SlideShare a Scribd company logo
1 of 34
DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA
DOUTRINA EUCARÍSTICA: da Patrística ao
Concílio de Trento (Missal de Pio V)
“Depois, tendo consultado os escritos dos
antigos e de autores aprovados, que nos
deixaram documentos relativos à
organização destes mesmos ritos, eles
restituíram o Missal propriamente dito à
norma e ao rito dos Santos Padres”.
(Bula Quo Primum Tempore – São Pio V)
“O Ordinário da missa deve ser revisto, de
modo que se manifeste mais claramente a
estrutura de cada uma das suas partes bem
como a sua mútua conexão, para facilitar uma
participação piedosa e ativa dos fiéis. Que os
ritos se simplifiquem, bem respeitados na sua
estrutura essencial; sejam omitidos todos os
que, com o andar do tempo, se duplicaram ou
menos utilmente se acrescentaram; restaurem-
se, porém, se parecer oportuno ou necessário e
segundo a antiga tradição dos Santos Padres,
alguns que desapareceram com o tempo”
(Sacrosanctum Concilium, n. 50)
Afresco na cripta de Santa Lucina/Séc. II
O testemunho dos Santos Padres a
respeito da Celebração Eucarística
A formação da Liturgia Romana
expressa nos antigos
sacramentários
As controvérsias eucarísticas
medievais
As definições doutrinais
eucarísticas
do Concílio de Trento
O ÁGAPE FRATERNO
“Sem o bispo, não é permitido nem batizar nem
celebrar o ágape” (S. Inácio de Antioquia)
“Os cristãos estão habituados a se reunirem
em determinado dia, antes do nascer do sol, e
cantar um cântico a Cristo, que eles têm como
Deus. De tarde, reúnem-se de novo em uma
ceia comum em favor dos mais pobres,
chamada ágape”
(Plínio na Epistola a Trajano 10,96).
“Celebre a Eucaristia assim: Diga primeiro sobre o cálice:
‘Nós te agradecemos, Pai nosso, por causa da santa vinha
do teu servo Davi, que nos revelaste através do teu servo
Jesus. A ti, glória para sempre’. Depois diga sobre o pão
partido: ‘Nós te agradecemos, Pai nosso, por causa da
vida e do conhecimento que nos revelaste através do teu
servo Jesus. A ti, glória para sempre. Da mesma forma
como este pão partido havia sido semeado sobre as
colinas e depois foi recolhido para se tornar um, assim
também seja reunida a tua Igreja desde os confins da
terra no teu Reino, porque teu é o poder e a glória, por
Jesus Cristo, para sempre’. Que ninguém coma nem beba
da Eucaristia sem antes ter sido batizado em nome do
Senhor pois sobre isso o Senhor disse: ‘Não deem as
coisas santas aos cães’” (Didaqué, Cap. IX)
“Após ser saciado, agradeça assim: ‘Nós te agradecemos,
Pai Santo, por teu santo nome que fizeste habitar em nossos
corações e pelo conhecimento, pela fé e imortalidade que
nos revelaste através do teu servo Jesus. A ti, glória para
sempre. Tu, Senhor onipotente, criaste todas as coisas por
causa do teu nome e deste aos homens o prazer do alimento
e da bebida, para que te agradeçam. A nós, porém, deste
uma comida e uma bebida espirituais e uma vida eterna
através do teu servo. Antes de tudo, te agradecemos porque
és poderoso. A ti, glória para sempre. Lembra-te, Senhor, da
tua Igreja, livrando-a de todo o mal e aperfeiçoando-a no teu
amor. Reúne dos quatro ventos esta Igreja santificada para o
teu Reino que lhe preparaste, porque teu é o poder e a glória
para sempre. Que a tua graça venha e este mundo passe.
Hosana ao Deus de Davi. Venha quem é fiel, converta-se
quem é infiel. Maranatha. Amém." (Didaqué, Cap. X)
“Reúna-se no dia do Senhor para partir o
pão e agradecer após ter confessado seus
pecados, para que o sacrifício seja puro.
Aquele que está brigado com seu
companheiro não pode juntar-se antes de
se reconciliar, para que o sacrifício
oferecido não seja profanado. Esse é o
sacrifício do qual o Senhor disse: ‘Em todo
lugar e em todo tempo, seja oferecido um
sacrifício puro porque sou um grande rei -
diz o Senhor - e o meu nome é admirável
entre as nações’” (Didaqué, Cap. XIV)
“Eles se abstenham da Eucaristia e da oração,
porque não reconhecem que a Eucaristia é a
carne de nosso Salvador Jesus Cristo, carne
que padeceu por nossos pecados e que o Pai,
em Sua bondade, ressuscitou”
“Por legítima seja tida tão somente a
Eucaristia, feita sob a presidência do bispo ou
por delegado seu”
(S. Inácio de Antioquia,
Carta aos Esmirnenses, Cap. 7-8)
“...partindo um mesmo pão, que é o remédio da
imortalidade, antídoto contra a morte, mas vida
em Jesus Cristo para sempre”
(S. Inácio de Antioquia,
Carta aos Efésios, Cap. 20)
“Sede solícitos em tomar parte numa só
Eucaristia, porquanto uma é a carne de Nosso
Senhor Jesus Cristo, um o cálice para a união
com Seu sangue; um o altar, assim como também
um é o Bispo, junto com seu presbitério e
diáconos, aliás meus colegas de serviço. E isso,
para fazerdes segundo Deus o que fizerdes.”
(S. Inácio de Antioquia,
Carta aos Filadelfios, Cap. 4)
“No dia que chamam Dia do Sol, realiza-se a reunião num mesmo
lugar de todos os que habitam a cidade ou o campo. Leem-se as
memórias dos Apóstolos e os escritos dos Profetas, tanto quanto o
tempo o permite. Quando o leitor acabou, aquele que preside toma a
palavra para incitar e exortar à imitação dessas belas coisas. Em
seguida, levantamo-nos todos juntamente e fazemos orações por nós
mesmos […] e por todos os outros, […] onde quer que estejam, para
que sejamos encontrados justos por nossa vida e ações, e fiéis aos
mandamentos, e assim obtenhamos a salvação eterna. Terminadas
as orações, damo-nos um ósculo uns aos outros. Depois, apresenta-
se àquele que preside aos irmãos pão e uma taça de água e vinho
misturados. Ele toma-os e faz subir, segundo o poder que está nele,
louvor e glória ao Pai do universo, pelo nome do Filho e do Espírito
Santo, e dá graças (em grego: eucharistian) longamente, por termos
sido julgados dignos destes dons. Quando ele termina as orações e
ações de graças, todo o povo presente aclama: Amém. […] Depois de
aquele que preside ter feito a ação de graças e de o povo ter
respondido, aqueles a que entre nós chamamos diáconos distribuem
a todos os que estão presentes pão, vinho e água ‘eucaristizados’ e
também os levam aos ausentes”
(São Justino, Apologia, cap. 67)
“Este alimento se chama entre nós Eucaristia. Do qual
