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ONGS TRANSNACIONAIS E OS SENTIDOS
DE SUSTENTABILIDADE AMAZÔNICA:
IMAGINÁRIO, DISCURSO E PODER
Discente: Jonas da Silva Gomes Júnior
Orientador: Prof. Dr. Walmir de Albuquerque Barbosa
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIEDADE
E CULTURA NA AMAZÔNIA – PPGSCA
MANAUS-AM
ABRIL, 2017
Roteiro
1. Linha do Tempo
2. Contexto da Pesquisa
3. Elementos Norteadores
4. Justificativa
5. Eixos Teóricos (Interdisciplinaridade)
6. Estrutura da Tese
7. Análise Discursiva e Resultados
8. Considerações
•Projeto “Estudo
sobre a
complexidade dos
processos
socioculturais
digitais das ONG’s
ambientalistas na
Amazônia”
Linha do Tempo
• Epistemologia e Metodologia das Ciências Humanas e Sociais
• Formação do Pensamento Social na Amazônia
•Atividades de Pesquisa
• Reformulações no
Projeto
• Projeto
“Estudo sobre a
complexidade
dos processos
socioculturais
digitais das
ONG’s
ambientalistas
na Amazônia”
• Epistemologia e Metodologia das Ciências Humanas e Sociais
• Formação do Pensamento Social na Amazônia
Linha do Tempo
• Novo Projeto “Estudo sobre o
discurso da sustentabilidade
amazônica adotado pelas ONGs
Transnacionais”
• Começo de uma
nova proposta...
• Leituras sobre
Amazônia
•Sociedade
Transnacional
• Discussões com
Orientador
•Atividades de
Pesquisa
• Reformulações no
Projeto
• Projeto
“Estudo sobre a
complexidade
dos processos
socioculturais
digitais das
ONG’s
ambientalistas
na Amazônia”
• Exame de Qualificação
• Identificação de Lacunas
•Ajustes com base nas
orientações
•Leituras Imaginário, Mídia
•Leituras sobre
Sustentabilidade
•Começo de uma
nova proposta...
• Leituras sobre
Amazônia
•Sociedade
Transnacional
• Discussões com
Orientador
•Atividades de
Pesquisa
• Reformulações no
Projeto
• Projeto
“Estudo sobre a
complexidade
dos processos
socioculturais
digitais das
ONG’s
ambientalistas
na Amazônia”
• Finalização da
Análise
Discursiva
•Ajustes na
Redação
• Finalização dos
Capítulos
Teóricos
• Exame de
Qualificação
• Identificação de
Lacunas
•Ajustes com base nas
orientações
•Leituras Imaginário,
Mídia
• Mudança de
Orientador
• Começo de uma
nova proposta...
• Leituras sobre
Amazônia
•Sociedade
Transnacional
•Atividades de
Pesquisa
• Reformulações no
Projeto
• Projeto
“Estudo sobre a
complexidade
dos processos
socioculturais
digitais das
ONG’s
ambientalistas
na Amazônia”
• ONGs
Transnacionais e
os Sentidos de
Sustentabilidade
Amazônica:
imaginário,
discurso e poder
2. Contexto da Pesquisa
+ Amazônia
• Região cobiçada pela floresta,
recursos e biodiversidade
• Região de superlativos: Maior
Floresta Preservada, 1/5 da
Água doce, 1/10 da biota
universal, 3/5 do território
nacional..
• Cobiça Estrangeira,
Curiosidade e Especulação
Científica
• Interesse Geopolítico
+ ONGs Transnacionais
• Atores não governamentais
• Atuação em vários países
• Natureza e Filosofia
Institucional
• Redes de Parcerias
• Ativismo Social
• Atuação Glocalizada
2. Contexto da Pesquisa
+ Globalização Ambiental
• Questão ambiental na Agenda
Política Mundial
• Eventos Internacionais sobre o
Meio Ambiente (Conferências da
ONU)
• Desterritorialização das questões
ambientais
• Formação de redes de atores
ambientais
• Desenvolvimento Sustentável e
questões econômicas
2. Contexto da Pesquisa
3. Elementos Norteadores
• Objeto: o discurso da
sustentabilidade
amazônica das ONGs
Greenpeace e WWF.
• As formas como
essas ONGs
projetam a
Amazônia é objeto
desta investigação.
• Objetivo:
Estudar os processos de significação e as
práticas discursivas das ONGs
Transnacionais WWF e Greenpeace,
estabelecendo relações entre o discurso
da Sustentabilidade Amazônica, a (re)
construção de imaginários e a
“espetacularização do verde” no mundo
globalizado.
3. Elementos Norteadores
• Mapear as investigações já desenvolvidas sobre a questão
Transnacional na Amazônia, identificando os principais eixos e
correntes trabalhadas; (Revisão de Literatura)
• Elaborar um marco teórico que possibilite problematizar o
discurso ambiental, a espetacularização e os processos de
significação da Amazônia pelas Transnacionais;
• Discutir sobre as controvérsias da Sustentabilidade
Amazônica, tomando como base os aspectos conceituais do
Desenvolvimento Sustentável e as contradições do atual
modelo de desenvolvimento econômico;
3. Elementos Norteadores
• Identificar os processos de significação e as práticas
discursivas das ONGs WWF e Greenpeace para abordar o
desenvolvimento sustentável amazônico;
• Analisar as principais formas discursivas da WWF e
Greenpeace e demais elementos que proporcionam a
midiatização da sustentabilidade da Amazônia,
relacionando a partir do marco teórico;
3. Elementos Norteadores
4. Justificativa
• Interesse surge durante a reformulação da pesquisa.
