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O MUNDO DO
TRABALHO
Tripalium, Trabicula
 Trabalho =
Sofrimento?
“Primeiro o trabalho, depois o
prazer.”
Trabalho como atividade
essencialmente humana?
Qual a diferença?
 Intermediação da
cultura
 Intencionalidade
 O pior arquiteto x
a melhor aranha.
Quando uma forma de
exercer o trabalho tenta
eliminar a
intencionalidade
humana, ou suas
características
cognitivas, está
tentando
descaracterizar o
próprio trabalho em
uma condição humana
central.
Forma de planejar e
organizar o trabalho
(atribuições, poder e
tarefas)
HOMEM x ANIMAL
O que é o trabalho?
 Trabalho x Emprego
 Emprego pressupõe
remuneração e
acordo contratual
 Desemprego x
Emprego
 Ou
 Desemprego x
Trabalho?
 Dimensão concreta,
 Dimensão gerencial
 Dimensão
socioeconômica
 Dimensão
ideológica
 Dimensão simbólica
Jahoda (1987) Várias dimensões do trabalho
A construção da ideologia da
Glorificação do Trabalho
O trabalho na Grécia
 Platão e Aristóteles
 Exaltação da ociosidade.
 O cidadão deveria ser poupado do trabalho, para
Platão.
 Aristóteles valorizava a atividade política e referia-
se ao trabalho como atividade inferior que impedia
as pessoas de possuírem virtude.
 O trabalho competia aos escravos.
 Aristóteles entendia a escravidão como um
fenômeno natural, pois há pessoas destinadas a
fazer uso exclusivo de sua força corporal. O
escravo jamais estaria apto para as descobertas
para os inventos.
O trabalho no Império Romano
 Como na Grécia, a estruturação da sociedade
baseada no escravismo sustentava a forma de
pensar clássica sobre o trabalho.
 Mas as ideias clássicas não eram unânimes,
mas dominantes. Hesíodo (3 séculos antes de
Platão) assinalava que o os Deuses odeiam
aqueles que vivem inativos.
O trabalho no capitalismo
 Troca da manufatura para produção industrial
 Capitalista => meios de produção
 Operário => força de trabalho => vende como
mercadoria => aliena o valor de uso no que
produziu => mais-valia.
 Um bem tem seu valor por causa do trabalho
humano nele materializado.
 O prolongamento da jornada de trabalho => a
exploração máxima do trabalhador.
Adam Smith
 Preocupação: aumento da produtividade
 “A manufatura surge para aumentar a
abundância geral, difundindo-a entre todas as
camadas sociais.”
 Explica a necessidade da especialização no
trabalho pela natureza das aptidões
individuais.
 A divisão do trabalho seria uma propensão
humana.
 Em tal explicação, o requisito principal para o
sucesso é o trabalho duro.
 Os trabalhadores eram atraídos por mais
salários e recrutados pela pobreza.
 Para Smith, a economia pode produzir
abundância graças aos ganhos de
produtividade dentro de uma perspectiva
liberal.
 Trabalho privado > Trabalho público.
Impactos sociais
 Separação do ambiente doméstico e de
trabalho;
 Reunião de um número imenso de pessoas
em um só lugar (fábrica), em torno de uma
única atividade econômica
 Intensificação do crescimento das cidades
Impactos na organização
 Cooperação
 Necessidade de padronizar a qualidade de
produtos e procedimentos
 Surgimento das funções de direção e
supervisão (gerência), para fiscalizar e
controlar o trabalho.
 Para submeter o trabalhador a essas
condições, à noção do “livre contrato”, o
modelo capitalista necessitava de outra
ideologia que valorizasse o trabalho em
oposição ao ócio.
A ética protestante
 O luteranismo criou a noção de vocação.
 Valorizava-se o cumprimento do dever.
 A profissão como um dom divino.
 As tendências do protestantismo ascético
exaltavam o trabalho para a glorificação de Deus,
juntamente com o incentivo à poupança.
 Quanto mais duro se trabalhava, mais se provava
ser merecedor da graça divina.
 Atribuía a responsabilidade individual de ter ou
não a graça.
A glorificação do trabalho
 Formula-se uma ideologia que atribui elevada
centralidade ao trabalho, independente do seu
conteúdo.
 O trabalho é uma categoria central que os
indivíduos devem tomar como prioridade em
suas vidas, porque deverá prover a
abundância geral e o sucesso individual.
A resistência dos trabalhadores
 Embates em torno da jornada de trabalho
 O movimento sindical – final do século XVIII e
todo século XIX.
Para Marx, o trabalho é central por 2
motivos:
 1- produz a própria condição de humano
“ A maneira pela qual os indivíduos manifestam
a sua vida reflete muito exatamente o que eles
são. O que são coincide, portanto, com sua
produção, tanto com o que produzem quanto
com a maneira pela qual produzem. O que os
indivíduos são depende, portanto, das
condições materiais de sua produção”
 2- A história da humanidade é a história das
relações de produção.
 A transformação da produção manufatureira
para o modo de capitalista da “cooperação”:
 Parcelamento progressivo do trabalho e de
suas operações
 Simplificando a atuação de cada um
 Massificação da produção.
O trabalho que deveria ser
humanizador, torna-se:
 Alienante => porque o trabalhador desconhece o próprio
processo produtivo e o valor que agrega ao produto,
além de não se identificar com o produto de seu
trabalho.
 Explorador => mais-valia vinculada ao processo de
acumulação do capital.
 Humilhante => afeta negativamente sua auto-estima.
 Monótono => organização e conteúdo da tarefa
 Discriminante => classifica os homens pelo trabalho
 Embrutecedor => inibe as potencialidades pelo
conteúdo pobre e repetitivo das tarefas.
 Submisso => aceitação passiva das condições
Secularização da Ideologia do
Trabalho
 Século XIX – Iluminismo e Razão
 Sustentação científica para a concepção e
organização do trabalho
 Taylor – Princípios da Administração Científica
 Assegurar o máximo de prosperidade ao
patrão e ao mesmo tempo o máximo de
prosperidade ao empregado.
 Nega a exploração do trabalhador.
Conciliação entre trabalho e Capital
Taylorismo
 Substituição dos métodos tradicionais pelos científicos.
 Adoção do método dos tempos e movimentos – substitui
movimentos lentos e ineficientes por rápidos.
 Há sempre um método mais rápido e um instrumento
melhor.
 Máxima decomposição de cada tarefa em operações
míminas e cronometragem.
 Gerentes devem reunir todos os conhecimentos
tradicionais antes dos trabalhadores, classificá-los,
tabulá-los, reduzi-los a normas, leis, fórmulas.
 Na execução, o trabalhador é poupado de pensar para
que possa repetir os movimentos ininterruptamente.
 PADRONIZAÇÃO – PARCELAMENTO – SEPARAÇÃO
DA CONCEPÇÃO DA EXECUÇÃO DO TRABALHO.
CRÍTICAS
 Pretensa visão integrativa de
propósitos
 Adestramento que aparece com auxílio
ao empregado para que execute
melhor sua tarefa
 Incentivo salarial – o trabalhador
assimila o “desejo” de aumentar a
produção.