a ninguém é lícito participar, apenas aos que creem
que nossa doutrina é verdadeira, e que tenham sido
purificados com o Batismo para o perdão dos pecados
e para a regeneração e que vivem como Cristo
ensinou. Porque estas coisas não são tomadas como
pão ordinário, nem bebida ordinária, mas, assim como
o Verbo de Deus, tendo-se encarnado, Jesus Cristo
Nosso Salvador, teve carne e sangue para nossa
salvação, assim também nos ensinou que o alimento
eucaristizado mediante a palavra da oração
procedente dele – alimento de que nosso sangue e
nossa carne se nutrem visando a nossa
transformação – é a carne e o sangue daquele Jesus
que se encarnou’” (São Justino, Apologia, cap. 66)
“A oferenda da flor de farinha, senhores, que se mandava
oferecer pelos que se purificavam da lepra, era figura do pão
da eucaristia que Nosso Senhor Jesus Cristo mandou oferecer
em memória da paixão que Ele padeceu por todos os homens
que purificam suas almas de toda maldade, a fim de que
justamente demos graças a Deus por ter criado o mundo e por
tudo o que há nele por amor do homem, por nos ter livrado da
maldade em que caímos e ter destruído com destruição
completa aos principados e potestades (...)”
(São Justino, Diálogo com Trifão, cap. 41).
“É evidente que também fala nesta profecia (Is 33) sobre o pão
que nosso Cristo nos mandou celebrar em memória de ter feito
o homem (...) e do cálice que em recordação do seu sangue nos
mandou igualmente consagrar com ação de graças”
(São Justino, Diálogo com Trifão, cap. 70).
“Se, pois, a mistura do cálice e pão recebem a palavra de Deus
tornando-se a Eucaristia do sangue e do corpo de Cristo, pelos
quais cresce e se fortifica a substância de nossa carne, como
se haverá de negar à carne, assim nutrida com o corpo e
sangue de Cristo, e feita membro do seu corpo, a aptidão de
receber o dom de Deus, a vida eterna? Assim como a muda da
videira, depositada na terra, depois frutifica, e o grão de trigo,
caído no solo e destruído, ressurge multiplicado pela ação do
Espírito de Deus que tudo sustém; e em seguida pela arte dos
homens se fazem dessas coisas vinho e pão, que pela palavra
de Deus se tornam a Eucaristia, corpo e sangue de Cristo;
assim também nossos corpos, alimentados com a Eucaristia,
ao serem depositados na terra e aí destruídos, vão ressurgir
um dia para a glória do Pai, quando a palavra de Deus lhes der
a ressurreição. O Pai reveste de imortalidade o que é mortal,
dá gratuitamente a incorrupção ao que é corruptível, pois o
poder de Deus se manifesta na fragilidade”
(Santo Ireneu, Contra as heresias, IV e V)
“Logo que se tenha tornado bispo, ofereçam-lhe todos o ósculo da paz, saudando-o
por ter se tornado digno. Apresentem-lhe os diáconos a oblação e ele, impondo as
mãos sobre ela, dando graças com todo o presbiterium, diga: O Senhor esteja
convosco. Respondam todos: E com o teu espírito. – Corações ao alto! – Já os
oferecemos ao Senhor. – Demos graças ao Senhor. – É digno e justo. E prossiga a
seguir: Graças te damos, Deus, pelo teu Filho querido, Jesus Cristo, que nos últimos
tempos nos enviastes, Salvador e Redentor, mensageiro da tua vontade, que é o teu
Verbo inseparável, por meio do qual fizestes todas as coisas e que, porque foi do teu
agrado, enviaste do Céu ao seio de uma Virgem; que, aí encerrado, tomou um corpo
e revelou-se teu Filho, nascido do Espírito Santo e da Virgem. Que, cumprindo a tua
vontade – e obtendo para ti um povo santo – ergueu as mãos enquanto sofria para
salvar do sofrimento os que confiaram em ti. Que, enquanto era entregue à
voluntária Paixão para destruir a morte, fazer em pedaços as cadeias do demônio,
esmagar os poderes do mal, iluminar os justos, estabelecer a Lei e dar a conhecer a
Ressurreição, tomou o pão e deu graças a ti, dizendo: Tomai, comei, isto é o meu
Corpo que por vós será destruído; tomou, igualmente, o cálice, dizendo: Este é o
meu Sangue, que por vós será derramado. Quando fizerdes isto, fá-lo-eis em minha
memória. Por isso, nós que nos lembramos de sua morte e Ressurreição,
oferecemos-te o pão e o cálice, dando-te graças porque nos considerastes dignos
de estar diante de ti e de servir-te. E te pedimos que envies o Espírito Santo à
Oblação da santa Igreja: reunindo em um só rebanho todos os fiéis que recebemos a
Eucaristia na plenitude do Espírito Santo para o fortalecimento da nossa fé na
verdade, concede que te louvemos e glorifiquemos, pelo teu Filho Jesus Cristo, pelo
qual a ti a glória e a honra – ao Pai e ao Filho, com o Espírito Santo na tua santa
Igreja, agora e pelos séculos dos séculos. Amém”
(Tradição Apostólica de Hipólito Romano).
A mistura da água com o vinho, no cálice, é
símbolo da comunidade eclesial intimamente
unida ao seu Senhor, Cristo
(São Cipriano de Cartago)
“Olha, fogo e espírito, no seio da que te deu à luz.
Olha, fogo e espírito no rio donde foste batizado.
Olha, fogo e espírito no pão e no vinho, fogo e
Espírito Santo”
(Santo Efrém de Nisibe, Hino 10 sobre a fé)
“Como o pão da eucaristia, depois da invocação
do Espírito Santo, já não é simples pão, mas o
corpo de Cristo”
(São Cirilo de Jerusalém, Catequeses Mistagógicas)
“O lavar-nos as mãos é símbolo de que convém que nos
limpemos de todos os pecados e iniquidades. Porque
as mãos são símbolo da ação: ao lavá-las,
manifestamente significamos a pureza e integridade
das obras”
(São Cirilo de Jerusalém, Catequeses Mistagógicas, Catequese V).
//Há a primeira menção ao “Santo” dentro da Anáfora.
“Faz da mão esquerda um trono para a direita, como se
fosse receber um rei. E com a cavidade da mão recebe
o corpo de Cristo respondendo o ‘amém’ (...) estando
ainda úmidos teus lábios, toca-os com as mãos,
santifica os olhos, a fronte e todos os demais sentidos”
(São Cirilo de Jerusalém, Catequeses Mistagógicas, Catequese V).
“Muitos cristãos saem da igreja e contemplam fileiras
de pobres que formam como muralhas em ambos os
lados e passam longe, sem se comover, como se
vissem colunas e não corpos humanos. Apertam o
passo como se vissem estátuas sem alma em lugar de
homens que respiram. E, depois de tamanha
desumanidade, se atrevem a levantar as mãos ao céu
