Tratamento de Esgoto (ETE), é uma infraestrutura que trata as águas residuais de origem doméstica e/ou industrial, comumente chamadas de esgotos sanitários para depois serem escoadas para o mar ou rio com um nível de poluição aceitável através de um emissário, conforme a legislação vigente para o meio ambiente receptor.
O objetivo deste tratamento é a remoção dos sólidos grosseiros e flutuantes, sólidos em suspensão e coloidais e óleos e graxas.
Os tratamentos físico e químicos a serem abordados neste curso são os seguintes:
Coagulação / Floculação
Decantação
Flotação
Coalescência de párticulas
Filtração
Processos com membranas
Adsorção em carvão ativo
2. Efluentes gerados nas indústrias
As indústrias geram três tipos de poluidores para o meio
ambiente:
• Efluentes líquidos
• Efluentes sólidos
• Efluentes gasosos
Todo dirigente industrial deve ter como uma das metas
prioritárias a preservação do meio ambiente,
protegendo:
O homem A fauna
A flora O ar
O solo As águas
4. Parâmetros de Qualidade e Emissão
Físicos Químicos Biológicos
Sólidos pH Coliformes
Cor DQO e DBO Toxicidade
Turbidez OD
Odor Óleos e Graxas
Temperatura Nitrogênio
Fósforo
5. Caracterização do Efluente
• Cor
• Turbidez
• pH
• Condutividade
• DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio
• COT – Carbono Orgânico Total
• DQO – Demanda Química de Oxigênio
• Nitrogênio
• Fósforo
• Toxicidade
• MBAS
• Óleos e Graxas.
• Metais
6. Caracterização do Efluente
Características de segurança
É importante analisarmos também os efluentes quanto ao aspecto
de segurança, para isso consideraremos as seguintes análises:
• Toxidez
• Inflamabilidade
• Explosividade
• Corrosividade
7. Tratamento de Efluentes
Tipos de tratamento
Uma vez caracterizados os efluentes e sabendo-se as
necessidades, deve-se escolher o tipo de tratamento satisfatório.
Há 5 tipos de tratamento:
• Preliminar – Remoção de sólidos grosseiros, normalmente usa-se
grades, caixa de areia ou peneiras.
• Primário – Processos físicos para a remoção de sólidos suspensos
e óleo/gorduras, produtos sedimentáveis ou flotantes. Utiliza-se um
decantador primário ou um flotador.
8. Tratamento de Efluentes
Tipos de tratamento
• Secundário – Processos que visa a remover substâncias
solubilizadas, e podem ser processos físicos, químicos, biológicos
e térmicos.
• Terciário – Processos que visam a remover o lodo formado no
tratamento secundário.
• Quaternário – Processos para polimento final, tipo lagoas de
degradação anaeróbia, cloradores, ozonizadores, colunas de
adsorção em carvão ativo, etc.
9. Tratamento de Efluentes:
Tipos de tratamento:
• Físico – Químico
• Biológico
Físico-Químico
Através das reações químicas, altera as propriedades físicas dos
poluentes, separando e removendo.
Biológico
Através de reação bioquímica, transforma a matéria orgânica
biodegradável (DBO) em lodo (microorganismo + material
Inerte), água e gás carbônico. Ex.: Lodos ativados
10. Tratamento Físico - Químicos
O objetivo deste tratamento é a remoção dos sólidos grosseiros e
flutuantes, sólidos em suspensão e coloidais e óleos e graxas.
Os tratamentos físico e químicos a serem abordados neste curso
são os seguintes:
• Coagulação / Floculação
• Decantação
• Flotação
• Coalescência de párticulas
• Filtração
• Processos com membranas
• Adsorção em carvão ativo
11. Tratamento Físico - Químicos
Coagulação / floculação
O princípio do processo é a desestabilização dos colóides por ação
de agentes coagulantes, e posterior aglomeração dos sólidos como
flocos.
As suspensões coloidais conferem turbidez às águas, e mantém-se
estáveis no meio (dispersas) devido, principalmente, às forças
eletrostáticas (potencial Zeta)
12. Tratamento Físico – Químicos
Colóides
São partículas sólidas ou líquidas dispersas no
meio aquoso, possuem diversas características,
tais como:
Diâmetro na faixa de 1 a 100 nm
Cargas elétricas
Propriedades eletrocinéticas
Movimento contínuo
Reflexão da luz
13. Tratamento Físico – Químicos
Carga elétrica
A técnica da eletroforese é utilizada para determinar
a natureza das cargas elétricas das partículas
coloidais. A suspensão coloidal é disposta entre um
campo elétrico no qual as partículas deslocam-se
para os pólos opostos aos de suas cargas.