 Intensifica o processo de exploração e
alienação, porque radicaliza a
monotonia e a cisão entre pensamento
e execução e amplia a mais-valia
relativa.
 Supervisão estrita concebe um trabalho
hierarquizado, subordinado, baseado
em uma visão dualista do ser humano.
Fayol
 Visão macroscópica da organização, estudou
funções de gerenciamento.
 Contribuições de concepções:
 - Formalista da empresa => conjunto de cargos
hierarquizados.
 - Mecanicista do operário => acomodação das
personalidades às necessidades organizacionais;
 - Naturalista da organização do trabalho =>
defende que o parcelamento das tarefas é uma
tendência natural e não uma construção social
 - Hedonista da motivação => tenta prever o
comportamento, vinculando-o exclusivamente à
remuneração do trabalho.
 Com escolher pessoas para exercer cargos
conforme planejados?
 Como disciplinar cada operário para garantir a
execução coletiva do trabalho?
 Que aptidões o operário deve ter?
 Que sistema de recompensas é adequado?
Henry Ford
 Produção de automóveis
 Cadeia de montagem sobre a esteira rolante
 Utilização de moldes
 Controle da exatidão das peças
 Uso de máquinas especializadas
 Movimento das peças e seus subconjuntos na
esteira, eliminando deslocamento de
operários.
 Fluxo contínuo de produção.
A Ford
 Controle do ritmo do trabalho pela cadência
da máquina e não mais pela supervisão
humana.
 Massificação da produção
 Fabricação de carros com preços acessíveis
 Políticas de remuneração para suprir:
indisciplina, absenteísmo, rotatividade,
desinteresse pela produção e dificuldades de
comunicação e adaptação dos imigrantes
A Ford
 Five dollars a day
 O pagamento integral
dependia não só da
produção, mas dos hábitos
de vida.
 Departamento de social
com equipe de
investigadores: dedicação
à família, cuidados com a
casa, aplicação do salário,
poupança, uso de bebidas
alcoólicas, etc.
 Programa de educação de
imigrantes: inglês e estilo
de vida americano.
Fordismo
 As políticas de remuneração mantinha os
funcionários longe dos sindicatos.
 Mas a insatisfação continuava:
 Esvaziamento do conteúdo do trabalho.
 Rotatividade de 370 % ao ano (programa
5 dollars a day baixou para 16%)
 Rotina extenuante => fordites
 Embora o taylorismo e o fordismo tenham se
dado em paralelo, suas características são tão
semelhantes que os autores o tomam como
complementares:
 Anos 20 como consolidação do taylorismo-
fordismo.
A Construção da Sociedade do
Bem-Estar
 Keynes
 Oposição às idéias liberais
 Capitalismo não-regulado incompatível com a
manutenção do pleno emprego e da
manutenção da estabilidade econômica.
 Análise macroeconômica - variáveis amplas
da economia, como nível de consumo,
investimento, gastos do governo, arrecadação
de tributos e balanço do comércio exterior.
Ciclo progressista ou virtuoso -
Keynes
consumo
demanda
de
produtos
empregos
O Estado do Bem-Estar (Welfare
State) – 1940 -1950 nos países
industrializados
 Também chamado de Estado-Providência, de compromisso
keynesiano ou, ainda, compromisso fordista:
 (1) organização do trabalho sustentada no taylorismofordismo;
 (2) regime de acumulação do capital sob a lógica macroeconômica
(keynesiana), que requer o estabelecimento de um ciclo
progressista da economia
 (3) modo de regulação de conflitos com larga institucionalização
(legislação social, regras de mercado, orçamento público, etc.).
 Tal modelo tem nas convenções coletivas de trabalho seu principal
instrumento para lidar com os conflitos capital-trabalho.
 No Brasil, apenas um ideal a ser alcançado
Diante de um trabalhador com
mais poder...
 Um novo apelo ideológico à importância do
trabalho: o gerenciamento.
 Focalização da eficiência e da produtividade x
“lucro” (palavra banida mesmo na cultura
dominante das sociedades industriais).
 Serviços científicos da Psicologia e da
Administração.
Novas questões da Psicologia
 Como liderar?
 Como motivar?
 Como combater a rotatividade?
 Como preparar gerentes? Quais as habilidades gerenciais?
 Como as organizações podem mudar para adaptar melhor seus empregados?
 Como negociar?
 Como tornar as comunicações internas da organização mais
 eficientes?
 Como funcionam as redes informais de
 comunicação dentro da organização?
 Como selecionar, tendo em vista um emprego de longo prazo?
 Como atrair pessoal para a empresa?
 Quais as condições ideais de trabalho?
 Qual o efeito das relações interpessoais no desempenho?
 Qual a medida certa de incentivo para cada empregado?
O trabalho ganha novo sentido: “a
gente não quer só dinheiro...”
 O trabalho mantém seu papel instrumental para
fins econômicos/salariais, e também para
possibilitar qualidade às relações interpessoais e
de bem-estar.
 Vínculo estreito entre o consumo e o trabalho =>
Redução na centralidade do trabalho
(em comparação com as concepções do
capitalismo tradicional e tradição marxista)
 Busca do progresso (incluindo a valorização da
mecanização) => permite buscar no trabalho
satisfação socioeconômica e interpessoal.
A instrumentalidade do trabalho
sob o gerencialismo
 Troca de trabalho empobrecido no conteúdo
(com uma organização do trabalho baseada
na mecanização, na divisão parcelada do
trabalho e na estrita supervisão), por:
 Recompensas salariais/ financeiras,
assistenciais e interpessoais, satisfação do
consumo
 A troca fez calar os desejos mas não os
eliminou. ..
Enquanto isso, no Brasil...
 A falta de um efetivo Estado do Bem-Estar no
Brasil e o prolongamento da ditadura militar
fizeram que algumas conquistas de melhores
condições de trabalho ocorressem
tardiamente, entre o final da década de 1970
até meados da década de 1980, a partir do
processo de abertura democrática do país.
A decadência do Estado do Bem-
estar
 Fim da Guerra Fria
 Derrocada do socialismo
 Crise fiscal
 Internacionalização da economia: diminuição da
eficácia dos Estados Nacionais
 O estilo de gerenciamento : as empresas
gigantes, com estruturas complexas e caras
perderam a flexibilidade necessária para
acompanhar as tendências de mercado.
 Crise interna do fordismo quanto à oferta e uma
crise internacional quanto à demanda.
As críticas humanística ao modelo
do bem-estar
 O trabalho, tomado como mercadoria sob o
compromisso fordista, valoriza-se como valor de
troca e não pelo seu próprio conteúdo, perdendo
a capacidade de se constituir numa categoria
estruturante da identidade dos indivíduos e da
sociedade. (Gorz, 1982).
 Tragtenberg (1980) tece forte crítica à atuação
dos psicólogos vinculados ao chamado
movimento das relações humanas: reduzir os
problemas de convívio dos indivíduos com o
trabalho às suas manifestações nas relações
interpessoais, desprezando o fato de que estas
são construídas no contexto socioeconômico.
