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UNIVERSIDADE DE SOROCABA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO (MESTRADO)
EM COMUNICAÇÃO E CULTURA
FICHAMENTO: ÁGUAS, Carla Ladeira Pimentel. A tripla face das fronteiras:
reflexões sobre o dinamismo das relações fronteiriças a partir de três modelos de
análise. Fórum Sociológico, número 23, 2013.
PROFESSOR: Professor Doutor Paulo Celso da Silva
ALUNO: Luiz Guilherme Leite Amaral. E-mail: luiz.amaral.mestrado@gmail.com
p. 2 Glissant (2006) explica que, por ser colossal, este personagem é capaz
de ver os dois lados da divisa, o que lhe permite conceber tanto a
necessária aliança, quanto a imprescindível particularidade de cada
um deles.
p. 2 O seu traçado é carregado de fenómenos: pode ser desenho – um
risco no mapa ou um muro erguido sobre o chão – e pode ser um
processo (Newman, 2006). Pode encarnar uma concretude do
cimento ou na abstração da metáfora. Pode ser usada para explicar o
que separa os grupos sociais, mas também o que os une. Está assente
em limites, bem como na sua transgressão (Santos, 2002).
p. 2 Segundo Walter, como linhas divisórias de diferenciação espacial,
temporal e cultural, as fronteiras distanciam a identidade interna da
alteridade externa.
p. 2 Portanto, quando falamos de fronteiras, estamos perante um
significante cuja flutuação, raiz da sua produtividade teórica é, “ao
mesmo tempo, fonte de ambiguidades que só podem resolver-se
através de um esforço redobrado de contextualização (Ribeiro, 2001:
  2	
  
472).
p. 2 O processo histórico de descontextualização das identidades e de
universalização das práticas sociais é muito menos homogéneo e
inequívoco do que antes se pensou, já que com ele concorrem velhos
e novos processos de recontextualização e de particularização das
identidades e das práticas (Santos, 1993: 40).
p. 3 Desta forma, se a fronteira é entendida como barreira, pode também
significar interface.
p. 3 Desta maneira, uma definição de fronteira como espaço de interação
tenderá a assumir um valor crítico, enquanto conceções de fronteiras
como espaço de separação tendem a ser mais conservadoras.
p. 3 Se, em alguns casos, a fronteira pode proporcionar uma
reconfiguração de identidades enriquecedora, noutros pode
funcionar como espaço inabitável de exclusão e violência.
p. 3 Diante do seu amplo leque semântico, proponho agrupar os
múltiplos sentidos de fronteiras em três modelos de análise: fronteira
que separa, fronteira como frente e fronteira que une.
p. 3 O primeiro reúne as abordagens que a descrevem como uma linha
divisória que marca a separação entre diferentes espaços.
p. 3 Já a fronteira como frente é um espaço que, à semelhança do front de
batalha, avança para ganhar terreno.
p. 3 (...) a fronteira que une revela-se como um lugar de encontro e
negociação.
p. 3 As três aceções aqui analisadas não são excludentes: num mesmo
espaço-tempo, podem conviver diferentes formas de fronteira.
p. 4 Para Albaret-Schulz et al. (2004), fronteira é uma construção
territorial que põe a distância na proximidade.
p. 4 Esta distância é geralmente interpretada como um meio de proteção
– de uma população, um território, um poder.
  3	
  
p. 4 Newman (2006), por exemplo, considera um equívoco que a
dissolução de fronteiras seja entendida como um indicativo da
transferência de poder entre diferentes elites – pois, no contexto da
globalização, a remoção de fronteiras normalmente serve os
interesses dos que a ergueram no passado.
p. 4 (...) cidades duais, que chama a atenção para a natureza
extremamente segregada das cidades, divididas entre zonas
“fortificadas” das elites e os espaços ocupados pelas populações
empobrecidas (Featherstone, 1995).
p. 4 Albater-Schulz et al. (2004) consideram que dois aspectos foram
frequentemente usados para legitimar os discursos de construção
ideológica dos territórios: as fronteiras naturais e históricas. A
topografia e a hidrografia, por exemplo, serviram como fundamentos
para as divisões políticas.
p. 5 Portanto, o conceito de fronteira também pode ser utilizado para
pisarmos num território bem mais fluido que o das divisas nacionais:
também se revela útil para se pensar nos processos de hierarquização
do mundo, bem como nos mecanismos de construções das
identidades.
p. 5 Desta forma, a fronteira torna-se a linha imaginária sobre a qual se
projeta a noção de diferença e a partir da qual se torna possível a
afirmação de identidade.
p. 5 (...) identidades-fortaleza (Santos, 2002) que, em última análise, são o
revés do cosmopolitismo.
p. 5 (...) a fronteira como frente é o limite em expansão. É onde, em
determinado tempo, se dá o avanço unilateral de um agente
transformador sobre o espaço – o que implica a existência de um
território, ainda que metafórico, sobre o qual avançar.
p. 5 Da mesma forma, a expressão “a última fronteira” (do que quer que
  4	
  
