2. O uso das telas e o desenvolvimento infantil
• Nos últimos anos, o rápido avanço da tecnologia tem levantado
diversas questões sobre o uso de telas, como smartphones, tablets e
televisões, na primeira infância - o período que abrange desde o
nascimento até os seis anos de idade. Esse tópico tem gerado debates
acalorados entre pais, educadores e profissionais de saúde, uma vez
que as telas se tornaram parte intrínseca da vida moderna.
3. Impactos Cognitivos e Sociais
• As telas podem influenciar o desenvolvimento cognitivo e social das
crianças na primeira infância de várias maneiras. O excesso de
exposição a dispositivos eletrônicos pode impactar negativamente o
desenvolvimento da linguagem, atenção e memória. Estudos sugerem
que crianças que passam mais tempo em frente às telas tendem a
apresentar menor desenvolvimento de habilidades linguísticas,
vocabulário e habilidades sociais em comparação com aquelas que
têm menos exposição.
4. Impactos Cognitivos e Sociais
• Atraso no Desenvolvimento da Linguagem: A exposição excessiva a
telas pode competir com oportunidades de interação verbal e social,
afetando negativamente o desenvolvimento da linguagem. A
interação face a face com adultos e outras crianças é essencial para o
desenvolvimento de habilidades de comunicação, vocabulário e
compreensão linguística.
5. Impactos Cognitivos e Sociais
• Dificuldades de Atenção e Concentração: O uso frequente de
dispositivos eletrônicos pode contribuir para a fragmentação da
atenção das crianças. A rápida alternância entre estímulos visuais e
auditivos nas telas pode levar a dificuldades de concentração e
atenção em atividades que exigem foco prolongado, como a leitura.
• Prejuízo na Memória de Longo Prazo: Estudos sugerem que o uso
excessivo de telas pode afetar a formação de memórias de longo
prazo. Crianças que passam muito tempo em frente às telas podem
não estar se envolvendo em experiências sensoriais e interações do
mundo real que são fundamentais para a consolidação da memória
6. Impactos Cognitivos e Sociais
• Desenvolvimento Cognitivo Limitado: A exposição excessiva a
conteúdos passivos nas telas, como vídeos e programas de televisão,
pode limitar a oportunidade para as crianças explorarem, criar e usar
sua imaginação. O desenvolvimento cognitivo é enriquecido por meio
de atividades interativas, jogos criativos e exploração física.
• Hábitos de Aprendizagem Superficiais: O conteúdo rápido e
visualmente estimulante nas telas pode promover hábitos de
aprendizagem mais superficiais. A pesquisa profunda, a leitura e a
resolução de problemas requerem um nível mais profundo de
engajamento cognitivo, que pode ser prejudicado pelo uso excessivo
de telas.
7. Impactos Cognitivos e Sociais
Além disso, a exposição prolongada a conteúdos inadequados pode ter
efeitos prejudiciais na saúde mental das crianças. A falta de interações
sociais diretas também pode contribuir para dificuldades no
desenvolvimento de empatia e habilidades interpessoais.
8. Sono e Saúde Física
• O uso excessivo de telas na primeira infância também está associado
a perturbações no sono. A exposição à luz azul emitida por
dispositivos eletrônicos pode interferir no ciclo natural do sono,
prejudicando a qualidade e a duração do repouso. O sono é essencial
para o crescimento saudável, desenvolvimento cerebral e
consolidação da aprendizagem.
• Além disso, a falta de atividade física decorrente do tempo excessivo
gasto em frente às telas pode contribuir para problemas de saúde,
como obesidade infantil. O sedentarismo pode impactar
negativamente o desenvolvimento muscular, a coordenação motora e
a saúde cardiovascular.
9. Fatores Moderadores:
• É importante reconhecer que os impactos cognitivos do uso de telas
podem variar dependendo de diversos fatores, como:
• Qualidade do Conteúdo: Conteúdos educativos e interativos nas telas
podem ter efeitos mais positivos do que conteúdos passivos.
• Interatividade: Aplicativos e jogos que promovem a participação ativa
e o pensamento crítico podem ter efeitos mais benéficos.
• Mediação dos Pais: A interação dos pais durante o uso de telas pode
influenciar a experiência da criança. Discutir o conteúdo, fazer
perguntas e relacioná-lo com o mundo real pode ampliar os
benefícios cognitivos.
10. Diretrizes Recomendadas
• Limitar o Tempo de Tela: A Academia Americana de Pediatria
recomenda que crianças com idade entre 2 e 5 anos sejam expostas a
no máximo 1 hora de tela por dia, e preferencialmente a nenhum
tempo de tela para crianças com menos de 18 meses.
• Priorizar Interações Sociais e Atividades Físicas: É crucial que as
crianças na primeira infância passem mais tempo interagindo com
pessoas reais, brincando e se envolvendo em atividades físicas. Essas
interações contribuem para o desenvolvimento cognitivo, emocional
e social saudável.
11. Diretrizes Recomendadas
• Conteúdo de Qualidade: Quando as telas são utilizadas, é importante
escolher conteúdos apropriados para a idade e que sejam educativos.
Jogos e aplicativos que incentivem a aprendizagem, a criatividade e o
pensamento crítico podem ser mais benéficos.
• Estabelecer Limites e Modelar Comportamentos: Os pais
desempenham um papel fundamental em estabelecer limites
saudáveis em relação ao uso de telas. Além disso, eles devem
modelar comportamentos equilibrados, demonstrando o uso
consciente e moderado de dispositivos eletrônicos.
12. Conclusão
• O uso de telas na primeira infância é um tópico complexo que exige
uma abordagem equilibrada e informada. Embora as telas possam
oferecer benefícios educacionais e de entretenimento, é essencial
considerar os impactos potenciais no desenvolvimento cognitivo,
social, emocional e físico das crianças. As diretrizes recomendadas
pelas organizações de saúde e especialistas oferecem um guia valioso
para os pais e cuidadores no processo de tomar decisões informadas
sobre o uso de telas na primeira infância.