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D. FILIPA DE LENCASTRE
A Rainha
Introdução
Em 24 de Abril de 2015, a Divisão de Cultura, Turismo, Património Cultural e Bibliotecas da Câmara de
Odivelas solicitou ao Clube Filatélico de Portugal a possibilidade de algum dos seus associados poder
apresentar um trabalho filatélico que se integrasse na comemoração da efeméride do 6º centenário da
morte da Rainha D. Filipa de Lencastre e no âmbito da Sessão de Abertura do Colóquio Internacional
Kings & Queens, a ter lugar no Mosteiro de São Dinis e São Bernardo, de Odivelas, no dia 23 de Junho de
2015 , ao qual a Câmara Municipal de Odivelas se associou com a proposta de realização de uma expo-
sição documental, “D. Filipa de Lencastre – A Rainha”, centrada no período em que a Rainha permane-
ceu em Odivelas.
Aceitámos de imediato o desafio embora sabendo à partida da dificuldade do trabalho a realizar visto
haver apenas um selo, de 1949, onde a Rainha foi filatelizada e também pelo curto espaço de tempo de
que dispusemos e que condicionou a pesquisa bibliográfica a fazer.
O trabalho agora apresentado resulta da colaboração de vários associados do C.F.P. que participaram
com as suas sugestões e material filatélico e que abaixo referenciamos por ordem crescente do apelido:
1. Carolino, João André
2. Cortes, Joaquim
3. Novais, Horácio
4. Silva, René
5. Silvério, Carlos
Bibliografia:
Stilwell, Isabel, “Filipa de Lencastre. A Rainha que mudou Portugal”, A Esfera dos Livros, 17ª edição (2009)
http://obaudahistoria.blogspot.pt/2011/07/d-filipa-de-lencastre-i.html
Godinho, António de Lencastre, “D. João I & D. Filipa de Lencastre”, extraído da “Ascendência Portuguesa da Casa Real”, Porto 2005, pp. 113-133
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filipa_de_Lencastre
http://odivelas.com/2010/01/16/odivelas-na-historia-nacional/, da Drª Máxima Vaz
PLANO
1. Casa Real dos Plantagenetas ( Inglaterra)
2. Viagem para Portugal
3. Finalmente Rainha consorte de Portugal
4. A Ínclita Geração
5. A Rainha e a sua influência na Corte
6. O Epílogo
1
1. Casa Real dos Plantagenetas ( Inglaterra)
A 31 de Março de 1360 nasce no Castelo de Leicester (Inglaterra) Filipa de Lencastre, filha primogénita do duque
de Aquitânia e de Lencastre, John de Gaunt, quarto filho do Rei Eduardo III, e da duquesa Blanche de Lencastre.
Seu irmão, Henrique, nascido 6 anos mais tarde, viria a ser o futuro rei inglês Henrique IV, que sucedeu a
Ricardo II.
Órfã de mãe aos 9 anos, foi criada na Corte de seu pai juntamente com irmãos e meios-irmãos. Teve por
madrasta a princesa Constança de Castela, e por ama, Katherine Swinford, a amante de seu pai, com quem
casou em terceiras núpcias.
Aos 18 anos recebeu a Ordem de Jarreteira, a mais antiga Ordem de Cavalaria Britânica criada pelo seu avô
Eduardo III, juntamente com a sua irmã Elizabeth e sua madrasta.
Tendo tido uma educação profundamente católica, era muitíssimo devota, quase fanática, e sempre norteou
o seu comportamento por normas rígidas e intransigentes. Aprendeu a ler e a escrever o que não era comum
naquela época, mesmo entre a Nobreza.
D.FILIPA DE LENCASTRE - A Rainha
“Este pais que é o meu”
31.03.1360 - 19.07.1415
Henrique, irmão de FilipaRei Eduardo III, avô de Filipa
1949 - Avis - Rainha D. Filipa de Lencastre
2
Na sequência da assinatura do Tratado de Windsor (em 9 de Maio de 1386), que aliou Portugal a
Inglaterra, o Duque de Lencastre, John de Gaunt, começou a preparar a viagem até Portugal para se
encontrar com o Rei D. João I, o De Boa Memória.
2. Viagem para Portugal
Marcharam de imediato para Santiago de
Compostela, que foi conquistada sem
qualquer esforço, tendo a família do Duque
de Lencastre ficado alojada na Abadia dos Reis,
posteriormente Hospital dos Reis Católicos,
junto à Catedral.
Para ficarem mais perto do ponto de encontro com o Rei D. João I, que se
deslocava a partir do Porto, o Duque de Lencastre deslocou-se com a família
para o Mosteiro beneditino de San Rosendo (Cela Nova -Ourense).
Reproduçãode carimbo
Houve uma excelente recepção entre
ambas as delegações e acordou-se a cola-
boração mútua entre Portugal e a Inglater-
ra na luta contra Castela e a França, reforça-
das pelo ajuste de um casamento. O Rei de
Portugal, sem ter visto nenhuma das
infantas, decidiu-se pela mais velha, Filipa,
então já com 27 anos de idade. O compro-
misso teve lugar no dia 1 de Novembro de
1386, dia de Todos-os-Santos.
