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RELATO DE CASO
Paciente, 45 anos de idade, sexo masculino, nega comorbidades
apresentou-nos no setor de emergência, com uma queixa de perda
indolor súbita de visão em olho esquerdo (OE) com inicio há três dias.
Ao exame de fundo de olho mostrou hemorragia vítrea difusa em OE.
Foi realizado então angiografia e uma Investigações laboratorial
hematológica que revelou plaquetopenia grave (10.000 / ul).
Feito contato com hematologista, onde em conjunto fora
diagnosticado com quadro de púrpura trombocitopênica idiopática
(PTI).
 Ao longo de nove meses, o paciente foi tratado e acompanhado em
no serviço
PÚRPURA
TROMBOCITOPÊNICA
IDIOPÁTICA
INTRODUÇÃO
Doença adquirida e geralmente benigna, de causa desconhecida, que
se caracteriza por trombocitopenia (baixas contagens de plaquetas).
Criança: incidência anual em torno de 3-8 casos por 100.000 crianças,
com maior número de casos entre os 2-5 anos de idade e com leve
predomínio no sexo masculino.
Incidência em adultos de 1,6-2,7 casos por 100.000 pessoas/ano e
uma prevalência de 9,5-23,6 casos por 100.000 pessoas, com
predominância no sexo feminino(2).
Não há dados oficiais a respeito de sua incidência e prevalência na
população brasileira.
FISIOPATOLOGIA
CAUSAS
CAUSAS
CLÍNICA
Muitos casos assintomáticos
Sangramentos cutâneos: presença de petéquias e equimoses
Sangramentos mucosos: presença de epistaxe, gengivorragia,
menorragia, hematúria ou sangramentos no trato gastrointestinal
O paciente pode apresentar edema, aumento de peso, fortes dores
nas pernas, junto com as hemorragias
O paciente pode ter alterações de humor frequentemente
CLÍNICA
DIAGNÓSTICO
Diagnóstico de EXCLUSÃO
História clínica + exame físico
Hemograma completo= 100.000 plaquetas/mm3 isolada
Esfregaço de sangue periférico.
Ausência de outras condições clínicas que cursam com
trombocitopenia
Exames laboratoriais: de acordo com clínica, para exclusão
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Contagem de plaquetas abaixo de 20.000/mm3
Contagem de plaquetas abaixo de 50.000/mm3 na presença de sangramento
PARA O TRATAMENTO DE PTI CRÔNICA REFRATÁRIA EM ADULTOS (18 ANOS OU
MAIS ANOS DE IDADE)
Contagem de plaquetas abaixo de 20.000/mm3 de forma persistente, por pelo
menos 3 meses
ausência de resposta aos corticosteroides e imunoglobulina humana intravenosa
ausência de resposta ou contraindicação a esplenectomia.
PARA O TRATAMENTO DE PTI CRÔNICA E REFRATÁRIA EM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES (MENOS DE 18 ANOS DE IDADE)
Contagem de plaquetas abaixo de 20.000/mm3 de forma persistente, por pelo
menos 12 meses após o diagnóstico
Ausência de resposta aos corticosteroides e imunoglobulina humana intravenosa;
Ausência de resposta ou contraindicação a esplenectomia.
CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Outras causas de plaquetopenia
A intolerância medicamentosa ou a contraindicação de um ou mais
dos medicamentos recomendados
TRATAMENTO
Os pacientes com plaquetopenia leve a moderada (acima de 30.000-
50.000/mm3 ) e assintomática tendem a ter um curso benigno da
doença, sem necessidade de tratamento
O tratamento medicamentoso deve ser reservado apenas para
pacientes com trombocitopenia grave (abaixo de 20.000
plaquetas/mm3 ) ou àqueles com sangramentos associados à
trombocitopenia (abaixo de 50.000/mm3 ).
TRATAMENTO
CORTICOSTERÓIDES
Ambulatoriamente: dexametasona (40 mg/dia) por 4 dias
consecutivos. Estudos mostram respostas favoráveis em mais de 85%
dos casos.