e pedir a Deus misericórdia e perdão pelos seus
pecados. (...) Queres honrar o Corpo de Cristo? Então
não o desprezes nos seus membros, isto é, nos pobres
que não têm que vestir, nem o honres no templo com
vestes de seda, enquanto o abandonas lá fora ao frio
e à nudez... Que proveito resulta de a mesa de Cristo
estar coberta de taças de ouro, se ele morre de fome
na pessoa dos pobres? Sacia primeiro o faminto, e
depois adornarás o seu altar com o que sobrar”
(São João Crisóstomo)
A ESTRUTURAÇÃO DA LITURGIA ROMANA
(SÉCULO IV-VIII)
- Diferentes livros litúrgicos//Diferentes ministérios
- Sacramentários:
Leoniano (ou Veronense) – Leão Magno (+461)
Gelasiano (Séc. VII-VIII)
Gregoriano – Gregório Magno (+604)
A MISSA PAPAL DOS SÉCULOS VI-VIII (ORDO ROMANUS I):
1. Recepção do papa que vem em cortejo desde o Palácio Laterano
e se reveste na sacristia;
2. Começa o Canto de Entrada, entra o papa pelo meio da
assembleia já reunida, acompanhado de seus ministros e acólitos,
com incenso e candelabros, beija o altar, o coro canta o Kyrie e o
Glória. Estes ritos se concluem com a oração coleta.
3. A Liturgia da Palavra: a leitura da epístola e do evangelho, o
canto responsorial no meio; já não se fala de homilia e preces.
4. O ofertório se faz com uma longa procissão de oferendas por
parte dos fiéis e a preparação do altar pelos ministros: conclui-se
com a oração sobre as oferendas.
5. A oração eucarística é recitada pelo papa sozinho, os demais
sacerdotes estão em pé, ao seu lado, em atitude reverente.
6. A comunhão: com o Pai nosso, o beijo da paz, a fração; o papa
comunga em sua sede; demora muito a distribuição da comunhão
sob as duas espécies aos fiéis; conclui-se com a oração pós-
comunhão.
7. Despedida e volta à sacristia.
CONTROVÉRSIAS EUCARÍSTICAS
NA IDADE MÉDIA
Tensão entre uma interpretação realista (Pascásio
Radberto) e outra simbólica a respeito da
Eucaristia (Ratramo) (Séc. IX)
Berengário de Tours (+1088): nega a presença real
e a transformação eucarística
“Ora, existe uma Igreja universal
dos fiéis, fora da qual
absolutamente ninguém se salva,
e na qual o mesmo Jesus Cristo é
sacerdote e sacrifício, cujo corpo
e sangue são contidos
verdadeiramente no sacramento
do altar, sob as espécies do pão e
do vinho, pois que, pelo poder
divino, o pão é transubstanciado
no corpo e o vinho no sangue; de
modo que, para realizar
plenamente o mistério da
unidade, nós recebemos dele o
que Ele recebeu de nós”
(IV Concílio de Latrão, 1079)
Crítica dos reformadores
- Excessos e erros
- Recusa do cálice aos leigos
- A doutrina da
Transubstanciação e a
adoração eucarística
- A missa de dom passa a ser
sacrifício humano
“Em primeiro lugar, o santo Sínodo ensina e professa aberta e
simplesmente que, no sublime sacramento da santa Eucaristia,
depois da consagração do pão e do vinho, nosso Senhor Jesus
Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, está contido
verdadeira, real e substancialmente sob a aparência daquelas
coisas sensíveis. Pois não há contradição em que o mesmo nosso
Salvador esteja sempre sentado à direita do Pai nos céus, segundo
o modo natural de existir, e que, não obstante, esteja para nós
sacramentalmente presente em sua substância, em muitos outros
lugares, segundo um modo de existência que, embora mal o
possamos exprimir em palavras, podemos reconhecer pelo
pensamento iluminado pela fé como possível para Deus e no qual
devemos crer firmemente” (DH, 1636).
13ª SESSÃO
PRESENÇA REAL
“(...) imediatamente depois da consagração, o
verdadeiro corpo de nosso Senhor e seu
verdadeiro sangue, unidos à sua alma e
divindade, existem sob a espécie do pão e do
vinho. O corpo está sob a espécie do pão e o
sangue sob a espécie do vinho por força das
palavras, enquanto o corpo está sob a espécie
do vinho e o sangue sob a espécie do pão e a
alma sob ambas as espécies por força daquela
natural conexão e concomitância pela qual se
unem entre si as partes do Cristo Senhor, que já
ressuscitou dentre os mortos e não mais
morrerá. A divindade está presente por causa
daquela sua admirável união hipostática com o
corpo e a alma” (DH, 1640).
“(...) pela consagração do pão e do
vinho realiza-se uma mudança de toda
a substância do pão na substância do
corpo de Cristo, nosso Senhor e de
toda a substância do vinho na
substância do seu sangue. Esta
mudança foi denominada,
convenientemente e com propriedade,
pela santa Igreja católica,
transubstanciação” (DH, 1642).
“Não há, pois, razão de duvidar que
todos os fiéis cristãos, segundo o
costume recebido desde sempre na
Igreja católica, devem render, na
veneração deste santíssimo
sacramento, o culto de latria, devido
ao verdadeiro Deus. Nem se deve
adorar menos pelo fato de ter sido
instituído pelo Cristo Senhor como
alimento” (DH, 1643).
“O costume de conservar no sacrário a
santa Eucaristia é tão antigo que já
era reconhecido no século do Concílio
de Niceia. Levar a sagrada Eucaristia
aos doentes e conservá-la
diligentemente nas igrejas para este
fim, além de ser muito justo e razoável,
encontra-se prescrito por muitos
concílios e é observado por um
costume antiquíssimos da Igreja
católica” (DH, 1645).
“(...) nenhum preceito divino obriga os leigos e os clérigos
que não produzem o sacramento a receber o sacramento da
Eucaristia sob ambas as espécies e que de modo algum se
pode duvidar, sem lesar a fé, que a comunhão sob uma
espécie lhes seja suficiente à salvação”
(DH, 1726).
21ª SESSÃO
COMUNHÃO
“E, como neste divino sacrifício que se
realiza na Missa está contido e é
incruentamente imolado o mesmo Cristo
que se ofereceu a si mesmo, uma vez por
todas, de maneira cruenta no altar da
cruz, o santo Sínodo ensina que este
sacrifício é verdadeiramente
propiciatório (...)” (DH, 1743).
22ª SESSÃO
SACRIFÍCIO DA MISSA
“Se alguém disser
que, por aqueles
palavras: ‘Fazei isto
em meu memorial’,
Cristo não instituiu
os Apóstolos
sacerdotes, ou não
ordenou que eles e
os outros sacerdotes
oferecessem seu
corpo e sangue: seja
anátema”
(DH, 1752)
DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA
DOUTRINA EUCARÍSTICA: da Patrística ao
Concílio de Trento (Missal de Pio V)