15. Tratamento Físico – Químicos
Movimento Browniano
Outra propriedade característica dos colóides. É um
movimento aleatório das partículas, seja pelo
choque elástico entre as mesmas ou com as
paredes dos recipientes. Nesses choques não há
energia suficiente para desestabilizar a camada de
solvatação e as partículas mantêm-se estáveis na
sua forma coloidal.
16. Tratamento Físico – Químicos
Efeito Tyndall
É um efeito observado de reflexão de luz em meios
coloidais. Esta é a causa da verificação da turbidez em
meios coloidais. A turbidez é um excelente parâmetro
para a verificação da remoção dos colóides de meios
aquosos
18. Tratamento Físico – Químicos
Coagulação Química
Na coagulação química o coagulante é adicionado na água ou
efluente objetivando a sua clarificação. Os coagulantes mais
utilizados nos tratamentos são os sais de alumínio e os sais de
ferro.
Reações:
Fe2(SO4)3 + 6 NaOH 2 Fe(OH)3 + 3 Na2SO4
Al2(SO4)3 + 6 NaOH 2 Al(OH)3 + 3 Na2SO4
20. Tratamento Físico – Químicos
Decantação
Utilizado quando os contaminantes têm densidade
diferente do meio em que se encontram e na remoção
de flocos biológicos e químicos quando utilizado
processo de coagulação química. Também é usado
para a concentração de sólidos em adensadores de
lodo.
A densidade da água é igual a 1,0g/cm3
A densidade dos óleos vária na faixa de 0,8 a 0,95 g/cm3
A densidade dos sólidos varia de 1,05 a 2,6 g/cm3
24. Tratamento Físico – Químicos
Decantador lamelar
• O Decantador Lamelar é adequado para
a clarificação de efluentes provenientes
de instalações industriais ou civis.
• A passagem do efluente pelo pack
lamelar com uma inclinação de 60º
permite a separação sólido-líquido por
gravidade. As lamas formadas pelos
sólidos depositam-se por baixo do
lamelar enquanto que o efluente
clarificado se desloca para a parte de
cima do lamelar onde é recolhido.
25. Tratamento Físico – Químicos
Flotação
• visa a remoção de partículas em suspensão e / ou flutuantes (fase
dispersa) de um meio líquido (fase contínua) para o caso em que a
densidade da fase dispersa é menor que a da fase contínua. Trata-
se de processo físico muito utilizado para a clarificação de
efluentes e a conseqüente concentração de lodos, tendo como
vantagem a necessidade reduzida de área e como desvantagem
um custo operacional mais elevado devido à mecanização.
• A flotação deve ser aplicada principalmente para sólidos com
altos teores de óleos e graxas e ou detergentes tais como os
oriundos de indústrias petroquímicas, de pescado, frigoríficas e
de lavanderias.
26. Tratamento Físico – Químicos
Métodos de Flotação
FAD – Flotação com ar dissolvido
É um processo físico utilizado para separar partículas sólidas
e/ou líquidas presentes numa fase líquida.
O mecanismo deste processo baseia-se no contato e
aderência das microbolhas de ar com as partículas diminuindo
sua densidade e promovendo seu arraste para a superfície
líquida.
28. Tratamento Físico – Químicos
Métodos de Flotação
FAI – Flotação com ar Induzido
A flotação por ar induzido é conseguida através da
agitação violenta do meio (agitador mecânico ou
borbulhamento de ar direto) e a conseqüente
formação de espuma na superfície da célula de
flotação. Esse tipo de flotação é tradicionalmente
utilizado nas operações de beneficiamento de
minérios.
31. Tratamento Físico – Químicos
pH - Potencial hidrogeniônico
e
pOH - Potencial hidroxiliônico
pH (Potencial hidrogeniônico): índice de medida da acidez.
Quanto maior o valor, menor a acidez. pH = 7 significa que a
solução está neutralizada. pH > 7 significa que a solução é
alcalina.
Escala de pH
A escala de pH foi criada pelos químicos , ela é eficaz para
classificar as substâncias em ácidas ou básicas.
0 - < 7
ácidos
7
pH neutro
> 7 - 14
bases
32. Tratamento Físico – Químicos
pH e pOH
pH e pOH das soluções aquosas
solução ácida: pH<7 e pOH>7
solução básica: pH>7 e pOH<7
solução neutra: pH=7 e pOH=7
33. Tratamento Físico – Químicos
Coalescência de partículas de óleo - Ar
É um tipo particular de filtração, onde são utilizados filtros
feitos de fibras, por onde o óleo passa e forma gotas cada vez
maiores em função da afinidade com este material fibroso, o
que causa ruptura de emulsões. A solução passa pelas fibras
e o óleo é recolhido em separado. Algumas fibras têm menos
de 0,5µ de diâmetro.
