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Conhecimento Platônico
Mito da Caverna
A natureza e a origem do conhecimento humano têm sido alguns dos
problemas fundamentais da filosofia. Na Antiguidade, uma vez que o ser humano
é considerado parte da natureza, feito dos mesmos elementos, não há uma linha
divisória entre verdade e realidade, pensamento e ser, e a reflexão sobre o
conhecimento é ligada à reflexão sobre o ser acreditando-se que, por meio do
conhecimento, seria possível chegar à verdade do ser.
O cristianismo, ao condenar o ser humano ao trabalho e a viver fora do
Paraíso, da unidade com Deus, decretou a separação radical entre seres humanos
imperfeitos e finitos e Deus, perfeito e infinito. Com isso, veio também a
separação entre fé e razão, espírito e corpo, verdade revelada e verdade racional.
Como o finito e o imperfeito podem atingir a verdade infinita e perfeita foi a
grande questão a guiar a filosofia medieval.
Para os filósofos, da Idade Moderna, a questão do conhecimento se
transformou no ponto central de suas indagações, sendo, inclusive, considerada
um pré-requisito para o filosofar e para a atividade científica, porque o que se
coloca em exame é a própria possibilidade do conhecimento.
Influência Socrática
Crítica aos Sofistas
Retórica: A retórica é a técnica (ou a arte, como preferem alguns) de
convencer o interlocutor através da oratória, ou outros meios de comunicação.
Classicamente, o discurso no qual se aplica a retórica é verbal, mas há também — e
com muita relevância — o discurso escrito e o discurso visual.
Método Socrático:
Método Indutivo: envolve duas fases.
Divide-se em duas partes:
A primeira, chamada ironia, consiste em fazer perguntas
ao interlocutor que o motivem a justificar, sempre com
maior profundidade, seu ponto de vista, até que ele
perceba que tipo de falha ou de equívoco pode estar
contido em seus argumentos. Essa é a fase destrutiva,
pois leva as pessoas a admitirem a própria ignorância a
respeito de um assunto. São destruídas as opiniões do
senso comum e do conhecimento espontâneo, muitas
vezes fundamentadas no estereótipos e preconceitos.
A segunda parte, chamada maiêutica (parto de
idéias), é a construção de novos conceitos
com base em argumentação racional. Desse
modo, Sócrates, com suas perguntas, aniquila
o saber constituído para alguns sofistas mais
preocupados com a retórica, o bem-falar ou o
bem-expor suas opiniões.
Relativismo: "Doutrina que considera o conhecimento relativo, dependendo de
fatores contextuais, e que varia de acordo com as circunstâncias, sendo impossível
estabelecer-se um conhecimento absoluto e uma certeza definitiva."
(JAPIASSÚ e MARCONDES, Dicionário básico de filosofia.)
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Conhecimento Platônico
Platão defendia a tese do inatismo da razão ou das idéias verdadeiras em
várias de suas obras, mas as passagens mais conhecidas se encontram nos
diálogos Mênon e A República.
IDÉIAS INATAS: Conteúdos mentais anteriores a qualquer experiência e
que dela são independentes. Trata-se de idéias com as quais já nascemos e que,
portanto, não são adquiridas. Descartes deu o exemplo das idéias de Deus, de
infinito, de imortalidade e de perfeição, as quais defendia que nada de empiricamente
observável pode ter originado. Estas idéias constituem, alegadamente, um tipo de
conhecimento que veio a chamar-se conhecimento a priori.
RACIONALISMO: É a corrente que assevera o papel preponderante da
razão no processo cognoscitivo, pois, os fatos e a experiência sensível não são
fontes de todos os conhecimentos e não nos oferecem condições de “certeza”.
René Descartes, adepto do inatismo, que afirma que somos todos possuidores,
enquanto seres pensantes, de uma série de princípios evidentes, idéias natas, que
servem de fundamento lógico a todos os elementos com que nos enriquecem a
percepção e a representação, ou seja, para ele, o racionalismo se preocupa com a
idéia fundante que a razão por si mesma logra atingir.
Racionalismo Ontológico, que
consiste em entender a realidade
como racional, ou em racionalizar o
real, de maneira que a explicação
conceitual mais simples, se tenha
em conta da mais simples e segura
explicação da realidade.
Intelectualismo, que reconhece a existência de
“verdades de razão” e, além disso, atribui à
inteligência função positiva no ato de conhecer, ou
seja, a razão não contém em si mesma, verdades
universais como idéias natas, mas as atinge à vista
dos fatos particulares que o intelecto coordena.
Concluindo: o intelecto extrai os conceitos ínsitos no
real, operando sobre as imagens que o real oferece.
Criticismo é o estudo metódico prévio do ato de conhecer e dos modos de conhecimento, ou
seja, uma disposição metódica do espírito no sentido de situar, preliminarmente o problema do
conhecimento em função da relação “sujeito-objeto”, indagando as suas condições e
pressupostos. Ele aceita e recusa certas afirmações do empirismo e racionalismo, por isso,
muitos autores acreditam em sua autonomia.
A arte da esgrima, um dos jogos que os gregos antigos aprendiam
nos ginásios, é o assunto inicial do dialogo laquês, de Platão.
Ressalta o confronte das partes até a vitória.
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Mito da Caverna
O mito ou “Alegoria” da caverna é uma das passagens mais clássicas da
história da Filosofia, sendo parte constituinte do livro VI de “A República” onde
Platão discute sobre teoria do conhecimento, linguagem e educação na formação
do Estado ideal. A narrativa expressa dramaticamente a imagem de prisioneiros
que desde o nascimento são acorrentados no interior de uma caverna de modo
que olhem somente para uma parede iluminada por uma fogueira. Essa, ilumina
um palco onde estátuas dos seres como homem, planta, animais etc. são
manipuladas, como que representando o cotidiano desses seres. No entanto, as
sombras das estátuas são projetadas na parede, sendo a única imagem que
aqueles prisioneiros conseguem enxergar. Com o correr do tempo, os homens dão
nomes a essas sombras (tal como nós damos às coisas) e também à regularidade
de aparições destas.
