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1
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
FACULDADE DE EDUCAÇAO E CIÊNCIAS HUMANAS
LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS
Gabriela do Nascimento de Souza
Fernando Ricardo Max Da Silva
Márcia de Freitas Nogueira Lins
Marcela Pimentel Leopoldino
PATRIMÔNIO CULTURAL E ARTISTICO
GUARUJÁ
2016
2
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
FACULDADE DE EDUCAÇAO E CIÊNCIAS HUMANAS
LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS
Gabriela do Nascimento de Souza
Fernando Ricardo Max Da Silva
Márcia de Freitas Nogueira Lins
Marcela Pimentel Leopoldino
PATRIMÔNIO CULTURAL E ARTISTICO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Faculdade de
Educação e Ciências Humanas –
UNIMES, como parte dos requisitos
para obtenção do título de
Licenciado em Artes Visuais, sob a
orientação da (o) Profº Rubens De
Souza.
_____________________________
GUARUJÁ
2016
3
RESUMO
Neste Trabalho de Conclusão de Curso vamos apresentar um pedaço da história da
arte que marcou o Brasil do século XX, que foi a chegada dos orientais ao Brasil,
especificamente a arte japonesa na figura emblemática da artista Tomie Ohtake.
Através da pesquisa bibliográfica, iremos nos aprofundar neste momento histórico e
tentar responder questões relevantes sobre a contribuição e influência da sua arte na
vida dos brasileiros e da sua cultura nacional. Este trabalho é importante para a
discussão sobre questões relevantes da arte e da cultura de modo geral,
principalmente no que diz respeito à arte estrangeira. A arte oriental no cenário
brasileiro: em que contribuiu ao artista nacional?
PALAVRAS-CHAVE: (arte oriental; Tomie Ohtake; abstracionismo informal)
4
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................... 05
CAPÍTULO I
1. A CHEGADA DA ARTE ORIENTAL AO BRASIL ..................................06
1.1. As relações entre as duas culturas......................................................07
1.2 A arte Japonesa no Brasil.....................................................................08
CAPÍTULO II
2. A CHEGADA DE TOMIE OHTAKE.........................................................09
2.1. A transformação da arte de Ohtake ....................................................10
2.2. A arte Urbana de Tomie Ohtake...........................................................10
2.3 A arte Abstrata.......................................................................................13
2.4 A arte abstrata de Tomie Ohtake...........................................................14
CAPÍTULO III
3.1. Projeto de curso....................................................................................15
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................20
5
INTRODUÇÃO
O Brasil atualmente é a nação com maior número de imigrantes japoneses do
mundo, tal fato contribuiu de diversas maneiras para o desenvolvimento do nosso país.
Sua arte se faz presente em nosso convívio demonstrando a sensibilidade do povo
imigrante japonês.
Diante deste fato, o presente trabalho realizado, ajudará a nos
aprofundarmos e compreendermos a influência da arte japonesa inserida em nosso
meio e quais as suas influencias sobre a arte nacional. Para isto no primeiro capitulo
falaremos sobre a chegada da arte oriental ao Brasil, das relações e mediações que se
firmaram entre o Brasil e o Japão e dos resultados destas relações culturais. No
segundo capítulo será apresentada a artista Tomie Ohtake, vamos analisar a
importância das suas obras no cenário brasileiro; Isto nos levará à compreensão da
arte japonesa, que deixou a marca da sua arte e cultura no Brasil, modificou de alguma
maneira a arte brasileira e influenciou o artista nacional.
Para finalizar este trabalho apresentaremos uma proposta pedagógica para
ser realizada nas salas do ensino médio com o objetivo de apresentar aos alunos um
pouco sobre o patrimônio cultural e artístico existente em nosso país, das relações com
as culturas estrangeiras e suas implicações na nossa cultura, assim como apresentar
os conceitos básicos sobre arte contemporânea.
6
1. A CHEGADA DA ARTE ORIENTAL AO BRASIL
Neste capitulo falaremos sobre a arte oriental e sua chegada ao Brasil, já
que a arte oriental está inserida na nossa cultura e faz parte do patrimônio cultural e
artístico do nosso país.
Com a imigração japonesa, que se iniciou em 1908, o contato entre a
cultura brasileira e a japonesa se tornou um elo forte, isto com a chegada de
muitos japoneses para o Brasil onde entre estes imigrantes, vários artistas se
destacaram, contribuindo fortemente para a consolidação cultural deste país,
especialmente São Paulo.
Segundo Oliveira (1997) “A corrente migratória japonesa, dentro do contexto
brasileiro, divergiu de outras correntes migratórias em alguns aspectos, o espírito
extremamente nacionalista com que chegaram os imigrantes japoneses ao Brasil, fruto
da Era Meiji pela qual passava o Japão, o forte desejo dos imigrantes de regressarem
ao Japão, fazendo do Brasil apenas um território de passagem, entre outros.”
(OLIVEIRA,1997,p.03)
Este fato tem um aspecto importante já que as colônias japonesas
continuaram absorvendo sua cultura mãe dentro da cultura brasileira, ou seja, uma
cultura dentro de outra espelhando suas identidades, língua, cultura, arte e educação e
ambas passando por transformações.
Portanto trocas culturais entre estas duas nacionalidades vão ocorrendo
espontaneamente, produzindo transformações em ambas as culturas.
7
1.1 As relações entre as duas culturas
Segundo Oliveira (1997) “Conforme vai ocorrendo estas imigrações ocorrem
muitas relações entre as culturas, e esta relação de culturas fica ainda mais forte
quando quase um século depois de iniciadas as primeiras relações migratórias entre o
Brasil e o Japão, mais precisamente 83 anos depois do seu início.
Oliveira informa que as consequências e os desdobramentos deste processo
imigratórios são longos para serem expostos, mas informa que a partir de junho de
1990, mudam as regras da política imigratória japonesa, ao menos no que se refere
à questão dos seus descendentes, que a partir de tal data, com a reforma da Lei de
Controle da Imigração, adquirem o direito de trabalharem legalmente no Japão.
(OLIVEIRA, 1997, p.08)
Há ainda autores que se preocupam com esta mistura de culturas como se
fosse uma invasão e destruição da cultura nacional.