Afinidade:
Hidrofóbica – Repelem água
Hidrofílica – Absorvem água
34. Tratamento Físico – Químicos
Coalescência de partículas de óleo
Três fenômenos se somam para produzir o efeito da
coalescência:
• Interceptação Direta: efeito de filtração no qual uma
gota ou uma partícula sólida colide com um
componente de um meio filtrante que está em seu
caminho ou é capturada por poros de diâmetros
menores do que o diâmetro da gota ou da partícula.
• Impacto Inercial: processo no qual uma partícula
colide com uma parte do meio filtrante devido à
inércia da partícula.
• Difusão: movimento (browniano) de moléculas
gasosas ou de partículas pequenas causado por
uma variação de concentração.
36. Tratamento Físico – Químicos
Coalescência de partículas de óleo – Água
Água oleosa é um termo genérico usado para
descrever todas as águas que apresentam
quantidades variáveis de óleos, graxas e
lubrificantes. Os óleos e graxas podem estar
presentes na água em duas formas distintas:
• Livres
• Emulsionadas
37. Tratamento Físico – Químicos
Óleo – Livre
É aquele que corresponde a uma fase visivelmente
distinta.
38. Tratamento Físico – Químicos
Óleo – Emulsionado
É aquele que se encontra intimamente misturado e
estabilizado na água onde a sua presença não pode
ser distinguida a olho nu.
39. Tratamento Físico – Químicos
Processo de formação da emulsão
Para que exista uma emulsão são necessárias duas
condições:
• Dispersão mecânica do óleo na água ou vice-
versa, com a introdução de minúscula gotículas
de uma fase no interior da outra.
• O meio deve conter um agente químico que
seja capaz de estabilizar essas gotículas de
uma fase no interior da outra fase, impedindo a
sua coalescência.
41. Tratamento Físico – Químicos
Filtração
Utilizada para remoção de partículas sólidas em suspensão
em líquidos e gases.
A filtração pode ser de dois tipos:
• Estática – Toda a suspensão passa perpendicularmente ao
filtro, sendo o sólido retido no meio filtrante e o líquido indo
para tanques de coleta. São utilizados para separar partículas
acima de 5,0 µ.
• Tangencial – A suspensão passa tangencialmente no meio
filtrante, que é formado por membranas de vários tipos, sendo
que o líquido passa através das membranas e o sólidos
escoam como soluções concentradas ao longo da membrana
saindo na sua extremidade.
42. Tratamento Físico – Químicos
Tipos de filtração Estática
Meio filtrante Fixo
• Filtro prensa
• Filtros a carvão ou areia
Meio filtrante Móvel
• Centrífugas
• Filtros rotativos à vácuo
• Filtros de esteira
46. Tratamento Físico – Químicos
Meio filtrante Móvel
Filtro rotativo à vácuo
Alta eficiência hidráulica
Fácil operação e menor custo de
manutenção, Cinco opções de
descarga de torta
Dispensa mecanismos
complicados de alinhamento,
Opções com lavagem de torta.
47. Tratamento Físico – Químicos
Meio filtrante Móvel
Filtro de esteira
O Filtro de Correia Horizontal
é, em termos gerais, o filtro de
vácuo mais comumente usado
na indústria devido a sua
flexibilidade de operação,
adaptação para misturas
corrosivas e conveniência
para tratar grandes
processamentos
48. Tratamento Físico – Químicos
Tipos de filtração
Tangencial
Microfiltração, Ultrafiltração e
osmose reversa
Existem membranas de Microfiltração,
Nanofiltração, Ultrafiltração e Osmose
Reversa. Cada uma pode ser
classificada conforme sua porosidade,
que definirá a capacidade de
separação dos sólidos a serem retidos
conforme o seu tamanho, podendo ser
até espiral ou tubular. “Cada uma
delas pode ser produzida a partir de
um polímero, como o PVDF (Difluoreto
de Polivinilideno), o PTFE
(Politetrafluoretileno), PES
(Polietersulfona), entre outros”.
49. Tratamento Físico – Químicos
Aplicação da filtração Tangencial
Microfiltração – 0,1 a 0,3 µ
Ultrafiltração – 0,001 a 0,1 µ
Osmose reversa – 0,0001 a 0,03 µ
A filtração em membranas é utilizada para separar:
• Bactérias da água para seu uso farmacêutico
• Partículas de fermento de vinho ou cerveja
• Água pura para indústria eletrônica
• Pré filtração para osmose reversa
• Separação de emulsões óleo/água em indústria de usinagem
• Concentração de suspensões óleo/gordura
50. Tratamento Físico – Químicos
Tecnologia Eletrolítica
A eletrocoagulação é um fenômeno que se compõe de duas reações
eletroquímicas distintas, mas complementares, denominadas
eletroflotação e eletroflotação.
