SlideShare a Scribd company logo
1 of 17
OS MAIAS
EPISÓDIOS DA VIDA ROMANTICA:
Episódio da Corrida de Cavalos
LOCALIZAÇÃO
 Este capítulo pertence ao título e ao subtítulo.
 No que diz respeito ao título fala-nos do romance de Carlos com
Maria Eduarda.
 Quanto ao subtítulo é-nos demonstrada a crítica que o autor faz à
sociedade dessa época.
ANTES DO CAPITULO X
 Carlos forma-se em Medicina, abre um consultório, mas tem
pouco sucesso (apesar de todo o luxo).
 Chega uma brasileira à cidade que desperta a atenção de Carlos.
Este deseja muito conhece-la.
 Mais tarde, Carlos é informado que a filha da brasileira está doente
e este vai a casa dela tratar da filha.
 Ia todos os dias cuidar da sua doente.
RESUMO DO CAPITULO
 O capítulo X começa com o fim do encontro de Carlos com
Gouvarinho e revela que Carlos já se sente farto desta:
 “E nessa tarde, como não havia ainda outro esconderijo, tinham abrigado os
seus amores dentro daquela tipóia de praça. Mas Carlos vinha de lá enervado,
amolecido, sentindo já na alma os primeiros bocejos da saciedade. Havia três
semanas apenas que aqueles braços perfumados de verbena se tinham atirado ao
seu pescoço – e agora, pelo passeio de S.Pedro de Alcântara, sob o ligeiro chuvisco
que batia as folhagens da alameda, ele ia pensando como se poderia desembaraçar
da sua tenacidade, do seu ardor, do seu peso…”. (pag. 301 linha 5 do fim)
ANTECIPACAO DA CORRIDA
 Carlos ia a descer a rua de S.Roque, quando encontrou o marquês.
Durante a conversa, Carlos apercebeu-se que a corrida tinha sido
antecipada para o próximo Domingo (ficando contente de a data do
seu encontro com Maria.
 Enquanto Carlos e o marquês vão falando das corridas, Maria
Eduarda passa no seu coupé…
EXCERTO
 “Carlos olhou, casualmente; e viu, debruçado à portinhola, um rosto de criança, de
uma brancura adorável, sorrindo-lhe, com um belo sorriso que lhe punha duas covinhas
na face. Reconheceu-a logo. Era Rosa, era Rosicler: e ela não se contentou em sorrir,
com o seu doce olhar azul fugindo todo para ele – deitou a mãozinha de fora, atirou-lhe
um grande adeus. No fundo do coupé, forrado de negro, destacava um perfil claro de
estátua, um tom ondeado de cabelo loiro. Carlos tirou profundamente o chapéu, tão
perturbado, que seus passos hesitaram. “Ela” abaixou a cabeça, de leve;”.
 No fim de ver passar o coupé, Carlos e o marquês dirigem-se ao
Ramalhete; Carlos, pelo caminho, vai traçando um plano para se
encontrar com Maria Eduarda. Chegando ao Ramalhete juntam-se
todos.
 Durante o jantar Carlos vai contar o seu plano para conhecer
Castro Gomes a Dâmaso: este levá-los-ia até aos Olivais para lhe
mostrar a colecção de Craft e em seguida jantariam no Ramalhete.
A DESILUSÃO
 Depois do sarau no Ramalhete, chega o dia das corridas. Carlos vai
ao hipódromo na esperança de ver Maria Eduarda, mas fica
desiludido pois ela não aparece.
 É Domingo, um dia quente com o céu azul, no Hipódromo Carlos
fala com a sua velha amiga D.Maria da Cunha e conhece Clifford, que
era o dono do cavalo que tinha mais expectativas de ganhar e foi por
causa dele que as corridas foram antecipadas.
 Entretanto, a Gouvarinho diz a Carlos que seu pai faz anos e ela
tem de ir ao Norte. Combina então com ele para se encontrarem na
estação e seguirem juntos no comboio até Santarém onde passariam a
noite juntos; depois, ela seguiria até ao Porto e ele regressava a Lisboa.
Carlos hesita.
 Houve algumas complicações durante a prova que causaram a
desordem (pág. 329/330).
 Carlos, para animar as corridas, decide apostar e,
surpreendentemente, acaba por ganhar muito dinheiro.
 Aqui podemos aplicar o provérbio “Sorte no jogo, azar no
amor”… Este é o primeiro presságio do capítulo: “- Ah, monsieur –
