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O Poço do Padre
Autor: Carlos Henrique dos Santos Oliveira
“Tire um pouco dos seus conhecimentos.
Compartilhe seus conhecimentos com o mundo.”
Eu vou lembrar de alguém que amarei para sempre.
Sou frágil o suficiente para ficar em casa com o cober-
tor nos olhos.
A porta de casa está entreaberta, esperando uma res-
posta do universo.
Uma resposta que jamais baterá em minha residência.
Hoje eu sou dependente, dependo do meu lenço; não
ando sem ele.
(Deixe-se levar pela paz e tranquilidade des-
te momento.)
Quando eu volto para casa, é o momento ideal para
chorar.
(Ei, não estão olhando, disse meu coração,
então eu choro sem medo.)
Deixando a porta aberta, mas mesmo assim não passa
ninguém para me destruir mais um pouco. Só mais...
Sumário
INTRODUÇÃO
O padre do vilarejo é responsável por enterrar os corpos das
pessoas que caem no poço, ele também está envolvido com o
mundo sobrenatural e usa os corpos para seus próprios fins
sinistros.
O cemitério da igreja também é um lugar sombrio e assus-
tador. As lápides são antigas e desgastadas pelo tempo, e
muitas delas estão cobertas de musgo e líquens. Há corvos
empoleirados nas árvores ao redor do cemitério, observan-
do silenciosamente os visitantes com seus olhos negros e
penetrantes.
O vilarejo é um lugar misterioso e isolado, escondido entre
as montanhas e cercado por florestas. É difícil encontrar o
caminho para lá, pois as estradas são estreitas e sinuosas, e
muitas vezes se perdem na neblina que envolve a região. O
vilarejo em si é pequena, com casas de pedra antigas e ruas
estreitas de paralelepípedos. Há uma igreja no centro, com
uma torre alta que se eleva acima das outras construções.
SINOPSE
Solomon Grayson é o proprietário da loja de discos “The
Turntable”, localizada no meio de um bairro movimentado
de uma grande cidade. A loja era sempre silenciosa por den-
tro, com música tocando. Era o tipo de lugar onde as pes-
soas iam para se perder na música, e tudo ia perfeitamente
bem. Até que a família Grayson decidiu jogar um jogo: “Eu
queria”, e tudo começou a mudar.
CAPITULO 01
Pedras Que Rolam
Não sei se foi eu ou meu pai que gritou mais alto. De uma
coisa eu sei, Deu arrependimento de ver isso. Envolvido em
uma acalorada discussão com meu pai, as palavras voaram
rapidamente entre nós. A tensão se acumulou e parecia
como se nenhum de nós estivesse disposto a ceder. Nossas
vozes se elevaram cada vez mais, até atingir um ponto em
que se tornou difícil distinguir quem estava gritando mais
alto. Mas então, em um breve momento de silêncio tenso,
nossos olhares se encontraram. Percebi o cansaço em seus
olhos e um traço de tristeza que também refletia em meu
próprio rosto. Naquele instante, algo mudou dentro de
mim. O arrependimento começou a tomar conta de meu
coração, enchendo-me de um sentimento de pesar. Eu não
queria que nossa relação se desgastasse dessa forma. Apesar
de nossas diferenças e desentendimentos, ele ainda era meu
pai. As palavras duras que trocamos não eram um reflexo
adequado do amor e do respeito que eu ainda tinha por ele.
Era hora de encontrar uma maneira de consertar o que esta-
va quebrado. Respirei fundo, buscando coragem para tomar
a iniciativa de fazer as pazes. Me aproximei dele lentamente,
meus passos parecendo pesados com a bagagem de nossas
discussões recentes. Olhei em seus olhos e percebi que ele
também havia se acalmado.
— Desculpe, murmurei baixinho. Eu não queria que a situ-
ação chegasse a esse ponto.
Ele suspirou e me olhou.
— Eu também sinto muito. Em um gesto simbólico, nos
abraçamos, deixando de lado o orgulho ferido e a raiva que
havia tomado conta de nós.
_________ Há 30 minutos atrás___________
Era uma tarde quente de verão, e a tensão estava pairando
no ar. Eu estava sentado na sala, concentrado em meus es-
tudos, quando ouvi meu pai reclamar sobre alguma coisa na
cozinha.
— Mallu, você pode vir aqui! Seus resmungos eram uma
trilha sonora familiar em nossa casa nos últimos tempos.
Decidi tirar a bunda do sofá e olhar a situação e entrei na
cozinha. Encontrei meu pai com uma expressão de frustra-
ção no rosto, olhando para uma pilha de pratos sujos na pia.
Eu sabia que ele estava estressado com o trabalho e outros
problemas, mas eu também tinha as minhas próprias preo-
cupações.
— Eu quero falar com você sobre a louça. Você não lavou a
louça do café da manhã?
— Não, eu estava ocupada.
— Ocupada com o quê? Você estava assistindo TV?
— Sim.
— Então você estava ocupada demais para lavar a louça,
mas não estava ocupada demais para assistir TV? — Você
poderia ter lavado esses pratos, você sabe! — ele exclamou,
seu tom de voz carregado de irritação. Eu me senti instanta-
neamente na defensiva.
(Eu estava ocupado estudando). Quase respondi, mas decidi
não falar nada.
— Eu sei. Mas eu estava cansada.
— Todo mundo está cansado. Isso não é desculpa para não
fazer suas tarefas.
— Não é como se eu fosse a única responsável por tudo aqui
— respondi com um toque de sarcasmo.
— Você não pode mamar nas tetas da sua mãe para sempre.
— Tu que vives te arrastando pelos cantos da casa. Com os
olhos arregalados parecendo um morto.
— Eu não estou morto.
— É, mas deveria. Meu pai franziu o cenho, sua expressão
misturando surpresa e raiva. As palavras, impulsionadas
pela raiva e pela frustração, voavam de um lado para o outro,
sem qualquer consideração pelo impacto que poderiam ter.
Os decibéis aumentavam a cada momento, enquanto cada
um de nós tentava fazer com que nossa voz fosse a mais alta
e assertiva. A situação parecia uma batalha de vontades, em
que nenhum de nós estava disposto a ceder terreno. Cada
argumento era rebatido com outro, e a tensão se acumula-
va como uma tempestade prestes a desabar. Eu me sentia
preso naquele redemoinho de emoções negativas, e meu pai
parecia estar passando pelo mesmo. O motivo inicial da dis-
cussão ficou em segundo plano enquanto lançávamos acu-
sações e ressentimentos acumulados. Feridas antigas foram
reabertas, e palavras duras foram ditas. Nós dois estávamos
tão concentrados em vencer a discussão que não percebía-
mos o quão longe havíamos ido. Foi nesse momento de rai-
va e frustração que percebi que algo estava errado. Não era
assim que eu queria me relacionar com meu pai. Essa briga
não era apenas sobre os pratos sujos na pia, era sobre nossa
comunicação falha, e nossa incapacidade de resolver confli-
tos de maneira saudável. Então, em um instante de clareza,
parei de gritar. O silêncio abrupto ecoou pela cozinha. Olhei
para o meu pai e vi o cansaço em seus olhos. Ele também
parecia perceber o quão longe tínhamos ido. Foi nesse mo-
mento que percebi que precisávamos de uma mudança. A
discussão exaustiva nos mostrou que nossos métodos de co-
municação e resolução de conflitos não estavam funcionan-
do. Era hora de dar um passo atrás, respirar fundo e encon-
trar uma solução mais saudável.
— Isso soa como um plano. Acredito que, se nos apoiarmos
mutuamente e dividirmos as responsabilidades de forma
justa.
— Eu entendo, mas sinto que às vezes as expectativas são
desproporcionais. Eu também tenho muitas tarefas e obri-
gações.
— A limpeza da casa é uma responsabilidade compartilha-
da. Não estou pedindo para você fazer tudo, apenas para
ajudar um pouco mais.
— Eu farei o meu melhor para ajudar, mas também peço
que você compreenda minhas limitações e reconheça o meu
esforço.
— Está bem. Vamos tentar encontrar um equilíbrio onde
todos possamos contribuir de acordo com nossas capacida-
des. Eu e Solomon limpamos a sala juntos. Estávamos am-
bos exaustos, mas também nos sentíamos um pouco melhor
depois de desabafarmos.
— Então, o que você acha que podemos fazer sobre a limpe-
za da casa?
— Não sei, eu estou um pouco sobrecarregada.
— Eu também. Parece que nunca terminamos.
— Eu sei. Precisamos encontrar uma maneira de dividir as
tarefas de forma mais justa.
— Você está certa. Vamos fazer uma lista de tudo o que pre-
cisa ser feito e, em seguida, dividirmos as tarefas.
— Ótima ideia. Nós nos sentamos e fizemos uma lista de
todas as tarefas domésticas que precisavam ser feitas. Inclu-
ímos coisas como lavar a louça, limpar a casa, fazer a cama
e levar o lixo para fora. Depois de fazermos a lista, come-
çamos a dividi-la de forma justa, juntamente com Emily e
Ethan. Consideramos nossas habilidades, preferências e ho-
rários. Também concordamos em nos ajudar mutuamente
quando necessário.
— Ethan, você pode pegar o aspirador de pó? —, ele pega o
aspirador de pó e começa a aspirar o tapete.
— Eu vou limpar a mesa, disse Solomon, pegando um pano
e começando a limpar a mesa. Continuamos a trabalhar jun-
tos, conversando e se ajudando.
— Solomon, você pode pegar o lixo?
— Eu já vou pegar — respondeu Solomon, pegando um saco
de lixo e começando a retirar o lixo da cozinha. Emily pega
uma sacola de lixo e começa a pegar o lixo da sala. Depois
de terminarem de limpar a sala de estar, eles vão para a co-
zinha.
— Eu... vou lavar a louça. Mallu pega a louça suja e começa
a lavá-la na pia. Solomon se senta em um banquinho e ob-
serva Mallu lavar a louça.
— Você quer que eu te ajude com a louça?, ele pergunta a
Mallu.
— Não precisa — , eu quase terminei. Mallu termina de la-
var a louça e seca as mãos.
— Nossa, está bem limpinha agora.
— Sim, está muito melhor. Eu me sinto feliz e aliviado. Fi-
nalmente, conseguimos encontrar uma solução para o pro-
blema da limpeza da casa. Estou orgulhosa de nós por ter-
mos conversado e trabalhado juntos para encontrar uma
solução que funcione para todos. Eu olho para meu pai, e
vejo um sorriso no rosto dele. Ele está feliz também. Eu me
aproximo dele e abraço-o. Ele me abraça de volta. No iní-
cio, foi difícil se ajustar à nova rotina, mas com o tempo,
nos acostumamos e começamos a ver os benefícios. A casa
estava mais limpa e organizada, e estávamos nos sentindo
menos estressados. Também estávamos mais próximos um
do outro, pois estávamos trabalhando juntos para criar um
lar. Eu me senti muito feliz com a decisão que tomamos. Foi
um alívio dividir as tarefas de forma mais justa. Eu não esta-
va mais me sentindo sobrecarregada, e eu tinha mais tempo
para relaxar e me divertir.
Eu gosto de ter minhas coisas organizadas como se estives-
sem em uma vitrine. Não gosto de ver uma saia voando pelo
ar ou um biquíni jogado no chão. Quando chego em casa,
corro para guardar tudo no lugar certo. Sempre fui assim,
desde criança.
Como uma vitrine: as coisas estão dispostas de forma har-
moniosa e estética, de modo a chamar a atenção e desper-
tar o desejo de compra. No caso de uma pessoa organizada,
as coisas estão dispostas de forma a facilitar o acesso e a
visualização, além de transmitir uma sensação de limpeza e
ordem.
Uma saia voando pelo ar: além de ser deselegante, pode
causar acidentes.
Um biquíni jogado no chão: além de ser anti-higiênico,
pode ser um incômodo para quem entra no quarto.
Quando chego em casa, corro para guardar tudo no lugar
certo.
Corro: a pessoa organizada tem um forte senso de urgência
em organizar as coisas.
No lugar certo: a pessoa organizada acredita que cada coisa
tem um lugar específico, e que é importante encontrar esse
lugar para manter as coisas organizadas.
Sempre fui assim, desde criança.
Quando estou em um lugar bagunçado, me sinto incomo-
dada e desconfortável. Acredito que a organização é um
reflexo da mente e da alma. É uma forma de expressar meu
cuidado e carinho por mim mesma e pelas minhas coi-
sas. Quando eu era criança, adorava arrumar meu quarto.
Passava horas organizando meus brinquedos e roupas.
Quando vou a uma loja, sempre me encanto com as vitrines
organizadas. Eu sou uma pessoa organizada, mas também
sei aproveitar a vida. Não sou escrava da organização.
Os alunos, ainda assustados com a má fama da data, acor-
daram cedo e se prepararam para mais um ano letivo.
Forest Hills University, um grande prédio de tijolos verme-
lhos, estava localizada no centro da cidade. Era um lugar
imponente, mas também um pouco sombrio, com corredo-
res escuros. Sentada na minha mesa na aula de história, ten-
tando prestar atenção na palestra do professor, mas eu não
conseguia tirar os olhos de Tilly. Ela estava sentada do outro
lado da sala, e ela estava linda. Ela usava um vestido preto
curto e botas pretas altas, e seus cabelos estavam soltos em
cachos. Eu estava tão perdida em meus pensamentos que
não percebi que o professor havia parado de falar:
— Mallu? Você está bem? — disse o professor segurando o
livro de história na página 166. Eu me sacudi.
— Ah, só um pouco resfriada, mas estou bem. Obrigado
por se preocupar, disse eu, me fingindo estar espirrando.
— Por que você não vai até a lousa e resolve este problema
para nós?, falou isso 32 vezes. Eu suspirei. Eu não era muito
boa em matemática, mas eu sabia que tinha que fazer algo
para tirar os olhos de Tilly. Eu me levantei e fui até a lousa.
Eu comecei a trabalhar no problema, mas eu estava tão ner-
vosa que não conseguia me concentrar. Eu continuei olhan-
do para Tilly, e eu podia ver que Tilly também estava olhan-
do para mim. Tilly sorriu para mim, e eu senti meu coração
disparar. Eu finalmente consegui resolver o problema, e eu
voltei para minha mesa. Eu estava tão aliviada que havia
terminado, mas eu também estava um pouco desapontada.
Eu queria ficar mais tempo perto de Tilly. Eu me virei para
Tilly e acenei. Tilly acenou de volta. Eu sabia que tinha que
fazer algo para falar com ela, mas eu não sabia o que fazer.
Decidida a fazer alguma coisa, eu esperei até o final da aula
e segui Tilly até a saída. Com um pouco de coragem, eu me
aproximei e me apresentei.
— Olá. Meu nome é Mallu, disse eu, ajustando meu cabelo
nervosamente. Tilly sorriu calorosamente.
— Olá, eu sou Tilly.
O ar condicionado sussurrava suavemente, suas correntes
de ar brincando com os fios de cabelo de Mallu. A lua da
lâmpada lançava um reflexo dourado, iluminando os ca-
chos de Tilly. Ela já estava sonolenta, exausta de ouvir o
professor discorrer sobre um assunto que não lhe desperta-
va interesse.
_________ Há 120 minutos atrás___________
Era sexta-feira 13, o primeiro dia de aula, no colégio Fo-
rest Hills University. O dia amanheceu nublado e chuvoso,
com um ar pesado que parecia pressagiar algo ruim.
— Ótimo! Depois de conversarmos por um tempo, Tilly
disse que tinha que ir embora.
— Eu tenho que ir agora. Foi um prazer te conhecer, Mallu.
— O prazer foi todo meu, senhorita Tilly. Espero te ver no-
vamente em breve.
— Eu também, disse Tilly -, acenou para mim, e o carro
se afastou. A brisa fresca da tarde agitava meus cabelos en-
quanto eu observava o carro de Tilly desaparecer na curva
da estrada. Uma mistura de tristeza e saudade pairava no
ar, pesando em meu coração. A companhia dela havia sido
tão breve, mas tão intensa, que me deixou com a sensação
de um vazio enorme agora que ela se fora.
No dia seguinte, cheguei cedo à Forest Hills University para
encontrar Tilly. Ela estava sentada sozinha na mesa dela,
olhando para fora da janela. Aproximei-me dela:
— Olá, Tilly! — ela se virou e sorriu para mim.
— Olá, que bom te ver. Sentei-me ao lado dela.
— Como você está?
— Estou bem, obrigada!
— Eu queria te contar sobre a nossa escola.
— Eu gostaria de ouvir.
— Forest Hills University é muito grande. Tem mais de mil
alunos.
— Uau! Isso é muito grande.
— Eu também tenho muitas amigas.
— Isso é ótimo.
— É um prazer conhecê-la, disse eu ajustando meu cabelo
novamente.
— O prazer é meu. Eu senti meu coração saltar de alegria ao
ouvir o nome de Tilly. Eu sabia que tinha tomado a decisão
certa ao me aproximar dela.
— Eu vi você na aula de história hoje, e eu tive que vir e te
conhecer. Tilly sorriu para mim.
— Eu também te vi. Eu achei você muito bonita. Eu senti
meu rosto corar.
— Obrigada! —, nós conversamos por mais alguns minu-
tos.
— E o que você achou da aula?
— Eu achei um pouco chata, mas eu estava mais interessa-
da em você. “Heheheh!”
— Ohhh, obrigada! — “humpf!”
— Então, você gosta de história?
— Sim, eu gosto. Eu acho que é importante saber sobre o
passado para entender o presente.
— Eu concordo. E você gosta de estudar?
— Eu gosto, mas não sou muito boa em matemática.
— Eu também não sou.
— Então, você quer ser minha amiga?
— Eu adoraria! — “humpf!”
Tilly olhou para mim com um brilho nos olhos, como se
estivesse prestes a revelar um segredo. Ela apoiou o queixo
na mão e começou:
— Bem, Mallu, você já deve ter percebido que Forest Hills
University é um lugar especial. Não é apenas o tamanho
ou o número de alunos que a torna única. É a atmosfera. A
maneira como as árvores sussurram segredos uns aos ou-
tros, como os corredores parecem ter vida própria e como
os professores são mais do que apenas instrutores. Eles são
mentores, amigos e, às vezes, até desafiantes. Tilly incli-
nou-se para mim e sussurrou:
— E tem mais. Existe um lugar secreto aqui em Forest
Hills. Um jardim escondido atrás do prédio de História da
Arte. Dizem que quem entra lá encontra inspiração, paz e,
às vezes, até respostas para perguntas que nem sabia que
tinha. Meus olhos se arregalaram. Um jardim secreto? Eu
não podia esperar para descobrir mais sobre esse lugar.
Tilly riu e disse:
— Vamos lá juntas um dia. Você vai adorar.
Meus olhos se arregalaram com a descrição do jardim se-
creto de Tilly. A ideia de um lugar escondido dentro da
universidade, cheio de inspiração e paz, era irresistível. Eu
precisava ver esse lugar com meus próprios olhos.
— Quando?, perguntei ansiosamente, imaginando os cami-
nhos floridos e a atmosfera serena do jardim. Tilly sorriu,
um brilho travesso em seus olhos.
— Amanhã ao amanhecer, ela disse em voz baixa. É o
melhor momento para se visitar o jardim. Combinamos de
nos encontrar na entrada do prédio de História da Arte na
manhã seguinte, antes das primeiras aulas. A noite mal se
arrastou enquanto eu esperava ansiosamente pelo momen-
to de descobrir o segredo mais bem guardado de Forest
Hills. No dia seguinte, encontrei Tilly com um sorriso ra-
diante no rosto. Ela segurava uma cesta de vime trançada,
cheia de frutas frescas e pães quentinhos. A partir daquele
dia, Tilly e eu passamos a frequentar o jardim secreto com
frequência.
Era nosso lugar especial, um espaço onde podíamos com-
partilhar pensamentos, sonhos e segredos. Para um pique-
nique no jardim, ela explicou, piscando para mim. Segui-
mos por um caminho estreito atrás do prédio, escondido
por trepadeiras e arbustos floridos. O ar fresco da manhã
carregava o perfume de jasmim e rosas. Finalmente, chega-
mos ao jardim secreto. Era um lugar pequeno, mas incri-
velmente belo. Flores de todas as cores cresciam em perfei-
ta harmonia, criando um tapete multicolorido sob nossos
pés. Árvores frondosas forneciam sombra e um refúgio do
calor do sol nascente. Uma fonte de pedra no centro do jar-
dim derramava água cristalina em um pequeno lago, onde
peixes coloridos nadavam livremente.
Tilly e eu nos sentamos em um banco de madeira sob a
sombra de uma árvore centenária. Comemos nosso pique-
nique em silêncio, absorvendo a beleza e a serenidade do
lugar. Depois, nos deitamos na grama macia e observamos
as nuvens passando no céu azul.
Naquele momento, senti uma paz interior que nunca havia
sentido antes. As preocupações e o estresse da vida univer-
sitária pareciam ter desaparecido completamente.
Deixando o mercado para trás, Mallu caminhava pela rua
movimentada, com a mente ainda ocupada com as compras.
Mallu subiu as escadas correndo, ansiosa para se preparar
para a escola. Estudando para uma prova de história com a
Tilly. Estávamos sentadas na mesa dela, conversando sobre
o assunto que estávamos estudando:
— Eu acho que a Revolução Francesa foi um evento muito
importante.
— Foi uma época de muita mudança e turbulência, mas
também foi uma época de grande progresso. Continuamos
conversando sobre a Revolução Francesa, e ficamos tão en-
volvidas na conversa que não percebemos que o tempo pas-
sou. Quando finalmente olhamos para o relógio, percebe-
mos que já era tarde.
— Ohhh, meu... Deus!, já estamos atrasadas para a aula!
Levantamos e corremos para a aula, mas quando chegamos,
já havia começado. O professor estava escrevendo no qua-
dro-negro, e não percebeu que tínhamos entrado. O profes-
sor parou de escrever e nos olhou:
— Mallu e Tilly. Por que vocês estão atrasadas?
— Desculpe, professor. Ficamos...
— Conversando sobre a Revolução Francesa e perdemos a
hora. O professor balançou a cabeça.
— Tudo bem. Sentem-se!, nos sentamos na primeira fileira,
e o professor continuou a aula. Eu estava nervosa por estar
atrasada, mas me senti melhor quando o professor disse que
estava tudo bem. Depois da aula, nós continuamos estudan-
do na casa de Tilly. Estávamos sentadas na cama no quarto
dela. Depois de um tempo, eu olhei para o relógio e percebi
que já era tarde:
Mallu, caminhava pelos corredores do mercado, empurran-
do seu carrinho com destreza. Seus olhos brilhavam com
a variedade de cores e aromas que a cercavam. Ao chegar
ao caixa, ela cuidadosamente colocou suas compras sobre
a esteira, cada item sendo cuidadosamente organizado. A
caixa, uma senhora simpática com óculos de aro vermelho,
digitava os preços com agilidade, seus dedos voando sobre
o teclado.
— O total deu R$23,45, disse a caixa, com um sorriso gen-
til. Mallu vasculhou sua bolsa, retirando cuidadosamente
as notas e moedas. Ela sempre se esforçava para ter o troco
exato, evitando atrasar a fila. Contando cada centavo com
atenção, ela finalmente reuniu o valor necessário e o entre-
gou à caixa.
— Aqui está, R$30, disse Mallu, com um sorriso tímido.
A caixa, após conferir o valor, devolveu R$6,55 em troco.
Mallu agradeceu educadamente e guardou o dinheiro em
sua bolsa, organizando as notas e moedas em seus compar-
timentos específicos. Ao se virar para ir embora, seus olhos
se fixaram em um homem que se aproximava do caixa.
Ele era alto e magro, com vestes simples e um olhar dis-
tante. Ao colocar suas compras sobre a esteira, ele parecia
distraído, perdido em seus pensamentos. A caixa digitou
os preços com a mesma rapidez de antes, e logo o total foi
anunciado: R$18,70. O homem, ainda aéreo, vasculhou
seus bolsos freneticamente, buscando o dinheiro. Mallu ob-
servava a cena com atenção, notando a crescente frustração
em seu rosto. Ele resmungava baixinho, mexendo os bolsos
com impaciência.
— Não acredito, ele murmurou, com a voz abafada. Dei-
xei minha carteira em casa. Um silêncio constrangedor se
instalou no local. A caixa, com a mesma gentileza de antes,
ofereceu-se para guardar as compras do homem até que
ele retornasse com o dinheiro. Ele agradeceu, cabisbaixo e
envergonhado. Mallu saiu apressada do mercado, com as
sacolas batendo em suas pernas.
— Meu Deus!, já são seis da tarde!
— Ai meu Deus!, eu também nem percebi que o tempo pas-
sou tão rápido.
— Vamos lanchar?, eu tenho certeza que você está com
fome.
— Eu estou. Estou com fome desde o café da manhã.
“Hahaha!”
Tilly e eu fomos para a cozinha e preparamos um lanche rá-
pido. Depois de comermos, voltamos para o quarto e conti-
nuamos estudando. Estudamos até tarde da noite, e quando
finalmente terminamos, estávamos exaustas. Nós havíamos
aprendido muito uma com a outra.
— Ufa! —, eu acho que estamos prontas para a prova!
— Eu também acho! —, estou um pouco nervosa, mas tam-
bém estou animada.
— Eu sei como você se sente. Mas eu acho que vamos nos
sair bem.
— Obrigada por me convidar para estudar com você. Eu me
diverti muito.
— Eu também me diverti. Espero que possamos estudar
juntas de novo em breve.
— Eu também. Nos despedimos, e eu fui para casa. Tilly
ficou na porta, olhando para mim se afastar.
Sentada em frente ao espelho do meu quarto, me maquian-
do. De repente minha mãe grita. Ela está me chamando para
irmos:
— Malu, já está pronta? — Ela perguntou, batendo na porta.
