4. ANTROPOLOGIA : conceito e objeto
A Antropologia não se distingue das outras ciências humanas e
sociais por um objeto de estudo que lhe seja próprio
Inicio Estudo das sociedades simples, denominadas
também primitivas, arcaicas ou frias
Estas sociedades
não pertencem à
civilização
ocidental
Sociedades de dimensões estritas
Pouco contato com as sociedades
vizinhas
Tecnologia pouco desenvolvida
Pouca divisão do trabalho social
Sec. XX
Estudo das sociedades complexas, denominadas
também sociedades civilizadas, modernas ou quentes.
Estudo do homem inteiro. Estudo do homem e das
culturas em todas as suas dimensões.
5. Antropologia
cultural ou social
Etnografia
É primeiro passo da pesquisa
antroplogicA. Descrição de
culturas concretas.
Etnologia
O segundo passo da pesquisa.
Estudo da cultura e da investigação
dos problemas teoricos da analise
dos costumes humanos.
6. 2
Conceitos Básicos
A ETNOLOGIA é a descrição de usos costumes, crenças, hábitos,
tradições, etc., duma determinada unidade social, como, por exemplo,
asuaprópriacomunidade.
O termo Etnografia foi criado em 1826 pelo italiano Balbi para
classificar os grupos humanos segundo as suas características
linguísticas. Modernamente, o conceito aplica-se à observação no
"terreno", descriçãoe análise de grupos humanos que aí vivam. A
reconstruçãodevesertãofielquanto possível.
Por sua vez, Etnologia corresponde à segunda etapa do estudo
antropológico. Sem excluir a observação directa, a Etnologia orienta-
separaa síntesee produçãodemonografia.
7. 2
Conceitos Básicos
Objectivo da Antropologia Cultural e Social: A disciplina visa atingir
um conhecimentoglobaldohomem.
Quanto ao seu objecto, ela abarca toda a extensão biológica, social,
histórica e geográfia do Homem, aspirando a um conhecimento
aplicável ao conjunto do desenvolvimento humano. Sobre o Objecto da
Antropologia cultural ainda há varias opiniões, o que é típico duma
ciênciasocialnova.
Para P. Armando Ribeiros (1998, p. 8) - "É a ciência do homem como ser
cultural,entendendoporCULTURAo conjuntodastradições”.
Para Bernardo Bernardi (1978, p. 19)- "A Antropologia indaga o
significado e as estruturas da vida do homem como expressão da sua
actividademental".
8. RAMOS DA
ANTROPOLOGIA
Antropologi
a Biológica
ou Física
Estudo do homem como ser biológico,
dotado de um aparato físico e uma carga
genética, com um percurso evolutivo
definido e relações específicas com outras
ordens e espécies de seres vivos
Arqueologia
Estudo do homem no tempo, através dos
monumentos, restos de moradias,
documentos, armas, obras de arte e
realizações técnicas que foi deixando no
seu caminho enquanto civilizações dava
lugar a outras no curso da História
Antropologia
Social(ou
cultural)ou
Etnologia
Consiste no estudo de tudo o que
constitui as sociedade humanas, seus
modos de produção econômica, suas
descobertas e invenções, suas técnicas,
sua organização política e jurídica, seus
sistemas de parentesco, seus sistemas
de conhecimento, suas crenças
religiosas, sua língua, sua psicologia,
suas criações artísticas
9. 2
Os Ramos da Antropologia
Antropologia Física: tem por objecto o estudode certas características
biológicas do homem, as questões da raça, da hereditariedade, da
nutrição,dadiferenciaçãodesexos,etc.
Antropologia Social: ocupa-se mais particularmente em estabelecer
leis gerais de vida em sociedade que sejam válidas tanto nas
sociedades tradicionais como nas sociedades industrializadas
modernas.
Antropologia Cultural: dedica-se mais a problemas de relativismo
cultural (investigação da originalidade de cada cultura); do estudo das
relações que se estabelecem entre os diferentes níveis numa dada
sociedadee do fenómenoda transmissãodacultura.
10. 2
Os Ramos da Antropologia
Antropologia Política: aborda em particular os problemas do poder da
autoridade, da chefia do governo, etc., assuntos que deram lugar a
numerosas especulações filosóficas (sobre a origem e a natureza do
Estado,o aparecimentodo Direito,etc).
Antropologia Aplicada: faz a utilização prática das teorias e dos
resultados do inquérito etnográfico, tendo em vista manipular as
sociedades, com o objectivo, quer de as administrar (como é o caso da
política colonial, da assimilação, aculturação "forçada"), quer de as
ajudar a adaptarem-se à sociedade etnológica moderna (como é o
caso da aculturação "planificada", política de integração) ou o
desenvolvimento de uma originalidade cultural (procura de um
sincretismo).
11. 2
Os Ramos da Antropologia
Antropologia Psicanalítica: baseia-se essencialmente no estudo dos
sonhos, dos mitos, dos contos, na análise de jogos, das cerimónias, das
práticas mágicas, de certos aspectos da vida quotidiana, das técnicas
deeducação.
Antropologia Económica interessa-se pelas condições da produção
material, as trocas, os direitos sobre os objectos, as formas de
utilização dos produtos, englobando os aspectos de ecologia e
tecnologia.
12. 2
As Relações da Antropologia Cultural com
outras Ciências Sociais e Humanas
Antropologiae Sociologia
• Antropologia= Discursosobreo (ciênciado)homem.
• Sociologia= Discursosobrea(ciênciada)sociedade.
Antropologia procura a explicação dos fenómenos sociais e culturais
nalógicadoobservador( Ciênciado Observado);
Sociologia, procura a análise do ponto de vista da própria sociedade à
qual pertenceo cientista(Ciênciado Observador).
13. 2
As Relações da Antropologia Cultural com
outras Ciências Sociais e Humanas
Antropologiae História
O Historiador distancia-se do seu objecto de estudo pelo tempo.
Distancia-se assim dos valores e categorias da sua própria sociedade
para melhor compreender e interpretar o “passado”. Pelo seu lado, o
Antropólogo “acantona” o discurso de uma comunidade sobre ela
mesmaparamelhora compreender.
14. 2
As Relações da Antropologia Cultural com
outras Ciências Sociais e Humanas
Antropologiae Psicanálise
Quer a Antropologia quer a Psicanálise insistem entre o conteúdo
manifesto e o conteúdo latente; entre o implícito e o explícito; e na
necessidade de ultrapassar o “sintoma”, descodificando-o e dando-
lhe forma. Quer a Antropologia quer a Psicanálise são marcadas pela
alteridade. O Antropólogo tenta reconhecer e analisar o “pensamento”
doOutro,parasesituaro seuprópriopensamento.
15. 2
O Métodode Trabalhoem Antropologia
Um método, em ciências, pode ser entendido como o caminho ou
estratégias usados para atingir um determinado objectivo. Todas as
ciências, quer se trate de ciências sociais, humanas ou naturais,
possuemum métodoqueascaracterizae asdistinguedasoutras.
A Antropologiatemtambémos seusmétodosprivilegiados,taiscomo:
• o Histórico, o Estatístico, o Etnográfico, o Comparativo ou
Etnológico,o Monográfico,o Genealógico,entreoutros.
16. 2
O Método de Trabalhoem Antropologia
O método Histórico é usado na pesquisa dos eventos através do tempo,
para compreender as diversas transformações ocorridas unma
determinadacultura.