exclamou a vasta ministra da Baviera, furiosa – mefiez-vous… Vous connaissez
le proverbe: heureux au jeu…”
 Entretanto, Carlos vai falar com Dâmaso. Este conta-lhe que Castro Gomes
partiu para o Brasil e que Maria Eduarda está num apartamento no prédio do Cruges.
 Em seguida, Carlos arranja a desculpa de querer falar com Cruges para ver Maria
Eduarda. Mas, quando chega, ao prédio, felizmente, a criada diz que Cruges não está;
Carlos acaba também por não ver Maria Eduarda.
 Carlos regressou ao Ramalhete, conversando com Craft dá-se o segundo
pressagio…
 “- A gente, Craft, nunca sabe se o que lhe sucede é, em definitivo, bom ou mau.
 -Ordinariamente é mau.”
CRITICAS À SOCIEDADE
 Os objectivos deste episódio são: o contacto de Carlos com a alta
sociedade lisboeta, incluindo o Rei; uma visão panorâmica desta sociedade sobre
o olhar critico de Carlos; tentativa frustrada de igualar Lisboa ás demais capitais
europeias; denunciar o cosmopolitismo postiço da sociedade.
 A visão caricatural é dada pelo espaço do Hipódromo: parecendo um circo; as
pessoas não sabiam ocupar os seus lugares e as senhoras traziam vestidos de
missa. O bufete tinha um aspecto nojento. As corridas terminaram
grotescamente e a primeira corrida terminou mesmo numa cena de pancadaria.
A MENTALIDADE PROVINCIANA
 As corridas apesar das criticas e da pouca dimensão comparativamente ao
estrangeiro, continuavam a existir, o que permitia uma visão panorâmica sobre a alta
sociedade lisboeta, o que incluía o próprio Rei, e onde encontramos Carlos e Craft
em convívio directo com esse amibiente.
 Um cenário que deveria ostentar a exuberância e o colorido de um
acontecimento mundano como as corridas de cavalos, demonstra, uma imagem
provinciana indesmentível. Isto torna-se mais significativo se pensarmos que no
clima humano do Hipódromo predominava uma carência de motivação e vitalidade.
CARICATURA DA
SOCIEDADE FEMININA
 As mulheres estavam todas na tribuna,todas elas, a maioria de vestidos de missa, sérios,
algumas delas com chapéus emplumados que se começavam a usar. O comportamento da
assistência feminina “que nada fazia de útil” e a sua vida são no seu todo caricaturados. O traje
escolhido não era o mais correcto face à ocasião, daí até alguns dos homens se sentirem
embaraçados no seu chique. As senhoras de“vestidos sérios de missa”, acompanhando “…chapéus
emplumados” da última moda, que não se adequavam ao evento, muito menos à restante toilette.
 Assim, o ambiente que devia ser requintado, mas, ao mesmo tempo, ligeiro como compete a
um evento desportivo, era deturpado, pela falta de gosto e pelo ridículo da situação que se
queria requintada sem o ser.
 É também criticada a falta de à-vontade das senhoras da tribuna que não
falavam umas com as outras e que, para não desobedecer às regras de etiqueta,
permaneciam no seu posto, mas constrangidas. A excepção é D.Maria da Cunha que
abandona a tribuna e se vai sentar perto dos homens.
 É, resumidamente, uma contradição flagrante entre o ser e o parecer. Tanto
o espaço físico como o espaço social eram postiços.
 “Um sopro grosseiro de desordem reles passava sobre o hipódromo, desmanchando a linha
postiça de civilização e a atitude forçada de decoro…”
ACTUALIDADE DAS CRITICAS
Adultério:
 A Gouvarinho representa, aqui, o adultério. Podemos aplicar esta realidade ao
presente, vendo os inúmeros casos de traição que ocorrem nos nossos dias.
O que é nacional não é bom:
 Ainda nos dias de hoje, não ligamos ao que é nosso e pensamos que o que é
bom tem de vir de fora e não damos valor a muitas coisas boas no nosso pais;
deixando escapar, assim, inúmeros talentos e oportunidades de nos afirmar-mos.