Antes, detinha-se a estudar os sites das entidades
ambientalistas e a disseminação de informações sobre
a Amazônia.
• Inquietação de perceber que as ONGs Greenpeace e
WWF utilizam diversos recursos comunicacionais para
disseminar ideias e imagens sobre a Amazônia.
• A Amazônia é midiatizada por essas ONGs
Transnacionais de diversas formas, utilizando um
discurso marcado por contradições.
• Como as ONGs Transnacionais, com os seus discursos
e projeção mundial, estão contribuindo para
construção de um imaginário sobre a Amazônia?
• Quais são as relações estabelecidas entre sociedade,
natureza e cultura no discurso das Transnacionais?
• É possível comprovar a existência de uma
“espetacularização do verde” nos discursos?
• Como os textos do Greenpeace e WWF constroem o
conceito de sustentabilidade amazônica?
• A que discurso pertence esse conceito?
4. Justificativa
4. Justificativa
• Por que escolhemos Greenpeace e
WWF?
• Capacidade de Articulação em Redes
• Atuação na Amazônia
• Grande Influência política
• Utilização de múltiplos recursos de
comunicação
• Destacada atuação midiática
• Credibilidade junto à sociedade
• Eixo Teórico 1- Amazônia e a Globalização Ambiental
• Apresentou-se como a Sociedade Civil Transnacional Ambientalista está
inserida na Amazônia. Diversas questões inerentes a essa presença, tais como
a influência nas políticas públicas, biopoder e projetos internacionais. Além
disso, resgatar marcos históricos do Movimento Ambientalista, relacionando
ao processo de Globalização Ambiental.
• Eixo Teórico 2 –Sustentabilidade, Complexidade e Amazônia
• Discute-se aspectos centrais sobre Amazônia e Sustentabilidade, tais como os
principais desafios, contradições, além da critica ao modelo do Triple Bottom
Line. Apresenta-se uma inter-relação entre o Pensamento Complexo e a
Sustentabilidade. Uma tentativa de contribuir com os debates na temática.
• Eixo Teórico 3 – Discurso, Imagens e Amazônia na Mídia
• Além de explicitar questões sobre Análise do Discurso, discute-se sobre as
projeções imagéticas da Amazônia na Mídia. Por meio de uma perspectiva
histórica, resgata-se os primeiros discursos e imagens da Amazônia. As fases
da ADF também são expostas.
5.Eixos Teóricos da Pesquisa
Eixo 1- Amazônia
e a Globalização
Ambiental
Eixo 2 –
Sustentabilidade,
Complexidade e
Amazônia
Eixo 3 –
Discurso,
Imagens e
Amazônia na
Mídia
Ianni (1999, 2008), Castells (1999, 2003),
Santos (2000), Nascimento (2014), Silva
(2013), Marcovitch (2011), Bastos e Pinto
(2007), Fonseca (2011), Becker (2009),
Freitas e Silva (2000)
Leonardo Boff (2012), Giansanti (1999),
Benchimol (2002, 2010), Salazar (2006), Freitas
(2004, 2006), Sachs (2002), Leff (2001), Freitas
(2008), Seráfico (2007), Freitas, Silva e Barros
(2010)
Bourdieu (1989), Debord (1997), Souza (2006),
Gondin (2007), Maingueneau (2001), Orlandi
,Sodré (2002), Foucalt (1998, 1999, 2008),
Pêcheux (1990, 1995), Gregolin (2007), Santos
(2014), Silva (2012)
5. Eixos Teóricos - Interdisciplinaridade
Linguagem e
Discurso
Ciências Sociais
e Antropologia
Social
Sociologia
Ambiental
Ciências da
Comunicação
Ciências
Ambientais e
Sustentabilidade
6. Estrutura da Tese
2. Amazônia e a Sociedade Civil Transnacional Ambientalista
3. Globalização ambiental e o Movimento Ambientalista
4. A complexidade na Sustentabilidade Amazônica
5. Discursos sobre a Amazônia: invenções, imagens e mídia
6. Análise do discurso, ideologia e poder
7. Sentidos discursivos das transnacionais na Amazônia
6. Estrutura da Tese
7. SENTIDOS DISCURSIVOS DAS
TRANSNACIONAIS NA AMAZÔNIA
7.1. Descrições dos objetos de estudo
(Greenpeace e WWF)
7.1.1. Sobre o Greenpeace
7.1.2. World Wildlife Fund - WWF
• Breve descrição das ONGs
a fim de situá-las no
contexto do ambientalismo
amazônico;
• As informações foram
coletadas nos sites oficiais;
• Compreensão da atuação,
aspectos institucionais e
históricos .