More Related Content

Similar to Curso sobre o Missal Romano | Aula 2 | Desenvolvimento histórico da doutrina eucarística - da Patrística ao Concílio de Trento (Missal de Pio V)..pptx

Corpus christi 2 catecismo (portugues)
Corpus christi   2 catecismo (portugues)Corpus christi   2 catecismo (portugues)
Corpus christi 2 catecismo (portugues)Martin M Flynn
 
Missa do corpo e sangue de cristo
Missa do corpo e sangue de cristoMissa do corpo e sangue de cristo
Missa do corpo e sangue de cristoMarlei Orlandin
 
Missa 14º Domingo do tempo comum.
Missa 14º Domingo do tempo comum.Missa 14º Domingo do tempo comum.
Missa 14º Domingo do tempo comum.Nacreto
 
Sacramento da Eucaristia.pptx
Sacramento da Eucaristia.pptxSacramento da Eucaristia.pptx
Sacramento da Eucaristia.pptxBrunoPaz18
 
Sem Santificação Nenhum Céu
Sem Santificação Nenhum CéuSem Santificação Nenhum Céu
Sem Santificação Nenhum CéuSilvio Dutra
 
Mudanças no Missal - 3ª Edição Típica do Missal Romano.pdf
Mudanças no Missal - 3ª Edição Típica do Missal Romano.pdfMudanças no Missal - 3ª Edição Típica do Missal Romano.pdf
Mudanças no Missal - 3ª Edição Típica do Missal Romano.pdfAntonioCardoso633408
 
Aula 1 - Seminário Sobre a Igreja...
Aula 1 - Seminário Sobre a Igreja...Aula 1 - Seminário Sobre a Igreja...
Aula 1 - Seminário Sobre a Igreja...IBC de Jacarepaguá
 
Slide da 33* MISSA DE NOSSA SENHORA.pptx
Slide da 33* MISSA DE NOSSA SENHORA.pptxSlide da 33* MISSA DE NOSSA SENHORA.pptx
Slide da 33* MISSA DE NOSSA SENHORA.pptxAirtonSoares13
 
23 Apos Pentecostes 2007
23 Apos Pentecostes 200723 Apos Pentecostes 2007
23 Apos Pentecostes 2007evertongw
 
Missa da 1ª eucaristia.
Missa da 1ª eucaristia.Missa da 1ª eucaristia.
Missa da 1ª eucaristia.Lucas Licerre
 
Constituição apostólica doutrina das indulgências
Constituição apostólica   doutrina das indulgênciasConstituição apostólica   doutrina das indulgências
Constituição apostólica doutrina das indulgênciasDiêgo De Lima Dantas
 
Celebração
CelebraçãoCelebração
CelebraçãoNacreto
 

Similar to Curso sobre o Missal Romano | Aula 2 | Desenvolvimento histórico da doutrina eucarística - da Patrística ao Concílio de Trento (Missal de Pio V)..pptx (20)

Paenitentiam Agere
Paenitentiam AgerePaenitentiam Agere
Paenitentiam Agere
 
Corpus christi 2 catecismo (portugues)
Corpus christi   2 catecismo (portugues)Corpus christi   2 catecismo (portugues)
Corpus christi 2 catecismo (portugues)
 
Missa do corpo e sangue de cristo
Missa do corpo e sangue de cristoMissa do corpo e sangue de cristo
Missa do corpo e sangue de cristo
 
Missa 14º Domingo do tempo comum.
Missa 14º Domingo do tempo comum.Missa 14º Domingo do tempo comum.
Missa 14º Domingo do tempo comum.
 
Sacramento da Eucaristia.pptx
Sacramento da Eucaristia.pptxSacramento da Eucaristia.pptx
Sacramento da Eucaristia.pptx
 
Principes Pastorum
Principes PastorumPrincipes Pastorum
Principes Pastorum
 
4 Fase e 2 ANO - 2023.docx
4 Fase e 2 ANO - 2023.docx4 Fase e 2 ANO - 2023.docx
4 Fase e 2 ANO - 2023.docx
 
Sem Santificação Nenhum Céu
Sem Santificação Nenhum CéuSem Santificação Nenhum Céu
Sem Santificação Nenhum Céu
 
Mudanças no Missal - 3ª Edição Típica do Missal Romano.pdf
Mudanças no Missal - 3ª Edição Típica do Missal Romano.pdfMudanças no Missal - 3ª Edição Típica do Missal Romano.pdf
Mudanças no Missal - 3ª Edição Típica do Missal Romano.pdf
 
Aula 1 - Seminário Sobre a Igreja...
Aula 1 - Seminário Sobre a Igreja...Aula 1 - Seminário Sobre a Igreja...
Aula 1 - Seminário Sobre a Igreja...
 
Missa perseverança 2012
Missa perseverança 2012  Missa perseverança 2012
Missa perseverança 2012
 
1ª eucaristia
1ª eucaristia1ª eucaristia
1ª eucaristia
 
Slide da 33* MISSA DE NOSSA SENHORA.pptx
Slide da 33* MISSA DE NOSSA SENHORA.pptxSlide da 33* MISSA DE NOSSA SENHORA.pptx
Slide da 33* MISSA DE NOSSA SENHORA.pptx
 
23 Apos Pentecostes 2007
23 Apos Pentecostes 200723 Apos Pentecostes 2007
23 Apos Pentecostes 2007
 
Hebreus 6
Hebreus 6Hebreus 6
Hebreus 6
 
Missa da 1ª eucaristia.
Missa da 1ª eucaristia.Missa da 1ª eucaristia.
Missa da 1ª eucaristia.
 
Constituição apostólica doutrina das indulgências
Constituição apostólica   doutrina das indulgênciasConstituição apostólica   doutrina das indulgências
Constituição apostólica doutrina das indulgências
 
Tríduo eudista
Tríduo eudistaTríduo eudista
Tríduo eudista
 
Tríduo Eudista
Tríduo EudistaTríduo Eudista
Tríduo Eudista
 
Celebração
CelebraçãoCelebração
Celebração
 

More from FASBAM

Curso sobre o Missal Romano | Aula 10 | Inspirações para uma espiritualidad...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 10 | Inspirações para uma espiritualidad...Curso sobre o Missal Romano | Aula 10 | Inspirações para uma espiritualidad...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 10 | Inspirações para uma espiritualidad...FASBAM
 
Curso sobre o Missal Romano | Aula 9 | A terceira edição do Missal Romano a...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 9 | A terceira edição do Missal Romano a...Curso sobre o Missal Romano | Aula 9 | A terceira edição do Missal Romano a...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 9 | A terceira edição do Missal Romano a...FASBAM
 
Curso sobre o Missal Romano | Aula 7 | A Eucologia Maior na terceira edição...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 7 | A Eucologia Maior na terceira edição...Curso sobre o Missal Romano | Aula 7 | A Eucologia Maior na terceira edição...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 7 | A Eucologia Maior na terceira edição...FASBAM
 
Curso sobre o Missal Romano | Aula 6 | A Eucologia Maior na terceira edição...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 6 | A Eucologia Maior na terceira edição...Curso sobre o Missal Romano | Aula 6 | A Eucologia Maior na terceira edição...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 6 | A Eucologia Maior na terceira edição...FASBAM
 