PROCESSO DE EVOLUÇÃO DO
CONHECIMENTO NA TEORIA PLATÔNICA
MUNDO SENSÍVEL MUNDO DAS IDÉIAS
Sombras
Objetos
Sensíveis
Objetos
Matemáticos
Conceitos
Ilusões Crença Conhecimento Idéias
Sentidos Aparência Contemplação Razão
Mundo
Enganador
Cópia Imperfeita Verdade Sábios
Conforme a descrição de Platão, pessoas estão acorrentadas em uma
caverna desde a infância, de tal modo que enxergam apenas a parede ao fundo, na
qual são projetadas sombras, que eles pensam ser a realidade. Trata-se,
entretanto, da sombra de marionetes, empunhadas por pessoas atrás de um muro,
que também esconde uma fogueira. Se um dos indivíduos conseguisse se soltar
das correntes para contemplar à luz do dia os verdadeiros objetos, ao regressar à
caverna e comunicar aos seus companheiros o que havia visto, estes o tomariam
por louco e não acreditariam em suas palavras.
A alegoria da caverna representa as etapas da educação de um filósofo,
desde a saída do mundo das sombras (das aparências) até a chegada ao
conhecimento verdadeiro. Após essa experiência, ele deve voltar à caverna para
orientar os demais e assumir o governo da cidade. Por isso, a análise da alegoria
pode ser feita pelo menos de dois pontos de vista:
• POLÍTICO: aquele que contemplou a verdade é o filósofo-político, o
único que possui a arte de governar.
• EPISTEMOLÓGICO: como o filósofo não mais se engana com as
aparências, deve voltar para despertar nos outros o conhecimento verdadeiro.
Página 4
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A Dialética Platônica
A alegoria da caverna é a metáfora que serve de base para Platão expor a
dialética dos graus do conhecimento. Sair das sombras para a visão do Sol
representa a passagem dos graus inferiores do conhecimento aos superiores: na
teoria das ideias, Platão distingue o mundo sensível, o dos fenômenos, do mundo
inteligível, o das ideias.
O mundo sensível, percebido pelos
sentidos, é o lugar da multiplicidade e do
movimento. É ilusório, pura sombra do
verdadeiro mundo. Por exemplo, mesmo
que existam inúmeras abelhas dos mais
variados tipos, a ideia de abelha deve ser
una, imutável, a verdadeira realidade.
O mundo inteligível é alcançado pela
dialética ascendente, que fará a alma
elevar-se das coisas múltiplas e mutáveis às
ideias unas e imutáveis. As ideias gerais são
hierarquizadas, e no topo delas está a ideia
do bem, a mais alta em perfeição e a mais
geral de todas. Na alegoria da caverna, o Sol
é uma metáfora da ideia do bem.
Acima do ilusório mundo sensível, há as ideias gerais, as essências
imutáveis, alcançadas pela contemplação e pela depuração dos enganos dos
sentidos. Como as ideias são a única verdade, o mundo dos fenômenos só existe
na medida em que participa do mundo das ideias, do qual é apenas sombra ou
cópia. Trata-se da teoria da participação, mais tarde duramente criticada por
Aristóteles.
A ASCENSÃO DIALÉTICA
Cidade dos Filósofos
O pensamento político de Platão encontra-se sobretudo nas obras A
República e Leis. Conforme as circunstâncias da vida de Platão e a situação política
e social em que se encontrava Atenas após a derrota para Esparta, é
compreensível o seu desalento com a democracia. Por isso, ele apresenta uma
utopia em que o governo é confiado não às pessoas comuns, mas aos mais
capazes: os filósofos.
Vimos que, segundo a alegoria da caverna, aqueles que se libertam das
sombras e se tornam filósofos devem retornar ao meio das pessoas comuns para
orientá-las no reto caminho do saber e do agir. A interpretação política decorre da
pergunta: "Como influenciar aqueles que não veem?". Cabe ao sábio ensinar,
procedendo à educação política, pela transformação das pessoas e da sociedade.
Mais que isso, o filósofo deve governar.
Platão imagina então uma cidade utópica, a Calípolis.
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TREINANDO PARA O ENEM
1. (Ufu) “Mas quem fosse inteligente (…) lembrar-se-ia de que as perturbações visuais são
duplas, e por dupla causa, da passagem da luz à sombra, e da sombra à luz. Se
compreendesse que o mesmo se passa com a alma, quando visse alguma perturbada e
incapaz de ver, não riria sem razão, mas reparava se ela não estaria antes ofuscada por
falta de hábito, por vir de uma vida mais luminosa, ou se, por vir de uma maior ignorância a
uma luz mais brilhante, não estaria deslumbrada por reflexos demasiadamente refulgentes
[brilhantes]; à primeira, deveria felicitar pelas suas condições e pelo seu gênero de vida; da
segunda, ter compaixão e, se quisesse troçar dela, seria menos risível esta zombaria do que
aquela que descia do mundo luminoso.”
A República, 518 a-b, trad. Maria Helena da Rocha Pereira, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1987.
Sobre este trecho do livro VII de A República de Platão, é correto afirmar.
I. A condição de quem vive nas sombras é digna de compaixão.
II. O filósofo, sendo aquele que passa da luz à sombra, não tem problemas em
retornar às sombras.
III. O trecho estabelece uma relação entre o mundo visível e o inteligível, fundada em
uma comparação entre o olho e a alma.
IV. No trecho, é afirmado que o conhecimento não necessita de educação, pois quem
se encontraria nas sombras facilmente se acostumaria à luz.
Marque a alternativa que contém todas as afirmações corretas.
a) II e III
b) I e IV
c) I e III
d) III e IV
2. (Ufu) A teoria da iluminação divina, contribuição original de Agostinho à filosofia da
cristandade, foi influenciada pela filosofia de Platão, porém, diferencia-se dela em
seu aspecto central.
Assinale a alternativa abaixo que explicita esta diferença.
a) A filosofia agostiniana compartilha com a filosofia platônica do dualismo, tal como
este foi definido por Agostinho na Cidade de Deus. Assim, a luz da teoria da
iluminação está situada no plano suprassensível e só é alcançada na
transcendência da existência terrena para a vida eterna.
b) A teoria da Iluminação, tal como sugere o nome, está fundamentada na luz de
Deus, luz interior dada ao homem interior na busca da verdade das coisas que não
são conhecidas pelos sentidos; esta luz é Cristo, que ensina e habita no homem
interior.
c) Agostinho foi contemporâneo da Terceira Academia, recebendo os ensinamentos
de Arcesilau e Carnéades, o que resultou na posição dogmática do filósofo cristão
quanto à impossibilidade do conhecimento da verdade, sendo o conhecimento
humano apenas verossímil.
d) A alma é a morada da verdade, todo conhecimento nela repousa. Assim, a posição
de Agostinho afasta-se da filosofia platônica, ao admitir que a alma possui uma
existência anterior, na qual ela contemplou as ideias, de modo que o
conhecimento de Deus é anterior à existência.