— Já vou, mãe! — Respondi, pegando o meu batom ver-
melho. Fiz um sorriso no espelho e fiquei satisfeita com o
resultado. Meu cabelo está liso e solto, e minha maquiagem
está leve, mas marcante.
— Malu, vamos logo! — Minha mãe chamou novamente.
— Já estou indo! — Respondi, colocando o batom na bolsa.
Me levantei e fui até a porta do quarto. Minha mãe estava
me esperando, com uma cara de impaciência.
— Vamos, filha?
— Já vou, mãe. — Respondi, passando por ela. Descemos as
escadas e entramos no carro. Eu olhei para ela pelo retro-
visor. Ela estava sorrindo, mas seus olhos estavam preocu-
pados:
— O que foi, mãe?
— Eu só queria te lembrar de que você é linda, mesmo sem
maquiagem
— Obrigada! Eu sei que sou. Mas eu sabia que ela estava
certa. Eu estava me maquiando para me sentir mais bonita,
mas eu não precisava disso. Eu já era bonita. Eu terminei de
me maquiar e me olhei no espelho. Eu gostei do que vi. Eu
estava bonita, mas eu também me sentia bem comigo mes-
ma. Meu coração estava acelerado enquanto eu observava a
paisagem passar pela janela do carro. Eu sabia que minha
mãe tinha planejado algo especial para nós duas, mas ela se
recusava a me contar o que era.
Finalmente, chegamos a um parque cheio de árvores e flores
coloridas.
Descemos do carro e minha mãe segurou minha mão, levan-
do-me em direção a um enorme círculo de pessoas. Percebi
que era uma aula de dança ao ar livre. Minha mãe sabia o
quanto eu adorava dançar, então tinha preparado essa sur-
presa para mim. Meu rosto se iluminou de alegria ao perce-
ber o que estava acontecendo. Encontramos a professora,
que nos recebeu com um sorriso caloroso.
Ela explicou que hoje seria uma aula de dança contempo-
rânea, uma das minhas preferidas. Fiquei encantada com
a ideia e logo me juntei aos outros participantes no centro
do círculo. Enquanto a música começava a tocar, deixei-me
levar pelo ritmo e comecei a mover meu corpo conforme os
movimentos da coreografia. Era uma sensação maravilhosa,
estar ali, cercada por outras pessoas apaixonadas pela dan-
ça. Com o passar do tempo, percebi que a maquiagem que
eu tinha colocado tão cuidadosamente começava a borrar
com o suor do esforço físico. Tentei me arrumar, mas logo
desisti. Eu não precisava mais daquela camada de maquia-
gem para me sentir bonita. A verdadeira beleza vem de den-
tro. Enquanto a aula chegava ao fim, todos nos aplaudiam e
sorriam. Enquanto nos aplaudiam, senti uma sensação de
alegria e satisfação. Eu havia me superado, e tinha me per-
mitido ser eu mesma, sem me preocupar com a aparência.
No final da aula, a professora nos agradeceu pela participa-
ção. Ela disse que havia ficado impressionada com a nossa
dedicação e o nosso entusiasmo. Eu me despedi dos outros
participantes e fui para casa. Eu fui para o meu quarto e me
deitei na cama. Eu olhei para o teto e pensei na noite.
Mallu adora andar pela casa de meia. Ela gosta de sentir a
textura das meias sob seus pés e o cheiro de frescor. Ela des-
liza pelos corredores da casa com suas meias macias. Cada
passo que ela dá é cuidadosamente calculado, permitindo
que seus pés sintam a textura suave das meias enquanto ex-
ploram os espaços familiares. A cada movimento, a sensa-
ção tangível das fibras envolve seus dedos, proporcionando
uma agradável carícia a cada passada. A textura delicada
das meias, com seus pontos e tramas entrelaçados, estimula
os sentidos de Mallu enquanto ela se aventura pela casa. An-
dar de meias pela casa se torna mais do que um hábito para
Mallu, é um ritual de conexão com o ambiente ao seu redor.
É uma maneira de se sentir presente em cada canto familiar,
enquanto desfruta da simplicidade e do prazer sensorial que
as meias trazem.
Naquela tarde, Mallu ajudando Emily a arrumar a casa
quando, ao pegar um jarro de planta para encher de água,
acabou derrubando-o. O jarro se quebrou em mil pedaços,
espalhando água e terra por todo o chão. A água e a terra se
espalharam, formando uma grande poça.
Emily, que está a poucos metros, virou-se para Mallu, irri-
tada.
— Quebrou? Agora, dá seu pulo para consertar.
Mallu, que está com um sorriso travesso no rosto, olhou
para o chão, pensativa.
— Você não me merece.
O sorriso de Mallu era contagiante. Emily, mesmo irritada,
não conseguiu deixar de sorrir também.
Elas se puseram a arrumar a bagunça. Mallu, com a ajuda de
Emily, recolheu os pedaços de vidro e os colocou no lixo. Em
seguida, elas lavaram o chão e trocaram o vaso de planta.
O trabalho demorou um pouco, mas no final tudo ficou em
ordem.
Ao terminar, Emily olhou para Mallu, que ainda estava com
o sorriso travesso no rosto.
— Você é uma peste, Mallu.
— Eu sei.
Mallu deu um abraço em Emily e saiu da sala, cantando.
Mallu volta para a cozinha.
— Sabe, mãe, eu estava pensando...
— O que foi?
— Acho que eu não sou uma peste.
— Claro que é. Você sempre está aprontando alguma.
— Mas eu nunca faço por maldade. Eu só sou um pouco
desastrada.Emily sorriu.
— Você é uma peste, mas é uma peste amorosa.
Mallu sorriu de volta.
— Eu te amo, mãe.
— Eu também te amo, filha.
Ethan pegou sua mochila e correu para a porta. Ele não po-
dia perder mais tempo.
— Ethan, onde você vai? — Emily, perguntou da cozinha.
— Eu tenho que ir, mãe. É urgente. Ethan respondeu sem
parar.
— Mas filho, você nem tomou café da manhã. — Emily in-
sistiu.
— Não tem problema. Eu como alguma coisa no caminho.
Ethan disse, já abrindo a porta.
— Tchau, filho. — disse Emily, acenando.
Ethan saiu da casa e correu para a rua. Ele olhou para o céu
e viu que estava nublado. Ethan sentiu o cadarço solto roçar
no chão de pedra. Ele olhou para baixo e viu que o nó que
ele havia feito com pressa se desfez. Ele procurou um lugar
para se apoiar e encontrou uma parede de tijolos velhos e
rachados. Ele encostou as costas na parede e se abaixou para
amarrar o cadarço. Ele fez um laço duplo, para garantir que
não se soltasse de novo. Andando pela rua quando uma ve-
lha sem dentes passou por ele.
— Menina, sai da frente!
— Eu sou um menino. A velha sem dentes olhou para ele de
cima a baixo.
— Tem certeza? — Você parece uma menina.
Ethan ficou irritado.
— Não, eu não pareço uma menina.
Depois de dizer, ele acaba vomitando por dentro. Um turbi-
lhão de emoções conflitantes parece revirar suas entranhas,
deixando-o com uma sensação de desconforto angustiante.
Seu corpo parece vibrar com a intensidade das palavras que
acabou de pronunciar, mas ao mesmo tempo, uma vontade
incontrolável de desfazer tudo começa a surgir. Uma espécie
de ânsia silenciosa toma conta de seu ser, como se sua alma,
em total desarmonia, tentasse escapar daquela situação.
A velha sem dentes encolheu os ombros.
— Faça o que quiser.
Do nada, uma violenta tempestade se abateu sobre a cidade.
Durante o percurso, Ethan mantém os pés cuidadosamente
posicionados, evitando qualquer possibilidade de sujá-los.
Ele aproveita a oportunidade para conversar com o pai de
Qify e expressar sua gratidão pela ajuda providencial em um
momento de incerteza. Chegando em casa, Ethan despede-
-se do pai de Qify com um sorriso sincero, e mais uma vez
agradece por sua generosidade.
Acordei pela manhã, abri a porta e acabei recebendo um
jornal que um jovem rapaz jogou em cima de mim. Fiquei
surpreso e um pouco irritado com a atitude dele. Voltei para
dentro de casa e olhei para o jornal. É um jornal local, com
notícias sobre o bairro e a cidade. Li as notícias enquanto
tomava café da manhã.
O jornal dizia:
‘Defeito no produto? Prepare-se para uma maratona de
aborrecimentos’! A manchete do jornal local me encarava
enquanto eu tomava café da manhã, um lembrete irritan-
te da minha própria experiência recente com um produto
defeituoso. A frustração ainda era recente, a lembrança da
indiferença do fabricante ainda fresca em minha mente.
A reportagem principal detalhava as experiências de diver-
sos consumidores que enfrentaram obstáculos e frustrações
ao tentar lidar com produtos defeituosos.
Ainda estava escuro quando Mallu acordou. Ela se vestiu
rapidamente e foi para a cozinha, onde encontrou sua mãe
preparando o café da manhã.
— Bom dia, mamãe! Como você está?
— Estou bem. Nesse momento, entrei na cozinha.
— E o que você vai fazer hoje?
Ethan foi na casa de seu amigo Qify Moore, aproveitando
uma tarde de diversão, quando a chuva caiu. Ethan, surpre-
so com a súbita mudança de planos causada pela chuva, olha
para Qify enquanto seu amigo desce as escadas. Ele espera
ansiosamente pela solução para o problema da chuva que
impediria sua volta para casa. Qify correu para as escadas
e desceu até o quarto de seu pai, que estava trabalhando no
computador. Ele bateu na porta e pediu, com voz ansiosa,
para que seu pai levasse Ethan para a sua casa, antes que
a tempestade piorasse. Qify retorna rapidamente do quarto
de seu pai, com uma expressão mista de alívio e excitação no
rosto. O pai de Qify, um homem sério e exigente, levantou-
-se da cadeira e foi até o quarto onde os meninos estavam.
Ele disse, com um tom autoritário, que iria levar Ethan de
carro para sua casa, mas que ele não deveria colocar os pés
sujos no banco de couro do seu veículo. Ethan ficou sem re-
ação, sentindo-se constrangido e intimidado pelo pai de seu
amigo. Ele enfatiza a condição de não sujar os pés no carro.
A reação momentânea de Ethan é de surpresa, mas ele en-
tende a preocupação do pai de seu amigo e assente com a
cabeça em concordância. Com delicadeza, Ethan pede des-
culpas antecipadamente e assegura ao pai de Qify que fará o
possível para manter os pés limpos e secos durante o trajeto.
Ele se compromete a ter cuidado e agradecer sinceramente
pela gentileza de levá-lo para casa.
O suor escorria pela minha testa enquanto eu apertava o
volante com força. Já dirigia há mais de uma hora naquela
estrada deserta, e o GPS teimava em não mostrar nenhum
sinal. Comecei a entrar em pânico. Estava perdido, sem sa-
ber para onde ir. Parei o carro e saí para tentar enxergar algo
além das árvores e arbustos que me cercavam. A solidão era
ensurdecedora. Respirei fundo, tentando me acalmar. Pre-
cisava pensar com clareza para encontrar uma solução.
Olhei para o meu celular e vi que a bateria estava no fim.
Encontrar um lugar para parar e descansar era crucial, mas
o medo de ser atacado ou assaltado em um local desconhe-
cido me consumia. Decidi continuar dirigindo por mais um
tempo, na esperança de encontrar uma cidade ou vila onde
pudesse pedir ajuda. Mais meia hora se passou, e nada além
da vastidão da floresta. A desesperança começou a tomar
conta de mim. Eu não sabia o que fazer.
Urinando e andando de costas. Parou e balançou pelo ar.
Tava pra ver as pedras sorrindo com pedrinhas pela boca.
Depois de receberem o jato de urina, continuei caminhando.
Já eram meio-dia quando caiu uma gota de chuva no meu
rosto, parecia que iria chover em mim naquele momento,
quando eu olhei para cima, o sol quente queimava o meu
rosto, e nada de chuva. Continuei a caminhar pelas ruas mo-
vimentadas da cidade, tentando encontrar abrigo daquele
sol escaldante. As pessoas ao meu redor pareciam indiferen-
tes à contradição entre a gota de chuva e o céu ensolarado.
Enquanto seguia adiante, percebi que algo estranho estava
acontecendo.
— Vou estudar com Tilly para a prova de amanhã.
— Eu vou manter meus dedos cruzados para você.
— Bom dia, pessoal!
— Bom dia, pai! —, disse Mallu. Me sentei na mesa, e co-
mecei a tomar café. Nesse momento, Ethan passou pela co-
zinha para pegar uma toalha que está na sala e ir para o ba-
nheiro com pressa.
— Bom dia, Ethan!
— Bom dia! —, disse Ethan, sem olhar para trás.
Mallu olhou para mim, com um olhar interrogativo.
— O que foi com ele?
— Não sei. Ele deve estar com pressa. Mallu continuou a
tomar café. Enquanto isso, Ethan estava no banheiro, com
a cabeça baixa, olhando para o chão. Ele estava com medo.
Ele tinha visto algo que não deveria ter visto... Saio de casa
e ligo o carro. O sol brilha forte no céu azul. Em certo mo-
mento eu fico parado na estrada, esperando a luz verde. O
trânsito está lento, e eu estou impaciente para chegar ao
meu destino. De repente, um carro passou por mim em alta
velocidade. Eu olhei pelo espelho retrovisor, e vi que era um
carro esportivo vermelho, com as janelas abertas e a músi-
ca tocando alto... O motorista era um homem jovem, com
cabelos compridos e barba. Ele estava sorrindo e cantando
junto com a música. Eu fiquei olhando para ele, imaginan-
do onde ele estava indo, e o que estava fazendo. Algo sobre
o carro me deixava desconfortável. A luz verde finalmente
acendeu, e eu segui meu caminho.
À medida que eu caminhava, pequenas gotas começaram
a cair do céu, uma a uma. As gotas de chuva ficavam cada
vez mais fortes. Logo, estava chovendo forte, e as pessoas ao
meu redor começaram a se abrigar. Eu era o único que es-
tava caminhando na chuva. Não sabia o que estava aconte-
cendo, mas sabia que tinha que encontrar um lugar para me
abrigar. Continuei caminhando, e logo cheguei a um prédio.
Entrei e me escondi da chuva. O prédio estava vazio, e eu
era o único lá. Sentei-me em um banco e olhei para fora da
janela. A chuva ainda estava caindo forte, e o céu ainda es-
tava ensolarado. Eu estava parado, olhando para o céu. As
nuvens estavam se dispersando, e os raios de sol estavam
começando a aparecer. O ar estava úmido e fresco, e eu po-
dia sentir o cheiro da terra molhada. A chuva tinha durado
por horas, e eu estava feliz que finalmente estivesse passan-
do. Eu estava com frio e molhado, e estava ansioso para ca-
minhar mais um pouco. Mas por um momento, eu decidi
ficar lá e apreciar o sol. Eu respirei fundo e fechei os olhos.
Eu podia sentir o sol no meu rosto e o vento no meu cabelo.
Eu me sentia relaxado e feliz. Depois de alguns minutos, eu
abri os olhos e olhei para o céu novamente. As nuvens ha-
viam desaparecido, e o sol estava brilhando forte. O mundo
parecia novo e fresco.
O sol começou a se pôr no horizonte, pintando o céu de tons
alaranjados. De repente, um estrondo ecoou pela estrada
deserta. Um carro vermelho, com suas portas abertas, vi-
nha em alta velocidade, derrapando nas curvas. A adrena-
lina toma conta de mim enquanto ele se aproxima, e meu
coração acelera, e sinto um friozinho na barriga, e junto vem
aquele arrepio que arrepia até os fios do pé.
A chuva começou a cair torrencialmente, transformando a
estrada em um rio. De repente, um relâmpago ilumina o céu
e revela uma silhueta misteriosa à distância.
Era um carro prateado, deslizando pela pista molhada como
se fosse um fantasma. A trilha sonora da tempestade au-
menta minha ansiedade, enquanto eu observo o veículo se
aproximar. O nevoeiro cobre a estrada, reduzindo a visibili-
dade a poucos metros à frente. De repente, uma motocicleta
aparece em meio à névoa, suas luzes ofuscantes cortando o
ar úmido. Ambos olham para mim. Eu aceno, um deles dá
de ombro, e sai poeira. Ele acelera e ultrapassa um carro
vermelho parado na beira da estrada. O piloto, vestido intei-
ramente de preto, me encara com olhos penetrantes. Uma
sensação de perigo iminente me envolve enquanto ele desa-
parece na névoa novamente.
Uma trilha estreita serpenteia pelo ar, com árvores altas
e sombras ameaçadoras. Um rugido ecoa no ar, e um jipe
verde surge das árvores, saltando sobre pedras e galhos ca-
ídos. A poeira levanta atrás do veículo, deixando um rastro
de mistério no ar. O motorista, vestido em trajes de camu-
flagem, me lança um olhar desafiador enquanto passa, fa-
zendo meu coração bater descontroladamente. Uma estrada
deserta se estende à minha frente, iluminada apenas pelos
faróis de um carro azul elétrico que se aproxima rapidamen-
te. Conforme o veículo se aproxima, os faróis assumem uma
cor vermelha vibrante, revelando uma aura misteriosa.
O som de uma música Country preenche o ar, e minha men-
te é transportada para uma aventura futurista enquanto o
carro passa por mim, deixando um rastro de energia no ar.
Em meio a uma paisagem árida, um ronco ensurdecedor
corta o silêncio. Um carro amarelo brilhante, equipado com
um motor poderoso, surge da poeira do deserto. Acelerando
pela estrada acidentada, ele salta em uma rampa improvisa-
da, voando pelo ar por um breve momento antes de aterris-
sar com uma batida surpreendente.
Um carro conversível vermelho atravessa uma estrada cos-
teira sinuosa. O vento sopra em meus cabelos enquanto o
carro acelera, fazendo curvas fechadas com habilidade. O
motor ronca, e eu sinto uma mistura de liberdade e emo-
ção enquanto a paisagem deslumbrante passa por mim em
um borrão. Uma estrada montanhosa se estende à minha
frente, com vistas panorâmicas de tirar o fôlego. Um carro
prateado, com detalhes em aço polido, sobe a encosta íngre-
me com facilidade, contornando curvas perigosas com pre-
cisão milimétrica. A paisagem se desdobra diante dos meus
olhos enquanto o veículo corta o ar fresco da montanha. A
sensação de aventura se mistura com a beleza natural. Um
carro roxo neon surge entre os outros veículos, deslizando
elegantemente entre eles. A música alta ecoa de seus alto-fa-
lantes. Os pedestres param para observar, enquanto o carro
desaparece na multidão, deixando todos em um estado de
pura admiração.
A chuva torrencial me deixou completamente encharcado.
Minhas roupas grudavam no corpo, e eu tremia de frio. O
GPS do celular, que normalmente me guiava com precisão,
falhou terrivelmente naquela noite. Eu estava determinado
a ter uma boa refeição. Enquanto me acomodava em uma
mesa do restaurante, ansioso por uma refeição saborosa,
deparei-me com uma desagradável surpresa. Assim que o
prato foi trazido à minha frente, um cheiro repulsivo inva-
diu minhas narinas, lançando um mal-estar instantâneo.
O aroma que deveria ser apetitoso e convidativo assumiu
um odor desagradável, quase insuportável. A comida, que
outrora deveria apresentar cores vibrantes e frescor, esta-
va agora pálida e decadente. Legumes murchos e sem vida
espalhavam-se pelo prato, como se tivessem sido aban-
donados à própria sorte. A carne, cuja textura deveria ser
suculenta e macia, parecia ter passado por um processo
de decomposição prematura, deixando um rastro de pu-
trefação no ar. Ao tentar amenizar a experiência com um
gole de café, fui imediatamente tomado por uma amargura
intensa. A bebida, que deveria fornecer um toque de calor e
conforto, pareceu ter sido preparada com grãos de café que
haviam perdido sua essência, restando apenas um amargor
persistente que tomou conta de minha boca, deixando um
gosto desagradável que se recusava a desaparecer.
Para completar a decepção gastronômica, resolvi experi-
mentar as pernas de frango servidas no prato. No entanto,
ao dar uma mordida, deparei-me com algo completamente
inaceitável: a carne estava podre, exalando um odor fétido
que atingiu diretamente meu paladar e minha sensibilidade
olfativa. Rapidamente, afastei o pedaço de frango, sentindo
uma mistura de nojo e incredulidade diante daquela situa-
ção.
Diante de tal revés gastronômico, minha expressão facial
capturou a perplexidade e a decepção que tomaram conta
de mim. Não restava outra alternativa senão abandonar
aquela refeição indigesta, deixando um cruzcru seco sobre
o prato, simbolizando a minha recusa em continuar con-
sumindo algo que poderia prejudicar minha saúde e bem-
-estar. Me aproximei do balcão, onde um homem estava
sentado ao lado, saboreando um café. Ele me olhou com
curiosidade, notando minha aparência desgrenhada.
— Tempo horrível lá fora, não é mesmo?, disse ele, apon-
tando para a janela onde as gotas de chuva escorriam.
Assenti, tentando espremer a água da minha camisa.
— Sim, péssimo. E o pior é que meu GPS me levou para o
lugar errado. Eu estava indo para casa, mas acabei aqui.
O homem riu.
— Bem, pelo menos você está em um lugar quente e seco
agora. Como você vai chegar em casa?
Cocei a cabeça, pensando.
— Meu carro está estacionado a algumas quadras daqui.
Acho que vou correr até lá e tentar chegar em casa antes
que a chuva piore. O homem ergueu uma sobrancelha.
— Correr? Você está brincando, certo? Você está completa-
mente encharcado!
— Eu sei, mas não tenho muita escolha. Não posso ficar
aqui para sempre. O homem se levantou e estendeu a mão.
— Você quer uma carona? Eu estava indo para casa tam-
bém. Fiquei surpreso com a gentileza do estranho.
— Sério? Isso seria ótimo! Obrigado.
Peguei minhas coisas e o segui até o estacionamento. Ele
me levou em seu carro até minha casa, que felizmente fica-
va perto do local. Agradeci-lhe profusamente pela gentileza
e me despedi, entrando em casa finalmente aquecido e
seco.
Emily me recebeu com um sorriso radiante, mas logo fran-
ziu a testa ao notar minha aparência desgrenhada.
— O que aconteceu?, perguntou ela, com uma mistura de
preocupação e curiosidade.
— Você parece um pinto molhado! Expliquei a ela sobre a
minha aventura gastronômica malfadada, o GPS que me
levou para o lugar errado, a chuva torrencial e a carona que
peguei com um estranho gentil. Emily ouviu atentamente,
com os olhos arregalados de espanto.
— Nossa, que dia horrível!, exclamou ela quando terminei
minha história. Mas ainda bem que você está bem. E que
bom que aquele homem te deu uma carona!
— Sim, eu tive muita sorte. Emily me puxou para um abra-
ço caloroso.
— Estou feliz que você esteja em casa, meu amor. Agora, vá
tomar um banho quente e colocar uma roupa seca. Eu vou
preparar um chá para você. Obedeci às instruções de Emily
e logo me senti reconfortado pelo calor da água e pelo
aroma do chá. Sentei-me no sofá com Emily ao meu lado e
contei a ela mais detalhes sobre o meu dia desastroso.
— E agora, vamos esquecer este dia horrível e aproveitar o
resto da noite juntos. Concordando, apaguei as luzes e me
aconcheguei com Emily no sofá.
CAPITULO 02
O último a sair, apague as luzes
A porta do quarto está trancada, mas a fechadura está des-
gastada e dá para ver um fino fio de luz se esgueirando por
baixo da porta. O corredor está escuro, apenas a luz do abajur
aceso na estante ilumina o caminho. O abajur é de madeira
escura e tem um tecido amarelo claro que filtra a luz. A luz
é suave e aconchegante, criando um ambiente íntimo e con-
vidativo. Na estante, além do abajur, há um quadro com as
fotos da família Grayson. O quadro é grande e ocupa toda a
largura da estante. As fotos são coloridas e mostram a famí-
lia em momentos felizes. Na foto principal, os pais, Solomon
e Emily , estão sorrindo para a câmera, abraçados aos filhos,
Ethan e Mallu. Ethan está com um sorriso travesso no rosto
e Mallu está fazendo uma pose engraçada. Em outra foto,
os quatro estão sentados em uma mesa de piquenique, co-
mendo pizza. Solomon está rindo de alguma coisa que Emily
disse e Ethan está tentando pegar uma fatia de pizza da boca
de Mallu. O quarto do casal é um refúgio acolhedor e encan-
tador, onde a beleza se encontra com o conforto. Um tapete
macio e felpudo se estende pelo chão, criando uma sensação
acolhedora ao toque dos pés descalços.
A cama, o ponto central do quarto, é um oásis de serenidade.
Coberta por lençóis de algodão macio e almofadas exube-
rantes. Ao lado da cama, pequenas mesinhas de cabeceira
abrigam delicadas luminárias, iluminando suavemente o es-
paço com uma luz tênue e reconfortante.
Um elegante armário fornece espaço para guardar roupas
e acessórios, mantendo o ambiente organizado e imacula-
do. Um espelho de corpo inteiro reflete a beleza do quarto,
ampliando a sensação de espaço e luminosidade. Prateleiras
exibem itens decorativos significativos, como livros, plantas
e lembranças de viagens, acrescentando um toque de perso-
nalidade e vivacidade ao ambiente.
A cozinha era pequena, mas bem organizada. Havia uma
mesa de jantar com quatro cadeiras, uma geladeira, um fo-
gão e uma pia. Exausta após a árdua mudança para o novo
apartamento, ela finalmente terminara de organizar suas
coisas. Um banho quente era a promessa de relaxamento
que tanto ansiava. Ao sair do banheiro, deparou-se com ca-
cos de louça espalhados pelo chão da cozinha. Com cuidado,
recolheu os pedaços quebrados e os depositou em uma saco-
la de lixo. Limpou o chão e, em seguida, sentou-se à mesa de
jantar, observando o ambiente ao seu redor. A casa começa-
va a tomar a forma de um lar. A felicidade por ter realizado a
mudança a preenchia. Era um novo começo para eles.