More Related Content

What's hot

Crónica de Costumes - Jantar dos Gouvarinho
Crónica de Costumes - Jantar dos Gouvarinho Crónica de Costumes - Jantar dos Gouvarinho
Crónica de Costumes - Jantar dos Gouvarinho Marisa Ferreira
 
Corrida De Cavalos - Os Maias
Corrida De Cavalos - Os MaiasCorrida De Cavalos - Os Maias
Corrida De Cavalos - Os Maiasmauro dinis
 
Maias - corrida no hipodromo
Maias - corrida no hipodromoMaias - corrida no hipodromo
Maias - corrida no hipodromoLuís
 
Os Maias - história de Pedro da Maia
Os Maias - história de Pedro da MaiaOs Maias - história de Pedro da Maia
Os Maias - história de Pedro da MaiaAntónio Fernandes
 
Análise do Jantar no Hotel Central
Análise do Jantar no Hotel CentralAnálise do Jantar no Hotel Central
Análise do Jantar no Hotel CentralDina Baptista
 
Corrida de cavalos2
Corrida de cavalos2Corrida de cavalos2
Corrida de cavalos2Paula Rebelo
 
Frei Luís de Sousa - Características trágicas
Frei Luís de Sousa - Características trágicasFrei Luís de Sousa - Características trágicas
Frei Luís de Sousa - Características trágicasMaria Rodrigues
 
Os Maias | Capítulo 12
Os Maias | Capítulo 12Os Maias | Capítulo 12
Os Maias | Capítulo 12Sara Guerra
 
Romantismo, Frei Luís de Sousa
Romantismo, Frei Luís de SousaRomantismo, Frei Luís de Sousa
Romantismo, Frei Luís de SousaLurdes Augusto
 
Cesário Verde - "Ao Gás"
Cesário Verde - "Ao Gás"Cesário Verde - "Ao Gás"
Cesário Verde - "Ao Gás"Iga Almeida
 

What's hot (20)

O resumo de Os Maias
O resumo de Os MaiasO resumo de Os Maias
O resumo de Os Maias
 
Crónica de Costumes - Jantar dos Gouvarinho
Crónica de Costumes - Jantar dos Gouvarinho Crónica de Costumes - Jantar dos Gouvarinho
Crónica de Costumes - Jantar dos Gouvarinho
 
Os maias a intriga
Os maias   a intrigaOs maias   a intriga
Os maias a intriga
 
Corrida De Cavalos - Os Maias
Corrida De Cavalos - Os MaiasCorrida De Cavalos - Os Maias
Corrida De Cavalos - Os Maias
 
Maias - corrida no hipodromo
Maias - corrida no hipodromoMaias - corrida no hipodromo
Maias - corrida no hipodromo
 
Os Maias - Capítulo XI
Os Maias - Capítulo XIOs Maias - Capítulo XI
Os Maias - Capítulo XI
 
Os Maias - Análise
Os Maias - AnáliseOs Maias - Análise
Os Maias - Análise
 
Episodios maias
Episodios maiasEpisodios maias
Episodios maias
 
Os Maias - análise
Os Maias - análiseOs Maias - análise
Os Maias - análise
 
Os Maias - Capítulo IV
Os Maias - Capítulo IVOs Maias - Capítulo IV
Os Maias - Capítulo IV
 
Os Maias - Capítulo XVI
Os Maias - Capítulo XVIOs Maias - Capítulo XVI
Os Maias - Capítulo XVI
 
Os Maias - história de Pedro da Maia
Os Maias - história de Pedro da MaiaOs Maias - história de Pedro da Maia
Os Maias - história de Pedro da Maia
 
Análise do Jantar no Hotel Central
Análise do Jantar no Hotel CentralAnálise do Jantar no Hotel Central
Análise do Jantar no Hotel Central
 
Corrida de cavalos2
Corrida de cavalos2Corrida de cavalos2
Corrida de cavalos2
 
Maias - capitulo 3
Maias - capitulo 3Maias - capitulo 3
Maias - capitulo 3
 
Os maias
Os maiasOs maias
Os maias
 
Frei Luís de Sousa - Características trágicas
Frei Luís de Sousa - Características trágicasFrei Luís de Sousa - Características trágicas
Frei Luís de Sousa - Características trágicas
 
