SlideShare a Scribd company logo
1 of 36
Download to read offline
Reformas Urbanas no
Rio de Janeiro
Séculos XX e XXI
Noções Gerais
• Período em que ocorreram as grandes reformas
urbanísticas da cidade do Rio de Janeiro.
• Rio de Janeiro como o exemplo vivo do
crescimento em todas as suas facetas, sejam
elas técnicas, produtivas ou culturais.
• Intervenções: “progresso”, “desenvolvimento”,
“civilização”
• A cidade é um passo adiante do campo → o homem
toma consciência de seu papel na transformação
da natureza.
Antecedentes
• Rio de Janeiro = dupla fundação → francesa e
portuguesa, além de fruto dessa luta, sendo
lugar de colonos e de centro articulador e
irradiador de políticas e de ideias, sobretudo
quando, em 1763, se torna capital.
• Rio Capital = Força simbólica e estética que,
além de um papel moral e civilizador,
desempenha papel de difusão de condutas e modos
de agir. Essas qualidades a transformaram num
microcosmos da nação, se confundindo com o
próprio Brasil
Antecedentes
• Década de 1870: ao lado da introdução dos temas
da abolição e da República, se desenham desejos
civilizatórios mais concretos, na linha das
reformas urbanas europeias que tiveram como
modelo as reformas francesas de Haussmann.
Representação de Paris no século XIX, pintado
por Camille Pissarro (1898).
Antecedentes: nos tempos do
Império
• Década de 1870: ao lado da introdução dos temas
da abolição e da República, se desenham desejos
civilizatórios mais concretos, na linha das
reformas urbanas europeias que tiveram como
modelo as reformas francesas de Haussmann.
• Intelectuais da década de 1870 buscavam tirar o
Brasil de seu sono colonial → dar à capital um
ar cada vez mais cosmopolita, retomando
tradições antigas e eliminando a mancha da
escravidão que em muito contribuía, na visão de
alguns, para dar à cidade um ar colonial.
Nos tempos do Império
• A expansão demográfica e o crescimento
industrial, especialmente do setor têxtil,
indicam alterações no funcionamento e na
distribuição da sociedade carioca →
Crescimento do setor de serviços, surgimento do
mercado de trabalho livre, ampliação das
oportunidades comerciais – que consequentemente
aumentam os investimentos no setor mercantil,
reforçando a sua dominância e garantindo a
expansão das manufaturas e dos ofícios –,
crescimento dos transportes e da circulação,
ampliação dos setores ligados à construção
civil e obras em geral e intensificação da
Nos tempos do Império
Era necessário o afastamento das “classes
perigosas”, da nação subterrânea,
daqueles que enfeavam a cidade e
provocavam tumultos, entendidos como
manifestações de uma “barbárie colonial”
Polícia como uma função civilizadora,
definindo-a como intermediária entre a
população urbana e o governo.
Nos tempos do Império
• Necessidade de um plano urbanístico que definisse
sua vocação de futuro em confronto com o passado
colonial; a falta de luz elétrica, de esgotos e de
água pura; a questão da habitação, associada à da
higiene, em função das doenças e febres que
assolavam a cidade, no inverno e no verão, dando-
lhe um aspecto de atrasada
• Década de 1870: o serviço de esgoto é estabelecido
nos bairros do Catete, Gávea, Botafogo, Centro e
Cidade Nova, ampliando-se até 1875, para Catumbi,
Laranjeiras, São Cristóvão e Engenho Velho. A
iluminação a gás e o abastecimento de água seriam
introduzidos nas áreas nobres da cidade.
• Exposição Internacional de 1873: “uma demonstração
da vocação nobre e civilizada da cidade”
Nos tempos do Império
• Essas mudanças atendem às demandas dos setores
dominantes da sociedade carioca, por outro, não
configuram nada que se possa definir como um plano
organizado de reformas. São apenas melhorias
necessárias a uma capital que aumenta sua
população, recebe a “fina-flor” da
intelectualidade política nacional e se apresenta
como o centro político e cultural do Brasil.
• As casas de modas crescem – Notre Dame, Salgado
Senha e América e China; destacam-se as livrarias
que anunciam o crescimento cultural – Garnier,
Laemmert, Faro, F. Alves, Cruz Coutinho – e as
confeitarias dão o tom do que é moderno nas suas
A Rua do Ouvidor, o ponto de
consumo e de encontro da
sociedade carioca do século XIX.
Fotografia de 1862
Confluência da Rua
Uruguaiana com o Largo da
Carioca, por volta de 1890.
Interior da Livraria Garnier, na Rua do
Ouvidor, de propriedade dos irmãos
franceses Auguste e Hippolyte Garnier