51. Tratamento Físico – Químicos
Eletroflotação
É um processo eletroquímico que permite gerar micro-bolhas de
oxigênio e de hidrogênio. Estas micro-bolhas de dimensões
extremamente reduzidas (<0,01mm), por ser muito mais leve do
que as partículas tende a levar consigo toda a matéria em
suspensão presente, como hidrocarbonetos, colóides, etc...
Reações:
Catodo (-) 2 H2O + 2e H2 + 2 OH-
Anodo (+) 2 H2O O2 + 4H+ + 4e
52. Tratamento Físico – Químicos
Eletrocoagulação - EC
Eletrocoagulação (EC) se obtém com a passagem de eletricidade pela
água desestabilizando a solução e coagulando os contaminantes. Se
caracteriza pela eletrólise realizada com anodos de sacrifício, como
ocorre, por exemplo, com o alumínio e ferro. A passagem de corrente
elétrica através deles provoca a sua dissolução conforme as reações:
Al Al+3 + 3e
Fe Fe+2 + 2e
53. Tratamento Físico – Químicos
Adsorção
Usado para adsorver contaminantes orgânicos
e, às vezes inorgânicos, contidos em correntes
aquosas, geralmente sobre carvão ativo
granulado ou pó e para evitar o
desenvolvimento de odores (redução de sulfato
a sulfeto por bactérias anaeróbias), e para
evitar a saturação prematura do carvão pela
adsorção de produtos de alto peso molecular,
filtra-se previamente o efluente utilizando
biocida.
54. Tratamento Físico – Químicos
Evaporação
É a remoção de voláteis orgânicos de soluções
ou de pastas. Os equipamento mais comuns
são os reatores agitadores. Os evaporadores de
filme e os evaporadores de circulação forçada.
No projeto destes equipamentos deve-se levar
em conta problemas operacionais como
corrosão, formação de espuma, arraste,
precipitação de sal e formação de depósitos na
superfície do trocador de calor.
55. Tratamento Físico – Químicos
Destilação
É a separação de uma mistura homogênea de líquidos em seus
constituintes submetendo-os a processo de evaporação e
condensação dos vapores, o processo pode ser de dois tipos:
Flash – é o processo de destilação mais simples, em um só
estágio. A mistura de líquidos é aquecida a uma temperatura acima
do seu ponto de ebulição e em seguida descomprimida via válvula
redutora de pressão, provocando evaporação parcial da mistura.
56. Tratamento Físico – Químicos
Destilação
Retificação – É o processo de destilação que usa como dispositivo de
separação dos componentes de uma mistura uma coluna com vários
estágios de equilíbrio, tipo pratos ou recheios.
57. Tratamento Físico – Químicos
Floculação
Processo físico que promove a aglutinação das partículas já
coaguladas, facilitando o choque entre as mesmas devido à agitação
lenta imposta ao escoamento da água. A formação de flocos de
impurezas facilitam sua posterior remoção por sedimentação sob ação
da gravidade, flotação ou filtração.
58. Tratamento Físico – Químicos
Floculação
Tipos de agentes floculantes:
• Derivados amiláceos – amido de milho e fécula de batata, muito
utilizado na indústria de papel
• Polissacarídeos – goma de agar-agar, são usados em meio ácido
• Alginatos – derivados de algas.
• Polímeros – acrilamida, acrilatos, polietilenoiminas, poliaminas,
poliamidas. Dependendo da carga eletrostática podem ser:
• Catiônicos
• Aniônicos
• Não iônico
59. Tratamento Físico – Químicos
Oxidação e Redução Química
Introdução
Definição: É um mecanismo de transferência de elétrons.
Perde elétron
Oxidação
Agente redutor
Ganha elétron
redução
Agente oxidante
Oxidação: é a perda de elétron;
Redução: é o ganho de elétron;
Agente oxidante: é a espécie química que provoca a oxidação(sofre redução);
Agente redutor: é a espécie química que provoca a redução(sofre oxidação).
Número de oxidação (Nox):
É o número de elétrons que um átomo ganha ou perde durante um processo de oxi-
redução.
61. Tratamento Físico – Químicos
Oxidação e Redução Química
Os processos de tratamento de efluentes, via
oxidação e redução química, consitem em trocar
pares de elétrons entre dois reagentes, usados na
remoção de toxinas inorgânicas, metais, fenóis,
aminas, mercaptanas, pesticidas, clorofenois e etc...