7. SENTIDOS DISCURSIVOS DAS
TRANSNACIONAIS NA AMAZÔNIA
7. SENTIDOS DISCURSIVOS DAS
TRANSNACIONAIS NA AMAZÔNIA
7.2. Sentidos e significação no discurso do Greenpeace e WWF
7.2.1 Amazônia e a globalização da sustentabilidade econômica
7.2.2 Nuances do poder no discurso das ONGs Transnacionais
7.2.3 Argumentação científica no discurso das ONGs Transncionais
7.2.4 A proeminência da natureza exótica no discurso ambiental
7.2.5 Dimensão social no discurso das ONGs Transnacionais
7.2.6 A "marca" Amazônica na perspectiva espetacular
7.2.7 Considerações sobre a Análise Discursiva
• A intenção, neste capítulo, é apresentar os
processos de significação e os sentidos
discursivos das ONGs WWF e Greenpeace
para abordar o desenvolvimento sustentável
amazônico.
• Ademais, descrever as principais
características discursivas e demais
elementos que proporcionam a midiatização
da sustentabilidade da Amazônia.
7. SENTIDOS DISCURSIVOS DAS
TRANSNACIONAIS NA AMAZÔNIA
Análise Discursiva
Análise Discursiva
• Não está no foco de nossas análises o julgamento
da exeqüibilidade das propostas de
desenvolvimento sustentável das ONGs.
• Estamos mais interessados na forma como as ONGs
Transnacionais constroem a noção de
sustentabilidade amazônica e o imaginário
amazônico.
Análise Discursiva
• Análise do Discurso Francesa (ADF) – Pêcheux
(1995), Orlandi (2009) e Souza (2006);
• Possibilitou um olhar sobre as marcas textuais;
• Movimento interno dos textos, supressões,
inclusões, não-ditos, questões ideológicas e
apagamentos;
• Identificação de equívocos discursivos, os
funcionamentos discursivos e explicitar os
diferentes processos de significação;
• Dispositivo Analítico (Pré-Análise, Análise e Pós-
Análise)
Análise Discursiva
• Foram analisados 39 textos em diferentes
formatos;
• O corpus analisado foi composto por
conteúdos dos sites institucionais (12),
publicações (6), anúncios (6), relatórios (2),
vídeos (7) e publicações em mídias sociais
(6);
• Foram selecionados textos institucionais*;
* Caracterizam o Posicionamento Oficial
Corpus de Análise
O que buscamos?
Por meio das marcas textuais,
identificamos alguns não-
ditos [discursos que “ficaram
de fora” por algum motivo
ideológico]
Leitura Flutuante
Análise Discursiva
O que buscamos?
Buscamos analisar:
• O movimento interno dos textos;
• Supressões ;
• Inclusões;
• Saliências ;
• Apagamentos;
• Aspectos reveladores dos posicionamentos dos
sujeitos enunciadores.
Leitura Flutuante
Análise Discursiva
O que foi identificado?
• Durante a Análise, notou-se que os sentidos de
sustentabilidade amazônica efetivam-se por meio das
seguintes categorias:
1. Globalização econômica
2. Poder simbólico
3. Natureza imaginária
4. Autoridade científica
5. Sociodiversidade artificial
6. Mercantilização/ moda
7. ??????
* Leitura Flutuante
Análise Discursiva
Globalização Econômica
• O “patrimônio da humanidade” é uma
reserva territorial estratégica e apelo para
estimular doações;
• O discurso está atrelado a uma dimensão
econômica;
• Não-ditos: interesse pela Floresta Amazônica
também é econômico; marcas lingüísticas
denotam isso;
Principais
Resultados
• “patrimônio”, “valor”, “reserva”,
“incalculável”, “matéria-prima”, “seguro de
vida” e “repositório”
• As marcas discursivas possibilitam
vislumbrar que a Amazônia é importante
porque tem diversos recursos que podem
ser explorados economicamente.
Globalização Econômica
Principais
Resultados
• Discursivamente a Amazônia é uma garantia
econômica ( “seguro de vida”) no qual se poderá
contar em circunstâncias imprevistas.
• Relaciona-se aos interesses externos, redefinições
geopolíticas e as relações internacionais, com
enfoque econômico e político.
Globalização Econômica
Principais
Resultados
Poder
• Construção de um lugar
de fala;
• Poder Simbólico,
Projeção Midiática e
Ações Ativistas;
• “Elites simbólicas” na
questão ambiental;
Principais
Resultados
1. Demonstram um conhecimento sobre a região.
2. Projetam informações sobre as questões ambientais da
Amazônia.
3. Evidenciam as relações com organismos internacionais,
órgãos públicos, empresas e demais instituições.
4. Apresentam uma articulação política asseverada pela
influência midiática.
5. Utilizam a denúncia como discurso legitimador da
influência.
Poder
Principais
Resultados
Esse poder não se limita à articulação em
si, mas ao modo de influência:
• determinar a agenda de discussões públicas,
• influenciar a relevância dos tópicos
• controlar a quantidade e o tipo de informação
• agendar assuntos ambientais e o que deve
efetivamente ganhar destaque sobre a Amazônia.
Principais
Resultados
Poder
Natureza imaginária
Fig. 6 Greenpeace sobre a Amazônia
Fonte: http://www.greenpeace.org/brasil
Fig. 7 WWF sobre a Amazônia
Fonte: http://www.wwf.org.br/
Principais Resultados
• A visão que se apresenta é de
uma enorme “santuário
verde”;
• Trata-se de uma afirmativa
visual que funciona
discursivamente como uma
pré-noção sobre a região,
remontando a um ideal de
paraíso.