Capa de A Moreninha, romance de
grande sucesso publicado pela
Garnier
A Confeitaria Colombo, na Rua
Gonçalves Dias, foi fundada em
1894 e tinha um rol de clientes
célebres entre seus
frequentadores
A Confeitaria Colombo, na Rua
Gonçalves Dias, ainda está em
funcionamento e é patrimônio
cultural e artístico da cidade.
Nos tempos do Império
• A área central assiste-se ao crescimento de
vendedores ambulantes e de ofícios menos
prestigiosos, como por exemplo, o passeio dos
perus, os vendedores de flores do largo de São
Francisco e o comércio de verduras e de leite.
A cidade ainda está indefinida, caminha
cambaleante em direção ao moderno.
• Alguns bairros vão se formando na periferia dos
antigos. Os abastados começam a tentar
diferenciar o ambiente de trabalho do lugar
destinado ao lazer e à família. Toda essa
movimentação de pobres e ricos aumenta o
Nos tempos do Império
• Assim, a libertação dos escravos e sua
disponibilidade para o trabalho agitam a vida
urbana, num momento em que ela também tem
disponibilidade para recebê-los. As companhias
de bondes, de eletricidade, de abastecimento de
água e da construção civil são algumas das
outras empresas que utilizam essa mão de obra,
incorporando-a ao mercado do trabalho livre. A
maneira de a cidade dar conta dos negros
libertos produz uma euforia cultural,
civilizatória e econômica que legitima o
caminho das reformas, uma vez que atesta a
verdade do discurso da ordem e do progresso.
Acentua-se o cosmopolitismo. Afinal, sem
A cidade do Rio de
Janeiro assume, então,
uma função exemplar para
o restante do Brasil. É
através dela que os
hábitos civilizatórios
penetram no interior,
levando a modernidade
para todos os cantos do
Nos tempos da República
• República = “regeneração” da cidade: o
embelezamento da cidade. Em 1891, intensificam-
se as proibições de hortas e capinzais no
centro urbano e, no ano seguinte, produzem-se
as posturas que têm como objetivo conter a
ampliação das habitações coletivas.
• Em 20 de agosto de 1892 é definida a autonomia
do Distrito Federal, que passa a ter governo
próprio. Barata Ribeiro é o primeiro a ser
indicado como prefeito. Ele começa a
desencadear as mudanças, tentando estabelecer a
vocação moderna da cidade.
Barata Ribeiro, por exemplo, reforma a
Praça XV, intensifica a vigilância sobre
a higiene e o saneamento, e controla as
habitações coletivas da cidade,
entendidas como sínteses da falta de
higiene e do crime, ou seja, marcos da
barbárie. A ação contra os cortiços é
tão intensa que passará a ser um dos
elementos centrais de sua
administração.
Cortiço conhecido como “Cabeça de
Porco” abrigava cerca de 4 mil
pessoas.
A Revista Ilustrada, de fevereiro de 1893,
versejava:
Era de ferro a cabeça/De tal poder infinito/Que –
se bem nos não pareça –/Devia ser de granito./No
seu bojo secular/De forças devastadoras/Viviam
sempre a bailar/Punhais e metralhadoras./Por
isso viveu tranquila/Dos poderes
temerosos/Como louco cão de fila/ Humilhando
poderosos./Mas eis que um dia a barata,/Deu-lhe
na telha, almoçá-la/E assim foi – sem patarata –
/Roendo, até devorá-la (apud Macedo, 1943, p.
63).
(UERJ 2019/2) No início da noite de 26 de janeiro de
1893, por ordem do prefeito do Distrito Federal,
Cândido Barata Ribeiro, a polícia ocupou o mais
célebre dos cortiços cariocas, conhecido como Cabeça
de Porco, no centro da cidade. A estalagem, conjunto
de casinhas onde viviam de 400 a 2000 pessoas, foi em
seguida desocupada, sem que se desse aos moradores o
tempo necessário para recolherem suas coisas. Em
poucas horas, foi demolida. Não tardou para que a
expressão “cabeça de porco” se impusesse como sinônimo
de cortiço.
Adaptado de projetomemoria.art.br.
A ordem de desocupação e demolição do famoso cortiço
em 1893, ironizada em capa de revista da época,
representou mudanças na ação do então prefeito com
relação aos problemas sociais da cidade do Rio de
Janeiro.
Um desses problemas sociais e o objetivo dessa
demolição estão indicados, respectivamente, em:
a) déficit escolar – planificação da expansão urbana
b) fluxo migratório – integração de novos logradouros
(UERJ 2019/2) No início da noite de 26 de janeiro de
1893, por ordem do prefeito do Distrito Federal,
Cândido Barata Ribeiro, a polícia ocupou o mais
célebre dos cortiços cariocas, conhecido como Cabeça
de Porco, no centro da cidade. A estalagem, conjunto
de casinhas onde viviam de 400 a 2000 pessoas, foi em