O método estatístico é empregue para apresentar a variabilidade dos
aspectos estudados antropologicamente, tanto no aspecto biológico,
como no cultural, e que possibilitem a aferência da diversidade
biológicaoucultural.
O método Etnográfico é usado na análise descritiva das sociedades
humanas, enquanto o método Etnológico ou Comparativo visa aferir as
diferenças e as semelhanças apresentadas por um material de
referência de diferentes meios culturais ou de diferentes tempos
culturais.
17. 2
O Métodode Trabalhoem Antropologia
O método Monográfico, ou estudo de caso, é usado para estudar, em
profundidade, um determinado grupo humano em todas as suas
dimensões.
O método genealógico é usado fundamentalmente no estudo do
parentesco e todas as suas implicações sociais, políticas, culturais,
como por exemplo, o impacto do parentesco no ordenamento
territorial,residencialou políticodosmembrosde um gruposocial.
A sua principal técnica é a observação participante que, entretanto, é
acompanhada por outras récnicas como a Entrevista (dirigida e não
dirigida), os Formulários e os Questionários. Pelo lugar central da
Observação participante, passa a descrever-se com alguma
profundidade.
19. 2
A Construção da Ciência Antropológica
A Antropologia é uma ciência recente. Ela forma-se como tal só no
Século XIX e desde aí, a disciplina passou a conhecer várias
orientações,conhecendoavançose recuos.
A emergência da Antropologia coincide com as primeiras reflexões do
Homem sobre si e sobre a natureza, o cosmos ou o universo. Uma
parte desse conjunto de reflexões chegou aos nossos dias por via de
lendas e mitos. É o período que Paul MERCIER indica como sendo de
“Antropologia Espontânea” ou o período da Pré-História da
Antropologia.
20. 2
A Construção da Ciência Antropológica
As contribuições deste período são de diversa natureza e origens :
ícones, arte parietal (pinturas rupestres), arte móvel (esculturas),
manuscritos dos primeiros povos com escrita (Babilônios, Egícios,
Hindus,Fenícios,entreoutros).
Segundo Mello (2005, p. 180-185), a contribuição greco-romana na
formação da Antropologia foi enorme, com os trabalhos de Heródoto,
um dos notáveis viajantes e narradores das terras visitadas; Platão, (a
cidade ideal); Aristóteles, (concepções teóricas acerca do Estado);
Sócrates (com a crítica à sociedade) (Grécia) e Lucrécio (que fala do
HomemPrimitivo,César,Tácito,Galeno,MarcoAurélio(Roma).
21. 2
A Construção da Ciência Antropológica
Na Idade Média com St. Agostinho (a Cidade de Deus), Avicena
(defende a invariabilidade das formas), Averrois (com o
evolucionismo)e Bacon(usodométodoexperimental).
No Século XIX dá-se a primeira descoberta do homem fóssil. No seu
conjunto, todos esses aspectos deram subsídios para a emergência da
Antropologia Física, que conhecera a sua fundação no mesmo século
por Johann Blumembach (Mello, 2005, p. 189-190). Antes ou depois
vieram ainda contribuições das missões científicas mais organizadas
e sistematizadas, de naturalistas, geógrafos, humanistas, que tinham
comoobjectivoprincipalcolherinformaçõese fazerobservações.
22. 2
O Período de Convergência e de Construção da
AntropologiaCultural
PeríododeConvergênciae deConstrução
O século XIX é chamado Período de Convergência por ter sido aquele
que, apesar da ter registado uma explosão do pensamento de
caráacter antropológico, teve o evolucionismo como o pressuposto
fundamental do pensamento. E, teve como principaisn defensores o
Charles DARWIN (1809-1882), Edward TYLOR (1871), Herbet SPENCER,
Augusto COMTE,MatthewARNOLD(1869).
Segundo Martinez, (2004, p. 57) as várias formulações sobre a
sociedade e a cultura convergiram para três objectivos comuns:
origens,idadee mudança.
23. 2
As Correntes/Escolas de Pensamento
Antropológico
EVOLUCIONISMOCULTURAL
O evolucionismo Cultural surgiu com a emergência da própria
Antropologia Cultural no século XIX. Contudo, a ideia da evolução surgiu
já na antiguidade clássica, quando os pensadores se preocuparam com
o problema da origem do Homem e do Universo, como no Génesis, nos
textos das cilivizações mesopotâmicas, nos poemas épicos da Ìndia,
entre outras narrações. Certamente que você pode confirmar isso a
partir,porexemplo,daleituradaBíblia.
24. 2 As Correntes/Escolas de Pensamento
Antropológico
O DIFUSIONISMO
O Difusionismo centra-se na difusão e nos contactos entre os povos
como factores da dinâmica cultural, que é reconhecida como um
fenómeno universal e humano. O difusionismo fundamenta-se no
pressuposto histórico para explicar as semelhanças existentes entre
as diferentes culturas particulares. O Difusionismo congrega várias
escolas ou tendências da Antropologia Cultural: Difusionismo Inglês,
Difusionismo Alemão, ou Escola de Viena e Escola ou Difusionismo
Americano. O Difusionismo, difundido entre 1900 e 1930 está dentro do
períododacrítica,dequefalaremosnaliçãoseguinte.
25. 2 As Correntes/Escolas de Pensamento
Antropológico
O FUNCIONALISMO
O funcionalismo é uma corrente fundada por Bronislaw MALINOWSKI, a
partir de 1914. Querendo ultrapassar as tendências dominantes na
época (preocupações pela origem e pelos problemas das
transformações sócio- culturais), o funcionalismo tenta explicar o
funcionamentodeuma culturanumdeterminadomomento.
Vários foram os representantes da corrente funcionalista: H. SPENCER,
via a função como a finalidade procurada intencionalmente; E.
DURKHEIM, defendia a função “como a causa eficiente dos processos
sociais de adaptação, de organização e de integração” (Rivière, 2000, p.
52).
26. 2 As Correntes/Escolas de Pensamento
Antropológico
O ESTRUTURALISMO
Embora possa ser integrado na Escola Funcionalista, Alfred R.
RADCLIFFE-BROWN, é um dos mentores do Estruturalismo. Ele define
estrutura como a disposição ordenada das partes ou elementos que
compõem um todo. Num sentido lato, a estrutura associa sistemas,
como o parentesco, a religião, a politica, mas num sentido restrito, põe
em relevo a rede de relações entre as posições sociais. É o sistema
simbólico das relações constantes entre os factos. A análise utilizada
pelo Estruturalismo apresenta-se como uma análise sincrónica, sem
consideraradialécticaqueexisteno desenrolarda história.
27. 2
Críticas à Antropologia em Geral, em África e
em Moçambique
As diferentes correntes que se sucederam podem ser postas nesse
nível de crítica da Antropologia, já que nos primórdios do século XX. A
partir dessa altura passaram a ser criticados os princípios iniciais da
Antropologia, foram propostas novas abordagens, condicionando a
reformulaçãoda AntropologiaCultural.
Em consequência, o objecto inicial seria reformulado e haveria o
enriquecimento da Antropologia, por exemplo com a integração de
estudospsicológicos,linguísticos,coma pesquisado campo.
28. 2
Críticas à Antropologia em Geral, em África e
em Moçambique
Em consequência, o objecto inicial seria reformulado e haveria o
enriquecimento da Antropologia, por exemplo com a integração de
estudospsicológicos,linguísticos,coma pesquisado campo.