As comemorações do centenário da imigração são justamente uma das formas
mais visíveis de como o Brasil se tornou um dos consumidores deste
neonacionalismo global vindo do Japão. Assim, quando a sociedade brasileira
ostenta a bandeira e o hino japoneses e rende homenagens à família imperial
que vão muito além do protocolo, ela está endossando e legitimando, ainda
que inadvertidamente, os ideais de grupos neonacionalistas japoneses. (ODA,
2011, p.12)
Mas todos estes dados aqui resumidamente apresentados revelam as
implicações e misturas destas duas culturas convivendo harmoniosamente e
compartilhando suas culturas criando transformações.
“Atualmente, a imensa maioria dos descendentes de japoneses possuem o
português brasileiro como língua materna, esta já é uma das principais marcas de
8
transformações dentro de uma cultura.” (OLIVEIRA, 1998,p.12) Além de outros
hábitos, fato que é facilmente notificado em contraste ao padrão cultural
japonês,hábitos cotidianos dos mais variados.
1.2 A arte japonesa no Brasil.
A chegada da arte japonesa no Brasil teve um papel forte e importante, isto pode
ser verificado nos registros deste período, quando ocorreram muitas exposições e
formações de grupos.
Em uma cidade de imigrantes como São Paulo, muitos costumes e tradições
parecem fora do lugar. Sua cultura aos poucos vai se distanciando de suas origens.
A partir do momento que estas duas culturas se fundem as transformações começam a
apresentar um novo panorama, no Brasil até com a criação de Grupos de artistas que
nos informam um pouco sobre estes acontecimentos.
Takaoka é quem integra a pintura japonesa no sistema de arte, em 1936
expõe na primeira galeria de arte moderna do país no Palace Hotel, Rio de
Janeiro. Takaoka passa a desempenhar um papel cultural determinante.”
(GIANNOTTI, 2012, p.05)
E o Seibi (Seibikai, 1935 a 1972), Grupo de Artistas Plásticos de São Paulo,
reuniu artistas japoneses interessados em criar um espaço de discussão que
promovesse o aprimoramento técnico e a divulgação de suas obras.
9
2. A CHEGADA DE TOMIE OHTAKE
Neste capítulo ainda falando sobre as implicações da chegada da arte e dos
artistas orientais no Brasil, daremos continuidade tendo como foco uma artista
japonesa que deixou sua marca indelével na nossa cultura, a artista Tomie Ohtake que
chegou ao Porto de Santos em 1936.
Do Japão para o Brasil e do Brasil para o mundo. Assim se resume a trajetória
da artista plástica Tomie Ohtake, que nasceu no Japão e aportou em Santos
em 1936, depois de longos 45 dias de viagem marítima. (REGO, 2001:32)
Segundo Gallo (2011, p. 01), na atualidade, “Tomie Ohtake é considerada
uma das principais representantes do abstracionismo informal brasileiro, cuja obra
abrange pinturas, gravuras e esculturas. Estas obras mostram um aspecto de fortes
sentimentos e emoções em conjunções de formas e cores criadas mais livremente.”
“Tomie Ohtake nasceu em 21 de novembro de 1913 e, desde pequena,
percebeu que o caminho da arte sempre estava à sua frente. Quando chegou ao Brasil,
com 23 anos de idade, para visitar seu irmão, pensou em permanecer no país apenas
por um ano ou dois, para em seguida voltar ao Japão, sua terra natal, o único lugar que
conhecia e onde pretendia ficar por toda vida.” (GALLO, 2011 p.02)
As cores parecem guiar a vida da nipo-brasileira de 94 anos, que virou
informalmente a artista das comemorações do Centenário da Imigração
Japonesa no Brasil.Além das obras para o centenário. (GALLO, 2011,P.02)
Segundo Utuari (2005) Tomie Ohtake começa a pintar aos 39 anos,
revelando que sempre quis dedicar-se a arte, porém a família era prioridade. Sente-se
feliz por essa escolha. Com espírito oriental, espera o momento certo para revelar sua
arte.
10
Em 1952, se inicia na produção artística como aluna do artista Keisuke Sugano.
No ano seguinte, se integra ao Grupo Seibi 3 ,composto por artistas nipônicos
que constroem juntos suas carreiras, ganhando espaço no mercado de arte e
na vida cultural do nosso país. Com esse grupo, participa, anualmente,de
exposições ao lado de nomes importantes das artes plásticas como Manabu
Mabe, Tikashi Fukushima e Flavio Shiró. (UTUARI, 2005.P. 04)
De fato as coisas começariam a mudar quando um importante artista
chamado Keisuke Sugano surge nos seu caminho e ela passa integrar o Grupo Seibi
em 1953, passando por uma grande transformação.
2.1 A TRANSFORMAÇÂO DA ARTE DE OHTAKE.
Ainda Segundo Gallo (2011) “Aos 31 anos de idade o sonho da artista se
revigorou quando encontrou, em 1951, com o artista japonês Keisuke Sugano, que
acabara de chegar do Japão, ela já fazia parte do grupo seibi (Seibikai, em japonês),
e foi , auxiliada por Sugano, que a artista compôs suas primeiras obras, simples
pinturas figurativas, depois, algumas paisagens com inclinação para o Fauvismo e
outras experiências já com a presença do Cubismo.” (GALLO, 2011,p.03)
Os trabalhos de Ohtake, sempre abstratos, conquistaram galerias do Brasil e
do exterior. Brincando com as cores e formas, a artista passou a transitar, sem
dificuldades, pela pintura, gravura e escultura.
Os anos 60 foram decisivos para a maturação do trabalho de Tomie Ohtake.
Neste período, toda a técnica de seu trabalho conflui-se com a sua
personalidade. No ano de 1960 foi premiada no Salão Nacional de Arte
Moderna e no ano seguinte participou pela primeira vez da Bienal Internacional
de São Paulo. (GALLO, 2011.p.05)
2.2 A ARTE URBANA DE TOMIE OHTAKE
A arte de Tomieh Ohtake se encontra impressa e como parte integrante da
paisagem urbana de algumas cidades brasileiras. Veja Figura 01
11
Figura 01: Monumento da imigração japonesa
Fonte: (Utuari Solange "Tomie Ohtake: o traço essencial 2005 p.07)
Outra imagem que também faz parte da paisagem urbana é a escultura na
cidade de Santos, próxima ao emissário Submarino, a maior parte das obras de Tomie
Ohtake não possui títulos. Veja figura 02
Figura 02: Escultura Tomie Ohtake
Fonte: http://fernando-smith.blogspot.com.br/
12
Este monumento também celebra os 100 anos da imigração japonesa, um
presente a cidade de Santos onde Tomie Ohtake aportou ao chegar ao Brasil, é uma
escultura com 15 metros de altura e 20 metros de largura.
