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Qual é o seu sobrenome meu irmão?
Alves Andrade Alencar
Amaral Alfaia Aguiar
Arruda Benjamim Bento
Bentes Bezerra Brito
Botelho Cabral Cáceres
Carvalho Cardoso Cerqueira
Costa Cintra Contente
Daniel David Duarte
D’avila Dias Elias
Franco Ferreira Fundão
Feijão Fonseca Gabai
Fonseca Gabilho Gomes
Henriques Holanda Ladeira
Lisboa Linhares Levi
Leite Madeira Machado
Marques Matos Matatias
Moreno Mendes Mello
Medina Muniz Navarro
Neto Nunes Noronha
Osório Oliveira Obadia
Passarinho Pina Pinto
Pereira Prado Porto
Rocha Ribeiro; Regatão
Rego Rodrigues; Salomão
Santos Saraiva Salvador
Serra Silva Silveira
Simão Soares Viana
Vasconcelos Vieira + 250
Vamos então conhecer a história de suas raízes
A INFLUENCIA JUDAICA NA CULTURA BRASILEIRA
Por Michael Winetzki – MI – 33º
da Academia Sorocabana de Letras
Aquele que aprende
a ensinar para ensinar,
enriquece o seu
conhecimento para
transmiti-lo.
Porem quem
aprende com o objetivo de
por em pratica o que
aprende: aprende e ensina:
observa e realiza.
Rabi Ismael Pirguet Abot – Sec. VII
Palestra para as Lojas Maçônicas
ARLS “LICEU’’ n. 394 – LINS, SP
ARBBLS “FORTALEZA” n. 3 – FORTALEZA, CE
ARLS “CAVALEIROS DO CRUZEIRO DO SUL’’ – N. 99 – FORTALEZA, CE
Aquele que aprende
a ensinar para ensinar,
enriquece o seu
conhecimento para
transmiti-lo.
Porem quem
aprende com o objetivo de
por em pratica o que
aprende: aprende e ensina:
observa e realiza.
Rabi Ismael Pirguet Abot – Sec. VII
Índice dos slides
• A execução
• Onde ficava o Éden
• A Santa Inquisição
• O Pau-Brasil
• A indústria do açúcar
• Sobrenomes judeus
• Os judeus em Pernambuco
• A fundação de Nova York
• Os regatões da Amazônia
• A miscigenação
• Os médicos judeus – 1 e 2
• A assimilação profunda
• O judeu santo milagreiro
• Empresário judeus
• Comunicação – 1 e 2
• Cultura e Ciência – 1 e 2
• Contribuições para o idioma –
1 a 4
• Contribuições curiosas do
judaísmo
• Fontes consultadas
A Execução A chuva caía em grossas gotas sobre os paralelepípedos
encharcados formando rápidos cursos e inúmeras poças. Os cavalos
apressavam-se, espargindo água para os lados, enquanto a comitiva
cortava a madrugada.
Dentro da carruagem com as cortinas cerradas, o padre
procurava obter do prisioneiro a derradeira confissão.
Este, trajando o sambenito de algodão grosseiro,
amordaçado, mãos atadas com cordas rústicas, de olhos fechados, ia
fazendo as suas últimas orações. As torturas não tinham conseguindo
quebrantar o seu espírito e há muito, a dor, de acérrima inimiga,
havia se transformado em suave companheira.
Ainda é madrugada quando chegam ao local. A execução
não havia sido anunciada e não havia público, mas, apesar do
segredo, os rituais legais da morte precisavam ser seguidos. Sobre o
monte de lenha, o carrasco, o sacerdote e o prisioneiro que pediu
para não ser vendado. Como testemunhas os soldados da guarda e o
condutor da carruagem. Alguém disse, que escondido, o Rei assistia à
execução.
Eleva-se a voz do sacerdote: - pela última vez infeliz, renegas
a heresia e aceitas Jesus Cristo como seu único Senhor e Salvador ?
Enquanto o carrasco acende o fogo que o consumirá, o
prisioneiro murmura: - Ouve ó Israel, o Senhor é nosso Deus, o
Senhor é um!
Onde ficava o Éden? Quem era afinal a vítima do carrasco ?
Pedro de Rates Henequim, cristão-novo, erudito historiador,
geógrafo, astrônomo, matemático, e aventureiro, um dos maiores
cérebros do império português que viveu 26 anos no Brasil e
finalmente morreu em sua própria terra como apóstata.
Esse notável estudioso, que sabia ler os livros sagrados em
hebraico e aramaico e as versões em latim e grego, após décadas de
estudo identificou o lugar onde teria sido o paraíso terrestre, o Éden.
Dizia que do local do paraíso seria possível ver uma
constelação em cruz, o trono de Deus, o Cruzeiro do Sul; que a árvore
do conhecimento era não a macieira e sim a bananeira, que ele
chamava de árvore da vida e os nove rios que demarcavam o paraíso
seriam os rios que formam a bacia amazônica : Amazonas, Juruá, Tefé,
Guará, Purus, Madeira, Tapajós. Xingu e Tocantins.
O paraíso terrestre teria sido onde hoje se situa o Estado do
Pará, que aliás, em hebraico, significa "vaca".
A Santa Inquisição Os guardas retiram o que sobrou do corpo, enfiam-no
em um grande saco de aniagem e o jogam no chão da carruagem.
O padre esparge água benta em forma de cruz sobre o cadáver
queimado e reduzido a pó, "para que dele não restasse qualquer
memória".
A chuva torrencial lava qualquer sinal do acontecido. O
sol começa a nascer na úmida Lisboa em meados de fevereiro de
1744.
Entre os anos de 1492 e 1540, a o Tribunal do Santo
Ofício da Inquisição obrigou a conversão ao catolicismo de cerca
de 190.000 judeus em Portugal e Espanha. Outras centenas de
milhares de homens, mulheres e crianças que se negaram à
conversão foram torturados e dizimados da forma mais cruel.
Observe-se que nesta época cerca de metade de população de
Portugal, em torno um milhão de habitantes, era composta de
judeus.
Basta dizer que o primeiro livro impresso em Portugal,
em 1487, foi a Torah (Pentateuco) em caracteres hebraicos.
O Pau-Brasil
Em 1500 o descobrimento abre uma oportunidade para a fuga
dos judeus portugueses que corriam risco de vida. Importantes oficiais
judeus da esquadra de Cabral foram o interprete Gaspar da Gama e o
médico, astrônomo e físico João Faras (Mestre João). Os mapas e cartas
navais eram confeccionados por cartógrafos e instrumentadores judeus
como Jehuda Cresques da Escola Naval de Sagres.
Em 1503 o cristão-novo Fernão de Loronha, que passou para a
história como Fernando de Noronha apresenta a D. Manuel a primeira
proposta de colonização do novo território. O grupo de judeus cristãos-
novos liderados por Noronha arrendava todo o Brasil e obtinha o
monopólio de tudo que o país produzia, principalmente Pau-Brasil e
comércio de escravos, em troca de mandar anualmente seis barcos
carregados de mercadorias para a metrópole, descobrirem 300 léguas
de novas terras e construírem e manterem algumas fortificações.
Há uma teoria de que o nome Brasil tem origem no pau-brasil,
madeira de cor avermelhada que foi o primeiro produto de exportação
do país, e que também é conhecido pau-ferro. Curioso é notar que em
hebraico, ainda hoje, a palavra que denomina ferro é barzel. Brasil
poderia ser assim uma derivação dessa expressão.
A indústria do açúcar
Em 1516, D. Manuel distribui ferramentas aos que
quisessem se mudar para o Brasil. Ele queria implantar engenhos de
cana nesta terra "recém descoberta". Milhares de judeus
aproveitam esta oportunidade.
Martin Afonso de Souza, cristão novo, discípulo do judeu
português Pedro Nunes foi mandado pelo Rei D. João III em 1531
para a primeira expedição sistemática colonizadora tendo
implantado o primeiro engenho de açúcar do país em S. Vicente. As
primeiras usinas de açúcar do Brasil foram criadas por judeus
egressos da Ilha da Madeira, onde esta cultura era tradicional.
Em 1550 havia 5 engenhos no país. Em 1600 havia 120.
Segundo os historiadores Oliveira Lima e Gilberto Freyre, "a
indústria do açúcar foi importada pelo Brasil pela maior parte por
judeus, que constituíam o melhor elemento econômico de sua
época, e lucravam com fugir à fúria religiosa que grassava na
Península Ibérica". Um dos maiores usineiros de açúcar de
Pernambuco era Diogo Fernandes, marido da judia Branca Dias, uma
das poucas brasileiras executadas pela Inquisição e que dá nome nos
dias de hoje a um belíssimo palacete, que é um museu e também
sede de uma Loja Maçônica em João Pessoa, na Paraíba.
Sobrenomes judeus
Há milhares de sobrenomes judeus utilizando a combinação das cores, dos elementos da natureza,
dos ofícios, cidades e características físicas, tendo como raiz, por exemplo as seguintes palavras:
Cores: Roit, Roth (vermelho); Grun, Grinn (verde); Wais, Weis, Weiss (branco); Schwartz, Swarty (escuro,
negro); Gelb, Gel (amarelo); Blau (azul)
Panoramas: Berg (montanha); Tal, Thal (vale); Wasser (água); Feld (campo); Stein (pedra); Stern (estrela);
Hamburguer (morador da vila).
Metais, pedras preciosas e mercadorias: Gold (ouro), Silver (prata), Kupfer (cobre), Eisen (ferro), Diamant,
Diamante (diamante), Rubin (rubi), Perl (pérola), Glass, (vidro), Wein (vinho).