2015- Ponte de Mouro ( Monção) - selo
personalizado com tarifa de 0,62, válida
para Espanha
O encontro deu-se na Ponte de Mouro, rio en-
tre Monção e Melgaço, e que servia, à data,
de fronteira entre Portugal e Castela, sendo
que Melgaço era território Castelhano.
A frota, com mais de 100 barcos, saiu de Plymouth a 6 de Julho de 1386 e,
14 dias depois, aportava a um pequeno porto da Galiza (Finisterra).
Rei D. João I, o De Boa Memória. Museu Nacional de Arte Antiga. Postal Máximo
3
3. Finalmente Rainha consorte de Portugal
A infanta D. Filipa foi conduzida ao Porto, sob escolta de fidalgos portugueses, tendo ficado alojada no
paço episcopal, onde viu, pela primeira vez, o seu futuro esposo, na presença do Bispo. Houve troca de
presentes.
D. Filipa permaneceu no paço episcopal enquanto D. João I se alojava
no mosteiro de São Francisco.
Finalmente, no dia 14 de Fevereiro, o Rei foi buscar a Rainha ao paço
episcopal e cada um cavalgando o seu cavalo branco, dirigiram-se em
cortejo até à Sé onde foram abençoados pelo Bispo pela segunda vez.
O banquete iniciou-se de seguida estendendo-se os festejos por toda
a cidade.
Segundo o cronista do Reino, Fernão Lopes, os casamentos reais eram constituidos
por benções, boda e consumação. Mas só a consumação (carnal) é que tornava o
casamento indissolúvel.
De facto as benções tiveram lugar no dia 2 de Fevereiro de 1387, na Sé do Porto.
Ela tinha 28 anos e ele 29. Mas só nesta data começaram a ser preparados os
festejos.
À noite, formou-se um novo cortejo constituido pelo arce-
bispo de Braga e outros ecliseásticos que se aproximaram do
leito nupcial e o benzeram. Depois retiraram-se até os Reis
de Portugal ficarem sózinhos.
1957 - Inteiro Postal - 2ª série de “Conheça a sua história”. Casamento de Dom João I
1997 - Carimbo comemorativo
Mosteiro de S. Francisco (Porto)
2012 - 1ª Série “Rota das Catedrais”- Sé do Porto
1949 - Avis - Fernão Lopes
4
4. A Ínclita Geração
Só cerca de 4 anos mais tarde, em 1391, este casamento, até então ilegitimo, se tornou válido quando
o Papa Bonifácio IX desobrigou D. João I dos votos da Ordem de Avis, através da bula “Divina
Disponente”.
A Rainha D. Filipa teve 8 filhos dos quais faleceram os 2 mais velhos:
Infanta D. Branca (1388 -1389 ), nascida em Santarém, está sepultada na capela-mor da Sé de Lisboa.
Infante D. Afonso ( 1390 -1400), nascido em Santarém, está sepultado na Sé de Braga.
D. Isabel de Portugal, Duquesa de Borgonha (1397-1471),nasceu
em Évora e faleceu em Dijon (França) e está sepultada no
Convento da Cartuxa (Évora).
Foi casada com Filipe III, Duque de Borgonha, tendo actuado
em nome do marido em vários encontros diplomáticos e sendo
considerada como a verdadeira governante da Borgonha no seu
tempo. Em honra deste casamento, o Duque criou a Ordem do
Tosão de Ouro.
QUE ENIGMAHAVIA EMTEU SEIO
QUE SÓGÉNIOS CONCEBIA?
QUE ARCANJO TEUS SONHOS VEIO
VELAR, MATERNOS,UM DIA?
VOLVE A NÓS TEU ROSTO SÉRIO,
PRINCESA DOSANTO GRAL,
HUMANO VENTRE DO IMPÉRIO,
MADRINHADE PORTUGAL!
FERNANDO PESSOA, IN “MENSAGEM”
Os restantes 6 filhos sobressairam pelo seu elevado grau de educação, valor militar, grande sabedoria e
predominância na vida pública portuguesa. O grande poeta Luís de Camões apelidou-os de
“Ínclita Geração”.
e constituiram o embrião da grande Epopeia Portuguesa dos Descobrimentos.
1931 - 7º Centenário da Morte
de S. António - Sé de Lisboa
D. João, Infante de Portugal (1400-1442), nasceu em Santarém
e faleceu em Alcácer do Sal, estando sepultado no Mosteiro
da Batalha. Foi condestável de Portugal e avô da rainha Isabel
de Castela e do rei Manuel I de Portugal.
1989 - 9º Centenário da Sé de Braga
D. Duarte, Infante de Portugal (1391-1438), nasceu em Viseu e
faleceu em Tomar, estando sepultado no Mosteiro da Batalha.
Foi Rei, cognominado o Eloquente, sucedendo a seu pai, em
1433.
1991 - Carimbo Comemorativo do VI
Centenário do nascimento de D. Duarte
1991 - Europália 91 - emissão conjunta com a Bélgica
- Casamento de D. Isabel de Portugal com Filipe III
5
D. Henrique, Duque de Viseu (1394-1460), nasceu no Porto e faleceu na Vila do Infante (Sagres) e
está sepultado no Mosteiro da Batalha. Foi Mestre da Ordem de Cristo.