3. (Ufu) “Todo aquele que ama o saber conhece por experiência que, quando a filosofia toma
conta de uma alma, vai encontrá-la prisioneira do seu corpo, totalmente grudada a ele. Vê
que, impelida a observar os seres, não em si e por si, mas por meio desse seu caráter, paira
por isso na mais completa ignorância. Mas mais se dá ainda conta do absurdo de tal prisão:
é que ela não tem outra razão de ser senão o desejo do próprio prisioneiro, que é assim
levado a colaborar da maneira mais segura, no seu próprio encarceramento”.
Platão, Fédon. Trad. Maria Tereza S. de Azevedo. Brasília: UnB, 2000, p. 66.
Página 6
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Após analisar o texto acima, assinale a alternativa correta.
a) A ignorância é fruto da observação do que é em si e por si.
b) A filosofia para Platão é inata, não sendo necessário nenhum esforço de quem a
ela se dedica para obtê-la.
c) A alma encontra-se prisioneira do corpo por desejo do próprio homem.
d) A alma do filósofo encontra-se desde o início liberta dos entraves do corpo como
o demonstram, claramente, a Alegoria da Caverna e o texto acima.
4. (Ufu) “(…) Que pensamentos então que aconteceria, disse ela, se a alguém ocorresse
contemplar o próprio belo, nítido, puro, simples, e não repleto de carnes, humanas, de cores
e outras muitas ninharias mortais, mas o próprio divino belo pudesse em sua forma única
contemplar? Porventura pensas, disse, que é vida vã a de um homem olhar naquela direção
e aquele objeto, com aquilo [a alma] com que deve, quando o contempla e com ele convive?
Ou não consideras, disse ela, que somente então, quando vir o belo com aquilo com que
este pode ser visto, ocorrer-lhe-á produzir não sombras de virtude, porque não é em
sombras que estará tocando, mas reais virtudes, porque é no real que estará tocando?”
Platão. O Banquete. Trad. José Cavalcante de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1979, pp.42-43.
A partir do trecho de Platão, analise as assertivas abaixo:
I. O belo verdadeiro para Platão encontra-se no conhecimento obtido pela
observação das coisas humanas.
II. A contemplação do belo puro e simples é atingida por meio da alma.
III. Cores e sombras são virtudes reais, visto que se possa, ao tocar nelas, tocar no
próprio real.
IV. Há, como na Alegoria da Caverna, uma relação direta para Platão entre o
conhecimento e a virtude.
Assinale a alternativa que contém as assertivas corretas.
a) I e II são corretas. b) II e IV são corretas.
c) III e IV são corretas. d) I, II e III são corretas.
5. (Ufu ) Leia o texto abaixo.
“Dos gêneros e das espécies não direi aqui se eles existem ou são postos somente no
intelecto, nem, no caso que existam, se são corpóreos, se separados das coisas sensíveis ou
situados nas próprias coisas e exprimindo os seus caracteres comuns.” PORFÍRIO, Isagoge, 1.
No texto acima, que deu origem à disputa sobre os universais no período da
Escolástica, Porfírio faz referência
a) à teoria das Ideias de Platão que, por meio de Sócrates, afirmava que nada se
podia saber.
b) à teoria da iluminação de Santo Agostinho, porque Agostinho foi o primeiro a
criticar o recurso à Lógica para se investigarem as verdades eternas.
c) às Categorias de Aristóteles, em que se encontra enunciada a lista das dez
maneiras pelas quais um atributo pode ser predicado de um sujeito.
d) à prova da existência de Deus, apresentada por Santo Tomás de Aquino através
das cinco vias da Suma Teológica.
6. (Ufsj) Entende-se que, para Platão, na “Alegoria da Caverna”
I. aponta-se para o sentido da entrada do homem no mundo inteligível e o retorno
ao mundo sensível.
II. aponta-se para o sentido da natureza da educação apropriada ao filósofo.
III. o mundo da opinião está presente nas imagens que projetam as sombras e as
próprias sombras.
IV. a educação deve conduzir para as essências, para a ciência que a alma possui no
seu interior.
V. a educação deve conduzir para questões que afastem o homem das especulações
intelectuais.
Página 7
com Prof. Betover
Estão CORRETAS as afirmações contidas na alternativa
a) I, II, IV, V
b) II, III, IV, V
c) I, III, IV, V
d) I, II, III, IV
7. (Uel) “- Mas a cidade pareceu-nos justa, quando existiam dentro dela três espécies de
naturezas, que executavam cada uma a tarefa que lhe era própria; e, por sua vez, temperante,
corajosa e sábia, devido a outras disposições e qualidades dessas mesmas espécies.
- É verdade.
- Logo, meu amigo, entenderemos que o indivíduo, que tiver na sua alma estas mesmas
espécies, merece bem, devido a essas mesmas qualidades, ser tratado pelos mesmos nomes
que a cidade”.
(PLATÃO. A república. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 7 ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993. p. 190.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a justiça em Platão, é correto afirmar:
a) As pessoas justas agem movidas por interesses ou por benefícios pessoais,
havendo a possibilidade de ficarem invisíveis aos olhos dos outros.
b) A justiça consiste em dar a cada indivíduo aquilo que lhe é de direito, conforme o
princípio universal de igualdade entre todos os seres humanos, homens e
mulheres.
c) A verdadeira justiça corresponde ao poder do mais forte, o qual, quando ocupa
cargos políticos, faz as leis de acordo com os seus interesses e pune a quem lhe
desobedece.
d) A justiça deve ser vista como uma virtude que tem sua origem na alma, isto é, deve
habitar o interior do homem, sendo independente das circunstâncias externas.
e) Ser justo equivale a pagar dívidas contraídas e restituir aos demais aquilo que se
tomou emprestado, atitudes que garantem uma velhice feliz.
8. (Ufsj) No Livro VII da República de Platão, a educação é a arte
a) de encaminhar a alma na boa direção.
b) que dá vista aos olhos dos cegos.
c) de conhecer apenas as sombras.
d) que cuida dos números.
9. (Ufu) O trecho abaixo, que descreve o momento da origem do Kosmos, faz uma
referência ao paradigma platônico das Formas.
“Outro ponto que precisamos deixar claro é saber qual dos dois modelos tinha em vista o
arquiteto quando o construiu (o Kosmos): o imutável e sempre igual a si mesmo ou o que
está sujeito ao nascimento? Ora, se este mundo é belo e for bom seu construtor, sem dúvida
nenhuma este fixara a vista no modelo eterno; e se for o que nem se poderá mencionar, no
modelo sujeito ao nascimento.”