Vegetação ou natureza: Baum, Boim (árvore); Blat (folha); Blum, Blume (flor); Rose (rosa); Holz, (Madeira).
Características físicas: Shein, Shen (bonito); Hoch (alto); Lang (comprido); Gross, Grois (grande), Klein
(pequeno), Kurtz (curto); Adam (homem).
Ofícios: Beker (padeiro); Schneider (alfaiate); Schreiber (escriturário); Singer; (cantor); Holtzkocker (cortador
de madeira), Geltschimidt (ourives), Kreigsman, Krigsman, Krieger, Kriger (guerreiro, soldado), Eisener
(ferreiro), Fischer (peixeiro ou pescador), Glass, Gleizer (vidreiro).
Utilizam-se as palavras de forma simples, combinadas e com a agregação de sílabas como son, filho; man,
homem ou er, que designa lugar.
Os judeus em
Pernambuco
Em janeiro de 1605 foi dado perdão geral em troca do donativo de
1.700.000 cruzados. Em 1610 retira-se a concessão de saída de 1601.
De 1637 a 1644 são tempos áureos para os judeus no governo de
Maurício de Nassau. Em 1641 funda-se a 1ª Sinagoga das Américas “Kahal
Zur Israel", em Recife. Chega da Holanda o rabino Isaac Aboab da Fonseca,
que tinha ascendência portuguesa. Nesta época famílias judias controlavam
cerca de 40% do comércio e da exportação locais.
A comunidade deixou marcas na formação e no traçado da cidade
do Recife: construiu mais de 300 casas e sobrados, escola, cemitério e a
primeira ponte recifense (a Buarque de Macedo) que foi encomendada por
Maurício de Nassau a um judeu, Baltazar da Fonseca. O valorizado bairro de
Pina ostenta o sobrenome de uma das mais prósperas famílias da época.
O bairro de Boa Vista concentrava as moradias de judeus no Recife
até a década de 70. A Praça Maciel Pinheiro era uma espécie de ponto de
encontro. A casa da escritora Clarice Lispector, que era judia, é próxima.
Muitos hábitos ainda hoje cultivados pelos pernambucanos são
herança deixada pelos judeus: pintar a casa no final de ano; arrumá-la às
sextas-feiras; comprar mercadorias em prestações à porta de casa, entre
outros
A fundação de
Nova York
Nova York é a cidade mais judaica do mundo com 2 milhões de judeus.
Em 1654 eram só 23 e sua memória é preservada. Nos cemitérios dos pioneiros
veem-se sobrenomes familiares: Fonseca, Seixas, Cardoso, Bueno. São os judeus
de Pernambuco.
Com a derrota dos holandeses em 1654, um grupo de famílias judias
estabelecidas há muito no Recife, temendo a volta da Inquisição, toma um navio
e ruma para uma colônia holandesa ao norte, Nova Amsterdã. Dez anos depois de
sua chegada a cidade mudaria o nome para Nova York. Esse grupo fez parte dos
fundadores da cidade de Nova York.
Os descendentes desses pioneiros se tornariam parte da sua história.
Um deles, Benjamin Mendes, fundou a Bolsa de Nova York. Outro, Gerson
Mendes Seixas foi um dos maiores líderes religiosos dos EUA. Benjamin Cardoso
fez parte da Suprema Corte. O maior jornal do mundo, The New York Times
pertence até hoje a uma família de origem pernambucana.
Para a construção do pedestal da Estátua da Liberdade, Emma Lazarus,
poetisa renomada e também descendente, leiloou uma de suas obras, The New
Colossus, um poema inspirado na história de seus antepassados. Um trecho está
gravado na base da estatua e se tornou o o lema de NY.
“Venham a mim os exaustos, os pobres, as massas que anseiam por liberdade”.
Os regatões
na Amazônia
De 1770 a 1824 ocorre um período de liberalização e forte
imigração de judeus marroquinos e alsacianos para a Amazônia, que
acabaram por monopolizar a produção e exportação de borracha
durante o seu período de maior apogeu.
Os imigrantes vinham para Belém do Pará e se estabeleceram
em Belém, Manaus, Cametá, Gurupá, Breves, Baião, Macapá, Santarém,
Itaituba, Óbidos, Parintins, Maués, Itacoatiara, Manacapuru, Coari, Tefé,
Humaitá, Porto Velho, e outras cidades.
Outro ramo foi para o Nordeste e se estabeleceu no Ceará,
criando uma grande e próspera colônia em Sobral, especialmente por
causa do porto de Camocim, que nesta época não era alfandegado e da
excelente estrada de ferro, construída por D. Pedro II, que ligava o porto
a Sobral. Em Sobral e Camocim há cemitérios com lápides em hebraico.
Colônias se estabeleceram na Paraíba, Bahia e Rio Grande do Norte.
Os judeus foram os primeiros regatões da Amazônia e a bordo
de seus barcos e batelões levavam mercadorias para vender no mais
remotos rincões em troca de castanha, borracha, bálsamo de copaíba,
peles e couros e outros produtos que depois eram exportados.
A miscigenação
Qualquer solução que permitisse escapar "a fúria religiosa da
inquisição" era bem vista pelos judeus. Com o passar do tempo, criaram
processos de resistência cultural como forma de sobrevivência e houve a
miscigenação com a população nativa do Brasil, como índios, brancos e
negros. Dedicaram-se ao cultivo da terra, ao comércio do açúcar, bem
como a promover o casamento dos seus descendentes com filhas ou
viúvas de donos do engenho, e na época dos holandeses, adquirirem os
engenhos confiscados aos portugueses por meio dos leilões públicos.
Acredita-se que, no período colonial, aproximadamente 30% da
população brasileira descendessem de cristãos-novos.
Diz Varnhagem que judeus foram pioneiros da independência
com sua valiosa ajuda por meio da tenacidade da raça eleita e do povo
israelita e seus descendentes.
Kaplan escreve que a presença dos judeus se confunde com a
própria história do Brasil, influenciando a cultura brasileira por meio de
seus princípios e valores, como a visão material, preceitos de caridade,.
respeito ao que pertence ao próximo e a negociação honesta no
comércio que estão presentes no pensamento da cultura judaica.
Os médicos judeus - 1
Entre os tradicionais ofícios dos judeus portugueses, figuram
os de médico e cirurgião. Na "História Geral da Medicina Brasileira", de
Lycurgo Santos Filho, são numerosas as alusões aos judeus convertidos,
"quase todos... os que vêm exercer a profissão médico-farmacêutica".
A eles é dedicada parte da obra, com uma relação de nomes. Um dos
motivos da atração judaica pela medicina: é uma profissão "portátil",
que depende de conhecimento e técnica e que pode ser levada para
qualquer lugar. E um desses lugares foi o Brasil.
Os primeiros médicos que atuaram em solo brasileiro foram
Mestre João, integrante da frota de Cabral; Jorge de Valadares,
integrante da comitiva de Tomé de Souza e Jorge Fernandes, membro
da comitiva de D. Duarte da Costa. Todos, cristãos-novos.
A pesquisadora Bella Herson diz em "Cristãos-novos e Seus
Descendentes na Medicina Brasileira (1500-1850)", (editado pela
Edusp) que os médicos cristãos-novos brasileiros introduziram no país
as plantas medicinais e publicavam tratados sob pseudônimo, para
enganar a Inquisição. Foi o caso de Simão Pinheiro Morão, que se
assinava "Reinhipo", anagrama de Pinheiro. Contudo, a história dos
médicos judeus no Brasil é triste. Esta não era uma profissão apreciada:
mal paga e trabalhosa, medicina era "negócio de judeu".
Os médicos judeus - 2 A quantidade de médicos judeus no Brasil é expressiva.
Milhares deles tornam a nossa medicina uma das melhores do
mundo. Clínicas e hospitais judaicos seguiram o mesmo padrão.
Em 1957 a comunidade israelita de SP decidiu oferecer
à cidade uma instituição médica exemplar e criou o Hospital
Israelita Albert Einstein, o mais avançado da América Latina e
um dos “top ten” do mundo com um moderno centro de ensino
e pesquisa e um Instituto de Responsabilidade Social que atende
gratuitamente a mais de dez mil famílias da comunidade de
Paraisópolis, vizinha do hospital, honrando os valores que o
criaram – Refuá (saúde), Chinuch (educação), Mitzvot (boas
ações) e Tzedaká (solidariedade).
Há que se destacar também, entre muitos outros, o
trabalho do médico e indigenista judeu Noel Nutels que levou
para as comunidades indígenas e mais carentes dos sertões o
Serviço de Unidades Aéreas de Saúde, tratando e salvando
milhares de vidas.
A assimilação profunda Entre 1824-1855 ocorreu a fase da
assimilação profunda e a equalização total entre
judeus e cristãos perante a lei. O período entre 1855 e
1900 marcou o início do movimento imigratório
moderno, caracterizado pelas primeiras levas de
imigrantes judeus, oriundos, sucessivamente, da
África do Norte, da Europa Ocidental, do Oriente
Próximo e mesmo da Europa Oriental, precursores das
correntes caudalosas que, nas primeiras décadas do
século XX, viriam gerar e moldar a atual coletividade
israelita do país.
Esses judeus se estabeleceram no sul e
sudeste do país e se dedicaram principalmente ao
comércio, a indústria, a construção civil e a área de
comunicação.