seguida desocupada, sem que se desse aos moradores o
tempo necessário para recolherem suas coisas. Em
poucas horas, foi demolida. Não tardou para que a
expressão “cabeça de porco” se impusesse como sinônimo
de cortiço.
Adaptado de projetomemoria.art.br.
A ordem de desocupação e demolição do famoso cortiço
em 1893, ironizada em capa de revista da época,
representou mudanças na ação do então prefeito com
relação aos problemas sociais da cidade do Rio de
Janeiro.
Um desses problemas sociais e o objetivo dessa
demolição estão indicados, respectivamente, em:
a) déficit escolar – planificação da expansão urbana
b) fluxo migratório – integração de novos logradouros
Nos tempos da República
• No início do século XX, a cidade Rio de Janeiro
passou por uma remodelação a fim de renovar a
sua imagem como capital de um país que deveria
ser apresentado como uma nação moderna e
civilizada. Tais mudanças correspondiam aos
anseios de uma elite republicana e estavam
incluídas nos planos de duas reformas urbanas,
uma de responsabilidade do governo federal e
outra da administração municipal.
Rodrigues Alves
Pereira Passos
Nos tempos da República
• No início do século XX, a cidade Rio de Janeiro passou
por uma remodelação a fim de renovar a sua imagem como
capital de um país que deveria ser apresentado como uma
nação moderna e civilizada. Tais mudanças correspondiam
aos anseios de uma elite republicana e estavam
incluídas nos planos de duas reformas urbanas, uma de
responsabilidade do governo federal e outra da
administração municipal.
• O governo federal, presidido por Rodrigues Alves, seria
responsável pela remodelação do Porto do Rio de Janeiro
e outras reformas relacionadas à circulação de
mercadorias, como a avenida do cais (atual Rodrigues
Alves), o canal do Mangue e a construção da Avenida
Central, inaugurada em 1905, (atual Rio Branco), esta
última considerada o maior símbolo da “nova capital”. A
administração municipal, comandada pelo então prefeito
Com seu ar afrancesado, a
Avenida Central (atual Rio
Branco) se tornou o novo
palco da moda, o lugar
onde as elites exibiam
seus trajes europeus e
onde as lojas anunciavam a
venda de artigos dernière
bateau (chegados no último
A remodelação da cidade
previa a inserção dos
hábitos das metrópoles
europeias. Decreto de
Passos determinou que só
pessoas em trajes
completos poderiam
circular pela Avenida
Central, ícone dos novos
Com arquitetura
inspirada na Ópera de
Paris, o Theatro
Municipal, inaugurado
em 1909, ajudou a criar
mais um nexo entre o
Rio e a capital
parisiense, tida como a
Inauguração dos primeiros 500
metros de cais, em 1906. A
maior parte do aterro da região
portuária foi feita a partir do
arrasamento do Morro do
Senado, demolido para a
criação do eixo de circulação
entre a Lapa e o Estácio
Nos tempos da República
• Tais intervenções seriam orientadas por novos
usos da capital, e podem ser vistas como um
investimento simbólico a fim de melhorar a
imagem do país no exterior (atraindo imigrantes
e investimentos) e legitimar o regime
republicano em esfera nacional, alcançando o
imaginário de uma população que ainda estava
afetivamente apegada à Monarquia e à figura
central do Imperador D. Pedro II. A atuação no
imaginário social visava produzir a sensação de
uma inserção em novos tempos, apagando da
memória da população as representações que
tivessem afinidades com o período imperial.
Nos tempos da República
• As reformas trariam ao Rio de Janeiro a
“beleza, a salubridade e a modernização”, que
substituiriam a “feiura, a sujeira e o atraso”.
A utilização dessas dicotomias buscava
facilitar a aceitação do público às mudanças
que estavam ocorrendo, mesmo que estas
sacrificassem uma considerável parcela da
população, que precisaria se deslocar e mudar
seu cotidiano. Afinal, a renovação da capital
iria além de mudanças físicas. O prefeito
Pereira Passos buscou eliminar vários hábitos
que faziam parte do cotidiano da cidade,
lançando uma série de proibições. As classes
populares deveriam se adequar às mudanças,
Nos tempos da República:
Conflitos
Revolta da Vacina (1904/Rio de Janeiro)
• Causas Principais: Obrigatoriedade da vacinação
contra a varíola
• Objetivos: Revogação da obrigatoriedade da
vacinação obrigatória
• Resultados: Revolta reprimida, revogação da lei de
obrigatoriedade.
Reformas Urbanas na cidade do  Rio de Janeiro.pptx
Reformas Urbanas na cidade do  Rio de Janeiro.pptx