seja) significa a extremidade do conhecido, aceitável e plausível.
p. 5 Em certa medida, esta interpretação está a meio caminho entre a
fronteira que separa e a fronteira que une. Isso porque, de um lado, é
uma zona limítrofe que divide um espaço-tempo já transformado
daquele que ainda não sofreu a ação do agente transformador. Por
outro lado, esta fronteira não deixa de ser um lugar de encontro. O
que está do lado de lá é um espaço preenchido – por povos, culturas,
outros centros – e o confronto dá-se com maiores ou menores
tensões. Outra vez, as relações de poder dão a tónica da análise.
p. 6 (...) “fronteiras são normativamente definidas para serem
atravessadas, não para serem percorridas. Se elas são seguidas, o seu
status é alterado, transformando-se em virtuais, intersticiais ou
liminares espaços de ‘interação’” (Shields, 2006: 229).
p. 6 No seu sentido mais amplo, as relações sociais são sempre culturais e
políticas – representam distribuições desiguais de poder (Santos e
Meneses, 2009). A metáfora da fronteira que une convida, portanto,
ao deslocamento do foco, que é retirado dos núcleos estruturantes
para se concentrar nos fenómenos marginais: aqueles que ocorrem
nos instáveis espaços intersticiais.
p. 6 O espaço de encontro não é formado a partir do avanço no sentido
geográfico. Pode emergir e desaparecer, desde que haja um ambiente
propício à articulação com a diferença. É um lugar transitório e, de
certa forma, precário e volátil. Como afirma Hannerz, “os cenários
das zonas intersticiais parecem cheios de vida, mas não
completamente seguros (1997: 24).
p. 6 Ao introduzir movimento na compreensão das identidades, esta
aceção contradiz a ideia monolítica de cultura: na esteira de Bakhtin,
Sousa Ribeiro (2005) lembra que todo ato cultural vive,
essencialmente, nas fronteiras.
  5	
  
p. 7 A metáfora do mosaico silencia a maneira como a própria diferença
se configura e reconfigura através de um processo de interação
contínuo, ou seja, a maneira como o espaço intersticial se revela
efetivamente: lugar de constante migração, de um permanente
movimento de vaivém (Friedman, 2001: 6).
p. 7 Segundo Durante (2007), no Ocidente, desde Platão, toda a
aproximação do outro fecha a problemática num círculo vicioso,
através da construção de aparatos interpretativos que pertencem a
uma semiocracia, ou seja, a um horizonte de sentido único. Trata-se
de integrar o outro no domínio do mesmo, dando origem ao exótico.
p. 7 Se se mata o outro, é precisamente porque seu rosto foi substituído
por um clichê. [...] O olhar do outro, a língua do outro, o corpo do
outro, a cor do outro, o odor do outro, o desejo do outro, os valores
do outro, a cultura do outro. Nessa perspetiva, o gelo do outro
ressaltado pelo estereótipo antecipa o tempo de sua morte. É uma
morte em efígie (Durante, 2007: 10).
p. 8 Os sujeitos, simultaneamente emissores e receptores, precisam de se
deslocar para o entre-lugar fronteiriço, despindo-se do conforto das
relações de poder já cristalizadas para se lançarem no território
instável e surpreendente da interseção de mundos.
p. 8 Se, anteriormente, uma invisível fronteira que separa dividia os
artistas dos espectadores, abriu-se, naquele instante, uma fronteira
que une, propícia às traduções interculturais e regida não pela
argumentação mas pelo corpo, pela performance, pela energia da
percussão. Articulações mudas foram feitas, exclusivamente no
campo simbólico.
p. 9 Viver na fronteira significa viver fora da fortaleza, numa
disponibilidade total para esperar por quem quer que seja. [...]
Significa prestar atenção a todos os que chegam e aos seus hábitos
  6	
  
diferentes, e reconhecer na diferença as oportunidades para o
enriquecimento mútuo. Essas oportunidades facilitam novos
relacionamentos, novas invenções de sociabilidade (Santos, 2002:
324).
p. 9 Dentro daquele espaço em suspensão, instável e fugaz, membros de
diferentes mundos brincavam a inventar outras formas de viver o
Siriri. A tradição tornou-se portanto, maleável e propícia às
reformulações. A coroa do rei foi ali reinventada, reinterpretada,
assumindo novas funções na fronteira.
__________________
Nota: conceções; aceção, aceções; perspetiva: palavras em português modificadas
em função do Novo Acordo Ortográfico.

