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AULA 6A
A AMÉRICA LATINA: A INTEGRAÇÃO E
DESENVOLVIMENTO NA VIRADA DO SÉCULO XXI
Amaury Gremaud
1
1930-70
 Desde a grande depressão e mesmo antes parte das economias latino
americanas têm implementado um conjunto de medidas que buscaram alguma
transformação, diversificação produtiva e/ou industrialização.
 Dependendo do pesquisador títulos diferentes
 Desenvolvimento voltado para dentro (vs. Voltado para fora)
 Industrialização por Substituição de importações
 Industrialização liderado pelo Estado
 Ressalta-se alguns aspectos aspectos
 Economia mais fechadas
 com maior participação do Estado
 PDP intensas
2
Problemas afetam as estratégias de industrialização
• PDP – começam a ser discutidas
Decisões sobre manutenção/revisão das estratégias
Anos 60
Problemas se agravam / novos problemas:
PDP – fortemente discutidas - criticadas
Consenso de Washington: PDP abandonadas (substituídas por
PDP pro mercado)
Anos
80/90
PDP pro mercado – não efeitos positivos como esperados
• Exagero nos custos das politicas liberalizantes; politicas liberalizantes não
implementadas
• Reavaliação (Exagero na visão negativa) das politicas anteriores ?
• Em direção de uma revalidação de PDP mas cuidados
Anos
2000/hoje
3
MEADOS DOS
ANOS SESSENTA A
ESTRATÉGIA
COMEÇA A SE
ESGOTAR E A
ECONOMIA
COMEÇOU A SE
DESACELERAR.
 Razões pelas quais a estratégia de substituição de importações
entrou em declínio.
 Não existiu um mecanismo que assegurasse que as
atividades protegidas conseguissem alcançar alta
produtividade.
 Proteção permanente/ mercado domestico concentrado
 Não foram acompanhadas as mudanças tecnológicas
ocorridas em setores centrais - TIC
 Problema com tipo de investimento/apoio – falta inovação
capital humano
 Problemas Macroeconômicos
 de financiamento das intervenções
 De continuidade da vulnerabilidade externa
 Inflação
 Desequilíbrios das estruturas produtivas internas
(setoriais)
 Problemas Políticos e sociais (distribuição de renda) 4
PROBLEMAS DA
INDUSTRIALIZAÇÃO:
AS OPÇÕES NOS ANOS
60
 Para países que buscam industrialização
via PSI dificuldades:
 Três discussões cepalinas nos anos 60 –
ampliação dos mercados
 Integração latino americana
 Reformas e a Distribuição de renda
 Diversificação fontes de dinamismo -
algum drive exportador
 endividamento
 Saída conservadora –
desenvolvimentismo conservador
 Ampliação do mercado sem reformas
redistributivas
 Outra Possibilidade reversão do modelo –
abandono da industrialização e saída
liberal
5
• A primeira onda de integração latino americana quando a América Latina refletiu sobre as
estratégias próprias de desenvolvimento (CEPAL).
• Primeira onda atenção inicial é na América Central
• No nível político, pela tentativa dos centro-americanos de reviver um projeto federal
abandonado desde 1838.
• Um "Pacto da União Confederada dos Estados da América Central" foi assinado em 1947
em San Salvador, mas o passo não foi dado.
• Em 1951 nova tentativa, era menos ambicioso, mas enfrentou as divisões políticas da época
e não resistiu à intervenção militar dos EUA na Guatemala em 1954.
• Economicamente :
• J. Vinner – second best (ganhos e desvios de comercio) x
• Prebisch - teoria do intercâmbio desigual: deterioração dos termos do comércio se
deterioram, recomendação de industrialização – necessidade de base regional.
 O modelo Cepal baseia-se na complementaridade industrial e na liberalização do comércio
no âmbito das uniões aduaneiras. Essa concepção de planejamento, desenvolvimentista e
protecionista se opõe ao modelo de livre comércio defendido pelos Estados Unidos.
 Modelo da CEPAL visto como modelo regionalismo fechado
REGIONALISMO FECHADO
INTEGRAÇÃO REGIONAL
 Alargar mercados (Prebisch: também concorrência ?)
 Problema: quando discussão cresce vários países já possuem indústria diversificada – integração deixa de
ser uma negociação simples
 Problema: localização dos setores: racionalização da (re)distribuição localizacional e possíveis
mecanismos de compensação
 Três iniciativas
 Mercado Comum Centro Americano (MCCA)
 mais bem sucedido – ISI impulsionado por integração
 países menos industrializados
 maior homogeneidade entre países – menor assimetria
 ALALC
 tratado de Montevideo 1960 – resposta a diminuição do comércio interno da América Latina
 Ampliação do comércio intra regional, especialmente em manufaturas (aquém , mas cresce)
 vantagens maiores para alguns (reforça diferenças ?)
 Pacto Andino
 Acordo de Cartagena - surge dentro da ALALC – como resposta a um problema de assimetria
 Facilita negociação internas e amplia poder de negociação dentro da ALALC
 Ampliar institucionalidade da Integração 7
Integração econômica regional: a perspectiva
desenvolvimentista ou dinâmica.
Análise da integração deve ser dinâmica, e não estática, como propõe os
neoclássicos.
Princípio geral: a integração traz efeitos dinâmicos que podem contribuir para o
desenvolvimento econômico entre nações menos desenvolvidas => ações
conjuntas são melhores do que ações isoladas no mundo capitalista do pós-
guerra.
Para a CEPAL, a integração econômica regional deve fazer parte de uma
estratégia mais ampla: a estratégia de industrialização. A Comissão apresentou
diretrizes para a formação de um mercado comum latino-americano.
Texto básico: El Mercado Común Latinoamericano, (1959),
Integração econômica regional: a perspectiva
desenvolvimentista ou dinâmica.
Os objetivos da integração na América Latina, segundo a CEPAL:
 Ampliação dos mercados, permitindo a exploração de economias de escala;
 Especialização regional, com base em um conceito de “vantagens comparativas regionais”,
de acordo com a produtividade dos fatores de produção e disponibilidade de matérias
primas => a integração dentro da concepção de planejamento econômico regional =>
mercado + Estado;
 Manter as produções primárias e ampliá-las com a integração;
 Fazer frente ao protecionismo agrícola europeu (maior poder de barganha);
 Ampliar as exportações industriais da América Latina, aproveitando as mudanças
tecnológicas na Europa (que deixa de produzir bens de baixa tecnologia).