Natureza imagináriaPrincipais Resultados
Fig. 8 Ação Ativista do WWF no Brasil – Comemoração do Dia da Amazônia (2015)
Fonte: http://www.wwf.org.br/
Natureza imaginária
Principais Resultados
Amazônia é homogênea e simplificada
• Por meio das marcas lingüísticas identificadas nos
textos, a Amazônia é representada como :
• “natureza exótica”, tendo na sua biodiversidade
uma riqueza inexplorada; de
• “natureza exuberante” quando das argumentações
adjetivam determinadas espécies;
• “natureza mística” como recurso para salvar a
humanidade ou curar doenças.
Natureza imaginária
Principais Resultados
• Notou-se o emprego de números, dados e
comparações;
• Marcas: “impactante”, “sem paralelos”,
“grandiosa”, “desconhecida”, “colossal” e “a
ser explorada”
• Superlativos sobre a riqueza natural da
Amazônia.
•
Principais Resultados
Natureza imaginária
• Consolida-se a ideia de Amazônia como
natureza selvagem;
• Não-dito: associa a ideia de algo primitivo,
atrasado e com um grande vazio
demográfico;
• Não existem centros urbanos na Amazônia?
Principais Resultados
Natureza imaginária
• Relatórios, dados e diversas informações científicas
são apresentados para respaldar e convalidar as
ações e afirmações das referidas ONGs*
• Discursivamente, nota-se a utilização de analogias, a
asserção de autoridade e esquecimentos.
• Aparentam ter um “lastro científico”, autorizando as
diversas opiniões sobre a Sustentabilidade
Amazônica.
Autoridade científica
Principais Resultados
* Quantidade Expressiva de produções
intelectuais disponibilizadas
• Os textos não tem uma clara determinação
das fontes;
• As marcas “cientistas” e “classificação
científica” denotam a asserção de autoridade
sobre questões inerentes a região e aparecem
várias vezes nos textos analisados;
• não ocorre a explicitação do sujeito científico.
Autoridade científica
Principais Resultados
• O caráter de “cientificidade” dos textos é feito por meio
de referências e indicações de revistas científicas:
• Os textos apagam, por exemplo, as
importantes contribuições científicas do
MPEG e do Inpa;
• Desfocagem da autoridade científica e
político-institucional das entidades regionais.
• Invisibilidade desses centros de excelência na
pesquisa amazônica
Autoridade científica
Principais Resultados
Sociodiversidade
• Ao analisar os textos das ONGs nota-se que as
dimensões sociais e culturais são
secundarizadas em relação à natureza.
• A dimensão “gente” é restrita apenas as
comunidades indígenas;
• evidencia o caráter exótico;
Principais Resultados
• Desconsidera as inúmeras culturas de grupos sociais
que contribuem para a diversidade sociocultural na
Amazônia.
• Agrupamentos sociais que vivem na região (caboclos,
quilombolas, caiçaras, babaçueiros, ribeirinhos,
extrativistas, seringueiros e outros) são esquecidos
do discurso a fim de evidenciar a visão de exotismo
amazônico.
Sociodiversidade
Principais Resultados
Os textos analisados mostram uma
imagem estereotipada:
• A visão que se tem sobre os indígenas tende à
exotização” (PINTO, 2008, p.225)
• A noção de sociodiversidade apresentada
pelas ONGs Transnacionas é superficial, pois
não demonstra a complexidade da formação
social e cultural da Amazônia.
Sociodiversidade
Principais Resultados
• imagem homogênea do indígena;
• desfocagem da diversidade dos povos
indígenas.
• apagamento dos fatores que demonstram a
complexidade da identidade amazônica, que é
multifacetária.
• Torna invisíveis: comunidades caboclas,
ribeirinhos, extrativistas, negras
remanescentes de quilombos, mulheres
quebradeiras de coco de babaçu e uma ampla
variedade de migrantes.
• as doações se tornam uma forma de
mercantilizar a Amazônia.
• Crítica à grife “amazônia” que foi construída
• Mix de mercado: Amazônia (Produto), Mundo
(Praça), Estratégias Discursivas (Promoção) e
Doações (Preço).
Mercantilização/ moda
Principais Resultados
• E o sistema de doações notoriamente precisa
de um estimulo para ser realizado;
• por isso faz parte da estratégia mercadológica
das entidades a disseminação de uma
Amazônia como um “santuário ecológico”.
Principais Resultados
Mercantilização/ moda
• Organizado de forma diferente dos demais
sentidos, o discurso vendedor impõe, nas
linhas e entrelinhas, valores, mitos, ideais e
outras elaborações simbólicas sobre a
Amazônia, utilizando-se de diversos recursos
persuasivos
Principais Resultados
Mercantilização/ moda
Considerações
• Desafios enfrentados e superações;
• Contribuições sociais e acadêmicas;
• Satisfação Pessoal;
• Continuidade da Pesquisa, Propostas de
Iniciação Científica...