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Fichamento - Carla Ladeira Pimentel Águas

  • 1.   1   UNIVERSIDADE DE SOROCABA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO (MESTRADO) EM COMUNICAÇÃO E CULTURA FICHAMENTO: ÁGUAS, Carla Ladeira Pimentel. A tripla face das fronteiras: reflexões sobre o dinamismo das relações fronteiriças a partir de três modelos de análise. Fórum Sociológico, número 23, 2013. PROFESSOR: Professor Doutor Paulo Celso da Silva ALUNO: Luiz Guilherme Leite Amaral. E-mail: luiz.amaral.mestrado@gmail.com p. 2 Glissant (2006) explica que, por ser colossal, este personagem é capaz de ver os dois lados da divisa, o que lhe permite conceber tanto a necessária aliança, quanto a imprescindível particularidade de cada um deles. p. 2 O seu traçado é carregado de fenómenos: pode ser desenho – um risco no mapa ou um muro erguido sobre o chão – e pode ser um processo (Newman, 2006). Pode encarnar uma concretude do cimento ou na abstração da metáfora. Pode ser usada para explicar o que separa os grupos sociais, mas também o que os une. Está assente em limites, bem como na sua transgressão (Santos, 2002). p. 2 Segundo Walter, como linhas divisórias de diferenciação espacial, temporal e cultural, as fronteiras distanciam a identidade interna da alteridade externa. p. 2 Portanto, quando falamos de fronteiras, estamos perante um significante cuja flutuação, raiz da sua produtividade teórica é, “ao mesmo tempo, fonte de ambiguidades que só podem resolver-se através de um esforço redobrado de contextualização (Ribeiro, 2001:
  • 2.   2   472). p. 2 O processo histórico de descontextualização das identidades e de universalização das práticas sociais é muito menos homogéneo e inequívoco do que antes se pensou, já que com ele concorrem velhos e novos processos de recontextualização e de particularização das identidades e das práticas (Santos, 1993: 40). p. 3 Desta forma, se a fronteira é entendida como barreira, pode também significar interface. p. 3 Desta maneira, uma definição de fronteira como espaço de interação tenderá a assumir um valor crítico, enquanto conceções de fronteiras como espaço de separação tendem a ser mais conservadoras. p. 3 Se, em alguns casos, a fronteira pode proporcionar uma reconfiguração de identidades enriquecedora, noutros pode funcionar como espaço inabitável de exclusão e violência. p. 3 Diante do seu amplo leque semântico, proponho agrupar os múltiplos sentidos de fronteiras em três modelos de análise: fronteira que separa, fronteira como frente e fronteira que une. p. 3 O primeiro reúne as abordagens que a descrevem como uma linha divisória que marca a separação entre diferentes espaços. p. 3 Já a fronteira como frente é um espaço que, à semelhança do front de batalha, avança para ganhar terreno. p. 3 (...) a fronteira que une revela-se como um lugar de encontro e negociação. p. 3 As três aceções aqui analisadas não são excludentes: num mesmo espaço-tempo, podem conviver diferentes formas de fronteira. p. 4 Para Albaret-Schulz et al. (2004), fronteira é uma construção territorial que põe a distância na proximidade. p. 4 Esta distância é geralmente interpretada como um meio de proteção – de uma população, um território, um poder.
  • 3.   3   p. 4 Newman (2006), por exemplo, considera um equívoco que a dissolução de fronteiras seja entendida como um indicativo da transferência de poder entre diferentes elites – pois, no contexto da globalização, a remoção de fronteiras normalmente serve os interesses dos que a ergueram no passado. p. 4 (...) cidades duais, que chama a atenção para a natureza extremamente segregada das cidades, divididas entre zonas “fortificadas” das elites e os espaços ocupados pelas populações empobrecidas (Featherstone, 1995). p. 4 Albater-Schulz et al. (2004) consideram que dois aspectos foram frequentemente usados para legitimar os discursos de construção ideológica dos territórios: as fronteiras naturais e históricas. A topografia e a hidrografia, por exemplo, serviram como fundamentos para as divisões políticas. p. 5 Portanto, o conceito de fronteira também pode ser utilizado para pisarmos num território bem mais fluido que o das divisas nacionais: também se revela útil para se pensar nos processos de hierarquização do mundo, bem como nos mecanismos de construções das identidades. p. 5 Desta forma, a fronteira torna-se a linha imaginária sobre a qual se projeta a noção de diferença e a partir da qual se torna possível a afirmação de identidade. p. 5 (...) identidades-fortaleza (Santos, 2002) que, em última análise, são o revés do cosmopolitismo. p. 5 (...) a fronteira como frente é o limite em expansão. É onde, em determinado tempo, se dá o avanço unilateral de um agente transformador sobre o espaço – o que implica a existência de um território, ainda que metafórico, sobre o qual avançar. p. 5 Da mesma forma, a expressão “a última fronteira” (do que quer que