Mais conhecido como “Henrique, O Navegador” foi o grande impulsionador dos Descobrimentos
Portugueses.
Em 1414 convenceu seu pai a preparar uma campanha para a conquista de Ceuta, no norte de África. A sua mãe
apoiou a missão incondicionalmente mas, infelizmente, faleceu antes de ver concretizada a conquista.
A grandeza da acção do Infante D. Henrique está condensada no Padrão dos Descobrimentos, em Belém, manda-
do erigir em 1960 para comemorar os 500 anos da sua morte e evocar a expansão ultramarina portuguesa.
Das figuras representadas na face poente do monu-
mento, vísivel no postal máximo, destacam-se:
1. Infante D. Pedro, Duque de Coimbra(1392-1449), nas-
ceu em Lisboa e está sepultado no Mosteiro da Batalha.
Foi regente do seu sobrinho, futuro rei D. Afonso V. Foi
morto na Batalha de Alfarrobeira. Foi considerado o
principe mais culto da época.
2. Rainha D. Filipa de Lencastre, em posição de ora-
ção.
6. Luís de Camões.
7. Nuno Gonçalves, pintor português do século XV au-
tor presumido dos célebres Painéis de São Vicente.
1965 - Padrão dos Descobrimentos, Postal Máximo. Selo comemorativo
do 5º Centenário da Morte do Infante D. Henrique
16. D. Fernando, o Infante Santo (1402-1433), nasceu em Santarém e morreu no cativeiro em Fez, depois do seu
irmão o Infante D. Henrique ter negado a devolução de Ceuta em troca da sua liberdade. Está sepultado no
Mosteiro da Batalha para onde foi trasladado em 1443.
1994 - Cabo Verde - 600º Aniversário
nascimento do Infante D. Henrique.
Emissão conjunta com Portugal
2015- Rainha D. Filipa de Lencastre.Detalhe do
Padrão dos Descobrimentos. Selo personalizado.
1949 - Avis - Infante D. Fernando
6
5. A Rainha e a sua influência na Corte
A Rainha D. Filipa de Lencastre transmitiu não só aos seus 6 filhos mas também aos 2 filhos de D. João I
nascidos antes do casamento, respectivamente, Afonso ( (1377–1461), primeiro Duque de Bragança e
Beatriz (1386–1447), que adoptou, uma educação inglesa repleta de conceitos morais e, nomeadamente,
o total respeito e obediência ao Rei.
Tal como as rainhas suas antecessoras desde D. Dinis, o Rei concedeu-lhe como rendimentos as rendas da
alfândega de Lisboa, bem como das vilas de Óbidos, Sintra, Alenquer, Alvaiázere, Torres Novas e Torres
Vedras.
Por sua influência, a corte tornou-se um modelo de probidade e virtude. Acabou com a maior parte das
festas e promoveu a realização de trabalho de caridade social e aulas de leitura para as suas damas que eram,
na sua maioria, iletradas.
Sendo muito religiosa estabeleceu o horário das missas para as 7 h da manhã e rezas de orações horárias.
Impôs, nas refeições, que os alimentos passariam a ser trinchados em bocados mais pequenos para poderem
ser pegados com os dedos. As pessoas começaram também a lavar as mãos obrigatoriamente.
Com a anuência do Rei, organizou casamentos entre as damas solteiras da sua Casa e os nobres que ela
achasse convenientes. Segundo as crónicas “casaram” mais de cem mulheres.
As elevadas qualificações da
Rainha D. Filipa de Lencastre
permitiram-lhe que, na ausên-
cia do Rei, assumisse as fun-
ções de gestão corrente do Rei-
no.
Também muitas vezes, a con-
vite do Rei, assistia ao Conse-
lho onde expressava as suas
opiniões.
Acompanhou o Rei nalgumas
missões militares como, por
exemplo, à da tomada de
Melgaço a Castela.
1999 - Inteiro Postal relativo à Festa da Cultura de Melgaço
1994 - Pousadas Históricas
Castelo de Óbidos
1978 - Carimbo comemorativo
Vila de Alenquer
1954 - Carimbo comemorativo
Vila de Torres Vedras
4
7
A Rainha D. Filipa de Lencastre exerceu também uma grande influência na arquitectura.
Desde o inicio (1388) acompanhou a construção do Mosteiro da Batalha, ou Mosteiro de Santa Maria
Vitória, mandado construir pelo seu marido em cumprimento de uma promessa pela vitória na Batalha
de Aljubarrota.
Mandou vir arquitectos de Inglaterra para colaborarem com o ( 1º) mestre arquitecto Afonso Domingues
sendo o mais destacado o (2º) mestre Huguet. Foi a seu pedido que foi construída a capela mortuária
individual, para ela, marido e filhos - A Capela do Fundador, onde estão sepultados, para além dos reis,
de mão dada, os seus filhos D. Pedro, D. Henrique, D. João e D. Fernando.
Foi também da sua iniciativa as obras de restauração do Palácio da Vila de Sintra que, por ser a residência
preferida da Rainha durante o verão, passou a ser conhecido pelo Paço da Rainha.
São sua marca pessoal as chaminés cónicas construidas à imagem do que existia no Castelo de Kenilworth
(condado inglês do Warwickshire) onde viveu a sua juventude.