Na gravura em metal, a artista explora as qualidades e recursos desta
linguagem, movendo nossos olhos/corpo para a materialidade da matriz, para
as texturas e recortes. E inova na montagem da exposição vista no
documentário, pois as gravuras se distanciam da parede, pairam no ar, criam
tridimensionalidades. (UTUARI, 2005,p.07)
Utuari (2005) informa que a transparência de suas pinturas se presentifica
nos imensos painéis que colorem edifícios ou nas grandes e pequenas telas, ou, ainda,
nas tésseras de vidro que compõem os mosaicos empregados nos grandes painéis
com mais de quinze metros cada um, realizados em 1991, no metrô de São Paulo:
Quatro estações. Figura 03
Figura 03: Quatro Estações
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/
“A pintura se multiplica e pode cobrir a parede da própria exposição, como fez
em Tomie Ohtake na visão de Miguel Chaia, em 2004, no instituto que leva o seu
nome.” (UTUARI, 2005 p.06)
13
2.3 A arte abstrata
Abordaremos a arte abstrata com intuito de entendermos o conceito desta
arte da qual Tomie Ohtake se apropriou e realizou diversos trabalhos até os últimos
dias de sua vida. Esse movimento iniciou-se no século XX caracterizando-se pelas
cores, linhas e espaços, o artista deixa de representar abstendo-se da representação
figurativa para transpor seus objetivos, suas composições (TIRAPELI, p.40)
Duas tendências diferentes se desenvolveram com o abstracionismo: o
Formalismo - procurava desenvolver formas de expressão planejadas racionais
como as composições geométricas e o Informalismo tenso como objetivo a
recuperação da gesticulidade da arte com toda sua espontaneidade. (COSTA,
2004, p. 109).
De acordo com Costa (2004, p.91) "Os adeptos desse movimento recusavam
a figuração e os gestos mecânicos".
A principal tendência abstrata dos anos 60 passa a ser o informalismo, que
produz uma expressão de grande pureza e de efeito lírico. Entre os principais
artistas estão Manabu Mabe (1924-1997), Tomie Ohtake (1913), Arcângelo
Ianelli (1922), Tikashi Fukushima (1920), Flávio Shiró (1928), Emanoel Araujo
(1940) e Maria Bonomi (1935). (GARCEZ, 2004, p. 138).
Segundo Tirapeli (2006, p.40) "no Brasil a arte abstrata começou a ser
difundida após a realização da primeira Bienal Internacional de São Paulo. De acordo
com Costa (2004, p.91) a abstração é marcada pela plasticidade, o mundo estático não
faz parte da vida de um artista abstrato.
Muitos artistas contribuíram com suas obras tridimensionais expondo em
lugares públicos, esta arte incomodou diversos artistas no início dos anos 60 que já
estavam habituados com o realismo.
14
2.4 A ARTE ABSTRATA DE TOMIE OHTAKE
Não é sem razão que Tomie Ohtake é considerada um dos nomes mais
importantes da arte abstracionista no Brasil. A escolha do abstracionismo como forma
de expressão começou já no início da década de cinquenta. Em 1956, a artista foi
convidada a projetar um vitral para a Fundação Armando Álvares Penteado.
Após 1963, a artista passou a utilizar as formas geométricas irregulares,
dando às suas criações mais aspecto de movimento e ritmo, nos anos de 1970 foram
para a artista o período da experimentação de novas formas de expressão,
especialmente a serigrafia e a litogravura. Como ela mesma disse: “A partir de 1974, as
curvas dominam as minhas obras como se fossem formas orgânicas”. (SANTOS E
REGO, 2002, p.23).
Sobre a técnica da serigrafia, a artista era entusiástica. Dizia que a gravura é
uma maneira mais social de se divulgar a arte (SANTOS E REGO, 2002, p.24), pois da
mesma matriz pode-se gerar várias cópias, permitindo o acesso de mais pessoas à sua
arte. Certa vez, a artista nipo-brasileira disse que quando pintava, por vezes pensava
em como seria o seu trabalho fora da tela e do papel. Assim enveredou para as
esculturas, como se, agora desenhasse no céu. Foram várias e monumentais
esculturas, que se integram ao espaço onde estão instaladas.
Sobre esse efeito artístico em suas esculturas, Tomie Ohtake declarou que
esse quase cai, não cai. É a tensão que estava procurando na escultura. (SANTOS E
REGO, 2002, p.28)
3. PROJETO DE CURSO
15
3.1. Projeto de Curso
CURSO: Artes Visuais
NÍVEL DE ENSINO: Ensino Médio
CARGA HORÁRIA: 6 horas aula de 50min
JUSTIFICATIVA:
O presente projeto foi desenvolvido com o objetivo de apresentar um pouco
do patrimônio cultural e artístico do nosso país e sua problemática. A justificativa para
este projeto é enfatizar justamente a importância e contribuição dos artistas
estrangeiros a nossa cultura e apresentar aos alunos como isto pode ser notado
através das obras das obras da artista Tomie Ohtake já que suas obras fazem parte do
cenário urbano de muitas cidades brasileiras, obras que já faz parte do nosso cotidiano
e muitas vezes passam despercebidas aos nossos olhos, obras que estão nas grandes
avenidas, na praia ou no metrô.
Tomie Ohtake foi a artista escolhida para homenagear o Centenário da
imigração japonesa, a artista tem uma forte ligação com a cidade de Santos, pois foi no
Porto santista que ela desembarcou em 1936.
Uma de suas obras que está localizada no Parque Municipal Roberto Mário
Santini (emissário submarino) no José Menino em Santos, desde 2008, é o símbolo
desta homenagem, presente dado a cidade de Santos para comemorar o Centenário, a
escultura tem 15 metros de altura e hoje é um dos cartões Postais da cidade, a
escultura não tem nome, assim como todas as outras obras artista. Esta obra foi
16
escolhida para esse projeto devido sua importância e por se tratar de uma obra que
está inserida em nosso convívio, facilitando o acesso dos alunos para visitação.
OBJETIVOS GERAIS:
Ao final deste projeto os alunos poderão identificar e reconhecer as marcas
do patrimônio cultural e artístico e o legado de artistas estrangeiros em nosso país.
Através da exposição das obras da artista Tomie Ohtake que serão apresentadas neste
projeto, será possível reconhecer este fato assim como identificar isto, desta forma os
alunos conhecerão as obras referentes pertinentes ao período contemporâneo, assim
como alguns trabalhos abstracionistas que marcam este período.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Em termos mais específicos este trabalho é importante porque ao seu final
os alunos poderão identificar e diferenciar as obras contemporâneas e abstratas assim
como compreender a contribuição dos artistas estrangeiros que é um legado em nosso
país e a soma do nosso patrimônio cultural e artístico.