  • 4.   4   seja) significa a extremidade do conhecido, aceitável e plausível. p. 5 Em certa medida, esta interpretação está a meio caminho entre a fronteira que separa e a fronteira que une. Isso porque, de um lado, é uma zona limítrofe que divide um espaço-tempo já transformado daquele que ainda não sofreu a ação do agente transformador. Por outro lado, esta fronteira não deixa de ser um lugar de encontro. O que está do lado de lá é um espaço preenchido – por povos, culturas, outros centros – e o confronto dá-se com maiores ou menores tensões. Outra vez, as relações de poder dão a tónica da análise. p. 6 (...) “fronteiras são normativamente definidas para serem atravessadas, não para serem percorridas. Se elas são seguidas, o seu status é alterado, transformando-se em virtuais, intersticiais ou liminares espaços de ‘interação’” (Shields, 2006: 229). p. 6 No seu sentido mais amplo, as relações sociais são sempre culturais e políticas – representam distribuições desiguais de poder (Santos e Meneses, 2009). A metáfora da fronteira que une convida, portanto, ao deslocamento do foco, que é retirado dos núcleos estruturantes para se concentrar nos fenómenos marginais: aqueles que ocorrem nos instáveis espaços intersticiais. p. 6 O espaço de encontro não é formado a partir do avanço no sentido geográfico. Pode emergir e desaparecer, desde que haja um ambiente propício à articulação com a diferença. É um lugar transitório e, de certa forma, precário e volátil. Como afirma Hannerz, “os cenários das zonas intersticiais parecem cheios de vida, mas não completamente seguros (1997: 24). p. 6 Ao introduzir movimento na compreensão das identidades, esta aceção contradiz a ideia monolítica de cultura: na esteira de Bakhtin, Sousa Ribeiro (2005) lembra que todo ato cultural vive, essencialmente, nas fronteiras.
  • 5.   5   p. 7 A metáfora do mosaico silencia a maneira como a própria diferença se configura e reconfigura através de um processo de interação contínuo, ou seja, a maneira como o espaço intersticial se revela efetivamente: lugar de constante migração, de um permanente movimento de vaivém (Friedman, 2001: 6). p. 7 Segundo Durante (2007), no Ocidente, desde Platão, toda a aproximação do outro fecha a problemática num círculo vicioso, através da construção de aparatos interpretativos que pertencem a uma semiocracia, ou seja, a um horizonte de sentido único. Trata-se de integrar o outro no domínio do mesmo, dando origem ao exótico. p. 7 Se se mata o outro, é precisamente porque seu rosto foi substituído por um clichê. [...] O olhar do outro, a língua do outro, o corpo do outro, a cor do outro, o odor do outro, o desejo do outro, os valores do outro, a cultura do outro. Nessa perspetiva, o gelo do outro ressaltado pelo estereótipo antecipa o tempo de sua morte. É uma morte em efígie (Durante, 2007: 10). p. 8 Os sujeitos, simultaneamente emissores e receptores, precisam de se deslocar para o entre-lugar fronteiriço, despindo-se do conforto das relações de poder já cristalizadas para se lançarem no território instável e surpreendente da interseção de mundos. p. 8 Se, anteriormente, uma invisível fronteira que separa dividia os artistas dos espectadores, abriu-se, naquele instante, uma fronteira que une, propícia às traduções interculturais e regida não pela argumentação mas pelo corpo, pela performance, pela energia da percussão. Articulações mudas foram feitas, exclusivamente no campo simbólico. p. 9 Viver na fronteira significa viver fora da fortaleza, numa disponibilidade total para esperar por quem quer que seja. [...] Significa prestar atenção a todos os que chegam e aos seus hábitos
  • 6.   6   diferentes, e reconhecer na diferença as oportunidades para o enriquecimento mútuo. Essas oportunidades facilitam novos relacionamentos, novas invenções de sociabilidade (Santos, 2002: 324). p. 9 Dentro daquele espaço em suspensão, instável e fugaz, membros de diferentes mundos brincavam a inventar outras formas de viver o Siriri. A tradição tornou-se portanto, maleável e propícia às reformulações. A coroa do rei foi ali reinventada, reinterpretada, assumindo novas funções na fronteira. __________________ Nota: conceções; aceção, aceções; perspetiva: palavras em português modificadas em função do Novo Acordo Ortográfico.