Neste sentido, a integração econômica regional como parte das estratégias de
desenvolvimento nacional => La integración debe estar impulsada por una planificación regional
compatible con los intereses políticos nacionales.
1960 – formada a ALALC:
Associação Latino-Americana de Livre Comércio
 Foi criada a partir das recomendações da CEPAL, em 1960.
 Era uma área de livre-comércio que integrada por todos os Estados da América do Sul (menos as Guianas) e
também pelo México, com o objetivo de estabelecer a liberalização total em até 12 anos.
 Negociação por listas de produtos:
 1960: 4.268 concessões
 1966: 9.054 concessões
 1970: 11.070 concessões
 1972: 11.242 concessões
 Não vai muito adiantes experiência frustrada (guerras, golpes, ditaduras) e dificuldades inerentes a
integração – assimetrias
 Começa sub divisão – origens do CAN
 1980 – ALALC é substituída pela ALADI (Associação Latino-americana de Integração).
FURTADO
Nesse sentido, “a teoria da integração constitui uma etapa superior da
teoria do desenvolvimento econômico e a política de integração uma
forma avançada de política de desenvolvimento” (Furtado, Celso.
Teoria e Política do Desenvolvimento Econômico. São Paulo: Abril
Cultural, 1983). => integración económica regional x políticas
nacionales de desarrollo.
A integração, por ser parte da estratégia de planejamento para o
desenvolvimento econômico, depende de algum grau de
convergência política. => integración x convergencia política.
:
:
ESTRUTURALISMO FRANCES
 Ideias de Perroux e Marchal sobre regionalização
 Conceberam a integração econômica não apenas como um mecanismo de liberalização
tarifária, mas como um processo de unificação dos sistemas econômicos sob o princípio da
solidariedade. Essa ideia de integração solidária acabou sendo crucial para a visão
estruturalista e, de alguma forma, foi articulada com o tema do desenvolvimento.
 critica o que descreve como o método liberal de integração, que se baseia na
liberalização do comércio, o método liberal gera interdependência, mas não
solidariedade,
 O Estado deve desencadear um processo contínuo, socialmente equilibrado e harmonioso por meio
de políticas em varias áreas.
 é crucial implementar ou coordenar políticas comuns que deve levar à criação de uma área
territorial constituída por uma rede de laços estreitos de solidariedade. Essa ideia de
solidariedade implica que o progresso de alguém beneficia a todos.
 Uma integração é solidária quando "todos os colaboradores contribuem para o resultado do esforço
comum e que a parte de cada um depende do esforço de todos“ e pressupõe uma certa igualdade
de oportunidades que permitem que todos aqueles que participam da rede sejam vencedores e
impeçam que um componente da rede domine os outros. Não envolve apenas a integração
econômica, mas a integração social".
PROBLEMAS DA
INDUSTRIALIZAÇÃO
 Para países que buscam industrialização
via PSI dificuldades:
 Três discussões cepalinas nos anos 60 –
ampliação dos mercados
 Integração latino americana
 Reformas e a Distribuição de renda
 Diversificação fontes de dinamismo -
algum drive exportador
 endividamento
 Saída conservadora –
desenvolvimentismo conservador
 Ampliação do mercado sem reformas
redistributivas
 Outra Possibilidade reversão do modelo –
abandono da industrialização e saída
liberal
14
ENFRENTAMENTO DA CRISE DO PSI
“Modelo burocrático-autoritário”
 Governos militares e a questão do mercado
 Ampliação dos mercados sem redistribuição, via crédito - endividamento
 Aprofunda internacionalização
Forte entrada de capitais – endividamento externo
Reforço das Multinacionais
 Diversificação das fontes de dinamismo: promoção de
exportações
Muda politica cambial e de estimulo às exportações
 “Capitalismo de Estado”
Políticas pró mercado x intervencionismo
15
15
ANOS 60/70 OS DIFERENTES ESTILOS DE
DESENVOLVIMENTO LATINO AMERICANOS
 Disparidade entre os países latino-americanos:
 Melhores desempenhos: Brasil, Colômbia e México
Brasil – modelo burocrático autoritário – desenvolvimentismo
(Estado e industrialização interna) mantido com viés conservador,
diversificação exportadora relativa e endividamento
México – PRI – também com endividamemto, continuidade de
industrialização interna, mas importância das exportações de
petróleo, redistribuição algum avanço
 Argentina, Chile : Entrada em cena mais cedo de visão liberal e
critica ao PSI
16
16
MUDANÇAS NOS ANOS 1960 E 1970
 Políticas de estímulo às exportações
 Desvalorizações cambiais; Incentivos fiscais e subsídios
 Linhas de financiamento Investimentos públicos
 Zonas Francas
 Diferença fundamental em relação à Ásia:
 Exportações na AL tinham o papel de prover divisas, não ser a base de crescimento da
economia como na Ásia
 AL: “drive exportador” relativo
 Desempenho do PIB da AL na década de 70 não foi tão “lamentável”
 Diferença em relação ao Extremo Oriente em termos de desenvolvimento não é tão
significativa
 Mas Inflação e dívida externa sim
17
17
PROBLEMAS POSTERIORES PARA O DESEMPENHO LATINO-
AMERICANO
 1) Endividamento exagerado - dois tipos:
a) Argentina e Chile: Combate à inflação e liberalização comercial  taxa de câmbio supervalorizada
b) Brasil, México, Venezuela: programas ambiciosos de crescimento acelerado
 2) Abertura assimétrica da AL para a economia internacional
 Abertura financeira maior que a abertura comercial
 Dívida cresceu bem mais que as exportações
 Amplia necessidade de recursos para pagar recursos externos
 Antes importações
 Agora: divida externa , remessas de lucros e importações
 3) Violentos choques externos após 1980:
a) Deterioração dos termos de troca
b) Elevação das taxas de juros reais
c) Redução do crescimento da OCDE
 Impacto sobre as exportações da AL
d) Oferta de capital
 Corte abrupto de novos financiamentos
18
18
DESEMPENHO ECONÔMICO: AL, EXTREMO ORIENTE E SUL DA ÁSIA:1960-
1985
19
Região
Taxas de
Crescimento do PIB
Inflação
Dívida
Externa/PIB
1960-
1970
1970-
1980
1980-
1985
1960-
1970
1970-
1980
1980-
1985
1973 1983 1985
América
Latina
5,7 5,8 0,4 24,7 47,9 277,7 18% 56% 61%
Extremo
Oriente
6,9 8,0 4,9 7,8 14,8 7,7 23% 34% 25%
Sul da Ásia 3,9 3,7 5,2 6,2 9,6 8,3 19% 15% 24%
Fonte: Banco Mundial. Apud Fishlow, 2004, p. 158. 19
A REORIENTAÇÃO PARA O MERCADO
 Duas fases distintas:
 Década de 1980 – década perdida – crise da divida e inflação
 Após 1990 : tentativa de crescimento com base em modelo liberal mas com
grande volatilidade – reformas liberisi
 Abertura
 privatização
20
CUSTOS SOCIAIS DA CRISE DA DÍVIDA
 Incidência da pobreza de 40% (1980) para 48% da população (1990)
 Necessidade de ajuste fiscal → pressiona estruturas sociais vulneráveis
 Financiamento da dívida → impacto sobre a inflação
21
 Com o advento da crise da dívida da década de 1980, os
ânimos deixaram de serem favoráveis às políticas industriais
(PDP) (aumentam as críticas dos anos 60) e amplia-se
nacional e internacionalmente o apoio à ideia de transferir a
responsabilidade para a atribuição da recursos dos
investimento Estatais para os mercados.
