Os 3ºs anos do período da manhã, da E.E. Ilda Vieira Vilela, foram orientados a participar ao longo de dois bimestres, de um projeto de seminários referentes às nove leituras obrigatórias do vestibular FUVEST 2018, onde cada uma das 4 salas ficaria responsável por duas obras, apresentadas nos dois primeiros bimestres de 2017.
O 3ºA teve como primeira obra a ser explorada "O Cortiço", romance naturalista escrito por Aluísio de Azevedo. Através desse projeto, foi possível compreender a trama do livro, os personagens, seu contexto histórico, o movimento literário utilizado e algumas correntes de pensamento presentes, uma pequena biografia do autor, além de praticar esse conhecimento em questões de vestibulares.
Para o 2º bimestre, em Junho, a obra será "Sagarana", livro de contos do autor modernista João Guimarães Rosa.
7. Estrutura
• Romance naturalista;
• Publicado em 1890;
• 23 capítulos;
• Narrativa linear (começo,
meio e fim)/ tempo crono-
lógico;
• Teor crítico;
• Composta por três fases.
8. • Ascendência de
Romão.
• Mudança de Miranda;
• Traição da Estela;
• Vinda do Jerônimo
para o cortiço;
• Volta da Rita Baiana.
Primeira Fase
9. Segunda Fase
• Abrasileiramento de
Jerônimo;
• Leocádia e o coelho;
• A gravidez de Florinda;
• Festa do Barão;
• Samba no cortiço;
11. Terceira Fase
• Carta para Leocádia;
• Cortiço ‘Cabeça-de-
Gato’;
• Transformação de
Romão;
• Emboscada para o
Firmo;
• Destruição do Cortiço.
12. • Fuga de Jerônimo e
Rita;
• A reforma do Cortiço;
• Parceria entre Botelho
e Romão;
• Noivado de Romão e
Zulmira;
• Tentativa de Prisão da
Bertoleza.
19. Contexto Histórico
• A obra não possui período explícito (entre 1880 e
1890, aproximadamente);
• Revolução Industrial: aparecimento das máquinas;
Desemprego
“Favelização”
Urbanização
Cortiços
• Relações sociais
20. • Fim da Escravidão;
• Escravidão > “Escravidão do Trabalho”;
• Proclamação da República;
1888 - Lei Áurea
Lei do
Sexagenário
(“Lei do
Riso”, 1885)
1889 -
República
Lei do Ventre Livre
(1871)
Lei Eusébio de
Queirós (1850)
21. Época da obra: extrema pobreza.
Divisão de
classes
Burguesia
Proletariado
Prostituição
Violência
Moral
Necessidade ($)
Ascensão Social
Emancipação Feminina
22. • Escravidão (Romão e Bertoleza);
• Desigualdade de Gênero (Machismo);
• Desigualdade Social (Cortiço e Sobrado);
• Industrialização/Transformações no trabalho;
Comércio
Indústrias
Operário/Ferreiro
Casas de
Família
Lavadeira/Ama
de Leite/etc.
24. Naturalismo
• Temas polêmicos (adultério, homossexualidade, pobreza, etc.)
• Impessoalidade;
• "Cientificismo exagerado" - relações e fenômenos sociais
observados de um modo científico.
• Linguagem coloquial, simples e objetiva.
26. Animalização
“Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum
crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e
fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente,
debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco
palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já
prender as saias entre as coxas para não as molhar; [...] os
homens, esses não se preocuparam em não molhar o pêlo,
ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e
esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e
fungando contra as palmas das mãos. [...]”
AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço, cáp. 3 (fragmento)
27. Descrição Impiedosa
• Descrições/ 3ª pessoa: um olhar racional e objetivo para a
realidade;
• Pretende recriar a realidade de maneira fotográfica.
“Eram cinco horas da manhã e o cortiço
acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua
infinidade de portas e janelas alinhadas.[…]
AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço, cap. 3 (fragmento)
29. Evolucionismo (Darwinismo Social)
• Charles Darwin;
• “Seleção Natural”;
• Darwinismo Social: evolução da sociedade humana
baseada no Evolucionismo;
• Sociedades humanas superiores a outras;
Dominar as
inferiores
Civilizá-las Desenvolvimento
39. (2010) Considere o trecho de O Cortiço,
de Aluísio Azevedo: [...]
a) Recuperam o princípio da prosa naturalista, que condena os assuntos repulsivos e
bestiais, sem amparo nas teorias científicas, ligados ao homem que põe em primeiro
plano seus instintos animalescos.
b) Elucidam o princípio do determinismo presente na prosa naturalista, revelando os
homens e as mulheres conscientes dos seus instintos em função do meio em que vivem
e, sobretudo, capazes de controlá-los.
c) Trazem uma crítica aos aspectos animalescos próprios do homem, mas, por outro lado,
revelam uma forma de Pombinha submeter a muitos deles para obter vantagens: eis aí um
princípio do Realismo rechaçado no Naturalismo.
d) Constroem uma visão de mundo e do homem idealizada, o que, em certa medida,
afronta o referencial em que se baseia a prosa naturalista, que define o homem como fruto
do meio, marcado pelo apelo dos seus sentidos.
e) Consubstanciam a concepção naturalista de que o homem é um animal, preso aos
instintos e, no que dizem respeito à sexualidade, vê-se que Pombinha considera a mulher
superior ao homem, e esse conhecimento é uma forma de se obterem vantagens.
40. (2011) [...] AZEVEDO, A. O Cortiço . São
Paulo: Ática, 1983 (fragmento).
No romance O Cortiço (1890), de Aluísio Azevedo, as personagens são
observadas como elementos coletivos caracterizados por condicionantes de
origem social, sexo e etnia. Na passagem transcrita, o confronto entre
brasileiros e portugueses revela prevalência do elemento brasileiro, pois
a) Destaca o nome de personagens brasileiras e omite o de personagens
portuguesas.
b) Exalta a força do cenário natural brasileiro e considera o do português
inexpressivo.
c) Mostra o poder envolvente da música brasileira, que cala o fado
português.
d) Destaca o sentimentalismo brasileiro, contrário à tristeza dos
portugueses.
e) Atribui aos brasileiros uma habilidade maior com instrumentos musicais.
41. (2012) [...] Aluísio Azevedo, O Cortiço.
Um traço cultural que decorre da presença da
escravidão no Brasil e que está implícito nas
considerações do narrador do excerto é a:
a) Desvalorização da mestiçagem brasileira.
b) Promoção da música a emblema da nação.
c) Desconsideração do valor do trabalho.
d) Crença na existência de um caráter nacional brasileiro.
e) Tendência ao antilusitanismo.
42. (2012) [...] Aluísio Azevedo, O Cortiço.
Os costumes a que adere Jerônimo em sua transformação, relatada
no excerto, têm como referência, na época em que se passa a história, o
modo de vida:
a) Dos degredados portugueses enviados ao Brasil sem a companhia da
família.
b) Dos escravos domésticos, na região urbana da Corte, durante o
Segundo Reinado.
c) Das elites produtoras de café, nas fazendas opulentas do Vale do
Paraíba fluminense.
d) Dos homens livres pobres, particularmente em região urbana.
e) Dos negros quilombolas, homiziados em refúgios isolados e
anárquicos.