Um novo modelo sob o
impacto:
 Da adoção de novas tecnologias na produção
– informática e automação ;
 Da revolução nos meios de comunicação;
 Do surgimento de novos estilos de gestão.
As resistências dos trabalhadores à cadência da máquina
e às tarefas sem significado gradualmente evidenciou que
a tentativa do capital de eliminar a iniciativa e decisão
operária era um objetivo inalcançável .
A expropriação do saber operário nunca ocorreria por
completo e o capital continuaria a depender dele para
resolver os problemas não-previstos no processo
Alterações nos estilos
gerenciais
 Redução dos controles e abertura de espaços de
participação.
 Pressupostos para o desempenho organizacional: o
bem-estar dos indivíduos, as funções/capacidades
complexas dos indivíduos (raciocínio abstrato, valores,
identificação com a empresa, capacidade de guiar-se
por objetivos, de resolver problemas, criar, levantar
alternativas, discordar, etc.), maior competência
interpessoal para convívio em grupo e para negociar.
 Círculos de Controle de Qualidade, na Gestão
Participativa, nos Programa de Qualidade Total,
Toyotismo.
 Maior envolvimento do trabalhador no processo
O bem-estar do indivíduo passa a
ser valorizado
 Fordismo:
- Bem-estar era um resultado externo ao trabalho,
uma compensação pelo trabalho duro.
- “O pensar” operário deveria ser eliminado, pois
perturbava a produção.
 Novos estilos gerenciais:
- o bem-estar torna-se um insumo necessário à
realização das tarefas.
- as organizações necessitam das habilidades
cognitivas dos trabalhadores.
A substituição da eletromecânica
pela
microeletrônica.
 flexibilidade que introduz no processo produtivo =
comporta modificações no tipo e na seqüência
das operações;
 redução do tempo de produção, possibilitando
novas formas de combate aos tempos mortos de
trabalho, por exemplo, por meio da maior
integração entre as operações e a circulação de
materiais e mesmo entre as diferentes fases da
operação;
 A conseqüência é que o trabalho vai se tornando
uma tarefa de controle e supervisão das
máquinas.
Impactos na organização
 A maior participação requer descentralização
administrativa, que elimina níveis hierárquicos
intermediários na estrutura da organização, com
isto extinguindo postos de serviço.
 O combate ao gigantismo organizacional,
concentrando as ações em suas atividades fins,
eliminando e/ou terceirizando setores e/ou
atividades.
 Terceirização - passar do contrato de trabalho
para o contrato comercial (menos encargos
sociais e visão acentuada do trabalho como
mercadoria)
Novas questões para a
psicologia
 Quais os efeitos de tais políticas naqueles
empregados que ficam?
 Vivem sob a égide do medo da demissão?
 Isso afeta suas motivações, seu
envolvimento?
Reengenharia
 Segundo Hammer e Champy(1994), consiste
em abandonar velhos sistemas e começar
tudo de novo.
 Foi concebida quando criticar ou propor algo
quecontradizia o modelo fordista/taylorista já
não causava um grande impacto.
 A reengenharia articula também o desenvolvimento
tecnológico à desconcentração produtiva, à recusa da
produção em massa baseada na noção das
diferenciações dos clientes e/ou inexistência do
cliente médio.
 A reengenharia tem sido acompanhada na prática
pela aplicação de políticaspoupadoras de mão-de-
obra bastante radicais.
 O estruturador de negócios => o trabalhador de caso
e/ou equipe de caso, pois a proposta supõe um único
trabalhador ou uma pequena equipe integrada dando
conta do processo como um todo e,
conseqüentemente, realizando o atendimento
completo do cliente.
Toyotismo
 Horizontalização
 Mas também supõe-se a intensificação da
exploração do trabalho.
 Eliminação cada vez mais intensa do número
de postos de serviço, o que implica acelerada
redução do número de empregos no núcleo
moderno e formal da economia.
Mudanças de valores
 A descrição do trabalho como monótono,
embrutecido, repetitivo, manual, pesado, etc.,
não dá mais conta da realidade após essas
transformações, ao menos no processo de
trabalho no núcleo moderno da economia.
 Valores como criatividade, autonomia,
independência, iniciativa, reconhecimento,
saúde, desafio, etc., deixam de ser alvos
distantes para serem requisitos concretos do
trabalho.
Será que mudaram os propósitos
ou o discurso?
 Para Heloani (1996), as novas formas de
gestão tentam harmonizar elevação do grau
de autonomia do trabalhador e
desenvolvimento de mecanismos de controle
mais sutis, nos quais a dominação ocorre ao
nível do inconsciente. É suposto que o
trabalhador realize determinadas ações de
forma autônoma porque se identifica com os
objetivos e valores das empresas, e não mais
pelo controle estrito da supervisão. O controle
é interiorizado culturalmente e passa a ser
tomado por autocontrole.
Novo cenário
 Eliminação tendencial de postos de atividades
repetitivas, recomposição de atividades, ênfase
na polivalência, revalorização da qualificação dos
trabalhadores, foco nas relações de mercado e
concorrência, horizontalização das relações de
poder, tendências de adoção de estratégias
gerenciais que ampliam a participação no
processo decisório, renovação tecnológica
baseada na informática, automação e
modernização da comunicação, diminuição dos
quadros de pessoal e maior circulação do seu
pessoal entre cargos e filiais.
Novas questões para a
psicologia
 Há mais possibilidades de gosto pelas tarefas?
 Como se compatibiliza tais possibilidades com as pressões?
 Como se envolver com as tarefas e se comprometer com os
objetivos organizacionais, quando não se tem garantia da
permanência na organização?
 Que conseqüências psíquicas têm as pressões por
produtividade?
 Há compatibilidades entre o que se exige do trabalhador e as
 condições que lhe são oferecidas?
 Ocorrem alterações psíquicas? Quais são elas? Que
significados os
 indivíduos atribuem a essas mudanças? Os indivíduos estão
mais motivados ao trabalho? Que novas demandas se
apresentam aos psicólogos?
O desemprego estrutural
 Os trabalhadores em atividades em declínio e
sem flexibilidade para mudar serão os mais
prejudicados.
 Estratégia de enfrentamento do problema,
para qualquer país => procurar melhorar as
aptidões do seu povo ou facilitar a transição
para novos empregos.
 A migração da oferta de emprego do setor
industrial para o setor de serviços, a
interdependência entre os segmentos formais e
informais da economia, o aumento dos empregos
de tempo parcial e temporários.
 O desemprego mais freqüente e a concomitante
vivência da ameaça de desemprego
 Percepção generalizada de instabilidade.
 As expectativas de um emprego para toda a vida,
propagadas na década de 1960, tornam-se hoje
irrealistas.
 Como reagem os que ficam?
 E sob a ameaça, há envolvimento com o
conteúdo do trabalho?
 Aumenta ou diminui a atenção à qualidade do
que se faz?
 Aumenta o comprometimento?