62. Tratamento Físico – Químicos
Principais oxidantes
• Cloro
• Hipoclorito de sódio e cálcio
• Peróxido de hidrogênio
• Ozônio
Principais Redutores
• Dióxido de enxofre
• Boro hidreto de sódio
• Gás sulfídrico
• Tiossulfato de sódio
63. Tratamento Físico – Químicos
Exemplos de oxidação
Sulfetos
São presentes na água Na2S, NaHS, H2S. O odor
causado por sulfetos em águas pode ser controlado
pelo uso de vários oxidantes. A oxidação vai
depender da quantidade de oxidante e do pH.
Exemplos de reações (pH < 7,5) :
Na2S + 4H2O2 Na2SO4 + 4H2O
H2S + OCl - S 0 + H2O + Cl -
H2S + 4OCl- SO4
-2 + 2H + + 4Cl-
64. Tratamento Físico – Químicos
Exemplos de oxidação
Cianetos
São oxidados a cianatos a pH >10,5. Não se deve permitir a
queda do pH abaixo de 9,5 pois pode haver formação de gás
Cloreto de Cianogênio ou Ácido Cianídrico, altamente tóxico e
letal. Após a formação de cianato, o mesmo será oxidado à
CO2 e N2 a pH 8,0 a 8,5.
Exemplos de reações:
CN - + H2O2 CNO - + H2O
CNO - + H2O2 CO2 + 1/2N2 + H2O
65. Tratamento Físico – Químicos
Eficiência de um processo físico-químico.
Remoção da matéria orgânica e Inorgânica
DQOi - DQOf x 100
RMO = ___________________
DQOi
DBOi - DBOf x 100
RMO = ___________________
DBOi
66. Tratamento Físico – Químicos
Eficiência de um processo físico-químico
Remoção de sólidos em suspensão
SSTi - SSTf x 100
RSS = ___________________
SSTi
67. Tratamento Biológico
Usam microorganismos que
metabolizam os contaminantes
contidos no efluente, degradando-
os a moléculas mais simples e
produzindo Biomassa, evitando
que este processo ocorra no
receptor final destes efluentes,
causando redução do oxigênio
neles contidos.
68. Tratamento Biológico
DBO e DQO
DBO: Demanda Bioquímica de Oxigênio
Quantidade de oxigênio requerida para estabilizar, através de
processos bioquímicos, a matéria orgânica carbonácea. ( indicação
indireta da matéria orgânica biodegradável ) em 5 dias a 20ºC.
amostra
frascoamostrainicial
V
VODOD
DBO
69. Tratamento Biológico
DQO: Demanda Química de Oxigênio
É a quantidade de oxigênio requerida para
estabilizar, através de reações químicas, a matéria
orgânica no tempo de 2 horas.
Oxida tanto a matéria orgânica biodegradável como
a matéria inorgânica .
DQO = DBO + Matéria Org. Não Biodeg. + Inorg.
DQO sempre maior que DBO
OBS: Normalmente a maioria da matéria orgânica
presente no esgoto / efluente é biodegradável,
assim, a relação DBO/DQO = 0,8. Se a relação for
baixa, o tratamento Físico-químico é indicado.
70. Tratamento Biológico
Tratamento biológico otimizado do processo
natural
• Processo natural:
Microorganismos (bactérias) presentes nos corpos
d’água (rios e lagos) oxidam matéria orgânica
usando o oxigênio dissolvido na água.
Remoção da matéria orgânica necessita de :
Microorganismos + oxigênio (OD)
• Tratamento Biológico – Lodos Ativados:
Muito Microorganismo (Lodo) + Muito Oxigênio( Ar
dos aeradores, sopradores ou Oxigênio puro
71. Tratamento Biológico
Biodegradabilidade
Para avaliar a biodegradabilidade de um efluente
industrial não é sempre fácil, depende dos
compostos presentes no meio. Um critério para
avaliação é analisar a relação DQO/DBO.
• Facilmente Biod. relação DQO/DBO <2,5.
• Razoavelmente Biod. Relação DQO/DBO entre 2,5 a
5,0.
• Dificilmente Biod. Relação DQO/DBO >5,0
72. Tratamento Biológico
Microorganismos encontrados no sistema
• Algas – Organismos multicelulares de várias formas e
tamanhos, geram oxigênio por fotossíntese.
• Bactérias – Organismos unicelulares, que se apresentam de
várias formas e tamanhos.
• Fungos – São de importância secundária nos sistemas de
estabilização, pois, apesar de estabilizarem a maioria dos
compostos orgânicos têm o inconveniente de não formar
flocos.
• Protozoários – Responsáveis pela redução de bactérias.
• Animais superiores – Rotíferos, encontrados nos sistemas
aeróbios, úteis na matabolização de partículas não
estabilizada pelos protozoários.