 Isto levou na década de 1990, ao que ficou conhecido como o
Consenso de Washington (CW), o saneamento financeiro dos
Estados era o principal objetivo, os mercados livres e estáveis
possibilitariam o crescimento económico.
 Culpabilização das PDP especialmente nos países que as
mantiverem nos anos 60/70
22
CONSENSO DE WASHINGTON
Disciplina fiscal
Priorização
(reorientação)
dos gastos
públicos
Reforma
tributária
Privatização Desregulação
Liberalização
financeira
Unificação do
Regime cambial
Liberalização
comercial
Abertura para o
Investimento
externo direto:
Propriedade
intelectual:
proteção
23
LÓGICAS DAS POLÍTICAS DE ESTABILIZAÇÃO NA DÉCADA
DE 90
Maior abertura comercial e financeira
Âncora cambial: Taxa de câmbio valorizada
 Politica Monetária restritiva: Taxa de juros
elevada
Política Fiscal restritiva
Privatização
24
24
25
PRIVATIZAÇÃO: ARGUMENTOS UTILIZADOS
1. Ineficiência das empresa públicas: baixa qualidade dos serviços e
existência de déficit financeiros;
2. Diminuição da capacidade estatal em fazer investimentos
necessários como a ampliação dos serviços e atualização
tecnológica das empresas;
3. Necessidade de gerar receitas para se abater a elevada dívida
estatal;
4. Mudança no quadro tecnológico e financeiro internacional
25
NOVO “DOGMA” ORTODOXO
“Competitividade depende de mercados
internos liberalizados e importações mais
livres”
Pressões cada vez maiores:
 Redução do papel do Estado na economia
 Maior abertura comercial e financeira
26
26
PROGRESSO TÉCNICO E RESTRUTURAÇÃO
PRODUTIVA
 1980s: estratégia passiva
 1990: restruturação com choque de competitividade:
redução de custos, aumento de produtividade e diminuição
do emprego
 Críticas:
 abertura comercial muito rápida e associada com abertura
financeira e valorização cambial – custos sociais excessivos
 Deterioração da balança comercial e do BP
 Problema: desmonte do sistema nacional de inovações e
aprofundamento do atraso tecnológico
 Incerteza e instabilidade dificultam o planejamento
estratégico das empresas
27
28
Variações no tempo e no espaço
Países
 México – abertura mais radical, abandono das antigas politicas
industriais, agenda liberal avança mais
 Brasil – apesar de abertura e liberalização , tb privatizações,
ainda sim resitencia a outras reformas
 Chile e Argentina – liberalização anterior
 Aprofunda-se agenda liberal
 Chile: maior cuidado macroeconômico com endividamento e abertura
financeira
Até onde países latino americanos seguiram
completamente a agenda liberal ? Até quando ?
Até onde novas agendas entram nos países latino-
americanos
29
 Atualmente, se politicas industriais podem em parte ter sido
problemáticas, seu afastamento completo pelo CW não melhorou os
processos de ganhos de produtividade e de desenvolvimento econômico
 Hoje existe o crescimento e a necessidade de se promover uma nova
geração de políticas de desenvolvimento produtivo que não se
enquadram nos problemas do passado.
 Uma política industrial moderna tem de levar em conta que existem hoje
mercados mais desenvolvidos e sofisticados
 Internacionalmente, há a decolagem do comércio internacional e de um mercado
financeiro internacional mais integrado.
 setores privados nacionais têm demonstrado maturidade para enfrentar a
incerteza e se envolver com investimentos de longo prazo (assumir riscos e
perdas que não precisam necessariamente serem assumidos pelo governo );
30
Problemas afetam as estratégias desenvolvimentistas
• PDP – começam a ser discutidas
Decisões sobre manutenção ou não das estratégias
Anos 60
Problemas se agravam / novos problemas:
PDP – fortemente discutidas - criticadas
Consenso de Washington: PDP abandonadas (substituídas por
PDP pro mercado)
Anos
80/90
PDP pro mercado – os efeitos positivos não são os esperados
• Exagero nos custos das politicas liberalizantes; politicas liberalizantes não
implementadas
• Reavaliação (Exagero na visão negativa) das politicas anteriores ?
• Em direção de uma revalidação de PDP mas cuidados
Ate onde neo estruturalismo ou novo (sócio) desenvolvimentismo
Anos
2000/hoje
31
• No final da década de 1980, a América Latina aderiu fortemente ao neoliberalismo
• AL (quase) democratizada, reestruturação de algum diálogo político.
 a integração é visto como um complemento à abertura que buscam melhorar a inserção dos
países latino-americanos na economia mundial (dentro da concepção de J. Vinner)
Levando em consideração cadeias global de valor, globalização, fluxos de capitais
• Período conhecido como o de regionalismo aberto
• que passa a ser defendido inclusive pela CEPAL dentro da ideia de transformação produtiva com
equidade
• Os Estados Unidos assinam um acordo de livre comércio com o México e o Canadá (NAFTA, 1992)
• e propõem sua expansão para o resto do continente, com a Área de Livre Comércio das Américas
(FTAA).