Aryeta, a nova vizinha, finalmente tomou a iniciativa de co-
nhecer Solomon. Havia se mudado para o bairro há alguns
dias e estava ansiosa para fazer novas amizades. Com uma
fatia de bolo de cenoura feito naquela manhã, caminhou até
a porta da casa ao lado. Respirou fundo e bateu.
Ao ouvir a batida, Solomon abriu a porta com um sorriso
no rosto ao ver sua nova vizinha. Aryeta vestia um macacão
longo social com amarração Rose. Seus olhos brilhavam de
expectativa. Já Solomon, retribuía o sorriso com gentileza.
O bolo de cenoura de Aryeta repousava em uma travessa de
vidro, alto e fofo, com uma cobertura de cream cheese.
— Aryeta, certo? Aryeta sorriu carinhosamente e respon-
deu:
— Olá, Solomon! Sim, sou eu mesma. Estou aqui para me
apresentar e conhecer melhor a vizinhança. Eu trouxe um
pouco de bolo de cenoura que fiz hoje de manhã.
— Prazer em conhecê-la, disse Solomon, estendendo a mão.
— Prazer em conhecê-lo também, disse Aryeta, apertando
a mão dele.
Após anos no mesmo lar, Louis e Aryeta decidiram que
era hora de recomeçar. Adquiriram uma charmosa casa
adornada por um belo jardim, iniciando o planejamento da
mudança. Para auxiliar na organização, contrataram uma
empresa especializada em transporte e embalagem. Na ex-
pectativa do grande dia, exploraram a nova cidade, visitan-
do restaurantes, lojas, parques, cinema e teatro. O dia da
mudança chegou. A equipe da empresa chegou cedo e, com
grande habilidade, embalou e carregou todos os móveis e
pertences do casal. Como forma de agradecimento, prepa-
raram uma caixa com lanches e bebidas refrescantes para
os trabalhadores. O clima era de harmonia e colaboração, e
o processo transcorreu sem problemas. Em poucas horas,
tudo estava pronto para a viagem para o novo lar. Despedi-
ram-se da equipe e seguiram para a casa nova.
Ao chegar, a equipe começou a descarregar os móveis e
pertences. Louis e sua esposa ajudaram a colocar tudo em
seu lugar. A casa era uma charmosa casa geminada de dois
andares, com porta de madeira e maçaneta de bronze.
— Já vi você por aqui algumas vezes.
— Ah, sim. Eu também já vi você.
— Eu trouxe um bolo de cenoura para você, disse Aryeta,
oferecendo a fatia para Solomon.
— Obrigado! —, disse Solomon, aceitando o bolo. Eu adoro
bolo de cenoura.
— Está fresquinho da hora.
— Eu vou experimentar agora mesmo —, disse Solomon,
levando o bolo para a cozinha.
Aryeta e Solomon ficaram conversando na porta por alguns
minutos.
— É uma pena que eu esteja tão ocupado hoje. Eu adoraria
te convidar para entrar e tomar um café.
— Tudo bem. Outra hora a gente se encontra.
— Com certeza. A noite caía e as ruas estavam desertas, ex-
ceto pelas luzes aconchegantes que brilhavam nas janelas
das casas. Dentro de uma delas, eu me reunia com a minha
família ao redor da lareira, aproveitando a tranquilidade
do momento. A chuva caía lá fora, criando uma atmosfe-
ra aconchegante. Eu estava sentado em minha poltrona de
couro marrom, enquanto minha esposa, se aconchegava no
sofá com uma manta macia. Nossos filhos, estavam espar-
ramados no tapete felpudo em frente à lareira, apreciando o
calor do fogo. Eu sentia o cheiro de biscoitos recém-assados,
que saíam do forno e preenchiam a casa com um cheiro re-
confortante. Eu sorri ao redor com um sorriso no rosto.
— Que noite maravilhosa para ficar em casa, não é mesmo?
A chuva lá fora nos presenteou com esse ambiente aconche-
gante e perfeito para estarmos juntos. Emily assentiu, en-
volvendo-se ainda mais na manta.
— Querido, nada melhor do que estar aqui com vocês, des-
frutando dessa paz e tranquilidade. Mallu, com seus cabelos
longos e castanhos, que caíam em cascata sobre seus om-
bros,
levantou-se e caminhou até a estante, próxima à lareira.
Ela pegou o seu celular e sentou novamente no tapete. Seus
olhos castanhos brilhavam com curiosidade enquanto ela
deslizava o dedo pela tela. Emily distribuiu os biscoitos
para cada membro da família. O aroma delicioso é acompa-
nhado pelo ar, aumentando ainda mais a sensação de con-
forto e aconchego na sala. Todos saborearam os biscoitos
com satisfação.
Não quero sair do quarto, mas mesmo assim vou ter que me
arrumar, cheio o sovaco, estou fedendo. Vou ao banheiro.
Deixo a toalha pendurada, e fico pelado. Enquanto estou no
banheiro, o ar está úmido e quente, formando um leve va-
por que embaça o espelho. A luz suave do abajur ao lado da
pia cria uma atmosfera relaxante no ambiente. Posso ouvir o
som reconfortante da água caindo do chuveiro e o leve chia-
do da pressão da água. A água fria da torneira do lavatório é
revigorante ao tocar meu rosto, enquanto molho meu cabelo.
Pego meu shampoo favorito, com um aroma fresco e revigo-
rante, e massageia suavemente o couro cabeludo, sentindo a
espuma formar uma espécie de coroa de bolhas sobre minha
cabeça. Ao entrar no box do chuveiro, o som da água ganha
força, e ajusto a temperatura para o nível perfeito, onde a
água está fria, mas não gelada. As gotas de água percorrem
meu corpo, refrescando-o instantaneamente e fazendo com
que a sensação de calor se dissipe gradualmente. Enquanto
a água escorre pelo corpo, sinto como se todos os músculos
estivessem relaxando. Os pelos do corpo se arrepiam leve-
mente com o contraste entre a temperatura ambiente e a
água fria, proporcionando uma sensação de frescor e vita-
lidade. Fecho os olhos e aproveito o momento, permitindo
que a água fria desperte todos os seus sentidos. O cheiro do
sabonete que escolhi, com notas cítricas e mentoladas, se
mistura ao vapor que preenche o banheiro. A sensação da
água fria em contato com a pele cria uma espécie de formi-
gamento, quase como se estivesse tomando um banho de
energia.
A cada minuto que passa, sinto a água lavando todas as
impurezas e preocupações do dia, renovando meu corpo e
mente. Cada gota que escorre pelo ralo leva consigo qual-
quer resquício de cansaço ou mau humor que possa existir.
Depois de sete minutos de banho, desligo o chuveiro, sen-
tindo-se revigorado e completamente limpo. Ao sair do ba-
nheiro, pego a toalha, enxugo meu pênis, dou uma balan-
çada. Balançando até minha irmã abrir a porta. Assim que
minha irmã abre a porta, ela me olha com surpresa e solta
uma risada. Eu rapidamente rosno, me cubro com a toalha:
— Você poderia ter batido antes de entrar, sabia?
Mallu olha para as partes baixas e casoa de mim. “Heheheh!”
— Ah, foi mal, não sabia que era tão pequeno assim.
Fiquei vermelho de vergonha.
— Ah... quase que eu falo uma bobagem agora, murmurei.
Ela continuou rindo.
— Nem quero imaginar o que você pensou.
Ela se aproximou e olhou de cima a baixo.
— Desculpe, não esperava encontrar você aqui. Mas olha,
você está todo revigorado! O banho deve ter sido ótimo. Eu
me gabo envergonhado, e concordo com ela.
— Sim, foi realmente revigorante. A água fria despertou to-
dos os meus sentidos, e agora estou me sentindo renovado e
limpo. Ela se aproxima e me dá uma tapinha no ombro.
— Acho que você deveria fazer isso com mais frequência.
Parece que faz maravilhas para o seu humor. Vou até a porta
com as mãos no pênis, e fecho a porta. Vou me arrumando, e
vejo a minha cueca favorita, vou usar para as minhas partes
baixas não ficarem balançando por aí. Passando um perfu-
me que ganhei de uma pessoa muito especial. Achei uma ca-
miseta que não achava a século, tem até um cheiro de novo.
A camiseta era branca, de algodão, e tinha um cheiro de la-
vanda fresco. Era uma camiseta que eu usava muito quando
era criança, e me trouxe boas lembranças.
Continuei procurando pelo perfume, olhando em todos os
lugares possíveis. De repente, ouvi um barulho vindo de
uma gaveta que ainda não havia verificado. A gaveta estava
em um armário no canto do quarto. Era uma gaveta que eu
não abria há muito tempo, e estava cheia de roupas velhas e
esquecidas. Abri a gaveta e lá estava o perfume, escondido
atrás de algumas roupas. O perfume era um frasco de vidro
verde com um laço dourado. O nome do perfume estava gra-
vado no vidro: “Eau de Parfum”. Fiquei aliviado e feliz por
finalmente ter encontrado o perfume. Eu estava tão feliz que
dei um grito de alegria. O perfume era um presente de uma
pessoa especial, e eu estava muito feliz por tê-lo encontrado.
As nuvens de tempestade que haviam ameaçado a cidade
durante todo o dia, finalmente haviam se dissipado, deixan-
do para trás um céu azul claro. Emily está ocupada na co-
zinha preparando o jantar, mas parou por um momento e
olhou para Ethan todo arrumado e cheiroso.
— Você não vai andar à toa hoje Ethan —, disse Emily com
um olhar sério.
— Só vou sair aí com os amigos. Ethan olhou para Emily,
surpreso com a seriedade em seu olhar.
Ele sabia que ela costumava ser tranquila e compreensiva,
mas algo naquele momento indicava que ela estava real-
mente preocupada. Emily suspirou, apoiando-se no balcão
da cozinha. Ele estava saindo mais frequentemente com os
amigos e parecia se envolver em situações que ela não co-
nhecia totalmente.
— Ethan, eu confio em você, mas tenho sentido que você
anda se metendo em algumas situações arriscadas. É impor-
tante que você tome cuidado e esteja ciente das suas esco-
lhas —, disse Emily preocupada. Ethan franziu a testa, sen-
tindo-se levemente acusado. Ele não achava que suas saídas
com os amigos fossem tão problemáticas, mas a expressão
de preocupação nos olhos de Emily o fez refletir. Ele se apro-
ximou dela e segurou suas mãos.
— Eu entendo sua preocupação, e prometo que vou tomar
mais cuidado. Mas também quero que você confie em mim.
Eu tenho amigos de confiança e sei como me cuidar.
Emily sorriu levemente, aliviada por ouvir as palavras de
Ethan. Eles se abraçaram. Ela observou-o ir, ainda um pou-
co preocupada, mas também confiante de que ele estaria
bem. Ethan chegou na praça onde seus amigos estavam se
reunindo. Eles estavam todos lá.
— Ei, cara!, gritou um deles. Você demorou!
— Eu sei, eu sei. Me desculpa. Eu estava ajudando minha
mãe em casa.
— A mãe dele ainda o amarra na chupeta?, perguntou outro
amigo, rindo. Ethan revirou os olhos.
— Cala a boca, Qify.
— Só estou brincando, Ethan. Qify continuou rindo.
Mas você realmente demorou muito.
— Eu sei, eu sei.
— A gente já estava pensando em ir embora sem ele.
Ethan sorriu de forma sem graça.
— Ethan, você realmente é um filho dedicado, hein? Ainda
ajuda sua mãe em casa! —, disse Qify com um sorriso sar-
cástico.
Ethan bufou e tentou manter o bom humor, mas estava fi-
cando cada vez mais desconfortável com os comentários.
Ele sabia que seus amigos estavam apenas brincando, mas a
situação estava começando a passar dos limites.
— É sério, cara, você estava nos deixando malucos de tanto
esperar!
Ethan tentou desviar o assunto.
— E aí, pessoal, o que vamos fazer hoje à noite? Alguma
ideia?
Seus amigos, no entanto, não deixaram o assunto morrer
tão facilmente. Eu ouvi dizer que a mãe dele o fez prometer
que voltaria antes da meia-noite! — comentou Qify,
provocando risos entre os outros. Ethan respirou fundo,
tentando manter a calma. Ele sabia que precisava lidar com
a situação de forma madura, mas estava ficando difícil.
— Vocês podem parar com isso? —, disse ele, finalmente
expressando sua frustração. Eu entendo que estavam espe-
rando, mas não precisam ficar pegando no meu pé o tempo
todo. Ele tentou aguentar, mas ele estava começando a ficar
irritado.
— Tá bom, tá bom. Já chega. Finalmente. Eu estou aqui
agora, ok? Os amigos de Ethan se calaram. Ethan olhou para
eles, esperando que eles desculpassem.
— Desculpa, Ethan. Foi só uma brincadeira.
Os amigos pararam de caçoar, mas Ethan ainda se sentia
mal. Ele não queria que eles pensassem que ele era um cara
desleixado.
— Eu prometo que não vou demorar mais.
— Tá bom, disse um amigo. A gente acredita em você.
— Eu sei. Ethan disse, tentando sorrir.
O frio da manhã era cortante, fazendo Mallu se encolher
sob as cobertas. Com um suspiro, ela se arrastou para fora
da cama e colocou as meias felpudas nos pés, buscando um
pouco de conforto. O piso de madeira gelada sob seus pés a
fez estremecer. Na cozinha, a chaleira fervia enquanto Mallu
escolhia um sachê de chá de camomila, seu favorito. O aro-
ma suave e calmante do chá logo invadiu o ambiente, tra-
zendo uma sensação de paz. Ela encheu uma caneca com o
líquido dourado e levou-a aos lábios, saboreando o calor e a
doçura. O chá era como um abraço quente, aquecendo-a por
dentro e por fora.
Enquanto bebia o chá, Mallu se sentou à mesa e observou a
luz do sol nascente filtrando-se pelas janelas. A neve caía su-
avemente lá fora, criando um cenário mágico. Ela se sentiu
grata pelo aconchego de sua casa e pela companhia do chá
quente.
Nove da noite. A biblioteca da Forest Hills University estava
silenciosa, exceto pelo som do lápis de Tilly riscando o pa-
pel. Eu estava sentada ao seu lado, com o livro de História
aberto na minha frente. A mesa estava cheia de livros e ca-
dernos. Eu e Tilly sentávamos-nos uma de frente para a ou-
tra, nossos rostos iluminados pela luz da lâmpada. Naquela
noite, estávamos nos preparando para a prova de História
do dia seguinte. O assunto era a Revolução Francesa, e nós
estávamos estudando o calendário revolucionário. Tilly ex-
plicava as diferenças entre o calendário gregoriano e o ca-
lendário revolucionário, enquanto eu anotava tudo em meu
caderno. De vez em quando, fazíamos perguntas uma para a
outra para garantir que tínhamos entendido tudo. De repen-
te, Tilly parou de escrever e olhou para mim.
— Você está prestando atenção? Eu assenti.
— Claro que sim. Estou ouvindo tudo o que você está dizen-
do.
— Eu sei que você está. Eu só queria ter certeza. Tilly fechou
o livro.
— Acho que estamos prontas. Eu concordei.
Nós nos levantamos e nos dirigimos à saída da biblioteca.
— Boa sorte na prova amanhã.
— Obrigada! Pra você também. Saímos da biblioteca e ca-
minhamos pela Forest Hills University. Eu olhei para Tilly,
que caminhava ao meu lado. O frio da tarde de outono era
amenizado pelos raios de sol que se espreguiçavam entre as
copas das árvores da Forest Hills University. O campus, um
mosaico de tijolos vermelhos e grama verdejante, fervilhava
com o burburinho de estudantes apressados. Entre eles, Tilly
e eu caminhávamos lado a lado, em silêncio, cada uma imer-
sa em seus próprios pensamentos. Eu me virei para ela, meus
olhos pousando em seu rosto sereno. Seus cabelos castanhos
estavam presos em um coque frouxo, e seus olhos castanhos
escuros brilhavam com uma mistura de determinação e an-
siedade.
— Pronta para amanhã? — Minha voz suave quebrando o si-
lêncio. Tilly assentiu, seus lábios se curvando em um sorriso
tímido.
— Acho que sim. Estudamos bastante, não é mesmo?
— Sim, nos dedicamos ao máximo, concordei. Mas lembre-
-se, não importa o resultado, você já é uma campeã por ter
chegado até aqui. Tilly me encarou por um momento, seus
olhos cheios de gratidão.
— Obrigada por me apoiar, amiga. Você é a melhor.
Um sorriso caloroso se formou em meus lábios.
— Amigas para sempre, respondi, entrelaçando meu braço
com o dela. Continuamos caminhando, apreciando a beleza
do campus e a companhia uma da outra. A tarde se desenro-
lava como um pergaminho, revelando segredos e promessas.
No horizonte.
Naquela noite, enquanto me preparava para dormir, meus
pensamentos se voltaram para Tilly. Eu sabia que ela estava
nervosa para a prova, mas também tinha certeza de que ela
se sairia bem. Sua inteligência, dedicação e força de vontade
eram inegáveis. O sol já dominava o céu quando Ethan acor-
dou, ainda sonolento. Os raios solares penetravam pela ja-
nela, e o canto dos pássaros se ouvia ao longe. Esticando-se,
ele se ergueu da cama, ainda um pouco atordoado.
Com passos lentos e pesados, dirigiu-se à cozinha, ainda
em estado de semi-consciência. Ao entrar, deparou-se com
Emily sentada à mesa, absorta em seu celular. Ela não notou
sua presença. Pouco tempo depois, Mallu e Solomon entra-
ram na cozinha. Mallu, pronta para a escola, vestia seu uni-
forme azul-marinho e branco. Em sua mochila, carregava
lanche e livros. Solomon a presenteou com um beijo de des-
pedida, sussurrando palavras em seu ouvido. Mallu sorriu
e retribuiu o gesto com um beijo. Juntos, saíram de casa e
caminharam em direção à Forest Hills University.
Terminando o café da manhã, Ethan empurrou a cadeira
para trás com um ruído surdo. Levantou da mesa e cami-
nhou pela cozinha, rumo à sala de estar. O sofá grande e
aconchegante o convidou a se jogar sobre ele, o que ele fez
com um sorriso. Sentiu o sol batendo na janela e o vento so-
prando pela sala. Era um dia perfeito. Afundou-se no sofá,
pronto para relaxar e aproveitar o dia. Eu e Tilly tinhamos
se preparando para a prova de História. Eu estava nervosa,
mas sabia que tinha estudado muito. Comecei a fazer a prova
e estava indo bem. Mas então, cheguei a uma pergunta que
não sabia a resposta. Fiquei nervosa e não sabia o que fazer.
Olhei ao redor da sala de aula, mas ninguém parecia estar
prestando atenção. Pensei em pedir ajuda ao professor, mas
estava com medo de ser julgada. Decidi tentar responder à
pergunta por conta própria, mas não consegui. Comecei a
me sentir desesperada. Estava prestes a desistir quando vi
Tilly sentada na mesa ao lado.
Tilly estava olhando para mim e sorriu. Terminei a prova
e entreguei ao professor. Eu estava confiante de que havia
feito um bom trabalho. Cheguei agora em casa, e a TV está
ligada tão alta que meus ouvidos estão gritando por socorro,
mas as vezes eu assisto a TV com o queixo no pescoço. Com
um suspiro exasperado, caminho apressadamente em dire-
ção à sala de estar. Ao entrar na sala, encontro meu irmão,
sentado no sofá, totalmente imerso em um programa de
mistério emocionante. Parece que ele não percebeu a altura
do volume da TV. Com paciência, me aproximo dele e toco
suavemente em seu ombro. Ethan se assusta e vira o rosto
para mim, tirando os fones de ouvido.
— Ethan, acho que o volume da TV está um pouco alto, você
poderia diminuí-lo um pouco? Meus ouvidos estão gritando
por socorro! Ethan olha para mim com um ar de surpresa,
como se estivesse inconsciente do barulho ensurdecedor
que havia criado. Ele imediatamente pega o controle remoto
e abaixa o volume da TV. A explosão de ruído diminui, tra-
zendo um alívio imediato aos seus ouvidos.
— Nem percebi. Estava tão envolvido no programa que per-
di a noção do volume. Sorri, aliviado pela situação ter sido
resolvida tão facilmente.
— Sem problemas. Cadê o pai?
—Tá lá no quarto roncando feito um liquidificador com dois
travesseiros na cabeça. Eu aproveito o momento para se
sentar ao lado dele no sofá. Observamos juntos a trama do
programa de mistério se desenrolar na tela, envolvendo-nos
em uma atmosfera de suspense e adrenalina. Nesse momen-
to, ouvimos um ronco alto vindo do quarto dos pais. Ethan
e eu trocamos olhares divertidos, e uma risada escapa de
nossos lábios.
— Acho que devemos acordar o pai antes que ele acorde os
vizinhos, sugere Ethan, levantando-se do sofá.
Nós dois caminhamos em direção ao quarto dos pais, onde
encontramos nosso pai em um sono profundo, com traves-
seiros estrategicamente posicionados para abafar os roncos.
Com cuidado, sacudimos seu ombro suavemente até que ele
acorda sonolento. Papai esfrega os olhos e boceja, olhando
para nós com uma expressão sonolenta. Nosso pai pisca al-
gumas vezes, tentando acordar completamente e processar
o que está acontecendo. Ele olha ao redor do quarto, notan-
do os travesseiros estrategicamente colocados ao seu redor.
— O que está acontecendo?, ele murmura. O que vocês dois
estão fazendo aqui? —, ele pergunta, ainda meio sonolento.
Ah, os travesseiros... Ethan e eu trocamos um olhar cúmpli-
ce antes de começar a explicar.
— Bem, papai, estávamos na sala quando ouvimos um ron-
co alto vindo do seu quarto. Achamos que seria melhor...
Ethan interrompe, completando a história com um sorriso
travesso.
— E quando entramos no quarto, vimos que você havia es-
trategicamente colocado travesseiros ao seu redor para aba-
far o som dos roncos. Foi uma cena engraçada. Papai nos
encara por um momento, e então começa a rir, percebendo
a situação. Enquanto conversávamos, nossos pais se junta-
ram a nós na sala. Mamãe estava com um sorriso no rosto,
enquanto papai ainda estava sonolento, esfregando os olhos
e bocejando de vez em quando. Papai bocejou novamente,
mas acabou cedendo, sentando-se em uma poltrona próxi-
ma. Acomodamos confortavelmente no sofá, aconchegan-
do-nos nos cobertores. Senti algo tocar meu braço e ergui a
cabeça. Uma mosca estava voando ao meu redor, com suas
asas batendo ruidosamente. Ela é pequena e preta, com
olhos grandes e antenas longas. Ela tinha asas transparen-
tes e pernas finas. Eu comecei a olhar para a mosca voando.
Girando e ziguezagueando pelo ar. A mosca pousou no meu
rosto. Eu me encolhi, mas ela não me picou. Em vez disso,
ela começou a andar pela minha testa, como se estivesse ex-
plorando meu rosto.
Eu fiquei parado, observando a mosca. Eu não sabia o que
fazer. Eu não queria machucar ela, mas também não queria
que ela continuasse voando ao meu redor. Depois de alguns
minutos, a mosca voou para longe. Eu suspirei de alívio.
Depois, a mosca voou para longe, sumindo no ar.
Quando cheguei à Forest Hills University, fui direto para o
ginásio. O ginásio estava cheio de alunos. A professora de
educação física, a Sra. Elijah, estava no meio da quadra,
dando instruções aos alunos. A aula de educação física é re-
alizada em um ginásio grande com uma quadra de vôlei. As
paredes do ginásio era pintadas de azul e branco. A pro-
fessora de educação física, uma mulher alta e atlética com
cabelos loiros e olhos azuis, estava usando um uniforme de
educação física vermelho e branco. Eu entrei no ginásio e
me senti imediatamente sufocado pelo ar quente e úmido.
As luzes fluorescentes me faziam sentir tonto, e as paredes
brancas eram como um espelho refletindo minha imagem.
Eu estava tão absorto na música que não percebi quando a
Sra. Elijah se aproximou. De repente, eu senti alguém me
tocar no ombro. Eu me virei e vi a Sra. Elijah.
— Ethan, você pode tirar os fones de ouvido? Eu assenti e
tirei os fones de ouvido. Eu me desculpei e tirei os fones de
ouvido.
— O que você está fazendo?
— Estou ouvindo música.
— Eu sei. Mas você está perdendo a aula. Eu olhei em volta
do ginásio. Os outros alunos estavam prestando atenção ao
que a Sra. Elijah estava dizendo.
— Eu sei. Eu vou prestar atenção. A Sra. Elijah assentiu.
— Continue ouvindo música. Mas só quando você estiver
fora da aula. Eu me juntei aos outros alunos no jogo, e eu me
diverti. Eu até marquei alguns pontos. Eu estava jogando
bem, e eu estava começando a me sentir mais confiante.
Depois de um tempo, a Sra. Elijah parou o jogo.
— Vamos fazer uma pausa. Os alunos começaram a se dis-
persar pelo ginásio. Eu fui até a minha mochila e peguei uma
garrafa de água. Eu estava bebendo quando ouvi alguém me
chamar.
— Ethan, o que você acha de jogarmos um jogo de vôlei?
— perguntou um garoto alto e atlético com cabelos pretos e
olhos castanhos.
— Eu adoraria. Nós nos juntamos a um grupo de alunos que
estavam jogando vôlei. Depois de um tempo, a Sra. Elijah
começou a chamar os alunos de volta para a quadra.
— Vamos terminar o jogo.