More Related Content

Similar to Reformas Urbanas na cidade do Rio de Janeiro.pptx

Aula 3 - A questão ambiental
Aula 3 - A questão ambientalAula 3 - A questão ambiental
Aula 3 - A questão ambientalMargarida MTG
 
"O que o rei não viu": música popular e nacionalidade no RJ da 1ª República
"O que o rei não viu": música popular e nacionalidade no RJ da 1ª República"O que o rei não viu": música popular e nacionalidade no RJ da 1ª República
"O que o rei não viu": música popular e nacionalidade no RJ da 1ª RepúblicaalfeuRIO
 
Tcc - A Exclusão da população pobre no ideal urbanístico de Pereira Passos.
Tcc   - A Exclusão da população pobre no ideal urbanístico de Pereira Passos.Tcc   - A Exclusão da população pobre no ideal urbanístico de Pereira Passos.
Tcc - A Exclusão da população pobre no ideal urbanístico de Pereira Passos.Marcela Cris Amorim da Silva
 
Urbanização - Sociologia
Urbanização - SociologiaUrbanização - Sociologia
Urbanização - SociologiaHugo Isaac
 
O Rio Civilizado - Sonhos e Pesadelos da Cidade Moderna
O Rio Civilizado  - Sonhos e Pesadelos da Cidade ModernaO Rio Civilizado  - Sonhos e Pesadelos da Cidade Moderna
O Rio Civilizado - Sonhos e Pesadelos da Cidade ModernaAdilson P Motta Motta
 
Gastronomia nos tempos do barão
Gastronomia nos tempos do barãoGastronomia nos tempos do barão
Gastronomia nos tempos do barãoquituteira quitutes
 
Conceito e categoria de cidade
Conceito e categoria de cidadeConceito e categoria de cidade
Conceito e categoria de cidadeLudmila da Matta
 
Sociedadeculturaecotidianonobrasilimperial 110508083108-phpapp02
Sociedadeculturaecotidianonobrasilimperial 110508083108-phpapp02Sociedadeculturaecotidianonobrasilimperial 110508083108-phpapp02
Sociedadeculturaecotidianonobrasilimperial 110508083108-phpapp02Italo Henrique Borges Silva
 
Formação das Cidades Coloniais
Formação das Cidades ColoniaisFormação das Cidades Coloniais
Formação das Cidades Coloniaisseixasmarianas
 
Sociedade, cultura e cotidiano no Brasil Imperial
Sociedade, cultura e cotidiano no Brasil ImperialSociedade, cultura e cotidiano no Brasil Imperial
Sociedade, cultura e cotidiano no Brasil ImperialEdenilson Morais
 
Revolta da vacina uso da politicagem cidade do Rio De janeiro em
Revolta da  vacina  uso da politicagem  cidade do Rio De janeiro emRevolta da  vacina  uso da politicagem  cidade do Rio De janeiro em
Revolta da vacina uso da politicagem cidade do Rio De janeiro emRicardo Diniz campos
 
SJSXXI - Cap 17 - A questão urbana - Parte I.ppt
SJSXXI - Cap 17 - A questão urbana - Parte I.pptSJSXXI - Cap 17 - A questão urbana - Parte I.ppt
SJSXXI - Cap 17 - A questão urbana - Parte I.pptIdalmaSantos1
 
Geo Urb 3.pptx
Geo Urb 3.pptxGeo Urb 3.pptx
Geo Urb 3.pptxvpcsilva
 
Urbanização - Aula 2 (A Histórias da Cidade, suas Funções e seu Planejamento )
Urbanização - Aula 2 (A Histórias da Cidade, suas Funções e seu Planejamento )Urbanização - Aula 2 (A Histórias da Cidade, suas Funções e seu Planejamento )
Urbanização - Aula 2 (A Histórias da Cidade, suas Funções e seu Planejamento )Luciano Pessanha
 
História das favelas
História das favelasHistória das favelas
História das favelascarlsojsb
 