• Os acordos históricos na América Central, no Caribe e na região andina estão sendo renegociados
nos moldes do “novo regionalismo” ou do "regionalismo aberto"
• Por outro lado temos o MERCOSUL que envolve questões politicas e sofre influencia europeia, mas
também segue a logica do regionalismo aberto
REGIONALISMO ABERTO
• A abertura na AL foi rápida e substancial, com tarifas médias para a
América Latina indo de 100% no início da década de 1980 para 30%
uma década depois, e 10% no início dos anos 2000.
• Expectativa frustrada de cho1ue de competitividade
• Hoje visto dentro do processo de desindustrialização e de (re)
agrooexportação da Latino-america
• Mas existe algum crescimento econômico impulsionado pelo
comércio intra-regional
• No MERCOSUL, o comércio intra-regional representa 25,2% do total em
1998, contra apenas 8,9% em 1990.
• No entanto, este progresso foi abruptamente interrompido pelas crises financeiras do
final da década: a desvalorização brasileira de 1999 e, especialmente, a crise
argentina de 2001 trouxeram o comércio de volta ao nível do início da década de
1990 – problemas de assimetria e necessidade de coordenação das politicas
macroeconômicas evidentes
• Mesmo com desindustrialização no Mercosul comercio inter-regional possui
maior valor adicionado e produtos de maior sofisticação 34
• Mudanças politicas na América interrompem o período neoliberal.
• Existe um projeto de revitalização do regionalismo que ressuscita o
estruturalismo da CEPAL (e o estruturalismo francês), sem questionar
completamente o regionalismo aberto, em um contexto de boom nas
exportações de matérias-primas a partir de 2003, mas se caracteriza por uma
visão pos liberal (novo estruturalismo, novo desenvolvimentismo)
• originalmente concebida como uma alternativa à ALCA dos EUA
• A alternativa se transforma
(1) na Aliança Bolivariana para as Américas (ALBA), a partir de Chaves
na Venezuela, ao mesmo tempo que
(2) Lula acentua a virada sul-americana da diplomacia brasileira e esta a
frente da criação da UNASUL e formalizou
(3) um diálogo latino-americano, no âmbito da CELAC.
Regionalismo Pós Liberal ou pós hegemônico
36
 Este novo regionalismo procura:
• dar uma direção mais pragmática aos projetos regionais, por exemplo
com a IIRSA,
• na criação de mecanismos inovadores de cooperação internacional,
por exemplo com o uso de empresas e/ou organizações estatais
associadas em consórcios internacionais para a produção de bens de
consumo (por exemplo, alimentos) ou para o fornecimento de bens
públicos regionais (educação, saúde, etc.).
• Uso de mecanismos de financiamentos a partir, p. ex;, de riqueza
petrolífera venezuelana e/ou de recursos com base no BNDES
brasileiro.
 Diversificação da agenda
 Objetivos sociais ganham grande destaque,
 Mas infraestrutura e defesa (segurança) são partes importantes das
agendas
 Dentro destas iniciativas a dimensão comercial não está ausente, mas
é colocada a serviço do interesse comum.
 A clássica opção de integração dentro de um estratégia de livre
comércio continua existindo
 muitos países assinam acordos bilaterais com os Estados Unidos,
 aqueles que compartilham a fachada do Pacífico se organizam para
impulsionar a integração na região Ásia-Pacífico, criando a Aliança do
Pacífico (Chile, Peru, Colômbia, México)
 Segunda metade dos anos 10 – recuo das agendas integracionistas
pos hegemônicas
 Recuperação este ano ?
Integração fragmentada 37
OLIVER DABÈNE – PROBLEMAS QUE LEVAM A UMA
INTEGRAÇÃO FRAGMENTÁRIA
 Instabilidade econômica e Crises
 os processos de integração mais frequentemente avançam por ciclos e
enfrentam crises externas e internas. A América Latina não é exceção. No
entanto, as crises são tão sérias que levam os atores a questionar a própria
sobrevivência de seu processo de integração. Os políticos nunca votam pela
dissolução de um acordo, na maioria das vezes optando por total
indiferença.
 Baixa interdependência comercial
 Historicamente - a lógica extrovertida do livre comércio que emergiu (e
reemergiu) condena a América Latina à amarga desilusão com a integração,
já que o comércio intra-zona apesar de suas características )e
potencialidades) interessantes é diminuto e avança pouco.
 Fortes assimetrias
 O problema da distribuição desigual dos ganhos de livre comércio está no centro das crises
de integração.
 A integração regional na América Latina potencialmente pode ampliar as desigualdades
entre os Estados.
 o modelo Cepal de complementaridade industrial deveria elevar o nível relativo dos países menos
desenvolvidos ao nível de seus parceiros. Não foi implementado, ou muito parcialmente na América
Central
 O Fundo de Convergência Estrutural do MERCOSUL (FOCEM) representa uma tentativa tímida,
mas louvável de apoiar as regiões mais pobres da região.
 Baixa institucionalização.
 Os processos de integração na América Latina têm uma agenda muito ampla, mas suas
capacidades institucionais são fracas.
 CAN e MERCOSUL têm alguns corpos burocráticos, mas seus meios (financeiros, humanos) são
insignificantes e, acima de tudo, sua capacidade de tomada de decisão é quase nula. Os processos
permanecem intergovernamentais, deixando pouco espaço para os órgãos comunitários.
 Outro debate importante na AL se dá em trono da ideia de Estado nação e supranacionalidade
 Geometria Variável
 Sobreposições institucionais causam inconsistências que impedem a governança regional.
 Influências externas/dependência.
 Nas décadas de 1950 e 1960, a CEPAL e seu secretário-geral Raúl Prebisch estavam na
origem de uma teoria que influenciou toda uma geração de acordos de integração no
mundo em desenvolvimento. No entanto, o modelo Cepal foi desafiado pela concepção
norte-americana centrada no livre comércio.
 A rivalidade entre os paradigmas estruturalista e neoclássico explica em grande parte a natureza
híbrida dos acordos assinados na década de 1960 (MCCA, ALALC).
 Na década de 1970, a Europa começou a exportar seu "modelo" de integração, tanto em
seu componente econômico (união aduaneira) quanto político (forte institucionalização
com características supranacionais).
 Quando a América Latina se converte em regionalismo aberto, entra nas fileiras da
Ortodoxia, mas ainda está sujeita às influências cruzadas e muitas vezes competindo
com a Europa e os Estados Unidos.
