionada por fatores intempéricos que contribuem para a permeabilidade nos litotipos presentes na área. Este tipo de reservatório de água se encontra sob pressão atmosférica e sendo assim é denominado como aquífero livre e sua porosidade nos permite inferir que são fissurais já que são comuns em locais com presença de rochas ígneas e metamórficas com muitas fendas e fraturas. Figura 11: Mapa geológico com caracterização hidrogeológica da área de estudo.
  • 21. 4.3 MAPA DE PONTOS EM CAMPO COM AS NASCENTES MAPEADAS Foram mapeadas quarenta e nove nascentes na microbacia do Córrego da Onça em Rio Manso (MG). A maior parte delas localizadas em drenagens de primeira ordem. Foram encontradas nascentes difusas e pontuais (Figura 12), com vazões e declividades variadas entre elas e localizadas em áreas com solos de cor vermelha a amarela onde o acesso aos pontos d’água muitas vezes foram dificultadas por estarem em áreas de mata arbórea fechada. Figura 12: Mapa de pontos em campo.
  • 22. Essas águas possuem aparência transparente sem nenhum tipo de odor e são principalmente utilizadas para consumo humano, irrigação e dessedentação de animais. Figura 13: Gráfico com tipos de nascentes encontradas na área de estudo. 33% 8% 49% 10% TIPOS DE NASCENTES Nascente natural difusa com pouca vazão Nascente natural difusa com vazão significativa Nascente natural pontual com pouca vazão 16 Nascentes 4 Nascentes 24 Nascentes 5 Nascentes O gráfico (Figura 13) foi elaborado para ilustrar os tipos de nascentes encontradas na região de estudo, onde se observa que as maiores porcentagens para nascentes do tipo pontual com pouca vazão, ou seja, nascentes que apresentam surgência (exfiltracão) concentrada em um mesmo ponto escorrendo lentamente. 4.4 MAPA DE DRENAGEM COM DELIMITAÇÃO DA BACIA A microbacia (Figura 14) está contida dentro de uma bacia exorréica (Bacia do São Francisco) e apresenta padrão de drenagem dendrítica (que lembram galhos de (árvores), forma subcircular com fluxo na direção de W-E e exutório no encontro com o Rio Manso no município de Rio Manso (MG). A utilização do modelo de elevação e de cota topográfica foi usada como base para sua delimitação. O Córrego do Morro da Onça é uma das principais drenagens de primeira ordem contidas na microbacia, apesar das drenagens
  • 23. de segunda e terceira ordem possuírem maior ocorrência na região elas não foram escolhidas como foco do estudo. Figura 14: Mapa de delimitação da microbacia da área de estudo. 4.5 CALCULO DE VAZÃO NO EXUTÓRIO Cálculo realizado no exutório da microbacia estudada com os seguintes resultados de vazão apresentados na Tabela 5: Figura 15: Fotografia de teste de vazão realizado na área de estudo.
  • 24. Tabela 5: Cálculo de vazão no exutório da Microbacia Morro da Onça. SEÇÃO SUPERIOR SEÇÃO INFERIOR LARGURA ENTRE AS MARGENS 5,16 m ou 516 cm LARGURA ENTRE AS MARGENS 5,20 m ou 520 cm PROFUNDIDADES Intervalo A-B (75 cm) PROFUNDIDADES Intervalo A-B (65 cm) Intervalo B-C (58 cm) Intervalo B-C (50 cm) Intervalo C-D (61 cm) Intervalo C-D (51 cm) Intervalo D-E (48 cm) Intervalo D-E (43 cm) TOTAL ∑ dos valores de profundidade (242 cm) TOTAL ∑ dos valores de profundidade (209 cm) MÉDIA 242/5 = 48,8 cm MÉDIA 209/5 = 41,8 cm ÁREA MÉDIA DA SEÇÃO SUPERIOR 516*48,8 = 25180,8 cm² ou 2,51 m² ÁREA MÉDIA DA SEÇÃO INFERIOR 520*41,8 = 21736 cm² ou 2,17 m² ÁREA MÉDIA DO TRECHO DO RIO (2,51+2,17)/2 = 2,34 m² MÉDIA DE REPETIÇÕES DE TEMPO (52+53+41+48)/4 = 48,5 s VAZÃO (A*L*C)/T (2,34*6,0*0,8)/48,5 = 0,23 m³/s 5 DISCUSSÕES A partir das análises de campo e das descrições das principais nascentes, pode-se definir que algumas delas podem e devem ser objetos de futuros estudos na prospecção de água mineral, pois apresentam boa vazão e alto potencial de potabilidade. Em alguns pontos estas nascentes são totalmente drenadas para as residências e/ou para irrigações, e em um ponto específico no povoado de Canela, uma drenagem encontra-se totalmente suprimida, ou seja, a água é represada e usada em sua totalidade para irrigação. Com estudos mais detalhados pode se tornar possível uma distribuição mais homogênea dos recursos hídricos da região. 6 CONCLUSÕES A microbacia do Córrego Morro da Onça apresenta forma subcircular, seu fluxo apresenta direção W-E, padrão de drenagem dendrítica, com drenagens de primeira, segunda, terceira e quarta ordens que apontam em todas as direções, formando ângulos