Plaquetas inferior a 30.000= Prednisona oral, na dose de 1mg/kg de
peso corporal por dia
Trombocitopenias mais severas (menos de 10.000), e na presença de
hemorragias sérias, a dose inicial deve ser de 2mg/kg/dia.
Na maioria dos doentes, a contagem de plaquetas aumenta em 2-7
dias
TRATAMENTO
Prednisona: 1 mg/kg/dia, por via oral, com redução progressiva da dose
após adequada resposta terapêutica.
Dexametasona: 40 mg/dia, por via oral ou intravenosa, durante 4-8 dias.
Metilprednisolona: 30 mg/kg/dia ou 1.000 mg/dia, por via intravenosa,
durante 3 dias.
Azatioprina: 150 mg/dia, por via oral, diariamente.
Ciclofosfamida: 50-100 mg/m2 ou 150 mg, por via oral, diariamente.
 Danazol: 400-800 mg/dia, por via oral, diariamente.
Vincristina: 1,4 mg/m2 (até a dose máxima de 2 mg), por via intravenosa,
1 vez por semana, por 4 semanas consecutivas a cada 6 semanas.
TRATAMENTO
IMUNOGLOBULINA HUMANA INTRAVENOSA
Diante da potencial recuperação mais rápida da plaquetopenia, a
imunoglobulina humana intravenosa está indicada para casos de
sangramento mucoso com maior repercussão clínica, como epistaxe e
gengivorragia volumosas, e de sangramento dos tratos digestivo ou
urinário.
Imunoglobulina humana intravenosa: 1 g/kg por dia, por via
intravenosa, durante 1-2 dias (repetir no segundo dia se a
plaquetometria estiver abaixo de 20.000 plaquetas/mm3 ).
IMUNOGLOBULINA ANTI-D
TRATAMENTO
ESPLENECTOMIA
Pacientes com falha aos corticosteroides e à imunoglobulina humana,
a esplenectomia é a opção terapêutica de escolha.
 O fundamento terapêutico reside no fato de o baço ser o principal
responsável pela destruição plaquetária, além de conter cerca de 25%
da massa linfoide envolvida na produção de anticorpos.
Opção terapêutica a PTI crônica com necessidade de uso crônico de
corticosteroides.
Os pacientes candidatos devem idealmente ser imunizados para
Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae b e Neisseria
meningitidis
TRATAMENTO
DOENÇA REFRATÁRIA
Presença de plaquetopenia persistente e grave (abaixo de
50.000/mm3 );
Necessidade de tratamentos medicamentosos frequentes para
manter as contagens plaquetárias;
Falha à esplenectomia.
BENEFÍCIOS ESPERADOS NO TRATAMENTO
Cessação dos sangramentos ativos
Prevenção da ocorrência de sangramentos clinicamente signifi cativos
Aumento da contagem total de plaquetas.
TRATAMENTO
SITUAÇÕES DE EMERGENCIA
Sangramento intracraniano ou mucoso com instabilidade
hemodinâmica ou respiratória
Transfusões de plaquetas - recomenda-se 3 vezes mais do que o
usual, em vista da destruição rápida das plaquetas que ocorre na PTI
(3 unidades para cada 10 kg de peso);
Corticosteroide em altas doses - 30 mg/kg de metilprednisolona por
3 dias em crianças e 1 g/dia por 3 dias em adultos
Imunoglobulina humana intravenosa – 1 g/kg por 1-2 dias (repete-se
a dose no segundo dia se a contagem de plaquetas permanecer
abaixo de 50.000/mm3 ).
REFERENCIAS
PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IDIOPÁTICA. Protocolo Clínico e
Diretrizes Terapêuticas.Disponível em:
http://u.saude.gov.br/images/pdf/2014/abril/02/pcdt-purpura-
tromboc-idiopatica-livro-2013.pdf
Trombocitopenia Imune Primária (PTI).Manuais da ABRALE.