Os Maias | Capítulo 12
Os Maias | Capítulo 12Os Maias | Capítulo 12
Os Maias | Capítulo 12
 
Romantismo, Frei Luís de Sousa
Romantismo, Frei Luís de SousaRomantismo, Frei Luís de Sousa
Romantismo, Frei Luís de Sousa
 
Cesário Verde - "Ao Gás"
Cesário Verde - "Ao Gás"Cesário Verde - "Ao Gás"
Cesário Verde - "Ao Gás"
 

Similar to A corrida de cavalos que revela a crítica à sociedade lisboeta

Os Maias, Eça de Queirós
Os Maias, Eça de QueirósOs Maias, Eça de Queirós
Os Maias, Eça de QueirósCristina Martins
 
LuíS Vaz De CamõEs
LuíS Vaz De CamõEsLuíS Vaz De CamõEs
LuíS Vaz De CamõEsdavidalvares
 
Angélica, a marquesa dos anjos 26 - o triunfo de angélica
Angélica, a marquesa dos anjos   26 - o triunfo de angélicaAngélica, a marquesa dos anjos   26 - o triunfo de angélica
Angélica, a marquesa dos anjos 26 - o triunfo de angélicakennyaeduardo
 
Dom quixote ficha 1
Dom quixote   ficha 1Dom quixote   ficha 1
Dom quixote ficha 1ziquinha
 
O Romantismo em Portugal
O  Romantismo em Portugal O  Romantismo em Portugal
O Romantismo em Portugal Joselma Mendes
 
Arcadismo em portugal e no brasil.
Arcadismo em portugal e no brasil.Arcadismo em portugal e no brasil.
Arcadismo em portugal e no brasil.Ajudar Pessoas
 
Francisco Gil Castelo Branco - Conto Romantico Um Figurino
Francisco Gil Castelo Branco - Conto Romantico Um FigurinoFrancisco Gil Castelo Branco - Conto Romantico Um Figurino
Francisco Gil Castelo Branco - Conto Romantico Um Figurinowilson-alencar
 
Noite na Taverna
Noite na TavernaNoite na Taverna
Noite na TavernaKauan_ts
 
Biografia de Luís Vaz de Camões
Biografia de Luís Vaz de CamõesBiografia de Luís Vaz de Camões
Biografia de Luís Vaz de CamõesAnaRita9
 
Viagens na minha terra
Viagens na minha terraViagens na minha terra
Viagens na minha terrarafabebum
 
LITERATURA: ARCADISMO OU NEOCLASSICISMO.pdf
LITERATURA: ARCADISMO OU NEOCLASSICISMO.pdfLITERATURA: ARCADISMO OU NEOCLASSICISMO.pdf
LITERATURA: ARCADISMO OU NEOCLASSICISMO.pdfTicianeRibeiro2
 
Os Maias XII capítulo
Os Maias XII capítuloOs Maias XII capítulo
Os Maias XII capítuloDinisRocha2
 
Os maias-resumo-e-analise
Os maias-resumo-e-analiseOs maias-resumo-e-analise
Os maias-resumo-e-analisekeve semedo
 

Similar to A corrida de cavalos que revela a crítica à sociedade lisboeta (20)

Os Maias, Eça de Queirós
Os Maias, Eça de QueirósOs Maias, Eça de Queirós
Os Maias, Eça de Queirós
 
Os Maias - aspetos básicos
Os Maias - aspetos básicosOs Maias - aspetos básicos
Os Maias - aspetos básicos
 
LuíS Vaz De CamõEs
LuíS Vaz De CamõEsLuíS Vaz De CamõEs
LuíS Vaz De CamõEs
 
Angélica, a marquesa dos anjos 26 - o triunfo de angélica
Angélica, a marquesa dos anjos   26 - o triunfo de angélicaAngélica, a marquesa dos anjos   26 - o triunfo de angélica
Angélica, a marquesa dos anjos 26 - o triunfo de angélica
 
Arcadismo
ArcadismoArcadismo
Arcadismo
 
Camões
CamõesCamões
Camões
 
Dom quixote ficha 1
Dom quixote   ficha 1Dom quixote   ficha 1
Dom quixote ficha 1
 
O Romantismo em Portugal
O  Romantismo em Portugal O  Romantismo em Portugal
O Romantismo em Portugal
 
Arcadismo em portugal e no brasil.
Arcadismo em portugal e no brasil.Arcadismo em portugal e no brasil.
Arcadismo em portugal e no brasil.
 