Geografia urbana 2012
Geografia urbana 2012Geografia urbana 2012
Geografia urbana 2012aroudus
 

Similar to Reformas Urbanas na cidade do Rio de Janeiro.pptx (20)

Aula 3 - A questão ambiental
Aula 3 - A questão ambientalAula 3 - A questão ambiental
Aula 3 - A questão ambiental
 
"O que o rei não viu": música popular e nacionalidade no RJ da 1ª República
"O que o rei não viu": música popular e nacionalidade no RJ da 1ª República"O que o rei não viu": música popular e nacionalidade no RJ da 1ª República
"O que o rei não viu": música popular e nacionalidade no RJ da 1ª República
 
Tcc - A Exclusão da população pobre no ideal urbanístico de Pereira Passos.
Tcc   - A Exclusão da população pobre no ideal urbanístico de Pereira Passos.Tcc   - A Exclusão da população pobre no ideal urbanístico de Pereira Passos.
Tcc - A Exclusão da população pobre no ideal urbanístico de Pereira Passos.
 
Urbanização - Sociologia
Urbanização - SociologiaUrbanização - Sociologia
Urbanização - Sociologia
 
O rio de machado
O rio  de machadoO rio  de machado
O rio de machado
 
O Rio Civilizado - Sonhos e Pesadelos da Cidade Moderna
O Rio Civilizado  - Sonhos e Pesadelos da Cidade ModernaO Rio Civilizado  - Sonhos e Pesadelos da Cidade Moderna
O Rio Civilizado - Sonhos e Pesadelos da Cidade Moderna
 
Gastronomia nos tempos do barão
Gastronomia nos tempos do barãoGastronomia nos tempos do barão
Gastronomia nos tempos do barão
 
Conceito e categoria de cidade
Conceito e categoria de cidadeConceito e categoria de cidade
Conceito e categoria de cidade
 
Sociedadeculturaecotidianonobrasilimperial 110508083108-phpapp02
Sociedadeculturaecotidianonobrasilimperial 110508083108-phpapp02Sociedadeculturaecotidianonobrasilimperial 110508083108-phpapp02
Sociedadeculturaecotidianonobrasilimperial 110508083108-phpapp02
 
Formação das Cidades Coloniais
Formação das Cidades ColoniaisFormação das Cidades Coloniais
Formação das Cidades Coloniais
 
Sociedade, cultura e cotidiano no Brasil Imperial
Sociedade, cultura e cotidiano no Brasil ImperialSociedade, cultura e cotidiano no Brasil Imperial
Sociedade, cultura e cotidiano no Brasil Imperial
 
Revolta da vacina uso da politicagem cidade do Rio De janeiro em
Revolta da  vacina  uso da politicagem  cidade do Rio De janeiro emRevolta da  vacina  uso da politicagem  cidade do Rio De janeiro em
Revolta da vacina uso da politicagem cidade do Rio De janeiro em
 
SJSXXI - Cap 17 - A questão urbana - Parte I.ppt
SJSXXI - Cap 17 - A questão urbana - Parte I.pptSJSXXI - Cap 17 - A questão urbana - Parte I.ppt
SJSXXI - Cap 17 - A questão urbana - Parte I.ppt
 
O Meio Urbano
O Meio UrbanoO Meio Urbano
O Meio Urbano
 
Geo Urb 3.pptx
Geo Urb 3.pptxGeo Urb 3.pptx
Geo Urb 3.pptx
 
Urbanização - Aula 2 (A Histórias da Cidade, suas Funções e seu Planejamento )
Urbanização - Aula 2 (A Histórias da Cidade, suas Funções e seu Planejamento )Urbanização - Aula 2 (A Histórias da Cidade, suas Funções e seu Planejamento )
Urbanização - Aula 2 (A Histórias da Cidade, suas Funções e seu Planejamento )
 
História das favelas
História das favelasHistória das favelas
História das favelas
 
Modernidade.pdf
Modernidade.pdfModernidade.pdf
Modernidade.pdf
 
Brás
BrásBrás
Brás
 
Geografia urbana 2012
Geografia urbana 2012Geografia urbana 2012
Geografia urbana 2012
 

Recently uploaded

Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdflucassilva721057
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxLaurindo6
 
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.Vitor Mineiro
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficasprofcamilamanz
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxPLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxSamiraMiresVieiradeM
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
interfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdfinterfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdfIvoneSantos45
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreElianeElika
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfjanainadfsilva
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 

Recently uploaded (20)

Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
 
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxPLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
interfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdfinterfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdf
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 