Disponível em:
http://www.abrale.org.br/web/uploads/files/AF_Manual_abrale_rev4
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  • 1. RELATO DE CASO Paciente, 45 anos de idade, sexo masculino, nega comorbidades apresentou-nos no setor de emergência, com uma queixa de perda indolor súbita de visão em olho esquerdo (OE) com inicio há três dias. Ao exame de fundo de olho mostrou hemorragia vítrea difusa em OE. Foi realizado então angiografia e uma Investigações laboratorial hematológica que revelou plaquetopenia grave (10.000 / ul). Feito contato com hematologista, onde em conjunto fora diagnosticado com quadro de púrpura trombocitopênica idiopática (PTI).  Ao longo de nove meses, o paciente foi tratado e acompanhado em no serviço
  • 3. INTRODUÇÃO Doença adquirida e geralmente benigna, de causa desconhecida, que se caracteriza por trombocitopenia (baixas contagens de plaquetas). Criança: incidência anual em torno de 3-8 casos por 100.000 crianças, com maior número de casos entre os 2-5 anos de idade e com leve predomínio no sexo masculino. Incidência em adultos de 1,6-2,7 casos por 100.000 pessoas/ano e uma prevalência de 9,5-23,6 casos por 100.000 pessoas, com predominância no sexo feminino(2). Não há dados oficiais a respeito de sua incidência e prevalência na população brasileira.
  • 7. CLÍNICA Muitos casos assintomáticos Sangramentos cutâneos: presença de petéquias e equimoses Sangramentos mucosos: presença de epistaxe, gengivorragia, menorragia, hematúria ou sangramentos no trato gastrointestinal O paciente pode apresentar edema, aumento de peso, fortes dores nas pernas, junto com as hemorragias O paciente pode ter alterações de humor frequentemente
  • 9. DIAGNÓSTICO Diagnóstico de EXCLUSÃO História clínica + exame físico Hemograma completo= 100.000 plaquetas/mm3 isolada Esfregaço de sangue periférico. Ausência de outras condições clínicas que cursam com trombocitopenia Exames laboratoriais: de acordo com clínica, para exclusão
  • 10. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO Contagem de plaquetas abaixo de 20.000/mm3 Contagem de plaquetas abaixo de 50.000/mm3 na presença de sangramento PARA O TRATAMENTO DE PTI CRÔNICA REFRATÁRIA EM ADULTOS (18 ANOS OU MAIS ANOS DE IDADE) Contagem de plaquetas abaixo de 20.000/mm3 de forma persistente, por pelo menos 3 meses ausência de resposta aos corticosteroides e imunoglobulina humana intravenosa ausência de resposta ou contraindicação a esplenectomia. PARA O TRATAMENTO DE PTI CRÔNICA E REFRATÁRIA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES (MENOS DE 18 ANOS DE IDADE) Contagem de plaquetas abaixo de 20.000/mm3 de forma persistente, por pelo menos 12 meses após o diagnóstico Ausência de resposta aos corticosteroides e imunoglobulina humana intravenosa; Ausência de resposta ou contraindicação a esplenectomia.
  • 11. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO Outras causas de plaquetopenia A intolerância medicamentosa ou a contraindicação de um ou mais dos medicamentos recomendados
  • 12. TRATAMENTO Os pacientes com plaquetopenia leve a moderada (acima de 30.000- 50.000/mm3 ) e assintomática tendem a ter um curso benigno da doença, sem necessidade de tratamento O tratamento medicamentoso deve ser reservado apenas para pacientes com trombocitopenia grave (abaixo de 20.000 plaquetas/mm3 ) ou àqueles com sangramentos associados à trombocitopenia (abaixo de 50.000/mm3 ).