METODOLOGIA
A aplicabilidade do projeto será através de aulas expositivas, slides,
desenhos, esculturas, visitação à obra de Tomie Ohtake e exposição dos trabalhos
realizados em sala de aula.
Materiais necessários:
Imagens de obras artísticas, abstratas e contemporâneas para exposição no
reto projetor, papel canson, lápis HB, tintas, pinceis, estecas, argila, cartolina, lápis de
cor, recortes de revistas, máquina fotográfica.
Desenvolvimento:
17
1ª etapa:
O projeto dará inicio com os alunos do ensino médio, considerando a
aplicação em uma hora aula de 50 minutos cada etapa.
Na primeira etapa Iniciaremos o projeto com aulas expositivas sobre o que é
Patrimônio Cultural e artístico, será feita uma argumentação através de leituras de aula
texto, debates e apresentações de imagens de obras de artes no reto projetor.
Abordaremos a importâncias dessas obras que compõe este patrimônio e
falaremos sobre a vida e obra da artista Tomie Ohtake e sua contribuição artística em
nosso país. Apresentaremos através dos slides várias obras da artista e focaremos
nosso estudo na obra que homenageia a imigração japonesa representada com uma
obra no emissário submarino em Santos.
2ª etapa:
Na segunda etapa ainda dentro da carga horária uma hora aula, daremos
continuidade ao projeto realizando um debate entre os alunos para verificar o interesse
e a assimilação do conteúdo apresentado na aula anterior.
3ª etapa:
Nesta etapa com autorização da escola, pais e mestres, faremos uma visita
ao emissário submarino na cidade de Santos, para que os alunos possam conhecer e
analisar a obra de Tomie Ohtake, com o intuito de trabalharmos em sala de aula, tendo
como referência a obra visitada.
O tempo para esta etapa está fora da carga horária escolar porque
ultrapassa as horas em sala de aula, no entanto será possível reunir outras salas do
18
ensino médio para esta atividade dentro do período da escola. Neste passeio os alunos
deverão observar, apreciar, tirar fotografias para continuidade do projeto.
4ª etapa:
Na quarta etapa e a partir das fotos tiradas na visitação à obra de Tomie
Ohtake no emissário submarino em Santos, os alunos farão desenhos, escreverão
textos, criarão títulos para a obra da artista que não possui nome, farão colagens e
outras atividades referentes à obra.
5ª etapa:
Na quinta etapa, trabalhando a tridimensionalidade observada nas esculturas
e ainda dentro do assunto, os alunos realizarão esculturas em argila, trabalhando o
abstracionismo, exercitando mais do fazer artístico, dentro dos conceitos, ver fazer e
contextualizar a arte.
6ª etapa:
No final do nosso projeto será realizado na escola uma exposição com os
cartazes, os desenhos, as esculturas realizadas em sala de aula pelos alunos do ensino
médio, onde será possível observar os objetivos atingidos e onde cada aluno poderá
dar seu depoimento sobre o que aprendeu.
AVALIAÇÃO
A avaliação será contínua e se dará por meio das participações nas
atividades propostas em sala de aula, na verificação da assimilação do conteúdo e na
prática do fazer artístico, será levando em conta os aspectos procedimentais e
atitudinais dos alunos assim como o seu envolvimento com o projeto.
19
BIBLIOGRAFIA
GALLO, Alline Corona. "Tomie Ohtake na Arte Contemporânea." Anagrama: Revista
Científica Interdisciplinar da Graduação 5.1 (2011)
UTUARI Solange "Tomie Ohtake: o traço essencial / Instituto Arte na Escola"
coordenação de Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. – São Paulo : Instituto Arte na
Escola, 2005
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho de pesquisa ficou clara a manifestação cultural que envolve
outras nacionalidades e seu envolvimento com a arte e cultura brasileira, legado que
gerou a soma do nosso patrimônio cultural e artístico. Através desta pesquisa foi
possível chegar à conclusão quão complexo é tentar dividir culturas que já se mixaram
e se tornaram homogêneas e indivisíveis. A arte do Japão e a arte do Brasil se fundiram
e herdaram ideias e conceitos que complementaram o fazer artístico na história da arte
e do período contemporâneo. Isto foi exemplificado nas obras da artista Tomie Ohtake
apresentadas aqui. Seu traço e a marca da sua arte que compõe o cenário da vida
urbana de muitas cidades brasileiras ficou como prova evidente deste fato, e isto não
pode ser desfeito ou apagado.
Este trabalho também foi importante através dele foi apresentada bases para
novas pesquisas e aprofundamentos sobre o assunto, principalmente bases para outros
projetos pedagógico nas escolas e para outras pesquisas científicas.
20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COSTA, Cristina. Questões de Arte: O belo, a percepção estética e o fazer artístico.
2. ed. São Paulo: Moderna, 2004.
GALLO, Alline Corona. Tomie Ohtake na Arte Contemporânea. Anagrama: Revista
Científica Interdisciplinar da Graduação 5.1 (2011)
GARCEZ, Lucília; OLIVEIRA, Jô. Explicando a arte brasileira. 3. ed. Rio de Janeiro:
Ediouro, 2004.
GIANNOTTI, Marco. O espelho invertido: uma comparação entre a pintura
japonesa contemporânea com a dos imigrantes japoneses residentes no Brasil.
ARS Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 10, n. 20, 2012. <
http://www.revistas.usp.br/ars/issue/view/5272>. 06/ 04/ 16.
NUNES, Benedito, Introdução à filosofia da arte. São Paulo: Ática, 2008.
ODA, Ernani. Interpretações da "cultura japonesa" e seus reflexos no Brasil. Rev.
bras. Ci. Soc., vol. 26, n. 75, Fev 2011. <http://www.scielo.org/cgi-bin/ >. 06/ 04/ 16.
OLIVEIRA, Adriana Capuano de. "Japoneses no Brasil ou brasileiros no Japão:
a trajetória de uma identidade em um contexto migratório." Encontro Nacional de
Estudos Populacionais da Abep (1997).
SANTOS, Ligia e REGO, Ligia. Mestres das Artes no Brasil: Tomie Ohtake. 1. ed.
São Paulo: Moderna, 2002.