Por exemplo: o primeiro prédio feito em
concreto armado em todo o Brasil, foi a sinagoga Beth
El em S. Paulo.
O santo judeu milagreiro
dos católicos de Manaus
O censo de 2010 contou 107.329 judeus no Brasil.
Como os judeus tem baixo crescimento demográfico
não deve haver muitos mais mas segundo estudiosos, cerca de
10% da população brasileira, algo em torno de 17 milhões de
pessoas, é descendente dos judeus fugidos da Inquisição. Isso
quer dizer que a população de cristãos novos, descendentes
de judeus no Brasil, é praticamente igual a população total de
judeus em todo o mundo.
O rabino Shalom Emanuel Muyal chegou à Manaus
por volta de 1910 e morreu em 1912 de febre amarela Sua
sepultura tornou-se local de peregrinações depois de ganhar
fama de santo milagreiro. O rabino de Manaus mandou
construir um muro ao redor do túmulo, mas os devotos
católicos passaram a usar o muro como suporte para placas e
quadros em que fazem seus pedidos ao rabi Muyal e também
proclamam as graças alcançadas. "Ele se tornou o santo judeu
dos católicos da Amazônia", e continua a ser venerado no
Amazonas.
Empresários judeus
Famílias judaicas comandam bancos, como o Banco Safra e o
Banco Cidade, imobiliárias e construtoras como a Cyrella, de Ellie
Horn, a maior do Brasil, comércios, e os exemplos são centenas, como
as Casas Bahia, Ponto Frio e muitos outros, joalherias como a H. Stern,
de Hans Stern, uma das maiores do mundo, etc. Aliás, o comércio de
joalherias e metais e pedras preciosas e quase que um monopólio dos
judeus,
Os maiores fabricantes de papel do Brasil, Klabin, Lafer e
Feffer são judeus e também o são os donos de grandes indústrias de
autopeças como a Metal Leve e Cofap.
Benjamin Steinbruch comanda a gigantesca tecelagem
Vicunha e a CSN. German Eframovitch construiu a Avianca e Girz
Aronson revolucionou o comércio de eletrodomésticos dos anos 50 a
70. Isaac Benayon Sabbá, do Amazonas, é um dos maiores
empresários na área de petróleo do Brasil com 42 fabricas, Julio
Bogoricin foi por décadas a maior imobiliária do país.
Lily Safra, além de ser casada com o homem mais rico do
Brasil, recentemente falecido, José Safra, mantinha uma ‘boutique’ de
senhora rica chamada Ponto Frio, com centenas de lojas.
Comunicação - 1
Na área da comunicação o SBT de Senor Abravanel, (Silvio Santos), a
extinta TV Manchete, da família Bloch, a Rede Brasil Sul de Comunicação com
sede no RS, a Editora Abril; a Editora Nova América (dos gibis), a rádio e TV
Vanguarda de Sorocaba e São José dos Campos e outras tantas pertencem a
famílias de origem judia.
William Bonner, o apresentador do JN se chama William Bonemer.
São judeus também, ou foram, entre muitos outros, Luciano Huck, Serginho
Groissman, Juca Chaves, Cacá Rosset, Mateus Solano, Caco Ciocler – ator,
Cláudia Ohana – atriz, Dan Stulbach – ator, Débora Bloch – atriz, Deborah
Evelyn (Deborah Sochaczewski Evelyn) – atriz, Dina Sfat (Dina Kutner) – atriz,
Elias Gleiser (Elicz Gleiser) – ator, Etty Fraser – atriz, Eva Todor – atriz, Eva
Wilma (Eva Wilma Riefle Buckup) – atriz, Gilbert (Abraham Gilbert Stein) - ator,
cantor e radialista, Ida Gomes (Ida Szafran Gomes) – atriz, Jaime Barcelos –
ator, Jonas Bloch – ator, Jorge Mautner - cantor, compositor e escritor, José
Lewgoy – ator, Luciano Szafir – ator, Marcos Mion (Marcos Chaib Mion) - ator e
apresentador de TV, Natalia Thimberg – atriz, Odilon Wagner – ator, Renata
Sorrah (Renata Leonardo Pereira Sochaczewski) – atriz, Sura Berditchevsky
(Sílvia Berditchevsky) - atriz, diretora e professora de teatro, Tereza Rachel
(Teresinha Brandwain de La Sierra) – atriz, Viviane Pasmanter – atriz e
Ziembinski (Zbigniew Marian Ziembinski) - ator
Comunicação - 2
Na área da comunicação ainda Alberto Dines, Arnaldo Niskier, Boris
Casoy, Berta Loran, Bussunda, Caio Blinder, Daniel Azulay, Didi Wagner,
Fernando Reski, Luiz Mell (Marina Zatz de Camargo), Gilberto Braga, Gilberto
Dimenstein, José de Abreu, Marcia Peltier, Maurício Szerman, Michel
Melamed, Pedro Bial (Pedro Bialsky), Roberto Justus, Roberto Medina, Sandra
Annenbeg, Victor Civita e muitos outros.
Os cineastas Arnaldo Jabor - cineasta e jornalista, Carlo Mossy
(Moisés Abrão Goldszal) - ator e cineasta, Cao Hamburger - cineasta e roteirista,
Hector Babenco, Sylvio Back – cineasta, Jom Tob Azulay - cineasta, escritor e
ex-diplomata
Nesta área ainda há artistas, músicos, maestros, escritores,
produtores de moda. Como exemplos Clarice Lispector, Córa Ronai, Roberto
Frejat, Alexandre Herchcovitch, Deborah Colker, Frans Krajcberg, Franz
Weissmann, Fábio Feldmann, Gerald Thomas Sievers, Gregori Warchavchik,
Isaac Karabtchevsky, John Neschling, Lasar Segall, Léo Gandelman, Marcelo
Fromer, Moacir Scliar, Nilton Bonder, Otto Maria Carpeaux.
Cultura e Ciência - 1
A maior biblioteca particular do Brasil, doada a USP, inclusive o prédio que a abrigava, pertenceu ao industrial
José Mindlin (1914-2010) – empresário, intelectual, escritor e bibliófilo brasileiro.
César Lattes (1924-2005) - Físico e matemático. Descobriu uma nova partícula atômica "méson pi" (ou pion),
a qual desintegra em um novo tipo de partícula, o méson um (ou muon), dando início a nova área de pesquisas, a física
de partículas. Sua principal linha de pesquisa foi “o estudo dos raios cósmicos”. Em 1969, cientistas sob sua orientação
determinaram a massa das “bolas de fogo”, originado do choque intenso de partículas com energia muito elevada, que
se supunha serem nuvens de mésons
José Goldenberg (1928) – é físico e professor. foi presidente da Academia Brasileira de Ciências e da Sociedade
Brasileira de Física. Foi reitor da Universidade de São Paulo, Secretário de Ciência e Tecnologia do governo federal e
Ministro da Educação. É um dos mais eminentes cientistas do Brasil com reconhecimento internacional.
Guido Beck (1903-1988) Ingressou na Universidade de Viena em 1921. Doutorou-se em 1925 com uma tese
sobre Teoria da Relatividade Geral. Depois passou a trabalhar com mecânica quântica, dedicou-se à física nuclear e foi o
primeiro a sugerir um modelo de camadas para o núcleo. Trabalhou com César Lattes.
Otto Gotllieb (1920 - 2011) - Dirigiu a unidade de pesquisa vinculada ao departamento de Fisiologia e
Farmacodinâmica da Fundação Oswaldo Cruz. Possuí 19 prêmios e medalhas, 7 títulos de professor e doutor honoris
causa , Proferiu 594 conferencias em 27 países, 119 orientações para teses de pós graduação, 633 artigos e 5 livros.
Publicou quase 80 trabalhos científicos em periódicos nacionais e internacionais. Esses trabalhos buscavam determinar
as bases mecanicistas da biodiversidade e plantas medicinais. Foi indicado ao Premio Nobel de Química em 1999.
Cultura e Ciência - 2
Fritz Feigl (1891-1971) - Químico e professor conhecido internacionalmente como o criador da análise do toque,
uma técnica simples e eficiente, na qual provas analíticas são executadas em poucas gotas de soluções, de preferência em
pedaço grande de papel de filtro, sem utilizar qualquer instrumentação mais sofisticada.
Bernhard Gross (1905-2002) – Físico nuclear, descobriu a corrente Compton, produzida pela absorção de raios
gama pela matéria e construiu um aparelho baseado nesse princípio. No campo da Física Matemática, desenvolveu a teoria
geral da resposta linear na teoria dos circuitos elétricos.
Heinrich Hauptmann (1905-1960) – Professor e cientista na Escola Politécnica da USP, em 1947 conseguiu que
fossem ministradas disciplinas de caráter tecnológico para os alunos, Conseguiu uma sede na Cidade Universitária.
Hans Stammreich (1902- 1969) - Dirigiu o Laboratório de Espectroscopia Molecular (LEM) da USP de 1947 ate
1969. Neste laboratório, desenvolveu uma lâmpada de hélio que era única no mundo. Com isso fez pesquisa de primeira
linha reconhecida mundialmente. Tinha interesse na construção de instrumentos ópticos.
Marcelo Gleiser (1959) - é um físico, astrônomo, professor e escritor brasileiro, atualmente pesquisador e
professor da Faculdade de Darmouth, no EUA. Recebeu prêmios por vários de seus livros. É membro da Academia Brasileira
de Filosofia. Em março de 2019, tornou-se o primeiro latino-americano a ser contemplado com o Prêmio Templeton tido
informalmente como o "Nobel da espiritualidade".