1949 - Avis - Afonso Domingues
1926 - Mosteiro da Batalha - Dom João I, Postal Máximo. Selo da 1ª Emissão da série “Independência de Portugal”
1980 - Palácio da Vila de Sintra, Postal Máximo. Selo da emissão base “Paisagens e Monumentos”, de 1972-1974
8
Embora uma das residências mais utilizadas pela Corte fosse Santarém, onde nasceram metade dos
seus filhos, não se encontraram quaisquer registos sobre a sua vivência nesta parte do território.
Em contrapartida, o Castelo de Leiria é considerado uma das obras de D. Filipa de Lencastre cujo
modelo arquitectónico e o arranjo de interiores é muito semelhante ao castelo onde viveu a sua
juventude em Kenilworth e, com particular destaque, para a varanda do Paço.
Tendo o Rei D. João I pacificado o país bem como estabelecido a paz com o reino de Castela a partir de
1389, tornou-se evidente que a expansão do território só poderia ser feita para o lado do mar.
Por um lado um acto de guerra ( Causa Bélica) daria oportunidade em armar os infantes ( D. Duarte, D.
Pedro e D. Henrique) em cavaleiros e, por outro lado, favoreceria a Causa Económica, ao antecipar-se
a Castela na expansão para o norte de África.
De facto a cidade de Ceuta era rica pois era um polo distribuidor dos produtos vindos do oriente pelas
rotas caravaneiras ( especiarias, ouro, ...) e que Portugal pretendia controlar e deslocar para Lisboa.
Tinha também terreno fértil para cultivar os cereais de que tanto precisava.
1928 - 3ª emissão da “Independência de
Portugal” - Tomada de Santarém
1987 - Castelo de Leiria, Postal Máximo. Selo da emissão “Castelos e Brasões de Portugal”, 5º grupo.
2010 - Vultos da História e da Cultura.
Gomes Eanes de Azurara
Gomes Eanes de Azurara ( 1410 - 1474) foi Guarda-Mor da
Torre do Tombo (1454) e foi encarregue pelo rei D. Afonso V
, filho de D. Duarte e, portanto, neto de D. Filipa de Lencastre,
em escrever a Crónica da Tomada de Ceuta.
9
5. O Epílogo
Em 1414/15, navios chegados ao Tejo trouxeram a febre bubónica, conhecida também por peste negra, e
que assolou Lisboa e o país. Por razões de segurança a corte deslocou-se para Sacavém. Mas como a
Rainha Filipa de Lencastre começasse a apresentar sintomas de contágio retirou-se, a 5 de Julho de 1415,
para o Convento de Odivelas e não permitindo que a partida para Ceuta fosse adiada.
Prevendo o seu desfecho e no seu leito, na presença do Rei, abençoou os filhos e entregou-lhes uma
espada com a qual viriam a ser armados Cavaleiros por D. João I, após a tomada de Ceuta. As espadas
tinham sido encomendadas a João Vasques de Almada.
A D. Duarte atribuiu-lhe a defesa dos povos e a responsabilidade pelos irmãos mais novos.
Ao Infante D. Pedro atribuiu-lhe a defesa das damas e donzelas.
Finalmente ao Infante D. Henrique atribuiu-lhe a defesa da nobreza.
2015 - Inteiro Postal “Mosteiro de São Dinis e São Bernardo”, onde está sediado o Instituto de Odivelas, desde 1900.
Segundo Azurara, tendo-se agravado o estado de saúde da Rainha e prevendo os médicos o seu passamento
para breve, D. Filipa de Lencastre deu ordens para que começassem a rezar a defuntos, confessou-se,
comungou e recebeu a extrema unção. Morreu a 18 de Julho de 1415, com 55 anos de idade.
Para prevenir o contágio foi de imediato sepultada nos terrenos do Mosteiro de Odivelas, onde permane-
ceu durante cerca de 15 meses.
A 25 de Julho de 1415, 6 dias após a morte da Rainha, largaram de Lisboa, sob o comando de D. João I, 242
navios com destino ao norte de África, transportando cerca de 30.000 homens, onde chegaram a 21 de
Agosto de 1415.
10
O corpo de D. Filipa de Lencastre só foi transladado para a Batalha, em 9 de Outubro de 1416, após o
regresso do Rei e seus filhos da missão a Ceuta. Atendendo a que a Capela do Fundador ainda não
estava acabada o seu corpo ficou temporariamente depositado na Capela-Mor.
Quando o Rei D. João I faleceu em 14 de Agosto de 1433, em Lisboa, aos 76 anos, realizaram-se as
cerimónias fúnebres na Sé de Lisboa. Na primeira étapa da sua deslocação para a Batalha o seu corpo
foi transportado em cortejo fúnebre até ao Mosteiro de Odivelas, onde ficou em velório durante a
noite. Prosseguiu a viagem no dia seguinte.
Finalmente, D. João I e D. Filipe de Lencastre repousam juntos, de mão dada, na Capela do Fundador.
A única rainha inglesa que Portugal teve.
11
A ladear o túmulo real encontram-se os túmulos dos seus filhos: D. Fernando, D. João e esposa, D.
Henrique e D. Pedro e sua esposa.
Em 1907 o Mosteiro da Batalha foi classificado de Património Nacional.
