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MINISTÉRIO DA SAÚDE




  GRUPO de
 TRABALHO
        de
HUMANIZAÇÃO
        2.ª edição




       Brasília – DF
          2006
MINISTÉRIO DA SAÚDE
          Secretaria de Atenção à Saúde
Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização




GRUPO DE TRABALHO DE HUMANIZAÇÃO


                    2.ª edição


          Série B. Textos Básicos de Saúde



                   Brasília – DF
                      2006
© 2004 Ministério da Saúde.
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não
seja para venda ou qualquer fim comercial.
A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é de responsabilidade da área técnica.
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada na íntegra na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério
da Saúde: http://www.saude.gov.br/bvs
O conteúdo desta e de outras obras da Editora do Ministério da Saúde pode ser acessado na página:
http://www.saude.gov.br/editora

Série B. Textos Básicos de Saúde
                                                              Organização da série cartilhas da PNH – 1.ª edição:
Tiragem: 2.ª edição – 2006 – 25.000 exemplares                Eduardo Passos
Elaboração, distribuição e informações:                       Coordenação de revisão das cartilhas da PNH – 2.ª edição:
MINISTÉRIO DA SAÚDE                                           Maria Elizabeth Mori
Secretaria de Atenção à Saúde                                 Serafim Barbosa dos Santos Filho
Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização
Esplanada dos Ministérios, bloco G, edifício sede, sala 954   Colaboração:
700058-900, Brasília – DF                                     Alba Lucy Giraldo Figueroa
Tels.: (61) 3315-3680 / 3315-3685                             Maria Auxiliadôra da Silva Benevides
E-mail: humanizasus@saude.gov.br
Home page: www.saude.gov.br/humanizasus                       Elaboração de texto, diagramação e layout:
                                                              Cristina Maria Eitler (Kita)
Coordenação da PNH:
Adail de Almeida Rollo                                        Fotos:
                                                              Delegados participantes da 12.ª Conferência Nacional de Saúde
Texto:                                                        (realizada em Brasília, de 7 a 11 de dezembro de 2003), fotografados
Raquel Teixeira Lima                                          no estande do HumanizaSUS.
Stella Maris Chebli
                                                              Fotógrafo:
                                                              Cléber Ferreira da Silva
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
                                                         Ficha Catalográfica
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização.
    Grupo de Trabalho de Humanização / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da
Política Nacional de Humanização. – 2. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2006.
    16 p. – (Série B. Textos Básicos de Saúde)
    ISBN 85-334-1114-6
    1. SUS (BR). 2. Prestação de cuidados de saúde. 3. Condições de trabalho. I. Título. II. Série.
                                                                                                                           NLM W 84
                          Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2006/0438
Títulos para indexação:
Em inglês: Humanization Work Group
Em espanhol: Grupo de Trabajo de Humanización
EDITORA MS
Documentação e Informação
SIA, trecho 4, lotes 540 / 610
CEP: 71200-040, Brasília – DF
Tels.: (61) 3233-2020 / 3233-1774
Fax: (61) 3233-9558                                                                                                 Equipe editorial:
E-mail: editora.ms@saude.gov.br                                                                         Normalização: Maria Resende
Home page: www.saude.gov.br/editora                                                      Revisão: Lilian Assunção e Daniele Thiebaut
                                                                                                        Diagramação: Sérgio Ferreira
O Ministério da Saúde implementa a
Política Nacional de Humanização (PNH)
HumanizaSUS