James FRAZER (1854-1941), avançou com estudos comparativos das
sociedades;
Alfred RADCLIFFEE-BROWN (1881-1955) e Bronislaw MALINOWSKI
(1884-1942) desenvolveram intensos “trabalhos de campo”. Este
último veio a ser o mais metódico pesquisador de campo, mais
privilegiadonaAntropologiaModerna;
Edward EVANS- PRITCHARD (1902-1973), importante sociólogo, se
interessou pelo estudo das dinâmicas sociais, conflitos e mudanças
culturais.
29. 2
Críticas à Antropologia em Geral, em África e
em Moçambique
Edward EVANS- PRITCHARD (1902-1973), importante sociólogo, se
interessou pelo estudo das dinâmicas sociais, conflitos e mudanças
culturais.
O sociólogo francês Émile DURKHEIM (1858-1917), mesmo servindo-
se da sociologia, procurou encontrar explicação científica da acção
sociale política.
As críticas feitas à Antropologia contribuíram imenso para a
cientificação da Antropologia enriquecendo-a na orientação
psicológica, no estudo linguístico, no incremento notável do estudo e
pesquisade campo,paraalémde selibertardoservilismocolonial.
31. 2
O Conceitode Cultura
O termo Cultura tem múltiplas aplicações e foi usado em
diferentesépocase sentidos,talcomoocorre na fase actual.
Contudo, o termo tem a sua origem do Grego, para significar
cultivar. O termo Cultura teve a sua definição antropológica
clássica com Edward Tylor. Segundo este, a Cultura é
“Complexo unitário que inclui o conhecimento, a crença, a
arte, a moral, as leis e todas as outras capacidades e hábitos
adquiridos pelo homem como membro da
sociedade”(Bernardi,1978, p. 24).
32. CULTURA
Cultura no
senso comum
Cultura como
representação
da realidade
Fulano de tal não tem cultura
Os nordestino não têm cultura
O homem é um ser de desejo. São seres que
se sentem privados, insatisfeitos
A cultura cria os objetos dos desejos humanos. Estas
realizações se transformam em símbolos: construção de
significados para os elementos da natureza. Exs, a
alimentação e o ato sexual para a reprodução.
Cultura e o
significado
antropológico
Um conjunto de regras que nos diz como o mundo pode e
deve ser classificado
O que é natural e o que é cultural
33. Definições
Edward Tylor: é todo complexo de conhecimentos, crenças,
arte,leis,moral, costumes e quaisquer outras capacidades e
hábitos adquiridos pelos individuos
Malinowski: são sistemas funcionais para dar conta das
necessidades basicas dos seres humanos.
Levi-Strauss : é um sistema sinbolico de uma criação que
se acumula na mente humana
Clifford Geertz : conjunto de mecanismos de controle, planos,
receitas,regras, instruções para governar o comportamento
humano
Marshall Sahlins : a organização da experiência e da ação
humanas através de instrumentos simbólicos
Roberto DaMatta : é um mapa, um receituario, um
codigo através do qual as pessoas de um dado grupo
pensam, classificam e modificam o mundo e a si
mesmas.
34. 1.1. Lavando pratos – Blim, pg.74-75
- a cultura como forma de se resolver problemas cotidianos
o quanto de nossas vidas é regulado por maneiras de proceder
que aprendemos e que nos parecem “naturais”
- o termo “cultura” e seus diversos significados
- origem etimológica do termo. Latim : colo,colui, cultum, colere =
cultivar
- Aurélio : oito conceitos diferentes
- o terceiro: “ o complexo de padrões de comportamento, das
crenças, das instituições e de outros valores espirituais e materiais
transmitidos coletivamente e característicos de uma sociedade;
civilização: a cultura ocidental, a cultura dos esquimós.
CULTURA
35. 1.2 As origens da cultura
A importância da cultura para a sobrevivência humana. Sem cultura
não haveria sistemas sociais da espécie humana e, portanto, o
homem seria impossibilitado de criar a sociedade.
kits
culturais de
sobrevivên
cia:
Abstração - a capacidade de criar idéias gerais ou
formas de pensamento que não são relativos a
exemplos particulares, os símbolos, por exemplo.
Linguagens, notações matemáticas e signos são tipos
de símbolos.
Ver Laraia, pg.56-57
Cooperação- refere-se à capacidade de criarmos
uma vida social complexa por meio do
estabelecimento de normas, ou maneiras geralmente
aceitas de se fazer as coisas. Educação, religião,
direito são tipos de instituições que criam normas.
Produção –envolve o fazer e utilizar ferramentas e
técnicas que melhoram nossa habilidade em extrair o
que queremos da natureza. Tais ferramentas e técnicas
são conhecidas como cultura material.
36. Os elementos básicos da cultura
Capacidades Humanas
Abstração Cooperação Produção
Idéias Normas Cultura Material
Medicina Teorias Experimentos Medicamentos
Direito Valores Leis Tribunais – Prisão
Religião Crenças Cultos Igrejas
Recompensas e punições (sanções culturais) por seguir ou não as
normas : sistema de controle social. Os tabus estão entre as normas
mais estritas . Normas mais centrais : mores. Normas menos
importantes : folkways ( William Sumner)
37. 1.3. Cultura e Biologia
a) Não se pode ignorar que o homem depende muito de seu
equipamento biológico: alimentação, sono, respiração, atividade
sexual, etc., mas a maneira de satisfaze-las varia de uma cultura para
outra.
b) Há teorias que atribuem capacidades específicas inatas a “raças”
ou a outras causas biológicas. Laraia, pg.17 e sg
c) Para os antropólogos, as diferenças genéticas não são
determinantes das diferenças culturais.A sua herança genética
nada tem a ver com as suas ações e pensamentos, pois todos os
seus atos dependem inteiramente de um processo de
aprendizagem.
d) a questão dos instintos – Laraia pg.51-52
38. 2. Como opera a cultura
2.1. A cultura condiciona a visão de mundo do homem
Ruth Benedict :” a cultura é como uma lente através da qual o
homem vê o mundo.”
O modo de ver o mundo, as apreciações de ordem moral e
valorativa, os diferentes comportamentos sociais e mesmo as
posturas corporais são produto de uma herança cultural.
Ex.o rir, o comer, etc. Ver Laraia, pg.70 e segs.
Todos os homens são dotados do mesmo equipamento
anatômico, mas a utilização do mesmo, ao invés de ser
determinada geneticamente depende de um aprendizado e
este consiste na cópia de padrões que fazem parte da herança
cultural do grupo.
39. Etnocentrismo-
Emprega-se o conceito de etnia para designar as características
culturais próprias de um grupo. Com sua língua, religião, costume, etc.
determinado grupo acredita diferenciar-se dos demais.
A atitude etnocêntrica (do grego etnos=povo) implica que tendemos a
conceber a nossa visão de mundo como o centro de tudo. Todos os
outros são classificados e comparados em relação aos valores de nosso
grupo.
O fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura tem como
conseqüência a propensão em considerar o seu modo de vida como o
mais correto e o mais natural e é responsável por muitos conflitos
sociais.
40. Etnocentrismo-
Essa crença pode tomar formas perigosas e socialmente destrutivas
como o racismo, a intolerância religiosa, o patriotismo fervoroso e
beligerante.
A dicotomia “nós e os outros” expressa essa tendência. Ela se
expressa fora do grupo (o estrangeiro) mas também dentro do
próprio grupo (laços familiares, torcidas de futebol, etc.). Blim,pg 84
41. 2.2. A cultura interfere no plano biológico
Primeiramente pela reação oposta ao etnocentrismo: a apatia, pois
em lugar da superestima dos valores de sua própria sociedade, numa
situação de crise, os membros abandonam a crença na mesma e
perdem a motivação de permanecerem unidos e vivos.