ONGS TRANSNACIONAIS E OS SENTIDOS
DE SUSTENTABILIDADE AMAZÔNICA:
IMAGINÁRIO, DISCURSO E PODER
Discente: Jonas da Silva Gomes Júnior
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ONGs transnacionais e os sentidos de sustentabilidade Amazônica

  • 1. ONGS TRANSNACIONAIS E OS SENTIDOS DE SUSTENTABILIDADE AMAZÔNICA: IMAGINÁRIO, DISCURSO E PODER Discente: Jonas da Silva Gomes Júnior Orientador: Prof. Dr. Walmir de Albuquerque Barbosa PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIEDADE E CULTURA NA AMAZÔNIA – PPGSCA MANAUS-AM ABRIL, 2017
  • 2. Roteiro 1. Linha do Tempo 2. Contexto da Pesquisa 3. Elementos Norteadores 4. Justificativa 5. Eixos Teóricos (Interdisciplinaridade) 6. Estrutura da Tese 7. Análise Discursiva e Resultados 8. Considerações
  • 3. •Projeto “Estudo sobre a complexidade dos processos socioculturais digitais das ONG’s ambientalistas na Amazônia” Linha do Tempo • Epistemologia e Metodologia das Ciências Humanas e Sociais • Formação do Pensamento Social na Amazônia
  • 4. •Atividades de Pesquisa • Reformulações no Projeto • Projeto “Estudo sobre a complexidade dos processos socioculturais digitais das ONG’s ambientalistas na Amazônia” • Epistemologia e Metodologia das Ciências Humanas e Sociais • Formação do Pensamento Social na Amazônia Linha do Tempo
  • 5. • Novo Projeto “Estudo sobre o discurso da sustentabilidade amazônica adotado pelas ONGs Transnacionais” • Começo de uma nova proposta... • Leituras sobre Amazônia •Sociedade Transnacional • Discussões com Orientador •Atividades de Pesquisa • Reformulações no Projeto • Projeto “Estudo sobre a complexidade dos processos socioculturais digitais das ONG’s ambientalistas na Amazônia”
  • 6. • Exame de Qualificação • Identificação de Lacunas •Ajustes com base nas orientações •Leituras Imaginário, Mídia •Leituras sobre Sustentabilidade •Começo de uma nova proposta... • Leituras sobre Amazônia •Sociedade Transnacional • Discussões com Orientador •Atividades de Pesquisa • Reformulações no Projeto • Projeto “Estudo sobre a complexidade dos processos socioculturais digitais das ONG’s ambientalistas na Amazônia”
  • 7. • Finalização da Análise Discursiva •Ajustes na Redação • Finalização dos Capítulos Teóricos • Exame de Qualificação • Identificação de Lacunas •Ajustes com base nas orientações •Leituras Imaginário, Mídia • Mudança de Orientador • Começo de uma nova proposta... • Leituras sobre Amazônia •Sociedade Transnacional •Atividades de Pesquisa • Reformulações no Projeto • Projeto “Estudo sobre a complexidade dos processos socioculturais digitais das ONG’s ambientalistas na Amazônia” • ONGs Transnacionais e os Sentidos de Sustentabilidade Amazônica: imaginário, discurso e poder
  • 8. 2. Contexto da Pesquisa + Amazônia • Região cobiçada pela floresta, recursos e biodiversidade • Região de superlativos: Maior Floresta Preservada, 1/5 da Água doce, 1/10 da biota universal, 3/5 do território nacional.. • Cobiça Estrangeira, Curiosidade e Especulação Científica • Interesse Geopolítico
  • 9. + ONGs Transnacionais • Atores não governamentais • Atuação em vários países • Natureza e Filosofia Institucional • Redes de Parcerias • Ativismo Social • Atuação Glocalizada 2. Contexto da Pesquisa
  • 10. + Globalização Ambiental • Questão ambiental na Agenda Política Mundial • Eventos Internacionais sobre o Meio Ambiente (Conferências da ONU) • Desterritorialização das questões ambientais • Formação de redes de atores ambientais • Desenvolvimento Sustentável e questões econômicas 2. Contexto da Pesquisa
  • 11. 3. Elementos Norteadores • Objeto: o discurso da sustentabilidade amazônica das ONGs Greenpeace e WWF. • As formas como essas ONGs projetam a Amazônia é objeto desta investigação.
  • 12. • Objetivo: Estudar os processos de significação e as práticas discursivas das ONGs Transnacionais WWF e Greenpeace, estabelecendo relações entre o discurso da Sustentabilidade Amazônica, a (re) construção de imaginários e a “espetacularização do verde” no mundo globalizado. 3. Elementos Norteadores
  • 13. • Mapear as investigações já desenvolvidas sobre a questão Transnacional na Amazônia, identificando os principais eixos e correntes trabalhadas; (Revisão de Literatura) • Elaborar um marco teórico que possibilite problematizar o discurso ambiental, a espetacularização e os processos de significação da Amazônia pelas Transnacionais; • Discutir sobre as controvérsias da Sustentabilidade Amazônica, tomando como base os aspectos conceituais do Desenvolvimento Sustentável e as contradições do atual modelo de desenvolvimento econômico; 3. Elementos Norteadores
  • 14. • Identificar os processos de significação e as práticas discursivas das ONGs WWF e Greenpeace para abordar o desenvolvimento sustentável amazônico; • Analisar as principais formas discursivas da WWF e Greenpeace e demais elementos que proporcionam a midiatização da sustentabilidade da Amazônia, relacionando a partir do marco teórico; 3. Elementos Norteadores
  • 15. 4. Justificativa • Interesse surge durante a reformulação da pesquisa. Antes, detinha-se a estudar os sites das entidades ambientalistas e a disseminação de informações sobre a Amazônia. • Inquietação de perceber que as ONGs Greenpeace e WWF utilizam diversos recursos comunicacionais para disseminar ideias e imagens sobre a Amazônia. • A Amazônia é midiatizada por essas ONGs Transnacionais de diversas formas, utilizando um discurso marcado por contradições.