Em 1983 foi classificado como Património Mundial da UNESCO.
Como disse o poeta Afonso Lopes Vieira, o Mosteiro da Batalha é o monumento onde “Mais Pátria
há”.

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D. Filipa de Lencastre - A Rainha

  • 1. D. FILIPA DE LENCASTRE A Rainha Introdução Em 24 de Abril de 2015, a Divisão de Cultura, Turismo, Património Cultural e Bibliotecas da Câmara de Odivelas solicitou ao Clube Filatélico de Portugal a possibilidade de algum dos seus associados poder apresentar um trabalho filatélico que se integrasse na comemoração da efeméride do 6º centenário da morte da Rainha D. Filipa de Lencastre e no âmbito da Sessão de Abertura do Colóquio Internacional Kings & Queens, a ter lugar no Mosteiro de São Dinis e São Bernardo, de Odivelas, no dia 23 de Junho de 2015 , ao qual a Câmara Municipal de Odivelas se associou com a proposta de realização de uma expo- sição documental, “D. Filipa de Lencastre – A Rainha”, centrada no período em que a Rainha permane- ceu em Odivelas. Aceitámos de imediato o desafio embora sabendo à partida da dificuldade do trabalho a realizar visto haver apenas um selo, de 1949, onde a Rainha foi filatelizada e também pelo curto espaço de tempo de que dispusemos e que condicionou a pesquisa bibliográfica a fazer. O trabalho agora apresentado resulta da colaboração de vários associados do C.F.P. que participaram com as suas sugestões e material filatélico e que abaixo referenciamos por ordem crescente do apelido: 1. Carolino, João André 2. Cortes, Joaquim 3. Novais, Horácio 4. Silva, René 5. Silvério, Carlos Bibliografia: Stilwell, Isabel, “Filipa de Lencastre. A Rainha que mudou Portugal”, A Esfera dos Livros, 17ª edição (2009) http://obaudahistoria.blogspot.pt/2011/07/d-filipa-de-lencastre-i.html Godinho, António de Lencastre, “D. João I & D. Filipa de Lencastre”, extraído da “Ascendência Portuguesa da Casa Real”, Porto 2005, pp. 113-133 http://pt.wikipedia.org/wiki/Filipa_de_Lencastre http://odivelas.com/2010/01/16/odivelas-na-historia-nacional/, da Drª Máxima Vaz PLANO 1. Casa Real dos Plantagenetas ( Inglaterra) 2. Viagem para Portugal 3. Finalmente Rainha consorte de Portugal 4. A Ínclita Geração 5. A Rainha e a sua influência na Corte 6. O Epílogo 1
  • 2. 1. Casa Real dos Plantagenetas ( Inglaterra) A 31 de Março de 1360 nasce no Castelo de Leicester (Inglaterra) Filipa de Lencastre, filha primogénita do duque de Aquitânia e de Lencastre, John de Gaunt, quarto filho do Rei Eduardo III, e da duquesa Blanche de Lencastre. Seu irmão, Henrique, nascido 6 anos mais tarde, viria a ser o futuro rei inglês Henrique IV, que sucedeu a Ricardo II. Órfã de mãe aos 9 anos, foi criada na Corte de seu pai juntamente com irmãos e meios-irmãos. Teve por madrasta a princesa Constança de Castela, e por ama, Katherine Swinford, a amante de seu pai, com quem casou em terceiras núpcias. Aos 18 anos recebeu a Ordem de Jarreteira, a mais antiga Ordem de Cavalaria Britânica criada pelo seu avô Eduardo III, juntamente com a sua irmã Elizabeth e sua madrasta. Tendo tido uma educação profundamente católica, era muitíssimo devota, quase fanática, e sempre norteou o seu comportamento por normas rígidas e intransigentes. Aprendeu a ler e a escrever o que não era comum naquela época, mesmo entre a Nobreza. D.FILIPA DE LENCASTRE - A Rainha “Este pais que é o meu” 31.03.1360 - 19.07.1415 Henrique, irmão de FilipaRei Eduardo III, avô de Filipa 1949 - Avis - Rainha D. Filipa de Lencastre 2
  • 3. Na sequência da assinatura do Tratado de Windsor (em 9 de Maio de 1386), que aliou Portugal a Inglaterra, o Duque de Lencastre, John de Gaunt, começou a preparar a viagem até Portugal para se encontrar com o Rei D. João I, o De Boa Memória. 2. Viagem para Portugal Marcharam de imediato para Santiago de Compostela, que foi conquistada sem qualquer esforço, tendo a família do Duque de Lencastre ficado alojada na Abadia dos Reis, posteriormente Hospital dos Reis Católicos, junto à Catedral. Para ficarem mais perto do ponto de encontro com o Rei D. João I, que se deslocava a partir do Porto, o Duque de Lencastre deslocou-se com a família para o Mosteiro beneditino de San Rosendo (Cela Nova -Ourense). Reproduçãode carimbo Houve uma excelente recepção entre ambas as delegações e acordou-se a cola- boração mútua entre Portugal e a Inglater- ra na luta contra Castela e a França, reforça- das pelo ajuste de um casamento. O Rei de Portugal, sem ter visto nenhuma das infantas, decidiu-se pela mais velha, Filipa, então já com 27 anos de idade. O compro- misso teve lugar no dia 1 de Novembro de 1386, dia de Todos-os-Santos. 2015- Ponte de Mouro ( Monção) - selo personalizado com tarifa de 0,62, válida para Espanha O encontro deu-se na Ponte de Mouro, rio en- tre Monção e Melgaço, e que servia, à data, de fronteira entre Portugal e Castela, sendo que Melgaço era território Castelhano. A frota, com mais de 100 barcos, saiu de Plymouth a 6 de Julho de 1386 e, 14 dias depois, aportava a um pequeno porto da Galiza (Finisterra). Rei D. João I, o De Boa Memória. Museu Nacional de Arte Antiga. Postal Máximo 3