 A Europa financia as instituições comunitárias na América Central, nos Andes e no MERCOSUL,
 os Estados Unidos tentam impor a agenda do NAFTA e a ALCA.
 Essas influências externas tendem a aliviar a responsabilidade dos Estados-Membros
pelo engajamento coletivo.

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  • 1. AULA 6A A AMÉRICA LATINA: A INTEGRAÇÃO E DESENVOLVIMENTO NA VIRADA DO SÉCULO XXI Amaury Gremaud 1
  • 2. 1930-70  Desde a grande depressão e mesmo antes parte das economias latino americanas têm implementado um conjunto de medidas que buscaram alguma transformação, diversificação produtiva e/ou industrialização.  Dependendo do pesquisador títulos diferentes  Desenvolvimento voltado para dentro (vs. Voltado para fora)  Industrialização por Substituição de importações  Industrialização liderado pelo Estado  Ressalta-se alguns aspectos aspectos  Economia mais fechadas  com maior participação do Estado  PDP intensas 2
  • 3. Problemas afetam as estratégias de industrialização • PDP – começam a ser discutidas Decisões sobre manutenção/revisão das estratégias Anos 60 Problemas se agravam / novos problemas: PDP – fortemente discutidas - criticadas Consenso de Washington: PDP abandonadas (substituídas por PDP pro mercado) Anos 80/90 PDP pro mercado – não efeitos positivos como esperados • Exagero nos custos das politicas liberalizantes; politicas liberalizantes não implementadas • Reavaliação (Exagero na visão negativa) das politicas anteriores ? • Em direção de uma revalidação de PDP mas cuidados Anos 2000/hoje 3
  • 4. MEADOS DOS ANOS SESSENTA A ESTRATÉGIA COMEÇA A SE ESGOTAR E A ECONOMIA COMEÇOU A SE DESACELERAR.  Razões pelas quais a estratégia de substituição de importações entrou em declínio.  Não existiu um mecanismo que assegurasse que as atividades protegidas conseguissem alcançar alta produtividade.  Proteção permanente/ mercado domestico concentrado  Não foram acompanhadas as mudanças tecnológicas ocorridas em setores centrais - TIC  Problema com tipo de investimento/apoio – falta inovação capital humano  Problemas Macroeconômicos  de financiamento das intervenções  De continuidade da vulnerabilidade externa  Inflação  Desequilíbrios das estruturas produtivas internas (setoriais)  Problemas Políticos e sociais (distribuição de renda) 4
  • 5. PROBLEMAS DA INDUSTRIALIZAÇÃO: AS OPÇÕES NOS ANOS 60  Para países que buscam industrialização via PSI dificuldades:  Três discussões cepalinas nos anos 60 – ampliação dos mercados  Integração latino americana  Reformas e a Distribuição de renda  Diversificação fontes de dinamismo - algum drive exportador  endividamento  Saída conservadora – desenvolvimentismo conservador  Ampliação do mercado sem reformas redistributivas  Outra Possibilidade reversão do modelo – abandono da industrialização e saída liberal 5
  • 6. • A primeira onda de integração latino americana quando a América Latina refletiu sobre as estratégias próprias de desenvolvimento (CEPAL). • Primeira onda atenção inicial é na América Central • No nível político, pela tentativa dos centro-americanos de reviver um projeto federal abandonado desde 1838. • Um "Pacto da União Confederada dos Estados da América Central" foi assinado em 1947 em San Salvador, mas o passo não foi dado. • Em 1951 nova tentativa, era menos ambicioso, mas enfrentou as divisões políticas da época e não resistiu à intervenção militar dos EUA na Guatemala em 1954. • Economicamente : • J. Vinner – second best (ganhos e desvios de comercio) x • Prebisch - teoria do intercâmbio desigual: deterioração dos termos do comércio se deterioram, recomendação de industrialização – necessidade de base regional.  O modelo Cepal baseia-se na complementaridade industrial e na liberalização do comércio no âmbito das uniões aduaneiras. Essa concepção de planejamento, desenvolvimentista e protecionista se opõe ao modelo de livre comércio defendido pelos Estados Unidos.  Modelo da CEPAL visto como modelo regionalismo fechado REGIONALISMO FECHADO
  • 7. INTEGRAÇÃO REGIONAL  Alargar mercados (Prebisch: também concorrência ?)  Problema: quando discussão cresce vários países já possuem indústria diversificada – integração deixa de ser uma negociação simples  Problema: localização dos setores: racionalização da (re)distribuição localizacional e possíveis mecanismos de compensação  Três iniciativas  Mercado Comum Centro Americano (MCCA)  mais bem sucedido – ISI impulsionado por integração  países menos industrializados  maior homogeneidade entre países – menor assimetria  ALALC  tratado de Montevideo 1960 – resposta a diminuição do comércio interno da América Latina  Ampliação do comércio intra regional, especialmente em manufaturas (aquém , mas cresce)  vantagens maiores para alguns (reforça diferenças ?)  Pacto Andino  Acordo de Cartagena - surge dentro da ALALC – como resposta a um problema de assimetria  Facilita negociação internas e amplia poder de negociação dentro da ALALC  Ampliar institucionalidade da Integração 7
  • 8. Integração econômica regional: a perspectiva desenvolvimentista ou dinâmica. Análise da integração deve ser dinâmica, e não estática, como propõe os neoclássicos. Princípio geral: a integração traz efeitos dinâmicos que podem contribuir para o desenvolvimento econômico entre nações menos desenvolvidas => ações conjuntas são melhores do que ações isoladas no mundo capitalista do pós- guerra. Para a CEPAL, a integração econômica regional deve fazer parte de uma estratégia mais ampla: a estratégia de industrialização. A Comissão apresentou diretrizes para a formação de um mercado comum latino-americano. Texto básico: El Mercado Común Latinoamericano, (1959),
  • 9. Integração econômica regional: a perspectiva desenvolvimentista ou dinâmica. Os objetivos da integração na América Latina, segundo a CEPAL:  Ampliação dos mercados, permitindo a exploração de economias de escala;  Especialização regional, com base em um conceito de “vantagens comparativas regionais”, de acordo com a produtividade dos fatores de produção e disponibilidade de matérias primas => a integração dentro da concepção de planejamento econômico regional => mercado + Estado;  Manter as produções primárias e ampliá-las com a integração;  Fazer frente ao protecionismo agrícola europeu (maior poder de barganha);  Ampliar as exportações industriais da América Latina, aproveitando as mudanças tecnológicas na Europa (que deixa de produzir bens de baixa tecnologia). Neste sentido, a integração econômica regional como parte das estratégias de desenvolvimento nacional => La integración debe estar impulsada por una planificación regional compatible con los intereses políticos nacionales.