O
         Ministério da Saúde tem reafirmado o HumanizaSUS como
         política que atravessa as diferentes ações e instâncias do
         Sistema Único de Saúde, englobando os diferentes níveis
             e dimensões da atenção e da gestão. Operando com
             o princípio da transversalidade, a Política Nacional de
             Humanização (PNH) lança mão de ferramentas e dis-
             positivos para consolidar redes, vínculos e a co-respon-
             sabilização entre usuários, trabalhadores e gestores.
             Ao direcionar estratégias e métodos de articulação de
             ações, saberes, práticas e sujeitos, pode-
             se efetivamente potencializar a garantia de
             atenção integral, resolutiva e humanizada.
                Por humanização compreendemos a valo-
             rização dos diferentes sujeitos implicados no
             processo de produção de saúde. Os valores
             que norteiam essa Política são a autonomia
             e o protagonismo dos sujeitos, a co-respon-
             sabilidade entre eles, os vínculos solidários e
a participação coletiva no processo de gestão.
Cartilha da PNH
Grupo de Trabalho de Humanização                                    3
Com a oferta de tecnologias e dispositivos para configuração e
fortalecimento de redes de saúde, a humanização aponta para o es-
tabelecimento de novos arranjos e pactos sustentáveis, envolvendo
trabalhadores e gestores do Sistema, e fomentando a participação
efetiva da população, provocando inovações em termos de compar-
tilhamento de todas as práticas de cuidado e de gestão.
  A PNH não é um mero conjunto de propostas abstratas que espe-
ramos poder tornar concreto. Ao contrário, partimos do SUS que dá
certo. O HumanizaSUS apresenta-se como uma política construída
a partir de possibilidades e experiências concretas que queremos
aprimorar e multiplicar! Daí a importância de nosso investimento no
aprimoramento e na disseminação dos diferentes dispositivos com
que operamos. As “Cartilhas da PNH” têm função multiplicadora;
com elas esperamos poder disseminar algumas tecnologias de hu-
manização da atenção e da gestão no campo da Saúde.
                                                      Brasília, 2006.




                                                                 Cartilha da PNH
4                                               Grupo de Trabalho de Humanização
O Grupo de Trabalho de
Humanização (GTH)



O
         Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) é um dispositivo
         criado pela Política Nacional de Humanização (PNH) para o
         Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de intervir na
melhoria dos processos de trabalho e na qualidade da produção de
saúde para todos. O GTH institui-se em qualquer instância do SUS
e é integrado por pessoas interessadas em discutir os serviços presta-
dos, a dinâmica das equipes de trabalho e as relações estabelecidas
entre trabalhadores de saúde e usuários.
  A proposta do GTH não se restringe apenas aos serviços de pres-
tação direta de assistência à saúde, como hospitais, outras unidades
de saúde e o Programa Saúde da Família (PSF). É também adequa-
do ao âmbito das instâncias gestoras vinculadas ao SUS estadual
e municipal (distritos sanitários, secretarias municipais e estaduais
de saúde), do Ministério da Saúde e, também, das parcerias entre
municípios e cooperações interinstitucionais (entidades formadoras,
conselhos profissionais, etc).