  • 4. 3. Finalmente Rainha consorte de Portugal A infanta D. Filipa foi conduzida ao Porto, sob escolta de fidalgos portugueses, tendo ficado alojada no paço episcopal, onde viu, pela primeira vez, o seu futuro esposo, na presença do Bispo. Houve troca de presentes. D. Filipa permaneceu no paço episcopal enquanto D. João I se alojava no mosteiro de São Francisco. Finalmente, no dia 14 de Fevereiro, o Rei foi buscar a Rainha ao paço episcopal e cada um cavalgando o seu cavalo branco, dirigiram-se em cortejo até à Sé onde foram abençoados pelo Bispo pela segunda vez. O banquete iniciou-se de seguida estendendo-se os festejos por toda a cidade. Segundo o cronista do Reino, Fernão Lopes, os casamentos reais eram constituidos por benções, boda e consumação. Mas só a consumação (carnal) é que tornava o casamento indissolúvel. De facto as benções tiveram lugar no dia 2 de Fevereiro de 1387, na Sé do Porto. Ela tinha 28 anos e ele 29. Mas só nesta data começaram a ser preparados os festejos. À noite, formou-se um novo cortejo constituido pelo arce- bispo de Braga e outros ecliseásticos que se aproximaram do leito nupcial e o benzeram. Depois retiraram-se até os Reis de Portugal ficarem sózinhos. 1957 - Inteiro Postal - 2ª série de “Conheça a sua história”. Casamento de Dom João I 1997 - Carimbo comemorativo Mosteiro de S. Francisco (Porto) 2012 - 1ª Série “Rota das Catedrais”- Sé do Porto 1949 - Avis - Fernão Lopes 4
  • 5. 4. A Ínclita Geração Só cerca de 4 anos mais tarde, em 1391, este casamento, até então ilegitimo, se tornou válido quando o Papa Bonifácio IX desobrigou D. João I dos votos da Ordem de Avis, através da bula “Divina Disponente”. A Rainha D. Filipa teve 8 filhos dos quais faleceram os 2 mais velhos: Infanta D. Branca (1388 -1389 ), nascida em Santarém, está sepultada na capela-mor da Sé de Lisboa. Infante D. Afonso ( 1390 -1400), nascido em Santarém, está sepultado na Sé de Braga. D. Isabel de Portugal, Duquesa de Borgonha (1397-1471),nasceu em Évora e faleceu em Dijon (França) e está sepultada no Convento da Cartuxa (Évora). Foi casada com Filipe III, Duque de Borgonha, tendo actuado em nome do marido em vários encontros diplomáticos e sendo considerada como a verdadeira governante da Borgonha no seu tempo. Em honra deste casamento, o Duque criou a Ordem do Tosão de Ouro. QUE ENIGMAHAVIA EMTEU SEIO QUE SÓGÉNIOS CONCEBIA? QUE ARCANJO TEUS SONHOS VEIO VELAR, MATERNOS,UM DIA? VOLVE A NÓS TEU ROSTO SÉRIO, PRINCESA DOSANTO GRAL, HUMANO VENTRE DO IMPÉRIO, MADRINHADE PORTUGAL! FERNANDO PESSOA, IN “MENSAGEM” Os restantes 6 filhos sobressairam pelo seu elevado grau de educação, valor militar, grande sabedoria e predominância na vida pública portuguesa. O grande poeta Luís de Camões apelidou-os de “Ínclita Geração”. e constituiram o embrião da grande Epopeia Portuguesa dos Descobrimentos. 1931 - 7º Centenário da Morte de S. António - Sé de Lisboa D. João, Infante de Portugal (1400-1442), nasceu em Santarém e faleceu em Alcácer do Sal, estando sepultado no Mosteiro da Batalha. Foi condestável de Portugal e avô da rainha Isabel de Castela e do rei Manuel I de Portugal. 1989 - 9º Centenário da Sé de Braga D. Duarte, Infante de Portugal (1391-1438), nasceu em Viseu e faleceu em Tomar, estando sepultado no Mosteiro da Batalha. Foi Rei, cognominado o Eloquente, sucedendo a seu pai, em 1433. 1991 - Carimbo Comemorativo do VI Centenário do nascimento de D. Duarte 1991 - Europália 91 - emissão conjunta com a Bélgica - Casamento de D. Isabel de Portugal com Filipe III 5