Novelas do Minho
Novelas do MinhoNovelas do Minho
Novelas do Minho
 
Francisco Gil Castelo Branco - Conto Romantico Um Figurino
Francisco Gil Castelo Branco - Conto Romantico Um FigurinoFrancisco Gil Castelo Branco - Conto Romantico Um Figurino
Francisco Gil Castelo Branco - Conto Romantico Um Figurino
 
Noite na Taverna
Noite na TavernaNoite na Taverna
Noite na Taverna
 
Maias
MaiasMaias
Maias
 
Maias
MaiasMaias
Maias
 
Biografia de Luís Vaz de Camões
Biografia de Luís Vaz de CamõesBiografia de Luís Vaz de Camões
Biografia de Luís Vaz de Camões
 
Dom Quixote
Dom QuixoteDom Quixote
Dom Quixote
 
Viagens na minha terra
Viagens na minha terraViagens na minha terra
Viagens na minha terra
 
LITERATURA: ARCADISMO OU NEOCLASSICISMO.pdf
LITERATURA: ARCADISMO OU NEOCLASSICISMO.pdfLITERATURA: ARCADISMO OU NEOCLASSICISMO.pdf
LITERATURA: ARCADISMO OU NEOCLASSICISMO.pdf
 
Os Maias XII capítulo
Os Maias XII capítuloOs Maias XII capítulo
Os Maias XII capítulo
 
Os maias-resumo-e-analise
Os maias-resumo-e-analiseOs maias-resumo-e-analise
Os maias-resumo-e-analise
 

More from Pedro Oliveira

Republic of south korea
Republic of south koreaRepublic of south korea
Republic of south koreaPedro Oliveira
 
Relações Interpessoais
Relações InterpessoaisRelações Interpessoais
Relações InterpessoaisPedro Oliveira
 
Desenvolvimento dos meios de comunicação a longas distâncias
Desenvolvimento dos meios de comunicação a longas distânciasDesenvolvimento dos meios de comunicação a longas distâncias
Desenvolvimento dos meios de comunicação a longas distânciasPedro Oliveira
 
Relatório de Eletricidade - Circuitos Elétricos
Relatório de Eletricidade - Circuitos ElétricosRelatório de Eletricidade - Circuitos Elétricos
Relatório de Eletricidade - Circuitos ElétricosPedro Oliveira
 
Herpes labial e genital
Herpes labial e genitalHerpes labial e genital
Herpes labial e genitalPedro Oliveira
 
Evolução modelo atómico
Evolução modelo atómicoEvolução modelo atómico
Evolução modelo atómicoPedro Oliveira
 

More from Pedro Oliveira (10)

Republic of south korea
Republic of south koreaRepublic of south korea
Republic of south korea
 
Relações Interpessoais
Relações InterpessoaisRelações Interpessoais
Relações Interpessoais
 
Desenvolvimento dos meios de comunicação a longas distâncias
Desenvolvimento dos meios de comunicação a longas distânciasDesenvolvimento dos meios de comunicação a longas distâncias
Desenvolvimento dos meios de comunicação a longas distâncias
 
Leonardo coimbra
Leonardo coimbraLeonardo coimbra
Leonardo coimbra
 
Relatório de Eletricidade - Circuitos Elétricos
Relatório de Eletricidade - Circuitos ElétricosRelatório de Eletricidade - Circuitos Elétricos
Relatório de Eletricidade - Circuitos Elétricos
 
Membrana Plasmática
Membrana PlasmáticaMembrana Plasmática
Membrana Plasmática
 
Hormonas Vegetais
Hormonas VegetaisHormonas Vegetais
Hormonas Vegetais
 
Filosofia
FilosofiaFilosofia
Filosofia
 
Herpes labial e genital
Herpes labial e genitalHerpes labial e genital
Herpes labial e genital
 
Evolução modelo atómico
Evolução modelo atómicoEvolução modelo atómico
Evolução modelo atómico
 

Recently uploaded

About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docxBloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docxkellyneamaral
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaHELENO FAVACHO
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSOLeloIurk1
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxLusGlissonGud
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorEdvanirCosta
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfHELENO FAVACHO
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 