PLATÃO, Timeu. Belém: EDUFPA, 2001. (28c-29ª).
Marque a alternativa que caracteriza corretamente o modelo das Formas.
a) Para explicar a origem do Kosmos, Platão divide todas as coisas em duas ordens
inteiramente separadas e distintas: um modelo eterno, e outro sujeito ao
nascimento e às mudanças. O primeiro é somente inteligível e constitui o alvo da
atividade filosófica. O segundo é sensível, sujeito à destruição, e não tem qualquer
relação ou parentesco com o modelo eterno que serve de base para a arquitetura
do mundo.
b) Platão postula as Formas, um paradigma eterno, que constitui a causa e a origem
de todas as coisas sensíveis. Seres sensíveis são o efeito das causas inteligíveis,
que lhes dão a existência e os nomes. As Formas ou Ideias são eternamente
idênticas a si mesmas, imutáveis e unas. Tudo o que é sensível existe porque
participa das Formas e se assemelha a elas, do mesmo modo que uma imagem em
relação ao modelo original.
Página 8
com Prof. Betover
c) Na formação do Kosmos, Platão adota dois modelos: o modelo imutável e o
modelo sujeito ao nascimento. O modelo imutável é constituído pelas Formas
inteligíveis e serve de base para a arquitetura do mundo porque é belo e somente
pensável. O modelo sujeito ao nascimento constitui as Formas sensíveis, que dão
origem às coisas mutáveis e destrutíveis.
d) Platão postula dois modelos cosmológicos na sua Filosofia: o modelo bom e
eterno, e o modelo ruim e sensível. O modelo eterno representa o plano
arquitetônico do Kosmos, que se identifica unicamente com o que é inteligível. O
modelo sensível representa tudo o que é corporal. As Formas são uma duplicação
inteligível do mundo sensível e servem para explicar o parentesco do pensamento
com o divino.
10. (Ufsj) Considerando o pensamento de Platão na “Alegoria da Caverna”, é CORRETO
afirmar que
a) os prisioneiros entendem como única realidade o conhecimento que se afasta dos
sentidos.
b) os prisioneiros fundamentam o seu conhecimento na reflexão sobre o mundo da
caverna.
c) a opinião é certa de si mesma quanto mais afastada se encontra da verdade.
d) a verdadeira realidade, para os prisioneiros, é aquela que vai além dos sentidos.
11. (Ufma) Considerando os Livros VI e VII da obra A república, de Platão, coloque F ou V,
conforme sejam as afirmações Falsas ou Verdadeiras:
I. O método utilizado por Sócrates em seus diálogos ficou conhecido pela tradição
filosófica como fenomenologia.
II. “A alegoria da caverna” representa o conhecimento humano em seus estágios de
desenvolvimento.
III. Platão lança as bases da democracia e, ao mesmo tempo, faz críticas à aristocracia.
IV. Das ciências particulares, a que assume um caráter essencial na formação do
filósofo é a Geometria.
Agora, assinale a alternativa correta.
a) V, V, F, F
b) V, F, V, F
c) F, F, V, V
d) F, F, V, F
e) F, V, F, V
12. (Ufsj) Para a formação do filósofo, segundo Platão, as Ciências mais indicadas são
a) a Aritmética e a Geometria, porque favorecem o retorno da alma e são úteis, na
guerra, aos filósofos aprendizes.
b) a Geografia e a História, porque favorecem aos filósofos aprendizes
conhecimentos espaço-temporal.
c) a Química e a Física, porque estimulam a inteligência e esclarecem conhecimentos
obtidos pelos sentidos.
d) a Biologia, porque ela se ocupa do que nasce e morre, e do que pode aumentar ou
diminuir as forças do corpo.
13. (Ufsj) Para Platão, os governantes do Estado são
a) os verdadeiros dialéticos que defenderem as honras.
b) os filósofos que se prepararam para uma função nobre.
c) os verdadeiros filósofos que fizerem maior caso do dever e da justiça.
d) os generais geômetras capazes de executar as manobras de guerra.
Página 9
com Prof. Betover
14. (Ufu) O trecho abaixo faz uma referência ao procedimento investigativo adotado por
Sócrates.
“O fato é que nunca ensinei pessoa alguma. Se alguém deseja ouvir-me quando falo ou me encontro
no desempenho de minha missão, quer se trate de moço ou velho (...) me disponho a responder a
todos por igual, assim os ricos como os pobres, ou se o preferirem, a formular-lhes perguntas,
ouvindo eles o que lhes falo.” PLATÃO. Apologia de Sócrates. Belém: EDUFPA, 2001. (33 a-b)
Marque a alternativa que melhor representa o “método” socrático.
a) Sócrates nada ensina porque apenas transmite aquilo que ouve de seu daímon.
Seu procedimento consiste em discursar, igualmente para qualquer ouvinte, com
longos discursos demonstrativos retirados da tradição poética ou com perguntas
que levem o interlocutor a fazer o mesmo. A ironia é o expediente utilizado contra
os adversários, cujo objetivo é somente a disputa verbal.
b) A profissão de ignorância e a ironia de Sócrates fazem parte de seu procedimento
geral de refutação por meio de perguntas e respostas breves (o élenkhos), e
constituem um meio de reverter os argumentos do interlocutor para fazê-lo cair
em contradição. A refutação socrática revela a presunção de saber do adversário,
pela insuficiência de suas definições e pela aporia.
c) Sócrates nunca ensina pessoa alguma, porque a profissão de ignorância
caracteriza o modo pelo qual encoraja seus discípulos a adquirirem sabedoria
diretamente do deus do Oráculo de Delfos. A ironia socrática é uma dissimulação
que, pela zombaria, revela as verdadeiras disposições do pequeno número dos
que se encontram aptos para a Filosofia.
d) Sócrates nunca ensina pessoa alguma sem antes testar sua aptidão filosófica por
meio de perguntas e respostas. Seu procedimento consiste em destruir as
definições do adversário por meio da ironia. A ignorância socrática encoraja o
adversário a revelar suas opiniões verdadeiras que, pela refutação, dão a medida
da aptidão para a vida filosófica.
15. (Uel) “Quando é, pois, que a alma atinge a verdade? Temos de um lado que, quando ela deseja
investigar com a ajuda do corpo qualquer questão que seja, o corpo, é claro, a engana radicalmente.
- Dizes uma verdade.
- Não é, por conseguinte, no ato de raciocinar, e não de outro modo, que a alma apreende, em parte,
a realidade de um ser?
- Sim.