  • 25. agudos de várias graduações, mas nunca retos, isso atribuído principalmente aos litotipos e eventos tectônicos ocorridos no local estudado. Cerca de 59% das nascentes estudadas foram caracterizadas como pontuais, enquanto que as demais foram descritas como difusas e são poucas as que possuem qualquer tipo de proteção para sua conservação. AGRADECIMENTOS Os autores deste trabalho agradecem aos professores do curso de Bacharelado em Geologia do UNI-BH, pela disponibilidade em colaborar com a presente pesquisa e ao nosso orientador Dionísio Uendro Carlos pela colaboração e apoio em nosso estudo. REFERÊNCIAS AGÊNCIA PEIXE VIVO. Agência De Bacia Hidrográfica Peixe Vivo – Relatório Final do cadastramento e caracterização de nascentes, focos erosivos e áreas degradadas nas microbacias dos córregos Fechos, Tamanduá e Marumbé. Nova Lima: Minas Gerais, 2017. Disponível Em:< http://cbhvelhas.org.br/wp- content/uploads/2019/02/Produto- 3_Diagn%C3%B3stico-Final_REV02-1.pdf >. Acesso Em: 20 out. 2019. BIZZI, Luiz Augusto et al. Geologia, Tectônica e Recursos Minerais do Brasil: Texto, mapas e SIG. CPRM. Brasília. Editora da universidade de Brasília. 2003. Disponível em:< http://rigeo.cprm.gov.br/xmlui/handle/doc/5006?show=f ull>. Acesso em 08 jul. 2019. ISBN 85-230-0790-3. BRASIL. CEDI. Da Política Nacional de Recursos Hídricos. Lei Federal nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997. Diário Oficial da União. Brasília, Imprensa Oficial, 09 de janeiro de 1997. BRASIL. Casa Civil. Proteção da vegetação nativa. Lei Federal n˚ 12.651 de 25 de maio de 2012. Brasília, 25 de maio de 2012. CARNEIRO, Marcos Antônio et al. Archean ultramafic- mafic magmatìsntinthe Southern São Francisco Cráton (Campo Belo Complexo); Preliminary pettographic and geochenrical results. In: Simpósio de terrenos arqueanos da plataforma Sul-Americana. 1996. Brasília. P.32-33. CARNEIRO, Marcos Antônio. O Complexo Metamórfico Bonfim Setentrional (Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais): Litoestratigrafia e Evolução Geológica de um Segmento de Crosta Continental do Arqueano.1992. 258f. Tese de Doutorado - Universidade de São Paulo Instituto de Geociências, São Paulo, 1996. Disponível em:< https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/td e-18112015- 104751/publico/Carneiro___Doutorado.pdf >. Acesso em: 10 de jul. 2019. CBHSF. COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO FRANCISCO. Belo Horizonte, Minas Gerais, 2018. Disponível em: <http://cbhsaofrancisco.org.br/2017/>. Acesso em 26 de out. 2019. CHRISTOFOLETTI, Antônio. Geomorfologia. 2a ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1980. 188 p. ISBN 9788521201304. CODEMIG. Mapa Geológico ...... na Escala 1: 50.000 com Nota Explicativa. In: Projeto Geologia do Quadrilátero Ferrífero - Integração e Correção Cartográfica em SIG com Nota Explicativa. Belo Horizonte, Minas Gerais, 2005. Disponível em:< http://www.portalgeologia.com.br/wp- content/uploads/2013/09/nota_explicativa_qf.pdf >. Acesso em:10 de Ago. 2019. CPRM. Serviço Geológico do Brasil. Termos hidrogeológicos básicos. 2019. Disponível em: <http://www.cprm.gov.br/publique/RedesInstitucionais/ Rede-de-Bibliotecas---Rede Ametista/Termos Hidrogeologicos-Basicos-631.html>. Acesso em: 20 de out. 2019.
