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Amor de perdição
CAMILO CASTELO BRANCO
Contexto da obra
 Amor de Perdição faz parte da 2.a fase do romantismo ou
ultrarromantismo. Por isso, a obra tem um tom extremamente trágico,
dramático, recheado de mortes motivadas pelo sentimento. Assim, as
personagens são sempre postas à prova, enfrentando inúmeros
obstáculos, fazendo com que adquiram um aspeto heroico.
 Este capítulo IV, é um bom exemplo para ver as relações entre as
personagens. Por um lado, existe a relação familiar entre pai e filha –
Teresa e Tadeu Albuquerque – e, por outro, existe a relação entre dois
apaixonados – Simão Botelho e Teresa.
 A relação de Tadeu com a sua filha Teresa, é uma relação conflituosa e
injusta. Está também presente o código rígido da sociedade da época,
uma vez que Teresa é obrigada a escolher entre o casamento com seu
primo Baltasar ou o seu futuro no convento.
 O capítulo mostra a qualidade impulsiva de Simão, a sua qualidade mais
predominante, quando este recebe a carta de Teresa, onde lhe é explicado
a situação do casamento arranjado.
 Ao receber a carta de Teresa os primeiros sentimentos que surgiram foi
ódio, fúria, raiva e vontade de matar Baltasar. Depois de ler mais umas
vezes, acalma-se e toma decisões razoáveis, mandando a carta para
Teresa.
Ação
 Teresa acaba por não ser enviada para um convento, segundo o
conselho do primo, e escreve uma carta a Simão contando-lhe o
sucedido. Simão fica fora de si e planeia matar Baltasar, mas
abandona esta ideia ao perceber que essa ação o afastaria de
Teresa para sempre.
 O estudante (Simão) resolve ir a Viseu para ver a filha de Tadeu.
Como precisa de um sítio seguro onde ficar, o arrieiro recomenda-
lhe a casa de um primo seu, que fica perto de Viseu. Simão envia
uma carta a Teresa e combinam um encontro às onze horas, no dia
do aniversário desta. À hora combinada, Simão fica surpreendido
por ouvir música vinda de uma casa que ele sempre considerara
triste e sem vida.
Narrador
 O narrador é uma entidade que existe no universo da história e que relata
a ação. Contudo, em casos como o de Amor de perdição, podemos
associar o narrador à figura do autor, que assume ser o sobrinho de Simão
Botelho na frase final da novela: «A última pessoa falecida, há vinte e seis
anos, foi Manuel Botelho, pai do autor deste livro.»
 O narrador de Amor de perdição é não participante; ainda assim, não
relata a história de forma imparcial e neutra. Na verdade, a narração é
acompanhada por juízos emitidos sobre as personagens e sobre a
sociedade. O narrador apresenta a sua opinião, tira conclusões sobre
episódios da intriga e desenvolve reflexões e críticas sobre
comportamentos sociais. Não raro estas intervenções assumem a forma de
julgamentos morais.
 Em vários momentos, este narrador dirige-se diretamente a um narratário, que ele
designa por «a leitora» ou «o leitor». Desta forma cúmplice, envolve os leitores na
avaliação do mundo e das personagens da intriga e veicula as ideias centrais da obra.
Personagens
 Simão Botelho: Inicialmente é apresentado como um jovem violento. Tem 17 anos e
quando se apaixona por Teresa torna-se recatado, estudioso e até religioso, porém é
vingativo.
 Teresa Albuquerque: Protagonista, menina de 15 anos que se apaixona por Simão. É
uma mulher varonil e com força de caráter. Diz também ser uma mulher perspicaz e
distintíssima, não é trivial (comum). Não faz o jogo do pai, dando a vida pelo
sentimento que a possui, Teresa constitui uma heroína romântica típica, um exemplo
da imagem da mulher “anjo” que vigorou no Romantismo.
 Baltasar Coutinho: Primo de Teresa, homem com amor-próprio, cobarde e hipócrita,
que desejava casar-se com a prima e “livrá-la de Simão” .
Tempo/Espaço
 A obra passa-se no século 19
 O enredo do capitulo passa-se por Viseu, Coimbra e acaba na casa do
ferrador.
Recursos expressivos
 Os recursos expressivos destaque-se a subtileza da ironia na crítica social
veiculada pelo narrador ou por algumas personagens. Por outro lado, a
metáfora é frequentemente usada para exprimir os sentimentos das
personagens. Neste ponto, importa também chamar a atenção para a
linguagem emotiva empregue por Simão e por Teresa na expressão dos
seus sentimentos, que revela influências do Ultrarromantismo.