[...] - E é este então o pensamento que nos guia: durante todo o tempo em que tivermos o corpo, e
nossa alma estiver misturada com essa coisa má, jamais possuiremos completamente o objeto de
nossos desejos! Ora, esse objeto é, como dizíamos, a verdade.”
(PLATÃO. Fédon. Trad. Jorge Paleikat e João Cruz Costa. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 66-67.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a concepção de verdade em Platão, é
correto afirmar:
a) O conhecimento inteligível, compreendido como verdade, está contido nas ideias
que a alma possui.
b) A verdade reside na contemplação das sombras, refletidas pela luz exterior e
projetadas no mundo sensível.
c) A verdade consiste na fidelidade, e como Deus é o único verdadeiramente fiel,
então a verdade reside em Deus.
d) A principal tarefa da filosofia está em aproximar o máximo possível a alma do
corpo para, dessa forma, obter a verdade.
e) A verdade encontra-se na correspondência entre um enunciado e os fatos que ele
aponta no mundo sensível.
Gabarito
1.C 2.B 3.C 4.B 5.C 6.D 7.D 8.A 9.B 10.C
11.E 12.A 13.C 14.B 15.A

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Conhecimento platônico

  • 1. Página 1 com Prof. Betover Conhecimento Platônico Mito da Caverna A natureza e a origem do conhecimento humano têm sido alguns dos problemas fundamentais da filosofia. Na Antiguidade, uma vez que o ser humano é considerado parte da natureza, feito dos mesmos elementos, não há uma linha divisória entre verdade e realidade, pensamento e ser, e a reflexão sobre o conhecimento é ligada à reflexão sobre o ser acreditando-se que, por meio do conhecimento, seria possível chegar à verdade do ser. O cristianismo, ao condenar o ser humano ao trabalho e a viver fora do Paraíso, da unidade com Deus, decretou a separação radical entre seres humanos imperfeitos e finitos e Deus, perfeito e infinito. Com isso, veio também a separação entre fé e razão, espírito e corpo, verdade revelada e verdade racional. Como o finito e o imperfeito podem atingir a verdade infinita e perfeita foi a grande questão a guiar a filosofia medieval. Para os filósofos, da Idade Moderna, a questão do conhecimento se transformou no ponto central de suas indagações, sendo, inclusive, considerada um pré-requisito para o filosofar e para a atividade científica, porque o que se coloca em exame é a própria possibilidade do conhecimento. Influência Socrática Crítica aos Sofistas Retórica: A retórica é a técnica (ou a arte, como preferem alguns) de convencer o interlocutor através da oratória, ou outros meios de comunicação. Classicamente, o discurso no qual se aplica a retórica é verbal, mas há também — e com muita relevância — o discurso escrito e o discurso visual. Método Socrático: Método Indutivo: envolve duas fases. Divide-se em duas partes: A primeira, chamada ironia, consiste em fazer perguntas ao interlocutor que o motivem a justificar, sempre com maior profundidade, seu ponto de vista, até que ele perceba que tipo de falha ou de equívoco pode estar contido em seus argumentos. Essa é a fase destrutiva, pois leva as pessoas a admitirem a própria ignorância a respeito de um assunto. São destruídas as opiniões do senso comum e do conhecimento espontâneo, muitas vezes fundamentadas no estereótipos e preconceitos. A segunda parte, chamada maiêutica (parto de idéias), é a construção de novos conceitos com base em argumentação racional. Desse modo, Sócrates, com suas perguntas, aniquila o saber constituído para alguns sofistas mais preocupados com a retórica, o bem-falar ou o bem-expor suas opiniões. Relativismo: "Doutrina que considera o conhecimento relativo, dependendo de fatores contextuais, e que varia de acordo com as circunstâncias, sendo impossível estabelecer-se um conhecimento absoluto e uma certeza definitiva." (JAPIASSÚ e MARCONDES, Dicionário básico de filosofia.)
  • 2. Página 2 com Prof. Betover Conhecimento Platônico Platão defendia a tese do inatismo da razão ou das idéias verdadeiras em várias de suas obras, mas as passagens mais conhecidas se encontram nos diálogos Mênon e A República. IDÉIAS INATAS: Conteúdos mentais anteriores a qualquer experiência e que dela são independentes. Trata-se de idéias com as quais já nascemos e que, portanto, não são adquiridas. Descartes deu o exemplo das idéias de Deus, de infinito, de imortalidade e de perfeição, as quais defendia que nada de empiricamente observável pode ter originado. Estas idéias constituem, alegadamente, um tipo de conhecimento que veio a chamar-se conhecimento a priori. RACIONALISMO: É a corrente que assevera o papel preponderante da razão no processo cognoscitivo, pois, os fatos e a experiência sensível não são fontes de todos os conhecimentos e não nos oferecem condições de “certeza”. René Descartes, adepto do inatismo, que afirma que somos todos possuidores, enquanto seres pensantes, de uma série de princípios evidentes, idéias natas, que servem de fundamento lógico a todos os elementos com que nos enriquecem a percepção e a representação, ou seja, para ele, o racionalismo se preocupa com a idéia fundante que a razão por si mesma logra atingir. Racionalismo Ontológico, que consiste em entender a realidade como racional, ou em racionalizar o real, de maneira que a explicação conceitual mais simples, se tenha em conta da mais simples e segura explicação da realidade. Intelectualismo, que reconhece a existência de “verdades de razão” e, além disso, atribui à inteligência função positiva no ato de conhecer, ou seja, a razão não contém em si mesma, verdades universais como idéias natas, mas as atinge à vista dos fatos particulares que o intelecto coordena. Concluindo: o intelecto extrai os conceitos ínsitos no real, operando sobre as imagens que o real oferece. Criticismo é o estudo metódico prévio do ato de conhecer e dos modos de conhecimento, ou seja, uma disposição metódica do espírito no sentido de situar, preliminarmente o problema do conhecimento em função da relação “sujeito-objeto”, indagando as suas condições e pressupostos. Ele aceita e recusa certas afirmações do empirismo e racionalismo, por isso, muitos autores acreditam em sua autonomia. A arte da esgrima, um dos jogos que os gregos antigos aprendiam nos ginásios, é o assunto inicial do dialogo laquês, de Platão. Ressalta o confronte das partes até a vitória.