Nós voltamos para a quadra e continuamos jogando. Eu es-
tava jogando bem. No final do jogo, a Sra. Elijah nos para-
benizou.
— Vocês jogaram muito bem. Eu estava feliz por ter recebido
elogios da Sra. Elijah. Depois da aula, eu estava me prepa-
rando para sair do ginásio quando ouvi alguém me chamar.
— Ethan, você quer jogar vôlei comigo depois da escola? —
perguntou o garoto alto e atlético.
— Eu adoraria. Eu dei o meu número de telefone para Fizt,
e nós combinamos de jogar vôlei no dia seguinte.
Eu saí do ginásio e fui para casa. Eu sentei na minha cama
e toquei a minha guitarra e cantei uma música que eu havia
escrito. Peguei os meus fones de ouvido Bluetooth e coloquei
no ouvido, ouvindo música. Era uma música lenta e suave, e
a voz da cantora era como um abraço. Fechei os olhos e me
deixei levar pela música. Senti como se estivesse flutuando
em uma nuvem. Cantei junto com a música, e me senti feliz
e contente. Depois de um tempo, a música acabou. Abri os
olhos e olhei para o redor do quarto. Ainda estava lá, mas
parecia diferente. Não conseguia explicar como, mas parecia
um lugar melhor. Me levantei e fui para a janela. Olhei para
o céu e vi as estrelas. Estavam brilhando tão brilhantemen-
te, e senti um sentimento de admiração. Voltei para a cama
e me deitei. Fechei os olhos e me deixei levar pelo sono.
No dia seguinte, acordei cedo e fui para a Forest Hills Universi-
ty. Eu estava animado para jogar vôlei com Fizt. Depois da aula,
eu encontrei ele no ginásio. Ele estava me esperando com uma
bola de vôlei. Nós começamos a jogar. Fizt era um bom jogador,
e ele me ensinou algumas novas habilidades. Em um momento,
eu fui ao banheiro para lavar as mãos. Quando sai do banheiro,
um homem me parou.
— Menina, você está perdida?
— Eu olhei para ele, surpreso. Não, eu não estou perdido. Eu
estou aqui com meus amigos.
— Ah, eu vi você jogando futebol com os meninos. Você é muito
boa. Você joga na escola?
— Sim, eu jogo na escola. Mas eu sou um menino.
O homem pareceu confuso. “Um menino?”, mas você parece
uma menina.
— Eu sei. Mas eu sou um menino. O homem balançou a cabeça
e continuou andando. Eu voltei para o ginásio, onde Fizt me
esperava com um sorriso. Ele me entregou a bola de vôlei.
— Vamos lá! Eu sorri de volta e começamos a jogar.
Depois de um tempo, o jogo acabou. Com o fim da partida, Fizt,
precisando se ausentar, propôs: “
— Se você quiser, podemos jogar de novo outro dia.
Ethan, entusiasmado com a ideia, respondeu com um sorriso
radiante:
— Eu adoraria.
O homem que abordou Ethan no ginásio permaneceu em
seus pensamentos. Sua pergunta, “Você está perdida?”, car-
regava um significado mais profundo do que aparentava.
Ethan, apesar de sua aparência feminina, era um menino
em busca de seu lugar no mundo. O encontro casual com o
homem o fez questionar como a sociedade o via. Seria ele re-
almente “perdido” em sua própria identidade? As dúvidas o
acompanharam enquanto caminhava pela Forest Hills Uni-
versity, e a certeza de quem era se mesclava com a incerteza
do olhar dos outros.
Após um tempo, Solomon retornou para casa. Ao abrir a
porta, a luz do corredor o cegou por um instante. Fechando
a porta atrás de si, acendeu a lâmpada, revelando a poeira
acumulada sobre os móveis. Na cozinha, lavou as mãos na
pia com água fria e gelada, secando-as com a toalha de rosto
antes de voltar à sala. Sentou-se no sofá, pegando a chave
do carro e algo com um aroma familiar. O cheiro era doce e
refrescante, como um dia de verão, mas ele não conseguia
identificar sua origem. Levando as mãos ao nariz, inspirou
profundamente. Sentindo-se finalmente livre, Solomon saiu
pela porta. Entrou no carro e ligou o motor.
Com o vento em seus cabelos e o sol em seu rosto, Solomon
dirigia pela cidade, tomado por uma sensação de liberdade
que o distanciava da casa que deixara para trás. No posto
de gasolina, abasteceu o carro enquanto observava o movi-
mento ao seu redor. Carros cruzavam seu caminho, pessoas
seguiam com suas vidas, indo e vindo em seus afazeres
cotidianos. Em meio a essa rotina, Solomon se sentia um
estranho, um observador silencioso da vida alheia.
Na lanchonete, um hambúrguer delicioso se tornou sua
única companhia. A suculência da carne, o queijo derretido
e a crocância do pão o absorveram por completo, fazendo-
-o esquecer por um momento do mundo exterior. Quando
finalmente voltou a si, percebeu que o homem à sua mesa
havia parado de falar.
— Desculpe, disse Solomon, o que você estava dizendo?
O homem, jovem e de aparência amigável, respondeu:
— Eu estava dizendo que você parece um pouco perdido.
— Estou bem, obrigado, Solomon respondeu, só estou via-
jando.
— Onde você está indo? o homem perguntou com uma voz
que soava artificialmente animada.
— “A trabalho” — Solomon respondeu vagamente.
O homem sorriu.
— Isso é ótimo. Enquanto conversavam, uma jovem passou
correndo do lado de fora da lanchonete, perseguindo um
cachorro que havia fugido. O animalzinho, marrom e de
porte pequeno, uivava enquanto a jovem o chamava, ten-
tando alcançá-lo. Finalmente, o cachorro parou e a jovem
o agarrou em seus braços, abraçando-o e beijando-o. O
animal retribuiu o carinho lambendo seu rosto.
Ao terminar seu hambúrguer, Solomon se despediu do
homem:
— Foi bom te conhecer. Espero que você tenha uma boa
viagem.
— Obrigado. Foi bom te conhecer também. Observando o
homem se afastar, Solomon se sentiu mais uma vez sozi-
nho. Pegou seu café e, saindo da lanchonete, voltou para o
carro. Ligou o motor e dirigiu para o seu próximo destino,
sem rumo definido, apenas com a música e a estrada como
companhia.
Ao chegar à pequena cidade, Solomon parou em um sinal
vermelho. A quietude do local era um contraste marcante
com a agitação da cidade grande que ele havia deixado para
trás. Observando os poucos prédios, lojas e o parque que
compunham a paisagem urbana, Solomon sentiu uma paz
que há muito tempo não experimentava. Com o sinal verde,
ele dirigiu pela cidade, apreciando a simplicidade do lugar
e a sensação de estar finalmente em casa. Ao final do dia, ao
entrar em sua casa, Solomon encontrou sua esposa sentada
no sofá. A familiaridade do ambiente e a presença reconfor-
tante da mulher que amava o acolheram com um calor que
ele tanto precisava.
— Olá, como foi o seu dia?, perguntou Solomon, com um
sorriso no rosto.
— Foi bom, respondeu ela, com um brilho nos olhos. E o
seu?
— Também foi bom, disse ele, sentando-se ao lado dela e a
abraçando com ternura.
— Eu te amo, sussurrou em seu ouvido.
— Eu também te amo, ela respondeu, acariciando seus ca-
belos. Exausto da viagem, Solomon arrastava seus chinelos
pelo chão da cozinha, sem a mínima vontade de tirá-los. O
barulho irritante o incomodava. A viagem o havia desgasta-
do, física e mentalmente. A preguiça o dominava como uma
névoa densa, impedindo-o de realizar qualquer ação que
exigisse esforço. Seus olhos pesados ​​
fixaram-se no chão, ob-
servando os chinelos deslizarem preguiçosamente sobre as
tábuas de madeira. A cada passo, um rangido agudo quebra-
va o silêncio da casa, como um grito silencioso de frustração.
O peso da responsabilidade pesava sobre seus ombros, pres-
sionando-o contra o chão. As decisões que precisava tomar,
os problemas que precisava resolver, tudo parecia se acu-
mular em uma montanha intransponível.
No dia seguinte, eu estava no ginásio novamente. Estávamos
no meio de um jogo quando o homem apareceu. Ele nos parou.
Minha irritação aumentou quando o vi.
— Menina, você está jogando aqui novamente?
Eu olhei para ele, irritado. Eu já tinha explicado a ele que eu era
um menino.
— Eu já disse que eu sou um menino!
— Mas você parece uma menina. Eu respirei fundo. E voltei a
jogar sem a mesma dedicação de antes. Fizt veio até mim. Ele
me viu jogando com menos entusiasmo e percebeu que eu esta-
va chateado.
— Está tudo bem com você? Eu olhei para ele, sem saber o que
dizer.
— Sim, estou bem.
— Você parece preocupado. Fizt me olhou com um olhar de
compreensão. Eu sei como você se sente. Eu já passei por
isso.
— Como você lidou com isso?
— Eu simplesmente ignorei as pessoas que me diziam que
eu não era o que eu era.
— Mas é difícil ignorar as pessoas.
— Eu sei. Mas é a única maneira de ser feliz.
Fizt me deu um tapinha nas costas.
— Você é um menino, e não importa o que as pessoas digam.
— Obrigado, Fizt.
— De nada, amigo. O homem ficou me observando por um
tempo, depois saiu do ginásio. No intervalo, eu fui ao ba-
nheiro. Estava lavando as mãos quando vi o homem nova-
mente.
— Ei, menina. O que você está fazendo aqui?
Eu fiquei calado. Meu olhar era de raiva.
— Eu disse, o que você está fazendo aqui? O homem deu um
passo na minha direção. Se afastei.
— Eu estou saindo daqui. Virei as costas e comecei a andar.
O homem me seguiu.
— Ei, espere aí! Acelerei o passo. Não queria ficar sozinho
com ele. O homem me alcançou. Ele agarrou meu braço.
O que você está fazendo? Tentei me soltar, mas o homem
era mais forte. Eu só quero conversar.
— Eu não quero conversar com você. Eu me debatei, mas o
homem me segurou com força.
— Pare de se mexer! Você quer tocar no meu pênis?
— Me solte, senão vou gritar! Ele me soltou e eu pude sair
de perto dele. Eu corri para longe, sem olhar para trás.
Meu coração estava batendo forte e eu estava tremendo de
medo. Eu não conseguia acreditar que ele tinha tentado me
tocar. Ele ficou sozinho, encostado na pia. Eu me escondi
em um banheiro feminino próximo. Eu precisava me acal-
mar e pensar no que fazer. Eu esperei até o fim do dia letivo
e fui até a sala da diretora.
— Boa tarde, diretora.
— Boa tarde, Ethan. O que posso fazer por você?
(senta-se)
— Eu queria conversar com você sobre algo que está acon-
tecendo. Ela escuta atentamente. Eu estou sendo assediado
por um funcionário do colégio.
— Oh, meu Deus. O que ele tem feito?
— Ele me olha com olhos penetrantes, como se pudesse
ver através de mim. Seus olhos são escuros e profundos, e
me deixam com um arrepio na espinha. Ele sempre está me
seguindo pelos corredores, sempre aparecendo de repente
quando eu menos espero. Hoje, ele me agarrou pelo braço
e me puxou para um canto escuro. Ele me tocou sem meu
consentimento, e eu senti um nó no estômago. Ele me disse
para tocar nele, e eu fiquei com medo. Eu não sabia o que fa-
zer, então eu só fiquei parado, sem saber o que dizer. Quan-
do eu terminei, ela me olhou nos olhos.
— Isso é inaceitável. Eu vou tomar providências imediata-
mente.
— Obrigado, diretora. Eu estava com medo de que ninguém
acreditasse em mim.
— Eu acredito em você. Você não está sozinho. Me sinto
aliviado.
— Eu vou falar com esse homem e vou tomar medidas para
garantir que ele não te incomode mais.
— Eu confio em você.
— Vamos, vou te acompanhar até a porta.
“Eu vou impedir que esse homem faça isso com mais ne-
nhum(a) aluno(a)”. A diretora fecha a porta e volta para a
sua mesa.
— Filho, a gente sabe que você contou pra diretora o que
aconteceu no ginásio. A gente queria conversar com você
sobre isso.
— Tá bom.
— A gente sabe que você deve estar se sentindo muito mal
com tudo isso. É uma situação muito difícil.
— É...
— Só quero que você saiba que estou aqui para te apoiar.
Você não está sozinho.
— Valeu, pai.
— Estou muito orgulhoso de você por ter tido coragem de
contar o que aconteceu.
— Isso mesmo, filho. Você fez a coisa certa.
— Eu sei que não foi fácil, mas eu precisava contar. A direto-
ra disse que vai tomar as providências necessárias.
— Eu espero que ele seja punido.
— A gente também. Mas, independente do que acontecer
com ele, você não tem culpa de nada.
— Isso mesmo, filho. Você é uma vítima.
(Os pais abraçam o filho)
— Acabei de fazer uma receita nova, de um lanche. Acho que
você vai gostar.
— Não posso esperar para experimentar. Estou faminta.
Quando cheguei ao carro, Tilly abriu a porta do passageiro
para mim.
— Então, o que você quer fazer primeiro?
— Vamos ao parque. Quero brincar no playground.
— Ótimo, eu vou adorar. Tilly dirigiu até o parque. Quan-
do chegamos, saímos do carro e corremos até o playground.
Brincamos no balanço, no escorregador e na gangorra. Es-
tavamos a brincar de pega-pega no jardim quando Tilly se
escondeu atrás de uma árvore. Olhei para todos os lados,
mas não consegui ver Tilly. Eu era a apanhadora, e Tilly era
a fugitiva. Tilly era muito rápida e eu estava a ter muita di-
ficuldade em apanhá-la. Corri por todo o jardim, mas Tilly
sempre conseguia escapar. Tive uma ideia. Escondi atrás de
uma árvore e quando Tilly passou, toquei nas costas. Tilly
ficou apanhada:
— Ai... meu... Deus...! Eu ganhei! — gritou Mallu pulando.
— Não é justo! Escondeste-te!
— Não importa. Ainda ganhei. Tilly suspirou.
— Tudo... tudo bem. Vamos jogar outra vez.
E assim continuamos a brincar de pega-pega até que fica-
mos cansadas.
Depois, sentamos no banco do parque e comemos os lan-
ches que Tilly fez.
— Foi muito divertido.
— Foi mesmo. Vamos jogar outra vez?
— Claro. Não vou perder.
— Tilly!, onde estás? Tilly não respondeu. Olhei por trás
da árvore, mas não vi nada. Olhei por baixo da árvore, mas
também não vi nada. Estava prestes a desistir quando ouvi
uma voz.
— Estou aqui! Olhei para cima e vi ela sentada no topo da
árvore.
— Como é que subiste lá?, eu disse, olhando para cima da
árvore.
— Usei uma escada.
— Isso foi inteligente. Quero ir também. Subi as escadas e
sentei no topo da árvore. Estavamos a cerca de dez metros
do chão e podíamos ver tudo o que se passava no jardim:
— Este é o melhor lugar do mundo.
— Eu sei, né? É como se estivéssemos no nosso próprio
mundo. De repente, parei de correr. Estava parada no meio
do parque, olhando para algo que Tilly não conseguia ver.
— O que foi?
— Não sei. É como se eu pudesse sentir algo aqui. Tilly se
aproximou de mim, e olhou para o que eu estava vendo.
Não havia nada lá:
— Não vejo nada, disse Tilly se arrepiando.
— Eu sei, mas posso sentir. É como se algo estivesse me
observando. Tilly estremeceu.
— Eu não gosto disso. Continuei a olhar para o espaço va-
zio, sentindo um frio na barriga. Não sabia o que era aqui-
lo, mas tinha certeza de que era algo ruim.
Tilly me olhava com preocupação.
— Você quer que eu chame seus pais? Balancei a cabeça.
— Não. Não quero que eles se preocupem.
— Mas você está assustada.
— Eu sei. Mas não quero que eles saibam.
— Tudo bem. Mas se você mudar de ideia, me avisa, tá?
Acenei com a cabeça.
— Acho que devemos ir embora daqui.
Viramos as costas e começamos a correr. Corremos tão rá-
pido quanto pudemos, mas ainda podíamos sentir que algo
estava nos seguindo. Podíamos ouvir passos atrás de nós, e
podíamos sentir o ar frio no pescoço. Chegamos ao carro dos
pais de Tilly. Se jogamos no carro e Tilly trancou as portas.
Ficamos lá, ofegantes, olhando para trás. Não vemos nada,
mas ainda, algo estava lá.
— O que foi aquilo?
— Eu não sei, mas eu nunca mais quero voltar lá. Tilly diri-
giu para casa em silêncio. Estavamos assustadas.
Em minha cama, observando a rua pela janela. O sol se
pondo, e o céu ficando vermelho e laranja. As pessoas
passam pela rua, indo e vindo do trabalho, da escola, ou
simplesmente passeando. Ao se levantar da cama, Solomon
dirigiu-se à janela. Pousou a mão no vidro frio e observou
a rua escura, seus olhos percorrendo o movimento distan-
te dos carros e das pessoas. Por um tempo, permaneceu
ali, absorvendo a quietude da noite e a vastidão da cidade
adormecida. De volta ao escritório, sentou-se em frente ao
computador,mergulhando em uma pesquisa incessante.
A única luz no ambiente provinha da tela, iluminando seu
rosto com um brilho pálido enquanto seus dedos digitavam
freneticamente. A noite fria de inverno se desenrolava ao
seu redor, mas ele não se importava, completamente absor-
to pela tarefa em mãos. O copo de café ao seu lado, agora
quase vazio, era uma lembrança do tempo que passava,
ignorado em sua obsessão pelo trabalho. Um gole gelado e
amargo foi tudo que se permitiu, buscando em vão a cafeí-
na para mantê-lo acordado. Em meio à noite escura, Emily
despertou com fome. O relógio marcava duas da manhã, e
a luz fraca do escritório entreaberto revelava a silhueta de
Solomon curvada sobre o computador. Na cozinha, a luz
se acendeu, iluminando seu rosto cansado. A geladeira,
abarrotada de comida, não a satisfez. Um pedaço de queijo
e pão foram rapidamente devorados, mas ainda havia um
vazio a ser preenchido. De repente, a lembrança de um
bolo de chocolate no armário a animou. Com um sorriso
de satisfação, ela o pegou e se sentou à mesa, pronta para
saciar seu desejo. Foi nesse momento que o som de uma
tesoura caindo no chão a assustou. Assustada, ela correu
para o escritório, encontrando Solomon limpando a bagun-
ça com uma expressão de desculpas no rosto.
Após o breve interlúdio com Emily, Solomon retornou ao
seu trabalho com renovada energia. Seus olhos estavam
vermelhos e cansados, mas sua mente estava a mil, impul-
sionada pela obsessão de concluir o projeto em que estava
mergulhado. Com o passar das horas, a noite se aprofun-
dava e a cidade se entregava ao sono. Mas para Solomon, o
tempo parecia ter parado. A única coisa que importava era
a tela do computador, iluminando seu rosto com um bri-
lho pálido enquanto seus dedos digitavam freneticamente.
Finalmente, às três da manhã, a última linha de código foi
escrita. Solomon soltou um suspiro de alívio e exaustão. A
meta havia sido alcançada, o projeto estava finalizado.
Exausto, mas com o coração transbordando de satisfação,
Solomon se levantou e dirigiu-se à cozinha para preparar
um café. A casa estava envolta em silêncio, apenas o aroma
do café fresco quebrando a quietude da madrugada. Sen-
tando-se à mesa, ele tomou um gole do café quente e fechou
os olhos, respirando fundo. Uma sensação de paz e realiza-
ção o invadiu. Havia valido a pena o esforço, as noites mal
dormidas, a dedicação incansável. Vestiu-se rapidamente e
saiu de casa, caminhando pelas ruas movimentadas da ci-
dade. O som de música emanava de seus fones de ouvido,
enquanto conversava animadamente ao telefone. De repen-
te, uma pequena loja de doces chamou sua atenção. O aro-
ma adocicado que emanava do local o convidou a entrar.
Ao entrar na loja, Solomon se deparou com um mundo
de cores e sabores. Doces de todos os tipos se exibiam nas
vitrines, como obras de arte em miniatura. Seus olhos se
fixaram em um pote cheio de balas coloridas, chamativas
e divertidas. Não resistiu à tentação e comprou algumas,
ansioso para experimentar o doce sabor que prometiam.
Com as balas na mão, Solomon continuou seu caminho até
a praia. Ao chegar, deitou-se na areia e fechou os olhos, sen-
tindo o calor do sol em sua pele. A luz do sol brilhava forte
no rosto de Solomon, aquecendo sua pele e banhando-o em
uma sensação de pura felicidade.
O calor era tão intenso que ele até se esqueceu de passar prote-
tor solar, mas naquele momento, nada importava.
DEITADO NA AREIA QUENTE DA PRAIA, SOLOMON
SE ENTREGOU AO MOMENTO PRESENTE. O SOM DAS
ONDAS BATENDO NA PRAIA ERA COMO UMA MÚSICA
RELAXANTE, E A BRISA SUAVE ACARICIAVA SEU ROS-
TO. O CÉU AZUL INFINITO SE ESTENDIA ACIMA DE SUA
CABEÇA, SEM UMA ÚNICA NUVEM PARA PERTURBAR A
SUA PAZ.
Depois de um tempo, comecei a sentir um pouco de calor,
mas não liguei. Continuei aproveitando o sol. Foi quando
comecei a sentir uma dorzinha no rosto. Abri os olhos e vi que
estava vermelho.
“Nossa, eu levei uma surra do sol!” — pensei.
Levantei-me e fui para casa, com a pele ardendo.
A família Grayson estava se preparando para sair de casa.
Solomon, e Mallu, foram os primeiros a sair. Eles se despe-
diram de Ethan, que estava terminando de se arrumar:
— Tchau, Ethan.
— Tchau, irmãozinho.
— Tchau, pai, tchau, Mallu. Se divirtam.
— O último a sair, apague as luzes. Solomon e Mallu saí-
ram pela porta e entraram no carro. Emily , ficou para trás
para terminar de arrumar a casa. Ela estava um pouco atra-
sada, pois tinha que preparar uma sobremesa especial para
o almoço. Quando ela terminou, ela olhou para o relógio e
viu que era quase 20h. Ela suspirou e disse a si mesma: “Eu
preciso sair daqui!”
Ela pegou sua bolsa e saiu pela porta. Ela caminhou até o
carro e entrou. Solomon, Ethan e Mallu estavam esperando
por ela. Ele ligou o carro e eles partiram.
Eles chegaram ao restaurante às 20h30. Eles foram recebi-
dos pelo anfitrião, que os levou a uma mesa reservada.
Eles pediram comida e começaram a conversar.
Quando chegou a hora de ir embora, saíram do restaurante
e entraram no carro. Eles chegaram em casa às 23h. Esta-
vam todos exaustos. Se despediram um do outro e foram
para a cama. Foi um ótimo dia para a família Grayson.
A casa de Solomon é construída em estilo colonial, com te-
lhado de duas águas e janelas grandes. A fachada é pintada
de branco e tem um portão de ferro preto. A casa é cercada
por um jardim bem cuidado, com flores de todas as cores.
O jardim é iluminado por alguns postes de luz, mas a maior
parte dele está na escuridão. A porta da frente da casa está
aberta, e uma luz fraca sai de dentro. A luz vem de um aba-
jur de mesa, que fica na sala de estar.
Asala de estar é grande e espaçosa. O abajur está sobre uma
mesa de centro, perto do sofá. O sofá é de couro marrom e
está coberto por uma manta xadrez. A parede atrás do sofá é
decorada com um grande espelho. O espelho reflete a luz do
abajur, criando um efeito de brilho. O resto da sala está na
escuridão. As cadeiras estão vazias e as mesas estão limpas.
A única outra luz na casa vem da cozinha. A luz da cozinha é
um pouco mais forte do que a luz do abajur.
A cozinha é pequena e funcional. O fogão é branco e a gela-
deira é azul. A mesa da cozinha está vazia. O resto da casa
está escuro. Os quartos estão fechados e as portas estão
trancadas. O único som que se ouve é o tic-tac de um relógio
na sala de estar. A casa está silenciosa. A única coisa que se
move é a luz do abajur, que balança lentamente no ar.
Capítulo 03
The Turntable
Vi um anúncio em um jornal para uma loja de discos à ven-
da. Eu visitei a loja e fiquei imediatamente impressionado
com a seleção de discos. Havia discos de todos os tipos, des-
de os clássicos do rock até as novidades do hip-hop. Eu sabia
que esta era a chance que eu estava esperando para realizar
meu sonho. Comprei a loja e a chamei de “The Turntable”.
A avenida Overclock era uma rua movimentada e cheia de
vida. A avenida era larga e asfaltada, com duas faixas de trá-
fego em cada sentido. Os carros passavam em alta velocida-
de, gerando um constante barulho de motores e pneus. Era
ladeada por lojas de eletrônicos, lojas de informática, e até
mesmo um café temático de overclocking. A loja de Solo-
mon ficava no meio da avenida, com uma grande vitrine que
exibia os últimos lançamentos em discos. A loja de Solomon
ficava no número 77 da avenida, em um prédio de dois an-
dares. O andar térreo era ocupado pela loja, e o segundo an-
dar era usado como escritório. No topo da porta, havia um
letreiro luminoso com o nome da loja: “The Turntable”. O
logotipo da loja de discos The Turntable é um símbolo sim-
ples e eficaz que transmite a mensagem principal da marca:
a paixão pela música analógica. O logotipo é composto por
um gira-discos preto, com uma agulha vermelha no centro.
Eu passei horas selecionando os melhores discos para ven-
der em minha loja.
Eu queria ter uma seleção que agradasse a todos os gostos.