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Amor de perdição: relações conflituosas

  • 1. Amor de perdição CAMILO CASTELO BRANCO
  • 2. Contexto da obra  Amor de Perdição faz parte da 2.a fase do romantismo ou ultrarromantismo. Por isso, a obra tem um tom extremamente trágico, dramático, recheado de mortes motivadas pelo sentimento. Assim, as personagens são sempre postas à prova, enfrentando inúmeros obstáculos, fazendo com que adquiram um aspeto heroico.  Este capítulo IV, é um bom exemplo para ver as relações entre as personagens. Por um lado, existe a relação familiar entre pai e filha – Teresa e Tadeu Albuquerque – e, por outro, existe a relação entre dois apaixonados – Simão Botelho e Teresa.
  • 3.  A relação de Tadeu com a sua filha Teresa, é uma relação conflituosa e injusta. Está também presente o código rígido da sociedade da época, uma vez que Teresa é obrigada a escolher entre o casamento com seu primo Baltasar ou o seu futuro no convento.  O capítulo mostra a qualidade impulsiva de Simão, a sua qualidade mais predominante, quando este recebe a carta de Teresa, onde lhe é explicado a situação do casamento arranjado.  Ao receber a carta de Teresa os primeiros sentimentos que surgiram foi ódio, fúria, raiva e vontade de matar Baltasar. Depois de ler mais umas vezes, acalma-se e toma decisões razoáveis, mandando a carta para Teresa.
  • 4. Ação  Teresa acaba por não ser enviada para um convento, segundo o conselho do primo, e escreve uma carta a Simão contando-lhe o sucedido. Simão fica fora de si e planeia matar Baltasar, mas abandona esta ideia ao perceber que essa ação o afastaria de Teresa para sempre.  O estudante (Simão) resolve ir a Viseu para ver a filha de Tadeu. Como precisa de um sítio seguro onde ficar, o arrieiro recomenda- lhe a casa de um primo seu, que fica perto de Viseu. Simão envia uma carta a Teresa e combinam um encontro às onze horas, no dia do aniversário desta. À hora combinada, Simão fica surpreendido por ouvir música vinda de uma casa que ele sempre considerara triste e sem vida.
  • 5. Narrador  O narrador é uma entidade que existe no universo da história e que relata a ação. Contudo, em casos como o de Amor de perdição, podemos associar o narrador à figura do autor, que assume ser o sobrinho de Simão Botelho na frase final da novela: «A última pessoa falecida, há vinte e seis anos, foi Manuel Botelho, pai do autor deste livro.»  O narrador de Amor de perdição é não participante; ainda assim, não relata a história de forma imparcial e neutra. Na verdade, a narração é acompanhada por juízos emitidos sobre as personagens e sobre a sociedade. O narrador apresenta a sua opinião, tira conclusões sobre episódios da intriga e desenvolve reflexões e críticas sobre comportamentos sociais. Não raro estas intervenções assumem a forma de julgamentos morais.
  • 6.  Em vários momentos, este narrador dirige-se diretamente a um narratário, que ele designa por «a leitora» ou «o leitor». Desta forma cúmplice, envolve os leitores na avaliação do mundo e das personagens da intriga e veicula as ideias centrais da obra.
  • 7. Personagens  Simão Botelho: Inicialmente é apresentado como um jovem violento. Tem 17 anos e quando se apaixona por Teresa torna-se recatado, estudioso e até religioso, porém é vingativo.  Teresa Albuquerque: Protagonista, menina de 15 anos que se apaixona por Simão. É uma mulher varonil e com força de caráter. Diz também ser uma mulher perspicaz e distintíssima, não é trivial (comum). Não faz o jogo do pai, dando a vida pelo sentimento que a possui, Teresa constitui uma heroína romântica típica, um exemplo da imagem da mulher “anjo” que vigorou no Romantismo.  Baltasar Coutinho: Primo de Teresa, homem com amor-próprio, cobarde e hipócrita, que desejava casar-se com a prima e “livrá-la de Simão” .
  • 8. Tempo/Espaço  A obra passa-se no século 19  O enredo do capitulo passa-se por Viseu, Coimbra e acaba na casa do ferrador.
  • 9. Recursos expressivos  Os recursos expressivos destaque-se a subtileza da ironia na crítica social veiculada pelo narrador ou por algumas personagens. Por outro lado, a metáfora é frequentemente usada para exprimir os sentimentos das personagens. Neste ponto, importa também chamar a atenção para a linguagem emotiva empregue por Simão e por Teresa na expressão dos seus sentimentos, que revela influências do Ultrarromantismo.