Mayana Zatz (1947) é uma bióloga molecular e geneticista, professora do Departamento de Genética e Biologia
Evolutiva do Instituto de Biociências da USP.. Exerceu o cargo de pró-reitora de pesquisa da USP. Pesquisadora em genética
humana, principalmente no campo de doenças neuromusculares em que é mundialmente reconhecida. Em seu laboratório
da USP realiza relevantes pesquisas no campo de células-tronco. Publicou mais de 280 trabalhos científicos
Contribuições para o idioma - 1
A maior parte dos hebraísmos chegou ao português por influência da linguagem religiosa,
particularmente da Igreja Católica, fazendo escala no grego e no latim eclesiásticos, quase sempre relacionados
a conceitos religiosos, exemplos: aleluia, amém, bálsamo, cabala, éden, fariseu, hosana, jubileu, maná,
messias, satanás, páscoa, querubim, rabino, sábado, serafim e muitos outros.
Algumas palavras adotaram outros significados, ainda que relacionados à ideia do texto bíblico.
Exemplos: babel indicando bagunça; amém passando a qualquer concordância com desejos; aleluia usada
como interjeição de alívio.
O preconceito marca palavras originárias do hebraico usadas de forma depreciativa como desmazelo
(de mazal – negligência, desleixo), malsinado (de mashlin – delator, traidor), tacanho (de katan – que tem
pequena estatura, acanhado; pequeno; estúpido, avarento); além de palavras relacionadas a questões
financeiras, como cacife, derivada de kessef = dinheiro.
Dezenas de nomes próprios têm origem hebraica bíblica, como: Adão, Abraão, Benjamim, Daniel,
Davi, Débora, Elias, Ester, Gabriel, Hiram, Israel, Ismael, Isaque, Jacó, Jeremias, Jesus, João, Joaquim, José,
Judite, Josué, Miguel, Natã, Rafael, Raquel, Marta, Maria, Rute, Salomão, Sara, Saul, Simão e tantos outros.
Alguns destes, na verdade, são nomes aramaicos, oriundos da Mesopotâmia, como Abraão (Avraham), que se
incorporaram ao léxico hebraico no início da formação do povo hebreu.
Contribuições para o idioma - 2
Ficar a ver navios” – Em 1492 foi determinado que os judeus que não se convertessem teriam de deixar a
Espanha até ao fim de julho. Centenas de milhares então se fixaram em Portugal. O casamento do rei D. Manuel com D.
Isabel, filha dos Reis Católicos, levou-o a aceitar a exigência espanhola de expulsar todos os judeus residentes em
Portugal que não se convertessem num prazo que ia de Janeiro a Outubro de 1497. D. Manuel não tinha qualquer
interesse em expulsar os judeus que então constituíam um elemento de progresso nos setores da economia e das
profissões liberais. A sua esperança era que, retendo-os , no país, seus descendentes pudessem como cristãos, atingir
um maior grau de aculturação. Para obter os seus fins lançou mão de medidas drásticas, como ordenar que os filhos
menores de 14 anos fossem tirados aos pais a fim de serem convertidos. Então fingiu marcar uma data de expulsão na
Páscoa. Quando chegou a data do embarque dos que se recusavam a aceitar o catolicismo, alegou que não havia navios
suficientes para os levar e determinou um batismo em massa dos que se tinham concentrado em Lisboa à espera de
transporte para outros países. No dia marcado, estavam todos os judeus no porto esperando os navios que não vieram.
Todos foram convertidos e batizados à força, em pé. Daí a expressão: “ficaram a ver navios”. O rei então declarou: não há
mais judeus em Portugal, são todos cristãos (cristãos-novos). Muitos foram arrastados até a pia batismal pelas barbas ou
pelos cabelos.
“Pensar na morte da bezerra”: frase tão comumente dita por sertanejos quando querem referir-se a alguém
que está meditando com ares de preocupação: “está pensando na morte da bezerra”. Registram as denunciações e as
confissões feitas ao Santo Oficio, a noção popular, naquele distante período, do que seria o livro fundamental do
judaísmo: a Torá. De Torá veio Toura e depois, bezerra, havendo inclusive quem afirmasse ter visto em casa de alguns
cristãos-novos, o citado objeto, com chifres e tudo.
Contribuições para o idioma - 3
- “Passar a mão na cabeça”, com o sentido de perdoar ou acobertar erro cometido por algum protegido, é memória da
maneira judaica de abençoar de cristãos-novos, passando a mão pela cabeça e descendo pela face, enquanto
pronunciava a bênção.
– Seridó, região no Rio Grande do Norte, tem seu nome originário da forma hebraica contraída: Refúgio dele. Porém, não
é o que escreve Luís da Câmara Cascudo, indicando uma origem indígena do nome da região, de “ceri-toh”. Em hebraico,
a palavra Sarid significa sobrevivente. Acrescentando-se o sufixo ó, temos a tradução sobrevivente dele. A variação Serid,
“o que escapou”, pode ser traduzido também por refúgio. Desse modo, a tradução para o nome seridó seria refúgio dele
ou seus sobreviventes.
– Passar mel na boca: quando da circuncisão, o rabino passa mel na boca da criança para evitar o choro. Daí a origem da
expressão: “Passar mel na boca de fulano”.
– Para o santo: o hábito sertanejo de, antes de beber, derramar uma parte do cálice, tem raízes no rito hebraico milenar
de reservar, na festa de Pessach (Páscoa), um copo de vinho para o profeta Elias (representando o Messias que virá,
anunciado pelo Profeta Elias).
– “Que massada!” –usada para se referir a uma tragédia ou contra-tempo, é uma alusão à fortaleza de Massada na
região do Mar Morto, Israel, reduto de Zelotes, onde permaneceram anos resistindo às forças romanas após a destruição
do Templo em 70 d.C., culminando com um suicídio coletivo para não se renderem, de acordo com relato do historiador
Flávio Josefo.
Contribuições para o idioma - 4
– “Pagar siza” significando pagar imposto vem do hebraico e do aramaico (mas = imposto, em hebraico de misa, em
aramaico).
– “Vestir a carapuça” ou “a carapuça serve para ...” vem da Idade Média inquisitorial, quando judeus eram obrigados a
usar chapéus pontudos (ou com três pontas) para serem identificados.
– “Fazer mesuras” origina-se na reverência à Mezuzá (pergaminho com versículos de DT.6, 4-9 e 11,13-21, afixado,
dentro de caixas variadas, no batente direito das portas).
– "Deus te crie" após o espirro de alguém é uma herança judaica da frase Hayim Tovim, que pode ser traduzido como
tenha uma boa vida.
– “Pedir a bênção” aos pais, ao sair e chegar em casa, é prática judaica que remonta à benção sacerdotal bíblica, com a
qual pais abençoam os filhos, como no Shabat e no Ano Novo.
– “Entrar e sair pela mesma porta traz felicidade” bem como o costume de varrer a casa da porta para dentro, costume
arraigado até os dias de hoje, para “não jogar a sorte fora” é uma camuflagem do respeito pela Mezuzá, afixada nos
portais de entrada, bem como aos dias de faxina obrigatória religiosa judaica, como antes do Shabat (Sábado, dia santo
de descanso semanal) e de Pessach.
– “Apontar estrelas faz crescer verrugas nos dedos” era a superstição que se contava às crianças para não serem vistas
contando estrelas em público e denunciadas à Inquisição, pois o dia judaico começa no anoitecer do dia anterior, ao
despontar das primeiras estrelas, dado necessário para identificar o início do Shabat e dos feriados judaicos.
Contribuições curiosas
do judaísmo
Três outras curiosas contribuições do judaísmo para a
cultura brasileira são a carne de sol, a tapioca e talvez o chapéu
de couro dos vaqueiros no Nordeste.
A dieta judaica chamada "kasher" obriga a comer a
carne sem sangue, por isso, os cortes eram pendurados em
varais para dessangrar. Ao se repetir o procedimento no Brasil,
o sol, a umidade e temperatura cozinhavam a carne. Pronto:
estava criada uma das mais tradicionais iguarias da região.
A tapioca é a tentativa de reproduzir o "matzá", o pão
ázimo de Moisés, com farinha de tapioca, porque não existia
farinha de trigo no Brasil. Nascia mais uma delícia da cozinha
regional brasileira.
A forma tradicional do chapéu de couro nordestino
aproxima-se da forma da "kipá", o solidéu, que era
provavelmente usado pelos primeiros fazendeiros judeus da
região. Observa-se enorme diferença entre os chapéus de palha
do México, da Colômbia, do Panamá e dos Pampas, embora a
mesma matéria prima estivesse disponível em todas as regiões.