  • 26. DPS. Departamento de Solos. Centro de Ciências Agrárias. Mapa de solos do estado de Minas Gerais. 2019. Disponível em:< http://www.dps.ufv.br/?page_id=742>. Acesso em: 20 de out. 2019. DURÃES, Matheus Fonseca. Caracterização e avaliação do estresse hidrológico da Bacia do Rio Paraopeba, por meio de simulação chuva-vazão de cenários atuais e prospectivos de ocupação e uso do solo utilizando um modelo hidrológico. 2010. 168f. Dissertação ao programa de Pós Graduação - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2010. Disponível em:< http://www.smarh.eng.ufmg.br/defesas/853M.PDF>. Acesso em: 12 de nov. 2019. EMBRAPA. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, E-book: il. color. Recursos Naturais, Ciências Ambientais e da Terra. Brasília: Distrito Federal, 2018. Disponível em:< https://www.embrapa.br/solos/sibcs/solos-do-brasil>. Acesso em: 12 de nov. 2019. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Geomorfologia. 2018. Disponível em:<https://mapas.ibge.gov.br/tematicos/geomorfologi a>. Acesso: 20 de jul. 2019. INMET. Instituto Nacional de Meteorologia. Belo Horizonte, Minas Gerais, 2019. Disponível em:< http://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.php>. Acesso em: 20 de nov. 20019. FEITOSA, Fernando Carneiro et.al. Hidrogeologia: conceitos e aplicações/organização e coordenação científica. 3˚ ed. Rio de Janeiro: CPRM, Recife: LABHID, 2008. 812p. ISBN 9788574990613. FERNANDES, Rinaldo Afrânio; CARNEIRO, Maurício Antônio. O Complexo Metamórfico Campo Belo (Cráton São Francisco Meridional): Unidades Litodêmicas e Evolução Tectônica. 2000. Artigo publicado na Revista Brasileira de Geociências, volume 30(4): 671-678. Universidade Federal de Ouro Preto. Ouro Preto, 2000. Disponível em:< http://www.ppegeo.igc.usp.br/index.php/rbg/article/vie w/10984/10438 >. Acesso em: 15 de jul. 2019. GOULART, Luiz Emanuel Alexandre. O Complexo Acamadado Itaguara-Rio Manso, MG. 2006. 186f. Dissertação (Mestrado em Evolução Crustal e Recursos Naturais) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2006. Disponível em:< https://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/334 0 >. Acesso em: 15 de jul. 2019. ROESER, Hubert Matthias Peter; ROESER, Patricia Angelika. O Quadrilátero Ferrífero – MG, Brasil: Aspectos Sobre Sua História, Seus Recursos Minerais e Problemas Ambientais Relacionados. Geonomos, Ouro Preto, 2010. Disponível em:< https://www.researchgate.net/publication/284145544_ O_Quadrilatero_Ferrifero- MG_Brasil_Aspectos_sobre_sua_historia_seus_recurs os_minerais_e_problemas_ambientais_relacionados >. Acesso em: 19 de jul. 2019. MATOS Fernanda; DIAS Reinaldo. Consórcios Intermunicipais e a Bacia do Rio Paraopeba. Revista espacios, 2011. Disponível em:< www.revistaespacios.com/a11v32n04/113204112.html >. Acesso em: 24 de out. 2019. MINAS GERAIS. Diário do Executivo. Política Estadual de Recursos Hídricos e dá outras providências. Lei nº 13.199, de 29 de janeiro de 1999. Minas Gerais. OLIVEIRA, Daniel da Cruz. Modelos de avaliação da vulnerabilidade de aquiferos. 2013. 41f. Monografia de Graduação do Curso de Geologia – Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2013. Disponível em:< http://www.twiki.ufba.br/twiki/pub/IGeo/GeolMono2012 2/Monografia_Daniel.pdf>. Acesso em: 20 de set. 2019
  • 27. PALHARES et al. Medição da vazão em rios pelo método do flutuador. Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, 2007. 4 p. (Embrapa Suínos e Aves. Comunicado Técnico, 455). Projeto n. 03.06.52.000- 03. 2007. Disponível em< https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/- /publicacao/443939/medicao-da-vazao-em-rios-pelo- metodo-do-flutuador>. Acesso em: 25 de nov. 2019. PDDI-RMBH. Perfil Municipal. Plano diretor de desenvolvimento integrado da região metropolitana de Belo Horizonte. Rio Manso/MG: Processo de revisão – Plano Diretor. Belo Horizonte, 2016. Disponível em: <http://www.rmbh.org.br/arquivos_biblioteca/PDRMBH _PRD04_RIO_MANSO_PM.pdf>. Acesso em: 16 de Set. 2017. RIZZINI, Carlos Toledo. Tratado de fitogeografia do Brasil: aspectos ecológicos, sociológicos e florísticos. 2. ª Ed. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural, 1997. 747p. ISBN 716651460. SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Rio Manso: Governo do Estado de Minas Gerais, 2010. Disponível em:< http://www.meioambiente.mg.gov.br/images/stories/Ro bson/Paraopeba2010/9.2-oudair-pu.pdf >. Acesso em: 12 de nov. 2019. SIAGAS. Pesquisa Geral. Serviço Geológico do Brasil CPRM, 2019. Disponível em:< http://siagasweb.cprm.gov.br/layout/pesquisa_complex a.php >. Acesso em: 10 de out. 2019. ZACCHI, Erico Natal Pedro et al. As Três Anomalias Elípticas da Porção Sul do Quadrilátero Ferrífero: Novos Alvos Sobre a Mineralização de Grafita? Revista Brasileira de Geofísica. São Paulo Out. dez. 2007. Disponível em:< http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid= S0102-261X2007000400006>. Acesso em: 19 de jul. 2019.