  • 16. • Como as ONGs Transnacionais, com os seus discursos e projeção mundial, estão contribuindo para construção de um imaginário sobre a Amazônia? • Quais são as relações estabelecidas entre sociedade, natureza e cultura no discurso das Transnacionais? • É possível comprovar a existência de uma “espetacularização do verde” nos discursos? • Como os textos do Greenpeace e WWF constroem o conceito de sustentabilidade amazônica? • A que discurso pertence esse conceito? 4. Justificativa
  • 17. 4. Justificativa • Por que escolhemos Greenpeace e WWF? • Capacidade de Articulação em Redes • Atuação na Amazônia • Grande Influência política • Utilização de múltiplos recursos de comunicação • Destacada atuação midiática • Credibilidade junto à sociedade
  • 18. • Eixo Teórico 1- Amazônia e a Globalização Ambiental • Apresentou-se como a Sociedade Civil Transnacional Ambientalista está inserida na Amazônia. Diversas questões inerentes a essa presença, tais como a influência nas políticas públicas, biopoder e projetos internacionais. Além disso, resgatar marcos históricos do Movimento Ambientalista, relacionando ao processo de Globalização Ambiental. • Eixo Teórico 2 –Sustentabilidade, Complexidade e Amazônia • Discute-se aspectos centrais sobre Amazônia e Sustentabilidade, tais como os principais desafios, contradições, além da critica ao modelo do Triple Bottom Line. Apresenta-se uma inter-relação entre o Pensamento Complexo e a Sustentabilidade. Uma tentativa de contribuir com os debates na temática. • Eixo Teórico 3 – Discurso, Imagens e Amazônia na Mídia • Além de explicitar questões sobre Análise do Discurso, discute-se sobre as projeções imagéticas da Amazônia na Mídia. Por meio de uma perspectiva histórica, resgata-se os primeiros discursos e imagens da Amazônia. As fases da ADF também são expostas. 5.Eixos Teóricos da Pesquisa
  • 19. Eixo 1- Amazônia e a Globalização Ambiental Eixo 2 – Sustentabilidade, Complexidade e Amazônia Eixo 3 – Discurso, Imagens e Amazônia na Mídia Ianni (1999, 2008), Castells (1999, 2003), Santos (2000), Nascimento (2014), Silva (2013), Marcovitch (2011), Bastos e Pinto (2007), Fonseca (2011), Becker (2009), Freitas e Silva (2000) Leonardo Boff (2012), Giansanti (1999), Benchimol (2002, 2010), Salazar (2006), Freitas (2004, 2006), Sachs (2002), Leff (2001), Freitas (2008), Seráfico (2007), Freitas, Silva e Barros (2010) Bourdieu (1989), Debord (1997), Souza (2006), Gondin (2007), Maingueneau (2001), Orlandi ,Sodré (2002), Foucalt (1998, 1999, 2008), Pêcheux (1990, 1995), Gregolin (2007), Santos (2014), Silva (2012)
  • 20. 5. Eixos Teóricos - Interdisciplinaridade Linguagem e Discurso Ciências Sociais e Antropologia Social Sociologia Ambiental Ciências da Comunicação Ciências Ambientais e Sustentabilidade
  • 22. 2. Amazônia e a Sociedade Civil Transnacional Ambientalista 3. Globalização ambiental e o Movimento Ambientalista 4. A complexidade na Sustentabilidade Amazônica 5. Discursos sobre a Amazônia: invenções, imagens e mídia 6. Análise do discurso, ideologia e poder 7. Sentidos discursivos das transnacionais na Amazônia 6. Estrutura da Tese
  • 23. 7. SENTIDOS DISCURSIVOS DAS TRANSNACIONAIS NA AMAZÔNIA 7.1. Descrições dos objetos de estudo (Greenpeace e WWF) 7.1.1. Sobre o Greenpeace 7.1.2. World Wildlife Fund - WWF
  • 24. • Breve descrição das ONGs a fim de situá-las no contexto do ambientalismo amazônico; • As informações foram coletadas nos sites oficiais; • Compreensão da atuação, aspectos institucionais e históricos . 7. SENTIDOS DISCURSIVOS DAS TRANSNACIONAIS NA AMAZÔNIA
  • 25. 7. SENTIDOS DISCURSIVOS DAS TRANSNACIONAIS NA AMAZÔNIA 7.2. Sentidos e significação no discurso do Greenpeace e WWF 7.2.1 Amazônia e a globalização da sustentabilidade econômica 7.2.2 Nuances do poder no discurso das ONGs Transnacionais 7.2.3 Argumentação científica no discurso das ONGs Transncionais 7.2.4 A proeminência da natureza exótica no discurso ambiental 7.2.5 Dimensão social no discurso das ONGs Transnacionais 7.2.6 A "marca" Amazônica na perspectiva espetacular 7.2.7 Considerações sobre a Análise Discursiva
  • 26. • A intenção, neste capítulo, é apresentar os processos de significação e os sentidos discursivos das ONGs WWF e Greenpeace para abordar o desenvolvimento sustentável amazônico. • Ademais, descrever as principais características discursivas e demais elementos que proporcionam a midiatização da sustentabilidade da Amazônia. 7. SENTIDOS DISCURSIVOS DAS TRANSNACIONAIS NA AMAZÔNIA
  • 28. Análise Discursiva • Não está no foco de nossas análises o julgamento da exeqüibilidade das propostas de desenvolvimento sustentável das ONGs. • Estamos mais interessados na forma como as ONGs Transnacionais constroem a noção de sustentabilidade amazônica e o imaginário amazônico.