Cartilha da PNH
Grupo de Trabalho de Humanização                                     5
Estes GTHs, freqüentemente nomeados como comitês de humani-
zação ou GTHs ampliados, estendem a participação a outros atores
envolvidos nas questões de saúde pública em múltiplos territórios. O
que os define, portanto, é menos sua composição do que seu modo
de operar.
   Todos podem participar desses grupos: trabalhadores de, técni-
cos, funcionários, gestores, coordenadores e usuários, ou seja, to-
dos aqueles que estejam implicados na construção de propostas
para promover as ações humanizadoras que aprimorem a rede de
atenção em saúde, as inter-relações das equipes e a democratização
institucional nas unidades de prestação de serviço ou nos órgãos
das várias instâncias do SUS. A participação dos gestores nos GTHs
mostra a relevância da construção coletiva na produção de saúde e
a prioridade da humanização no plano de governo.
   A idéia é que os GTHs inaugurem uma diferença! Trata-se de insti-
tuir uma “parada” e um “movimento” no cotidiano do trabalho para
a realização de um processo de reflexão coletiva sobre o próprio
trabalho, dentro de um espaço onde todos tenham o mesmo direito
de dizer o que pensam, de criticar, de sugerir e propor mudanças no
funcionamento dos serviços, na atenção aos usuários e nos modos
de gestão.
   A construção de um grupo de trabalho aproxima as pessoas, pos-
sibilita a transformação dos vínculos já instituídos, além de esta-
                                                                  Cartilha da PNH
6                                                Grupo de Trabalho de Humanização
belecer um ambiente favorável para compar-
tilhar as tensões do cotidiano, as dificuldades
do trabalho, acolher e debater as divergências,
os sonhos de mudança e buscar, por meio da
análise e da negociação, potencializar propos-
tas inovadoras.
   Algumas vezes, o trabalhador da saúde está
tão acostumado ao seu trabalho, à rotina ou ao
seu lugar institucional, que não consegue pen-
sar, isoladamente, em alternativas diferentes.
   O trabalho em grupo proporciona o encon-
tro das diversidades subjetivas, provoca novas
articulações e a possibilidade de implementar
propostas coletivamente. No entanto, é impor-
tante que o grupo respeite seu próprio tempo
de construção, pois é necessário amadurecer
laços e projetos antes de decidir o quê e como
fazer.
   Diferentes visões sobre o mesmo problema
ajudam a ampliar a percepção das diversas di-
mensões implicadas. Trata-se de um exercício
de protagonismo, um esforço de co-gestão na
direção das mudanças desejadas.
Cartilha da PNH
Grupo de Trabalho de Humanização                  7
Nesse sentido, num GTH, os componentes
    do grupo podem experimentar diferentes fun-
    ções, alternadamente, ao longo dos encon-
    tros: a coordenação dos trabalhos; a observa-
    ção do andamento e a análise dos impasses
    do grupo; a articulação da pauta de assun-
    tos; o registro da reunião; o planejamento de
    objetivos; os encaminhamentos de decisões
    acordadas no grupo, etc.
       Subgrupos podem se constituir temporaria-
    mente para elaborar propostas específicas de
    intervenção em algum setor, preparar temas a
    serem apresentados ou divulgar os trabalhos
    aos demais trabalhadores e usuários. Outras
    pessoas podem ser convidadas para ajudar a
    refletir sobre um assunto específico ou para
    coordenar uma atividade particular, como um
    trabalho corporal ou lúdico, fazer uma pales-
    tra, etc.
       Alguns temas podem ser interessantes para
    o início de um GTH:
       • Como melhorar ou qualificar a prestação
         do serviço?
                                               Cartilha da PNH
8                             Grupo de Trabalho de Humanização
• Como é trabalhar em equipe nesse servi-
     ço? Existem equipes de fato?
   • Como são as relações de trabalho com
     os colegas? E com os gerentes, coorde-
     nadores e diretores?
   • Qual o pior lugar para se trabalhar? E
     para ser atendido? O que torna esses es-
     paços e locais tão difíceis de serem mu-
     dados?
   • Qual o melhor lugar? O que o faz a di-
     ferença?
   • Como se dá a relação entre os profissionais
     e os familiares dos pacientes atendidos?
   • Qual é o nível de valorização das “falas” e
     contribuições dos usuários e dos trabalha-
     dores da saúde (queixas, sugestões, etc.)?
   • Que projetos coletivos já existiram e fo-
     ram benéficos, mas pararam, e quais es-
     tão sendo desenvolvidos e precisam ser
     fortalecidos?
   • Como articular projetos intersetoriais inte-
     ressantes para os objetivos da instituição?

Cartilha da PNH
Grupo de Trabalho de Humanização                    9
• Que parcerias seriam necessárias para
         melhorar a resolução dos problemas?
       • Qual o nível de participação dos traba-
         lhadores nas decisões do serviço?
       • Que implicação existe na organização
         do serviço com a comunidade do territó-
         rio onde está inserida?
       • Como e por quem são tomadas as deci-
         sões, e quem define as regras e normas
         de cada setor?
       • Quais são as normas “sem sentido” que
         continuamos acatando?