Curso sobre o Missal Romano | Aula 5 | A Instrução Geral do Missal Romano (...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 5 | A Instrução Geral do Missal Romano (...Curso sobre o Missal Romano | Aula 5 | A Instrução Geral do Missal Romano (...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 5 | A Instrução Geral do Missal Romano (...FASBAM
 
Curso sobre o Missal Romano | Aula 4 | Um olhar geral sobre a Terceira Ediça...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 4 | Um olhar geral sobre a Terceira Ediça...Curso sobre o Missal Romano | Aula 4 | Um olhar geral sobre a Terceira Ediça...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 4 | Um olhar geral sobre a Terceira Ediça...FASBAM
 
Curso sobre o Missal Romano | Aula 3 | O Movimento Litúrgico, princípios fu...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 3 | O Movimento Litúrgico, princípios fu...Curso sobre o Missal Romano | Aula 3 | O Movimento Litúrgico, princípios fu...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 3 | O Movimento Litúrgico, princípios fu...FASBAM
 
Curso sobre o Missal Romano | Aula 1 | A Eucaristia na Bíblia e a Bíblia na...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 1 | A Eucaristia na Bíblia e a Bíblia na...Curso sobre o Missal Romano | Aula 1 | A Eucaristia na Bíblia e a Bíblia na...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 1 | A Eucaristia na Bíblia e a Bíblia na...FASBAM
 

More from FASBAM (8)

Curso sobre o Missal Romano | Aula 10 | Inspirações para uma espiritualidad...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 10 | Inspirações para uma espiritualidad...Curso sobre o Missal Romano | Aula 10 | Inspirações para uma espiritualidad...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 10 | Inspirações para uma espiritualidad...
 
Curso sobre o Missal Romano | Aula 9 | A terceira edição do Missal Romano a...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 9 | A terceira edição do Missal Romano a...Curso sobre o Missal Romano | Aula 9 | A terceira edição do Missal Romano a...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 9 | A terceira edição do Missal Romano a...
 
Curso sobre o Missal Romano | Aula 7 | A Eucologia Maior na terceira edição...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 7 | A Eucologia Maior na terceira edição...Curso sobre o Missal Romano | Aula 7 | A Eucologia Maior na terceira edição...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 7 | A Eucologia Maior na terceira edição...
 
Curso sobre o Missal Romano | Aula 6 | A Eucologia Maior na terceira edição...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 6 | A Eucologia Maior na terceira edição...Curso sobre o Missal Romano | Aula 6 | A Eucologia Maior na terceira edição...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 6 | A Eucologia Maior na terceira edição...
 
Curso sobre o Missal Romano | Aula 5 | A Instrução Geral do Missal Romano (...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 5 | A Instrução Geral do Missal Romano (...Curso sobre o Missal Romano | Aula 5 | A Instrução Geral do Missal Romano (...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 5 | A Instrução Geral do Missal Romano (...
 
Curso sobre o Missal Romano | Aula 4 | Um olhar geral sobre a Terceira Ediça...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 4 | Um olhar geral sobre a Terceira Ediça...Curso sobre o Missal Romano | Aula 4 | Um olhar geral sobre a Terceira Ediça...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 4 | Um olhar geral sobre a Terceira Ediça...
 
Curso sobre o Missal Romano | Aula 3 | O Movimento Litúrgico, princípios fu...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 3 | O Movimento Litúrgico, princípios fu...Curso sobre o Missal Romano | Aula 3 | O Movimento Litúrgico, princípios fu...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 3 | O Movimento Litúrgico, princípios fu...
 
Curso sobre o Missal Romano | Aula 1 | A Eucaristia na Bíblia e a Bíblia na...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 1 | A Eucaristia na Bíblia e a Bíblia na...Curso sobre o Missal Romano | Aula 1 | A Eucaristia na Bíblia e a Bíblia na...
Curso sobre o Missal Romano | Aula 1 | A Eucaristia na Bíblia e a Bíblia na...
 

Recently uploaded

Formação da Instrução Básica - Congregação Mariana
Formação da Instrução Básica - Congregação MarianaFormação da Instrução Básica - Congregação Mariana
Formação da Instrução Básica - Congregação MarianaMarcoTulioMG
 
Oração Pelos Cristãos Refugiados
Oração Pelos Cristãos RefugiadosOração Pelos Cristãos Refugiados
Oração Pelos Cristãos RefugiadosNilson Almeida
 
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptx
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptxFormação de Formadores III - Documentos Concílio.pptx
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptxVivianeGomes635254
 
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIAMATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIAInsituto Propósitos de Ensino
 
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra Espirita
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra EspiritaHa muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra Espirita
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra EspiritaSessuana Polanski
 
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).natzarimdonorte
 
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 199ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19PIB Penha
 
TEMPERAMENTOS.pdf.......................
TEMPERAMENTOS.pdf.......................TEMPERAMENTOS.pdf.......................
TEMPERAMENTOS.pdf.......................CarlosJnior997101
 
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.LucySouza16
 
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo DiaSérie: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo DiaDenisRocha28
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a Crença
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a CrençaSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a Crença
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a CrençaRicardo Azevedo
 
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdf
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdfBaralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdf
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdfJacquelineGomes57
 
G6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE de efeitos intelectuais
G6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE  de efeitos intelectuaisG6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE  de efeitos intelectuais
G6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE de efeitos intelectuaisFilipeDuartedeBem
 
As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................natzarimdonorte
 
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .natzarimdonorte
 
Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos vinicius
Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos viniciusTaoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos vinicius
Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos viniciusVini Master
 
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdf
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdfAS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdf
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdfnatzarimdonorte
 

Recently uploaded (20)

Mediunidade e Obsessão - Doutrina Espírita
Mediunidade e Obsessão - Doutrina EspíritaMediunidade e Obsessão - Doutrina Espírita
Mediunidade e Obsessão - Doutrina Espírita
 
Formação da Instrução Básica - Congregação Mariana
Formação da Instrução Básica - Congregação MarianaFormação da Instrução Básica - Congregação Mariana
Formação da Instrução Básica - Congregação Mariana
 
Oração Pelos Cristãos Refugiados
Oração Pelos Cristãos RefugiadosOração Pelos Cristãos Refugiados
Oração Pelos Cristãos Refugiados
 
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptx
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptxFormação de Formadores III - Documentos Concílio.pptx
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptx
 
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIAMATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
 
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS NA VISÃO ESPÍRITA
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS  NA VISÃO ESPÍRITAVICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS  NA VISÃO ESPÍRITA
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS NA VISÃO ESPÍRITA
 
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra Espirita
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra EspiritaHa muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra Espirita
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra Espirita
 
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).
 
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 199ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19
 
TEMPERAMENTOS.pdf.......................
TEMPERAMENTOS.pdf.......................TEMPERAMENTOS.pdf.......................
TEMPERAMENTOS.pdf.......................
 