  • 29. Análise Discursiva • Análise do Discurso Francesa (ADF) – Pêcheux (1995), Orlandi (2009) e Souza (2006); • Possibilitou um olhar sobre as marcas textuais; • Movimento interno dos textos, supressões, inclusões, não-ditos, questões ideológicas e apagamentos; • Identificação de equívocos discursivos, os funcionamentos discursivos e explicitar os diferentes processos de significação; • Dispositivo Analítico (Pré-Análise, Análise e Pós- Análise)
  • 30. Análise Discursiva • Foram analisados 39 textos em diferentes formatos; • O corpus analisado foi composto por conteúdos dos sites institucionais (12), publicações (6), anúncios (6), relatórios (2), vídeos (7) e publicações em mídias sociais (6); • Foram selecionados textos institucionais*; * Caracterizam o Posicionamento Oficial Corpus de Análise
  • 31.
  • 32.
  • 33. O que buscamos? Por meio das marcas textuais, identificamos alguns não- ditos [discursos que “ficaram de fora” por algum motivo ideológico] Leitura Flutuante Análise Discursiva
  • 34. O que buscamos? Buscamos analisar: • O movimento interno dos textos; • Supressões ; • Inclusões; • Saliências ; • Apagamentos; • Aspectos reveladores dos posicionamentos dos sujeitos enunciadores. Leitura Flutuante Análise Discursiva
  • 35. O que foi identificado? • Durante a Análise, notou-se que os sentidos de sustentabilidade amazônica efetivam-se por meio das seguintes categorias: 1. Globalização econômica 2. Poder simbólico 3. Natureza imaginária 4. Autoridade científica 5. Sociodiversidade artificial 6. Mercantilização/ moda 7. ?????? * Leitura Flutuante Análise Discursiva
  • 36. Globalização Econômica • O “patrimônio da humanidade” é uma reserva territorial estratégica e apelo para estimular doações; • O discurso está atrelado a uma dimensão econômica; • Não-ditos: interesse pela Floresta Amazônica também é econômico; marcas lingüísticas denotam isso; Principais Resultados
  • 37. • “patrimônio”, “valor”, “reserva”, “incalculável”, “matéria-prima”, “seguro de vida” e “repositório” • As marcas discursivas possibilitam vislumbrar que a Amazônia é importante porque tem diversos recursos que podem ser explorados economicamente. Globalização Econômica Principais Resultados
  • 38. • Discursivamente a Amazônia é uma garantia econômica ( “seguro de vida”) no qual se poderá contar em circunstâncias imprevistas. • Relaciona-se aos interesses externos, redefinições geopolíticas e as relações internacionais, com enfoque econômico e político. Globalização Econômica Principais Resultados
  • 39. Poder • Construção de um lugar de fala; • Poder Simbólico, Projeção Midiática e Ações Ativistas; • “Elites simbólicas” na questão ambiental; Principais Resultados
  • 40.