        O GTH define a periodicidade para as
     reuniões, organiza prioridades para o deba-
     te, propõe projetos e planos de ação para
     atingir suas metas. Não há um tempo pré-
     definido para a duração de um GTH, poden-
     do durar anos e/ou se desdobrar em outros
     tipos de grupos ou propor outras ações.
        Vejamos o exemplo de um caminho per-
     corrido por um GTH para constituir-se como
     grupo de trabalho:
                                               Cartilha da PNH
10                            Grupo de Trabalho de Humanização
A direção de um determinado serviço resolveu
estimular a criação do GTH. Convidou alguns
funcionários para que fizessem uma primeira
reunião em que seriam discutidos: finalidade e
objetivos do grupo, modo de operar, periodici-
dade de encontros e definição da coordenação
dos trabalhos.
   Nesse primeiro encontro, um funcionário
questionou porque só alguns haviam sido con-
vidados. Essa situação lhe causara um cer-
to mal-estar em relação aos outros colegas
de trabalho. Surgiram, em seguida, algumas
idéias para que a participação no grupo fosse
ampliada, com a possibilidade de que outras
pessoas interessadas tivessem acesso aos en-
contros.
   As análises feitas pelo grupo contribuíram
para a seguinte decisão, tomada por consen-
so: antes do próximo encontro seria enviado
(grampeado junto com o contracheque) a to-
dos os funcionários da instituição um comu-
nicado explicando a proposta de criação de
um grupo de trabalho de humanização e, ao
Cartilha da PNH
Grupo de Trabalho de Humanização                  11
mesmo tempo, convidando aqueles que se
     sentissem motivados a participar da reunião
     seguinte.
        Definiu-se, então, uma dupla de funcio-
     nários que se responsabilizaria por elaborar
     o comunicado, imprimi-lo e fazê-lo chegar
     a todos. Também foi feito um cartaz para
     estimular os trabalhadores a conversarem
     entre si sobre o tema “humanização”.
        Nas reuniões seguintes, muitas pessoas
     vieram para o grupo com expectativas mui-
     to variadas e contribuições também diversas.
     Alguns encontros foram necessários para
     construir os objetivos, esclarecer e debater o
     modo de se trabalhar no grupo, bem como
     os critérios para participação, de forma a não
     prejudicar a assistência em nenhum setor.
        Aos poucos, algumas características dos
     encontros foram se transformando: a fala,
     que inicialmente tinha um tom predominan-
     te de queixas, denúncias, insatisfações de
     naturezas diversas, deu lugar à recuperação
     de idéias e projetos antigos, que haviam
12                                              Cartilha da PNH
                               Grupo de Trabalho de Humanização
dado certo ou eram reconhecidos como sen-
do importantes para usuários e trabalhadores,
mas que, por algum motivo, haviam sido inter-
rompidos.
   Passou-se, então, para uma fase de análi-
se da instituição, aliada à produção de novas
idéias e projetos, além da recuperação de pro-
jetos anteriores considerados humanizadores.
Ao longo dos primeiros seis meses de exis-
tência desse GTH, algumas pessoas se man-
tiveram como um núcleo mais persistente do
grupo, e outras foram mudando: alguns novos
chegavam, participavam de alguns encontros
e depois não continuavam. Este é um caminho
necessário e produtivo, pois o grupo mesmo
vai se construindo a partir das entradas, das
saídas e das (in)constâncias. Ele vai adquirindo
a sua própria “cara”, que é única e singular,
entre todos os GTHs existentes no Brasil.
   Além disso, a confiança que vai sendo pau-
latinamente construída em seu interior, possi-
bilita que as pessoas falem de si mesmas, do
trabalho e das relações interpessoais, de uma
Cartilha da PNH
Grupo de Trabalho de Humanização                   13
outra forma. O grau de aprofundamento de
     análise da realidade também era estimulado
     pela ação de pessoas convidadas e do próprio
     grupo, por meio da oferta de textos, oficinas
     e outros, para ampliar o conhecimento sobre
     questões em debate no grupo.
        O trabalho do GTH, ao longo do tempo,
     adquiriu novas facetas: momentos de maior
     reflexão alternados com ações práticas (pes-
     quisas, ações concretas e focalizadas). Assim,
     foram surgindo propostas para melhorar a
     qualidade do atendimento, e do acolhimen-
     to, diminuir o tempo de espera, a resolução
     de problemas das áreas de apoio, aumentar
     a participação dos trabalhadores nos proces-
     sos de tomada de decisão, e para aumentar
     o grau de satisfação de trabalhadores e usuá-
     rios.
        Nesse momento, o GTH decidiu constituir
     um subgrupo para planejar um serviço de ou-
     vidoria que acolhesse as críticas e respondes-
     se às sugestões e demandas dos usuários. Este
     teria a função também de auxiliar a direção
                                                 Cartilha da PNH
14                              Grupo de Trabalho de Humanização
do serviço na localização e transformação dos
nós sintomáticos da instituição.
   Com o tempo, foi delineada a necessidade
prioritária de intervir também na transformação
do processo de trabalho e no funcionamento
do pronto-socorro. Para isso, os gerentes im-
plicados no PS foram convocados a participar
das discussões e decidiu-se por uma maior di-
vulgação do debate, ganhando ampla resso-
nância em toda a instituição.
   Na mudança de gestão que se seguiu, esse
Projeto ganhou concretude numa reorganiza-
ção do PS e, mais, expandiu-se para toda a li-
nha de cuidado do hospital, modificando toda
a estrutura e os processos de trabalho.
   O GTH pode ser entendido, nesse exemplo,
como um espaço vivo de leitura e ação do
SUS, atuando como um motor que “faz pen-
sar”, que “faz propor”, em cada serviço, em
cada instância gestora, qual é o SUS de todos
e para todos que queremos construir.