TIRAPELI, Percival. Arte Brasileira: Arte Moderna e Contemporânea - figuração,
abstração e novos meios. São Paulo: Nacional, 2006.
UTUARI Solange "Tomie Ohtake: o traço essencial / Instituto Arte na Escola"
coordenação de Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. – São Paulo : Instituto Arte na
Escola, 2005

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TCC Artes Visuais, trabalho de conclusão de curso

  • 1. 1 UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS FACULDADE DE EDUCAÇAO E CIÊNCIAS HUMANAS LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS Gabriela do Nascimento de Souza Fernando Ricardo Max Da Silva Márcia de Freitas Nogueira Lins Marcela Pimentel Leopoldino PATRIMÔNIO CULTURAL E ARTISTICO GUARUJÁ 2016
  • 2. 2 UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS FACULDADE DE EDUCAÇAO E CIÊNCIAS HUMANAS LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS Gabriela do Nascimento de Souza Fernando Ricardo Max Da Silva Márcia de Freitas Nogueira Lins Marcela Pimentel Leopoldino PATRIMÔNIO CULTURAL E ARTISTICO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Educação e Ciências Humanas – UNIMES, como parte dos requisitos para obtenção do título de Licenciado em Artes Visuais, sob a orientação da (o) Profº Rubens De Souza. _____________________________ GUARUJÁ 2016
  • 3. 3 RESUMO Neste Trabalho de Conclusão de Curso vamos apresentar um pedaço da história da arte que marcou o Brasil do século XX, que foi a chegada dos orientais ao Brasil, especificamente a arte japonesa na figura emblemática da artista Tomie Ohtake. Através da pesquisa bibliográfica, iremos nos aprofundar neste momento histórico e tentar responder questões relevantes sobre a contribuição e influência da sua arte na vida dos brasileiros e da sua cultura nacional. Este trabalho é importante para a discussão sobre questões relevantes da arte e da cultura de modo geral, principalmente no que diz respeito à arte estrangeira. A arte oriental no cenário brasileiro: em que contribuiu ao artista nacional? PALAVRAS-CHAVE: (arte oriental; Tomie Ohtake; abstracionismo informal)
  • 4. 4 SUMÁRIO INTRODUÇÃO.......................................................................................... 05 CAPÍTULO I 1. A CHEGADA DA ARTE ORIENTAL AO BRASIL ..................................06 1.1. As relações entre as duas culturas......................................................07 1.2 A arte Japonesa no Brasil.....................................................................08 CAPÍTULO II 2. A CHEGADA DE TOMIE OHTAKE.........................................................09 2.1. A transformação da arte de Ohtake ....................................................10 2.2. A arte Urbana de Tomie Ohtake...........................................................10 2.3 A arte Abstrata.......................................................................................13 2.4 A arte abstrata de Tomie Ohtake...........................................................14 CAPÍTULO III 3.1. Projeto de curso....................................................................................15 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................20
  • 5. 5 INTRODUÇÃO O Brasil atualmente é a nação com maior número de imigrantes japoneses do mundo, tal fato contribuiu de diversas maneiras para o desenvolvimento do nosso país. Sua arte se faz presente em nosso convívio demonstrando a sensibilidade do povo imigrante japonês. Diante deste fato, o presente trabalho realizado, ajudará a nos aprofundarmos e compreendermos a influência da arte japonesa inserida em nosso meio e quais as suas influencias sobre a arte nacional. Para isto no primeiro capitulo falaremos sobre a chegada da arte oriental ao Brasil, das relações e mediações que se firmaram entre o Brasil e o Japão e dos resultados destas relações culturais. No segundo capítulo será apresentada a artista Tomie Ohtake, vamos analisar a importância das suas obras no cenário brasileiro; Isto nos levará à compreensão da arte japonesa, que deixou a marca da sua arte e cultura no Brasil, modificou de alguma maneira a arte brasileira e influenciou o artista nacional. Para finalizar este trabalho apresentaremos uma proposta pedagógica para ser realizada nas salas do ensino médio com o objetivo de apresentar aos alunos um pouco sobre o patrimônio cultural e artístico existente em nosso país, das relações com as culturas estrangeiras e suas implicações na nossa cultura, assim como apresentar os conceitos básicos sobre arte contemporânea.
  • 6. 6 1. A CHEGADA DA ARTE ORIENTAL AO BRASIL Neste capitulo falaremos sobre a arte oriental e sua chegada ao Brasil, já que a arte oriental está inserida na nossa cultura e faz parte do patrimônio cultural e artístico do nosso país. Com a imigração japonesa, que se iniciou em 1908, o contato entre a cultura brasileira e a japonesa se tornou um elo forte, isto com a chegada de muitos japoneses para o Brasil onde entre estes imigrantes, vários artistas se destacaram, contribuindo fortemente para a consolidação cultural deste país, especialmente São Paulo. Segundo Oliveira (1997) “A corrente migratória japonesa, dentro do contexto brasileiro, divergiu de outras correntes migratórias em alguns aspectos, o espírito extremamente nacionalista com que chegaram os imigrantes japoneses ao Brasil, fruto da Era Meiji pela qual passava o Japão, o forte desejo dos imigrantes de regressarem ao Japão, fazendo do Brasil apenas um território de passagem, entre outros.” (OLIVEIRA,1997,p.03) Este fato tem um aspecto importante já que as colônias japonesas continuaram absorvendo sua cultura mãe dentro da cultura brasileira, ou seja, uma cultura dentro de outra espelhando suas identidades, língua, cultura, arte e educação e ambas passando por transformações. Portanto trocas culturais entre estas duas nacionalidades vão ocorrendo espontaneamente, produzindo transformações em ambas as culturas.