  • 3. Página 3 com Prof. Betover Mito da Caverna O mito ou “Alegoria” da caverna é uma das passagens mais clássicas da história da Filosofia, sendo parte constituinte do livro VI de “A República” onde Platão discute sobre teoria do conhecimento, linguagem e educação na formação do Estado ideal. A narrativa expressa dramaticamente a imagem de prisioneiros que desde o nascimento são acorrentados no interior de uma caverna de modo que olhem somente para uma parede iluminada por uma fogueira. Essa, ilumina um palco onde estátuas dos seres como homem, planta, animais etc. são manipuladas, como que representando o cotidiano desses seres. No entanto, as sombras das estátuas são projetadas na parede, sendo a única imagem que aqueles prisioneiros conseguem enxergar. Com o correr do tempo, os homens dão nomes a essas sombras (tal como nós damos às coisas) e também à regularidade de aparições destas. PROCESSO DE EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO NA TEORIA PLATÔNICA MUNDO SENSÍVEL MUNDO DAS IDÉIAS Sombras Objetos Sensíveis Objetos Matemáticos Conceitos Ilusões Crença Conhecimento Idéias Sentidos Aparência Contemplação Razão Mundo Enganador Cópia Imperfeita Verdade Sábios Conforme a descrição de Platão, pessoas estão acorrentadas em uma caverna desde a infância, de tal modo que enxergam apenas a parede ao fundo, na qual são projetadas sombras, que eles pensam ser a realidade. Trata-se, entretanto, da sombra de marionetes, empunhadas por pessoas atrás de um muro, que também esconde uma fogueira. Se um dos indivíduos conseguisse se soltar das correntes para contemplar à luz do dia os verdadeiros objetos, ao regressar à caverna e comunicar aos seus companheiros o que havia visto, estes o tomariam por louco e não acreditariam em suas palavras. A alegoria da caverna representa as etapas da educação de um filósofo, desde a saída do mundo das sombras (das aparências) até a chegada ao conhecimento verdadeiro. Após essa experiência, ele deve voltar à caverna para orientar os demais e assumir o governo da cidade. Por isso, a análise da alegoria pode ser feita pelo menos de dois pontos de vista: • POLÍTICO: aquele que contemplou a verdade é o filósofo-político, o único que possui a arte de governar. • EPISTEMOLÓGICO: como o filósofo não mais se engana com as aparências, deve voltar para despertar nos outros o conhecimento verdadeiro.
  • 4. Página 4 com Prof. Betover A Dialética Platônica A alegoria da caverna é a metáfora que serve de base para Platão expor a dialética dos graus do conhecimento. Sair das sombras para a visão do Sol representa a passagem dos graus inferiores do conhecimento aos superiores: na teoria das ideias, Platão distingue o mundo sensível, o dos fenômenos, do mundo inteligível, o das ideias. O mundo sensível, percebido pelos sentidos, é o lugar da multiplicidade e do movimento. É ilusório, pura sombra do verdadeiro mundo. Por exemplo, mesmo que existam inúmeras abelhas dos mais variados tipos, a ideia de abelha deve ser una, imutável, a verdadeira realidade. O mundo inteligível é alcançado pela dialética ascendente, que fará a alma elevar-se das coisas múltiplas e mutáveis às ideias unas e imutáveis. As ideias gerais são hierarquizadas, e no topo delas está a ideia do bem, a mais alta em perfeição e a mais geral de todas. Na alegoria da caverna, o Sol é uma metáfora da ideia do bem. Acima do ilusório mundo sensível, há as ideias gerais, as essências imutáveis, alcançadas pela contemplação e pela depuração dos enganos dos sentidos. Como as ideias são a única verdade, o mundo dos fenômenos só existe na medida em que participa do mundo das ideias, do qual é apenas sombra ou cópia. Trata-se da teoria da participação, mais tarde duramente criticada por Aristóteles. A ASCENSÃO DIALÉTICA Cidade dos Filósofos O pensamento político de Platão encontra-se sobretudo nas obras A República e Leis. Conforme as circunstâncias da vida de Platão e a situação política e social em que se encontrava Atenas após a derrota para Esparta, é compreensível o seu desalento com a democracia. Por isso, ele apresenta uma utopia em que o governo é confiado não às pessoas comuns, mas aos mais capazes: os filósofos. Vimos que, segundo a alegoria da caverna, aqueles que se libertam das sombras e se tornam filósofos devem retornar ao meio das pessoas comuns para orientá-las no reto caminho do saber e do agir. A interpretação política decorre da pergunta: "Como influenciar aqueles que não veem?". Cabe ao sábio ensinar, procedendo à educação política, pela transformação das pessoas e da sociedade. Mais que isso, o filósofo deve governar. Platão imagina então uma cidade utópica, a Calípolis.
  • 5. Página 5 com Prof. Betover TREINANDO PARA O ENEM 1. (Ufu) “Mas quem fosse inteligente (…) lembrar-se-ia de que as perturbações visuais são duplas, e por dupla causa, da passagem da luz à sombra, e da sombra à luz. Se compreendesse que o mesmo se passa com a alma, quando visse alguma perturbada e incapaz de ver, não riria sem razão, mas reparava se ela não estaria antes ofuscada por falta de hábito, por vir de uma vida mais luminosa, ou se, por vir de uma maior ignorância a uma luz mais brilhante, não estaria deslumbrada por reflexos demasiadamente refulgentes [brilhantes]; à primeira, deveria felicitar pelas suas condições e pelo seu gênero de vida; da segunda, ter compaixão e, se quisesse troçar dela, seria menos risível esta zombaria do que aquela que descia do mundo luminoso.” A República, 518 a-b, trad. Maria Helena da Rocha Pereira, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1987. Sobre este trecho do livro VII de A República de Platão, é correto afirmar. I. A condição de quem vive nas sombras é digna de compaixão. II. O filósofo, sendo aquele que passa da luz à sombra, não tem problemas em retornar às sombras. III. O trecho estabelece uma relação entre o mundo visível e o inteligível, fundada em uma comparação entre o olho e a alma. IV. No trecho, é afirmado que o conhecimento não necessita de educação, pois quem se encontraria nas sombras facilmente se acostumaria à luz. Marque a alternativa que contém todas as afirmações corretas. a) II e III b) I e IV c) I e III d) III e IV 2. (Ufu) A teoria da iluminação divina, contribuição original de Agostinho à filosofia da cristandade, foi influenciada pela filosofia de Platão, porém, diferencia-se dela em seu aspecto central. Assinale a alternativa abaixo que explicita esta diferença. a) A filosofia agostiniana compartilha com a filosofia platônica do dualismo, tal como este foi definido por Agostinho na Cidade de Deus. Assim, a luz da teoria da iluminação está situada no plano suprassensível e só é alcançada na transcendência da existência terrena para a vida eterna. b) A teoria da Iluminação, tal como sugere o nome, está fundamentada na luz de Deus, luz interior dada ao homem interior na busca da verdade das coisas que não são conhecidas pelos sentidos; esta luz é Cristo, que ensina e habita no homem interior. c) Agostinho foi contemporâneo da Terceira Academia, recebendo os ensinamentos de Arcesilau e Carnéades, o que resultou na posição dogmática do filósofo cristão quanto à impossibilidade do conhecimento da verdade, sendo o conhecimento humano apenas verossímil. d) A alma é a morada da verdade, todo conhecimento nela repousa. Assim, a posição de Agostinho afasta-se da filosofia platônica, ao admitir que a alma possui uma existência anterior, na qual ela contemplou as ideias, de modo que o conhecimento de Deus é anterior à existência. 3. (Ufu) “Todo aquele que ama o saber conhece por experiência que, quando a filosofia toma conta de uma alma, vai encontrá-la prisioneira do seu corpo, totalmente grudada a ele. Vê que, impelida a observar os seres, não em si e por si, mas por meio desse seu caráter, paira por isso na mais completa ignorância. Mas mais se dá ainda conta do absurdo de tal prisão: é que ela não tem outra razão de ser senão o desejo do próprio prisioneiro, que é assim levado a colaborar da maneira mais segura, no seu próprio encarceramento”. Platão, Fédon. Trad. Maria Tereza S. de Azevedo. Brasília: UnB, 2000, p. 66.