Eu também queria criar um ambiente agradável e convida-
tivo para meus clientes. A decoração da loja é inspirada na
cultura musical, com fotos de artistas, instrumentos musi-
cais e outras referências musicais. Tem um sistema de som
instalado, para que os clientes possam ouvir música en-
quanto compram. Eu também tenho um sofá, uma mesa e
cadeiras para que os clientes possam relaxar e ouvir música.
Eu também tenho uma máquina de café e chá para que os
clientes possam se refrescar. Emily abriu a porta e fechou
logo em seguida escondendo a chave no lugar de sempre,
avistando se não passava ninguém naquele momento por lá.
Eu queria que a minha loja fosse um sucesso. Na porta de
entrada, coloquei uma placa com as palavras “Fechado” e
“Aberto” para indicar se a loja estava disponível para visita.
Chegou o dia da tão aguardada inauguração. Os habi-
tantes se reuniram em frente à loja, cheios de curio-
sidade e entusiasmo. O clima era de festa, com músi-
cas alegres e pessoas conversando animadamente. O
funcionário da loja que Solomon contratou estava incum-
bido de mudar a placa de acordo com as orientações de So-
lomon no momento certo. Solomon deu um sinal e gritou:
— Aberto! O funcionário, porém, um tanto descontente com
sua posição de mero trocador de placas, decidiu fazer uma
pequena brincadeira. Ele rapidamente trocou a placa para
“Fechado” antes que os clientes pudessem entrar. Os clien-
tes, empolgados e esperançosos, se aproximaram da porta
e viram a placa “Fechado”. Uma decepção coletiva se aba-
teu sobre eles, e alguns até soltaram suspiros frustrados. Al-
guns estavam com a barriga roncando de fome, pois haviam
se preparado para comemorar a inauguração com um belo
banquete. De repente, o funcionário não aguentou segurar
a risada e voltou a placa para “Aberto”. Os clientes, confu-
sos, olharam para a placa e, em seguida, para o funcionário,
que estava com um sorriso travesso no rosto. A alegria se
espalhou instantaneamente. Aproveitando a brincadeira, o
funcionário voltou a placa para “Fechado”.
O Poço do Padre - Solomon Grayson: The Turntable
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O Poço do Padre - Solomon Grayson: The Turntable

  • 1.
  • 2.
  • 3. O Poço do Padre Autor: Carlos Henrique dos Santos Oliveira “Tire um pouco dos seus conhecimentos. Compartilhe seus conhecimentos com o mundo.”
  • 4. Eu vou lembrar de alguém que amarei para sempre. Sou frágil o suficiente para ficar em casa com o cober- tor nos olhos. A porta de casa está entreaberta, esperando uma res- posta do universo. Uma resposta que jamais baterá em minha residência. Hoje eu sou dependente, dependo do meu lenço; não ando sem ele. (Deixe-se levar pela paz e tranquilidade des- te momento.)
  • 5. Quando eu volto para casa, é o momento ideal para chorar. (Ei, não estão olhando, disse meu coração, então eu choro sem medo.) Deixando a porta aberta, mas mesmo assim não passa ninguém para me destruir mais um pouco. Só mais... Sumário
  • 6. INTRODUÇÃO O padre do vilarejo é responsável por enterrar os corpos das pessoas que caem no poço, ele também está envolvido com o mundo sobrenatural e usa os corpos para seus próprios fins sinistros. O cemitério da igreja também é um lugar sombrio e assus- tador. As lápides são antigas e desgastadas pelo tempo, e muitas delas estão cobertas de musgo e líquens. Há corvos empoleirados nas árvores ao redor do cemitério, observan- do silenciosamente os visitantes com seus olhos negros e penetrantes. O vilarejo é um lugar misterioso e isolado, escondido entre as montanhas e cercado por florestas. É difícil encontrar o caminho para lá, pois as estradas são estreitas e sinuosas, e muitas vezes se perdem na neblina que envolve a região. O vilarejo em si é pequena, com casas de pedra antigas e ruas estreitas de paralelepípedos. Há uma igreja no centro, com uma torre alta que se eleva acima das outras construções. SINOPSE Solomon Grayson é o proprietário da loja de discos “The Turntable”, localizada no meio de um bairro movimentado de uma grande cidade. A loja era sempre silenciosa por den- tro, com música tocando. Era o tipo de lugar onde as pes- soas iam para se perder na música, e tudo ia perfeitamente bem. Até que a família Grayson decidiu jogar um jogo: “Eu queria”, e tudo começou a mudar.
  • 7. CAPITULO 01 Pedras Que Rolam Não sei se foi eu ou meu pai que gritou mais alto. De uma coisa eu sei, Deu arrependimento de ver isso. Envolvido em uma acalorada discussão com meu pai, as palavras voaram rapidamente entre nós. A tensão se acumulou e parecia como se nenhum de nós estivesse disposto a ceder. Nossas vozes se elevaram cada vez mais, até atingir um ponto em que se tornou difícil distinguir quem estava gritando mais alto. Mas então, em um breve momento de silêncio tenso, nossos olhares se encontraram. Percebi o cansaço em seus olhos e um traço de tristeza que também refletia em meu próprio rosto. Naquele instante, algo mudou dentro de mim. O arrependimento começou a tomar conta de meu coração, enchendo-me de um sentimento de pesar. Eu não queria que nossa relação se desgastasse dessa forma. Apesar de nossas diferenças e desentendimentos, ele ainda era meu pai. As palavras duras que trocamos não eram um reflexo adequado do amor e do respeito que eu ainda tinha por ele. Era hora de encontrar uma maneira de consertar o que esta- va quebrado. Respirei fundo, buscando coragem para tomar a iniciativa de fazer as pazes. Me aproximei dele lentamente, meus passos parecendo pesados com a bagagem de nossas discussões recentes. Olhei em seus olhos e percebi que ele também havia se acalmado. — Desculpe, murmurei baixinho. Eu não queria que a situ- ação chegasse a esse ponto. Ele suspirou e me olhou. — Eu também sinto muito. Em um gesto simbólico, nos abraçamos, deixando de lado o orgulho ferido e a raiva que havia tomado conta de nós. _________ Há 30 minutos atrás___________ Era uma tarde quente de verão, e a tensão estava pairando no ar. Eu estava sentado na sala, concentrado em meus es- tudos, quando ouvi meu pai reclamar sobre alguma coisa na cozinha. — Mallu, você pode vir aqui! Seus resmungos eram uma trilha sonora familiar em nossa casa nos últimos tempos. Decidi tirar a bunda do sofá e olhar a situação e entrei na cozinha. Encontrei meu pai com uma expressão de frustra- ção no rosto, olhando para uma pilha de pratos sujos na pia. Eu sabia que ele estava estressado com o trabalho e outros problemas, mas eu também tinha as minhas próprias preo- cupações. — Eu quero falar com você sobre a louça. Você não lavou a louça do café da manhã? — Não, eu estava ocupada. — Ocupada com o quê? Você estava assistindo TV? — Sim. — Então você estava ocupada demais para lavar a louça, mas não estava ocupada demais para assistir TV? — Você poderia ter lavado esses pratos, você sabe! — ele exclamou, seu tom de voz carregado de irritação. Eu me senti instanta- neamente na defensiva. (Eu estava ocupado estudando). Quase respondi, mas decidi não falar nada. — Eu sei. Mas eu estava cansada. — Todo mundo está cansado. Isso não é desculpa para não fazer suas tarefas. — Não é como se eu fosse a única responsável por tudo aqui — respondi com um toque de sarcasmo.
  • 8. — Você não pode mamar nas tetas da sua mãe para sempre. — Tu que vives te arrastando pelos cantos da casa. Com os olhos arregalados parecendo um morto. — Eu não estou morto. — É, mas deveria. Meu pai franziu o cenho, sua expressão misturando surpresa e raiva. As palavras, impulsionadas pela raiva e pela frustração, voavam de um lado para o outro, sem qualquer consideração pelo impacto que poderiam ter. Os decibéis aumentavam a cada momento, enquanto cada um de nós tentava fazer com que nossa voz fosse a mais alta e assertiva. A situação parecia uma batalha de vontades, em que nenhum de nós estava disposto a ceder terreno. Cada argumento era rebatido com outro, e a tensão se acumula- va como uma tempestade prestes a desabar. Eu me sentia preso naquele redemoinho de emoções negativas, e meu pai parecia estar passando pelo mesmo. O motivo inicial da dis- cussão ficou em segundo plano enquanto lançávamos acu- sações e ressentimentos acumulados. Feridas antigas foram reabertas, e palavras duras foram ditas. Nós dois estávamos tão concentrados em vencer a discussão que não percebía- mos o quão longe havíamos ido. Foi nesse momento de rai- va e frustração que percebi que algo estava errado. Não era assim que eu queria me relacionar com meu pai. Essa briga não era apenas sobre os pratos sujos na pia, era sobre nossa comunicação falha, e nossa incapacidade de resolver confli- tos de maneira saudável. Então, em um instante de clareza, parei de gritar. O silêncio abrupto ecoou pela cozinha. Olhei para o meu pai e vi o cansaço em seus olhos. Ele também parecia perceber o quão longe tínhamos ido. Foi nesse mo- mento que percebi que precisávamos de uma mudança. A discussão exaustiva nos mostrou que nossos métodos de co- municação e resolução de conflitos não estavam funcionan- do. Era hora de dar um passo atrás, respirar fundo e encon- trar uma solução mais saudável. — Isso soa como um plano. Acredito que, se nos apoiarmos mutuamente e dividirmos as responsabilidades de forma justa. — Eu entendo, mas sinto que às vezes as expectativas são desproporcionais. Eu também tenho muitas tarefas e obri- gações. — A limpeza da casa é uma responsabilidade compartilha- da. Não estou pedindo para você fazer tudo, apenas para ajudar um pouco mais. — Eu farei o meu melhor para ajudar, mas também peço que você compreenda minhas limitações e reconheça o meu esforço. — Está bem. Vamos tentar encontrar um equilíbrio onde todos possamos contribuir de acordo com nossas capacida- des. Eu e Solomon limpamos a sala juntos. Estávamos am- bos exaustos, mas também nos sentíamos um pouco melhor depois de desabafarmos. — Então, o que você acha que podemos fazer sobre a limpe- za da casa? — Não sei, eu estou um pouco sobrecarregada. — Eu também. Parece que nunca terminamos. — Eu sei. Precisamos encontrar uma maneira de dividir as tarefas de forma mais justa. — Você está certa. Vamos fazer uma lista de tudo o que pre- cisa ser feito e, em seguida, dividirmos as tarefas. — Ótima ideia. Nós nos sentamos e fizemos uma lista de todas as tarefas domésticas que precisavam ser feitas. Inclu- ímos coisas como lavar a louça, limpar a casa, fazer a cama e levar o lixo para fora. Depois de fazermos a lista, come- çamos a dividi-la de forma justa, juntamente com Emily e Ethan. Consideramos nossas habilidades, preferências e ho- rários. Também concordamos em nos ajudar mutuamente quando necessário. — Ethan, você pode pegar o aspirador de pó? —, ele pega o aspirador de pó e começa a aspirar o tapete. — Eu vou limpar a mesa, disse Solomon, pegando um pano e começando a limpar a mesa. Continuamos a trabalhar jun- tos, conversando e se ajudando.
  • 9. — Solomon, você pode pegar o lixo? — Eu já vou pegar — respondeu Solomon, pegando um saco de lixo e começando a retirar o lixo da cozinha. Emily pega uma sacola de lixo e começa a pegar o lixo da sala. Depois de terminarem de limpar a sala de estar, eles vão para a co- zinha. — Eu... vou lavar a louça. Mallu pega a louça suja e começa a lavá-la na pia. Solomon se senta em um banquinho e ob- serva Mallu lavar a louça. — Você quer que eu te ajude com a louça?, ele pergunta a Mallu. — Não precisa — , eu quase terminei. Mallu termina de la- var a louça e seca as mãos. — Nossa, está bem limpinha agora. — Sim, está muito melhor. Eu me sinto feliz e aliviado. Fi- nalmente, conseguimos encontrar uma solução para o pro- blema da limpeza da casa. Estou orgulhosa de nós por ter- mos conversado e trabalhado juntos para encontrar uma solução que funcione para todos. Eu olho para meu pai, e vejo um sorriso no rosto dele. Ele está feliz também. Eu me aproximo dele e abraço-o. Ele me abraça de volta. No iní- cio, foi difícil se ajustar à nova rotina, mas com o tempo, nos acostumamos e começamos a ver os benefícios. A casa estava mais limpa e organizada, e estávamos nos sentindo menos estressados. Também estávamos mais próximos um do outro, pois estávamos trabalhando juntos para criar um lar. Eu me senti muito feliz com a decisão que tomamos. Foi um alívio dividir as tarefas de forma mais justa. Eu não esta- va mais me sentindo sobrecarregada, e eu tinha mais tempo para relaxar e me divertir. Eu gosto de ter minhas coisas organizadas como se estives- sem em uma vitrine. Não gosto de ver uma saia voando pelo ar ou um biquíni jogado no chão. Quando chego em casa, corro para guardar tudo no lugar certo. Sempre fui assim, desde criança. Como uma vitrine: as coisas estão dispostas de forma har- moniosa e estética, de modo a chamar a atenção e desper- tar o desejo de compra. No caso de uma pessoa organizada, as coisas estão dispostas de forma a facilitar o acesso e a visualização, além de transmitir uma sensação de limpeza e ordem. Uma saia voando pelo ar: além de ser deselegante, pode causar acidentes. Um biquíni jogado no chão: além de ser anti-higiênico, pode ser um incômodo para quem entra no quarto. Quando chego em casa, corro para guardar tudo no lugar certo. Corro: a pessoa organizada tem um forte senso de urgência em organizar as coisas. No lugar certo: a pessoa organizada acredita que cada coisa tem um lugar específico, e que é importante encontrar esse lugar para manter as coisas organizadas. Sempre fui assim, desde criança. Quando estou em um lugar bagunçado, me sinto incomo- dada e desconfortável. Acredito que a organização é um reflexo da mente e da alma. É uma forma de expressar meu cuidado e carinho por mim mesma e pelas minhas coi- sas. Quando eu era criança, adorava arrumar meu quarto. Passava horas organizando meus brinquedos e roupas. Quando vou a uma loja, sempre me encanto com as vitrines organizadas. Eu sou uma pessoa organizada, mas também sei aproveitar a vida. Não sou escrava da organização.
  • 10. Os alunos, ainda assustados com a má fama da data, acor- daram cedo e se prepararam para mais um ano letivo. Forest Hills University, um grande prédio de tijolos verme- lhos, estava localizada no centro da cidade. Era um lugar imponente, mas também um pouco sombrio, com corredo- res escuros. Sentada na minha mesa na aula de história, ten- tando prestar atenção na palestra do professor, mas eu não conseguia tirar os olhos de Tilly. Ela estava sentada do outro lado da sala, e ela estava linda. Ela usava um vestido preto curto e botas pretas altas, e seus cabelos estavam soltos em cachos. Eu estava tão perdida em meus pensamentos que não percebi que o professor havia parado de falar: — Mallu? Você está bem? — disse o professor segurando o livro de história na página 166. Eu me sacudi. — Ah, só um pouco resfriada, mas estou bem. Obrigado por se preocupar, disse eu, me fingindo estar espirrando. — Por que você não vai até a lousa e resolve este problema para nós?, falou isso 32 vezes. Eu suspirei. Eu não era muito boa em matemática, mas eu sabia que tinha que fazer algo para tirar os olhos de Tilly. Eu me levantei e fui até a lousa. Eu comecei a trabalhar no problema, mas eu estava tão ner- vosa que não conseguia me concentrar. Eu continuei olhan- do para Tilly, e eu podia ver que Tilly também estava olhan- do para mim. Tilly sorriu para mim, e eu senti meu coração disparar. Eu finalmente consegui resolver o problema, e eu voltei para minha mesa. Eu estava tão aliviada que havia terminado, mas eu também estava um pouco desapontada. Eu queria ficar mais tempo perto de Tilly. Eu me virei para Tilly e acenei. Tilly acenou de volta. Eu sabia que tinha que fazer algo para falar com ela, mas eu não sabia o que fazer. Decidida a fazer alguma coisa, eu esperei até o final da aula e segui Tilly até a saída. Com um pouco de coragem, eu me aproximei e me apresentei. — Olá. Meu nome é Mallu, disse eu, ajustando meu cabelo nervosamente. Tilly sorriu calorosamente. — Olá, eu sou Tilly. O ar condicionado sussurrava suavemente, suas correntes de ar brincando com os fios de cabelo de Mallu. A lua da lâmpada lançava um reflexo dourado, iluminando os ca- chos de Tilly. Ela já estava sonolenta, exausta de ouvir o professor discorrer sobre um assunto que não lhe desperta- va interesse. _________ Há 120 minutos atrás___________ Era sexta-feira 13, o primeiro dia de aula, no colégio Fo- rest Hills University. O dia amanheceu nublado e chuvoso, com um ar pesado que parecia pressagiar algo ruim.
  • 11. — Ótimo! Depois de conversarmos por um tempo, Tilly disse que tinha que ir embora. — Eu tenho que ir agora. Foi um prazer te conhecer, Mallu. — O prazer foi todo meu, senhorita Tilly. Espero te ver no- vamente em breve. — Eu também, disse Tilly -, acenou para mim, e o carro se afastou. A brisa fresca da tarde agitava meus cabelos en- quanto eu observava o carro de Tilly desaparecer na curva da estrada. Uma mistura de tristeza e saudade pairava no ar, pesando em meu coração. A companhia dela havia sido tão breve, mas tão intensa, que me deixou com a sensação de um vazio enorme agora que ela se fora. No dia seguinte, cheguei cedo à Forest Hills University para encontrar Tilly. Ela estava sentada sozinha na mesa dela, olhando para fora da janela. Aproximei-me dela: — Olá, Tilly! — ela se virou e sorriu para mim. — Olá, que bom te ver. Sentei-me ao lado dela. — Como você está? — Estou bem, obrigada! — Eu queria te contar sobre a nossa escola. — Eu gostaria de ouvir. — Forest Hills University é muito grande. Tem mais de mil alunos. — Uau! Isso é muito grande. — Eu também tenho muitas amigas. — Isso é ótimo. — É um prazer conhecê-la, disse eu ajustando meu cabelo novamente. — O prazer é meu. Eu senti meu coração saltar de alegria ao ouvir o nome de Tilly. Eu sabia que tinha tomado a decisão certa ao me aproximar dela. — Eu vi você na aula de história hoje, e eu tive que vir e te conhecer. Tilly sorriu para mim. — Eu também te vi. Eu achei você muito bonita. Eu senti meu rosto corar. — Obrigada! —, nós conversamos por mais alguns minu- tos. — E o que você achou da aula? — Eu achei um pouco chata, mas eu estava mais interessa- da em você. “Heheheh!” — Ohhh, obrigada! — “humpf!” — Então, você gosta de história? — Sim, eu gosto. Eu acho que é importante saber sobre o passado para entender o presente. — Eu concordo. E você gosta de estudar? — Eu gosto, mas não sou muito boa em matemática. — Eu também não sou. — Então, você quer ser minha amiga? — Eu adoraria! — “humpf!”
  • 12. Tilly olhou para mim com um brilho nos olhos, como se estivesse prestes a revelar um segredo. Ela apoiou o queixo na mão e começou: — Bem, Mallu, você já deve ter percebido que Forest Hills University é um lugar especial. Não é apenas o tamanho ou o número de alunos que a torna única. É a atmosfera. A maneira como as árvores sussurram segredos uns aos ou- tros, como os corredores parecem ter vida própria e como os professores são mais do que apenas instrutores. Eles são mentores, amigos e, às vezes, até desafiantes. Tilly incli- nou-se para mim e sussurrou: — E tem mais. Existe um lugar secreto aqui em Forest Hills. Um jardim escondido atrás do prédio de História da Arte. Dizem que quem entra lá encontra inspiração, paz e, às vezes, até respostas para perguntas que nem sabia que tinha. Meus olhos se arregalaram. Um jardim secreto? Eu não podia esperar para descobrir mais sobre esse lugar. Tilly riu e disse: — Vamos lá juntas um dia. Você vai adorar. Meus olhos se arregalaram com a descrição do jardim se- creto de Tilly. A ideia de um lugar escondido dentro da universidade, cheio de inspiração e paz, era irresistível. Eu precisava ver esse lugar com meus próprios olhos. — Quando?, perguntei ansiosamente, imaginando os cami- nhos floridos e a atmosfera serena do jardim. Tilly sorriu, um brilho travesso em seus olhos. — Amanhã ao amanhecer, ela disse em voz baixa. É o melhor momento para se visitar o jardim. Combinamos de nos encontrar na entrada do prédio de História da Arte na manhã seguinte, antes das primeiras aulas. A noite mal se arrastou enquanto eu esperava ansiosamente pelo momen- to de descobrir o segredo mais bem guardado de Forest Hills. No dia seguinte, encontrei Tilly com um sorriso ra- diante no rosto. Ela segurava uma cesta de vime trançada, cheia de frutas frescas e pães quentinhos. A partir daquele dia, Tilly e eu passamos a frequentar o jardim secreto com frequência. Era nosso lugar especial, um espaço onde podíamos com- partilhar pensamentos, sonhos e segredos. Para um pique- nique no jardim, ela explicou, piscando para mim. Segui- mos por um caminho estreito atrás do prédio, escondido por trepadeiras e arbustos floridos. O ar fresco da manhã carregava o perfume de jasmim e rosas. Finalmente, chega- mos ao jardim secreto. Era um lugar pequeno, mas incri- velmente belo. Flores de todas as cores cresciam em perfei- ta harmonia, criando um tapete multicolorido sob nossos pés. Árvores frondosas forneciam sombra e um refúgio do calor do sol nascente. Uma fonte de pedra no centro do jar- dim derramava água cristalina em um pequeno lago, onde peixes coloridos nadavam livremente. Tilly e eu nos sentamos em um banco de madeira sob a sombra de uma árvore centenária. Comemos nosso pique- nique em silêncio, absorvendo a beleza e a serenidade do lugar. Depois, nos deitamos na grama macia e observamos as nuvens passando no céu azul. Naquele momento, senti uma paz interior que nunca havia sentido antes. As preocupações e o estresse da vida univer- sitária pareciam ter desaparecido completamente.
  • 13. Deixando o mercado para trás, Mallu caminhava pela rua movimentada, com a mente ainda ocupada com as compras. Mallu subiu as escadas correndo, ansiosa para se preparar para a escola. Estudando para uma prova de história com a Tilly. Estávamos sentadas na mesa dela, conversando sobre o assunto que estávamos estudando: — Eu acho que a Revolução Francesa foi um evento muito importante. — Foi uma época de muita mudança e turbulência, mas também foi uma época de grande progresso. Continuamos conversando sobre a Revolução Francesa, e ficamos tão en- volvidas na conversa que não percebemos que o tempo pas- sou. Quando finalmente olhamos para o relógio, percebe- mos que já era tarde. — Ohhh, meu... Deus!, já estamos atrasadas para a aula! Levantamos e corremos para a aula, mas quando chegamos, já havia começado. O professor estava escrevendo no qua- dro-negro, e não percebeu que tínhamos entrado. O profes- sor parou de escrever e nos olhou: — Mallu e Tilly. Por que vocês estão atrasadas? — Desculpe, professor. Ficamos... — Conversando sobre a Revolução Francesa e perdemos a hora. O professor balançou a cabeça. — Tudo bem. Sentem-se!, nos sentamos na primeira fileira, e o professor continuou a aula. Eu estava nervosa por estar atrasada, mas me senti melhor quando o professor disse que estava tudo bem. Depois da aula, nós continuamos estudan- do na casa de Tilly. Estávamos sentadas na cama no quarto dela. Depois de um tempo, eu olhei para o relógio e percebi que já era tarde: Mallu, caminhava pelos corredores do mercado, empurran- do seu carrinho com destreza. Seus olhos brilhavam com a variedade de cores e aromas que a cercavam. Ao chegar ao caixa, ela cuidadosamente colocou suas compras sobre a esteira, cada item sendo cuidadosamente organizado. A caixa, uma senhora simpática com óculos de aro vermelho, digitava os preços com agilidade, seus dedos voando sobre o teclado. — O total deu R$23,45, disse a caixa, com um sorriso gen- til. Mallu vasculhou sua bolsa, retirando cuidadosamente as notas e moedas. Ela sempre se esforçava para ter o troco exato, evitando atrasar a fila. Contando cada centavo com atenção, ela finalmente reuniu o valor necessário e o entre- gou à caixa. — Aqui está, R$30, disse Mallu, com um sorriso tímido. A caixa, após conferir o valor, devolveu R$6,55 em troco. Mallu agradeceu educadamente e guardou o dinheiro em sua bolsa, organizando as notas e moedas em seus compar- timentos específicos. Ao se virar para ir embora, seus olhos se fixaram em um homem que se aproximava do caixa. Ele era alto e magro, com vestes simples e um olhar dis- tante. Ao colocar suas compras sobre a esteira, ele parecia distraído, perdido em seus pensamentos. A caixa digitou os preços com a mesma rapidez de antes, e logo o total foi anunciado: R$18,70. O homem, ainda aéreo, vasculhou seus bolsos freneticamente, buscando o dinheiro. Mallu ob- servava a cena com atenção, notando a crescente frustração em seu rosto. Ele resmungava baixinho, mexendo os bolsos com impaciência. — Não acredito, ele murmurou, com a voz abafada. Dei- xei minha carteira em casa. Um silêncio constrangedor se instalou no local. A caixa, com a mesma gentileza de antes, ofereceu-se para guardar as compras do homem até que ele retornasse com o dinheiro. Ele agradeceu, cabisbaixo e envergonhado. Mallu saiu apressada do mercado, com as sacolas batendo em suas pernas.