Recently uploaded (20)

About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docxBloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 

A corrida de cavalos que revela a crítica à sociedade lisboeta

  • 1. OS MAIAS EPISÓDIOS DA VIDA ROMANTICA: Episódio da Corrida de Cavalos
  • 2. LOCALIZAÇÃO  Este capítulo pertence ao título e ao subtítulo.  No que diz respeito ao título fala-nos do romance de Carlos com Maria Eduarda.  Quanto ao subtítulo é-nos demonstrada a crítica que o autor faz à sociedade dessa época.
  • 3. ANTES DO CAPITULO X  Carlos forma-se em Medicina, abre um consultório, mas tem pouco sucesso (apesar de todo o luxo).  Chega uma brasileira à cidade que desperta a atenção de Carlos. Este deseja muito conhece-la.  Mais tarde, Carlos é informado que a filha da brasileira está doente e este vai a casa dela tratar da filha.  Ia todos os dias cuidar da sua doente.
  • 5.  O capítulo X começa com o fim do encontro de Carlos com Gouvarinho e revela que Carlos já se sente farto desta:  “E nessa tarde, como não havia ainda outro esconderijo, tinham abrigado os seus amores dentro daquela tipóia de praça. Mas Carlos vinha de lá enervado, amolecido, sentindo já na alma os primeiros bocejos da saciedade. Havia três semanas apenas que aqueles braços perfumados de verbena se tinham atirado ao seu pescoço – e agora, pelo passeio de S.Pedro de Alcântara, sob o ligeiro chuvisco que batia as folhagens da alameda, ele ia pensando como se poderia desembaraçar da sua tenacidade, do seu ardor, do seu peso…”. (pag. 301 linha 5 do fim)
  • 6. ANTECIPACAO DA CORRIDA  Carlos ia a descer a rua de S.Roque, quando encontrou o marquês. Durante a conversa, Carlos apercebeu-se que a corrida tinha sido antecipada para o próximo Domingo (ficando contente de a data do seu encontro com Maria.  Enquanto Carlos e o marquês vão falando das corridas, Maria Eduarda passa no seu coupé…
  • 7. EXCERTO  “Carlos olhou, casualmente; e viu, debruçado à portinhola, um rosto de criança, de uma brancura adorável, sorrindo-lhe, com um belo sorriso que lhe punha duas covinhas na face. Reconheceu-a logo. Era Rosa, era Rosicler: e ela não se contentou em sorrir, com o seu doce olhar azul fugindo todo para ele – deitou a mãozinha de fora, atirou-lhe um grande adeus. No fundo do coupé, forrado de negro, destacava um perfil claro de estátua, um tom ondeado de cabelo loiro. Carlos tirou profundamente o chapéu, tão perturbado, que seus passos hesitaram. “Ela” abaixou a cabeça, de leve;”.
  • 8.  No fim de ver passar o coupé, Carlos e o marquês dirigem-se ao Ramalhete; Carlos, pelo caminho, vai traçando um plano para se encontrar com Maria Eduarda. Chegando ao Ramalhete juntam-se todos.  Durante o jantar Carlos vai contar o seu plano para conhecer Castro Gomes a Dâmaso: este levá-los-ia até aos Olivais para lhe mostrar a colecção de Craft e em seguida jantariam no Ramalhete.
  • 9. A DESILUSÃO  Depois do sarau no Ramalhete, chega o dia das corridas. Carlos vai ao hipódromo na esperança de ver Maria Eduarda, mas fica desiludido pois ela não aparece.  É Domingo, um dia quente com o céu azul, no Hipódromo Carlos fala com a sua velha amiga D.Maria da Cunha e conhece Clifford, que era o dono do cavalo que tinha mais expectativas de ganhar e foi por causa dele que as corridas foram antecipadas.
  • 10.  Entretanto, a Gouvarinho diz a Carlos que seu pai faz anos e ela tem de ir ao Norte. Combina então com ele para se encontrarem na estação e seguirem juntos no comboio até Santarém onde passariam a noite juntos; depois, ela seguiria até ao Porto e ele regressava a Lisboa. Carlos hesita.  Houve algumas complicações durante a prova que causaram a desordem (pág. 329/330).