  • 6. Página 6 com Prof. Betover Após analisar o texto acima, assinale a alternativa correta. a) A ignorância é fruto da observação do que é em si e por si. b) A filosofia para Platão é inata, não sendo necessário nenhum esforço de quem a ela se dedica para obtê-la. c) A alma encontra-se prisioneira do corpo por desejo do próprio homem. d) A alma do filósofo encontra-se desde o início liberta dos entraves do corpo como o demonstram, claramente, a Alegoria da Caverna e o texto acima. 4. (Ufu) “(…) Que pensamentos então que aconteceria, disse ela, se a alguém ocorresse contemplar o próprio belo, nítido, puro, simples, e não repleto de carnes, humanas, de cores e outras muitas ninharias mortais, mas o próprio divino belo pudesse em sua forma única contemplar? Porventura pensas, disse, que é vida vã a de um homem olhar naquela direção e aquele objeto, com aquilo [a alma] com que deve, quando o contempla e com ele convive? Ou não consideras, disse ela, que somente então, quando vir o belo com aquilo com que este pode ser visto, ocorrer-lhe-á produzir não sombras de virtude, porque não é em sombras que estará tocando, mas reais virtudes, porque é no real que estará tocando?” Platão. O Banquete. Trad. José Cavalcante de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1979, pp.42-43. A partir do trecho de Platão, analise as assertivas abaixo: I. O belo verdadeiro para Platão encontra-se no conhecimento obtido pela observação das coisas humanas. II. A contemplação do belo puro e simples é atingida por meio da alma. III. Cores e sombras são virtudes reais, visto que se possa, ao tocar nelas, tocar no próprio real. IV. Há, como na Alegoria da Caverna, uma relação direta para Platão entre o conhecimento e a virtude. Assinale a alternativa que contém as assertivas corretas. a) I e II são corretas. b) II e IV são corretas. c) III e IV são corretas. d) I, II e III são corretas. 5. (Ufu ) Leia o texto abaixo. “Dos gêneros e das espécies não direi aqui se eles existem ou são postos somente no intelecto, nem, no caso que existam, se são corpóreos, se separados das coisas sensíveis ou situados nas próprias coisas e exprimindo os seus caracteres comuns.” PORFÍRIO, Isagoge, 1. No texto acima, que deu origem à disputa sobre os universais no período da Escolástica, Porfírio faz referência a) à teoria das Ideias de Platão que, por meio de Sócrates, afirmava que nada se podia saber. b) à teoria da iluminação de Santo Agostinho, porque Agostinho foi o primeiro a criticar o recurso à Lógica para se investigarem as verdades eternas. c) às Categorias de Aristóteles, em que se encontra enunciada a lista das dez maneiras pelas quais um atributo pode ser predicado de um sujeito. d) à prova da existência de Deus, apresentada por Santo Tomás de Aquino através das cinco vias da Suma Teológica. 6. (Ufsj) Entende-se que, para Platão, na “Alegoria da Caverna” I. aponta-se para o sentido da entrada do homem no mundo inteligível e o retorno ao mundo sensível. II. aponta-se para o sentido da natureza da educação apropriada ao filósofo. III. o mundo da opinião está presente nas imagens que projetam as sombras e as próprias sombras. IV. a educação deve conduzir para as essências, para a ciência que a alma possui no seu interior. V. a educação deve conduzir para questões que afastem o homem das especulações intelectuais.
  • 7. Página 7 com Prof. Betover Estão CORRETAS as afirmações contidas na alternativa a) I, II, IV, V b) II, III, IV, V c) I, III, IV, V d) I, II, III, IV 7. (Uel) “- Mas a cidade pareceu-nos justa, quando existiam dentro dela três espécies de naturezas, que executavam cada uma a tarefa que lhe era própria; e, por sua vez, temperante, corajosa e sábia, devido a outras disposições e qualidades dessas mesmas espécies. - É verdade. - Logo, meu amigo, entenderemos que o indivíduo, que tiver na sua alma estas mesmas espécies, merece bem, devido a essas mesmas qualidades, ser tratado pelos mesmos nomes que a cidade”. (PLATÃO. A república. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 7 ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993. p. 190.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a justiça em Platão, é correto afirmar: a) As pessoas justas agem movidas por interesses ou por benefícios pessoais, havendo a possibilidade de ficarem invisíveis aos olhos dos outros. b) A justiça consiste em dar a cada indivíduo aquilo que lhe é de direito, conforme o princípio universal de igualdade entre todos os seres humanos, homens e mulheres. c) A verdadeira justiça corresponde ao poder do mais forte, o qual, quando ocupa cargos políticos, faz as leis de acordo com os seus interesses e pune a quem lhe desobedece. d) A justiça deve ser vista como uma virtude que tem sua origem na alma, isto é, deve habitar o interior do homem, sendo independente das circunstâncias externas. e) Ser justo equivale a pagar dívidas contraídas e restituir aos demais aquilo que se tomou emprestado, atitudes que garantem uma velhice feliz. 8. (Ufsj) No Livro VII da República de Platão, a educação é a arte a) de encaminhar a alma na boa direção. b) que dá vista aos olhos dos cegos. c) de conhecer apenas as sombras. d) que cuida dos números. 9. (Ufu) O trecho abaixo, que descreve o momento da origem do Kosmos, faz uma referência ao paradigma platônico das Formas. “Outro ponto que precisamos deixar claro é saber qual dos dois modelos tinha em vista o arquiteto quando o construiu (o Kosmos): o imutável e sempre igual a si mesmo ou o que está sujeito ao nascimento? Ora, se este mundo é belo e for bom seu construtor, sem dúvida nenhuma este fixara a vista no modelo eterno; e se for o que nem se poderá mencionar, no modelo sujeito ao nascimento.” PLATÃO, Timeu. Belém: EDUFPA, 2001. (28c-29ª). Marque a alternativa que caracteriza corretamente o modelo das Formas. a) Para explicar a origem do Kosmos, Platão divide todas as coisas em duas ordens inteiramente separadas e distintas: um modelo eterno, e outro sujeito ao nascimento e às mudanças. O primeiro é somente inteligível e constitui o alvo da atividade filosófica. O segundo é sensível, sujeito à destruição, e não tem qualquer relação ou parentesco com o modelo eterno que serve de base para a arquitetura do mundo. b) Platão postula as Formas, um paradigma eterno, que constitui a causa e a origem de todas as coisas sensíveis. Seres sensíveis são o efeito das causas inteligíveis, que lhes dão a existência e os nomes. As Formas ou Ideias são eternamente idênticas a si mesmas, imutáveis e unas. Tudo o que é sensível existe porque participa das Formas e se assemelha a elas, do mesmo modo que uma imagem em relação ao modelo original.