  • 7. 7 1.1 As relações entre as duas culturas Segundo Oliveira (1997) “Conforme vai ocorrendo estas imigrações ocorrem muitas relações entre as culturas, e esta relação de culturas fica ainda mais forte quando quase um século depois de iniciadas as primeiras relações migratórias entre o Brasil e o Japão, mais precisamente 83 anos depois do seu início. Oliveira informa que as consequências e os desdobramentos deste processo imigratórios são longos para serem expostos, mas informa que a partir de junho de 1990, mudam as regras da política imigratória japonesa, ao menos no que se refere à questão dos seus descendentes, que a partir de tal data, com a reforma da Lei de Controle da Imigração, adquirem o direito de trabalharem legalmente no Japão. (OLIVEIRA, 1997, p.08) Há ainda autores que se preocupam com esta mistura de culturas como se fosse uma invasão e destruição da cultura nacional. As comemorações do centenário da imigração são justamente uma das formas mais visíveis de como o Brasil se tornou um dos consumidores deste neonacionalismo global vindo do Japão. Assim, quando a sociedade brasileira ostenta a bandeira e o hino japoneses e rende homenagens à família imperial que vão muito além do protocolo, ela está endossando e legitimando, ainda que inadvertidamente, os ideais de grupos neonacionalistas japoneses. (ODA, 2011, p.12) Mas todos estes dados aqui resumidamente apresentados revelam as implicações e misturas destas duas culturas convivendo harmoniosamente e compartilhando suas culturas criando transformações. “Atualmente, a imensa maioria dos descendentes de japoneses possuem o português brasileiro como língua materna, esta já é uma das principais marcas de
  • 8. 8 transformações dentro de uma cultura.” (OLIVEIRA, 1998,p.12) Além de outros hábitos, fato que é facilmente notificado em contraste ao padrão cultural japonês,hábitos cotidianos dos mais variados. 1.2 A arte japonesa no Brasil. A chegada da arte japonesa no Brasil teve um papel forte e importante, isto pode ser verificado nos registros deste período, quando ocorreram muitas exposições e formações de grupos. Em uma cidade de imigrantes como São Paulo, muitos costumes e tradições parecem fora do lugar. Sua cultura aos poucos vai se distanciando de suas origens. A partir do momento que estas duas culturas se fundem as transformações começam a apresentar um novo panorama, no Brasil até com a criação de Grupos de artistas que nos informam um pouco sobre estes acontecimentos. Takaoka é quem integra a pintura japonesa no sistema de arte, em 1936 expõe na primeira galeria de arte moderna do país no Palace Hotel, Rio de Janeiro. Takaoka passa a desempenhar um papel cultural determinante.” (GIANNOTTI, 2012, p.05) E o Seibi (Seibikai, 1935 a 1972), Grupo de Artistas Plásticos de São Paulo, reuniu artistas japoneses interessados em criar um espaço de discussão que promovesse o aprimoramento técnico e a divulgação de suas obras.
  • 9. 9 2. A CHEGADA DE TOMIE OHTAKE Neste capítulo ainda falando sobre as implicações da chegada da arte e dos artistas orientais no Brasil, daremos continuidade tendo como foco uma artista japonesa que deixou sua marca indelével na nossa cultura, a artista Tomie Ohtake que chegou ao Porto de Santos em 1936. Do Japão para o Brasil e do Brasil para o mundo. Assim se resume a trajetória da artista plástica Tomie Ohtake, que nasceu no Japão e aportou em Santos em 1936, depois de longos 45 dias de viagem marítima. (REGO, 2001:32) Segundo Gallo (2011, p. 01), na atualidade, “Tomie Ohtake é considerada uma das principais representantes do abstracionismo informal brasileiro, cuja obra abrange pinturas, gravuras e esculturas. Estas obras mostram um aspecto de fortes sentimentos e emoções em conjunções de formas e cores criadas mais livremente.” “Tomie Ohtake nasceu em 21 de novembro de 1913 e, desde pequena, percebeu que o caminho da arte sempre estava à sua frente. Quando chegou ao Brasil, com 23 anos de idade, para visitar seu irmão, pensou em permanecer no país apenas por um ano ou dois, para em seguida voltar ao Japão, sua terra natal, o único lugar que conhecia e onde pretendia ficar por toda vida.” (GALLO, 2011 p.02) As cores parecem guiar a vida da nipo-brasileira de 94 anos, que virou informalmente a artista das comemorações do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil.Além das obras para o centenário. (GALLO, 2011,P.02) Segundo Utuari (2005) Tomie Ohtake começa a pintar aos 39 anos, revelando que sempre quis dedicar-se a arte, porém a família era prioridade. Sente-se feliz por essa escolha. Com espírito oriental, espera o momento certo para revelar sua arte.
  • 10. 10 Em 1952, se inicia na produção artística como aluna do artista Keisuke Sugano. No ano seguinte, se integra ao Grupo Seibi 3 ,composto por artistas nipônicos que constroem juntos suas carreiras, ganhando espaço no mercado de arte e na vida cultural do nosso país. Com esse grupo, participa, anualmente,de exposições ao lado de nomes importantes das artes plásticas como Manabu Mabe, Tikashi Fukushima e Flavio Shiró. (UTUARI, 2005.P. 04) De fato as coisas começariam a mudar quando um importante artista chamado Keisuke Sugano surge nos seu caminho e ela passa integrar o Grupo Seibi em 1953, passando por uma grande transformação. 2.1 A TRANSFORMAÇÂO DA ARTE DE OHTAKE. Ainda Segundo Gallo (2011) “Aos 31 anos de idade o sonho da artista se revigorou quando encontrou, em 1951, com o artista japonês Keisuke Sugano, que acabara de chegar do Japão, ela já fazia parte do grupo seibi (Seibikai, em japonês), e foi , auxiliada por Sugano, que a artista compôs suas primeiras obras, simples pinturas figurativas, depois, algumas paisagens com inclinação para o Fauvismo e outras experiências já com a presença do Cubismo.” (GALLO, 2011,p.03) Os trabalhos de Ohtake, sempre abstratos, conquistaram galerias do Brasil e do exterior. Brincando com as cores e formas, a artista passou a transitar, sem dificuldades, pela pintura, gravura e escultura. Os anos 60 foram decisivos para a maturação do trabalho de Tomie Ohtake. Neste período, toda a técnica de seu trabalho conflui-se com a sua personalidade. No ano de 1960 foi premiada no Salão Nacional de Arte Moderna e no ano seguinte participou pela primeira vez da Bienal Internacional de São Paulo. (GALLO, 2011.p.05) 2.2 A ARTE URBANA DE TOMIE OHTAKE A arte de Tomieh Ohtake se encontra impressa e como parte integrante da paisagem urbana de algumas cidades brasileiras. Veja Figura 01