  • 41. 1. Demonstram um conhecimento sobre a região. 2. Projetam informações sobre as questões ambientais da Amazônia. 3. Evidenciam as relações com organismos internacionais, órgãos públicos, empresas e demais instituições. 4. Apresentam uma articulação política asseverada pela influência midiática. 5. Utilizam a denúncia como discurso legitimador da influência. Poder Principais Resultados
  • 42. Esse poder não se limita à articulação em si, mas ao modo de influência: • determinar a agenda de discussões públicas, • influenciar a relevância dos tópicos • controlar a quantidade e o tipo de informação • agendar assuntos ambientais e o que deve efetivamente ganhar destaque sobre a Amazônia. Principais Resultados Poder
  • 43. Natureza imaginária Fig. 6 Greenpeace sobre a Amazônia Fonte: http://www.greenpeace.org/brasil Fig. 7 WWF sobre a Amazônia Fonte: http://www.wwf.org.br/ Principais Resultados
  • 44. • A visão que se apresenta é de uma enorme “santuário verde”; • Trata-se de uma afirmativa visual que funciona discursivamente como uma pré-noção sobre a região, remontando a um ideal de paraíso. Natureza imagináriaPrincipais Resultados
  • 45. Fig. 8 Ação Ativista do WWF no Brasil – Comemoração do Dia da Amazônia (2015) Fonte: http://www.wwf.org.br/ Natureza imaginária Principais Resultados Amazônia é homogênea e simplificada
  • 46. • Por meio das marcas lingüísticas identificadas nos textos, a Amazônia é representada como : • “natureza exótica”, tendo na sua biodiversidade uma riqueza inexplorada; de • “natureza exuberante” quando das argumentações adjetivam determinadas espécies; • “natureza mística” como recurso para salvar a humanidade ou curar doenças. Natureza imaginária Principais Resultados
  • 47. • Notou-se o emprego de números, dados e comparações; • Marcas: “impactante”, “sem paralelos”, “grandiosa”, “desconhecida”, “colossal” e “a ser explorada” • Superlativos sobre a riqueza natural da Amazônia. • Principais Resultados Natureza imaginária
  • 48. • Consolida-se a ideia de Amazônia como natureza selvagem; • Não-dito: associa a ideia de algo primitivo, atrasado e com um grande vazio demográfico; • Não existem centros urbanos na Amazônia? Principais Resultados Natureza imaginária
  • 49. • Relatórios, dados e diversas informações científicas são apresentados para respaldar e convalidar as ações e afirmações das referidas ONGs* • Discursivamente, nota-se a utilização de analogias, a asserção de autoridade e esquecimentos. • Aparentam ter um “lastro científico”, autorizando as diversas opiniões sobre a Sustentabilidade Amazônica. Autoridade científica Principais Resultados * Quantidade Expressiva de produções intelectuais disponibilizadas
  • 50. • Os textos não tem uma clara determinação das fontes; • As marcas “cientistas” e “classificação científica” denotam a asserção de autoridade sobre questões inerentes a região e aparecem várias vezes nos textos analisados; • não ocorre a explicitação do sujeito científico. Autoridade científica Principais Resultados
  • 51. • O caráter de “cientificidade” dos textos é feito por meio de referências e indicações de revistas científicas:
  • 52. • Os textos apagam, por exemplo, as importantes contribuições científicas do MPEG e do Inpa; • Desfocagem da autoridade científica e político-institucional das entidades regionais. • Invisibilidade desses centros de excelência na pesquisa amazônica Autoridade científica Principais Resultados
  • 53. Sociodiversidade • Ao analisar os textos das ONGs nota-se que as dimensões sociais e culturais são secundarizadas em relação à natureza. • A dimensão “gente” é restrita apenas as comunidades indígenas; • evidencia o caráter exótico; Principais Resultados
  • 54. • Desconsidera as inúmeras culturas de grupos sociais que contribuem para a diversidade sociocultural na Amazônia. • Agrupamentos sociais que vivem na região (caboclos, quilombolas, caiçaras, babaçueiros, ribeirinhos, extrativistas, seringueiros e outros) são esquecidos do discurso a fim de evidenciar a visão de exotismo amazônico. Sociodiversidade Principais Resultados
  • 55. Os textos analisados mostram uma imagem estereotipada:
  • 56. • A visão que se tem sobre os indígenas tende à exotização” (PINTO, 2008, p.225) • A noção de sociodiversidade apresentada pelas ONGs Transnacionas é superficial, pois não demonstra a complexidade da formação social e cultural da Amazônia. Sociodiversidade Principais Resultados
  • 57. • imagem homogênea do indígena; • desfocagem da diversidade dos povos indígenas. • apagamento dos fatores que demonstram a complexidade da identidade amazônica, que é multifacetária. • Torna invisíveis: comunidades caboclas, ribeirinhos, extrativistas, negras remanescentes de quilombos, mulheres quebradeiras de coco de babaçu e uma ampla variedade de migrantes.
  • 58. • as doações se tornam uma forma de mercantilizar a Amazônia. • Crítica à grife “amazônia” que foi construída • Mix de mercado: Amazônia (Produto), Mundo (Praça), Estratégias Discursivas (Promoção) e Doações (Preço). Mercantilização/ moda Principais Resultados
  • 59. • E o sistema de doações notoriamente precisa de um estimulo para ser realizado; • por isso faz parte da estratégia mercadológica das entidades a disseminação de uma Amazônia como um “santuário ecológico”. Principais Resultados Mercantilização/ moda
  • 60. • Organizado de forma diferente dos demais sentidos, o discurso vendedor impõe, nas linhas e entrelinhas, valores, mitos, ideais e outras elaborações simbólicas sobre a Amazônia, utilizando-se de diversos recursos persuasivos Principais Resultados Mercantilização/ moda
  • 61. Considerações • Desafios enfrentados e superações; • Contribuições sociais e acadêmicas; • Satisfação Pessoal; • Continuidade da Pesquisa, Propostas de Iniciação Científica...
  • 62. ONGS TRANSNACIONAIS E OS SENTIDOS DE SUSTENTABILIDADE AMAZÔNICA: IMAGINÁRIO, DISCURSO E PODER Discente: Jonas da Silva Gomes Júnior Orientador: Prof. Dr. Walmir de Albuquerque Barbosa PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIEDADE E CULTURA NA AMAZÔNIA – PPGSCA MANAUS-AM ABRIL, 2017