Fontes consultadas
BENCHIMOL, Samuel - Eretz Amazônia, os judeus na Amazônia – Manaus, 1988
GLASMAN, Jane Bichmacher – Presença judaica na língua portuguesa - (UERJ)
GRUN, Roberto – Intelectuais na comunidade judaica brasileira - 2008
KAPLAN, Arieh - Sêfer Ietsirá. O Livro da Criação - São Paulo, Ed. Sêfer, 2002
KAUFMANN, Ethel - A Contribuição dos Cientistas Judeus as Ciências Naturais no Brasil - 2009
LIRA, Pe João M., - A presença dos judeus em Sobral e circunvizinhanças- RJ, 1988
LOTTENBERG, Cláudio – A contribuição judaica à medicina em São Paulo – 2004
MORASHÁ – revista (diversos números)
NOVINSKY, Anita – Cristãos novos na Bahia - São Paulo, 1972
RAMAGEM, Sonia Bloomfeld - A fênix de Abraão – Brasília, 1994
RIBEMBOIN, José A. - As comunidades esquecidas – Recife, Officina das Letras, 2002
Visão Judaica on Line - diversos
WIZNITZER, Arnold - Os judeus no Brasil Colonial - Ed. Pioneira, 1966
ZIMLER, Richard - O ultimo cabalista de Lisboa - Companhia de Letras, 1997

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  • 1. Qual é o seu sobrenome meu irmão? Alves Andrade Alencar Amaral Alfaia Aguiar Arruda Benjamim Bento Bentes Bezerra Brito Botelho Cabral Cáceres Carvalho Cardoso Cerqueira Costa Cintra Contente Daniel David Duarte D’avila Dias Elias Franco Ferreira Fundão Feijão Fonseca Gabai Fonseca Gabilho Gomes Henriques Holanda Ladeira Lisboa Linhares Levi Leite Madeira Machado Marques Matos Matatias Moreno Mendes Mello Medina Muniz Navarro Neto Nunes Noronha Osório Oliveira Obadia Passarinho Pina Pinto Pereira Prado Porto Rocha Ribeiro; Regatão Rego Rodrigues; Salomão Santos Saraiva Salvador Serra Silva Silveira Simão Soares Viana Vasconcelos Vieira + 250
  • 2. Vamos então conhecer a história de suas raízes A INFLUENCIA JUDAICA NA CULTURA BRASILEIRA Por Michael Winetzki – MI – 33º da Academia Sorocabana de Letras Aquele que aprende a ensinar para ensinar, enriquece o seu conhecimento para transmiti-lo. Porem quem aprende com o objetivo de por em pratica o que aprende: aprende e ensina: observa e realiza. Rabi Ismael Pirguet Abot – Sec. VII
  • 3. Palestra para as Lojas Maçônicas ARLS “LICEU’’ n. 394 – LINS, SP ARBBLS “FORTALEZA” n. 3 – FORTALEZA, CE ARLS “CAVALEIROS DO CRUZEIRO DO SUL’’ – N. 99 – FORTALEZA, CE Aquele que aprende a ensinar para ensinar, enriquece o seu conhecimento para transmiti-lo. Porem quem aprende com o objetivo de por em pratica o que aprende: aprende e ensina: observa e realiza. Rabi Ismael Pirguet Abot – Sec. VII
  • 4. Índice dos slides • A execução • Onde ficava o Éden • A Santa Inquisição • O Pau-Brasil • A indústria do açúcar • Sobrenomes judeus • Os judeus em Pernambuco • A fundação de Nova York • Os regatões da Amazônia • A miscigenação • Os médicos judeus – 1 e 2 • A assimilação profunda • O judeu santo milagreiro • Empresário judeus • Comunicação – 1 e 2 • Cultura e Ciência – 1 e 2 • Contribuições para o idioma – 1 a 4 • Contribuições curiosas do judaísmo • Fontes consultadas
  • 5. A Execução A chuva caía em grossas gotas sobre os paralelepípedos encharcados formando rápidos cursos e inúmeras poças. Os cavalos apressavam-se, espargindo água para os lados, enquanto a comitiva cortava a madrugada. Dentro da carruagem com as cortinas cerradas, o padre procurava obter do prisioneiro a derradeira confissão. Este, trajando o sambenito de algodão grosseiro, amordaçado, mãos atadas com cordas rústicas, de olhos fechados, ia fazendo as suas últimas orações. As torturas não tinham conseguindo quebrantar o seu espírito e há muito, a dor, de acérrima inimiga, havia se transformado em suave companheira. Ainda é madrugada quando chegam ao local. A execução não havia sido anunciada e não havia público, mas, apesar do segredo, os rituais legais da morte precisavam ser seguidos. Sobre o monte de lenha, o carrasco, o sacerdote e o prisioneiro que pediu para não ser vendado. Como testemunhas os soldados da guarda e o condutor da carruagem. Alguém disse, que escondido, o Rei assistia à execução. Eleva-se a voz do sacerdote: - pela última vez infeliz, renegas a heresia e aceitas Jesus Cristo como seu único Senhor e Salvador ? Enquanto o carrasco acende o fogo que o consumirá, o prisioneiro murmura: - Ouve ó Israel, o Senhor é nosso Deus, o Senhor é um!
  • 6. Onde ficava o Éden? Quem era afinal a vítima do carrasco ? Pedro de Rates Henequim, cristão-novo, erudito historiador, geógrafo, astrônomo, matemático, e aventureiro, um dos maiores cérebros do império português que viveu 26 anos no Brasil e finalmente morreu em sua própria terra como apóstata. Esse notável estudioso, que sabia ler os livros sagrados em hebraico e aramaico e as versões em latim e grego, após décadas de estudo identificou o lugar onde teria sido o paraíso terrestre, o Éden. Dizia que do local do paraíso seria possível ver uma constelação em cruz, o trono de Deus, o Cruzeiro do Sul; que a árvore do conhecimento era não a macieira e sim a bananeira, que ele chamava de árvore da vida e os nove rios que demarcavam o paraíso seriam os rios que formam a bacia amazônica : Amazonas, Juruá, Tefé, Guará, Purus, Madeira, Tapajós. Xingu e Tocantins. O paraíso terrestre teria sido onde hoje se situa o Estado do Pará, que aliás, em hebraico, significa "vaca".
  • 7. A Santa Inquisição Os guardas retiram o que sobrou do corpo, enfiam-no em um grande saco de aniagem e o jogam no chão da carruagem. O padre esparge água benta em forma de cruz sobre o cadáver queimado e reduzido a pó, "para que dele não restasse qualquer memória". A chuva torrencial lava qualquer sinal do acontecido. O sol começa a nascer na úmida Lisboa em meados de fevereiro de 1744. Entre os anos de 1492 e 1540, a o Tribunal do Santo Ofício da Inquisição obrigou a conversão ao catolicismo de cerca de 190.000 judeus em Portugal e Espanha. Outras centenas de milhares de homens, mulheres e crianças que se negaram à conversão foram torturados e dizimados da forma mais cruel. Observe-se que nesta época cerca de metade de população de Portugal, em torno um milhão de habitantes, era composta de judeus. Basta dizer que o primeiro livro impresso em Portugal, em 1487, foi a Torah (Pentateuco) em caracteres hebraicos.
  • 8. O Pau-Brasil Em 1500 o descobrimento abre uma oportunidade para a fuga dos judeus portugueses que corriam risco de vida. Importantes oficiais judeus da esquadra de Cabral foram o interprete Gaspar da Gama e o médico, astrônomo e físico João Faras (Mestre João). Os mapas e cartas navais eram confeccionados por cartógrafos e instrumentadores judeus como Jehuda Cresques da Escola Naval de Sagres. Em 1503 o cristão-novo Fernão de Loronha, que passou para a história como Fernando de Noronha apresenta a D. Manuel a primeira proposta de colonização do novo território. O grupo de judeus cristãos- novos liderados por Noronha arrendava todo o Brasil e obtinha o monopólio de tudo que o país produzia, principalmente Pau-Brasil e comércio de escravos, em troca de mandar anualmente seis barcos carregados de mercadorias para a metrópole, descobrirem 300 léguas de novas terras e construírem e manterem algumas fortificações. Há uma teoria de que o nome Brasil tem origem no pau-brasil, madeira de cor avermelhada que foi o primeiro produto de exportação do país, e que também é conhecido pau-ferro. Curioso é notar que em hebraico, ainda hoje, a palavra que denomina ferro é barzel. Brasil poderia ser assim uma derivação dessa expressão.
  • 9. A indústria do açúcar Em 1516, D. Manuel distribui ferramentas aos que quisessem se mudar para o Brasil. Ele queria implantar engenhos de cana nesta terra "recém descoberta". Milhares de judeus aproveitam esta oportunidade. Martin Afonso de Souza, cristão novo, discípulo do judeu português Pedro Nunes foi mandado pelo Rei D. João III em 1531 para a primeira expedição sistemática colonizadora tendo implantado o primeiro engenho de açúcar do país em S. Vicente. As primeiras usinas de açúcar do Brasil foram criadas por judeus egressos da Ilha da Madeira, onde esta cultura era tradicional. Em 1550 havia 5 engenhos no país. Em 1600 havia 120. Segundo os historiadores Oliveira Lima e Gilberto Freyre, "a indústria do açúcar foi importada pelo Brasil pela maior parte por judeus, que constituíam o melhor elemento econômico de sua época, e lucravam com fugir à fúria religiosa que grassava na Península Ibérica". Um dos maiores usineiros de açúcar de Pernambuco era Diogo Fernandes, marido da judia Branca Dias, uma das poucas brasileiras executadas pela Inquisição e que dá nome nos dias de hoje a um belíssimo palacete, que é um museu e também sede de uma Loja Maçônica em João Pessoa, na Paraíba.