  • 11. 11 Figura 01: Monumento da imigração japonesa Fonte: (Utuari Solange "Tomie Ohtake: o traço essencial 2005 p.07) Outra imagem que também faz parte da paisagem urbana é a escultura na cidade de Santos, próxima ao emissário Submarino, a maior parte das obras de Tomie Ohtake não possui títulos. Veja figura 02 Figura 02: Escultura Tomie Ohtake Fonte: http://fernando-smith.blogspot.com.br/
  • 12. 12 Este monumento também celebra os 100 anos da imigração japonesa, um presente a cidade de Santos onde Tomie Ohtake aportou ao chegar ao Brasil, é uma escultura com 15 metros de altura e 20 metros de largura. Na gravura em metal, a artista explora as qualidades e recursos desta linguagem, movendo nossos olhos/corpo para a materialidade da matriz, para as texturas e recortes. E inova na montagem da exposição vista no documentário, pois as gravuras se distanciam da parede, pairam no ar, criam tridimensionalidades. (UTUARI, 2005,p.07) Utuari (2005) informa que a transparência de suas pinturas se presentifica nos imensos painéis que colorem edifícios ou nas grandes e pequenas telas, ou, ainda, nas tésseras de vidro que compõem os mosaicos empregados nos grandes painéis com mais de quinze metros cada um, realizados em 1991, no metrô de São Paulo: Quatro estações. Figura 03 Figura 03: Quatro Estações Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/ “A pintura se multiplica e pode cobrir a parede da própria exposição, como fez em Tomie Ohtake na visão de Miguel Chaia, em 2004, no instituto que leva o seu nome.” (UTUARI, 2005 p.06)
  • 13. 13 2.3 A arte abstrata Abordaremos a arte abstrata com intuito de entendermos o conceito desta arte da qual Tomie Ohtake se apropriou e realizou diversos trabalhos até os últimos dias de sua vida. Esse movimento iniciou-se no século XX caracterizando-se pelas cores, linhas e espaços, o artista deixa de representar abstendo-se da representação figurativa para transpor seus objetivos, suas composições (TIRAPELI, p.40) Duas tendências diferentes se desenvolveram com o abstracionismo: o Formalismo - procurava desenvolver formas de expressão planejadas racionais como as composições geométricas e o Informalismo tenso como objetivo a recuperação da gesticulidade da arte com toda sua espontaneidade. (COSTA, 2004, p. 109). De acordo com Costa (2004, p.91) "Os adeptos desse movimento recusavam a figuração e os gestos mecânicos". A principal tendência abstrata dos anos 60 passa a ser o informalismo, que produz uma expressão de grande pureza e de efeito lírico. Entre os principais artistas estão Manabu Mabe (1924-1997), Tomie Ohtake (1913), Arcângelo Ianelli (1922), Tikashi Fukushima (1920), Flávio Shiró (1928), Emanoel Araujo (1940) e Maria Bonomi (1935). (GARCEZ, 2004, p. 138). Segundo Tirapeli (2006, p.40) "no Brasil a arte abstrata começou a ser difundida após a realização da primeira Bienal Internacional de São Paulo. De acordo com Costa (2004, p.91) a abstração é marcada pela plasticidade, o mundo estático não faz parte da vida de um artista abstrato. Muitos artistas contribuíram com suas obras tridimensionais expondo em lugares públicos, esta arte incomodou diversos artistas no início dos anos 60 que já estavam habituados com o realismo.
  • 14. 14 2.4 A ARTE ABSTRATA DE TOMIE OHTAKE Não é sem razão que Tomie Ohtake é considerada um dos nomes mais importantes da arte abstracionista no Brasil. A escolha do abstracionismo como forma de expressão começou já no início da década de cinquenta. Em 1956, a artista foi convidada a projetar um vitral para a Fundação Armando Álvares Penteado. Após 1963, a artista passou a utilizar as formas geométricas irregulares, dando às suas criações mais aspecto de movimento e ritmo, nos anos de 1970 foram para a artista o período da experimentação de novas formas de expressão, especialmente a serigrafia e a litogravura. Como ela mesma disse: “A partir de 1974, as curvas dominam as minhas obras como se fossem formas orgânicas”. (SANTOS E REGO, 2002, p.23). Sobre a técnica da serigrafia, a artista era entusiástica. Dizia que a gravura é uma maneira mais social de se divulgar a arte (SANTOS E REGO, 2002, p.24), pois da mesma matriz pode-se gerar várias cópias, permitindo o acesso de mais pessoas à sua arte. Certa vez, a artista nipo-brasileira disse que quando pintava, por vezes pensava em como seria o seu trabalho fora da tela e do papel. Assim enveredou para as esculturas, como se, agora desenhasse no céu. Foram várias e monumentais esculturas, que se integram ao espaço onde estão instaladas. Sobre esse efeito artístico em suas esculturas, Tomie Ohtake declarou que esse quase cai, não cai. É a tensão que estava procurando na escultura. (SANTOS E REGO, 2002, p.28) 3. PROJETO DE CURSO
  • 15. 15 3.1. Projeto de Curso CURSO: Artes Visuais NÍVEL DE ENSINO: Ensino Médio CARGA HORÁRIA: 6 horas aula de 50min JUSTIFICATIVA: O presente projeto foi desenvolvido com o objetivo de apresentar um pouco do patrimônio cultural e artístico do nosso país e sua problemática. A justificativa para este projeto é enfatizar justamente a importância e contribuição dos artistas estrangeiros a nossa cultura e apresentar aos alunos como isto pode ser notado através das obras das obras da artista Tomie Ohtake já que suas obras fazem parte do cenário urbano de muitas cidades brasileiras, obras que já faz parte do nosso cotidiano e muitas vezes passam despercebidas aos nossos olhos, obras que estão nas grandes avenidas, na praia ou no metrô. Tomie Ohtake foi a artista escolhida para homenagear o Centenário da imigração japonesa, a artista tem uma forte ligação com a cidade de Santos, pois foi no Porto santista que ela desembarcou em 1936. Uma de suas obras que está localizada no Parque Municipal Roberto Mário Santini (emissário submarino) no José Menino em Santos, desde 2008, é o símbolo desta homenagem, presente dado a cidade de Santos para comemorar o Centenário, a escultura tem 15 metros de altura e hoje é um dos cartões Postais da cidade, a escultura não tem nome, assim como todas as outras obras artista. Esta obra foi