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
 
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo DiaSérie: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
 
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmoAprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a Crença
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a CrençaSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a Crença
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a Crença
 
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdf
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdfBaralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdf
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdf
 
G6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE de efeitos intelectuais
G6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE  de efeitos intelectuaisG6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE  de efeitos intelectuais
G6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE de efeitos intelectuais
 
As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................
 
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
 
Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos vinicius
Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos viniciusTaoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos vinicius
Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos vinicius
 
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdf
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdfAS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdf
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdf
 

Curso sobre o Missal Romano | Aula 2 | Desenvolvimento histórico da doutrina eucarística - da Patrística ao Concílio de Trento (Missal de Pio V)..pptx

  • 1. DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA DOUTRINA EUCARÍSTICA: da Patrística ao Concílio de Trento (Missal de Pio V)
  • 2. “Depois, tendo consultado os escritos dos antigos e de autores aprovados, que nos deixaram documentos relativos à organização destes mesmos ritos, eles restituíram o Missal propriamente dito à norma e ao rito dos Santos Padres”. (Bula Quo Primum Tempore – São Pio V)
  • 3. “O Ordinário da missa deve ser revisto, de modo que se manifeste mais claramente a estrutura de cada uma das suas partes bem como a sua mútua conexão, para facilitar uma participação piedosa e ativa dos fiéis. Que os ritos se simplifiquem, bem respeitados na sua estrutura essencial; sejam omitidos todos os que, com o andar do tempo, se duplicaram ou menos utilmente se acrescentaram; restaurem- se, porém, se parecer oportuno ou necessário e segundo a antiga tradição dos Santos Padres, alguns que desapareceram com o tempo” (Sacrosanctum Concilium, n. 50)
  • 4. Afresco na cripta de Santa Lucina/Séc. II
  • 5. O testemunho dos Santos Padres a respeito da Celebração Eucarística A formação da Liturgia Romana expressa nos antigos sacramentários As controvérsias eucarísticas medievais As definições doutrinais eucarísticas do Concílio de Trento
  • 6. O ÁGAPE FRATERNO “Sem o bispo, não é permitido nem batizar nem celebrar o ágape” (S. Inácio de Antioquia) “Os cristãos estão habituados a se reunirem em determinado dia, antes do nascer do sol, e cantar um cântico a Cristo, que eles têm como Deus. De tarde, reúnem-se de novo em uma ceia comum em favor dos mais pobres, chamada ágape” (Plínio na Epistola a Trajano 10,96).
  • 7. “Celebre a Eucaristia assim: Diga primeiro sobre o cálice: ‘Nós te agradecemos, Pai nosso, por causa da santa vinha do teu servo Davi, que nos revelaste através do teu servo Jesus. A ti, glória para sempre’. Depois diga sobre o pão partido: ‘Nós te agradecemos, Pai nosso, por causa da vida e do conhecimento que nos revelaste através do teu servo Jesus. A ti, glória para sempre. Da mesma forma como este pão partido havia sido semeado sobre as colinas e depois foi recolhido para se tornar um, assim também seja reunida a tua Igreja desde os confins da terra no teu Reino, porque teu é o poder e a glória, por Jesus Cristo, para sempre’. Que ninguém coma nem beba da Eucaristia sem antes ter sido batizado em nome do Senhor pois sobre isso o Senhor disse: ‘Não deem as coisas santas aos cães’” (Didaqué, Cap. IX)
  • 8. “Após ser saciado, agradeça assim: ‘Nós te agradecemos, Pai Santo, por teu santo nome que fizeste habitar em nossos corações e pelo conhecimento, pela fé e imortalidade que nos revelaste através do teu servo Jesus. A ti, glória para sempre. Tu, Senhor onipotente, criaste todas as coisas por causa do teu nome e deste aos homens o prazer do alimento e da bebida, para que te agradeçam. A nós, porém, deste uma comida e uma bebida espirituais e uma vida eterna através do teu servo. Antes de tudo, te agradecemos porque és poderoso. A ti, glória para sempre. Lembra-te, Senhor, da tua Igreja, livrando-a de todo o mal e aperfeiçoando-a no teu amor. Reúne dos quatro ventos esta Igreja santificada para o teu Reino que lhe preparaste, porque teu é o poder e a glória para sempre. Que a tua graça venha e este mundo passe. Hosana ao Deus de Davi. Venha quem é fiel, converta-se quem é infiel. Maranatha. Amém." (Didaqué, Cap. X)
  • 9. “Reúna-se no dia do Senhor para partir o pão e agradecer após ter confessado seus pecados, para que o sacrifício seja puro. Aquele que está brigado com seu companheiro não pode juntar-se antes de se reconciliar, para que o sacrifício oferecido não seja profanado. Esse é o sacrifício do qual o Senhor disse: ‘Em todo lugar e em todo tempo, seja oferecido um sacrifício puro porque sou um grande rei - diz o Senhor - e o meu nome é admirável entre as nações’” (Didaqué, Cap. XIV)
  • 10. “Eles se abstenham da Eucaristia e da oração, porque não reconhecem que a Eucaristia é a carne de nosso Salvador Jesus Cristo, carne que padeceu por nossos pecados e que o Pai, em Sua bondade, ressuscitou” “Por legítima seja tida tão somente a Eucaristia, feita sob a presidência do bispo ou por delegado seu” (S. Inácio de Antioquia, Carta aos Esmirnenses, Cap. 7-8)
  • 11. “...partindo um mesmo pão, que é o remédio da imortalidade, antídoto contra a morte, mas vida em Jesus Cristo para sempre” (S. Inácio de Antioquia, Carta aos Efésios, Cap. 20) “Sede solícitos em tomar parte numa só Eucaristia, porquanto uma é a carne de Nosso Senhor Jesus Cristo, um o cálice para a união com Seu sangue; um o altar, assim como também um é o Bispo, junto com seu presbitério e diáconos, aliás meus colegas de serviço. E isso, para fazerdes segundo Deus o que fizerdes.” (S. Inácio de Antioquia, Carta aos Filadelfios, Cap. 4)