Exs: o da doenças psicosomáticas que são influenciadas pelos
padrões culturais, questões relativas à alimentação, a cura de
doenças, reais ou imaginárias. Ver Laraia, pg.79-80.
42. 2.3. Os indivíduos participam diferentemente de sua cultura
a participação do individuo em sua cultura é limitada. A maior parte
das sociedades humanas permite uma mais ampla participação da
vida cultural aos elementos do sexo masculino. A participação
depende também da idade: uma criança não está apta a certas
atividades, jovens são impedidos de votar até certa idade, etc.
Qualquer que seja a sociedade, não existe a possibilidade de um
individuo dominar todos os aspectos de sua cultura, mas deve haver
um mínimo de participação. Laraia, pg.84-85.
Isso acontece porque os padrões culturais não cobrem todas as
situações possíveis, principalmente em períodos de mudança cultural
ou quando a socialização não é inadequada.
43. 2.4. A cultura tem uma lógica própria
admitia-se anteriormente a existência de sistemas culturais lógicos e
sistemas culturais pré-lógicos. Todo sistema cultural tem sua própria
lógica. É etnocentrismo considerar lógico apenas o próprio sistema.
Claude Levy-Strauss, em O pensamento Selvagem, trouxe
uma grande contribuição, refutando a abordagem
evolucionista de que as sociedades simples dispõem de um
pensamento mágico que antecede o científico.
44. 2
O Conceitode Cultura
Há ainda quem entende a cultura como “uma estrutura de significados,
transmitidos historicamente, encarnados simbolicamente, para
comunicar e desenvolver o conhecimento humano e as atitudes para
com a vida, uma lógica informal da vida real e do sentido comum de
uma sociedade, que funciona também como controlo” (Martinez, 2004,
p.23).
Como pode ver, os três conceitos põem em relevo: o carácter humano
da Cultura; o facto de ela ser transmitida e adquirida historicamente
pelo Homem entanto que membro de um grupo social; ter um carácter
simbólico, característico de cada grupo humano; ser um sistema
complexo; que evolui; etc. Assim, no seu sentido antropológico, a
culturaencerraváriosaspectos.
45. Exemplos : sem os meios materiais, não é nada ilógico supor que é o
Sol que gira em torno da Terra, pois esta é a sensação. Sem o auxilio
do microscópio, é impossível imaginar a existência de germes, daí
ser mais fácil admitir que as doenças sejam decorrentes da
intromissão de seres sobrenaturais malignos.O sistema de
parentesco.Ver Laraia, pg.92-93.
A lógica e a coerência de um sistema cultural é uma forma de
classificação. Muito do que supomos ser uma ordem inerente da
natureza não passa de uma ordenação que é fruto de um
procedimento cultural mas que nada tem a ver com uma ordem
objetiva. Cada cultura ordena a seu modo o mundo que a
circunscreve e esta ordenação dá um sentido cultural à aparente
confusão das coisas naturais.
2.4. A cultura tem uma lógica própria
46. 2.5. A cultura é dinâmica
A sociedade humana tem a capacidade de questionar seus próprios
padrões de comportamento e modificá-los. Qualquer sistema cultural
está num contínuo processo de modificação. Basta comparar os
padrões de comportamento moral ontem e hoje, os padrões de beleza.
Ver Laraia, pg 104.
A mudança cultural pode ser interna, resultante da dinâmica do
próprio sistema cultural e a externa que é o resultado do contato de
um sistema cultural com outro.Denomina-se processo de
aculturação. A primeira é lenta, quase imperceptível. A segunda
pode ser mais rápida e brusca, às vezes conflitante. Ex. choque de
gerações.
47. 3. As duas faces da Cultura
A cultura nos dá a oportunidade de exercitar nossa liberdade e, ao
mesmo tempo, nos limita.
De um lado, os indivíduos não são apenas recipientes passivos, mas
produtores e intérpretes ativos da cultura, e hoje, o leque de escolhas
culturais disponíveis nunca foi tão amplo. De outro lado, a cultura
pode ser uma fonte de coerção social.
48. 3.1. A Cultura como liberdade
a) A produção cultural
Até 1960, muitos cientistas sociais argumentavam que a cultura
era um simples “reflexo” da sociedade, uma variável dependente.
Ex. televisão.
Hoje a cultura é considerada uma variável independente. As pessoas
não aceitam a cultura de forma passiva, isto é, não somos recipientes
passivos nos quais a sociedade derrama uma mistura de crenças,
símbolos e valores. Produzimos e interpretamos nossa cultura,
adaptando-a de maneira criativa às nossas próprias necessidades.
49. b) Diversidade cultural
1. A diversidade de comportamento dos seres humanos sempre foi um
enigma. Todos os outros seres, existentes na natureza, apresentam
comportamentos de espécie, repetitivos, limitados, com possibilidade
quase nula de variações individuais.
2. O homem, porém, como diz Lévi-Strauss, é o único que, ao nascer,
pode viver mil vidas diferentes. Qualquer um de nós poderia ser Mozart,
qualquer um poderia ser Hitler. A criação de sinfonias e a perpetração
de genocídios são possibilidades inscritas em nossa mais íntima
constituição.
50. 4. Passou a ser uma interrogação politicamente relevante no mundo
ocidental quando se formaram os gigantescos impérios multinacionais
centrados na Europa. Compreender as diferenças e manejar
comportamentos desiguais tornaram-se desafios relevantes para quem
precisava gerenciar sistemas de poder muito abrangentes.
3. A constatação da diversidade humana foi feita, ao longo da história, por
filósofos, historiadores, cronistas e viajantes, quase sempre como
curiosidade. .
b) Diversidade cultural
51. As primeiras tentativas sistemáticas nesse sentido buscaram explicações no
corpo dos indivíduos, no contexto da antropologia física. Sua culminância foi
a construção do conceito de raças humanas, o mais importante e mais
desastrado empreendimento das ciências sociais européias no século XIX.
Ecos desse desacerto nos assombram até hoje. Estudos detalhados da
fisiologia do cérebro, para relacioná-la ao caráter de cada um, e medidas de
inteligência, que tiveram respeitabilidade até a segunda metade do século
XX, completaram essas tentativas de localizar nos corpos de indivíduos e
grupos a origem da diversidade humana.
b) Diversidade cultural
52. Compreender o comportamento humano exige compreender os
sistemas de interpretação construídos pela imaginação do próprio
homem, o que nos remete ao universo simbólico, que é constitutivo da
nossa existência tanto quanto o nosso corpo físico.
4. A superação desse caminho, pela antropologia cultural, teve como
ponto de partida a constatação de que o homem não apenas age, como
os demais animais, mas interpreta sua ação. Todas as ações humanas
são ações interpretadas, e ao mesmo tempo todas resultam de uma
interpretação.
b) Diversidade cultural
53. Atualmente, grande parte das sociedades atuais está passando por uma
diversificação cultural intensa, parcialmente devido às altas taxas de
imigração.A diversidade cultural de uma sociedade se dá em todos os
elementos culturais, música, arquitetura, moda, culinária.No nível político a
diversidade cultural tem se tornado fonte de conflitos.