  • 10. Sobrenomes judeus Há milhares de sobrenomes judeus utilizando a combinação das cores, dos elementos da natureza, dos ofícios, cidades e características físicas, tendo como raiz, por exemplo as seguintes palavras: Cores: Roit, Roth (vermelho); Grun, Grinn (verde); Wais, Weis, Weiss (branco); Schwartz, Swarty (escuro, negro); Gelb, Gel (amarelo); Blau (azul) Panoramas: Berg (montanha); Tal, Thal (vale); Wasser (água); Feld (campo); Stein (pedra); Stern (estrela); Hamburguer (morador da vila). Metais, pedras preciosas e mercadorias: Gold (ouro), Silver (prata), Kupfer (cobre), Eisen (ferro), Diamant, Diamante (diamante), Rubin (rubi), Perl (pérola), Glass, (vidro), Wein (vinho). Vegetação ou natureza: Baum, Boim (árvore); Blat (folha); Blum, Blume (flor); Rose (rosa); Holz, (Madeira). Características físicas: Shein, Shen (bonito); Hoch (alto); Lang (comprido); Gross, Grois (grande), Klein (pequeno), Kurtz (curto); Adam (homem). Ofícios: Beker (padeiro); Schneider (alfaiate); Schreiber (escriturário); Singer; (cantor); Holtzkocker (cortador de madeira), Geltschimidt (ourives), Kreigsman, Krigsman, Krieger, Kriger (guerreiro, soldado), Eisener (ferreiro), Fischer (peixeiro ou pescador), Glass, Gleizer (vidreiro). Utilizam-se as palavras de forma simples, combinadas e com a agregação de sílabas como son, filho; man, homem ou er, que designa lugar.
  • 11. Os judeus em Pernambuco Em janeiro de 1605 foi dado perdão geral em troca do donativo de 1.700.000 cruzados. Em 1610 retira-se a concessão de saída de 1601. De 1637 a 1644 são tempos áureos para os judeus no governo de Maurício de Nassau. Em 1641 funda-se a 1ª Sinagoga das Américas “Kahal Zur Israel", em Recife. Chega da Holanda o rabino Isaac Aboab da Fonseca, que tinha ascendência portuguesa. Nesta época famílias judias controlavam cerca de 40% do comércio e da exportação locais. A comunidade deixou marcas na formação e no traçado da cidade do Recife: construiu mais de 300 casas e sobrados, escola, cemitério e a primeira ponte recifense (a Buarque de Macedo) que foi encomendada por Maurício de Nassau a um judeu, Baltazar da Fonseca. O valorizado bairro de Pina ostenta o sobrenome de uma das mais prósperas famílias da época. O bairro de Boa Vista concentrava as moradias de judeus no Recife até a década de 70. A Praça Maciel Pinheiro era uma espécie de ponto de encontro. A casa da escritora Clarice Lispector, que era judia, é próxima. Muitos hábitos ainda hoje cultivados pelos pernambucanos são herança deixada pelos judeus: pintar a casa no final de ano; arrumá-la às sextas-feiras; comprar mercadorias em prestações à porta de casa, entre outros
  • 12. A fundação de Nova York Nova York é a cidade mais judaica do mundo com 2 milhões de judeus. Em 1654 eram só 23 e sua memória é preservada. Nos cemitérios dos pioneiros veem-se sobrenomes familiares: Fonseca, Seixas, Cardoso, Bueno. São os judeus de Pernambuco. Com a derrota dos holandeses em 1654, um grupo de famílias judias estabelecidas há muito no Recife, temendo a volta da Inquisição, toma um navio e ruma para uma colônia holandesa ao norte, Nova Amsterdã. Dez anos depois de sua chegada a cidade mudaria o nome para Nova York. Esse grupo fez parte dos fundadores da cidade de Nova York. Os descendentes desses pioneiros se tornariam parte da sua história. Um deles, Benjamin Mendes, fundou a Bolsa de Nova York. Outro, Gerson Mendes Seixas foi um dos maiores líderes religiosos dos EUA. Benjamin Cardoso fez parte da Suprema Corte. O maior jornal do mundo, The New York Times pertence até hoje a uma família de origem pernambucana. Para a construção do pedestal da Estátua da Liberdade, Emma Lazarus, poetisa renomada e também descendente, leiloou uma de suas obras, The New Colossus, um poema inspirado na história de seus antepassados. Um trecho está gravado na base da estatua e se tornou o o lema de NY. “Venham a mim os exaustos, os pobres, as massas que anseiam por liberdade”.
  • 13. Os regatões na Amazônia De 1770 a 1824 ocorre um período de liberalização e forte imigração de judeus marroquinos e alsacianos para a Amazônia, que acabaram por monopolizar a produção e exportação de borracha durante o seu período de maior apogeu. Os imigrantes vinham para Belém do Pará e se estabeleceram em Belém, Manaus, Cametá, Gurupá, Breves, Baião, Macapá, Santarém, Itaituba, Óbidos, Parintins, Maués, Itacoatiara, Manacapuru, Coari, Tefé, Humaitá, Porto Velho, e outras cidades. Outro ramo foi para o Nordeste e se estabeleceu no Ceará, criando uma grande e próspera colônia em Sobral, especialmente por causa do porto de Camocim, que nesta época não era alfandegado e da excelente estrada de ferro, construída por D. Pedro II, que ligava o porto a Sobral. Em Sobral e Camocim há cemitérios com lápides em hebraico. Colônias se estabeleceram na Paraíba, Bahia e Rio Grande do Norte. Os judeus foram os primeiros regatões da Amazônia e a bordo de seus barcos e batelões levavam mercadorias para vender no mais remotos rincões em troca de castanha, borracha, bálsamo de copaíba, peles e couros e outros produtos que depois eram exportados.
  • 14. A miscigenação Qualquer solução que permitisse escapar "a fúria religiosa da inquisição" era bem vista pelos judeus. Com o passar do tempo, criaram processos de resistência cultural como forma de sobrevivência e houve a miscigenação com a população nativa do Brasil, como índios, brancos e negros. Dedicaram-se ao cultivo da terra, ao comércio do açúcar, bem como a promover o casamento dos seus descendentes com filhas ou viúvas de donos do engenho, e na época dos holandeses, adquirirem os engenhos confiscados aos portugueses por meio dos leilões públicos. Acredita-se que, no período colonial, aproximadamente 30% da população brasileira descendessem de cristãos-novos. Diz Varnhagem que judeus foram pioneiros da independência com sua valiosa ajuda por meio da tenacidade da raça eleita e do povo israelita e seus descendentes. Kaplan escreve que a presença dos judeus se confunde com a própria história do Brasil, influenciando a cultura brasileira por meio de seus princípios e valores, como a visão material, preceitos de caridade,. respeito ao que pertence ao próximo e a negociação honesta no comércio que estão presentes no pensamento da cultura judaica.
  • 15. Os médicos judeus - 1 Entre os tradicionais ofícios dos judeus portugueses, figuram os de médico e cirurgião. Na "História Geral da Medicina Brasileira", de Lycurgo Santos Filho, são numerosas as alusões aos judeus convertidos, "quase todos... os que vêm exercer a profissão médico-farmacêutica". A eles é dedicada parte da obra, com uma relação de nomes. Um dos motivos da atração judaica pela medicina: é uma profissão "portátil", que depende de conhecimento e técnica e que pode ser levada para qualquer lugar. E um desses lugares foi o Brasil. Os primeiros médicos que atuaram em solo brasileiro foram Mestre João, integrante da frota de Cabral; Jorge de Valadares, integrante da comitiva de Tomé de Souza e Jorge Fernandes, membro da comitiva de D. Duarte da Costa. Todos, cristãos-novos. A pesquisadora Bella Herson diz em "Cristãos-novos e Seus Descendentes na Medicina Brasileira (1500-1850)", (editado pela Edusp) que os médicos cristãos-novos brasileiros introduziram no país as plantas medicinais e publicavam tratados sob pseudônimo, para enganar a Inquisição. Foi o caso de Simão Pinheiro Morão, que se assinava "Reinhipo", anagrama de Pinheiro. Contudo, a história dos médicos judeus no Brasil é triste. Esta não era uma profissão apreciada: mal paga e trabalhosa, medicina era "negócio de judeu".
  • 16. Os médicos judeus - 2 A quantidade de médicos judeus no Brasil é expressiva. Milhares deles tornam a nossa medicina uma das melhores do mundo. Clínicas e hospitais judaicos seguiram o mesmo padrão. Em 1957 a comunidade israelita de SP decidiu oferecer à cidade uma instituição médica exemplar e criou o Hospital Israelita Albert Einstein, o mais avançado da América Latina e um dos “top ten” do mundo com um moderno centro de ensino e pesquisa e um Instituto de Responsabilidade Social que atende gratuitamente a mais de dez mil famílias da comunidade de Paraisópolis, vizinha do hospital, honrando os valores que o criaram – Refuá (saúde), Chinuch (educação), Mitzvot (boas ações) e Tzedaká (solidariedade). Há que se destacar também, entre muitos outros, o trabalho do médico e indigenista judeu Noel Nutels que levou para as comunidades indígenas e mais carentes dos sertões o Serviço de Unidades Aéreas de Saúde, tratando e salvando milhares de vidas.
  • 17. A assimilação profunda Entre 1824-1855 ocorreu a fase da assimilação profunda e a equalização total entre judeus e cristãos perante a lei. O período entre 1855 e 1900 marcou o início do movimento imigratório moderno, caracterizado pelas primeiras levas de imigrantes judeus, oriundos, sucessivamente, da África do Norte, da Europa Ocidental, do Oriente Próximo e mesmo da Europa Oriental, precursores das correntes caudalosas que, nas primeiras décadas do século XX, viriam gerar e moldar a atual coletividade israelita do país. Esses judeus se estabeleceram no sul e sudeste do país e se dedicaram principalmente ao comércio, a indústria, a construção civil e a área de comunicação. Por exemplo: o primeiro prédio feito em concreto armado em todo o Brasil, foi a sinagoga Beth El em S. Paulo.