Reformas Urbanas na cidade do Rio de Janeiro.pptx

  • 1. Reformas Urbanas no Rio de Janeiro Séculos XX e XXI
  • 2. Noções Gerais • Período em que ocorreram as grandes reformas urbanísticas da cidade do Rio de Janeiro. • Rio de Janeiro como o exemplo vivo do crescimento em todas as suas facetas, sejam elas técnicas, produtivas ou culturais. • Intervenções: “progresso”, “desenvolvimento”, “civilização” • A cidade é um passo adiante do campo → o homem toma consciência de seu papel na transformação da natureza.
  • 3. Antecedentes • Rio de Janeiro = dupla fundação → francesa e portuguesa, além de fruto dessa luta, sendo lugar de colonos e de centro articulador e irradiador de políticas e de ideias, sobretudo quando, em 1763, se torna capital. • Rio Capital = Força simbólica e estética que, além de um papel moral e civilizador, desempenha papel de difusão de condutas e modos de agir. Essas qualidades a transformaram num microcosmos da nação, se confundindo com o próprio Brasil
  • 4. Antecedentes • Década de 1870: ao lado da introdução dos temas da abolição e da República, se desenham desejos civilizatórios mais concretos, na linha das reformas urbanas europeias que tiveram como modelo as reformas francesas de Haussmann.
  • 5. Representação de Paris no século XIX, pintado por Camille Pissarro (1898).
  • 6. Antecedentes: nos tempos do Império • Década de 1870: ao lado da introdução dos temas da abolição e da República, se desenham desejos civilizatórios mais concretos, na linha das reformas urbanas europeias que tiveram como modelo as reformas francesas de Haussmann. • Intelectuais da década de 1870 buscavam tirar o Brasil de seu sono colonial → dar à capital um ar cada vez mais cosmopolita, retomando tradições antigas e eliminando a mancha da escravidão que em muito contribuía, na visão de alguns, para dar à cidade um ar colonial.
  • 7. Nos tempos do Império • A expansão demográfica e o crescimento industrial, especialmente do setor têxtil, indicam alterações no funcionamento e na distribuição da sociedade carioca → Crescimento do setor de serviços, surgimento do mercado de trabalho livre, ampliação das oportunidades comerciais – que consequentemente aumentam os investimentos no setor mercantil, reforçando a sua dominância e garantindo a expansão das manufaturas e dos ofícios –, crescimento dos transportes e da circulação, ampliação dos setores ligados à construção civil e obras em geral e intensificação da
  • 8. Nos tempos do Império Era necessário o afastamento das “classes perigosas”, da nação subterrânea, daqueles que enfeavam a cidade e provocavam tumultos, entendidos como manifestações de uma “barbárie colonial” Polícia como uma função civilizadora, definindo-a como intermediária entre a população urbana e o governo.
  • 9. Nos tempos do Império • Necessidade de um plano urbanístico que definisse sua vocação de futuro em confronto com o passado colonial; a falta de luz elétrica, de esgotos e de água pura; a questão da habitação, associada à da higiene, em função das doenças e febres que assolavam a cidade, no inverno e no verão, dando- lhe um aspecto de atrasada • Década de 1870: o serviço de esgoto é estabelecido nos bairros do Catete, Gávea, Botafogo, Centro e Cidade Nova, ampliando-se até 1875, para Catumbi, Laranjeiras, São Cristóvão e Engenho Velho. A iluminação a gás e o abastecimento de água seriam introduzidos nas áreas nobres da cidade. • Exposição Internacional de 1873: “uma demonstração da vocação nobre e civilizada da cidade”
  • 10. Nos tempos do Império • Essas mudanças atendem às demandas dos setores dominantes da sociedade carioca, por outro, não configuram nada que se possa definir como um plano organizado de reformas. São apenas melhorias necessárias a uma capital que aumenta sua população, recebe a “fina-flor” da intelectualidade política nacional e se apresenta como o centro político e cultural do Brasil. • As casas de modas crescem – Notre Dame, Salgado Senha e América e China; destacam-se as livrarias que anunciam o crescimento cultural – Garnier, Laemmert, Faro, F. Alves, Cruz Coutinho – e as confeitarias dão o tom do que é moderno nas suas
  • 11. A Rua do Ouvidor, o ponto de consumo e de encontro da sociedade carioca do século XIX. Fotografia de 1862 Confluência da Rua Uruguaiana com o Largo da Carioca, por volta de 1890.
  • 12. Interior da Livraria Garnier, na Rua do Ouvidor, de propriedade dos irmãos franceses Auguste e Hippolyte Garnier