  • 6. D. Henrique, Duque de Viseu (1394-1460), nasceu no Porto e faleceu na Vila do Infante (Sagres) e está sepultado no Mosteiro da Batalha. Foi Mestre da Ordem de Cristo. Mais conhecido como “Henrique, O Navegador” foi o grande impulsionador dos Descobrimentos Portugueses. Em 1414 convenceu seu pai a preparar uma campanha para a conquista de Ceuta, no norte de África. A sua mãe apoiou a missão incondicionalmente mas, infelizmente, faleceu antes de ver concretizada a conquista. A grandeza da acção do Infante D. Henrique está condensada no Padrão dos Descobrimentos, em Belém, manda- do erigir em 1960 para comemorar os 500 anos da sua morte e evocar a expansão ultramarina portuguesa. Das figuras representadas na face poente do monu- mento, vísivel no postal máximo, destacam-se: 1. Infante D. Pedro, Duque de Coimbra(1392-1449), nas- ceu em Lisboa e está sepultado no Mosteiro da Batalha. Foi regente do seu sobrinho, futuro rei D. Afonso V. Foi morto na Batalha de Alfarrobeira. Foi considerado o principe mais culto da época. 2. Rainha D. Filipa de Lencastre, em posição de ora- ção. 6. Luís de Camões. 7. Nuno Gonçalves, pintor português do século XV au- tor presumido dos célebres Painéis de São Vicente. 1965 - Padrão dos Descobrimentos, Postal Máximo. Selo comemorativo do 5º Centenário da Morte do Infante D. Henrique 16. D. Fernando, o Infante Santo (1402-1433), nasceu em Santarém e morreu no cativeiro em Fez, depois do seu irmão o Infante D. Henrique ter negado a devolução de Ceuta em troca da sua liberdade. Está sepultado no Mosteiro da Batalha para onde foi trasladado em 1443. 1994 - Cabo Verde - 600º Aniversário nascimento do Infante D. Henrique. Emissão conjunta com Portugal 2015- Rainha D. Filipa de Lencastre.Detalhe do Padrão dos Descobrimentos. Selo personalizado. 1949 - Avis - Infante D. Fernando 6
  • 7. 5. A Rainha e a sua influência na Corte A Rainha D. Filipa de Lencastre transmitiu não só aos seus 6 filhos mas também aos 2 filhos de D. João I nascidos antes do casamento, respectivamente, Afonso ( (1377–1461), primeiro Duque de Bragança e Beatriz (1386–1447), que adoptou, uma educação inglesa repleta de conceitos morais e, nomeadamente, o total respeito e obediência ao Rei. Tal como as rainhas suas antecessoras desde D. Dinis, o Rei concedeu-lhe como rendimentos as rendas da alfândega de Lisboa, bem como das vilas de Óbidos, Sintra, Alenquer, Alvaiázere, Torres Novas e Torres Vedras. Por sua influência, a corte tornou-se um modelo de probidade e virtude. Acabou com a maior parte das festas e promoveu a realização de trabalho de caridade social e aulas de leitura para as suas damas que eram, na sua maioria, iletradas. Sendo muito religiosa estabeleceu o horário das missas para as 7 h da manhã e rezas de orações horárias. Impôs, nas refeições, que os alimentos passariam a ser trinchados em bocados mais pequenos para poderem ser pegados com os dedos. As pessoas começaram também a lavar as mãos obrigatoriamente. Com a anuência do Rei, organizou casamentos entre as damas solteiras da sua Casa e os nobres que ela achasse convenientes. Segundo as crónicas “casaram” mais de cem mulheres. As elevadas qualificações da Rainha D. Filipa de Lencastre permitiram-lhe que, na ausên- cia do Rei, assumisse as fun- ções de gestão corrente do Rei- no. Também muitas vezes, a con- vite do Rei, assistia ao Conse- lho onde expressava as suas opiniões. Acompanhou o Rei nalgumas missões militares como, por exemplo, à da tomada de Melgaço a Castela. 1999 - Inteiro Postal relativo à Festa da Cultura de Melgaço 1994 - Pousadas Históricas Castelo de Óbidos 1978 - Carimbo comemorativo Vila de Alenquer 1954 - Carimbo comemorativo Vila de Torres Vedras 4 7
  • 8. A Rainha D. Filipa de Lencastre exerceu também uma grande influência na arquitectura. Desde o inicio (1388) acompanhou a construção do Mosteiro da Batalha, ou Mosteiro de Santa Maria Vitória, mandado construir pelo seu marido em cumprimento de uma promessa pela vitória na Batalha de Aljubarrota. Mandou vir arquitectos de Inglaterra para colaborarem com o ( 1º) mestre arquitecto Afonso Domingues sendo o mais destacado o (2º) mestre Huguet. Foi a seu pedido que foi construída a capela mortuária individual, para ela, marido e filhos - A Capela do Fundador, onde estão sepultados, para além dos reis, de mão dada, os seus filhos D. Pedro, D. Henrique, D. João e D. Fernando. Foi também da sua iniciativa as obras de restauração do Palácio da Vila de Sintra que, por ser a residência preferida da Rainha durante o verão, passou a ser conhecido pelo Paço da Rainha. São sua marca pessoal as chaminés cónicas construidas à imagem do que existia no Castelo de Kenilworth (condado inglês do Warwickshire) onde viveu a sua juventude. 1949 - Avis - Afonso Domingues 1926 - Mosteiro da Batalha - Dom João I, Postal Máximo. Selo da 1ª Emissão da série “Independência de Portugal” 1980 - Palácio da Vila de Sintra, Postal Máximo. Selo da emissão base “Paisagens e Monumentos”, de 1972-1974 8