  • 18. O santo judeu milagreiro dos católicos de Manaus O censo de 2010 contou 107.329 judeus no Brasil. Como os judeus tem baixo crescimento demográfico não deve haver muitos mais mas segundo estudiosos, cerca de 10% da população brasileira, algo em torno de 17 milhões de pessoas, é descendente dos judeus fugidos da Inquisição. Isso quer dizer que a população de cristãos novos, descendentes de judeus no Brasil, é praticamente igual a população total de judeus em todo o mundo. O rabino Shalom Emanuel Muyal chegou à Manaus por volta de 1910 e morreu em 1912 de febre amarela Sua sepultura tornou-se local de peregrinações depois de ganhar fama de santo milagreiro. O rabino de Manaus mandou construir um muro ao redor do túmulo, mas os devotos católicos passaram a usar o muro como suporte para placas e quadros em que fazem seus pedidos ao rabi Muyal e também proclamam as graças alcançadas. "Ele se tornou o santo judeu dos católicos da Amazônia", e continua a ser venerado no Amazonas.
  • 19. Empresários judeus Famílias judaicas comandam bancos, como o Banco Safra e o Banco Cidade, imobiliárias e construtoras como a Cyrella, de Ellie Horn, a maior do Brasil, comércios, e os exemplos são centenas, como as Casas Bahia, Ponto Frio e muitos outros, joalherias como a H. Stern, de Hans Stern, uma das maiores do mundo, etc. Aliás, o comércio de joalherias e metais e pedras preciosas e quase que um monopólio dos judeus, Os maiores fabricantes de papel do Brasil, Klabin, Lafer e Feffer são judeus e também o são os donos de grandes indústrias de autopeças como a Metal Leve e Cofap. Benjamin Steinbruch comanda a gigantesca tecelagem Vicunha e a CSN. German Eframovitch construiu a Avianca e Girz Aronson revolucionou o comércio de eletrodomésticos dos anos 50 a 70. Isaac Benayon Sabbá, do Amazonas, é um dos maiores empresários na área de petróleo do Brasil com 42 fabricas, Julio Bogoricin foi por décadas a maior imobiliária do país. Lily Safra, além de ser casada com o homem mais rico do Brasil, recentemente falecido, José Safra, mantinha uma ‘boutique’ de senhora rica chamada Ponto Frio, com centenas de lojas.
  • 20. Comunicação - 1 Na área da comunicação o SBT de Senor Abravanel, (Silvio Santos), a extinta TV Manchete, da família Bloch, a Rede Brasil Sul de Comunicação com sede no RS, a Editora Abril; a Editora Nova América (dos gibis), a rádio e TV Vanguarda de Sorocaba e São José dos Campos e outras tantas pertencem a famílias de origem judia. William Bonner, o apresentador do JN se chama William Bonemer. São judeus também, ou foram, entre muitos outros, Luciano Huck, Serginho Groissman, Juca Chaves, Cacá Rosset, Mateus Solano, Caco Ciocler – ator, Cláudia Ohana – atriz, Dan Stulbach – ator, Débora Bloch – atriz, Deborah Evelyn (Deborah Sochaczewski Evelyn) – atriz, Dina Sfat (Dina Kutner) – atriz, Elias Gleiser (Elicz Gleiser) – ator, Etty Fraser – atriz, Eva Todor – atriz, Eva Wilma (Eva Wilma Riefle Buckup) – atriz, Gilbert (Abraham Gilbert Stein) - ator, cantor e radialista, Ida Gomes (Ida Szafran Gomes) – atriz, Jaime Barcelos – ator, Jonas Bloch – ator, Jorge Mautner - cantor, compositor e escritor, José Lewgoy – ator, Luciano Szafir – ator, Marcos Mion (Marcos Chaib Mion) - ator e apresentador de TV, Natalia Thimberg – atriz, Odilon Wagner – ator, Renata Sorrah (Renata Leonardo Pereira Sochaczewski) – atriz, Sura Berditchevsky (Sílvia Berditchevsky) - atriz, diretora e professora de teatro, Tereza Rachel (Teresinha Brandwain de La Sierra) – atriz, Viviane Pasmanter – atriz e Ziembinski (Zbigniew Marian Ziembinski) - ator
  • 21. Comunicação - 2 Na área da comunicação ainda Alberto Dines, Arnaldo Niskier, Boris Casoy, Berta Loran, Bussunda, Caio Blinder, Daniel Azulay, Didi Wagner, Fernando Reski, Luiz Mell (Marina Zatz de Camargo), Gilberto Braga, Gilberto Dimenstein, José de Abreu, Marcia Peltier, Maurício Szerman, Michel Melamed, Pedro Bial (Pedro Bialsky), Roberto Justus, Roberto Medina, Sandra Annenbeg, Victor Civita e muitos outros. Os cineastas Arnaldo Jabor - cineasta e jornalista, Carlo Mossy (Moisés Abrão Goldszal) - ator e cineasta, Cao Hamburger - cineasta e roteirista, Hector Babenco, Sylvio Back – cineasta, Jom Tob Azulay - cineasta, escritor e ex-diplomata Nesta área ainda há artistas, músicos, maestros, escritores, produtores de moda. Como exemplos Clarice Lispector, Córa Ronai, Roberto Frejat, Alexandre Herchcovitch, Deborah Colker, Frans Krajcberg, Franz Weissmann, Fábio Feldmann, Gerald Thomas Sievers, Gregori Warchavchik, Isaac Karabtchevsky, John Neschling, Lasar Segall, Léo Gandelman, Marcelo Fromer, Moacir Scliar, Nilton Bonder, Otto Maria Carpeaux.
  • 22. Cultura e Ciência - 1 A maior biblioteca particular do Brasil, doada a USP, inclusive o prédio que a abrigava, pertenceu ao industrial José Mindlin (1914-2010) – empresário, intelectual, escritor e bibliófilo brasileiro. César Lattes (1924-2005) - Físico e matemático. Descobriu uma nova partícula atômica "méson pi" (ou pion), a qual desintegra em um novo tipo de partícula, o méson um (ou muon), dando início a nova área de pesquisas, a física de partículas. Sua principal linha de pesquisa foi “o estudo dos raios cósmicos”. Em 1969, cientistas sob sua orientação determinaram a massa das “bolas de fogo”, originado do choque intenso de partículas com energia muito elevada, que se supunha serem nuvens de mésons José Goldenberg (1928) – é físico e professor. foi presidente da Academia Brasileira de Ciências e da Sociedade Brasileira de Física. Foi reitor da Universidade de São Paulo, Secretário de Ciência e Tecnologia do governo federal e Ministro da Educação. É um dos mais eminentes cientistas do Brasil com reconhecimento internacional. Guido Beck (1903-1988) Ingressou na Universidade de Viena em 1921. Doutorou-se em 1925 com uma tese sobre Teoria da Relatividade Geral. Depois passou a trabalhar com mecânica quântica, dedicou-se à física nuclear e foi o primeiro a sugerir um modelo de camadas para o núcleo. Trabalhou com César Lattes. Otto Gotllieb (1920 - 2011) - Dirigiu a unidade de pesquisa vinculada ao departamento de Fisiologia e Farmacodinâmica da Fundação Oswaldo Cruz. Possuí 19 prêmios e medalhas, 7 títulos de professor e doutor honoris causa , Proferiu 594 conferencias em 27 países, 119 orientações para teses de pós graduação, 633 artigos e 5 livros. Publicou quase 80 trabalhos científicos em periódicos nacionais e internacionais. Esses trabalhos buscavam determinar as bases mecanicistas da biodiversidade e plantas medicinais. Foi indicado ao Premio Nobel de Química em 1999.
  • 23. Cultura e Ciência - 2 Fritz Feigl (1891-1971) - Químico e professor conhecido internacionalmente como o criador da análise do toque, uma técnica simples e eficiente, na qual provas analíticas são executadas em poucas gotas de soluções, de preferência em pedaço grande de papel de filtro, sem utilizar qualquer instrumentação mais sofisticada. Bernhard Gross (1905-2002) – Físico nuclear, descobriu a corrente Compton, produzida pela absorção de raios gama pela matéria e construiu um aparelho baseado nesse princípio. No campo da Física Matemática, desenvolveu a teoria geral da resposta linear na teoria dos circuitos elétricos. Heinrich Hauptmann (1905-1960) – Professor e cientista na Escola Politécnica da USP, em 1947 conseguiu que fossem ministradas disciplinas de caráter tecnológico para os alunos, Conseguiu uma sede na Cidade Universitária. Hans Stammreich (1902- 1969) - Dirigiu o Laboratório de Espectroscopia Molecular (LEM) da USP de 1947 ate 1969. Neste laboratório, desenvolveu uma lâmpada de hélio que era única no mundo. Com isso fez pesquisa de primeira linha reconhecida mundialmente. Tinha interesse na construção de instrumentos ópticos. Marcelo Gleiser (1959) - é um físico, astrônomo, professor e escritor brasileiro, atualmente pesquisador e professor da Faculdade de Darmouth, no EUA. Recebeu prêmios por vários de seus livros. É membro da Academia Brasileira de Filosofia. Em março de 2019, tornou-se o primeiro latino-americano a ser contemplado com o Prêmio Templeton tido informalmente como o "Nobel da espiritualidade". Mayana Zatz (1947) é uma bióloga molecular e geneticista, professora do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biociências da USP.. Exerceu o cargo de pró-reitora de pesquisa da USP. Pesquisadora em genética humana, principalmente no campo de doenças neuromusculares em que é mundialmente reconhecida. Em seu laboratório da USP realiza relevantes pesquisas no campo de células-tronco. Publicou mais de 280 trabalhos científicos
  • 24. Contribuições para o idioma - 1 A maior parte dos hebraísmos chegou ao português por influência da linguagem religiosa, particularmente da Igreja Católica, fazendo escala no grego e no latim eclesiásticos, quase sempre relacionados a conceitos religiosos, exemplos: aleluia, amém, bálsamo, cabala, éden, fariseu, hosana, jubileu, maná, messias, satanás, páscoa, querubim, rabino, sábado, serafim e muitos outros. Algumas palavras adotaram outros significados, ainda que relacionados à ideia do texto bíblico. Exemplos: babel indicando bagunça; amém passando a qualquer concordância com desejos; aleluia usada como interjeição de alívio. O preconceito marca palavras originárias do hebraico usadas de forma depreciativa como desmazelo (de mazal – negligência, desleixo), malsinado (de mashlin – delator, traidor), tacanho (de katan – que tem pequena estatura, acanhado; pequeno; estúpido, avarento); além de palavras relacionadas a questões financeiras, como cacife, derivada de kessef = dinheiro. Dezenas de nomes próprios têm origem hebraica bíblica, como: Adão, Abraão, Benjamim, Daniel, Davi, Débora, Elias, Ester, Gabriel, Hiram, Israel, Ismael, Isaque, Jacó, Jeremias, Jesus, João, Joaquim, José, Judite, Josué, Miguel, Natã, Rafael, Raquel, Marta, Maria, Rute, Salomão, Sara, Saul, Simão e tantos outros. Alguns destes, na verdade, são nomes aramaicos, oriundos da Mesopotâmia, como Abraão (Avraham), que se incorporaram ao léxico hebraico no início da formação do povo hebreu.