  • 13. Capa de A Moreninha, romance de grande sucesso publicado pela Garnier
  • 14. A Confeitaria Colombo, na Rua Gonçalves Dias, foi fundada em 1894 e tinha um rol de clientes célebres entre seus frequentadores
  • 15. A Confeitaria Colombo, na Rua Gonçalves Dias, ainda está em funcionamento e é patrimônio cultural e artístico da cidade.
  • 16. Nos tempos do Império • A área central assiste-se ao crescimento de vendedores ambulantes e de ofícios menos prestigiosos, como por exemplo, o passeio dos perus, os vendedores de flores do largo de São Francisco e o comércio de verduras e de leite. A cidade ainda está indefinida, caminha cambaleante em direção ao moderno. • Alguns bairros vão se formando na periferia dos antigos. Os abastados começam a tentar diferenciar o ambiente de trabalho do lugar destinado ao lazer e à família. Toda essa movimentação de pobres e ricos aumenta o
  • 17. Nos tempos do Império • Assim, a libertação dos escravos e sua disponibilidade para o trabalho agitam a vida urbana, num momento em que ela também tem disponibilidade para recebê-los. As companhias de bondes, de eletricidade, de abastecimento de água e da construção civil são algumas das outras empresas que utilizam essa mão de obra, incorporando-a ao mercado do trabalho livre. A maneira de a cidade dar conta dos negros libertos produz uma euforia cultural, civilizatória e econômica que legitima o caminho das reformas, uma vez que atesta a verdade do discurso da ordem e do progresso. Acentua-se o cosmopolitismo. Afinal, sem
  • 18. A cidade do Rio de Janeiro assume, então, uma função exemplar para o restante do Brasil. É através dela que os hábitos civilizatórios penetram no interior, levando a modernidade para todos os cantos do
  • 19. Nos tempos da República • República = “regeneração” da cidade: o embelezamento da cidade. Em 1891, intensificam- se as proibições de hortas e capinzais no centro urbano e, no ano seguinte, produzem-se as posturas que têm como objetivo conter a ampliação das habitações coletivas. • Em 20 de agosto de 1892 é definida a autonomia do Distrito Federal, que passa a ter governo próprio. Barata Ribeiro é o primeiro a ser indicado como prefeito. Ele começa a desencadear as mudanças, tentando estabelecer a vocação moderna da cidade.
  • 20. Barata Ribeiro, por exemplo, reforma a Praça XV, intensifica a vigilância sobre a higiene e o saneamento, e controla as habitações coletivas da cidade, entendidas como sínteses da falta de higiene e do crime, ou seja, marcos da barbárie. A ação contra os cortiços é tão intensa que passará a ser um dos elementos centrais de sua administração.
  • 21. Cortiço conhecido como “Cabeça de Porco” abrigava cerca de 4 mil pessoas.
  • 22. A Revista Ilustrada, de fevereiro de 1893, versejava: Era de ferro a cabeça/De tal poder infinito/Que – se bem nos não pareça –/Devia ser de granito./No seu bojo secular/De forças devastadoras/Viviam sempre a bailar/Punhais e metralhadoras./Por isso viveu tranquila/Dos poderes temerosos/Como louco cão de fila/ Humilhando poderosos./Mas eis que um dia a barata,/Deu-lhe na telha, almoçá-la/E assim foi – sem patarata – /Roendo, até devorá-la (apud Macedo, 1943, p. 63).
  • 23. (UERJ 2019/2) No início da noite de 26 de janeiro de 1893, por ordem do prefeito do Distrito Federal, Cândido Barata Ribeiro, a polícia ocupou o mais célebre dos cortiços cariocas, conhecido como Cabeça de Porco, no centro da cidade. A estalagem, conjunto de casinhas onde viviam de 400 a 2000 pessoas, foi em seguida desocupada, sem que se desse aos moradores o tempo necessário para recolherem suas coisas. Em poucas horas, foi demolida. Não tardou para que a expressão “cabeça de porco” se impusesse como sinônimo de cortiço. Adaptado de projetomemoria.art.br. A ordem de desocupação e demolição do famoso cortiço em 1893, ironizada em capa de revista da época, representou mudanças na ação do então prefeito com relação aos problemas sociais da cidade do Rio de Janeiro. Um desses problemas sociais e o objetivo dessa demolição estão indicados, respectivamente, em: a) déficit escolar – planificação da expansão urbana b) fluxo migratório – integração de novos logradouros