 Que impacto tal ameaça tem sobre a
motivação e sobre a saúde das pessoas?
 Se a renda está associada à oferta do
emprego,
deve haver regulamentação do salário?
 A elevação do salário mínimo gera
desemprego?
 E a flexibilização no estabelecimento de
salário facilita a superexploração?
O problema de incompatibilidades entre níveis
instrucionais e cargos e salários.
 Por exemplo, Soratto e colaboradores (1996)
assinalam que numa amostra de 338
bancários, 60% dos que trabalhavam no setor
privado e 80% no setor público já haviam
cursado ou estavam cursando o nível superior.
 Não foi encontrada nenhuma relação entre o
nívelde escolaridade e as funções.
 A concepção acentuadamente instrumental do
trabalho sob o gerencialismo cria, portanto,
tensões (contradições) em torno da busca de
qualificação pela instrução formal e o
conteúdo dos postos de trabalho.
O discurso da empregabilidade
 Supõe que cada um é responsável por se tornar empregável.
 Que implicações têm esta situação nas políticas de treinamento
 e de desenvolvimento de pessoal?
 O quanto as empresas têm assumido a responsabilidade de treinar
 pessoal?
 Está ocorrendo uma tendência de transferência da
responsabilidade da empresa para o indivíduo?
 Quanto o próprio indivíduo deve investir na sua qualificação?
 Quanto compete à organização?
 O tempo gasto em se qualificar e requalificar é um tempo de
trabalho?
 Treinamentos, cursos, congressos e outras formas de qualificações
além da jornada de trabalho significam jornada de trabalho maior?
 A reduzida fiscalização dos aspectos de
segurança no trabalho;
 Baixos níveis de instrução e de salários da
população;
 Tratamento da demissão;
 Política paternalista do Estado em relação ao
empresariado => arca com as despesas
decorrentes de acidentes de trabalho e doenças
profissionais.
 Trabalhadores e seus sindicatos aceitam trocar a
falta de adoção de medidas preventivas por
adicionais de insalubridade e periculosidade.
Questões para a psicologia
 A psicologia tem mapeado as alterações
psíquicas por ocupações?
 Há alterações psíquicas reconhecidas como
sendo vinculadas ao trabalho?
 Há um espaço de atuação do psicólogo junto
às políticas públicas de saúde do trabalhador?
Segmentalistas
 Os segmentalistas descrevem a distribuição
de salários como sendo plurimodal.
 Estudam o crescimento da renda por nível de
escolaridade para (1) trabalhadores rurais, (2)
urbanos assalariados e autônomos, (3) o
mercado primário subordinado e (4) o
mercado primário independente.
Segmentalistas
 Não se pode dizer que a renda cresce
inequivocadamente conforme o nível da
educação.
 Isso ocorre apenas para os trabalhadores dos
mercados primários (principalmente
independente).
 Os segmentalistas caracterizam o mercado de
trabalho primário por hábitos de trabalho e
empregos estáveis, salários relativamente altos,
produtividade alta, progresso técnico, existência
de canais de promoção internos, oferecimento de
treinamento e promoção por antigüidade. Tais
características são mais comuns em firmas
grandes, às vezes oligopolistas, e com alta
relação entre capital/trabalho.
 Já o mercado de trabalho secundário é
caracterizado por alta rotatividade da mãode-
obra, salários relativamente baixos, más
condições de trabalho, baixa produtividade,
estagnação tecnológica, oportunidades de
aprendizagem proximadamente nulas e mão-
de-obra não-organizada por meio de
sindicatos.
Questões para a psicologia
 Que pensam os homens dos nossos dias sobre seu
trabalho?
 O que esperam dele? Que resultados desejam?
 Sentem orgulho pelo que fazem? Associam-no a que
valores?
 Queixam-se de quê?
 A relação com o trabalho tem afetado a vida em
família? Como? A família apóia o indivíduo em seu
trabalho?
 Encontram no trabalho a realidade que buscam?
 A categoria trabalho continua estruturando a vida das
pessoas e dificilmente isso mudará a curto prazo
Questões para a psicologia
 O desemprego afeta a saúde mental ou é o
contrário?
 A variação da natureza das pequenas alterações
psíquicas ocorre por categoria ocupacional?
 E dentro de um mesmo setor econômico, varia
por organizações?
 Existem doenças mentais associadas ao
trabalho? É possível o desenvolvimento de ações
preventivas?
 Que caminhos a Psicologia tem apontado? Tem
optado pela busca de soluções individuais ou
coletivas?
 As respostas encontradas pela
Psicologiareforçam que tipo de concepção do
ENFIM: TRABALHO
PRAZER SOFRIMENTO
Resumo
 Com o surgimento do capitalismo engendrou-se
uma concepção do trabalho que o exalta como
central na vida das pessoas, como o único meio
digno de ganhar a vida, independente do seu
conteúdo. Segundo esta ótica, trabalhar duro
conduz ao sucesso econômico.
 Como a realidade do trabalho concreto na qual
engendrou-se tal concepção era extremamente
adversa, apesar da atratividade que a fábrica e/ou
a oficina representava em relação ao campo, ou
da extrema falta de meios de sobrevivência, esta
concepção precisou do apoio do protestantismo e
depois da administração clássica para chegar a
sua exaltação.
 A mesma realidade que engendrou aquela
concepção do capitalismo tradicional também
nutriu os movimentos que lhe ofereciam
resistência. Surge, entre essas tendências, a
concepção marxista, que analisa o trabalho
sob o capitalismo criticando sua
mercantilização, bem como elucidando
características como alienação, monotonia,
repetição, embrutecimento, submissão,
humilhação e exploração. A concepção
marxista reivindicava um trabalho no qual se
pudesse produzir a própria condição humana.
O desenvolvimento do capitalismo na primeira
metade do século XIX levou à tentativa de construção
 A concepção implícita de trabalho atribuía uma centralidade
relativamente menor, posto que o consumo ganhava
importância e o trabalho lhe sendo uma mercadoria, era
importante porque se constituía em um meio de garantia do
consumo. Aquelas características do trabalho, já presentes
no capitalismo tradicional e decorrentes da organização da
produção (por exemplo, parcelamento segundo as mínimas
operações componentes, empobrecimento do conteúdo,
etc.), foram exarcebadas; porém, a obtenção do sucesso
econômico passou a ser explicada de maneira mais
complexa sendo o esforço apenas um dos aspectos
relevantes. Estabelecia uma troca entre trabalho esvaziado
de conteúdo, mas estimulado pelo reforços
socioeconômicos. Cabia então às empresas o
gerenciamento dessa situação, sob regulação do Estado
(concepção gerencialista).
Em síntese, podemos dizer que o mundo do trabalho, a partir
dos anos 1970, conta, um cenário cujos marcos conjunturais
são:
 (1) um crescimento mais lento da economia, com queda da credibilidade
no
 progresso e no futuro;
 (2) surgimento do desemprego estrutural e dissociação entre crescimento
econômico
 e crescimento da oferta de emprego;
 (3) generalizada percepção de instabilidade no emprego;
 (4) persistência de várias formas de discriminação (por
 exemplo, qualificação e gênero);
 (5) intensificação das desigualdades sociais pelas características da
distribuição
 de renda;
 (6) tendência à redução das incompatibilidades entre instrução formal e
requisitos dos postos de trabalho no núcleo moderno da economia e
 (7) persistência das trocas de trabalho pobre em conteúdo e/ou arriscado
por aumento de consumo entre a maioria da população (trabalhos
precários).