  • 10. 1960 – formada a ALALC: Associação Latino-Americana de Livre Comércio  Foi criada a partir das recomendações da CEPAL, em 1960.  Era uma área de livre-comércio que integrada por todos os Estados da América do Sul (menos as Guianas) e também pelo México, com o objetivo de estabelecer a liberalização total em até 12 anos.  Negociação por listas de produtos:  1960: 4.268 concessões  1966: 9.054 concessões  1970: 11.070 concessões  1972: 11.242 concessões  Não vai muito adiantes experiência frustrada (guerras, golpes, ditaduras) e dificuldades inerentes a integração – assimetrias  Começa sub divisão – origens do CAN  1980 – ALALC é substituída pela ALADI (Associação Latino-americana de Integração).
  • 11.
  • 12. FURTADO Nesse sentido, “a teoria da integração constitui uma etapa superior da teoria do desenvolvimento econômico e a política de integração uma forma avançada de política de desenvolvimento” (Furtado, Celso. Teoria e Política do Desenvolvimento Econômico. São Paulo: Abril Cultural, 1983). => integración económica regional x políticas nacionales de desarrollo. A integração, por ser parte da estratégia de planejamento para o desenvolvimento econômico, depende de algum grau de convergência política. => integración x convergencia política. : :
  • 13. ESTRUTURALISMO FRANCES  Ideias de Perroux e Marchal sobre regionalização  Conceberam a integração econômica não apenas como um mecanismo de liberalização tarifária, mas como um processo de unificação dos sistemas econômicos sob o princípio da solidariedade. Essa ideia de integração solidária acabou sendo crucial para a visão estruturalista e, de alguma forma, foi articulada com o tema do desenvolvimento.  critica o que descreve como o método liberal de integração, que se baseia na liberalização do comércio, o método liberal gera interdependência, mas não solidariedade,  O Estado deve desencadear um processo contínuo, socialmente equilibrado e harmonioso por meio de políticas em varias áreas.  é crucial implementar ou coordenar políticas comuns que deve levar à criação de uma área territorial constituída por uma rede de laços estreitos de solidariedade. Essa ideia de solidariedade implica que o progresso de alguém beneficia a todos.  Uma integração é solidária quando "todos os colaboradores contribuem para o resultado do esforço comum e que a parte de cada um depende do esforço de todos“ e pressupõe uma certa igualdade de oportunidades que permitem que todos aqueles que participam da rede sejam vencedores e impeçam que um componente da rede domine os outros. Não envolve apenas a integração econômica, mas a integração social".
  • 14. PROBLEMAS DA INDUSTRIALIZAÇÃO  Para países que buscam industrialização via PSI dificuldades:  Três discussões cepalinas nos anos 60 – ampliação dos mercados  Integração latino americana  Reformas e a Distribuição de renda  Diversificação fontes de dinamismo - algum drive exportador  endividamento  Saída conservadora – desenvolvimentismo conservador  Ampliação do mercado sem reformas redistributivas  Outra Possibilidade reversão do modelo – abandono da industrialização e saída liberal 14
  • 15. ENFRENTAMENTO DA CRISE DO PSI “Modelo burocrático-autoritário”  Governos militares e a questão do mercado  Ampliação dos mercados sem redistribuição, via crédito - endividamento  Aprofunda internacionalização Forte entrada de capitais – endividamento externo Reforço das Multinacionais  Diversificação das fontes de dinamismo: promoção de exportações Muda politica cambial e de estimulo às exportações  “Capitalismo de Estado” Políticas pró mercado x intervencionismo 15 15
  • 16. ANOS 60/70 OS DIFERENTES ESTILOS DE DESENVOLVIMENTO LATINO AMERICANOS  Disparidade entre os países latino-americanos:  Melhores desempenhos: Brasil, Colômbia e México Brasil – modelo burocrático autoritário – desenvolvimentismo (Estado e industrialização interna) mantido com viés conservador, diversificação exportadora relativa e endividamento México – PRI – também com endividamemto, continuidade de industrialização interna, mas importância das exportações de petróleo, redistribuição algum avanço  Argentina, Chile : Entrada em cena mais cedo de visão liberal e critica ao PSI 16 16
  • 17. MUDANÇAS NOS ANOS 1960 E 1970  Políticas de estímulo às exportações  Desvalorizações cambiais; Incentivos fiscais e subsídios  Linhas de financiamento Investimentos públicos  Zonas Francas  Diferença fundamental em relação à Ásia:  Exportações na AL tinham o papel de prover divisas, não ser a base de crescimento da economia como na Ásia  AL: “drive exportador” relativo  Desempenho do PIB da AL na década de 70 não foi tão “lamentável”  Diferença em relação ao Extremo Oriente em termos de desenvolvimento não é tão significativa  Mas Inflação e dívida externa sim 17 17
  • 18. PROBLEMAS POSTERIORES PARA O DESEMPENHO LATINO- AMERICANO  1) Endividamento exagerado - dois tipos: a) Argentina e Chile: Combate à inflação e liberalização comercial  taxa de câmbio supervalorizada b) Brasil, México, Venezuela: programas ambiciosos de crescimento acelerado  2) Abertura assimétrica da AL para a economia internacional  Abertura financeira maior que a abertura comercial  Dívida cresceu bem mais que as exportações  Amplia necessidade de recursos para pagar recursos externos  Antes importações  Agora: divida externa , remessas de lucros e importações  3) Violentos choques externos após 1980: a) Deterioração dos termos de troca b) Elevação das taxas de juros reais c) Redução do crescimento da OCDE  Impacto sobre as exportações da AL d) Oferta de capital  Corte abrupto de novos financiamentos 18 18
  • 19. DESEMPENHO ECONÔMICO: AL, EXTREMO ORIENTE E SUL DA ÁSIA:1960- 1985 19 Região Taxas de Crescimento do PIB Inflação Dívida Externa/PIB 1960- 1970 1970- 1980 1980- 1985 1960- 1970 1970- 1980 1980- 1985 1973 1983 1985 América Latina 5,7 5,8 0,4 24,7 47,9 277,7 18% 56% 61% Extremo Oriente 6,9 8,0 4,9 7,8 14,8 7,7 23% 34% 25% Sul da Ásia 3,9 3,7 5,2 6,2 9,6 8,3 19% 15% 24% Fonte: Banco Mundial. Apud Fishlow, 2004, p. 158. 19