  • 24. (UERJ 2019/2) No início da noite de 26 de janeiro de 1893, por ordem do prefeito do Distrito Federal, Cândido Barata Ribeiro, a polícia ocupou o mais célebre dos cortiços cariocas, conhecido como Cabeça de Porco, no centro da cidade. A estalagem, conjunto de casinhas onde viviam de 400 a 2000 pessoas, foi em seguida desocupada, sem que se desse aos moradores o tempo necessário para recolherem suas coisas. Em poucas horas, foi demolida. Não tardou para que a expressão “cabeça de porco” se impusesse como sinônimo de cortiço. Adaptado de projetomemoria.art.br. A ordem de desocupação e demolição do famoso cortiço em 1893, ironizada em capa de revista da época, representou mudanças na ação do então prefeito com relação aos problemas sociais da cidade do Rio de Janeiro. Um desses problemas sociais e o objetivo dessa demolição estão indicados, respectivamente, em: a) déficit escolar – planificação da expansão urbana b) fluxo migratório – integração de novos logradouros
  • 25. Nos tempos da República • No início do século XX, a cidade Rio de Janeiro passou por uma remodelação a fim de renovar a sua imagem como capital de um país que deveria ser apresentado como uma nação moderna e civilizada. Tais mudanças correspondiam aos anseios de uma elite republicana e estavam incluídas nos planos de duas reformas urbanas, uma de responsabilidade do governo federal e outra da administração municipal.
  • 27. Nos tempos da República • No início do século XX, a cidade Rio de Janeiro passou por uma remodelação a fim de renovar a sua imagem como capital de um país que deveria ser apresentado como uma nação moderna e civilizada. Tais mudanças correspondiam aos anseios de uma elite republicana e estavam incluídas nos planos de duas reformas urbanas, uma de responsabilidade do governo federal e outra da administração municipal. • O governo federal, presidido por Rodrigues Alves, seria responsável pela remodelação do Porto do Rio de Janeiro e outras reformas relacionadas à circulação de mercadorias, como a avenida do cais (atual Rodrigues Alves), o canal do Mangue e a construção da Avenida Central, inaugurada em 1905, (atual Rio Branco), esta última considerada o maior símbolo da “nova capital”. A administração municipal, comandada pelo então prefeito
  • 28. Com seu ar afrancesado, a Avenida Central (atual Rio Branco) se tornou o novo palco da moda, o lugar onde as elites exibiam seus trajes europeus e onde as lojas anunciavam a venda de artigos dernière bateau (chegados no último
  • 29. A remodelação da cidade previa a inserção dos hábitos das metrópoles europeias. Decreto de Passos determinou que só pessoas em trajes completos poderiam circular pela Avenida Central, ícone dos novos
  • 30. Com arquitetura inspirada na Ópera de Paris, o Theatro Municipal, inaugurado em 1909, ajudou a criar mais um nexo entre o Rio e a capital parisiense, tida como a
  • 31. Inauguração dos primeiros 500 metros de cais, em 1906. A maior parte do aterro da região portuária foi feita a partir do arrasamento do Morro do Senado, demolido para a criação do eixo de circulação entre a Lapa e o Estácio
  • 32. Nos tempos da República • Tais intervenções seriam orientadas por novos usos da capital, e podem ser vistas como um investimento simbólico a fim de melhorar a imagem do país no exterior (atraindo imigrantes e investimentos) e legitimar o regime republicano em esfera nacional, alcançando o imaginário de uma população que ainda estava afetivamente apegada à Monarquia e à figura central do Imperador D. Pedro II. A atuação no imaginário social visava produzir a sensação de uma inserção em novos tempos, apagando da memória da população as representações que tivessem afinidades com o período imperial.
  • 33. Nos tempos da República • As reformas trariam ao Rio de Janeiro a “beleza, a salubridade e a modernização”, que substituiriam a “feiura, a sujeira e o atraso”. A utilização dessas dicotomias buscava facilitar a aceitação do público às mudanças que estavam ocorrendo, mesmo que estas sacrificassem uma considerável parcela da população, que precisaria se deslocar e mudar seu cotidiano. Afinal, a renovação da capital iria além de mudanças físicas. O prefeito Pereira Passos buscou eliminar vários hábitos que faziam parte do cotidiano da cidade, lançando uma série de proibições. As classes populares deveriam se adequar às mudanças,
  • 34. Nos tempos da República: Conflitos Revolta da Vacina (1904/Rio de Janeiro) • Causas Principais: Obrigatoriedade da vacinação contra a varíola • Objetivos: Revogação da obrigatoriedade da vacinação obrigatória • Resultados: Revolta reprimida, revogação da lei de obrigatoriedade.