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O MUNDO DO TRABALHO E A SUA IMPORTÂNCIA.ppt

  • 2. Tripalium, Trabicula  Trabalho = Sofrimento? “Primeiro o trabalho, depois o prazer.” Trabalho como atividade essencialmente humana?
  • 3. Qual a diferença?  Intermediação da cultura  Intencionalidade  O pior arquiteto x a melhor aranha. Quando uma forma de exercer o trabalho tenta eliminar a intencionalidade humana, ou suas características cognitivas, está tentando descaracterizar o próprio trabalho em uma condição humana central. Forma de planejar e organizar o trabalho (atribuições, poder e tarefas) HOMEM x ANIMAL
  • 4. O que é o trabalho?  Trabalho x Emprego  Emprego pressupõe remuneração e acordo contratual  Desemprego x Emprego  Ou  Desemprego x Trabalho?  Dimensão concreta,  Dimensão gerencial  Dimensão socioeconômica  Dimensão ideológica  Dimensão simbólica Jahoda (1987) Várias dimensões do trabalho
  • 5. A construção da ideologia da Glorificação do Trabalho
  • 6. O trabalho na Grécia  Platão e Aristóteles  Exaltação da ociosidade.  O cidadão deveria ser poupado do trabalho, para Platão.  Aristóteles valorizava a atividade política e referia- se ao trabalho como atividade inferior que impedia as pessoas de possuírem virtude.  O trabalho competia aos escravos.  Aristóteles entendia a escravidão como um fenômeno natural, pois há pessoas destinadas a fazer uso exclusivo de sua força corporal. O escravo jamais estaria apto para as descobertas para os inventos.
  • 7. O trabalho no Império Romano  Como na Grécia, a estruturação da sociedade baseada no escravismo sustentava a forma de pensar clássica sobre o trabalho.  Mas as ideias clássicas não eram unânimes, mas dominantes. Hesíodo (3 séculos antes de Platão) assinalava que o os Deuses odeiam aqueles que vivem inativos.
  • 8. O trabalho no capitalismo  Troca da manufatura para produção industrial  Capitalista => meios de produção  Operário => força de trabalho => vende como mercadoria => aliena o valor de uso no que produziu => mais-valia.  Um bem tem seu valor por causa do trabalho humano nele materializado.  O prolongamento da jornada de trabalho => a exploração máxima do trabalhador.
  • 9. Adam Smith  Preocupação: aumento da produtividade  “A manufatura surge para aumentar a abundância geral, difundindo-a entre todas as camadas sociais.”  Explica a necessidade da especialização no trabalho pela natureza das aptidões individuais.  A divisão do trabalho seria uma propensão humana.
  • 10.  Em tal explicação, o requisito principal para o sucesso é o trabalho duro.  Os trabalhadores eram atraídos por mais salários e recrutados pela pobreza.  Para Smith, a economia pode produzir abundância graças aos ganhos de produtividade dentro de uma perspectiva liberal.  Trabalho privado > Trabalho público.
  • 11. Impactos sociais  Separação do ambiente doméstico e de trabalho;  Reunião de um número imenso de pessoas em um só lugar (fábrica), em torno de uma única atividade econômica  Intensificação do crescimento das cidades
  • 12. Impactos na organização  Cooperação  Necessidade de padronizar a qualidade de produtos e procedimentos  Surgimento das funções de direção e supervisão (gerência), para fiscalizar e controlar o trabalho.  Para submeter o trabalhador a essas condições, à noção do “livre contrato”, o modelo capitalista necessitava de outra ideologia que valorizasse o trabalho em oposição ao ócio.
  • 13. A ética protestante  O luteranismo criou a noção de vocação.  Valorizava-se o cumprimento do dever.  A profissão como um dom divino.  As tendências do protestantismo ascético exaltavam o trabalho para a glorificação de Deus, juntamente com o incentivo à poupança.  Quanto mais duro se trabalhava, mais se provava ser merecedor da graça divina.  Atribuía a responsabilidade individual de ter ou não a graça.
  • 14. A glorificação do trabalho  Formula-se uma ideologia que atribui elevada centralidade ao trabalho, independente do seu conteúdo.  O trabalho é uma categoria central que os indivíduos devem tomar como prioridade em suas vidas, porque deverá prover a abundância geral e o sucesso individual.
  • 15. A resistência dos trabalhadores  Embates em torno da jornada de trabalho  O movimento sindical – final do século XVIII e todo século XIX.
  • 16. Para Marx, o trabalho é central por 2 motivos:  1- produz a própria condição de humano “ A maneira pela qual os indivíduos manifestam a sua vida reflete muito exatamente o que eles são. O que são coincide, portanto, com sua produção, tanto com o que produzem quanto com a maneira pela qual produzem. O que os indivíduos são depende, portanto, das condições materiais de sua produção”
  • 17.  2- A história da humanidade é a história das relações de produção.  A transformação da produção manufatureira para o modo de capitalista da “cooperação”:  Parcelamento progressivo do trabalho e de suas operações  Simplificando a atuação de cada um  Massificação da produção.
  • 18. O trabalho que deveria ser humanizador, torna-se:  Alienante => porque o trabalhador desconhece o próprio processo produtivo e o valor que agrega ao produto, além de não se identificar com o produto de seu trabalho.  Explorador => mais-valia vinculada ao processo de acumulação do capital.  Humilhante => afeta negativamente sua auto-estima.  Monótono => organização e conteúdo da tarefa  Discriminante => classifica os homens pelo trabalho  Embrutecedor => inibe as potencialidades pelo conteúdo pobre e repetitivo das tarefas.  Submisso => aceitação passiva das condições
  • 19. Secularização da Ideologia do Trabalho  Século XIX – Iluminismo e Razão  Sustentação científica para a concepção e organização do trabalho  Taylor – Princípios da Administração Científica  Assegurar o máximo de prosperidade ao patrão e ao mesmo tempo o máximo de prosperidade ao empregado.  Nega a exploração do trabalhador. Conciliação entre trabalho e Capital
  • 20. Taylorismo  Substituição dos métodos tradicionais pelos científicos.  Adoção do método dos tempos e movimentos – substitui movimentos lentos e ineficientes por rápidos.  Há sempre um método mais rápido e um instrumento melhor.  Máxima decomposição de cada tarefa em operações míminas e cronometragem.  Gerentes devem reunir todos os conhecimentos tradicionais antes dos trabalhadores, classificá-los, tabulá-los, reduzi-los a normas, leis, fórmulas.  Na execução, o trabalhador é poupado de pensar para que possa repetir os movimentos ininterruptamente.  PADRONIZAÇÃO – PARCELAMENTO – SEPARAÇÃO DA CONCEPÇÃO DA EXECUÇÃO DO TRABALHO.