  • 13. TRATAMENTO CORTICOSTERÓIDES Ambulatoriamente: dexametasona (40 mg/dia) por 4 dias consecutivos. Estudos mostram respostas favoráveis em mais de 85% dos casos. Plaquetas inferior a 30.000= Prednisona oral, na dose de 1mg/kg de peso corporal por dia Trombocitopenias mais severas (menos de 10.000), e na presença de hemorragias sérias, a dose inicial deve ser de 2mg/kg/dia. Na maioria dos doentes, a contagem de plaquetas aumenta em 2-7 dias
  • 14. TRATAMENTO Prednisona: 1 mg/kg/dia, por via oral, com redução progressiva da dose após adequada resposta terapêutica. Dexametasona: 40 mg/dia, por via oral ou intravenosa, durante 4-8 dias. Metilprednisolona: 30 mg/kg/dia ou 1.000 mg/dia, por via intravenosa, durante 3 dias. Azatioprina: 150 mg/dia, por via oral, diariamente. Ciclofosfamida: 50-100 mg/m2 ou 150 mg, por via oral, diariamente.  Danazol: 400-800 mg/dia, por via oral, diariamente. Vincristina: 1,4 mg/m2 (até a dose máxima de 2 mg), por via intravenosa, 1 vez por semana, por 4 semanas consecutivas a cada 6 semanas.
  • 15. TRATAMENTO IMUNOGLOBULINA HUMANA INTRAVENOSA Diante da potencial recuperação mais rápida da plaquetopenia, a imunoglobulina humana intravenosa está indicada para casos de sangramento mucoso com maior repercussão clínica, como epistaxe e gengivorragia volumosas, e de sangramento dos tratos digestivo ou urinário. Imunoglobulina humana intravenosa: 1 g/kg por dia, por via intravenosa, durante 1-2 dias (repetir no segundo dia se a plaquetometria estiver abaixo de 20.000 plaquetas/mm3 ). IMUNOGLOBULINA ANTI-D
  • 16. TRATAMENTO ESPLENECTOMIA Pacientes com falha aos corticosteroides e à imunoglobulina humana, a esplenectomia é a opção terapêutica de escolha.  O fundamento terapêutico reside no fato de o baço ser o principal responsável pela destruição plaquetária, além de conter cerca de 25% da massa linfoide envolvida na produção de anticorpos. Opção terapêutica a PTI crônica com necessidade de uso crônico de corticosteroides. Os pacientes candidatos devem idealmente ser imunizados para Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae b e Neisseria meningitidis
  • 17. TRATAMENTO DOENÇA REFRATÁRIA Presença de plaquetopenia persistente e grave (abaixo de 50.000/mm3 ); Necessidade de tratamentos medicamentosos frequentes para manter as contagens plaquetárias; Falha à esplenectomia. BENEFÍCIOS ESPERADOS NO TRATAMENTO Cessação dos sangramentos ativos Prevenção da ocorrência de sangramentos clinicamente signifi cativos Aumento da contagem total de plaquetas.
  • 18. TRATAMENTO SITUAÇÕES DE EMERGENCIA Sangramento intracraniano ou mucoso com instabilidade hemodinâmica ou respiratória Transfusões de plaquetas - recomenda-se 3 vezes mais do que o usual, em vista da destruição rápida das plaquetas que ocorre na PTI (3 unidades para cada 10 kg de peso); Corticosteroide em altas doses - 30 mg/kg de metilprednisolona por 3 dias em crianças e 1 g/dia por 3 dias em adultos Imunoglobulina humana intravenosa – 1 g/kg por 1-2 dias (repete-se a dose no segundo dia se a contagem de plaquetas permanecer abaixo de 50.000/mm3 ).
  • 19. REFERENCIAS PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IDIOPÁTICA. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas.Disponível em: http://u.saude.gov.br/images/pdf/2014/abril/02/pcdt-purpura- tromboc-idiopatica-livro-2013.pdf Trombocitopenia Imune Primária (PTI).Manuais da ABRALE. Disponível em: http://www.abrale.org.br/web/uploads/files/AF_Manual_abrale_rev4 .pdf