Brasil : no final do século XIX, havia uma grande preocupação com a
miscigenação.Acreditava-se que a miscigenação degenerava o povo,o
que tornava impossível a construção de uma nação com identidade
cultural definida.
No século XX, a miscigenação passa a ser vista como elemento
distintivo e positivo de nossa identidade cultural e nacional. Ex. na
educação, com a obrigatoriedade da temática : “História e Cultura
Afro-Brasileira”
b) Diversidade cultural
54. A revolução dos direitos
Subjacente à diversidade cultural, temos a Revolução dos
Direitos, processo pelo qual os grupos socialmente excluídos
têm lutado para adquirir direitos iguais perante a lei e na prática.
Após a segunda guerra mundial, Declaração da ONU – Ver Blim,
pg. 90.
Direitos da mulher, das minorias, dos gays, das lésbicas, de
pessoas com necessidades especiais, etc.
55. b) Diversidade cultural
Questões
a) membros de determinados grupos que sofreram,
historicamente, alto grau de discriminação, têm
demandado reparações sob a forma de sistemas de
cotas, gestos simbólicos e terras. Em que medida os
cidadãos de hoje são obrigados a compensar
injustiças do passado?
b) a revolução dos direitos tem fragmentado as
culturas nacionais ou pela legitimação das
queixas dos grupos que foram excluídos ou pela
renovação do orgulho de sua identidade e de
suas heranças culturais.
56. Multiculturalismo
O processo pelo qual se deve aceitar a diversidade
étnica e cultural do país e reconhecer a igualdade de
todas as culturas.Uma abordagem multicultural enfatiza
os comportamentos dos grupos minoritários e como se
deu o domínio dos grupos majoritários. Ressalta
também o processo pelo qual a dominação racial gerou
desigualdades sociais persistentes.
57. Multiculturalismo
Divergências
Para os que são contra, a educação multicultural prejudica
os alunos de grupos minoritários à medida que os força a
gastar muito tempo com assuntos não centrais. Para os que
defendem o multiculturalismo, os alunos dos grupos
minoritários desenvolvem orgulho e auto-estima e isto
ajudaria tais alunos a ter sucesso no mercado de trabalho.
os que criticam, acreditam que a educação multicultural
provoca desunião política, o que resulta em conflitos
étnicos e raciais. Os que defendem, respondem que a
unidade política e a harmonia interétnica e inter-racial
simplesmente mantem as desigualdades
58. O relativismo cultural é o oposto do etnocentrismo. Refere-se à crença
de que todas as culturas e todas as práticas culturais têm o mesmo
valor. Será que deveríamos respeitar culturas racistas e
antidemocráticas? Os que defendem respondem que o relativismo
cultural não precisa ser tomado de maneira tão extrema. Um relativismo
cultural moderado encoraja a tolerância.
Exemplo : durante muito tempo, o ideal brasileiro era o de se criar
uma nova cultura a partir de muitas – o chamado “cadinho
cultural”. O multiculturalismo enfatiza o oposto: a criação de
muitas culturas a partir de uma. É uma tendência mundial que
ocorre à medida que as culturas têm se tornado mais
heterogêneas.
Relativismo Cultural
59. Somos todos iguais ou somos diferentes? Queremos ser iguais ou queremos
ser diferentes? Houve um tempo que a resposta se abrigava, segura de si, no
primeiro termo (...) Já faz um quarto de seculo, porem, que a resposta se
deslocou. A começar da segunda metade dos anos 70, passamos a nos ver
envoltos numa atmosfera cultural e ideologica inteiramente nova, na qual
parece generalizar-se em ritmo acelerado e pertubador a consciência de que
nós, os humanos, somos diferentes de fato, porquanto temos cores
diferentes na pele e nos olhos, temos sexo e gênero diferentes além de
preferências sexuais diferentes, somos diferentes de origem familiar e
regional, nas tradições e nas lealdades, temos deuses diferentes, diferentes
hábitos e gostos, diferentes estilos ou falta de estilo; em suma,somos
portadores de pertenças culturais diferentes. Mas tambem somos diferentes
de direito. É o chamado “direito à diferença”, o direito à diferença cultural, o
direito de ser sendo diferente.Não queremos mais a igualdade, parece. Ou a
queremos menos. Motiva-nos muito mais, em nossa conduta, em nossas
expectativas de futuro e projetos de vida compartilhada, o direito de sermos
pessoal e coletivamente diferentes uns dos outros.
Antonio Flavio Pierucci, Ciladas da Diferença, 1999 pg. 7
60. d) Da diversidade à globalização
Nas sociedades tribais pré-letradas, as crenças e as práticas
culturais são quase as mesmas para todos os membros. Muitas
sociedades tribais organizam ritos de passagem. A cultura era
homogênea.
Por outro lado, sociedades pré-industriais foram abaladas por
forças artísticas, religiosas, políticas que fragmentaram a cultura.
Movimentos como o Renascimento, a Reforma Protestante, as
Revoluções do século XVIII, envolveram o questionamento de
formas tradicionais de se fazer e perceber as coisas.
A fragmentação cultural ganhou força durante a industrialização e
está aumentando na era pós-industrial, como resultado da
globalização.
61. Globalização é o processo por meio do qual
economias, Estados e cultura previamente
separados estão se relacionando e as
pessoas estão ficando cada vez mais
conscientes de sua interdependência.
Globalização
62. Raízes da globalização:
Expansão do comercio internacional
Emigração de grupos raciais étnicos
Aumento de organizações“transnacionais”
Meios de comunicação de massa
Fim do isolamento político,econômicocultural
“Aldeia global”(McLuhan)
Conseqüências : as pessoas têm se tornado menos coagidas a
aceitar a cultura na qual nasceram e mais livres para combinar
elementos culturais de uma variedade de tempo e lugares.
63. “Globalização é um menino em Bombaim, na India,
ouvindo Bob Marley em seu aparelho de MP3,
enquanto se apressa para vestir sua calça Levi’s,
engolir uma tigela de cornflakes da Kellogs e se
despedir de seus pais em hindi porque está atrasado
para a escola na qual tem aulas de inglês”.
Raízes da globalização:
64. A melhor definição de GLOBALIZAÇÃO que os professores nunca
ensinaram.
Pergunta: Qual é a mais correta definição de Globalização?
Resposta: A Morte da Princesa Diana.
Pergunta: Por quê?
Resposta: Uma princesa inglesa com um namorado egípcio, tem um acidente
de carro dentro de um túnel francês, num carro alemão com motor holandês,
conduzido por um belga, bêbado de whisky escocês, que era seguido por
paparazzis italianos, em motos japonesas. A princesa foi tratada por um
médico canadense, que usou medicamentos americanos. E isto é enviado a
você por um brasileiro, usando tecnologia americana (Bill Gates) e
provavelmente, você está lendo isso em um computador genérico que usa
chips feitos emTaiwan e um monitor coreano montado por trabalhadores de
Bangladesh, numa fábrica de Singapura, transportado em caminhões
conduzidos por indianos, roubados por indonésios, descarregados por
pescadores sicilianos, reempacotados por mexicanos e, finalmente, vendido
a você por chineses, através de uma conexão paraguaia
Isto é *GLOBALIZAÇÃO!!!*
65. E QUEM SOU EU?
Nesta altura da vida já não sei mais quem sou...
Vejam só que dilema!!!
Na ficha da loja sou CLIENTE, no restaurante FREGUÊS, quando alugo uma
casa INQUILINO, na condução PASSAGEIRO, nos correios REMETENTE, no
supermercado CONSUMIDOR.