  • 14. — Meu Deus!, já são seis da tarde! — Ai meu Deus!, eu também nem percebi que o tempo pas- sou tão rápido. — Vamos lanchar?, eu tenho certeza que você está com fome. — Eu estou. Estou com fome desde o café da manhã. “Hahaha!” Tilly e eu fomos para a cozinha e preparamos um lanche rá- pido. Depois de comermos, voltamos para o quarto e conti- nuamos estudando. Estudamos até tarde da noite, e quando finalmente terminamos, estávamos exaustas. Nós havíamos aprendido muito uma com a outra. — Ufa! —, eu acho que estamos prontas para a prova! — Eu também acho! —, estou um pouco nervosa, mas tam- bém estou animada. — Eu sei como você se sente. Mas eu acho que vamos nos sair bem. — Obrigada por me convidar para estudar com você. Eu me diverti muito. — Eu também me diverti. Espero que possamos estudar juntas de novo em breve. — Eu também. Nos despedimos, e eu fui para casa. Tilly ficou na porta, olhando para mim se afastar. Sentada em frente ao espelho do meu quarto, me maquian- do. De repente minha mãe grita. Ela está me chamando para irmos: — Malu, já está pronta? — Ela perguntou, batendo na porta. — Já vou, mãe! — Respondi, pegando o meu batom ver- melho. Fiz um sorriso no espelho e fiquei satisfeita com o resultado. Meu cabelo está liso e solto, e minha maquiagem está leve, mas marcante. — Malu, vamos logo! — Minha mãe chamou novamente. — Já estou indo! — Respondi, colocando o batom na bolsa. Me levantei e fui até a porta do quarto. Minha mãe estava me esperando, com uma cara de impaciência. — Vamos, filha? — Já vou, mãe. — Respondi, passando por ela. Descemos as escadas e entramos no carro. Eu olhei para ela pelo retro- visor. Ela estava sorrindo, mas seus olhos estavam preocu- pados: — O que foi, mãe? — Eu só queria te lembrar de que você é linda, mesmo sem maquiagem — Obrigada! Eu sei que sou. Mas eu sabia que ela estava certa. Eu estava me maquiando para me sentir mais bonita, mas eu não precisava disso. Eu já era bonita. Eu terminei de me maquiar e me olhei no espelho. Eu gostei do que vi. Eu estava bonita, mas eu também me sentia bem comigo mes- ma. Meu coração estava acelerado enquanto eu observava a paisagem passar pela janela do carro. Eu sabia que minha mãe tinha planejado algo especial para nós duas, mas ela se recusava a me contar o que era. Finalmente, chegamos a um parque cheio de árvores e flores coloridas.
  • 15. Descemos do carro e minha mãe segurou minha mão, levan- do-me em direção a um enorme círculo de pessoas. Percebi que era uma aula de dança ao ar livre. Minha mãe sabia o quanto eu adorava dançar, então tinha preparado essa sur- presa para mim. Meu rosto se iluminou de alegria ao perce- ber o que estava acontecendo. Encontramos a professora, que nos recebeu com um sorriso caloroso. Ela explicou que hoje seria uma aula de dança contempo- rânea, uma das minhas preferidas. Fiquei encantada com a ideia e logo me juntei aos outros participantes no centro do círculo. Enquanto a música começava a tocar, deixei-me levar pelo ritmo e comecei a mover meu corpo conforme os movimentos da coreografia. Era uma sensação maravilhosa, estar ali, cercada por outras pessoas apaixonadas pela dan- ça. Com o passar do tempo, percebi que a maquiagem que eu tinha colocado tão cuidadosamente começava a borrar com o suor do esforço físico. Tentei me arrumar, mas logo desisti. Eu não precisava mais daquela camada de maquia- gem para me sentir bonita. A verdadeira beleza vem de den- tro. Enquanto a aula chegava ao fim, todos nos aplaudiam e sorriam. Enquanto nos aplaudiam, senti uma sensação de alegria e satisfação. Eu havia me superado, e tinha me per- mitido ser eu mesma, sem me preocupar com a aparência. No final da aula, a professora nos agradeceu pela participa- ção. Ela disse que havia ficado impressionada com a nossa dedicação e o nosso entusiasmo. Eu me despedi dos outros participantes e fui para casa. Eu fui para o meu quarto e me deitei na cama. Eu olhei para o teto e pensei na noite. Mallu adora andar pela casa de meia. Ela gosta de sentir a textura das meias sob seus pés e o cheiro de frescor. Ela des- liza pelos corredores da casa com suas meias macias. Cada passo que ela dá é cuidadosamente calculado, permitindo que seus pés sintam a textura suave das meias enquanto ex- ploram os espaços familiares. A cada movimento, a sensa- ção tangível das fibras envolve seus dedos, proporcionando uma agradável carícia a cada passada. A textura delicada das meias, com seus pontos e tramas entrelaçados, estimula os sentidos de Mallu enquanto ela se aventura pela casa. An- dar de meias pela casa se torna mais do que um hábito para Mallu, é um ritual de conexão com o ambiente ao seu redor. É uma maneira de se sentir presente em cada canto familiar, enquanto desfruta da simplicidade e do prazer sensorial que as meias trazem. Naquela tarde, Mallu ajudando Emily a arrumar a casa quando, ao pegar um jarro de planta para encher de água, acabou derrubando-o. O jarro se quebrou em mil pedaços, espalhando água e terra por todo o chão. A água e a terra se espalharam, formando uma grande poça. Emily, que está a poucos metros, virou-se para Mallu, irri- tada. — Quebrou? Agora, dá seu pulo para consertar. Mallu, que está com um sorriso travesso no rosto, olhou para o chão, pensativa. — Você não me merece. O sorriso de Mallu era contagiante. Emily, mesmo irritada, não conseguiu deixar de sorrir também. Elas se puseram a arrumar a bagunça. Mallu, com a ajuda de Emily, recolheu os pedaços de vidro e os colocou no lixo. Em seguida, elas lavaram o chão e trocaram o vaso de planta. O trabalho demorou um pouco, mas no final tudo ficou em ordem. Ao terminar, Emily olhou para Mallu, que ainda estava com o sorriso travesso no rosto. — Você é uma peste, Mallu. — Eu sei.
  • 16. Mallu deu um abraço em Emily e saiu da sala, cantando. Mallu volta para a cozinha. — Sabe, mãe, eu estava pensando... — O que foi? — Acho que eu não sou uma peste. — Claro que é. Você sempre está aprontando alguma. — Mas eu nunca faço por maldade. Eu só sou um pouco desastrada.Emily sorriu. — Você é uma peste, mas é uma peste amorosa. Mallu sorriu de volta. — Eu te amo, mãe. — Eu também te amo, filha. Ethan pegou sua mochila e correu para a porta. Ele não po- dia perder mais tempo. — Ethan, onde você vai? — Emily, perguntou da cozinha. — Eu tenho que ir, mãe. É urgente. Ethan respondeu sem parar. — Mas filho, você nem tomou café da manhã. — Emily in- sistiu. — Não tem problema. Eu como alguma coisa no caminho. Ethan disse, já abrindo a porta. — Tchau, filho. — disse Emily, acenando. Ethan saiu da casa e correu para a rua. Ele olhou para o céu e viu que estava nublado. Ethan sentiu o cadarço solto roçar no chão de pedra. Ele olhou para baixo e viu que o nó que ele havia feito com pressa se desfez. Ele procurou um lugar para se apoiar e encontrou uma parede de tijolos velhos e rachados. Ele encostou as costas na parede e se abaixou para amarrar o cadarço. Ele fez um laço duplo, para garantir que não se soltasse de novo. Andando pela rua quando uma ve- lha sem dentes passou por ele. — Menina, sai da frente! — Eu sou um menino. A velha sem dentes olhou para ele de cima a baixo. — Tem certeza? — Você parece uma menina. Ethan ficou irritado. — Não, eu não pareço uma menina. Depois de dizer, ele acaba vomitando por dentro. Um turbi- lhão de emoções conflitantes parece revirar suas entranhas, deixando-o com uma sensação de desconforto angustiante. Seu corpo parece vibrar com a intensidade das palavras que acabou de pronunciar, mas ao mesmo tempo, uma vontade incontrolável de desfazer tudo começa a surgir. Uma espécie de ânsia silenciosa toma conta de seu ser, como se sua alma, em total desarmonia, tentasse escapar daquela situação. A velha sem dentes encolheu os ombros. — Faça o que quiser. Do nada, uma violenta tempestade se abateu sobre a cidade.
  • 17. Durante o percurso, Ethan mantém os pés cuidadosamente posicionados, evitando qualquer possibilidade de sujá-los. Ele aproveita a oportunidade para conversar com o pai de Qify e expressar sua gratidão pela ajuda providencial em um momento de incerteza. Chegando em casa, Ethan despede- -se do pai de Qify com um sorriso sincero, e mais uma vez agradece por sua generosidade. Acordei pela manhã, abri a porta e acabei recebendo um jornal que um jovem rapaz jogou em cima de mim. Fiquei surpreso e um pouco irritado com a atitude dele. Voltei para dentro de casa e olhei para o jornal. É um jornal local, com notícias sobre o bairro e a cidade. Li as notícias enquanto tomava café da manhã. O jornal dizia: ‘Defeito no produto? Prepare-se para uma maratona de aborrecimentos’! A manchete do jornal local me encarava enquanto eu tomava café da manhã, um lembrete irritan- te da minha própria experiência recente com um produto defeituoso. A frustração ainda era recente, a lembrança da indiferença do fabricante ainda fresca em minha mente. A reportagem principal detalhava as experiências de diver- sos consumidores que enfrentaram obstáculos e frustrações ao tentar lidar com produtos defeituosos. Ainda estava escuro quando Mallu acordou. Ela se vestiu rapidamente e foi para a cozinha, onde encontrou sua mãe preparando o café da manhã. — Bom dia, mamãe! Como você está? — Estou bem. Nesse momento, entrei na cozinha. — E o que você vai fazer hoje? Ethan foi na casa de seu amigo Qify Moore, aproveitando uma tarde de diversão, quando a chuva caiu. Ethan, surpre- so com a súbita mudança de planos causada pela chuva, olha para Qify enquanto seu amigo desce as escadas. Ele espera ansiosamente pela solução para o problema da chuva que impediria sua volta para casa. Qify correu para as escadas e desceu até o quarto de seu pai, que estava trabalhando no computador. Ele bateu na porta e pediu, com voz ansiosa, para que seu pai levasse Ethan para a sua casa, antes que a tempestade piorasse. Qify retorna rapidamente do quarto de seu pai, com uma expressão mista de alívio e excitação no rosto. O pai de Qify, um homem sério e exigente, levantou- -se da cadeira e foi até o quarto onde os meninos estavam. Ele disse, com um tom autoritário, que iria levar Ethan de carro para sua casa, mas que ele não deveria colocar os pés sujos no banco de couro do seu veículo. Ethan ficou sem re- ação, sentindo-se constrangido e intimidado pelo pai de seu amigo. Ele enfatiza a condição de não sujar os pés no carro. A reação momentânea de Ethan é de surpresa, mas ele en- tende a preocupação do pai de seu amigo e assente com a cabeça em concordância. Com delicadeza, Ethan pede des- culpas antecipadamente e assegura ao pai de Qify que fará o possível para manter os pés limpos e secos durante o trajeto. Ele se compromete a ter cuidado e agradecer sinceramente pela gentileza de levá-lo para casa.
  • 18. O suor escorria pela minha testa enquanto eu apertava o volante com força. Já dirigia há mais de uma hora naquela estrada deserta, e o GPS teimava em não mostrar nenhum sinal. Comecei a entrar em pânico. Estava perdido, sem sa- ber para onde ir. Parei o carro e saí para tentar enxergar algo além das árvores e arbustos que me cercavam. A solidão era ensurdecedora. Respirei fundo, tentando me acalmar. Pre- cisava pensar com clareza para encontrar uma solução. Olhei para o meu celular e vi que a bateria estava no fim. Encontrar um lugar para parar e descansar era crucial, mas o medo de ser atacado ou assaltado em um local desconhe- cido me consumia. Decidi continuar dirigindo por mais um tempo, na esperança de encontrar uma cidade ou vila onde pudesse pedir ajuda. Mais meia hora se passou, e nada além da vastidão da floresta. A desesperança começou a tomar conta de mim. Eu não sabia o que fazer. Urinando e andando de costas. Parou e balançou pelo ar. Tava pra ver as pedras sorrindo com pedrinhas pela boca. Depois de receberem o jato de urina, continuei caminhando. Já eram meio-dia quando caiu uma gota de chuva no meu rosto, parecia que iria chover em mim naquele momento, quando eu olhei para cima, o sol quente queimava o meu rosto, e nada de chuva. Continuei a caminhar pelas ruas mo- vimentadas da cidade, tentando encontrar abrigo daquele sol escaldante. As pessoas ao meu redor pareciam indiferen- tes à contradição entre a gota de chuva e o céu ensolarado. Enquanto seguia adiante, percebi que algo estranho estava acontecendo. — Vou estudar com Tilly para a prova de amanhã. — Eu vou manter meus dedos cruzados para você. — Bom dia, pessoal! — Bom dia, pai! —, disse Mallu. Me sentei na mesa, e co- mecei a tomar café. Nesse momento, Ethan passou pela co- zinha para pegar uma toalha que está na sala e ir para o ba- nheiro com pressa. — Bom dia, Ethan! — Bom dia! —, disse Ethan, sem olhar para trás. Mallu olhou para mim, com um olhar interrogativo. — O que foi com ele? — Não sei. Ele deve estar com pressa. Mallu continuou a tomar café. Enquanto isso, Ethan estava no banheiro, com a cabeça baixa, olhando para o chão. Ele estava com medo. Ele tinha visto algo que não deveria ter visto... Saio de casa e ligo o carro. O sol brilha forte no céu azul. Em certo mo- mento eu fico parado na estrada, esperando a luz verde. O trânsito está lento, e eu estou impaciente para chegar ao meu destino. De repente, um carro passou por mim em alta velocidade. Eu olhei pelo espelho retrovisor, e vi que era um carro esportivo vermelho, com as janelas abertas e a músi- ca tocando alto... O motorista era um homem jovem, com cabelos compridos e barba. Ele estava sorrindo e cantando junto com a música. Eu fiquei olhando para ele, imaginan- do onde ele estava indo, e o que estava fazendo. Algo sobre o carro me deixava desconfortável. A luz verde finalmente acendeu, e eu segui meu caminho.
  • 19. À medida que eu caminhava, pequenas gotas começaram a cair do céu, uma a uma. As gotas de chuva ficavam cada vez mais fortes. Logo, estava chovendo forte, e as pessoas ao meu redor começaram a se abrigar. Eu era o único que es- tava caminhando na chuva. Não sabia o que estava aconte- cendo, mas sabia que tinha que encontrar um lugar para me abrigar. Continuei caminhando, e logo cheguei a um prédio. Entrei e me escondi da chuva. O prédio estava vazio, e eu era o único lá. Sentei-me em um banco e olhei para fora da janela. A chuva ainda estava caindo forte, e o céu ainda es- tava ensolarado. Eu estava parado, olhando para o céu. As nuvens estavam se dispersando, e os raios de sol estavam começando a aparecer. O ar estava úmido e fresco, e eu po- dia sentir o cheiro da terra molhada. A chuva tinha durado por horas, e eu estava feliz que finalmente estivesse passan- do. Eu estava com frio e molhado, e estava ansioso para ca- minhar mais um pouco. Mas por um momento, eu decidi ficar lá e apreciar o sol. Eu respirei fundo e fechei os olhos. Eu podia sentir o sol no meu rosto e o vento no meu cabelo. Eu me sentia relaxado e feliz. Depois de alguns minutos, eu abri os olhos e olhei para o céu novamente. As nuvens ha- viam desaparecido, e o sol estava brilhando forte. O mundo parecia novo e fresco. O sol começou a se pôr no horizonte, pintando o céu de tons alaranjados. De repente, um estrondo ecoou pela estrada deserta. Um carro vermelho, com suas portas abertas, vi- nha em alta velocidade, derrapando nas curvas. A adrena- lina toma conta de mim enquanto ele se aproxima, e meu coração acelera, e sinto um friozinho na barriga, e junto vem aquele arrepio que arrepia até os fios do pé. A chuva começou a cair torrencialmente, transformando a estrada em um rio. De repente, um relâmpago ilumina o céu e revela uma silhueta misteriosa à distância. Era um carro prateado, deslizando pela pista molhada como se fosse um fantasma. A trilha sonora da tempestade au- menta minha ansiedade, enquanto eu observo o veículo se aproximar. O nevoeiro cobre a estrada, reduzindo a visibili- dade a poucos metros à frente. De repente, uma motocicleta aparece em meio à névoa, suas luzes ofuscantes cortando o ar úmido. Ambos olham para mim. Eu aceno, um deles dá de ombro, e sai poeira. Ele acelera e ultrapassa um carro vermelho parado na beira da estrada. O piloto, vestido intei- ramente de preto, me encara com olhos penetrantes. Uma sensação de perigo iminente me envolve enquanto ele desa- parece na névoa novamente. Uma trilha estreita serpenteia pelo ar, com árvores altas e sombras ameaçadoras. Um rugido ecoa no ar, e um jipe verde surge das árvores, saltando sobre pedras e galhos ca- ídos. A poeira levanta atrás do veículo, deixando um rastro de mistério no ar. O motorista, vestido em trajes de camu- flagem, me lança um olhar desafiador enquanto passa, fa- zendo meu coração bater descontroladamente. Uma estrada deserta se estende à minha frente, iluminada apenas pelos faróis de um carro azul elétrico que se aproxima rapidamen- te. Conforme o veículo se aproxima, os faróis assumem uma cor vermelha vibrante, revelando uma aura misteriosa. O som de uma música Country preenche o ar, e minha men- te é transportada para uma aventura futurista enquanto o carro passa por mim, deixando um rastro de energia no ar. Em meio a uma paisagem árida, um ronco ensurdecedor corta o silêncio. Um carro amarelo brilhante, equipado com um motor poderoso, surge da poeira do deserto. Acelerando pela estrada acidentada, ele salta em uma rampa improvisa- da, voando pelo ar por um breve momento antes de aterris- sar com uma batida surpreendente.
  • 20. Um carro conversível vermelho atravessa uma estrada cos- teira sinuosa. O vento sopra em meus cabelos enquanto o carro acelera, fazendo curvas fechadas com habilidade. O motor ronca, e eu sinto uma mistura de liberdade e emo- ção enquanto a paisagem deslumbrante passa por mim em um borrão. Uma estrada montanhosa se estende à minha frente, com vistas panorâmicas de tirar o fôlego. Um carro prateado, com detalhes em aço polido, sobe a encosta íngre- me com facilidade, contornando curvas perigosas com pre- cisão milimétrica. A paisagem se desdobra diante dos meus olhos enquanto o veículo corta o ar fresco da montanha. A sensação de aventura se mistura com a beleza natural. Um carro roxo neon surge entre os outros veículos, deslizando elegantemente entre eles. A música alta ecoa de seus alto-fa- lantes. Os pedestres param para observar, enquanto o carro desaparece na multidão, deixando todos em um estado de pura admiração. A chuva torrencial me deixou completamente encharcado. Minhas roupas grudavam no corpo, e eu tremia de frio. O GPS do celular, que normalmente me guiava com precisão, falhou terrivelmente naquela noite. Eu estava determinado a ter uma boa refeição. Enquanto me acomodava em uma mesa do restaurante, ansioso por uma refeição saborosa, deparei-me com uma desagradável surpresa. Assim que o prato foi trazido à minha frente, um cheiro repulsivo inva- diu minhas narinas, lançando um mal-estar instantâneo. O aroma que deveria ser apetitoso e convidativo assumiu um odor desagradável, quase insuportável. A comida, que outrora deveria apresentar cores vibrantes e frescor, esta- va agora pálida e decadente. Legumes murchos e sem vida espalhavam-se pelo prato, como se tivessem sido aban- donados à própria sorte. A carne, cuja textura deveria ser suculenta e macia, parecia ter passado por um processo de decomposição prematura, deixando um rastro de pu- trefação no ar. Ao tentar amenizar a experiência com um gole de café, fui imediatamente tomado por uma amargura intensa. A bebida, que deveria fornecer um toque de calor e conforto, pareceu ter sido preparada com grãos de café que haviam perdido sua essência, restando apenas um amargor persistente que tomou conta de minha boca, deixando um gosto desagradável que se recusava a desaparecer. Para completar a decepção gastronômica, resolvi experi- mentar as pernas de frango servidas no prato. No entanto, ao dar uma mordida, deparei-me com algo completamente inaceitável: a carne estava podre, exalando um odor fétido que atingiu diretamente meu paladar e minha sensibilidade olfativa. Rapidamente, afastei o pedaço de frango, sentindo uma mistura de nojo e incredulidade diante daquela situa- ção.
  • 21. Diante de tal revés gastronômico, minha expressão facial capturou a perplexidade e a decepção que tomaram conta de mim. Não restava outra alternativa senão abandonar aquela refeição indigesta, deixando um cruzcru seco sobre o prato, simbolizando a minha recusa em continuar con- sumindo algo que poderia prejudicar minha saúde e bem- -estar. Me aproximei do balcão, onde um homem estava sentado ao lado, saboreando um café. Ele me olhou com curiosidade, notando minha aparência desgrenhada. — Tempo horrível lá fora, não é mesmo?, disse ele, apon- tando para a janela onde as gotas de chuva escorriam. Assenti, tentando espremer a água da minha camisa. — Sim, péssimo. E o pior é que meu GPS me levou para o lugar errado. Eu estava indo para casa, mas acabei aqui. O homem riu. — Bem, pelo menos você está em um lugar quente e seco agora. Como você vai chegar em casa? Cocei a cabeça, pensando. — Meu carro está estacionado a algumas quadras daqui. Acho que vou correr até lá e tentar chegar em casa antes que a chuva piore. O homem ergueu uma sobrancelha. — Correr? Você está brincando, certo? Você está completa- mente encharcado! — Eu sei, mas não tenho muita escolha. Não posso ficar aqui para sempre. O homem se levantou e estendeu a mão. — Você quer uma carona? Eu estava indo para casa tam- bém. Fiquei surpreso com a gentileza do estranho. — Sério? Isso seria ótimo! Obrigado. Peguei minhas coisas e o segui até o estacionamento. Ele me levou em seu carro até minha casa, que felizmente fica- va perto do local. Agradeci-lhe profusamente pela gentileza e me despedi, entrando em casa finalmente aquecido e seco. Emily me recebeu com um sorriso radiante, mas logo fran- ziu a testa ao notar minha aparência desgrenhada. — O que aconteceu?, perguntou ela, com uma mistura de preocupação e curiosidade. — Você parece um pinto molhado! Expliquei a ela sobre a minha aventura gastronômica malfadada, o GPS que me levou para o lugar errado, a chuva torrencial e a carona que peguei com um estranho gentil. Emily ouviu atentamente, com os olhos arregalados de espanto. — Nossa, que dia horrível!, exclamou ela quando terminei minha história. Mas ainda bem que você está bem. E que bom que aquele homem te deu uma carona! — Sim, eu tive muita sorte. Emily me puxou para um abra- ço caloroso. — Estou feliz que você esteja em casa, meu amor. Agora, vá tomar um banho quente e colocar uma roupa seca. Eu vou preparar um chá para você. Obedeci às instruções de Emily e logo me senti reconfortado pelo calor da água e pelo aroma do chá. Sentei-me no sofá com Emily ao meu lado e contei a ela mais detalhes sobre o meu dia desastroso. — E agora, vamos esquecer este dia horrível e aproveitar o resto da noite juntos. Concordando, apaguei as luzes e me aconcheguei com Emily no sofá.
  • 22. CAPITULO 02 O último a sair, apague as luzes A porta do quarto está trancada, mas a fechadura está des- gastada e dá para ver um fino fio de luz se esgueirando por baixo da porta. O corredor está escuro, apenas a luz do abajur aceso na estante ilumina o caminho. O abajur é de madeira escura e tem um tecido amarelo claro que filtra a luz. A luz é suave e aconchegante, criando um ambiente íntimo e con- vidativo. Na estante, além do abajur, há um quadro com as fotos da família Grayson. O quadro é grande e ocupa toda a largura da estante. As fotos são coloridas e mostram a famí- lia em momentos felizes. Na foto principal, os pais, Solomon e Emily , estão sorrindo para a câmera, abraçados aos filhos, Ethan e Mallu. Ethan está com um sorriso travesso no rosto e Mallu está fazendo uma pose engraçada. Em outra foto, os quatro estão sentados em uma mesa de piquenique, co- mendo pizza. Solomon está rindo de alguma coisa que Emily disse e Ethan está tentando pegar uma fatia de pizza da boca de Mallu. O quarto do casal é um refúgio acolhedor e encan- tador, onde a beleza se encontra com o conforto. Um tapete macio e felpudo se estende pelo chão, criando uma sensação acolhedora ao toque dos pés descalços. A cama, o ponto central do quarto, é um oásis de serenidade. Coberta por lençóis de algodão macio e almofadas exube- rantes. Ao lado da cama, pequenas mesinhas de cabeceira abrigam delicadas luminárias, iluminando suavemente o es- paço com uma luz tênue e reconfortante. Um elegante armário fornece espaço para guardar roupas e acessórios, mantendo o ambiente organizado e imacula- do. Um espelho de corpo inteiro reflete a beleza do quarto, ampliando a sensação de espaço e luminosidade. Prateleiras exibem itens decorativos significativos, como livros, plantas e lembranças de viagens, acrescentando um toque de perso- nalidade e vivacidade ao ambiente.