  • 21. CRÍTICAS  Pretensa visão integrativa de propósitos  Adestramento que aparece com auxílio ao empregado para que execute melhor sua tarefa  Incentivo salarial – o trabalhador assimila o “desejo” de aumentar a produção.  Intensifica o processo de exploração e alienação, porque radicaliza a monotonia e a cisão entre pensamento e execução e amplia a mais-valia relativa.  Supervisão estrita concebe um trabalho hierarquizado, subordinado, baseado em uma visão dualista do ser humano.
  • 22. Fayol  Visão macroscópica da organização, estudou funções de gerenciamento.  Contribuições de concepções:  - Formalista da empresa => conjunto de cargos hierarquizados.  - Mecanicista do operário => acomodação das personalidades às necessidades organizacionais;  - Naturalista da organização do trabalho => defende que o parcelamento das tarefas é uma tendência natural e não uma construção social  - Hedonista da motivação => tenta prever o comportamento, vinculando-o exclusivamente à remuneração do trabalho.
  • 23.  Com escolher pessoas para exercer cargos conforme planejados?  Como disciplinar cada operário para garantir a execução coletiva do trabalho?  Que aptidões o operário deve ter?  Que sistema de recompensas é adequado?
  • 24. Henry Ford  Produção de automóveis  Cadeia de montagem sobre a esteira rolante  Utilização de moldes  Controle da exatidão das peças  Uso de máquinas especializadas  Movimento das peças e seus subconjuntos na esteira, eliminando deslocamento de operários.  Fluxo contínuo de produção.
  • 25. A Ford  Controle do ritmo do trabalho pela cadência da máquina e não mais pela supervisão humana.  Massificação da produção  Fabricação de carros com preços acessíveis  Políticas de remuneração para suprir: indisciplina, absenteísmo, rotatividade, desinteresse pela produção e dificuldades de comunicação e adaptação dos imigrantes
  • 26. A Ford  Five dollars a day  O pagamento integral dependia não só da produção, mas dos hábitos de vida.  Departamento de social com equipe de investigadores: dedicação à família, cuidados com a casa, aplicação do salário, poupança, uso de bebidas alcoólicas, etc.  Programa de educação de imigrantes: inglês e estilo de vida americano.
  • 27. Fordismo  As políticas de remuneração mantinha os funcionários longe dos sindicatos.  Mas a insatisfação continuava:  Esvaziamento do conteúdo do trabalho.  Rotatividade de 370 % ao ano (programa 5 dollars a day baixou para 16%)  Rotina extenuante => fordites
  • 28.  Embora o taylorismo e o fordismo tenham se dado em paralelo, suas características são tão semelhantes que os autores o tomam como complementares:  Anos 20 como consolidação do taylorismo- fordismo.
  • 29. A Construção da Sociedade do Bem-Estar  Keynes  Oposição às idéias liberais  Capitalismo não-regulado incompatível com a manutenção do pleno emprego e da manutenção da estabilidade econômica.  Análise macroeconômica - variáveis amplas da economia, como nível de consumo, investimento, gastos do governo, arrecadação de tributos e balanço do comércio exterior.
  • 30. Ciclo progressista ou virtuoso - Keynes consumo demanda de produtos empregos
  • 31. O Estado do Bem-Estar (Welfare State) – 1940 -1950 nos países industrializados  Também chamado de Estado-Providência, de compromisso keynesiano ou, ainda, compromisso fordista:  (1) organização do trabalho sustentada no taylorismofordismo;  (2) regime de acumulação do capital sob a lógica macroeconômica (keynesiana), que requer o estabelecimento de um ciclo progressista da economia  (3) modo de regulação de conflitos com larga institucionalização (legislação social, regras de mercado, orçamento público, etc.).  Tal modelo tem nas convenções coletivas de trabalho seu principal instrumento para lidar com os conflitos capital-trabalho.  No Brasil, apenas um ideal a ser alcançado
  • 32. Diante de um trabalhador com mais poder...  Um novo apelo ideológico à importância do trabalho: o gerenciamento.  Focalização da eficiência e da produtividade x “lucro” (palavra banida mesmo na cultura dominante das sociedades industriais).  Serviços científicos da Psicologia e da Administração.
  • 33. Novas questões da Psicologia  Como liderar?  Como motivar?  Como combater a rotatividade?  Como preparar gerentes? Quais as habilidades gerenciais?  Como as organizações podem mudar para adaptar melhor seus empregados?  Como negociar?  Como tornar as comunicações internas da organização mais  eficientes?  Como funcionam as redes informais de  comunicação dentro da organização?  Como selecionar, tendo em vista um emprego de longo prazo?  Como atrair pessoal para a empresa?  Quais as condições ideais de trabalho?  Qual o efeito das relações interpessoais no desempenho?  Qual a medida certa de incentivo para cada empregado?
  • 34. O trabalho ganha novo sentido: “a gente não quer só dinheiro...”  O trabalho mantém seu papel instrumental para fins econômicos/salariais, e também para possibilitar qualidade às relações interpessoais e de bem-estar.  Vínculo estreito entre o consumo e o trabalho => Redução na centralidade do trabalho (em comparação com as concepções do capitalismo tradicional e tradição marxista)  Busca do progresso (incluindo a valorização da mecanização) => permite buscar no trabalho satisfação socioeconômica e interpessoal.
  • 35. A instrumentalidade do trabalho sob o gerencialismo  Troca de trabalho empobrecido no conteúdo (com uma organização do trabalho baseada na mecanização, na divisão parcelada do trabalho e na estrita supervisão), por:  Recompensas salariais/ financeiras, assistenciais e interpessoais, satisfação do consumo  A troca fez calar os desejos mas não os eliminou. ..
  • 36. Enquanto isso, no Brasil...  A falta de um efetivo Estado do Bem-Estar no Brasil e o prolongamento da ditadura militar fizeram que algumas conquistas de melhores condições de trabalho ocorressem tardiamente, entre o final da década de 1970 até meados da década de 1980, a partir do processo de abertura democrática do país.
  • 37. A decadência do Estado do Bem- estar  Fim da Guerra Fria  Derrocada do socialismo  Crise fiscal  Internacionalização da economia: diminuição da eficácia dos Estados Nacionais  O estilo de gerenciamento : as empresas gigantes, com estruturas complexas e caras perderam a flexibilidade necessária para acompanhar as tendências de mercado.  Crise interna do fordismo quanto à oferta e uma crise internacional quanto à demanda.
  • 38. As críticas humanística ao modelo do bem-estar  O trabalho, tomado como mercadoria sob o compromisso fordista, valoriza-se como valor de troca e não pelo seu próprio conteúdo, perdendo a capacidade de se constituir numa categoria estruturante da identidade dos indivíduos e da sociedade. (Gorz, 1982).  Tragtenberg (1980) tece forte crítica à atuação dos psicólogos vinculados ao chamado movimento das relações humanas: reduzir os problemas de convívio dos indivíduos com o trabalho às suas manifestações nas relações interpessoais, desprezando o fato de que estas são construídas no contexto socioeconômico.