Para a Receita Federal CONTRIBUINTE, se vendo algo importado sou
CONTRABANDISTA. Se revendo algo, sou MUAMBEIRO, se o carnê tá com o
prazo vencido INADIMPLENTE, se não pago imposto SONEGADOR. Para votar
ELEITOR, mas em comícios sou MASSA . Em viagens TURISTA, na rua
PEDESTRE, se sou atropelado ACIDENTADO e no hospital viro PACIENTE. Nos
jornais sou VÍTIMA, se compro um livro LEITOR, se ouço rádio OUVINTE. Para o
Ibope sou ESPECTADOR, para apresentador de televisão TELESPECTADOR, no
campo de futebol TORCEDOR.
Se sou corintiano, SOFREDOR. Agora, já virei GALERA. (se trabalho na ANATEL,
sou COLABORADOR). Para o Juiz sou RÉU. Pro Delegado, O INDICIADO e,
quando morrer... uns dirão... FINADO, outros... DEFUNTO, para outros...
EXTINTO, para o povão... PRESUNTO... Em certos círculos espiritualistas serei...
DESENCARNADO, evangélicos dirão que fui... ARREBATADO...
E o pior de tudo é que para todo governante sou apenas um IMBECIL !!!
E pensar que um dia já fui mais EU.
Luiz Fernando Veríssimo.
66. Pós- Modernismo
Alguns cientistas sociais argumentam que houve tanta fragmentação
cultural nas ultimas décadas que um novo termo é necessário para
caracterizar a cultura do nosso tempo: pós-modernismo.
Fim do século XIX e primeira metade do século XX: era da
modernidade: crença na inevitabilidade do progresso, pelo respeito
à autoridade e pelo consenso a valores centrais
Um bom indicador da influência e do alcance da globalização é a
difusão da língua inglesa desde 1600. Razões dessa difusão hoje.
Resistências
67. Preocupação e ceticismo, se por um lado o pós-
modernismo tem trazido preocupações, por outro lado,
torna as pessoas mais tolerantes em relação às diferenças e
encoraja um ceticismo saudável em relação a promessas
políticas e cientificas cor-de-rosa e ingênuas.
Cultura pós-
moderna
uma mistura eclética de elementos de diferentes tempos e
lugares. Ex. a religião. Os indivíduos escolhem sua
religião como escolhem mercadorias numa loja. O
mercado religioso é cada vez mais competitivo.
A erosão da autoridade. Ex. diminuição da autoridade nas
famílias, instituições,escolas, governo, medicina, etc.
Aumento da frustração, insatisfação, medo.
O declínio do consenso em relação a valores centrais. Ex.
o fim na crença nos Grandes Projetos Históricos, da
crença de que o progresso era inevitável e de que a vida
sempre melhorará, principalmente como resultado da
expansão da democracia e da inovação cientifica.
Pós- Modernismo
68. A Cultura como coerção
Há dois aspectos da cultura que atuam como forças coercitivas
em nossas vidas: a racionalização e o consumismo
Racionalização e Tempo
A valorização positiva da ciência, tecnologia, eficiência e
praticidade levou ao que Max Weber chamou de
racionalização.
Significa (1) o uso dos meios mais eficientes para se conseguir
determinados objetivos e (2) as consequências não pretendidas ou
não intentadas que decorrem desse uso.
69. A partir do século XV, o aumento de demanda por produtos
têxteis na Europa fez com que os donos de teares buscassem
formas de aumentar a produtividade: impuseram jornadas mais
longas aos seus empregados e adotaram uma nova tecnologia
para auxiliá-los na tarefa: os relógios mecânicos(
Werkglocken:relógio de trabalho).
Havia relógios públicos nas praças das cidades. O relógio
mecânico já tinha sido adotado na Idade Media pelos monges
para impor um ritmo diário preciso para as preces.
Racionalização e Tempo
O regime de trabalho tornou a vida mais dura. Houve resistência,
o que levou a penas severas, inclusive pena de morte.
70. Hoje ainda, 7000 anos depois, somos escravos do relógio. Não há
somente o relógio na sala, na torre da Igreja, no escritório, na
fabrica, mas também no pulso. Ex. um casal que trabalha fora em
tempo integral e que tem filhos: sua rotina, de manhã até à noite.
Aceitamos e internalizamos o o regime do Werkglock, como
uma coisa natural. Torna-se um produto da cultura.
A regulação precisa do tempo é racional? Ela é certamente
racional como forma de assegurar eficiência. Prestar atenção no
relógio maximiza a quantidade de trabalho que você pode
desempenhar num dia, seja o horário do metrô ou horário do
inicio de uma aula, ou uma reunião na empresa. Exemplo do
restaurante de Tóquio .Blim, pg. 97.
Racionalização e Tempo
71. Weber argumenta que a racionalidade dos meios invadiu todas as
esferas da vida, até mesmo a linguagem, trazendo conseqüências
não pretendidas que nos desumanizam e nos coagem.
A racionalização é um dos aspectos mais restritivos ou coercitivos da
cultura. De acordo com Weber, a racionalização torna a vida no mundo
moderno semelhante à vida dentro de uma “jaula de ferro”.
Mas é racional como um fim em si mesmo? Para muitos ela se
tornou exagerada. Um meio racional ( o relogio) foi aplicado a
um dado fim( maximização do trabalho), mas levou a um fim
irracional (uma vida muito agitada).
Racionalização e Tempo
72. 2. Consumismo
Consumismo é a tendência de nos autodefinirmos em termos de bens
e serviços que compramos. Trata-se da forma contemporânea de
valorização do progresso material que torna a vida mais fácil.
As grandes lojas de departamento têm se destacado na propaganda
de varejo, por meio de estratégias de marketing, criando símbolos
com os quais os consumidores se identificam.
Os produtos e seus preços aparecem rapidamente numa sucessão de
imagens que enfatiza muito mais o estilo de vida e o comportamento
dos personagens do que os produtos., Cria-se a idéia de que são os
“benefícios emocionais” que vendem os produtos.. Ex. Ideais como
sucesso, conquista, juventude, simpatia, sensualidade e beleza.
73. Dado que a propaganda estimula as vendas, as empresas gastam cada
vez mais tempo e dinheiro com ela. Muitas pessoas parecem ter se
transformado em propaganda ambulante.. Desfilam orgulhosamente as
etiquetas de suas roupas e acessórios como símbolos de status e
identidade. A propaganda torna-se assim parte do que somos.
“Consumo, logo existo”.
O processo de racionalização quando aplicado à produção de bens e
serviços, nos permite produzir com maior eficiência e ter mais coisas do
que os nossos pais tiveram.
2. Consumismo
74. O consumismo é a tendência de nos definirmos em termos
dos produtos que compramos, que assegura que todos os
bens que produzimos serão comprados. Temos escolhas no
mercado, mas compramos os produtos que ajudam a nos
identificar como membros de uma subcultura particular, ou
seja como adeptos de um conjunto de valores, normas e
práticas distintos dentro de uma cultura mais ampla.
2. Consumismo
75. Consequências
negativas
Degradação do meio ambiente
Diminuição da liberdade e
individualismo, inclusive atos de rebeldia
Perda do poder de mudanças
Cooptação dos atos de rebeldia,
transformando-os em meios de se ganhar
dinheiro
2. Consumismo
Tendemos a ser bons consumidores, motivados pela publicidade. Ela
nos induz a comprar, mesmo que tenhamos de contrair grandes
dívidas. Mesmo o que há de melhor neste estilo de vida, ele é
compulsório, diz o sociólogo Baudrillard.