  • 16. 16 escolhida para esse projeto devido sua importância e por se tratar de uma obra que está inserida em nosso convívio, facilitando o acesso dos alunos para visitação. OBJETIVOS GERAIS: Ao final deste projeto os alunos poderão identificar e reconhecer as marcas do patrimônio cultural e artístico e o legado de artistas estrangeiros em nosso país. Através da exposição das obras da artista Tomie Ohtake que serão apresentadas neste projeto, será possível reconhecer este fato assim como identificar isto, desta forma os alunos conhecerão as obras referentes pertinentes ao período contemporâneo, assim como alguns trabalhos abstracionistas que marcam este período. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Em termos mais específicos este trabalho é importante porque ao seu final os alunos poderão identificar e diferenciar as obras contemporâneas e abstratas assim como compreender a contribuição dos artistas estrangeiros que é um legado em nosso país e a soma do nosso patrimônio cultural e artístico. METODOLOGIA A aplicabilidade do projeto será através de aulas expositivas, slides, desenhos, esculturas, visitação à obra de Tomie Ohtake e exposição dos trabalhos realizados em sala de aula. Materiais necessários: Imagens de obras artísticas, abstratas e contemporâneas para exposição no reto projetor, papel canson, lápis HB, tintas, pinceis, estecas, argila, cartolina, lápis de cor, recortes de revistas, máquina fotográfica. Desenvolvimento:
  • 17. 17 1ª etapa: O projeto dará inicio com os alunos do ensino médio, considerando a aplicação em uma hora aula de 50 minutos cada etapa. Na primeira etapa Iniciaremos o projeto com aulas expositivas sobre o que é Patrimônio Cultural e artístico, será feita uma argumentação através de leituras de aula texto, debates e apresentações de imagens de obras de artes no reto projetor. Abordaremos a importâncias dessas obras que compõe este patrimônio e falaremos sobre a vida e obra da artista Tomie Ohtake e sua contribuição artística em nosso país. Apresentaremos através dos slides várias obras da artista e focaremos nosso estudo na obra que homenageia a imigração japonesa representada com uma obra no emissário submarino em Santos. 2ª etapa: Na segunda etapa ainda dentro da carga horária uma hora aula, daremos continuidade ao projeto realizando um debate entre os alunos para verificar o interesse e a assimilação do conteúdo apresentado na aula anterior. 3ª etapa: Nesta etapa com autorização da escola, pais e mestres, faremos uma visita ao emissário submarino na cidade de Santos, para que os alunos possam conhecer e analisar a obra de Tomie Ohtake, com o intuito de trabalharmos em sala de aula, tendo como referência a obra visitada. O tempo para esta etapa está fora da carga horária escolar porque ultrapassa as horas em sala de aula, no entanto será possível reunir outras salas do
  • 18. 18 ensino médio para esta atividade dentro do período da escola. Neste passeio os alunos deverão observar, apreciar, tirar fotografias para continuidade do projeto. 4ª etapa: Na quarta etapa e a partir das fotos tiradas na visitação à obra de Tomie Ohtake no emissário submarino em Santos, os alunos farão desenhos, escreverão textos, criarão títulos para a obra da artista que não possui nome, farão colagens e outras atividades referentes à obra. 5ª etapa: Na quinta etapa, trabalhando a tridimensionalidade observada nas esculturas e ainda dentro do assunto, os alunos realizarão esculturas em argila, trabalhando o abstracionismo, exercitando mais do fazer artístico, dentro dos conceitos, ver fazer e contextualizar a arte. 6ª etapa: No final do nosso projeto será realizado na escola uma exposição com os cartazes, os desenhos, as esculturas realizadas em sala de aula pelos alunos do ensino médio, onde será possível observar os objetivos atingidos e onde cada aluno poderá dar seu depoimento sobre o que aprendeu. AVALIAÇÃO A avaliação será contínua e se dará por meio das participações nas atividades propostas em sala de aula, na verificação da assimilação do conteúdo e na prática do fazer artístico, será levando em conta os aspectos procedimentais e atitudinais dos alunos assim como o seu envolvimento com o projeto.
  • 19. 19 BIBLIOGRAFIA GALLO, Alline Corona. "Tomie Ohtake na Arte Contemporânea." Anagrama: Revista Científica Interdisciplinar da Graduação 5.1 (2011) UTUARI Solange "Tomie Ohtake: o traço essencial / Instituto Arte na Escola" coordenação de Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. – São Paulo : Instituto Arte na Escola, 2005 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste trabalho de pesquisa ficou clara a manifestação cultural que envolve outras nacionalidades e seu envolvimento com a arte e cultura brasileira, legado que gerou a soma do nosso patrimônio cultural e artístico. Através desta pesquisa foi possível chegar à conclusão quão complexo é tentar dividir culturas que já se mixaram e se tornaram homogêneas e indivisíveis. A arte do Japão e a arte do Brasil se fundiram e herdaram ideias e conceitos que complementaram o fazer artístico na história da arte e do período contemporâneo. Isto foi exemplificado nas obras da artista Tomie Ohtake apresentadas aqui. Seu traço e a marca da sua arte que compõe o cenário da vida urbana de muitas cidades brasileiras ficou como prova evidente deste fato, e isto não pode ser desfeito ou apagado. Este trabalho também foi importante através dele foi apresentada bases para novas pesquisas e aprofundamentos sobre o assunto, principalmente bases para outros projetos pedagógico nas escolas e para outras pesquisas científicas.
  • 20. 20 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COSTA, Cristina. Questões de Arte: O belo, a percepção estética e o fazer artístico. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2004. GALLO, Alline Corona. Tomie Ohtake na Arte Contemporânea. Anagrama: Revista Científica Interdisciplinar da Graduação 5.1 (2011) GARCEZ, Lucília; OLIVEIRA, Jô. Explicando a arte brasileira. 3. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004. GIANNOTTI, Marco. O espelho invertido: uma comparação entre a pintura japonesa contemporânea com a dos imigrantes japoneses residentes no Brasil. ARS Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 10, n. 20, 2012. < http://www.revistas.usp.br/ars/issue/view/5272>. 06/ 04/ 16. NUNES, Benedito, Introdução à filosofia da arte. São Paulo: Ática, 2008. ODA, Ernani. Interpretações da "cultura japonesa" e seus reflexos no Brasil. Rev. bras. Ci. Soc., vol. 26, n. 75, Fev 2011. <http://www.scielo.org/cgi-bin/ >. 06/ 04/ 16. OLIVEIRA, Adriana Capuano de. "Japoneses no Brasil ou brasileiros no Japão: a trajetória de uma identidade em um contexto migratório." Encontro Nacional de Estudos Populacionais da Abep (1997). SANTOS, Ligia e REGO, Ligia. Mestres das Artes no Brasil: Tomie Ohtake. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2002. TIRAPELI, Percival. Arte Brasileira: Arte Moderna e Contemporânea - figuração, abstração e novos meios. São Paulo: Nacional, 2006. UTUARI Solange "Tomie Ohtake: o traço essencial / Instituto Arte na Escola" coordenação de Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. – São Paulo : Instituto Arte na Escola, 2005