  • 23. A cozinha era pequena, mas bem organizada. Havia uma mesa de jantar com quatro cadeiras, uma geladeira, um fo- gão e uma pia. Exausta após a árdua mudança para o novo apartamento, ela finalmente terminara de organizar suas coisas. Um banho quente era a promessa de relaxamento que tanto ansiava. Ao sair do banheiro, deparou-se com ca- cos de louça espalhados pelo chão da cozinha. Com cuidado, recolheu os pedaços quebrados e os depositou em uma saco- la de lixo. Limpou o chão e, em seguida, sentou-se à mesa de jantar, observando o ambiente ao seu redor. A casa começa- va a tomar a forma de um lar. A felicidade por ter realizado a mudança a preenchia. Era um novo começo para eles. Aryeta, a nova vizinha, finalmente tomou a iniciativa de co- nhecer Solomon. Havia se mudado para o bairro há alguns dias e estava ansiosa para fazer novas amizades. Com uma fatia de bolo de cenoura feito naquela manhã, caminhou até a porta da casa ao lado. Respirou fundo e bateu. Ao ouvir a batida, Solomon abriu a porta com um sorriso no rosto ao ver sua nova vizinha. Aryeta vestia um macacão longo social com amarração Rose. Seus olhos brilhavam de expectativa. Já Solomon, retribuía o sorriso com gentileza. O bolo de cenoura de Aryeta repousava em uma travessa de vidro, alto e fofo, com uma cobertura de cream cheese. — Aryeta, certo? Aryeta sorriu carinhosamente e respon- deu: — Olá, Solomon! Sim, sou eu mesma. Estou aqui para me apresentar e conhecer melhor a vizinhança. Eu trouxe um pouco de bolo de cenoura que fiz hoje de manhã. — Prazer em conhecê-la, disse Solomon, estendendo a mão. — Prazer em conhecê-lo também, disse Aryeta, apertando a mão dele. Após anos no mesmo lar, Louis e Aryeta decidiram que era hora de recomeçar. Adquiriram uma charmosa casa adornada por um belo jardim, iniciando o planejamento da mudança. Para auxiliar na organização, contrataram uma empresa especializada em transporte e embalagem. Na ex- pectativa do grande dia, exploraram a nova cidade, visitan- do restaurantes, lojas, parques, cinema e teatro. O dia da mudança chegou. A equipe da empresa chegou cedo e, com grande habilidade, embalou e carregou todos os móveis e pertences do casal. Como forma de agradecimento, prepa- raram uma caixa com lanches e bebidas refrescantes para os trabalhadores. O clima era de harmonia e colaboração, e o processo transcorreu sem problemas. Em poucas horas, tudo estava pronto para a viagem para o novo lar. Despedi- ram-se da equipe e seguiram para a casa nova. Ao chegar, a equipe começou a descarregar os móveis e pertences. Louis e sua esposa ajudaram a colocar tudo em seu lugar. A casa era uma charmosa casa geminada de dois andares, com porta de madeira e maçaneta de bronze.
  • 24. — Já vi você por aqui algumas vezes. — Ah, sim. Eu também já vi você. — Eu trouxe um bolo de cenoura para você, disse Aryeta, oferecendo a fatia para Solomon. — Obrigado! —, disse Solomon, aceitando o bolo. Eu adoro bolo de cenoura. — Está fresquinho da hora. — Eu vou experimentar agora mesmo —, disse Solomon, levando o bolo para a cozinha. Aryeta e Solomon ficaram conversando na porta por alguns minutos. — É uma pena que eu esteja tão ocupado hoje. Eu adoraria te convidar para entrar e tomar um café. — Tudo bem. Outra hora a gente se encontra. — Com certeza. A noite caía e as ruas estavam desertas, ex- ceto pelas luzes aconchegantes que brilhavam nas janelas das casas. Dentro de uma delas, eu me reunia com a minha família ao redor da lareira, aproveitando a tranquilidade do momento. A chuva caía lá fora, criando uma atmosfe- ra aconchegante. Eu estava sentado em minha poltrona de couro marrom, enquanto minha esposa, se aconchegava no sofá com uma manta macia. Nossos filhos, estavam espar- ramados no tapete felpudo em frente à lareira, apreciando o calor do fogo. Eu sentia o cheiro de biscoitos recém-assados, que saíam do forno e preenchiam a casa com um cheiro re- confortante. Eu sorri ao redor com um sorriso no rosto. — Que noite maravilhosa para ficar em casa, não é mesmo? A chuva lá fora nos presenteou com esse ambiente aconche- gante e perfeito para estarmos juntos. Emily assentiu, en- volvendo-se ainda mais na manta. — Querido, nada melhor do que estar aqui com vocês, des- frutando dessa paz e tranquilidade. Mallu, com seus cabelos longos e castanhos, que caíam em cascata sobre seus om- bros, levantou-se e caminhou até a estante, próxima à lareira. Ela pegou o seu celular e sentou novamente no tapete. Seus olhos castanhos brilhavam com curiosidade enquanto ela deslizava o dedo pela tela. Emily distribuiu os biscoitos para cada membro da família. O aroma delicioso é acompa- nhado pelo ar, aumentando ainda mais a sensação de con- forto e aconchego na sala. Todos saborearam os biscoitos com satisfação. Não quero sair do quarto, mas mesmo assim vou ter que me arrumar, cheio o sovaco, estou fedendo. Vou ao banheiro. Deixo a toalha pendurada, e fico pelado. Enquanto estou no banheiro, o ar está úmido e quente, formando um leve va- por que embaça o espelho. A luz suave do abajur ao lado da pia cria uma atmosfera relaxante no ambiente. Posso ouvir o som reconfortante da água caindo do chuveiro e o leve chia- do da pressão da água. A água fria da torneira do lavatório é revigorante ao tocar meu rosto, enquanto molho meu cabelo. Pego meu shampoo favorito, com um aroma fresco e revigo- rante, e massageia suavemente o couro cabeludo, sentindo a espuma formar uma espécie de coroa de bolhas sobre minha cabeça. Ao entrar no box do chuveiro, o som da água ganha força, e ajusto a temperatura para o nível perfeito, onde a água está fria, mas não gelada. As gotas de água percorrem meu corpo, refrescando-o instantaneamente e fazendo com que a sensação de calor se dissipe gradualmente. Enquanto a água escorre pelo corpo, sinto como se todos os músculos estivessem relaxando. Os pelos do corpo se arrepiam leve- mente com o contraste entre a temperatura ambiente e a água fria, proporcionando uma sensação de frescor e vita- lidade. Fecho os olhos e aproveito o momento, permitindo que a água fria desperte todos os seus sentidos. O cheiro do sabonete que escolhi, com notas cítricas e mentoladas, se mistura ao vapor que preenche o banheiro. A sensação da água fria em contato com a pele cria uma espécie de formi- gamento, quase como se estivesse tomando um banho de energia.
  • 25. A cada minuto que passa, sinto a água lavando todas as impurezas e preocupações do dia, renovando meu corpo e mente. Cada gota que escorre pelo ralo leva consigo qual- quer resquício de cansaço ou mau humor que possa existir. Depois de sete minutos de banho, desligo o chuveiro, sen- tindo-se revigorado e completamente limpo. Ao sair do ba- nheiro, pego a toalha, enxugo meu pênis, dou uma balan- çada. Balançando até minha irmã abrir a porta. Assim que minha irmã abre a porta, ela me olha com surpresa e solta uma risada. Eu rapidamente rosno, me cubro com a toalha: — Você poderia ter batido antes de entrar, sabia? Mallu olha para as partes baixas e casoa de mim. “Heheheh!” — Ah, foi mal, não sabia que era tão pequeno assim. Fiquei vermelho de vergonha. — Ah... quase que eu falo uma bobagem agora, murmurei. Ela continuou rindo. — Nem quero imaginar o que você pensou. Ela se aproximou e olhou de cima a baixo. — Desculpe, não esperava encontrar você aqui. Mas olha, você está todo revigorado! O banho deve ter sido ótimo. Eu me gabo envergonhado, e concordo com ela. — Sim, foi realmente revigorante. A água fria despertou to- dos os meus sentidos, e agora estou me sentindo renovado e limpo. Ela se aproxima e me dá uma tapinha no ombro. — Acho que você deveria fazer isso com mais frequência. Parece que faz maravilhas para o seu humor. Vou até a porta com as mãos no pênis, e fecho a porta. Vou me arrumando, e vejo a minha cueca favorita, vou usar para as minhas partes baixas não ficarem balançando por aí. Passando um perfu- me que ganhei de uma pessoa muito especial. Achei uma ca- miseta que não achava a século, tem até um cheiro de novo. A camiseta era branca, de algodão, e tinha um cheiro de la- vanda fresco. Era uma camiseta que eu usava muito quando era criança, e me trouxe boas lembranças. Continuei procurando pelo perfume, olhando em todos os lugares possíveis. De repente, ouvi um barulho vindo de uma gaveta que ainda não havia verificado. A gaveta estava em um armário no canto do quarto. Era uma gaveta que eu não abria há muito tempo, e estava cheia de roupas velhas e esquecidas. Abri a gaveta e lá estava o perfume, escondido atrás de algumas roupas. O perfume era um frasco de vidro verde com um laço dourado. O nome do perfume estava gra- vado no vidro: “Eau de Parfum”. Fiquei aliviado e feliz por finalmente ter encontrado o perfume. Eu estava tão feliz que dei um grito de alegria. O perfume era um presente de uma pessoa especial, e eu estava muito feliz por tê-lo encontrado. As nuvens de tempestade que haviam ameaçado a cidade durante todo o dia, finalmente haviam se dissipado, deixan- do para trás um céu azul claro. Emily está ocupada na co- zinha preparando o jantar, mas parou por um momento e olhou para Ethan todo arrumado e cheiroso. — Você não vai andar à toa hoje Ethan —, disse Emily com um olhar sério. — Só vou sair aí com os amigos. Ethan olhou para Emily, surpreso com a seriedade em seu olhar. Ele sabia que ela costumava ser tranquila e compreensiva, mas algo naquele momento indicava que ela estava real- mente preocupada. Emily suspirou, apoiando-se no balcão da cozinha. Ele estava saindo mais frequentemente com os amigos e parecia se envolver em situações que ela não co- nhecia totalmente. — Ethan, eu confio em você, mas tenho sentido que você anda se metendo em algumas situações arriscadas. É impor- tante que você tome cuidado e esteja ciente das suas esco- lhas —, disse Emily preocupada. Ethan franziu a testa, sen- tindo-se levemente acusado. Ele não achava que suas saídas com os amigos fossem tão problemáticas, mas a expressão de preocupação nos olhos de Emily o fez refletir. Ele se apro- ximou dela e segurou suas mãos.
  • 26. — Eu entendo sua preocupação, e prometo que vou tomar mais cuidado. Mas também quero que você confie em mim. Eu tenho amigos de confiança e sei como me cuidar. Emily sorriu levemente, aliviada por ouvir as palavras de Ethan. Eles se abraçaram. Ela observou-o ir, ainda um pou- co preocupada, mas também confiante de que ele estaria bem. Ethan chegou na praça onde seus amigos estavam se reunindo. Eles estavam todos lá. — Ei, cara!, gritou um deles. Você demorou! — Eu sei, eu sei. Me desculpa. Eu estava ajudando minha mãe em casa. — A mãe dele ainda o amarra na chupeta?, perguntou outro amigo, rindo. Ethan revirou os olhos. — Cala a boca, Qify. — Só estou brincando, Ethan. Qify continuou rindo. Mas você realmente demorou muito. — Eu sei, eu sei. — A gente já estava pensando em ir embora sem ele. Ethan sorriu de forma sem graça. — Ethan, você realmente é um filho dedicado, hein? Ainda ajuda sua mãe em casa! —, disse Qify com um sorriso sar- cástico. Ethan bufou e tentou manter o bom humor, mas estava fi- cando cada vez mais desconfortável com os comentários. Ele sabia que seus amigos estavam apenas brincando, mas a situação estava começando a passar dos limites. — É sério, cara, você estava nos deixando malucos de tanto esperar! Ethan tentou desviar o assunto. — E aí, pessoal, o que vamos fazer hoje à noite? Alguma ideia? Seus amigos, no entanto, não deixaram o assunto morrer tão facilmente. Eu ouvi dizer que a mãe dele o fez prometer que voltaria antes da meia-noite! — comentou Qify, provocando risos entre os outros. Ethan respirou fundo, tentando manter a calma. Ele sabia que precisava lidar com a situação de forma madura, mas estava ficando difícil. — Vocês podem parar com isso? —, disse ele, finalmente expressando sua frustração. Eu entendo que estavam espe- rando, mas não precisam ficar pegando no meu pé o tempo todo. Ele tentou aguentar, mas ele estava começando a ficar irritado. — Tá bom, tá bom. Já chega. Finalmente. Eu estou aqui agora, ok? Os amigos de Ethan se calaram. Ethan olhou para eles, esperando que eles desculpassem. — Desculpa, Ethan. Foi só uma brincadeira. Os amigos pararam de caçoar, mas Ethan ainda se sentia mal. Ele não queria que eles pensassem que ele era um cara desleixado. — Eu prometo que não vou demorar mais. — Tá bom, disse um amigo. A gente acredita em você. — Eu sei. Ethan disse, tentando sorrir.
  • 27. O frio da manhã era cortante, fazendo Mallu se encolher sob as cobertas. Com um suspiro, ela se arrastou para fora da cama e colocou as meias felpudas nos pés, buscando um pouco de conforto. O piso de madeira gelada sob seus pés a fez estremecer. Na cozinha, a chaleira fervia enquanto Mallu escolhia um sachê de chá de camomila, seu favorito. O aro- ma suave e calmante do chá logo invadiu o ambiente, tra- zendo uma sensação de paz. Ela encheu uma caneca com o líquido dourado e levou-a aos lábios, saboreando o calor e a doçura. O chá era como um abraço quente, aquecendo-a por dentro e por fora. Enquanto bebia o chá, Mallu se sentou à mesa e observou a luz do sol nascente filtrando-se pelas janelas. A neve caía su- avemente lá fora, criando um cenário mágico. Ela se sentiu grata pelo aconchego de sua casa e pela companhia do chá quente. Nove da noite. A biblioteca da Forest Hills University estava silenciosa, exceto pelo som do lápis de Tilly riscando o pa- pel. Eu estava sentada ao seu lado, com o livro de História aberto na minha frente. A mesa estava cheia de livros e ca- dernos. Eu e Tilly sentávamos-nos uma de frente para a ou- tra, nossos rostos iluminados pela luz da lâmpada. Naquela noite, estávamos nos preparando para a prova de História do dia seguinte. O assunto era a Revolução Francesa, e nós estávamos estudando o calendário revolucionário. Tilly ex- plicava as diferenças entre o calendário gregoriano e o ca- lendário revolucionário, enquanto eu anotava tudo em meu caderno. De vez em quando, fazíamos perguntas uma para a outra para garantir que tínhamos entendido tudo. De repen- te, Tilly parou de escrever e olhou para mim. — Você está prestando atenção? Eu assenti. — Claro que sim. Estou ouvindo tudo o que você está dizen- do. — Eu sei que você está. Eu só queria ter certeza. Tilly fechou o livro. — Acho que estamos prontas. Eu concordei. Nós nos levantamos e nos dirigimos à saída da biblioteca. — Boa sorte na prova amanhã. — Obrigada! Pra você também. Saímos da biblioteca e ca- minhamos pela Forest Hills University. Eu olhei para Tilly, que caminhava ao meu lado. O frio da tarde de outono era amenizado pelos raios de sol que se espreguiçavam entre as copas das árvores da Forest Hills University. O campus, um mosaico de tijolos vermelhos e grama verdejante, fervilhava com o burburinho de estudantes apressados. Entre eles, Tilly e eu caminhávamos lado a lado, em silêncio, cada uma imer- sa em seus próprios pensamentos. Eu me virei para ela, meus olhos pousando em seu rosto sereno. Seus cabelos castanhos estavam presos em um coque frouxo, e seus olhos castanhos escuros brilhavam com uma mistura de determinação e an- siedade. — Pronta para amanhã? — Minha voz suave quebrando o si- lêncio. Tilly assentiu, seus lábios se curvando em um sorriso tímido. — Acho que sim. Estudamos bastante, não é mesmo? — Sim, nos dedicamos ao máximo, concordei. Mas lembre- -se, não importa o resultado, você já é uma campeã por ter chegado até aqui. Tilly me encarou por um momento, seus olhos cheios de gratidão. — Obrigada por me apoiar, amiga. Você é a melhor. Um sorriso caloroso se formou em meus lábios. — Amigas para sempre, respondi, entrelaçando meu braço com o dela. Continuamos caminhando, apreciando a beleza do campus e a companhia uma da outra. A tarde se desenro- lava como um pergaminho, revelando segredos e promessas. No horizonte.
  • 28. Naquela noite, enquanto me preparava para dormir, meus pensamentos se voltaram para Tilly. Eu sabia que ela estava nervosa para a prova, mas também tinha certeza de que ela se sairia bem. Sua inteligência, dedicação e força de vontade eram inegáveis. O sol já dominava o céu quando Ethan acor- dou, ainda sonolento. Os raios solares penetravam pela ja- nela, e o canto dos pássaros se ouvia ao longe. Esticando-se, ele se ergueu da cama, ainda um pouco atordoado. Com passos lentos e pesados, dirigiu-se à cozinha, ainda em estado de semi-consciência. Ao entrar, deparou-se com Emily sentada à mesa, absorta em seu celular. Ela não notou sua presença. Pouco tempo depois, Mallu e Solomon entra- ram na cozinha. Mallu, pronta para a escola, vestia seu uni- forme azul-marinho e branco. Em sua mochila, carregava lanche e livros. Solomon a presenteou com um beijo de des- pedida, sussurrando palavras em seu ouvido. Mallu sorriu e retribuiu o gesto com um beijo. Juntos, saíram de casa e caminharam em direção à Forest Hills University. Terminando o café da manhã, Ethan empurrou a cadeira para trás com um ruído surdo. Levantou da mesa e cami- nhou pela cozinha, rumo à sala de estar. O sofá grande e aconchegante o convidou a se jogar sobre ele, o que ele fez com um sorriso. Sentiu o sol batendo na janela e o vento so- prando pela sala. Era um dia perfeito. Afundou-se no sofá, pronto para relaxar e aproveitar o dia. Eu e Tilly tinhamos se preparando para a prova de História. Eu estava nervosa, mas sabia que tinha estudado muito. Comecei a fazer a prova e estava indo bem. Mas então, cheguei a uma pergunta que não sabia a resposta. Fiquei nervosa e não sabia o que fazer. Olhei ao redor da sala de aula, mas ninguém parecia estar prestando atenção. Pensei em pedir ajuda ao professor, mas estava com medo de ser julgada. Decidi tentar responder à pergunta por conta própria, mas não consegui. Comecei a me sentir desesperada. Estava prestes a desistir quando vi Tilly sentada na mesa ao lado. Tilly estava olhando para mim e sorriu. Terminei a prova e entreguei ao professor. Eu estava confiante de que havia feito um bom trabalho. Cheguei agora em casa, e a TV está ligada tão alta que meus ouvidos estão gritando por socorro, mas as vezes eu assisto a TV com o queixo no pescoço. Com um suspiro exasperado, caminho apressadamente em dire- ção à sala de estar. Ao entrar na sala, encontro meu irmão, sentado no sofá, totalmente imerso em um programa de mistério emocionante. Parece que ele não percebeu a altura do volume da TV. Com paciência, me aproximo dele e toco suavemente em seu ombro. Ethan se assusta e vira o rosto para mim, tirando os fones de ouvido. — Ethan, acho que o volume da TV está um pouco alto, você poderia diminuí-lo um pouco? Meus ouvidos estão gritando por socorro! Ethan olha para mim com um ar de surpresa, como se estivesse inconsciente do barulho ensurdecedor que havia criado. Ele imediatamente pega o controle remoto e abaixa o volume da TV. A explosão de ruído diminui, tra- zendo um alívio imediato aos seus ouvidos. — Nem percebi. Estava tão envolvido no programa que per- di a noção do volume. Sorri, aliviado pela situação ter sido resolvida tão facilmente. — Sem problemas. Cadê o pai? —Tá lá no quarto roncando feito um liquidificador com dois travesseiros na cabeça. Eu aproveito o momento para se sentar ao lado dele no sofá. Observamos juntos a trama do programa de mistério se desenrolar na tela, envolvendo-nos em uma atmosfera de suspense e adrenalina. Nesse momen- to, ouvimos um ronco alto vindo do quarto dos pais. Ethan e eu trocamos olhares divertidos, e uma risada escapa de nossos lábios. — Acho que devemos acordar o pai antes que ele acorde os vizinhos, sugere Ethan, levantando-se do sofá.
  • 29. Nós dois caminhamos em direção ao quarto dos pais, onde encontramos nosso pai em um sono profundo, com traves- seiros estrategicamente posicionados para abafar os roncos. Com cuidado, sacudimos seu ombro suavemente até que ele acorda sonolento. Papai esfrega os olhos e boceja, olhando para nós com uma expressão sonolenta. Nosso pai pisca al- gumas vezes, tentando acordar completamente e processar o que está acontecendo. Ele olha ao redor do quarto, notan- do os travesseiros estrategicamente colocados ao seu redor. — O que está acontecendo?, ele murmura. O que vocês dois estão fazendo aqui? —, ele pergunta, ainda meio sonolento. Ah, os travesseiros... Ethan e eu trocamos um olhar cúmpli- ce antes de começar a explicar. — Bem, papai, estávamos na sala quando ouvimos um ron- co alto vindo do seu quarto. Achamos que seria melhor... Ethan interrompe, completando a história com um sorriso travesso. — E quando entramos no quarto, vimos que você havia es- trategicamente colocado travesseiros ao seu redor para aba- far o som dos roncos. Foi uma cena engraçada. Papai nos encara por um momento, e então começa a rir, percebendo a situação. Enquanto conversávamos, nossos pais se junta- ram a nós na sala. Mamãe estava com um sorriso no rosto, enquanto papai ainda estava sonolento, esfregando os olhos e bocejando de vez em quando. Papai bocejou novamente, mas acabou cedendo, sentando-se em uma poltrona próxi- ma. Acomodamos confortavelmente no sofá, aconchegan- do-nos nos cobertores. Senti algo tocar meu braço e ergui a cabeça. Uma mosca estava voando ao meu redor, com suas asas batendo ruidosamente. Ela é pequena e preta, com olhos grandes e antenas longas. Ela tinha asas transparen- tes e pernas finas. Eu comecei a olhar para a mosca voando. Girando e ziguezagueando pelo ar. A mosca pousou no meu rosto. Eu me encolhi, mas ela não me picou. Em vez disso, ela começou a andar pela minha testa, como se estivesse ex- plorando meu rosto. Eu fiquei parado, observando a mosca. Eu não sabia o que fazer. Eu não queria machucar ela, mas também não queria que ela continuasse voando ao meu redor. Depois de alguns minutos, a mosca voou para longe. Eu suspirei de alívio. Depois, a mosca voou para longe, sumindo no ar. Quando cheguei à Forest Hills University, fui direto para o ginásio. O ginásio estava cheio de alunos. A professora de educação física, a Sra. Elijah, estava no meio da quadra, dando instruções aos alunos. A aula de educação física é re- alizada em um ginásio grande com uma quadra de vôlei. As paredes do ginásio era pintadas de azul e branco. A pro- fessora de educação física, uma mulher alta e atlética com cabelos loiros e olhos azuis, estava usando um uniforme de educação física vermelho e branco. Eu entrei no ginásio e me senti imediatamente sufocado pelo ar quente e úmido. As luzes fluorescentes me faziam sentir tonto, e as paredes brancas eram como um espelho refletindo minha imagem. Eu estava tão absorto na música que não percebi quando a Sra. Elijah se aproximou. De repente, eu senti alguém me tocar no ombro. Eu me virei e vi a Sra. Elijah. — Ethan, você pode tirar os fones de ouvido? Eu assenti e tirei os fones de ouvido. Eu me desculpei e tirei os fones de ouvido. — O que você está fazendo? — Estou ouvindo música. — Eu sei. Mas você está perdendo a aula. Eu olhei em volta do ginásio. Os outros alunos estavam prestando atenção ao que a Sra. Elijah estava dizendo. — Eu sei. Eu vou prestar atenção. A Sra. Elijah assentiu. — Continue ouvindo música. Mas só quando você estiver fora da aula. Eu me juntei aos outros alunos no jogo, e eu me diverti. Eu até marquei alguns pontos. Eu estava jogando bem, e eu estava começando a me sentir mais confiante.