Cartilha da PNH
Grupo de Trabalho de Humanização                  15
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada
        na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde:

                     http://www.saude.gov.br/bvs




                              EDITORA MS
     Coordenação-Geral de Documentação e Informação/SAA/SE
                        MINISTÉRIO DA SAÚDE
(Normalização, revisão, editoração, impressão, acabamento e expedição)
            SIA, Trecho 4, Lotes 540/610 – CEP: 71200-040
           Telefone: (61) 3233-2020 Fax: (61) 3233-9558
                    E-mail: editora.ms@saude.gov.br
              Home page: http://www.saude.gov.br/editora
                      Brasília – DF, maio de 2006
                              OS 0438/2006
I SBN 85-334- 1114- 6




                                                     9 788533 411142




                  Disque Saúde
                  0800 61 1997


Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde
               www.saude.gov.br/bvs

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  • 1. MINISTÉRIO DA SAÚDE GRUPO de TRABALHO de HUMANIZAÇÃO 2.ª edição Brasília – DF 2006
  • 2. MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Atenção à Saúde Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização GRUPO DE TRABALHO DE HUMANIZAÇÃO 2.ª edição Série B. Textos Básicos de Saúde Brasília – DF 2006
  • 3. © 2004 Ministério da Saúde. Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é de responsabilidade da área técnica. A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada na íntegra na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: http://www.saude.gov.br/bvs O conteúdo desta e de outras obras da Editora do Ministério da Saúde pode ser acessado na página: http://www.saude.gov.br/editora Série B. Textos Básicos de Saúde Organização da série cartilhas da PNH – 1.ª edição: Tiragem: 2.ª edição – 2006 – 25.000 exemplares Eduardo Passos Elaboração, distribuição e informações: Coordenação de revisão das cartilhas da PNH – 2.ª edição: MINISTÉRIO DA SAÚDE Maria Elizabeth Mori Secretaria de Atenção à Saúde Serafim Barbosa dos Santos Filho Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização Esplanada dos Ministérios, bloco G, edifício sede, sala 954 Colaboração: 700058-900, Brasília – DF Alba Lucy Giraldo Figueroa Tels.: (61) 3315-3680 / 3315-3685 Maria Auxiliadôra da Silva Benevides E-mail: humanizasus@saude.gov.br Home page: www.saude.gov.br/humanizasus Elaboração de texto, diagramação e layout: Cristina Maria Eitler (Kita) Coordenação da PNH: Adail de Almeida Rollo Fotos: Delegados participantes da 12.ª Conferência Nacional de Saúde Texto: (realizada em Brasília, de 7 a 11 de dezembro de 2003), fotografados Raquel Teixeira Lima no estande do HumanizaSUS. Stella Maris Chebli Fotógrafo: Cléber Ferreira da Silva Impresso no Brasil / Printed in Brazil Ficha Catalográfica Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Grupo de Trabalho de Humanização / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. – 2. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2006. 16 p. – (Série B. Textos Básicos de Saúde) ISBN 85-334-1114-6 1. SUS (BR). 2. Prestação de cuidados de saúde. 3. Condições de trabalho. I. Título. II. Série. NLM W 84 Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2006/0438 Títulos para indexação: Em inglês: Humanization Work Group Em espanhol: Grupo de Trabajo de Humanización EDITORA MS Documentação e Informação SIA, trecho 4, lotes 540 / 610 CEP: 71200-040, Brasília – DF Tels.: (61) 3233-2020 / 3233-1774 Fax: (61) 3233-9558 Equipe editorial: E-mail: editora.ms@saude.gov.br Normalização: Maria Resende Home page: www.saude.gov.br/editora Revisão: Lilian Assunção e Daniele Thiebaut Diagramação: Sérgio Ferreira
  • 4. O Ministério da Saúde implementa a Política Nacional de Humanização (PNH) HumanizaSUS O Ministério da Saúde tem reafirmado o HumanizaSUS como política que atravessa as diferentes ações e instâncias do Sistema Único de Saúde, englobando os diferentes níveis e dimensões da atenção e da gestão. Operando com o princípio da transversalidade, a Política Nacional de Humanização (PNH) lança mão de ferramentas e dis- positivos para consolidar redes, vínculos e a co-respon- sabilização entre usuários, trabalhadores e gestores. Ao direcionar estratégias e métodos de articulação de ações, saberes, práticas e sujeitos, pode- se efetivamente potencializar a garantia de atenção integral, resolutiva e humanizada. Por humanização compreendemos a valo- rização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde. Os valores que norteiam essa Política são a autonomia e o protagonismo dos sujeitos, a co-respon- sabilidade entre eles, os vínculos solidários e a participação coletiva no processo de gestão. Cartilha da PNH Grupo de Trabalho de Humanização 3