  • 20. A REORIENTAÇÃO PARA O MERCADO  Duas fases distintas:  Década de 1980 – década perdida – crise da divida e inflação  Após 1990 : tentativa de crescimento com base em modelo liberal mas com grande volatilidade – reformas liberisi  Abertura  privatização 20
  • 21. CUSTOS SOCIAIS DA CRISE DA DÍVIDA  Incidência da pobreza de 40% (1980) para 48% da população (1990)  Necessidade de ajuste fiscal → pressiona estruturas sociais vulneráveis  Financiamento da dívida → impacto sobre a inflação 21
  • 22.  Com o advento da crise da dívida da década de 1980, os ânimos deixaram de serem favoráveis às políticas industriais (PDP) (aumentam as críticas dos anos 60) e amplia-se nacional e internacionalmente o apoio à ideia de transferir a responsabilidade para a atribuição da recursos dos investimento Estatais para os mercados.  Isto levou na década de 1990, ao que ficou conhecido como o Consenso de Washington (CW), o saneamento financeiro dos Estados era o principal objetivo, os mercados livres e estáveis possibilitariam o crescimento económico.  Culpabilização das PDP especialmente nos países que as mantiverem nos anos 60/70 22
  • 23. CONSENSO DE WASHINGTON Disciplina fiscal Priorização (reorientação) dos gastos públicos Reforma tributária Privatização Desregulação Liberalização financeira Unificação do Regime cambial Liberalização comercial Abertura para o Investimento externo direto: Propriedade intelectual: proteção 23
  • 24. LÓGICAS DAS POLÍTICAS DE ESTABILIZAÇÃO NA DÉCADA DE 90 Maior abertura comercial e financeira Âncora cambial: Taxa de câmbio valorizada  Politica Monetária restritiva: Taxa de juros elevada Política Fiscal restritiva Privatização 24 24
  • 25. 25 PRIVATIZAÇÃO: ARGUMENTOS UTILIZADOS 1. Ineficiência das empresa públicas: baixa qualidade dos serviços e existência de déficit financeiros; 2. Diminuição da capacidade estatal em fazer investimentos necessários como a ampliação dos serviços e atualização tecnológica das empresas; 3. Necessidade de gerar receitas para se abater a elevada dívida estatal; 4. Mudança no quadro tecnológico e financeiro internacional 25
  • 26. NOVO “DOGMA” ORTODOXO “Competitividade depende de mercados internos liberalizados e importações mais livres” Pressões cada vez maiores:  Redução do papel do Estado na economia  Maior abertura comercial e financeira 26 26
  • 27. PROGRESSO TÉCNICO E RESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA  1980s: estratégia passiva  1990: restruturação com choque de competitividade: redução de custos, aumento de produtividade e diminuição do emprego  Críticas:  abertura comercial muito rápida e associada com abertura financeira e valorização cambial – custos sociais excessivos  Deterioração da balança comercial e do BP  Problema: desmonte do sistema nacional de inovações e aprofundamento do atraso tecnológico  Incerteza e instabilidade dificultam o planejamento estratégico das empresas 27
  • 28. 28
  • 29. Variações no tempo e no espaço Países  México – abertura mais radical, abandono das antigas politicas industriais, agenda liberal avança mais  Brasil – apesar de abertura e liberalização , tb privatizações, ainda sim resitencia a outras reformas  Chile e Argentina – liberalização anterior  Aprofunda-se agenda liberal  Chile: maior cuidado macroeconômico com endividamento e abertura financeira Até onde países latino americanos seguiram completamente a agenda liberal ? Até quando ? Até onde novas agendas entram nos países latino- americanos 29
  • 30.  Atualmente, se politicas industriais podem em parte ter sido problemáticas, seu afastamento completo pelo CW não melhorou os processos de ganhos de produtividade e de desenvolvimento econômico  Hoje existe o crescimento e a necessidade de se promover uma nova geração de políticas de desenvolvimento produtivo que não se enquadram nos problemas do passado.  Uma política industrial moderna tem de levar em conta que existem hoje mercados mais desenvolvidos e sofisticados  Internacionalmente, há a decolagem do comércio internacional e de um mercado financeiro internacional mais integrado.  setores privados nacionais têm demonstrado maturidade para enfrentar a incerteza e se envolver com investimentos de longo prazo (assumir riscos e perdas que não precisam necessariamente serem assumidos pelo governo ); 30
  • 31. Problemas afetam as estratégias desenvolvimentistas • PDP – começam a ser discutidas Decisões sobre manutenção ou não das estratégias Anos 60 Problemas se agravam / novos problemas: PDP – fortemente discutidas - criticadas Consenso de Washington: PDP abandonadas (substituídas por PDP pro mercado) Anos 80/90 PDP pro mercado – os efeitos positivos não são os esperados • Exagero nos custos das politicas liberalizantes; politicas liberalizantes não implementadas • Reavaliação (Exagero na visão negativa) das politicas anteriores ? • Em direção de uma revalidação de PDP mas cuidados Ate onde neo estruturalismo ou novo (sócio) desenvolvimentismo Anos 2000/hoje 31
  • 32. • No final da década de 1980, a América Latina aderiu fortemente ao neoliberalismo • AL (quase) democratizada, reestruturação de algum diálogo político.  a integração é visto como um complemento à abertura que buscam melhorar a inserção dos países latino-americanos na economia mundial (dentro da concepção de J. Vinner) Levando em consideração cadeias global de valor, globalização, fluxos de capitais • Período conhecido como o de regionalismo aberto • que passa a ser defendido inclusive pela CEPAL dentro da ideia de transformação produtiva com equidade • Os Estados Unidos assinam um acordo de livre comércio com o México e o Canadá (NAFTA, 1992) • e propõem sua expansão para o resto do continente, com a Área de Livre Comércio das Américas (FTAA). • Os acordos históricos na América Central, no Caribe e na região andina estão sendo renegociados nos moldes do “novo regionalismo” ou do "regionalismo aberto" • Por outro lado temos o MERCOSUL que envolve questões politicas e sofre influencia europeia, mas também segue a logica do regionalismo aberto REGIONALISMO ABERTO
  • 33.