  • 30. Depois de um tempo, a Sra. Elijah parou o jogo. — Vamos fazer uma pausa. Os alunos começaram a se dis- persar pelo ginásio. Eu fui até a minha mochila e peguei uma garrafa de água. Eu estava bebendo quando ouvi alguém me chamar. — Ethan, o que você acha de jogarmos um jogo de vôlei? — perguntou um garoto alto e atlético com cabelos pretos e olhos castanhos. — Eu adoraria. Nós nos juntamos a um grupo de alunos que estavam jogando vôlei. Depois de um tempo, a Sra. Elijah começou a chamar os alunos de volta para a quadra. — Vamos terminar o jogo. Nós voltamos para a quadra e continuamos jogando. Eu es- tava jogando bem. No final do jogo, a Sra. Elijah nos para- benizou. — Vocês jogaram muito bem. Eu estava feliz por ter recebido elogios da Sra. Elijah. Depois da aula, eu estava me prepa- rando para sair do ginásio quando ouvi alguém me chamar. — Ethan, você quer jogar vôlei comigo depois da escola? — perguntou o garoto alto e atlético. — Eu adoraria. Eu dei o meu número de telefone para Fizt, e nós combinamos de jogar vôlei no dia seguinte. Eu saí do ginásio e fui para casa. Eu sentei na minha cama e toquei a minha guitarra e cantei uma música que eu havia escrito. Peguei os meus fones de ouvido Bluetooth e coloquei no ouvido, ouvindo música. Era uma música lenta e suave, e a voz da cantora era como um abraço. Fechei os olhos e me deixei levar pela música. Senti como se estivesse flutuando em uma nuvem. Cantei junto com a música, e me senti feliz e contente. Depois de um tempo, a música acabou. Abri os olhos e olhei para o redor do quarto. Ainda estava lá, mas parecia diferente. Não conseguia explicar como, mas parecia um lugar melhor. Me levantei e fui para a janela. Olhei para o céu e vi as estrelas. Estavam brilhando tão brilhantemen- te, e senti um sentimento de admiração. Voltei para a cama e me deitei. Fechei os olhos e me deixei levar pelo sono. No dia seguinte, acordei cedo e fui para a Forest Hills Universi- ty. Eu estava animado para jogar vôlei com Fizt. Depois da aula, eu encontrei ele no ginásio. Ele estava me esperando com uma bola de vôlei. Nós começamos a jogar. Fizt era um bom jogador, e ele me ensinou algumas novas habilidades. Em um momento, eu fui ao banheiro para lavar as mãos. Quando sai do banheiro, um homem me parou. — Menina, você está perdida? — Eu olhei para ele, surpreso. Não, eu não estou perdido. Eu estou aqui com meus amigos. — Ah, eu vi você jogando futebol com os meninos. Você é muito boa. Você joga na escola? — Sim, eu jogo na escola. Mas eu sou um menino. O homem pareceu confuso. “Um menino?”, mas você parece uma menina. — Eu sei. Mas eu sou um menino. O homem balançou a cabeça e continuou andando. Eu voltei para o ginásio, onde Fizt me esperava com um sorriso. Ele me entregou a bola de vôlei. — Vamos lá! Eu sorri de volta e começamos a jogar. Depois de um tempo, o jogo acabou. Com o fim da partida, Fizt, precisando se ausentar, propôs: “ — Se você quiser, podemos jogar de novo outro dia. Ethan, entusiasmado com a ideia, respondeu com um sorriso radiante: — Eu adoraria.
  • 31. O homem que abordou Ethan no ginásio permaneceu em seus pensamentos. Sua pergunta, “Você está perdida?”, car- regava um significado mais profundo do que aparentava. Ethan, apesar de sua aparência feminina, era um menino em busca de seu lugar no mundo. O encontro casual com o homem o fez questionar como a sociedade o via. Seria ele re- almente “perdido” em sua própria identidade? As dúvidas o acompanharam enquanto caminhava pela Forest Hills Uni- versity, e a certeza de quem era se mesclava com a incerteza do olhar dos outros. Após um tempo, Solomon retornou para casa. Ao abrir a porta, a luz do corredor o cegou por um instante. Fechando a porta atrás de si, acendeu a lâmpada, revelando a poeira acumulada sobre os móveis. Na cozinha, lavou as mãos na pia com água fria e gelada, secando-as com a toalha de rosto antes de voltar à sala. Sentou-se no sofá, pegando a chave do carro e algo com um aroma familiar. O cheiro era doce e refrescante, como um dia de verão, mas ele não conseguia identificar sua origem. Levando as mãos ao nariz, inspirou profundamente. Sentindo-se finalmente livre, Solomon saiu pela porta. Entrou no carro e ligou o motor. Com o vento em seus cabelos e o sol em seu rosto, Solomon dirigia pela cidade, tomado por uma sensação de liberdade que o distanciava da casa que deixara para trás. No posto de gasolina, abasteceu o carro enquanto observava o movi- mento ao seu redor. Carros cruzavam seu caminho, pessoas seguiam com suas vidas, indo e vindo em seus afazeres cotidianos. Em meio a essa rotina, Solomon se sentia um estranho, um observador silencioso da vida alheia. Na lanchonete, um hambúrguer delicioso se tornou sua única companhia. A suculência da carne, o queijo derretido e a crocância do pão o absorveram por completo, fazendo- -o esquecer por um momento do mundo exterior. Quando finalmente voltou a si, percebeu que o homem à sua mesa havia parado de falar. — Desculpe, disse Solomon, o que você estava dizendo? O homem, jovem e de aparência amigável, respondeu: — Eu estava dizendo que você parece um pouco perdido. — Estou bem, obrigado, Solomon respondeu, só estou via- jando. — Onde você está indo? o homem perguntou com uma voz que soava artificialmente animada. — “A trabalho” — Solomon respondeu vagamente. O homem sorriu. — Isso é ótimo. Enquanto conversavam, uma jovem passou correndo do lado de fora da lanchonete, perseguindo um cachorro que havia fugido. O animalzinho, marrom e de porte pequeno, uivava enquanto a jovem o chamava, ten- tando alcançá-lo. Finalmente, o cachorro parou e a jovem o agarrou em seus braços, abraçando-o e beijando-o. O animal retribuiu o carinho lambendo seu rosto. Ao terminar seu hambúrguer, Solomon se despediu do homem: — Foi bom te conhecer. Espero que você tenha uma boa viagem. — Obrigado. Foi bom te conhecer também. Observando o homem se afastar, Solomon se sentiu mais uma vez sozi- nho. Pegou seu café e, saindo da lanchonete, voltou para o carro. Ligou o motor e dirigiu para o seu próximo destino, sem rumo definido, apenas com a música e a estrada como companhia.
  • 32. Ao chegar à pequena cidade, Solomon parou em um sinal vermelho. A quietude do local era um contraste marcante com a agitação da cidade grande que ele havia deixado para trás. Observando os poucos prédios, lojas e o parque que compunham a paisagem urbana, Solomon sentiu uma paz que há muito tempo não experimentava. Com o sinal verde, ele dirigiu pela cidade, apreciando a simplicidade do lugar e a sensação de estar finalmente em casa. Ao final do dia, ao entrar em sua casa, Solomon encontrou sua esposa sentada no sofá. A familiaridade do ambiente e a presença reconfor- tante da mulher que amava o acolheram com um calor que ele tanto precisava. — Olá, como foi o seu dia?, perguntou Solomon, com um sorriso no rosto. — Foi bom, respondeu ela, com um brilho nos olhos. E o seu? — Também foi bom, disse ele, sentando-se ao lado dela e a abraçando com ternura. — Eu te amo, sussurrou em seu ouvido. — Eu também te amo, ela respondeu, acariciando seus ca- belos. Exausto da viagem, Solomon arrastava seus chinelos pelo chão da cozinha, sem a mínima vontade de tirá-los. O barulho irritante o incomodava. A viagem o havia desgasta- do, física e mentalmente. A preguiça o dominava como uma névoa densa, impedindo-o de realizar qualquer ação que exigisse esforço. Seus olhos pesados ​​ fixaram-se no chão, ob- servando os chinelos deslizarem preguiçosamente sobre as tábuas de madeira. A cada passo, um rangido agudo quebra- va o silêncio da casa, como um grito silencioso de frustração. O peso da responsabilidade pesava sobre seus ombros, pres- sionando-o contra o chão. As decisões que precisava tomar, os problemas que precisava resolver, tudo parecia se acu- mular em uma montanha intransponível. No dia seguinte, eu estava no ginásio novamente. Estávamos no meio de um jogo quando o homem apareceu. Ele nos parou. Minha irritação aumentou quando o vi. — Menina, você está jogando aqui novamente? Eu olhei para ele, irritado. Eu já tinha explicado a ele que eu era um menino. — Eu já disse que eu sou um menino! — Mas você parece uma menina. Eu respirei fundo. E voltei a jogar sem a mesma dedicação de antes. Fizt veio até mim. Ele me viu jogando com menos entusiasmo e percebeu que eu esta- va chateado. — Está tudo bem com você? Eu olhei para ele, sem saber o que dizer. — Sim, estou bem.
  • 33. — Você parece preocupado. Fizt me olhou com um olhar de compreensão. Eu sei como você se sente. Eu já passei por isso. — Como você lidou com isso? — Eu simplesmente ignorei as pessoas que me diziam que eu não era o que eu era. — Mas é difícil ignorar as pessoas. — Eu sei. Mas é a única maneira de ser feliz. Fizt me deu um tapinha nas costas. — Você é um menino, e não importa o que as pessoas digam. — Obrigado, Fizt. — De nada, amigo. O homem ficou me observando por um tempo, depois saiu do ginásio. No intervalo, eu fui ao ba- nheiro. Estava lavando as mãos quando vi o homem nova- mente. — Ei, menina. O que você está fazendo aqui? Eu fiquei calado. Meu olhar era de raiva. — Eu disse, o que você está fazendo aqui? O homem deu um passo na minha direção. Se afastei. — Eu estou saindo daqui. Virei as costas e comecei a andar. O homem me seguiu. — Ei, espere aí! Acelerei o passo. Não queria ficar sozinho com ele. O homem me alcançou. Ele agarrou meu braço. O que você está fazendo? Tentei me soltar, mas o homem era mais forte. Eu só quero conversar. — Eu não quero conversar com você. Eu me debatei, mas o homem me segurou com força. — Pare de se mexer! Você quer tocar no meu pênis? — Me solte, senão vou gritar! Ele me soltou e eu pude sair de perto dele. Eu corri para longe, sem olhar para trás. Meu coração estava batendo forte e eu estava tremendo de medo. Eu não conseguia acreditar que ele tinha tentado me tocar. Ele ficou sozinho, encostado na pia. Eu me escondi em um banheiro feminino próximo. Eu precisava me acal- mar e pensar no que fazer. Eu esperei até o fim do dia letivo e fui até a sala da diretora. — Boa tarde, diretora. — Boa tarde, Ethan. O que posso fazer por você? (senta-se) — Eu queria conversar com você sobre algo que está acon- tecendo. Ela escuta atentamente. Eu estou sendo assediado por um funcionário do colégio. — Oh, meu Deus. O que ele tem feito? — Ele me olha com olhos penetrantes, como se pudesse ver através de mim. Seus olhos são escuros e profundos, e me deixam com um arrepio na espinha. Ele sempre está me seguindo pelos corredores, sempre aparecendo de repente quando eu menos espero. Hoje, ele me agarrou pelo braço e me puxou para um canto escuro. Ele me tocou sem meu consentimento, e eu senti um nó no estômago. Ele me disse para tocar nele, e eu fiquei com medo. Eu não sabia o que fa- zer, então eu só fiquei parado, sem saber o que dizer. Quan- do eu terminei, ela me olhou nos olhos. — Isso é inaceitável. Eu vou tomar providências imediata- mente. — Obrigado, diretora. Eu estava com medo de que ninguém acreditasse em mim. — Eu acredito em você. Você não está sozinho. Me sinto aliviado. — Eu vou falar com esse homem e vou tomar medidas para garantir que ele não te incomode mais. — Eu confio em você. — Vamos, vou te acompanhar até a porta. “Eu vou impedir que esse homem faça isso com mais ne- nhum(a) aluno(a)”. A diretora fecha a porta e volta para a sua mesa. — Filho, a gente sabe que você contou pra diretora o que aconteceu no ginásio. A gente queria conversar com você sobre isso. — Tá bom. — A gente sabe que você deve estar se sentindo muito mal com tudo isso. É uma situação muito difícil. — É...
  • 34. — Só quero que você saiba que estou aqui para te apoiar. Você não está sozinho. — Valeu, pai. — Estou muito orgulhoso de você por ter tido coragem de contar o que aconteceu. — Isso mesmo, filho. Você fez a coisa certa. — Eu sei que não foi fácil, mas eu precisava contar. A direto- ra disse que vai tomar as providências necessárias. — Eu espero que ele seja punido. — A gente também. Mas, independente do que acontecer com ele, você não tem culpa de nada. — Isso mesmo, filho. Você é uma vítima. (Os pais abraçam o filho) — Acabei de fazer uma receita nova, de um lanche. Acho que você vai gostar. — Não posso esperar para experimentar. Estou faminta. Quando cheguei ao carro, Tilly abriu a porta do passageiro para mim. — Então, o que você quer fazer primeiro? — Vamos ao parque. Quero brincar no playground. — Ótimo, eu vou adorar. Tilly dirigiu até o parque. Quan- do chegamos, saímos do carro e corremos até o playground. Brincamos no balanço, no escorregador e na gangorra. Es- tavamos a brincar de pega-pega no jardim quando Tilly se escondeu atrás de uma árvore. Olhei para todos os lados, mas não consegui ver Tilly. Eu era a apanhadora, e Tilly era a fugitiva. Tilly era muito rápida e eu estava a ter muita di- ficuldade em apanhá-la. Corri por todo o jardim, mas Tilly sempre conseguia escapar. Tive uma ideia. Escondi atrás de uma árvore e quando Tilly passou, toquei nas costas. Tilly ficou apanhada: — Ai... meu... Deus...! Eu ganhei! — gritou Mallu pulando. — Não é justo! Escondeste-te! — Não importa. Ainda ganhei. Tilly suspirou. — Tudo... tudo bem. Vamos jogar outra vez. E assim continuamos a brincar de pega-pega até que fica- mos cansadas. Depois, sentamos no banco do parque e comemos os lan- ches que Tilly fez. — Foi muito divertido. — Foi mesmo. Vamos jogar outra vez? — Claro. Não vou perder. — Tilly!, onde estás? Tilly não respondeu. Olhei por trás da árvore, mas não vi nada. Olhei por baixo da árvore, mas também não vi nada. Estava prestes a desistir quando ouvi uma voz. — Estou aqui! Olhei para cima e vi ela sentada no topo da árvore. — Como é que subiste lá?, eu disse, olhando para cima da árvore.
  • 35. — Usei uma escada. — Isso foi inteligente. Quero ir também. Subi as escadas e sentei no topo da árvore. Estavamos a cerca de dez metros do chão e podíamos ver tudo o que se passava no jardim: — Este é o melhor lugar do mundo. — Eu sei, né? É como se estivéssemos no nosso próprio mundo. De repente, parei de correr. Estava parada no meio do parque, olhando para algo que Tilly não conseguia ver. — O que foi? — Não sei. É como se eu pudesse sentir algo aqui. Tilly se aproximou de mim, e olhou para o que eu estava vendo. Não havia nada lá: — Não vejo nada, disse Tilly se arrepiando. — Eu sei, mas posso sentir. É como se algo estivesse me observando. Tilly estremeceu. — Eu não gosto disso. Continuei a olhar para o espaço va- zio, sentindo um frio na barriga. Não sabia o que era aqui- lo, mas tinha certeza de que era algo ruim. Tilly me olhava com preocupação. — Você quer que eu chame seus pais? Balancei a cabeça. — Não. Não quero que eles se preocupem. — Mas você está assustada. — Eu sei. Mas não quero que eles saibam. — Tudo bem. Mas se você mudar de ideia, me avisa, tá? Acenei com a cabeça. — Acho que devemos ir embora daqui. Viramos as costas e começamos a correr. Corremos tão rá- pido quanto pudemos, mas ainda podíamos sentir que algo estava nos seguindo. Podíamos ouvir passos atrás de nós, e podíamos sentir o ar frio no pescoço. Chegamos ao carro dos pais de Tilly. Se jogamos no carro e Tilly trancou as portas. Ficamos lá, ofegantes, olhando para trás. Não vemos nada, mas ainda, algo estava lá. — O que foi aquilo? — Eu não sei, mas eu nunca mais quero voltar lá. Tilly diri- giu para casa em silêncio. Estavamos assustadas. Em minha cama, observando a rua pela janela. O sol se pondo, e o céu ficando vermelho e laranja. As pessoas passam pela rua, indo e vindo do trabalho, da escola, ou simplesmente passeando. Ao se levantar da cama, Solomon dirigiu-se à janela. Pousou a mão no vidro frio e observou a rua escura, seus olhos percorrendo o movimento distan- te dos carros e das pessoas. Por um tempo, permaneceu ali, absorvendo a quietude da noite e a vastidão da cidade adormecida. De volta ao escritório, sentou-se em frente ao computador,mergulhando em uma pesquisa incessante. A única luz no ambiente provinha da tela, iluminando seu rosto com um brilho pálido enquanto seus dedos digitavam freneticamente. A noite fria de inverno se desenrolava ao seu redor, mas ele não se importava, completamente absor- to pela tarefa em mãos. O copo de café ao seu lado, agora quase vazio, era uma lembrança do tempo que passava, ignorado em sua obsessão pelo trabalho. Um gole gelado e amargo foi tudo que se permitiu, buscando em vão a cafeí- na para mantê-lo acordado. Em meio à noite escura, Emily despertou com fome. O relógio marcava duas da manhã, e a luz fraca do escritório entreaberto revelava a silhueta de Solomon curvada sobre o computador. Na cozinha, a luz se acendeu, iluminando seu rosto cansado. A geladeira, abarrotada de comida, não a satisfez. Um pedaço de queijo e pão foram rapidamente devorados, mas ainda havia um vazio a ser preenchido. De repente, a lembrança de um bolo de chocolate no armário a animou. Com um sorriso de satisfação, ela o pegou e se sentou à mesa, pronta para saciar seu desejo. Foi nesse momento que o som de uma tesoura caindo no chão a assustou. Assustada, ela correu para o escritório, encontrando Solomon limpando a bagun- ça com uma expressão de desculpas no rosto.
  • 36. Após o breve interlúdio com Emily, Solomon retornou ao seu trabalho com renovada energia. Seus olhos estavam vermelhos e cansados, mas sua mente estava a mil, impul- sionada pela obsessão de concluir o projeto em que estava mergulhado. Com o passar das horas, a noite se aprofun- dava e a cidade se entregava ao sono. Mas para Solomon, o tempo parecia ter parado. A única coisa que importava era a tela do computador, iluminando seu rosto com um bri- lho pálido enquanto seus dedos digitavam freneticamente. Finalmente, às três da manhã, a última linha de código foi escrita. Solomon soltou um suspiro de alívio e exaustão. A meta havia sido alcançada, o projeto estava finalizado. Exausto, mas com o coração transbordando de satisfação, Solomon se levantou e dirigiu-se à cozinha para preparar um café. A casa estava envolta em silêncio, apenas o aroma do café fresco quebrando a quietude da madrugada. Sen- tando-se à mesa, ele tomou um gole do café quente e fechou os olhos, respirando fundo. Uma sensação de paz e realiza- ção o invadiu. Havia valido a pena o esforço, as noites mal dormidas, a dedicação incansável. Vestiu-se rapidamente e saiu de casa, caminhando pelas ruas movimentadas da ci- dade. O som de música emanava de seus fones de ouvido, enquanto conversava animadamente ao telefone. De repen- te, uma pequena loja de doces chamou sua atenção. O aro- ma adocicado que emanava do local o convidou a entrar. Ao entrar na loja, Solomon se deparou com um mundo de cores e sabores. Doces de todos os tipos se exibiam nas vitrines, como obras de arte em miniatura. Seus olhos se fixaram em um pote cheio de balas coloridas, chamativas e divertidas. Não resistiu à tentação e comprou algumas, ansioso para experimentar o doce sabor que prometiam. Com as balas na mão, Solomon continuou seu caminho até a praia. Ao chegar, deitou-se na areia e fechou os olhos, sen- tindo o calor do sol em sua pele. A luz do sol brilhava forte no rosto de Solomon, aquecendo sua pele e banhando-o em uma sensação de pura felicidade. O calor era tão intenso que ele até se esqueceu de passar prote- tor solar, mas naquele momento, nada importava. DEITADO NA AREIA QUENTE DA PRAIA, SOLOMON SE ENTREGOU AO MOMENTO PRESENTE. O SOM DAS ONDAS BATENDO NA PRAIA ERA COMO UMA MÚSICA RELAXANTE, E A BRISA SUAVE ACARICIAVA SEU ROS- TO. O CÉU AZUL INFINITO SE ESTENDIA ACIMA DE SUA CABEÇA, SEM UMA ÚNICA NUVEM PARA PERTURBAR A SUA PAZ. Depois de um tempo, comecei a sentir um pouco de calor, mas não liguei. Continuei aproveitando o sol. Foi quando comecei a sentir uma dorzinha no rosto. Abri os olhos e vi que estava vermelho. “Nossa, eu levei uma surra do sol!” — pensei. Levantei-me e fui para casa, com a pele ardendo.
  • 37. A família Grayson estava se preparando para sair de casa. Solomon, e Mallu, foram os primeiros a sair. Eles se despe- diram de Ethan, que estava terminando de se arrumar: — Tchau, Ethan. — Tchau, irmãozinho. — Tchau, pai, tchau, Mallu. Se divirtam. — O último a sair, apague as luzes. Solomon e Mallu saí- ram pela porta e entraram no carro. Emily , ficou para trás para terminar de arrumar a casa. Ela estava um pouco atra- sada, pois tinha que preparar uma sobremesa especial para o almoço. Quando ela terminou, ela olhou para o relógio e viu que era quase 20h. Ela suspirou e disse a si mesma: “Eu preciso sair daqui!” Ela pegou sua bolsa e saiu pela porta. Ela caminhou até o carro e entrou. Solomon, Ethan e Mallu estavam esperando por ela. Ele ligou o carro e eles partiram. Eles chegaram ao restaurante às 20h30. Eles foram recebi- dos pelo anfitrião, que os levou a uma mesa reservada. Eles pediram comida e começaram a conversar. Quando chegou a hora de ir embora, saíram do restaurante e entraram no carro. Eles chegaram em casa às 23h. Esta- vam todos exaustos. Se despediram um do outro e foram para a cama. Foi um ótimo dia para a família Grayson. A casa de Solomon é construída em estilo colonial, com te- lhado de duas águas e janelas grandes. A fachada é pintada de branco e tem um portão de ferro preto. A casa é cercada por um jardim bem cuidado, com flores de todas as cores. O jardim é iluminado por alguns postes de luz, mas a maior parte dele está na escuridão. A porta da frente da casa está aberta, e uma luz fraca sai de dentro. A luz vem de um aba- jur de mesa, que fica na sala de estar. Asala de estar é grande e espaçosa. O abajur está sobre uma mesa de centro, perto do sofá. O sofá é de couro marrom e está coberto por uma manta xadrez. A parede atrás do sofá é decorada com um grande espelho. O espelho reflete a luz do abajur, criando um efeito de brilho. O resto da sala está na escuridão. As cadeiras estão vazias e as mesas estão limpas. A única outra luz na casa vem da cozinha. A luz da cozinha é um pouco mais forte do que a luz do abajur. A cozinha é pequena e funcional. O fogão é branco e a gela- deira é azul. A mesa da cozinha está vazia. O resto da casa está escuro. Os quartos estão fechados e as portas estão trancadas. O único som que se ouve é o tic-tac de um relógio na sala de estar. A casa está silenciosa. A única coisa que se move é a luz do abajur, que balança lentamente no ar.
  • 38. Capítulo 03 The Turntable Vi um anúncio em um jornal para uma loja de discos à ven- da. Eu visitei a loja e fiquei imediatamente impressionado com a seleção de discos. Havia discos de todos os tipos, des- de os clássicos do rock até as novidades do hip-hop. Eu sabia que esta era a chance que eu estava esperando para realizar meu sonho. Comprei a loja e a chamei de “The Turntable”. A avenida Overclock era uma rua movimentada e cheia de vida. A avenida era larga e asfaltada, com duas faixas de trá- fego em cada sentido. Os carros passavam em alta velocida- de, gerando um constante barulho de motores e pneus. Era ladeada por lojas de eletrônicos, lojas de informática, e até mesmo um café temático de overclocking. A loja de Solo- mon ficava no meio da avenida, com uma grande vitrine que exibia os últimos lançamentos em discos. A loja de Solomon ficava no número 77 da avenida, em um prédio de dois an- dares. O andar térreo era ocupado pela loja, e o segundo an- dar era usado como escritório. No topo da porta, havia um letreiro luminoso com o nome da loja: “The Turntable”. O logotipo da loja de discos The Turntable é um símbolo sim- ples e eficaz que transmite a mensagem principal da marca: a paixão pela música analógica. O logotipo é composto por um gira-discos preto, com uma agulha vermelha no centro. Eu passei horas selecionando os melhores discos para ven- der em minha loja. Eu queria ter uma seleção que agradasse a todos os gostos. Eu também queria criar um ambiente agradável e convida- tivo para meus clientes. A decoração da loja é inspirada na cultura musical, com fotos de artistas, instrumentos musi- cais e outras referências musicais. Tem um sistema de som instalado, para que os clientes possam ouvir música en- quanto compram. Eu também tenho um sofá, uma mesa e cadeiras para que os clientes possam relaxar e ouvir música. Eu também tenho uma máquina de café e chá para que os clientes possam se refrescar. Emily abriu a porta e fechou logo em seguida escondendo a chave no lugar de sempre, avistando se não passava ninguém naquele momento por lá. Eu queria que a minha loja fosse um sucesso. Na porta de entrada, coloquei uma placa com as palavras “Fechado” e “Aberto” para indicar se a loja estava disponível para visita. Chegou o dia da tão aguardada inauguração. Os habi- tantes se reuniram em frente à loja, cheios de curio- sidade e entusiasmo. O clima era de festa, com músi- cas alegres e pessoas conversando animadamente. O funcionário da loja que Solomon contratou estava incum- bido de mudar a placa de acordo com as orientações de So- lomon no momento certo. Solomon deu um sinal e gritou: — Aberto! O funcionário, porém, um tanto descontente com sua posição de mero trocador de placas, decidiu fazer uma pequena brincadeira. Ele rapidamente trocou a placa para “Fechado” antes que os clientes pudessem entrar. Os clien- tes, empolgados e esperançosos, se aproximaram da porta e viram a placa “Fechado”. Uma decepção coletiva se aba- teu sobre eles, e alguns até soltaram suspiros frustrados. Al- guns estavam com a barriga roncando de fome, pois haviam se preparado para comemorar a inauguração com um belo banquete. De repente, o funcionário não aguentou segurar a risada e voltou a placa para “Aberto”. Os clientes, confu- sos, olharam para a placa e, em seguida, para o funcionário, que estava com um sorriso travesso no rosto. A alegria se espalhou instantaneamente. Aproveitando a brincadeira, o funcionário voltou a placa para “Fechado”.