  • 9. Embora uma das residências mais utilizadas pela Corte fosse Santarém, onde nasceram metade dos seus filhos, não se encontraram quaisquer registos sobre a sua vivência nesta parte do território. Em contrapartida, o Castelo de Leiria é considerado uma das obras de D. Filipa de Lencastre cujo modelo arquitectónico e o arranjo de interiores é muito semelhante ao castelo onde viveu a sua juventude em Kenilworth e, com particular destaque, para a varanda do Paço. Tendo o Rei D. João I pacificado o país bem como estabelecido a paz com o reino de Castela a partir de 1389, tornou-se evidente que a expansão do território só poderia ser feita para o lado do mar. Por um lado um acto de guerra ( Causa Bélica) daria oportunidade em armar os infantes ( D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique) em cavaleiros e, por outro lado, favoreceria a Causa Económica, ao antecipar-se a Castela na expansão para o norte de África. De facto a cidade de Ceuta era rica pois era um polo distribuidor dos produtos vindos do oriente pelas rotas caravaneiras ( especiarias, ouro, ...) e que Portugal pretendia controlar e deslocar para Lisboa. Tinha também terreno fértil para cultivar os cereais de que tanto precisava. 1928 - 3ª emissão da “Independência de Portugal” - Tomada de Santarém 1987 - Castelo de Leiria, Postal Máximo. Selo da emissão “Castelos e Brasões de Portugal”, 5º grupo. 2010 - Vultos da História e da Cultura. Gomes Eanes de Azurara Gomes Eanes de Azurara ( 1410 - 1474) foi Guarda-Mor da Torre do Tombo (1454) e foi encarregue pelo rei D. Afonso V , filho de D. Duarte e, portanto, neto de D. Filipa de Lencastre, em escrever a Crónica da Tomada de Ceuta. 9
  • 10. 5. O Epílogo Em 1414/15, navios chegados ao Tejo trouxeram a febre bubónica, conhecida também por peste negra, e que assolou Lisboa e o país. Por razões de segurança a corte deslocou-se para Sacavém. Mas como a Rainha Filipa de Lencastre começasse a apresentar sintomas de contágio retirou-se, a 5 de Julho de 1415, para o Convento de Odivelas e não permitindo que a partida para Ceuta fosse adiada. Prevendo o seu desfecho e no seu leito, na presença do Rei, abençoou os filhos e entregou-lhes uma espada com a qual viriam a ser armados Cavaleiros por D. João I, após a tomada de Ceuta. As espadas tinham sido encomendadas a João Vasques de Almada. A D. Duarte atribuiu-lhe a defesa dos povos e a responsabilidade pelos irmãos mais novos. Ao Infante D. Pedro atribuiu-lhe a defesa das damas e donzelas. Finalmente ao Infante D. Henrique atribuiu-lhe a defesa da nobreza. 2015 - Inteiro Postal “Mosteiro de São Dinis e São Bernardo”, onde está sediado o Instituto de Odivelas, desde 1900. Segundo Azurara, tendo-se agravado o estado de saúde da Rainha e prevendo os médicos o seu passamento para breve, D. Filipa de Lencastre deu ordens para que começassem a rezar a defuntos, confessou-se, comungou e recebeu a extrema unção. Morreu a 18 de Julho de 1415, com 55 anos de idade. Para prevenir o contágio foi de imediato sepultada nos terrenos do Mosteiro de Odivelas, onde permane- ceu durante cerca de 15 meses. A 25 de Julho de 1415, 6 dias após a morte da Rainha, largaram de Lisboa, sob o comando de D. João I, 242 navios com destino ao norte de África, transportando cerca de 30.000 homens, onde chegaram a 21 de Agosto de 1415. 10
  • 11. O corpo de D. Filipa de Lencastre só foi transladado para a Batalha, em 9 de Outubro de 1416, após o regresso do Rei e seus filhos da missão a Ceuta. Atendendo a que a Capela do Fundador ainda não estava acabada o seu corpo ficou temporariamente depositado na Capela-Mor. Quando o Rei D. João I faleceu em 14 de Agosto de 1433, em Lisboa, aos 76 anos, realizaram-se as cerimónias fúnebres na Sé de Lisboa. Na primeira étapa da sua deslocação para a Batalha o seu corpo foi transportado em cortejo fúnebre até ao Mosteiro de Odivelas, onde ficou em velório durante a noite. Prosseguiu a viagem no dia seguinte. Finalmente, D. João I e D. Filipe de Lencastre repousam juntos, de mão dada, na Capela do Fundador. A única rainha inglesa que Portugal teve. 11 A ladear o túmulo real encontram-se os túmulos dos seus filhos: D. Fernando, D. João e esposa, D. Henrique e D. Pedro e sua esposa. Em 1907 o Mosteiro da Batalha foi classificado de Património Nacional. Em 1983 foi classificado como Património Mundial da UNESCO. Como disse o poeta Afonso Lopes Vieira, o Mosteiro da Batalha é o monumento onde “Mais Pátria há”.