  • 5. Com a oferta de tecnologias e dispositivos para configuração e fortalecimento de redes de saúde, a humanização aponta para o es- tabelecimento de novos arranjos e pactos sustentáveis, envolvendo trabalhadores e gestores do Sistema, e fomentando a participação efetiva da população, provocando inovações em termos de compar- tilhamento de todas as práticas de cuidado e de gestão. A PNH não é um mero conjunto de propostas abstratas que espe- ramos poder tornar concreto. Ao contrário, partimos do SUS que dá certo. O HumanizaSUS apresenta-se como uma política construída a partir de possibilidades e experiências concretas que queremos aprimorar e multiplicar! Daí a importância de nosso investimento no aprimoramento e na disseminação dos diferentes dispositivos com que operamos. As “Cartilhas da PNH” têm função multiplicadora; com elas esperamos poder disseminar algumas tecnologias de hu- manização da atenção e da gestão no campo da Saúde. Brasília, 2006. Cartilha da PNH 4 Grupo de Trabalho de Humanização
  • 6. O Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) O Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) é um dispositivo criado pela Política Nacional de Humanização (PNH) para o Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de intervir na melhoria dos processos de trabalho e na qualidade da produção de saúde para todos. O GTH institui-se em qualquer instância do SUS e é integrado por pessoas interessadas em discutir os serviços presta- dos, a dinâmica das equipes de trabalho e as relações estabelecidas entre trabalhadores de saúde e usuários. A proposta do GTH não se restringe apenas aos serviços de pres- tação direta de assistência à saúde, como hospitais, outras unidades de saúde e o Programa Saúde da Família (PSF). É também adequa- do ao âmbito das instâncias gestoras vinculadas ao SUS estadual e municipal (distritos sanitários, secretarias municipais e estaduais de saúde), do Ministério da Saúde e, também, das parcerias entre municípios e cooperações interinstitucionais (entidades formadoras, conselhos profissionais, etc). Cartilha da PNH Grupo de Trabalho de Humanização 5
  • 7. Estes GTHs, freqüentemente nomeados como comitês de humani- zação ou GTHs ampliados, estendem a participação a outros atores envolvidos nas questões de saúde pública em múltiplos territórios. O que os define, portanto, é menos sua composição do que seu modo de operar. Todos podem participar desses grupos: trabalhadores de, técni- cos, funcionários, gestores, coordenadores e usuários, ou seja, to- dos aqueles que estejam implicados na construção de propostas para promover as ações humanizadoras que aprimorem a rede de atenção em saúde, as inter-relações das equipes e a democratização institucional nas unidades de prestação de serviço ou nos órgãos das várias instâncias do SUS. A participação dos gestores nos GTHs mostra a relevância da construção coletiva na produção de saúde e a prioridade da humanização no plano de governo. A idéia é que os GTHs inaugurem uma diferença! Trata-se de insti- tuir uma “parada” e um “movimento” no cotidiano do trabalho para a realização de um processo de reflexão coletiva sobre o próprio trabalho, dentro de um espaço onde todos tenham o mesmo direito de dizer o que pensam, de criticar, de sugerir e propor mudanças no funcionamento dos serviços, na atenção aos usuários e nos modos de gestão. A construção de um grupo de trabalho aproxima as pessoas, pos- sibilita a transformação dos vínculos já instituídos, além de esta- Cartilha da PNH 6 Grupo de Trabalho de Humanização