74. Tratamento Biológico
Bactéria
É um ser vivo, microscópico, formado por uma única célula
(unicelular) que produz enzimas específicas necessárias que
quebram compostos orgânicos para digeri-los. Bactérias
específicas são cientificamente adaptadas para digerir
específicos compostos como detergentes, papeis, óleos,
graxas, hidrocarbonos e fenóis.
75. Tratamento Biológico
Tamanho de uma Bactéria
O tamanho de uma bactéria está entre 1 µm e 15 µm (Unidade de
medida usada para objetos ou seres vivos muito pequenos = 1
micrometro (1 µm) corresponde à milésima parte do milímetro
(mm)). Algumas bactérias "gigantes" podem alcançar meio
milímetro.
76. Tratamento Biológico
Como se reproduz uma Bactéria
A reprodução de uma bactéria se faz após a duplicação dos
seus genes, isto é, após fazer uma cópia do seu DNA. Apenas
se dividem, fazendo assim a reprodução assexuada. Na
verdade, nesse processo uma bactéria se transforma em duas
idênticas
77. Tratamento Biológico
Principais tipos de tratamentos Biológicos
Intensivos:
Aeróbicos – Lodos Ativados, Filtro Biológico.
Anaeróbicos – Digestores agitadores.
Extensivo:
Lagoas de estabilização – Facultativa,
anaeróbias
92. Tratamento Biológico
Principais parâmetros do processo
• Cor
• Turbidez
• Temperatura
• Potencial hidrogeniônico
• Condutividade
• Oxigênio dissolvido
• Demanda Bioquímica de Oxigênio
• Carbono Orgânico Total
• Demanda química de oxigênio
• Nitrogênio
• Fósforo
• Nutrientes – Relação DBO:N:P (100:5:1)
• Toxicidade
• MBAS - Metilene Blue Active Substances
• Óleos e Graxas
• Sólidos Suspenso
• Resíduos sedimentáveis em 30’
• Fator de carga aplicada ao lodo volátil
• Índice volumétrico de lodo
• Idade de Lodo
• Remoção de matéria orgânica
93. Parâmetros de controle para operação de
ETEs
COR
Caracterização do efluente;
Constituinte: Sólidos Dissolvidos;
Origem: - Natural: Decomposição da matéria Orgânica.
- Antropogênica: Resíduos indústriais e domésticos.
Unidade de medida uC (unidade colorimétrica);
Padrões de leitura:
- Inferior a 5 uC: Incolor
- igual 15 uC: Leve
- Superior a 25uC: Intenso
94. Parâmetros de controle para operação de
ETEs
TURBIDEZ
Grau de interferência da Luz na água;
Constituinte: Sólidos em suspensão;
Origem: - Natural: partículas de rochas, argila, silte.
- Antropogênica: Resíduos industriais e domésticos,
microrganismos, erosão.
Unidade de medida: uT (unidade de turbidez);
Padrões de leitura:
- 10uT : leve
- 20 uT : turva
- 50 uT : opaca
95. Parâmetros de controle para operação de
ETEs
TEMPERATURA
Intensidade de calor;
Origem: - Natural: Radiação, condução, convecção (solo e
atmosfera).
- Antropogênica: Águas de sistema de rsfriamento,
Despejos industriais.
Unidades de medida: ° C (graus Celsius);
Padrões de leitura:
- Acima de 30ºC: Desequilibrio biologico,
redução solubilidade dos gases, mau cheiro.
- Entre 20 – 26 °C: Condições normais.
- Inferior a 20°C: Desequilíbrio do tratamento.
96. Parâmetros de controle para operação de
ETEs
PH – POTENCIAL HIDROGENIÔNICO
Concentração de íons H+ e OH-;
Constituinte: Sólidos dissolvidos, gases dissolvidos;
Origem: - Natural: Dissolução das rochas, absorção de gases da
atmosfera, oxidação da matéria orgânica.
- Antropogênica: Resíduos Domésticos e resíduos industriais;
Unidade de medida: Escala 1 – 14 pH;
Padrões de leitura: pH < 7: condições ácidas
pH = 7: neutralidade
pH > 7: condições básicas
97. Parâmetros de controle para operação de
ETEs
CONDUTIVIDADE
capacidade de uma água conduzir a corrente elétrica;
Constituintes: Sólidos em suspensão (sais);
Origem: - Natural: Desgaste das rochas.
- Antropogênica: Descarga indústrial.
Unidade de medida: µS/cm3;
Padrões de leitura: - 50 µS/cm3: Alcalinidade elevada
- 100 µS/cm3: Ambiente altamente impactado
98. Parâmetros de controle para operação de
ETEs
OD – OXIGÊNIO DISSOLVIDO
• É um dos parâmetros mais importantes no campo de controle de
poluição das águas;
• Fundamental ao metabolismo dos microrganismos;
• Possui relação com a Matéria orgânica;
• Constituinte: Gás O2 dissolvido;
• Origem: - Natural: Fotossíntese.