  • 39. Um novo modelo sob o impacto:  Da adoção de novas tecnologias na produção – informática e automação ;  Da revolução nos meios de comunicação;  Do surgimento de novos estilos de gestão. As resistências dos trabalhadores à cadência da máquina e às tarefas sem significado gradualmente evidenciou que a tentativa do capital de eliminar a iniciativa e decisão operária era um objetivo inalcançável . A expropriação do saber operário nunca ocorreria por completo e o capital continuaria a depender dele para resolver os problemas não-previstos no processo
  • 40. Alterações nos estilos gerenciais  Redução dos controles e abertura de espaços de participação.  Pressupostos para o desempenho organizacional: o bem-estar dos indivíduos, as funções/capacidades complexas dos indivíduos (raciocínio abstrato, valores, identificação com a empresa, capacidade de guiar-se por objetivos, de resolver problemas, criar, levantar alternativas, discordar, etc.), maior competência interpessoal para convívio em grupo e para negociar.  Círculos de Controle de Qualidade, na Gestão Participativa, nos Programa de Qualidade Total, Toyotismo.  Maior envolvimento do trabalhador no processo
  • 41. O bem-estar do indivíduo passa a ser valorizado  Fordismo: - Bem-estar era um resultado externo ao trabalho, uma compensação pelo trabalho duro. - “O pensar” operário deveria ser eliminado, pois perturbava a produção.  Novos estilos gerenciais: - o bem-estar torna-se um insumo necessário à realização das tarefas. - as organizações necessitam das habilidades cognitivas dos trabalhadores.
  • 42. A substituição da eletromecânica pela microeletrônica.  flexibilidade que introduz no processo produtivo = comporta modificações no tipo e na seqüência das operações;  redução do tempo de produção, possibilitando novas formas de combate aos tempos mortos de trabalho, por exemplo, por meio da maior integração entre as operações e a circulação de materiais e mesmo entre as diferentes fases da operação;  A conseqüência é que o trabalho vai se tornando uma tarefa de controle e supervisão das máquinas.
  • 43. Impactos na organização  A maior participação requer descentralização administrativa, que elimina níveis hierárquicos intermediários na estrutura da organização, com isto extinguindo postos de serviço.  O combate ao gigantismo organizacional, concentrando as ações em suas atividades fins, eliminando e/ou terceirizando setores e/ou atividades.  Terceirização - passar do contrato de trabalho para o contrato comercial (menos encargos sociais e visão acentuada do trabalho como mercadoria)
  • 44. Novas questões para a psicologia  Quais os efeitos de tais políticas naqueles empregados que ficam?  Vivem sob a égide do medo da demissão?  Isso afeta suas motivações, seu envolvimento?
  • 45. Reengenharia  Segundo Hammer e Champy(1994), consiste em abandonar velhos sistemas e começar tudo de novo.  Foi concebida quando criticar ou propor algo quecontradizia o modelo fordista/taylorista já não causava um grande impacto.
  • 46.  A reengenharia articula também o desenvolvimento tecnológico à desconcentração produtiva, à recusa da produção em massa baseada na noção das diferenciações dos clientes e/ou inexistência do cliente médio.  A reengenharia tem sido acompanhada na prática pela aplicação de políticaspoupadoras de mão-de- obra bastante radicais.  O estruturador de negócios => o trabalhador de caso e/ou equipe de caso, pois a proposta supõe um único trabalhador ou uma pequena equipe integrada dando conta do processo como um todo e, conseqüentemente, realizando o atendimento completo do cliente.
  • 47. Toyotismo  Horizontalização  Mas também supõe-se a intensificação da exploração do trabalho.  Eliminação cada vez mais intensa do número de postos de serviço, o que implica acelerada redução do número de empregos no núcleo moderno e formal da economia.
  • 48. Mudanças de valores  A descrição do trabalho como monótono, embrutecido, repetitivo, manual, pesado, etc., não dá mais conta da realidade após essas transformações, ao menos no processo de trabalho no núcleo moderno da economia.  Valores como criatividade, autonomia, independência, iniciativa, reconhecimento, saúde, desafio, etc., deixam de ser alvos distantes para serem requisitos concretos do trabalho.
  • 49. Será que mudaram os propósitos ou o discurso?  Para Heloani (1996), as novas formas de gestão tentam harmonizar elevação do grau de autonomia do trabalhador e desenvolvimento de mecanismos de controle mais sutis, nos quais a dominação ocorre ao nível do inconsciente. É suposto que o trabalhador realize determinadas ações de forma autônoma porque se identifica com os objetivos e valores das empresas, e não mais pelo controle estrito da supervisão. O controle é interiorizado culturalmente e passa a ser tomado por autocontrole.
  • 50. Novo cenário  Eliminação tendencial de postos de atividades repetitivas, recomposição de atividades, ênfase na polivalência, revalorização da qualificação dos trabalhadores, foco nas relações de mercado e concorrência, horizontalização das relações de poder, tendências de adoção de estratégias gerenciais que ampliam a participação no processo decisório, renovação tecnológica baseada na informática, automação e modernização da comunicação, diminuição dos quadros de pessoal e maior circulação do seu pessoal entre cargos e filiais.
  • 51. Novas questões para a psicologia  Há mais possibilidades de gosto pelas tarefas?  Como se compatibiliza tais possibilidades com as pressões?  Como se envolver com as tarefas e se comprometer com os objetivos organizacionais, quando não se tem garantia da permanência na organização?  Que conseqüências psíquicas têm as pressões por produtividade?  Há compatibilidades entre o que se exige do trabalhador e as  condições que lhe são oferecidas?  Ocorrem alterações psíquicas? Quais são elas? Que significados os  indivíduos atribuem a essas mudanças? Os indivíduos estão mais motivados ao trabalho? Que novas demandas se apresentam aos psicólogos?
  • 52. O desemprego estrutural  Os trabalhadores em atividades em declínio e sem flexibilidade para mudar serão os mais prejudicados.  Estratégia de enfrentamento do problema, para qualquer país => procurar melhorar as aptidões do seu povo ou facilitar a transição para novos empregos.
  • 53.  A migração da oferta de emprego do setor industrial para o setor de serviços, a interdependência entre os segmentos formais e informais da economia, o aumento dos empregos de tempo parcial e temporários.  O desemprego mais freqüente e a concomitante vivência da ameaça de desemprego  Percepção generalizada de instabilidade.  As expectativas de um emprego para toda a vida, propagadas na década de 1960, tornam-se hoje irrealistas.
  • 54.  Como reagem os que ficam?  E sob a ameaça, há envolvimento com o conteúdo do trabalho?  Aumenta ou diminui a atenção à qualidade do que se faz?  Aumenta o comprometimento?  Que impacto tal ameaça tem sobre a motivação e sobre a saúde das pessoas?
  • 55.  Se a renda está associada à oferta do emprego, deve haver regulamentação do salário?  A elevação do salário mínimo gera desemprego?  E a flexibilização no estabelecimento de salário facilita a superexploração?