  • 8. belecer um ambiente favorável para compar- tilhar as tensões do cotidiano, as dificuldades do trabalho, acolher e debater as divergências, os sonhos de mudança e buscar, por meio da análise e da negociação, potencializar propos- tas inovadoras. Algumas vezes, o trabalhador da saúde está tão acostumado ao seu trabalho, à rotina ou ao seu lugar institucional, que não consegue pen- sar, isoladamente, em alternativas diferentes. O trabalho em grupo proporciona o encon- tro das diversidades subjetivas, provoca novas articulações e a possibilidade de implementar propostas coletivamente. No entanto, é impor- tante que o grupo respeite seu próprio tempo de construção, pois é necessário amadurecer laços e projetos antes de decidir o quê e como fazer. Diferentes visões sobre o mesmo problema ajudam a ampliar a percepção das diversas di- mensões implicadas. Trata-se de um exercício de protagonismo, um esforço de co-gestão na direção das mudanças desejadas. Cartilha da PNH Grupo de Trabalho de Humanização 7
  • 9. Nesse sentido, num GTH, os componentes do grupo podem experimentar diferentes fun- ções, alternadamente, ao longo dos encon- tros: a coordenação dos trabalhos; a observa- ção do andamento e a análise dos impasses do grupo; a articulação da pauta de assun- tos; o registro da reunião; o planejamento de objetivos; os encaminhamentos de decisões acordadas no grupo, etc. Subgrupos podem se constituir temporaria- mente para elaborar propostas específicas de intervenção em algum setor, preparar temas a serem apresentados ou divulgar os trabalhos aos demais trabalhadores e usuários. Outras pessoas podem ser convidadas para ajudar a refletir sobre um assunto específico ou para coordenar uma atividade particular, como um trabalho corporal ou lúdico, fazer uma pales- tra, etc. Alguns temas podem ser interessantes para o início de um GTH: • Como melhorar ou qualificar a prestação do serviço? Cartilha da PNH 8 Grupo de Trabalho de Humanização
  • 10. • Como é trabalhar em equipe nesse servi- ço? Existem equipes de fato? • Como são as relações de trabalho com os colegas? E com os gerentes, coorde- nadores e diretores? • Qual o pior lugar para se trabalhar? E para ser atendido? O que torna esses es- paços e locais tão difíceis de serem mu- dados? • Qual o melhor lugar? O que o faz a di- ferença? • Como se dá a relação entre os profissionais e os familiares dos pacientes atendidos? • Qual é o nível de valorização das “falas” e contribuições dos usuários e dos trabalha- dores da saúde (queixas, sugestões, etc.)? • Que projetos coletivos já existiram e fo- ram benéficos, mas pararam, e quais es- tão sendo desenvolvidos e precisam ser fortalecidos? • Como articular projetos intersetoriais inte- ressantes para os objetivos da instituição? Cartilha da PNH Grupo de Trabalho de Humanização 9
  • 11. • Que parcerias seriam necessárias para melhorar a resolução dos problemas? • Qual o nível de participação dos traba- lhadores nas decisões do serviço? • Que implicação existe na organização do serviço com a comunidade do territó- rio onde está inserida? • Como e por quem são tomadas as deci- sões, e quem define as regras e normas de cada setor? • Quais são as normas “sem sentido” que continuamos acatando? O GTH define a periodicidade para as reuniões, organiza prioridades para o deba- te, propõe projetos e planos de ação para atingir suas metas. Não há um tempo pré- definido para a duração de um GTH, poden- do durar anos e/ou se desdobrar em outros tipos de grupos ou propor outras ações. Vejamos o exemplo de um caminho per- corrido por um GTH para constituir-se como grupo de trabalho: Cartilha da PNH 10 Grupo de Trabalho de Humanização
  • 12. A direção de um determinado serviço resolveu estimular a criação do GTH. Convidou alguns funcionários para que fizessem uma primeira reunião em que seriam discutidos: finalidade e objetivos do grupo, modo de operar, periodici- dade de encontros e definição da coordenação dos trabalhos. Nesse primeiro encontro, um funcionário questionou porque só alguns haviam sido con- vidados. Essa situação lhe causara um cer- to mal-estar em relação aos outros colegas de trabalho. Surgiram, em seguida, algumas idéias para que a participação no grupo fosse ampliada, com a possibilidade de que outras pessoas interessadas tivessem acesso aos en- contros. As análises feitas pelo grupo contribuíram para a seguinte decisão, tomada por consen- so: antes do próximo encontro seria enviado (grampeado junto com o contracheque) a to- dos os funcionários da instituição um comu- nicado explicando a proposta de criação de um grupo de trabalho de humanização e, ao Cartilha da PNH Grupo de Trabalho de Humanização 11