76. 2
Componentes e Níveis de Cultura
Tal como depreendeu da definição da própria cultura, esta envolve
vários elementos tais como atitudes, valores, conhecimentos,
costumes. Contudo, é necessário frisar que a Cultura é uma totalidade e
não um aspecto particular ou parcial da actividade mental ou de uma
manifestaçãohumana.
Contudo, é necessárioenfatizar que ocomportamento individualapesar
de estar sujeito a regras culturais, nem sempre segue o ditado ou as
regras. Aí surge o que podemos chamar de: nível ideal da cultura (o que
os indivíduos deveriam fazer ou o que dizem estar a fazer) e nível real
da cultura (o que fazem realmente no seu comportamento observável).
Mas,nemporissoo nívelidealdeixade pertencerà realidade.
77. 2
Componentes e Níveis de Cultura
Tal como depreendeu da definição da própria cultura, esta envolve
vários elementos tais como atitudes, valores, conhecimentos,
costumes. Contudo, é necessário frisar que a Cultura é uma
totalidade e não um aspecto particular ou parcial da actividade
mentaloudeumamanifestaçãohumana.
Contudo, é necessário enfatizar que o comportamento individual
apesar de estar sujeito a regras culturais, nem sempre segue o
ditado ou as regras. Aí surge o que podemos chamar de: nível ideal
da cultura (o que os indivíduos deveriam fazer ou o que dizem
estar a fazer) e nível real da cultura (o que fazem realmente no
seu comportamento observável). Mas, nem por isso o nível ideal
deixadepertencerà realidade.
78. 2
As Características da Cultura
A Cultura apresenta várias características. Se por um lado há
um mundo visível, palpável, constituído por artefactos,
fazendo parte da cultura e do carácter material, por outro
existe o invisível, expresso de forma simbólica. Assim, a
outranaturezaé o seu caráctersimbólico.
A Cultura é social, na medida em que ela se forma, se
partilha e se transmite no interior de um grupo social e
nuncaem indivíduosseparados.
79. 2
As Característicasda Cultura
As práticas sociais e culturais são algo que duram no
tempo. Nada é passageiro, mesmo que varie a forma da
sua manifestação. É por causa disso que se diz que a
Cultura é estável. Mas também ela é dinâmica. À primeira
vista parece haver uma contradição entre a estabilidade e
o dinamismo.Mas elesestãointrinsecamenteligados.
A Cultura é dinâmica, na medida em que está em
constante transformação, sempre que existir uma causa
para o efeito. Essa dinâmica pode ser encontrada no
interiorde um grupo de pessoasou no seu conjunto.
80. 2
As Característicasda Cultura
A cultura é também selectiva, na medida em que integra
os valores, códigos, sistemas que um determinado grupo
acha pertinentes. Assim, há uma avaliação inicial dos
novos elementos, que culmina com a aceitação ou
rejeiçãodos mesmosnumacultura determinada.
A Cultura é determinante e determinada: Se por um lado a
Cultura é fruto da actividade mental do Homem, este
acaba sendo o produto da Cultura. O Homem depois de
nascer é circunscrito a um ambiente cultural, regendo-se
por comportamentose normaspré-estabelecidas.
81. 2
As Característicasda Cultura
A Cultura é universal, regional e local. É universal na
medida em que todo o ser humano é um ser cultural. Não
há um homem que não tenha cultura. Os Universais
Culturais, que você verá mais adiante, são o sinónimo
dessa universalidade da Cultura, mesmo que se saiba que
a maneirade expressá-losé muitas vezes diferente.
82. 2
A descobertae Invenção
A enculturacão
Define-se como Enculturação, o processo educativo pelo
qual os membros duma cultura se tornam conscientes e
comparticipantes da própria cultura (Bernardi, 1978, p. 92).
Elapressupõe a transmissãoda culturajá estabelecida.
Ela ocorre de maneira formal, quando transmitida em
instituições e modos rigidamente estabelecidos e, de
maneira informal, na vida quotidiana, com a familia, grupo de
amigos,clubes,etc.
A Enculturação tem fins normativos: as normas sociais (leis,
tradições, usos e costumes); função de controlo social e
carácterinstitucionalnuma determinadaárea cultural.
83. 2
A descobertae Invenção
Aculturação
A Aculturação é um processo que resulta das relações
existentes entre várias culturas e aos efeitos que derivam
dessasrelações.
A Aculturação é uma transformação cultural em curso, dos
etnemas de um determinado grupo sob a influência de um
outro. Quando os contactos entre dois grupos ocorrem entre
povos que partilham a mesma fronteira resulta uma osmose
cultural, com o entrelaçamento de certos etnemas das duas
áreas culturaismarginais.
84. 2
A descobertae Invenção
A Globalização
Globalização é o processo por meio do qual economias,
Estados e cultura previamente separados estão se
relacionando e as pessoas estão ficando cada vez mais
conscientesde sua interdependência.
Raízesda globalização:
Expansãodo comerciointernacional;
Emigraçãode gruposraciaisétnicos;
Aumento de organizações“transnacionais”;
Meios de comunicação de massa.
85. 2
Os Factoresda Cultura
Existemquatrofactoresde cultura,nomeadamente:
O homem(anthropos);
A sociedade(ethnos);
O ambiente(oikos)e;
O tempo(chronos).
Tais factores participam, de formas diferentes, na
emergênciada cultura.
86. 2
A IdentidadeCultural
Quando alguém diz que é Docente ou Estudante; Jornalista;
Shangana, Português ou Chinês; é Cristão, é Feminista ou
Machista,a que se está a referir?
Estas expressões antecipam-se a um conjunto de diferentes
níveis de Identidade: Identidade Colectiva, Identidade Étnica,
Identidade de Género, Identidade Profissional, Identidade
Nacional, Identidade Pessoal, Identidade Comportamental,
IdentidadeReligiosa, etc.
87. 2
A IdentidadeCultural
Assim sendo, existem vários tipos de identidade. Todos eles
expressam a pertençaa um grupo ou categoriade pessoas.
A identidade constrói socioculturalmente a semelhança
interna de um grupo pensado como homogéneo (mesmo que
não o seja, como ficou vincado com o exemplo da Comunidade
Europeia), e a diferença (heterogeneidade e diversidade) face
a outrosgrupos.
88. 2
A IdentidadeCultural
A identidade pode ser objectivada, isto é, pensada como
continuidade da base ecológica (território, meio natural),
da base social (população), da base temporal (história) e
da base cultural(traçosculturais).
Mas também pode ser subjectivada, através da
construção da diferença, na auto definição da imagem
endógena ou interna, na definição da imagem exógena e
no sentimento de identificação e pertença. (ex.: bandeira,
escudos,mitos,ícones,folclore,leis,etc.
90. 2
A CulturaMateriale a Evoluçãodo Homem
A cultura material centra-se no estudo das relações
humanas com o ambiente, o que vulgarmente se chama
“artesindustriais”ou “tecnologia”.
Contudo, ela abrange não só o que os seres humanos tiram do
seu ambiente físico, mas o que também dão à área que os
rodeia. Assim, a Cultura material é entendida como o
conjunto de objectos, valores, significados simbólicos e
formas de comportamento repetitivas que guiam a conduta
dos membros individuais de uma sociedade, transformando-
a ou explorando-amaterialmente.