- Antropogênica: Difusão, Aeração mecânica.
• Unidade de medida: mg/L O2.
• Padrões de leitura: - < 0.5 - anaerobiose.
- > 0.5 >1.0 – Facultativo.
- < 1.0 aeróbico.
99. Parâmetros de controle para operação de
ETEs
DBO – DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO
• Medição Indireta da Matéria orgânica em função da degradação.
• Avaliação da concentração O2.
OD 0 – OD5 = DBO5
20
Vantagens: - Indicação da fração biodegradável do efluente;
- Indicação da taxa de degradação;
- Indicação da taza de consumo de O2.em função do tempo;
Desvantagens: - Metais e outras substâncias podem inibir os microrganismos;
- Demora 5 dias para obter os resultados;
- Requer adaptação dos microrganismos;
Padrões de DBO (mg/L O2) :
< 50 - Baixo
>50 < 100 - moderado
> 100 - Alto
100. Parâmetros de controle para operação de
ETEs
COT – CARBONO ORGÂNICO TOTAL
• Medição direta de moléculas de Carbono.
• Responsável pela estabilização da matéria orgânica.
• Constituinte:
- Compostos de proteínas (40% a 60%);
- Carboidratos (25% a 50%);
- Gorduras e óleos (8% a 12%);
• Origem:
- Natural: Matéria Orgânica.
- Antropogênica: Compostos orgânicos.
• Unidade de medida: mg/L.
101. Parâmetros de controle para operação de
ETEs
DQO – DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO
• Medição Indireta da Matéria orgânica em função da oxidação química do Cr +6.
• Vantagens: - Resultado em apenas 2 ou 3 horas;
- O resultado da indicação de oxigênio requerido para a estabilização
da matéria orgânica;
• Desvantagens: - O teste somente superestima a concentração de oxigênio a ser
consumido.
- Não indicam a taxa do consumo de matéria orgânica ao longo do
tempo;
- Certos compostos inorgânicos oxidados presentes na amostra
podem interferir nos resultados;
102. Parâmetros de controle para operação de
ETEs
NITROGÊNIO
• Principais formas:
- Nitrogênio molecular (N2);
- Nitrogênio Orgânico (NH3 e NH4);
- Nitrito (NO2
-);
- Nitrato (NO3
-);
• Padrões: NT < 10 mg/L
103. Parâmetros de controle para operação de
ETEs
FÓSFORO
Principais formas:
- Ortofosfatos: Disponíveis ao metabolismo.
Ex: PO4
3- , HPO4
2-, H2PO4-, H3PO4
- Polifosfatos: Moléculas com dois ou mais átomos de fósforo.
- Padrões: 1.0 mg/L P.
104. Parâmetros de controle para operação de
ETEs
TOXICIDADE
• Presença de substâncias tóxicas;
• Expressa em: - DL50.
- CL50.
• Divide-se em: - Toxina: origem animal.
- Xenobióticos: Origem humana.
• Vias de penetração: - Oral
- Dérmica
- Sub-cutânea
- Venosa
• Efeitos: - Irritantes: efeito dérmico.
- Asfixiantes: Interferem em processos respiratórios (CO2, H2S, CO)
• Unidades de medida: UT
106. Parâmetros de controle para operação de
ETEs
MBAS - Metilene Blue Active Substances
• Compostos de detergentes;
• Responsáveis pelas espumas;
• Redução da tensão superficial da água;
• Origem: - Antropogênica: Despejos indústriais e sanitários.
• Unidade de medida: mg/L.
• Padrões de leitura: < 2,0 mg/L.
107. Parâmetros de controle para operação de
ETEs
OG – ÓLEOS E GRAXAS
• Medição do teor de óleos e graxas;
• Tipos de óleo: - Livre.
- Dissolvido.
- Emulsionado.
• Origem: Minerais orgânicos.
• Responsáveis pela redução de O2;
• Aumento de DBO;
• Origem: Minerais orgânicos.
113. Tratamento Biológico
Parâmetro do processo
DBO(Kg/m3) x Q( m3/h) x 24 h
F/M = _______________________________
SSV( Kg/m3) x Vol. TQaeração ( m3)
É necessário manter um F/M ideal no TQ de aeração para
ocorrer a remoção da matéria orgânica e gerar menor
quantidade de lodo.
• F/M alto = muito alimento, lodo Sub-oxidado,expansivo,
decanta mal, gera muito lodo.