  • 12. “No dia que chamam Dia do Sol, realiza-se a reunião num mesmo lugar de todos os que habitam a cidade ou o campo. Leem-se as memórias dos Apóstolos e os escritos dos Profetas, tanto quanto o tempo o permite. Quando o leitor acabou, aquele que preside toma a palavra para incitar e exortar à imitação dessas belas coisas. Em seguida, levantamo-nos todos juntamente e fazemos orações por nós mesmos […] e por todos os outros, […] onde quer que estejam, para que sejamos encontrados justos por nossa vida e ações, e fiéis aos mandamentos, e assim obtenhamos a salvação eterna. Terminadas as orações, damo-nos um ósculo uns aos outros. Depois, apresenta- se àquele que preside aos irmãos pão e uma taça de água e vinho misturados. Ele toma-os e faz subir, segundo o poder que está nele, louvor e glória ao Pai do universo, pelo nome do Filho e do Espírito Santo, e dá graças (em grego: eucharistian) longamente, por termos sido julgados dignos destes dons. Quando ele termina as orações e ações de graças, todo o povo presente aclama: Amém. […] Depois de aquele que preside ter feito a ação de graças e de o povo ter respondido, aqueles a que entre nós chamamos diáconos distribuem a todos os que estão presentes pão, vinho e água ‘eucaristizados’ e também os levam aos ausentes” (São Justino, Apologia, cap. 67)
  • 13. “Este alimento se chama entre nós Eucaristia. Do qual a ninguém é lícito participar, apenas aos que creem que nossa doutrina é verdadeira, e que tenham sido purificados com o Batismo para o perdão dos pecados e para a regeneração e que vivem como Cristo ensinou. Porque estas coisas não são tomadas como pão ordinário, nem bebida ordinária, mas, assim como o Verbo de Deus, tendo-se encarnado, Jesus Cristo Nosso Salvador, teve carne e sangue para nossa salvação, assim também nos ensinou que o alimento eucaristizado mediante a palavra da oração procedente dele – alimento de que nosso sangue e nossa carne se nutrem visando a nossa transformação – é a carne e o sangue daquele Jesus que se encarnou’” (São Justino, Apologia, cap. 66)
  • 14. “A oferenda da flor de farinha, senhores, que se mandava oferecer pelos que se purificavam da lepra, era figura do pão da eucaristia que Nosso Senhor Jesus Cristo mandou oferecer em memória da paixão que Ele padeceu por todos os homens que purificam suas almas de toda maldade, a fim de que justamente demos graças a Deus por ter criado o mundo e por tudo o que há nele por amor do homem, por nos ter livrado da maldade em que caímos e ter destruído com destruição completa aos principados e potestades (...)” (São Justino, Diálogo com Trifão, cap. 41). “É evidente que também fala nesta profecia (Is 33) sobre o pão que nosso Cristo nos mandou celebrar em memória de ter feito o homem (...) e do cálice que em recordação do seu sangue nos mandou igualmente consagrar com ação de graças” (São Justino, Diálogo com Trifão, cap. 70).
  • 15. “Se, pois, a mistura do cálice e pão recebem a palavra de Deus tornando-se a Eucaristia do sangue e do corpo de Cristo, pelos quais cresce e se fortifica a substância de nossa carne, como se haverá de negar à carne, assim nutrida com o corpo e sangue de Cristo, e feita membro do seu corpo, a aptidão de receber o dom de Deus, a vida eterna? Assim como a muda da videira, depositada na terra, depois frutifica, e o grão de trigo, caído no solo e destruído, ressurge multiplicado pela ação do Espírito de Deus que tudo sustém; e em seguida pela arte dos homens se fazem dessas coisas vinho e pão, que pela palavra de Deus se tornam a Eucaristia, corpo e sangue de Cristo; assim também nossos corpos, alimentados com a Eucaristia, ao serem depositados na terra e aí destruídos, vão ressurgir um dia para a glória do Pai, quando a palavra de Deus lhes der a ressurreição. O Pai reveste de imortalidade o que é mortal, dá gratuitamente a incorrupção ao que é corruptível, pois o poder de Deus se manifesta na fragilidade” (Santo Ireneu, Contra as heresias, IV e V)
  • 16. “Logo que se tenha tornado bispo, ofereçam-lhe todos o ósculo da paz, saudando-o por ter se tornado digno. Apresentem-lhe os diáconos a oblação e ele, impondo as mãos sobre ela, dando graças com todo o presbiterium, diga: O Senhor esteja convosco. Respondam todos: E com o teu espírito. – Corações ao alto! – Já os oferecemos ao Senhor. – Demos graças ao Senhor. – É digno e justo. E prossiga a seguir: Graças te damos, Deus, pelo teu Filho querido, Jesus Cristo, que nos últimos tempos nos enviastes, Salvador e Redentor, mensageiro da tua vontade, que é o teu Verbo inseparável, por meio do qual fizestes todas as coisas e que, porque foi do teu agrado, enviaste do Céu ao seio de uma Virgem; que, aí encerrado, tomou um corpo e revelou-se teu Filho, nascido do Espírito Santo e da Virgem. Que, cumprindo a tua vontade – e obtendo para ti um povo santo – ergueu as mãos enquanto sofria para salvar do sofrimento os que confiaram em ti. Que, enquanto era entregue à voluntária Paixão para destruir a morte, fazer em pedaços as cadeias do demônio, esmagar os poderes do mal, iluminar os justos, estabelecer a Lei e dar a conhecer a Ressurreição, tomou o pão e deu graças a ti, dizendo: Tomai, comei, isto é o meu Corpo que por vós será destruído; tomou, igualmente, o cálice, dizendo: Este é o meu Sangue, que por vós será derramado. Quando fizerdes isto, fá-lo-eis em minha memória. Por isso, nós que nos lembramos de sua morte e Ressurreição, oferecemos-te o pão e o cálice, dando-te graças porque nos considerastes dignos de estar diante de ti e de servir-te. E te pedimos que envies o Espírito Santo à Oblação da santa Igreja: reunindo em um só rebanho todos os fiéis que recebemos a Eucaristia na plenitude do Espírito Santo para o fortalecimento da nossa fé na verdade, concede que te louvemos e glorifiquemos, pelo teu Filho Jesus Cristo, pelo qual a ti a glória e a honra – ao Pai e ao Filho, com o Espírito Santo na tua santa Igreja, agora e pelos séculos dos séculos. Amém” (Tradição Apostólica de Hipólito Romano).
  • 17. A mistura da água com o vinho, no cálice, é símbolo da comunidade eclesial intimamente unida ao seu Senhor, Cristo (São Cipriano de Cartago) “Olha, fogo e espírito, no seio da que te deu à luz. Olha, fogo e espírito no rio donde foste batizado. Olha, fogo e espírito no pão e no vinho, fogo e Espírito Santo” (Santo Efrém de Nisibe, Hino 10 sobre a fé) “Como o pão da eucaristia, depois da invocação do Espírito Santo, já não é simples pão, mas o corpo de Cristo” (São Cirilo de Jerusalém, Catequeses Mistagógicas)
  • 18. “O lavar-nos as mãos é símbolo de que convém que nos limpemos de todos os pecados e iniquidades. Porque as mãos são símbolo da ação: ao lavá-las, manifestamente significamos a pureza e integridade das obras” (São Cirilo de Jerusalém, Catequeses Mistagógicas, Catequese V). //Há a primeira menção ao “Santo” dentro da Anáfora. “Faz da mão esquerda um trono para a direita, como se fosse receber um rei. E com a cavidade da mão recebe o corpo de Cristo respondendo o ‘amém’ (...) estando ainda úmidos teus lábios, toca-os com as mãos, santifica os olhos, a fronte e todos os demais sentidos” (São Cirilo de Jerusalém, Catequeses Mistagógicas, Catequese V).