  • 13. mesmo tempo, convidando aqueles que se sentissem motivados a participar da reunião seguinte. Definiu-se, então, uma dupla de funcio- nários que se responsabilizaria por elaborar o comunicado, imprimi-lo e fazê-lo chegar a todos. Também foi feito um cartaz para estimular os trabalhadores a conversarem entre si sobre o tema “humanização”. Nas reuniões seguintes, muitas pessoas vieram para o grupo com expectativas mui- to variadas e contribuições também diversas. Alguns encontros foram necessários para construir os objetivos, esclarecer e debater o modo de se trabalhar no grupo, bem como os critérios para participação, de forma a não prejudicar a assistência em nenhum setor. Aos poucos, algumas características dos encontros foram se transformando: a fala, que inicialmente tinha um tom predominan- te de queixas, denúncias, insatisfações de naturezas diversas, deu lugar à recuperação de idéias e projetos antigos, que haviam 12 Cartilha da PNH Grupo de Trabalho de Humanização
  • 14. dado certo ou eram reconhecidos como sen- do importantes para usuários e trabalhadores, mas que, por algum motivo, haviam sido inter- rompidos. Passou-se, então, para uma fase de análi- se da instituição, aliada à produção de novas idéias e projetos, além da recuperação de pro- jetos anteriores considerados humanizadores. Ao longo dos primeiros seis meses de exis- tência desse GTH, algumas pessoas se man- tiveram como um núcleo mais persistente do grupo, e outras foram mudando: alguns novos chegavam, participavam de alguns encontros e depois não continuavam. Este é um caminho necessário e produtivo, pois o grupo mesmo vai se construindo a partir das entradas, das saídas e das (in)constâncias. Ele vai adquirindo a sua própria “cara”, que é única e singular, entre todos os GTHs existentes no Brasil. Além disso, a confiança que vai sendo pau- latinamente construída em seu interior, possi- bilita que as pessoas falem de si mesmas, do trabalho e das relações interpessoais, de uma Cartilha da PNH Grupo de Trabalho de Humanização 13
  • 15. outra forma. O grau de aprofundamento de análise da realidade também era estimulado pela ação de pessoas convidadas e do próprio grupo, por meio da oferta de textos, oficinas e outros, para ampliar o conhecimento sobre questões em debate no grupo. O trabalho do GTH, ao longo do tempo, adquiriu novas facetas: momentos de maior reflexão alternados com ações práticas (pes- quisas, ações concretas e focalizadas). Assim, foram surgindo propostas para melhorar a qualidade do atendimento, e do acolhimen- to, diminuir o tempo de espera, a resolução de problemas das áreas de apoio, aumentar a participação dos trabalhadores nos proces- sos de tomada de decisão, e para aumentar o grau de satisfação de trabalhadores e usuá- rios. Nesse momento, o GTH decidiu constituir um subgrupo para planejar um serviço de ou- vidoria que acolhesse as críticas e respondes- se às sugestões e demandas dos usuários. Este teria a função também de auxiliar a direção Cartilha da PNH 14 Grupo de Trabalho de Humanização
  • 16. do serviço na localização e transformação dos nós sintomáticos da instituição. Com o tempo, foi delineada a necessidade prioritária de intervir também na transformação do processo de trabalho e no funcionamento do pronto-socorro. Para isso, os gerentes im- plicados no PS foram convocados a participar das discussões e decidiu-se por uma maior di- vulgação do debate, ganhando ampla resso- nância em toda a instituição. Na mudança de gestão que se seguiu, esse Projeto ganhou concretude numa reorganiza- ção do PS e, mais, expandiu-se para toda a li- nha de cuidado do hospital, modificando toda a estrutura e os processos de trabalho. O GTH pode ser entendido, nesse exemplo, como um espaço vivo de leitura e ação do SUS, atuando como um motor que “faz pen- sar”, que “faz propor”, em cada serviço, em cada instância gestora, qual é o SUS de todos e para todos que queremos construir. Cartilha da PNH Grupo de Trabalho de Humanização 15
  • 17. A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: http://www.saude.gov.br/bvs EDITORA MS Coordenação-Geral de Documentação e Informação/SAA/SE MINISTÉRIO DA SAÚDE (Normalização, revisão, editoração, impressão, acabamento e expedição) SIA, Trecho 4, Lotes 540/610 – CEP: 71200-040 Telefone: (61) 3233-2020 Fax: (61) 3233-9558 E-mail: editora.ms@saude.gov.br Home page: http://www.saude.gov.br/editora Brasília – DF, maio de 2006 OS 0438/2006
  • 18. I SBN 85-334- 1114- 6 9 788533 411142 Disque Saúde 0800 61 1997 Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde www.saude.gov.br/bvs