  • 34. • A abertura na AL foi rápida e substancial, com tarifas médias para a América Latina indo de 100% no início da década de 1980 para 30% uma década depois, e 10% no início dos anos 2000. • Expectativa frustrada de cho1ue de competitividade • Hoje visto dentro do processo de desindustrialização e de (re) agrooexportação da Latino-america • Mas existe algum crescimento econômico impulsionado pelo comércio intra-regional • No MERCOSUL, o comércio intra-regional representa 25,2% do total em 1998, contra apenas 8,9% em 1990. • No entanto, este progresso foi abruptamente interrompido pelas crises financeiras do final da década: a desvalorização brasileira de 1999 e, especialmente, a crise argentina de 2001 trouxeram o comércio de volta ao nível do início da década de 1990 – problemas de assimetria e necessidade de coordenação das politicas macroeconômicas evidentes • Mesmo com desindustrialização no Mercosul comercio inter-regional possui maior valor adicionado e produtos de maior sofisticação 34
  • 35. • Mudanças politicas na América interrompem o período neoliberal. • Existe um projeto de revitalização do regionalismo que ressuscita o estruturalismo da CEPAL (e o estruturalismo francês), sem questionar completamente o regionalismo aberto, em um contexto de boom nas exportações de matérias-primas a partir de 2003, mas se caracteriza por uma visão pos liberal (novo estruturalismo, novo desenvolvimentismo) • originalmente concebida como uma alternativa à ALCA dos EUA • A alternativa se transforma (1) na Aliança Bolivariana para as Américas (ALBA), a partir de Chaves na Venezuela, ao mesmo tempo que (2) Lula acentua a virada sul-americana da diplomacia brasileira e esta a frente da criação da UNASUL e formalizou (3) um diálogo latino-americano, no âmbito da CELAC. Regionalismo Pós Liberal ou pós hegemônico
  • 36. 36  Este novo regionalismo procura: • dar uma direção mais pragmática aos projetos regionais, por exemplo com a IIRSA, • na criação de mecanismos inovadores de cooperação internacional, por exemplo com o uso de empresas e/ou organizações estatais associadas em consórcios internacionais para a produção de bens de consumo (por exemplo, alimentos) ou para o fornecimento de bens públicos regionais (educação, saúde, etc.). • Uso de mecanismos de financiamentos a partir, p. ex;, de riqueza petrolífera venezuelana e/ou de recursos com base no BNDES brasileiro.  Diversificação da agenda  Objetivos sociais ganham grande destaque,  Mas infraestrutura e defesa (segurança) são partes importantes das agendas  Dentro destas iniciativas a dimensão comercial não está ausente, mas é colocada a serviço do interesse comum.
  • 37.  A clássica opção de integração dentro de um estratégia de livre comércio continua existindo  muitos países assinam acordos bilaterais com os Estados Unidos,  aqueles que compartilham a fachada do Pacífico se organizam para impulsionar a integração na região Ásia-Pacífico, criando a Aliança do Pacífico (Chile, Peru, Colômbia, México)  Segunda metade dos anos 10 – recuo das agendas integracionistas pos hegemônicas  Recuperação este ano ? Integração fragmentada 37
  • 38. OLIVER DABÈNE – PROBLEMAS QUE LEVAM A UMA INTEGRAÇÃO FRAGMENTÁRIA  Instabilidade econômica e Crises  os processos de integração mais frequentemente avançam por ciclos e enfrentam crises externas e internas. A América Latina não é exceção. No entanto, as crises são tão sérias que levam os atores a questionar a própria sobrevivência de seu processo de integração. Os políticos nunca votam pela dissolução de um acordo, na maioria das vezes optando por total indiferença.  Baixa interdependência comercial  Historicamente - a lógica extrovertida do livre comércio que emergiu (e reemergiu) condena a América Latina à amarga desilusão com a integração, já que o comércio intra-zona apesar de suas características )e potencialidades) interessantes é diminuto e avança pouco.
  • 39.  Fortes assimetrias  O problema da distribuição desigual dos ganhos de livre comércio está no centro das crises de integração.  A integração regional na América Latina potencialmente pode ampliar as desigualdades entre os Estados.  o modelo Cepal de complementaridade industrial deveria elevar o nível relativo dos países menos desenvolvidos ao nível de seus parceiros. Não foi implementado, ou muito parcialmente na América Central  O Fundo de Convergência Estrutural do MERCOSUL (FOCEM) representa uma tentativa tímida, mas louvável de apoiar as regiões mais pobres da região.  Baixa institucionalização.  Os processos de integração na América Latina têm uma agenda muito ampla, mas suas capacidades institucionais são fracas.  CAN e MERCOSUL têm alguns corpos burocráticos, mas seus meios (financeiros, humanos) são insignificantes e, acima de tudo, sua capacidade de tomada de decisão é quase nula. Os processos permanecem intergovernamentais, deixando pouco espaço para os órgãos comunitários.  Outro debate importante na AL se dá em trono da ideia de Estado nação e supranacionalidade  Geometria Variável  Sobreposições institucionais causam inconsistências que impedem a governança regional.
  • 40.  Influências externas/dependência.  Nas décadas de 1950 e 1960, a CEPAL e seu secretário-geral Raúl Prebisch estavam na origem de uma teoria que influenciou toda uma geração de acordos de integração no mundo em desenvolvimento. No entanto, o modelo Cepal foi desafiado pela concepção norte-americana centrada no livre comércio.  A rivalidade entre os paradigmas estruturalista e neoclássico explica em grande parte a natureza híbrida dos acordos assinados na década de 1960 (MCCA, ALALC).  Na década de 1970, a Europa começou a exportar seu "modelo" de integração, tanto em seu componente econômico (união aduaneira) quanto político (forte institucionalização com características supranacionais).  Quando a América Latina se converte em regionalismo aberto, entra nas fileiras da Ortodoxia, mas ainda está sujeita às influências cruzadas e muitas vezes competindo com a Europa e os Estados Unidos.  A Europa financia as instituições comunitárias na América Central, nos Andes e no MERCOSUL,  os Estados Unidos tentam impor a agenda do NAFTA e a ALCA.  Essas influências externas tendem a aliviar a responsabilidade dos Estados-Membros pelo engajamento coletivo.