  • 19. “Muitos cristãos saem da igreja e contemplam fileiras de pobres que formam como muralhas em ambos os lados e passam longe, sem se comover, como se vissem colunas e não corpos humanos. Apertam o passo como se vissem estátuas sem alma em lugar de homens que respiram. E, depois de tamanha desumanidade, se atrevem a levantar as mãos ao céu e pedir a Deus misericórdia e perdão pelos seus pecados. (...) Queres honrar o Corpo de Cristo? Então não o desprezes nos seus membros, isto é, nos pobres que não têm que vestir, nem o honres no templo com vestes de seda, enquanto o abandonas lá fora ao frio e à nudez... Que proveito resulta de a mesa de Cristo estar coberta de taças de ouro, se ele morre de fome na pessoa dos pobres? Sacia primeiro o faminto, e depois adornarás o seu altar com o que sobrar” (São João Crisóstomo)
  • 20.
  • 21. A ESTRUTURAÇÃO DA LITURGIA ROMANA (SÉCULO IV-VIII) - Diferentes livros litúrgicos//Diferentes ministérios - Sacramentários: Leoniano (ou Veronense) – Leão Magno (+461) Gelasiano (Séc. VII-VIII) Gregoriano – Gregório Magno (+604)
  • 22. A MISSA PAPAL DOS SÉCULOS VI-VIII (ORDO ROMANUS I): 1. Recepção do papa que vem em cortejo desde o Palácio Laterano e se reveste na sacristia; 2. Começa o Canto de Entrada, entra o papa pelo meio da assembleia já reunida, acompanhado de seus ministros e acólitos, com incenso e candelabros, beija o altar, o coro canta o Kyrie e o Glória. Estes ritos se concluem com a oração coleta. 3. A Liturgia da Palavra: a leitura da epístola e do evangelho, o canto responsorial no meio; já não se fala de homilia e preces. 4. O ofertório se faz com uma longa procissão de oferendas por parte dos fiéis e a preparação do altar pelos ministros: conclui-se com a oração sobre as oferendas. 5. A oração eucarística é recitada pelo papa sozinho, os demais sacerdotes estão em pé, ao seu lado, em atitude reverente. 6. A comunhão: com o Pai nosso, o beijo da paz, a fração; o papa comunga em sua sede; demora muito a distribuição da comunhão sob as duas espécies aos fiéis; conclui-se com a oração pós- comunhão. 7. Despedida e volta à sacristia.
  • 23. CONTROVÉRSIAS EUCARÍSTICAS NA IDADE MÉDIA Tensão entre uma interpretação realista (Pascásio Radberto) e outra simbólica a respeito da Eucaristia (Ratramo) (Séc. IX) Berengário de Tours (+1088): nega a presença real e a transformação eucarística
  • 24. “Ora, existe uma Igreja universal dos fiéis, fora da qual absolutamente ninguém se salva, e na qual o mesmo Jesus Cristo é sacerdote e sacrifício, cujo corpo e sangue são contidos verdadeiramente no sacramento do altar, sob as espécies do pão e do vinho, pois que, pelo poder divino, o pão é transubstanciado no corpo e o vinho no sangue; de modo que, para realizar plenamente o mistério da unidade, nós recebemos dele o que Ele recebeu de nós” (IV Concílio de Latrão, 1079)
  • 25. Crítica dos reformadores - Excessos e erros - Recusa do cálice aos leigos - A doutrina da Transubstanciação e a adoração eucarística - A missa de dom passa a ser sacrifício humano
  • 26. “Em primeiro lugar, o santo Sínodo ensina e professa aberta e simplesmente que, no sublime sacramento da santa Eucaristia, depois da consagração do pão e do vinho, nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, está contido verdadeira, real e substancialmente sob a aparência daquelas coisas sensíveis. Pois não há contradição em que o mesmo nosso Salvador esteja sempre sentado à direita do Pai nos céus, segundo o modo natural de existir, e que, não obstante, esteja para nós sacramentalmente presente em sua substância, em muitos outros lugares, segundo um modo de existência que, embora mal o possamos exprimir em palavras, podemos reconhecer pelo pensamento iluminado pela fé como possível para Deus e no qual devemos crer firmemente” (DH, 1636). 13ª SESSÃO PRESENÇA REAL
  • 27. “(...) imediatamente depois da consagração, o verdadeiro corpo de nosso Senhor e seu verdadeiro sangue, unidos à sua alma e divindade, existem sob a espécie do pão e do vinho. O corpo está sob a espécie do pão e o sangue sob a espécie do vinho por força das palavras, enquanto o corpo está sob a espécie do vinho e o sangue sob a espécie do pão e a alma sob ambas as espécies por força daquela natural conexão e concomitância pela qual se unem entre si as partes do Cristo Senhor, que já ressuscitou dentre os mortos e não mais morrerá. A divindade está presente por causa daquela sua admirável união hipostática com o corpo e a alma” (DH, 1640).
  • 28. “(...) pela consagração do pão e do vinho realiza-se uma mudança de toda a substância do pão na substância do corpo de Cristo, nosso Senhor e de toda a substância do vinho na substância do seu sangue. Esta mudança foi denominada, convenientemente e com propriedade, pela santa Igreja católica, transubstanciação” (DH, 1642).
  • 29. “Não há, pois, razão de duvidar que todos os fiéis cristãos, segundo o costume recebido desde sempre na Igreja católica, devem render, na veneração deste santíssimo sacramento, o culto de latria, devido ao verdadeiro Deus. Nem se deve adorar menos pelo fato de ter sido instituído pelo Cristo Senhor como alimento” (DH, 1643).
  • 30. “O costume de conservar no sacrário a santa Eucaristia é tão antigo que já era reconhecido no século do Concílio de Niceia. Levar a sagrada Eucaristia aos doentes e conservá-la diligentemente nas igrejas para este fim, além de ser muito justo e razoável, encontra-se prescrito por muitos concílios e é observado por um costume antiquíssimos da Igreja católica” (DH, 1645).
  • 31. “(...) nenhum preceito divino obriga os leigos e os clérigos que não produzem o sacramento a receber o sacramento da Eucaristia sob ambas as espécies e que de modo algum se pode duvidar, sem lesar a fé, que a comunhão sob uma espécie lhes seja suficiente à salvação” (DH, 1726). 21ª SESSÃO COMUNHÃO
  • 32. “E, como neste divino sacrifício que se realiza na Missa está contido e é incruentamente imolado o mesmo Cristo que se ofereceu a si mesmo, uma vez por todas, de maneira cruenta no altar da cruz, o santo Sínodo ensina que este sacrifício é verdadeiramente propiciatório (...)” (DH, 1743). 22ª SESSÃO SACRIFÍCIO DA MISSA
  • 33. “Se alguém disser que, por aqueles palavras: ‘Fazei isto em meu memorial’, Cristo não instituiu os Apóstolos sacerdotes, ou não ordenou que eles e os outros sacerdotes oferecessem seu corpo e sangue: seja anátema” (DH, 1752)
  • 34. DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA DOUTRINA EUCARÍSTICA: da Patrística ao Concílio de Trento (Missal de Pio V)