91. 2
A CulturaMateriale a Evoluçãodo Homem
No estado evolutivo do homem, que hoje já somos (homo
sapiens- sapiens), dá-se conta de terem existido outras
etapas anteriores como Homo Australopithecus e outros.
Estes eram caracterizados pelo uso de instrumentos de
pedra (seixos) e pelo surgimento da primeira linguagem; que
passa a usar as raspadeiras, vida em cavernas e início do uso
do fogo; depois foi a vez do Homo Sapiens, seguido pelo Homo
Sapiens-Sapiens, istoa 10 000anosa. C.
As suas características fundamentais, são o uso de
instrumentos sofisticados, práticas de cerimónias e pinturas
rupestres.
92. 2
Ecologia na Relação Homem- Meio
Ambiente
o Meio Ambiente (a ecologia) pode influir na Cultura Material,
porque é do ambiente que brotam todas as coisas, isto é, em
cada ambiente estão lá as condições que vão ditar o tipo de
matérias- primas; que vão permitir a descoberta e invenção
que, por sua vez, constituem os pontos de partida para todo
crescimentoe modificaçõesculturais.
93. 2
Ecologia na Relação Homem- Meio
Ambiente
o Meio Ambiente (a ecologia) pode influir na Cultura Material,
porque é do ambiente que brotam todas as coisas, isto é, em
cada ambiente estão lá as condições que vão ditar o tipo de
matérias- primas; que vão permitir a descoberta e invenção
que, por sua vez, constituem os pontos de partida para todo
crescimentoe modificaçõesculturais.
94. 2
Noção de Sociedade de Caça- Colecta e
Sociedadede Agriculturade Savana.
Processosde Transiçãona Históriade Moçambique
Na economia de caçadores-recolectores, os homens
vão buscar a sua subsistência à natureza “sem
trabalharnem a restaurar”.
Ao contrário, com a agricultura, este território é
transformado em terreno de cultivo; aí seinveste
trabalho para lhe conferir uma forma perdurável e
organizar a reconstituição das suas capacidades
produtivas.
95. 2
Processos de Transiçãona Históriade Moçambique
1. Caçadores-colectores.
a) Produção:
A economiaé de punção;
A terra comoobjectode trabalho;
Os instrumentos de trabalho (rudimentares) são
propriedadeindividual;
As unidades de produção confundem-se com os
bandos ou hordas. O grupo primitivo é constituído por
um númerorestritode indivíduosdosdoissexos;
Há cooperaçãonosprocessosde trabalho.
96. 2
Processos de Transiçãona Históriade Moçambique
1. Caçadores-colectores.
b) Reprodução:
A reunião de grupos constitutivos e as suas alianças
são comandadas não apenas pelas exigências da
produção ou toca, mas pelos imperativos da
reprodução
O parentesco e em particular o problema de filiação na
comunidadede caçadores aindanãoé relevante.
97. 2
Processos de Transiçãona Históriade Moçambique
1. Caçadores-colectores.
c) A colecta:
A colecta exige frequentemente o percurso de longa
distância. Ela faz-se em grupo para se proteger face
aos animaisselvagens.
Requer portanto não só uma preparação física como
um conhecimento preciso das plantas, dos lugares dos
animais perigosos, dos meios de protecção
relativamentea estes,etc.
98. 2
Processos de Transiçãona Históriade Moçambique
1. Caçadores-colectores.
d) A caça:
A caça e a armadilhagem de pequenos animais são
correntemente praticadas na proximidade imediata dos
campos.Estasactividades requerem:
Conhecimentostécnicos;
Conhecimentosdas práticasmágicas;
Divisão técnica e social do trabalho é feita por sexo e
idade.
99. 2
Processos de Transiçãona Históriade Moçambique
2. A comunidadedoméstica deAgricultores
a) Alongamentodo diade trabalho;
b) Domesticaçãodas plantase dos animais;
c) Sedentarizaçãoe a definiçãodo território;
d) Elevaçãodonível das forçasprodutivas;
e) Passagem da terra passou a constituir-se em meio de
trabalho;
100. 2
Processos de Transiçãona Históriade Moçambique
2. A comunidadedoméstica deAgricultores
f) Pelo desenvolvimento de actividades paralelas: a caça e
a colecta;
g) Estabelecimento de relações sociais de produção por
via do parentesco;
h) Emergência do poder como função dos anciãos sobre os
gruposde produção
102. 2
O Parentesco
O termo Parentesco não é de fácil definição. Uma definição
simples considera que o Parentesco seja “um vínculo que
liga os indivíduos entre si em vista da geração e da
descendência”(Bernardi,1978, p. 259).
O Parentesco é um sistema simbólico de denominação das
posições relativas aos laços de descendência e de afinidade.
O Parentescoé definidoem referência a um indivíduo(Ego).
103. 2
As Unidades Funcionais do Parentesco e a Sua
Importância
O Parentesco tem uma base operatória, pela qual se
identificam as relações sociais entre os membros em
referência.Trata-seaquida Parentela eda Família.
A Parentela é um grupo de pessoas que se forma à volta de
um Ego. Contudo, a Parentela não envolve necessariamente
uma descendência. Você tem uma teia de relações, que
entretanto não tem relação com os seus antepassados ou
descendentesdirectos.
104. 2
As Unidades Funcionais do Parentesco e a Sua
Importância
Quando se fala da importância social da Família reconhece-
se geralmente o alto grau de relevância desta no
ordenamento social. A Familia desempenha várias funções:
de reprodução; de socialização dos filhos; produtiva ou
económica, necessária para a perpetuação da vida e
satisfação das necessidades vitais; jurídica, na medida em
que ela é proprietária de objectos, dotada de direitos e
deveres; religiosa, onde os membros séniores (pai ou mãe)
propiciamalgunscultos.
105. 2
As Formas do Parentesco
Segundo a forma como os vínculos se formaram ou o
Parentesco surgiu, este pode ser real (a
consanguinidade), fictício (o da adopção) e o das
relaçõesde aliança.
Em função destes pressupostos, surgem os Parentes
Consanguíneose Aliados ou Afins.
106. 2
As Formas do Parentesco
Os Parentes Consanguíneos compreendem os da linha recta, isto é, os
ascendentes (os que nasceram antes de um Ego ou de você, como os
seus avôs e pais) e os descendentes (os que nasceram depois do
mesmoEgoou de vocêmesmo,comoos seusfilhos,os seusnetos.
Os Parentes Aliados são os indivíduos ligados a um determinado grupo
de Parentesco por via de casamento. São os membros com que se têm
as relações de afinidade. Estas relações surgem partindo-se do
pressuposto segundo o qual na família, marido e mulher não são
parentesconsanguíneos.
107. 2
As Formas do Parentesco
Os Parentes Adoptivos ou Fictícios são os que resultam de um
processo de adopção de um indivíduo por membros que não
têm nenhumarelaçãode consanguinidade.
108. 2
Os Esquemas do Parentesco
Por uma questão operatória, a Antropologia usa
diferentes símbolos e esquemas de Parentesco, os
quais permitem, a qualquer leitor, identificar as
relações entre os diferentes membros do grupo
social em referência ou representado. Assim, os
seguintes símbolos têm o significado que está logo a
seguir:
109. 2
Os Esquemas do Parentesco
Indivíduo de sexo indiferenciado (isto é, pode ser
Homemou mulher);
Indivíduofalecido;
Indivíduodo sexomasculino;
Indivíduodo sexofeminino;