  • 25. Contribuições para o idioma - 2 Ficar a ver navios” – Em 1492 foi determinado que os judeus que não se convertessem teriam de deixar a Espanha até ao fim de julho. Centenas de milhares então se fixaram em Portugal. O casamento do rei D. Manuel com D. Isabel, filha dos Reis Católicos, levou-o a aceitar a exigência espanhola de expulsar todos os judeus residentes em Portugal que não se convertessem num prazo que ia de Janeiro a Outubro de 1497. D. Manuel não tinha qualquer interesse em expulsar os judeus que então constituíam um elemento de progresso nos setores da economia e das profissões liberais. A sua esperança era que, retendo-os , no país, seus descendentes pudessem como cristãos, atingir um maior grau de aculturação. Para obter os seus fins lançou mão de medidas drásticas, como ordenar que os filhos menores de 14 anos fossem tirados aos pais a fim de serem convertidos. Então fingiu marcar uma data de expulsão na Páscoa. Quando chegou a data do embarque dos que se recusavam a aceitar o catolicismo, alegou que não havia navios suficientes para os levar e determinou um batismo em massa dos que se tinham concentrado em Lisboa à espera de transporte para outros países. No dia marcado, estavam todos os judeus no porto esperando os navios que não vieram. Todos foram convertidos e batizados à força, em pé. Daí a expressão: “ficaram a ver navios”. O rei então declarou: não há mais judeus em Portugal, são todos cristãos (cristãos-novos). Muitos foram arrastados até a pia batismal pelas barbas ou pelos cabelos. “Pensar na morte da bezerra”: frase tão comumente dita por sertanejos quando querem referir-se a alguém que está meditando com ares de preocupação: “está pensando na morte da bezerra”. Registram as denunciações e as confissões feitas ao Santo Oficio, a noção popular, naquele distante período, do que seria o livro fundamental do judaísmo: a Torá. De Torá veio Toura e depois, bezerra, havendo inclusive quem afirmasse ter visto em casa de alguns cristãos-novos, o citado objeto, com chifres e tudo.
  • 26. Contribuições para o idioma - 3 - “Passar a mão na cabeça”, com o sentido de perdoar ou acobertar erro cometido por algum protegido, é memória da maneira judaica de abençoar de cristãos-novos, passando a mão pela cabeça e descendo pela face, enquanto pronunciava a bênção. – Seridó, região no Rio Grande do Norte, tem seu nome originário da forma hebraica contraída: Refúgio dele. Porém, não é o que escreve Luís da Câmara Cascudo, indicando uma origem indígena do nome da região, de “ceri-toh”. Em hebraico, a palavra Sarid significa sobrevivente. Acrescentando-se o sufixo ó, temos a tradução sobrevivente dele. A variação Serid, “o que escapou”, pode ser traduzido também por refúgio. Desse modo, a tradução para o nome seridó seria refúgio dele ou seus sobreviventes. – Passar mel na boca: quando da circuncisão, o rabino passa mel na boca da criança para evitar o choro. Daí a origem da expressão: “Passar mel na boca de fulano”. – Para o santo: o hábito sertanejo de, antes de beber, derramar uma parte do cálice, tem raízes no rito hebraico milenar de reservar, na festa de Pessach (Páscoa), um copo de vinho para o profeta Elias (representando o Messias que virá, anunciado pelo Profeta Elias). – “Que massada!” –usada para se referir a uma tragédia ou contra-tempo, é uma alusão à fortaleza de Massada na região do Mar Morto, Israel, reduto de Zelotes, onde permaneceram anos resistindo às forças romanas após a destruição do Templo em 70 d.C., culminando com um suicídio coletivo para não se renderem, de acordo com relato do historiador Flávio Josefo.
  • 27. Contribuições para o idioma - 4 – “Pagar siza” significando pagar imposto vem do hebraico e do aramaico (mas = imposto, em hebraico de misa, em aramaico). – “Vestir a carapuça” ou “a carapuça serve para ...” vem da Idade Média inquisitorial, quando judeus eram obrigados a usar chapéus pontudos (ou com três pontas) para serem identificados. – “Fazer mesuras” origina-se na reverência à Mezuzá (pergaminho com versículos de DT.6, 4-9 e 11,13-21, afixado, dentro de caixas variadas, no batente direito das portas). – "Deus te crie" após o espirro de alguém é uma herança judaica da frase Hayim Tovim, que pode ser traduzido como tenha uma boa vida. – “Pedir a bênção” aos pais, ao sair e chegar em casa, é prática judaica que remonta à benção sacerdotal bíblica, com a qual pais abençoam os filhos, como no Shabat e no Ano Novo. – “Entrar e sair pela mesma porta traz felicidade” bem como o costume de varrer a casa da porta para dentro, costume arraigado até os dias de hoje, para “não jogar a sorte fora” é uma camuflagem do respeito pela Mezuzá, afixada nos portais de entrada, bem como aos dias de faxina obrigatória religiosa judaica, como antes do Shabat (Sábado, dia santo de descanso semanal) e de Pessach. – “Apontar estrelas faz crescer verrugas nos dedos” era a superstição que se contava às crianças para não serem vistas contando estrelas em público e denunciadas à Inquisição, pois o dia judaico começa no anoitecer do dia anterior, ao despontar das primeiras estrelas, dado necessário para identificar o início do Shabat e dos feriados judaicos.
  • 28. Contribuições curiosas do judaísmo Três outras curiosas contribuições do judaísmo para a cultura brasileira são a carne de sol, a tapioca e talvez o chapéu de couro dos vaqueiros no Nordeste. A dieta judaica chamada "kasher" obriga a comer a carne sem sangue, por isso, os cortes eram pendurados em varais para dessangrar. Ao se repetir o procedimento no Brasil, o sol, a umidade e temperatura cozinhavam a carne. Pronto: estava criada uma das mais tradicionais iguarias da região. A tapioca é a tentativa de reproduzir o "matzá", o pão ázimo de Moisés, com farinha de tapioca, porque não existia farinha de trigo no Brasil. Nascia mais uma delícia da cozinha regional brasileira. A forma tradicional do chapéu de couro nordestino aproxima-se da forma da "kipá", o solidéu, que era provavelmente usado pelos primeiros fazendeiros judeus da região. Observa-se enorme diferença entre os chapéus de palha do México, da Colômbia, do Panamá e dos Pampas, embora a mesma matéria prima estivesse disponível em todas as regiões.
  • 29. Fontes consultadas BENCHIMOL, Samuel - Eretz Amazônia, os judeus na Amazônia – Manaus, 1988 GLASMAN, Jane Bichmacher – Presença judaica na língua portuguesa - (UERJ) GRUN, Roberto – Intelectuais na comunidade judaica brasileira - 2008 KAPLAN, Arieh - Sêfer Ietsirá. O Livro da Criação - São Paulo, Ed. Sêfer, 2002 KAUFMANN, Ethel - A Contribuição dos Cientistas Judeus as Ciências Naturais no Brasil - 2009 LIRA, Pe João M., - A presença dos judeus em Sobral e circunvizinhanças- RJ, 1988 LOTTENBERG, Cláudio – A contribuição judaica à medicina em São Paulo – 2004 MORASHÁ – revista (diversos números) NOVINSKY, Anita – Cristãos novos na Bahia - São Paulo, 1972 RAMAGEM, Sonia Bloomfeld - A fênix de Abraão – Brasília, 1994 RIBEMBOIN, José A. - As comunidades esquecidas – Recife, Officina das Letras, 2002 Visão Judaica on Line - diversos WIZNITZER, Arnold - Os judeus no Brasil Colonial - Ed. Pioneira, 1966 ZIMLER, Richard - O ultimo cabalista de Lisboa - Companhia de Letras, 1997