  • 11.  Carlos, para animar as corridas, decide apostar e, surpreendentemente, acaba por ganhar muito dinheiro.  Aqui podemos aplicar o provérbio “Sorte no jogo, azar no amor”… Este é o primeiro presságio do capítulo: “- Ah, monsieur – exclamou a vasta ministra da Baviera, furiosa – mefiez-vous… Vous connaissez le proverbe: heureux au jeu…”
  • 12.  Entretanto, Carlos vai falar com Dâmaso. Este conta-lhe que Castro Gomes partiu para o Brasil e que Maria Eduarda está num apartamento no prédio do Cruges.  Em seguida, Carlos arranja a desculpa de querer falar com Cruges para ver Maria Eduarda. Mas, quando chega, ao prédio, felizmente, a criada diz que Cruges não está; Carlos acaba também por não ver Maria Eduarda.  Carlos regressou ao Ramalhete, conversando com Craft dá-se o segundo pressagio…  “- A gente, Craft, nunca sabe se o que lhe sucede é, em definitivo, bom ou mau.  -Ordinariamente é mau.”
  • 13. CRITICAS À SOCIEDADE  Os objectivos deste episódio são: o contacto de Carlos com a alta sociedade lisboeta, incluindo o Rei; uma visão panorâmica desta sociedade sobre o olhar critico de Carlos; tentativa frustrada de igualar Lisboa ás demais capitais europeias; denunciar o cosmopolitismo postiço da sociedade.  A visão caricatural é dada pelo espaço do Hipódromo: parecendo um circo; as pessoas não sabiam ocupar os seus lugares e as senhoras traziam vestidos de missa. O bufete tinha um aspecto nojento. As corridas terminaram grotescamente e a primeira corrida terminou mesmo numa cena de pancadaria.
  • 14. A MENTALIDADE PROVINCIANA  As corridas apesar das criticas e da pouca dimensão comparativamente ao estrangeiro, continuavam a existir, o que permitia uma visão panorâmica sobre a alta sociedade lisboeta, o que incluía o próprio Rei, e onde encontramos Carlos e Craft em convívio directo com esse amibiente.  Um cenário que deveria ostentar a exuberância e o colorido de um acontecimento mundano como as corridas de cavalos, demonstra, uma imagem provinciana indesmentível. Isto torna-se mais significativo se pensarmos que no clima humano do Hipódromo predominava uma carência de motivação e vitalidade.
  • 15. CARICATURA DA SOCIEDADE FEMININA  As mulheres estavam todas na tribuna,todas elas, a maioria de vestidos de missa, sérios, algumas delas com chapéus emplumados que se começavam a usar. O comportamento da assistência feminina “que nada fazia de útil” e a sua vida são no seu todo caricaturados. O traje escolhido não era o mais correcto face à ocasião, daí até alguns dos homens se sentirem embaraçados no seu chique. As senhoras de“vestidos sérios de missa”, acompanhando “…chapéus emplumados” da última moda, que não se adequavam ao evento, muito menos à restante toilette.  Assim, o ambiente que devia ser requintado, mas, ao mesmo tempo, ligeiro como compete a um evento desportivo, era deturpado, pela falta de gosto e pelo ridículo da situação que se queria requintada sem o ser.
  • 16.  É também criticada a falta de à-vontade das senhoras da tribuna que não falavam umas com as outras e que, para não desobedecer às regras de etiqueta, permaneciam no seu posto, mas constrangidas. A excepção é D.Maria da Cunha que abandona a tribuna e se vai sentar perto dos homens.  É, resumidamente, uma contradição flagrante entre o ser e o parecer. Tanto o espaço físico como o espaço social eram postiços.  “Um sopro grosseiro de desordem reles passava sobre o hipódromo, desmanchando a linha postiça de civilização e a atitude forçada de decoro…”
  • 17. ACTUALIDADE DAS CRITICAS Adultério:  A Gouvarinho representa, aqui, o adultério. Podemos aplicar esta realidade ao presente, vendo os inúmeros casos de traição que ocorrem nos nossos dias. O que é nacional não é bom:  Ainda nos dias de hoje, não ligamos ao que é nosso e pensamos que o que é bom tem de vir de fora e não damos valor a muitas coisas boas no nosso pais; deixando escapar, assim, inúmeros talentos e oportunidades de nos afirmar-mos.