• F/M baixo = Pouco alimento, lodo super-oxidado, gera pouco
lodo
• Faixa de F/M:
0,09 a 0,15 – Difício biodegradabilidade
0,15 a 0,3 – Fácil biodegradabilidade
>0,3 – Inibe a nitrificação (transf. da amônia em nitratos)
116. Tratamento Biológico
Parâmetro do processo
Remoção da matéria orgânica
DQOi - DQOf x 100
RMO = ___________________
DQOi
DBOi - DBOf x 100
RMO = ___________________
DBOi
117. Tratamento dos resíduos sólidos
Definição de resíduo sólido
Segundo a norma que classifica a natureza, composição e a
periculosidade dos resíduos sólidos NBR10004 (ABNT, 2004), são
definidos como “resíduos no estado sólido, resultante das
atividades da comunidade de origem industrial, doméstica,
hospitalar, comercial, de serviços de varrição e agrícola. Ficam
incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de
tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e
instalações de controle de poluição, bem como determinados
líquidos cujas particularidades tornem inviáveis o lançamento na
rede pública de esgotos ou corpos d'água, ou exijam para isso
soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor
tecnologia disponível”.
118. Tratamento dos resíduos sólidos
Classificação de resíduo sólido
• Resíduos Classe I - Perigosos - apresentam substancial
periculosidade real ou potencial à saúde humana ou aos organismos
vivos e que se caracterizam pela letalidade, não degradabilidade e
pelos efeitos cumulativos diversos.
• Resíduos Classe II A - Não inertes - são aqueles que não se
enquadram nas classificações de resíduos Classe I - Perigosos ou de
resíduos Classe II B, inertes. Podem ter propriedades, tais como:
combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. Ex:
papéis, papelão, matéria vegetal e outros.
• Resíduos Classe II B – Inertes -são os resíduos que, quando
amostrados de forma representativa e submetidos a um contato
estático ou dinâmico com a água destilada ou deionizada, à
temperatura ambiente, não tiveram nenhum de seus constituintes
solubilizados a concentrações superiores aos padrões de
potabilidade da água, excetuando-se os padrões de aspecto, cor,
turbidez e sabor. Ex.: rochas, tijolos, vidros e certos plásticos e
borrachas que não são decompostos prontamente.
119. Tratamento dos resíduos sólidos
Tratamento do resíduo sólido
• Incineração – Usado para destruição de
resíduos líquidos, sólidos e semi-sólidos
• Aterros Industriais – Utilizados para
disposição final de resíduos de classe IIA e
IIB.
OBS: Não se pode dispor nestes aterros
produtos inflamáveis e reativos
122. Tratamento dos resíduos Gasosos
Resíduo Gasoso
É a emissão de produtos sólidos, líquidos e
gasosos para a atmosfera, alterando a qualidade
normal do Ar.
Classificação dos poluentes:
• Sólidos – Poeiras / fumos
• Líquidos – Névoa / Neblina
• Gasosos – Gases de modo geral, como: SO2 , H2S ,
NO2 , CO , NH3 .
123. Tratamento dos resíduos Gasosos
Torre de absorção – Coluna de lavagem de
gases.
Visam reter os produtos contaminantes contidos numa
corrente gasosa, como partículas líquidas, sólidas ou gases
nocivos ao meio ambiente, através do contato com soluções
de reagentes alcalinos (NaOH) ou água, em contra corrente.
Exemplos de reações por absorção de alguns gases:
• H2S + 2NaOH Na2S + 2H2O
• SO2 + 2NaOH Na2SO3 + H2O
• 2NO2 + 2NaOH 2NaNO2 + H2O
125. Critérios e padrões para lançamento de
efluentes líquidos
Documentos de referência - Normas FEEMA
• NT-202.R10 – Critérios e padrões para lançamento
de efluentes líquidos
• DZ-205.R05 – Diretriz de controle de carga orgânica
em efluentes líquidos de origem industrial
• DZ – 215.R01 – Diretriz de controle de carga
biodegradável em efluentes líquidos não industrial
• DZ – 942.R07 – Diretriz do programa de autocontrole
de efluentes líquidos industriais – procon água.
126. Critérios e padrões para lançamento de
efluentes líquidos
Alguns Padrões para lançamento:
• pH = 5,0 a 9,0
• Temperatura = <40ºC
• Materiais sedimentáveis = Máx.: 1,0 ml/l
• Óleos e graxas = Máx.: 20 mg/l
• Fósforo total = 1,0 mg/l P
• Nitrogênio Total = 10,0 mg/l N
• DBO = Remoção Mín.: 90%
• DQO = < 250 mg/l
• Toxicidade = <8,0 UT
• MBAS – Surfactante aniônico = Máx.: 2,0 mg/l