  • 56. O problema de incompatibilidades entre níveis instrucionais e cargos e salários.  Por exemplo, Soratto e colaboradores (1996) assinalam que numa amostra de 338 bancários, 60% dos que trabalhavam no setor privado e 80% no setor público já haviam cursado ou estavam cursando o nível superior.  Não foi encontrada nenhuma relação entre o nívelde escolaridade e as funções.
  • 57.  A concepção acentuadamente instrumental do trabalho sob o gerencialismo cria, portanto, tensões (contradições) em torno da busca de qualificação pela instrução formal e o conteúdo dos postos de trabalho.
  • 58. O discurso da empregabilidade  Supõe que cada um é responsável por se tornar empregável.  Que implicações têm esta situação nas políticas de treinamento  e de desenvolvimento de pessoal?  O quanto as empresas têm assumido a responsabilidade de treinar  pessoal?  Está ocorrendo uma tendência de transferência da responsabilidade da empresa para o indivíduo?  Quanto o próprio indivíduo deve investir na sua qualificação?  Quanto compete à organização?  O tempo gasto em se qualificar e requalificar é um tempo de trabalho?  Treinamentos, cursos, congressos e outras formas de qualificações além da jornada de trabalho significam jornada de trabalho maior?
  • 59.  A reduzida fiscalização dos aspectos de segurança no trabalho;  Baixos níveis de instrução e de salários da população;  Tratamento da demissão;  Política paternalista do Estado em relação ao empresariado => arca com as despesas decorrentes de acidentes de trabalho e doenças profissionais.  Trabalhadores e seus sindicatos aceitam trocar a falta de adoção de medidas preventivas por adicionais de insalubridade e periculosidade.
  • 60. Questões para a psicologia  A psicologia tem mapeado as alterações psíquicas por ocupações?  Há alterações psíquicas reconhecidas como sendo vinculadas ao trabalho?  Há um espaço de atuação do psicólogo junto às políticas públicas de saúde do trabalhador?
  • 61. Segmentalistas  Os segmentalistas descrevem a distribuição de salários como sendo plurimodal.  Estudam o crescimento da renda por nível de escolaridade para (1) trabalhadores rurais, (2) urbanos assalariados e autônomos, (3) o mercado primário subordinado e (4) o mercado primário independente.
  • 62. Segmentalistas  Não se pode dizer que a renda cresce inequivocadamente conforme o nível da educação.  Isso ocorre apenas para os trabalhadores dos mercados primários (principalmente independente).  Os segmentalistas caracterizam o mercado de trabalho primário por hábitos de trabalho e empregos estáveis, salários relativamente altos, produtividade alta, progresso técnico, existência de canais de promoção internos, oferecimento de treinamento e promoção por antigüidade. Tais características são mais comuns em firmas grandes, às vezes oligopolistas, e com alta relação entre capital/trabalho.
  • 63.  Já o mercado de trabalho secundário é caracterizado por alta rotatividade da mãode- obra, salários relativamente baixos, más condições de trabalho, baixa produtividade, estagnação tecnológica, oportunidades de aprendizagem proximadamente nulas e mão- de-obra não-organizada por meio de sindicatos.
  • 64. Questões para a psicologia  Que pensam os homens dos nossos dias sobre seu trabalho?  O que esperam dele? Que resultados desejam?  Sentem orgulho pelo que fazem? Associam-no a que valores?  Queixam-se de quê?  A relação com o trabalho tem afetado a vida em família? Como? A família apóia o indivíduo em seu trabalho?  Encontram no trabalho a realidade que buscam?  A categoria trabalho continua estruturando a vida das pessoas e dificilmente isso mudará a curto prazo
  • 65. Questões para a psicologia  O desemprego afeta a saúde mental ou é o contrário?  A variação da natureza das pequenas alterações psíquicas ocorre por categoria ocupacional?  E dentro de um mesmo setor econômico, varia por organizações?  Existem doenças mentais associadas ao trabalho? É possível o desenvolvimento de ações preventivas?  Que caminhos a Psicologia tem apontado? Tem optado pela busca de soluções individuais ou coletivas?  As respostas encontradas pela Psicologiareforçam que tipo de concepção do
  • 67. Resumo  Com o surgimento do capitalismo engendrou-se uma concepção do trabalho que o exalta como central na vida das pessoas, como o único meio digno de ganhar a vida, independente do seu conteúdo. Segundo esta ótica, trabalhar duro conduz ao sucesso econômico.  Como a realidade do trabalho concreto na qual engendrou-se tal concepção era extremamente adversa, apesar da atratividade que a fábrica e/ou a oficina representava em relação ao campo, ou da extrema falta de meios de sobrevivência, esta concepção precisou do apoio do protestantismo e depois da administração clássica para chegar a sua exaltação.
  • 68.  A mesma realidade que engendrou aquela concepção do capitalismo tradicional também nutriu os movimentos que lhe ofereciam resistência. Surge, entre essas tendências, a concepção marxista, que analisa o trabalho sob o capitalismo criticando sua mercantilização, bem como elucidando características como alienação, monotonia, repetição, embrutecimento, submissão, humilhação e exploração. A concepção marxista reivindicava um trabalho no qual se pudesse produzir a própria condição humana.
  • 69. O desenvolvimento do capitalismo na primeira metade do século XIX levou à tentativa de construção  A concepção implícita de trabalho atribuía uma centralidade relativamente menor, posto que o consumo ganhava importância e o trabalho lhe sendo uma mercadoria, era importante porque se constituía em um meio de garantia do consumo. Aquelas características do trabalho, já presentes no capitalismo tradicional e decorrentes da organização da produção (por exemplo, parcelamento segundo as mínimas operações componentes, empobrecimento do conteúdo, etc.), foram exarcebadas; porém, a obtenção do sucesso econômico passou a ser explicada de maneira mais complexa sendo o esforço apenas um dos aspectos relevantes. Estabelecia uma troca entre trabalho esvaziado de conteúdo, mas estimulado pelo reforços socioeconômicos. Cabia então às empresas o gerenciamento dessa situação, sob regulação do Estado (concepção gerencialista).
  • 70. Em síntese, podemos dizer que o mundo do trabalho, a partir dos anos 1970, conta, um cenário cujos marcos conjunturais são:  (1) um crescimento mais lento da economia, com queda da credibilidade no  progresso e no futuro;  (2) surgimento do desemprego estrutural e dissociação entre crescimento econômico  e crescimento da oferta de emprego;  (3) generalizada percepção de instabilidade no emprego;  (4) persistência de várias formas de discriminação (por  exemplo, qualificação e gênero);  (5) intensificação das desigualdades sociais pelas características da distribuição  de renda;  (6) tendência à redução das incompatibilidades entre instrução formal e requisitos dos postos de trabalho no núcleo moderno da economia e  (7) persistência das trocas de trabalho pobre em conteúdo e/ou arriscado por aumento de consumo entre a maioria da população (trabalhos precários).

Editor's Notes

  1. O cap