  • 8. Página 8 com Prof. Betover c) Na formação do Kosmos, Platão adota dois modelos: o modelo imutável e o modelo sujeito ao nascimento. O modelo imutável é constituído pelas Formas inteligíveis e serve de base para a arquitetura do mundo porque é belo e somente pensável. O modelo sujeito ao nascimento constitui as Formas sensíveis, que dão origem às coisas mutáveis e destrutíveis. d) Platão postula dois modelos cosmológicos na sua Filosofia: o modelo bom e eterno, e o modelo ruim e sensível. O modelo eterno representa o plano arquitetônico do Kosmos, que se identifica unicamente com o que é inteligível. O modelo sensível representa tudo o que é corporal. As Formas são uma duplicação inteligível do mundo sensível e servem para explicar o parentesco do pensamento com o divino. 10. (Ufsj) Considerando o pensamento de Platão na “Alegoria da Caverna”, é CORRETO afirmar que a) os prisioneiros entendem como única realidade o conhecimento que se afasta dos sentidos. b) os prisioneiros fundamentam o seu conhecimento na reflexão sobre o mundo da caverna. c) a opinião é certa de si mesma quanto mais afastada se encontra da verdade. d) a verdadeira realidade, para os prisioneiros, é aquela que vai além dos sentidos. 11. (Ufma) Considerando os Livros VI e VII da obra A república, de Platão, coloque F ou V, conforme sejam as afirmações Falsas ou Verdadeiras: I. O método utilizado por Sócrates em seus diálogos ficou conhecido pela tradição filosófica como fenomenologia. II. “A alegoria da caverna” representa o conhecimento humano em seus estágios de desenvolvimento. III. Platão lança as bases da democracia e, ao mesmo tempo, faz críticas à aristocracia. IV. Das ciências particulares, a que assume um caráter essencial na formação do filósofo é a Geometria. Agora, assinale a alternativa correta. a) V, V, F, F b) V, F, V, F c) F, F, V, V d) F, F, V, F e) F, V, F, V 12. (Ufsj) Para a formação do filósofo, segundo Platão, as Ciências mais indicadas são a) a Aritmética e a Geometria, porque favorecem o retorno da alma e são úteis, na guerra, aos filósofos aprendizes. b) a Geografia e a História, porque favorecem aos filósofos aprendizes conhecimentos espaço-temporal. c) a Química e a Física, porque estimulam a inteligência e esclarecem conhecimentos obtidos pelos sentidos. d) a Biologia, porque ela se ocupa do que nasce e morre, e do que pode aumentar ou diminuir as forças do corpo. 13. (Ufsj) Para Platão, os governantes do Estado são a) os verdadeiros dialéticos que defenderem as honras. b) os filósofos que se prepararam para uma função nobre. c) os verdadeiros filósofos que fizerem maior caso do dever e da justiça. d) os generais geômetras capazes de executar as manobras de guerra.
  • 9. Página 9 com Prof. Betover 14. (Ufu) O trecho abaixo faz uma referência ao procedimento investigativo adotado por Sócrates. “O fato é que nunca ensinei pessoa alguma. Se alguém deseja ouvir-me quando falo ou me encontro no desempenho de minha missão, quer se trate de moço ou velho (...) me disponho a responder a todos por igual, assim os ricos como os pobres, ou se o preferirem, a formular-lhes perguntas, ouvindo eles o que lhes falo.” PLATÃO. Apologia de Sócrates. Belém: EDUFPA, 2001. (33 a-b) Marque a alternativa que melhor representa o “método” socrático. a) Sócrates nada ensina porque apenas transmite aquilo que ouve de seu daímon. Seu procedimento consiste em discursar, igualmente para qualquer ouvinte, com longos discursos demonstrativos retirados da tradição poética ou com perguntas que levem o interlocutor a fazer o mesmo. A ironia é o expediente utilizado contra os adversários, cujo objetivo é somente a disputa verbal. b) A profissão de ignorância e a ironia de Sócrates fazem parte de seu procedimento geral de refutação por meio de perguntas e respostas breves (o élenkhos), e constituem um meio de reverter os argumentos do interlocutor para fazê-lo cair em contradição. A refutação socrática revela a presunção de saber do adversário, pela insuficiência de suas definições e pela aporia. c) Sócrates nunca ensina pessoa alguma, porque a profissão de ignorância caracteriza o modo pelo qual encoraja seus discípulos a adquirirem sabedoria diretamente do deus do Oráculo de Delfos. A ironia socrática é uma dissimulação que, pela zombaria, revela as verdadeiras disposições do pequeno número dos que se encontram aptos para a Filosofia. d) Sócrates nunca ensina pessoa alguma sem antes testar sua aptidão filosófica por meio de perguntas e respostas. Seu procedimento consiste em destruir as definições do adversário por meio da ironia. A ignorância socrática encoraja o adversário a revelar suas opiniões verdadeiras que, pela refutação, dão a medida da aptidão para a vida filosófica. 15. (Uel) “Quando é, pois, que a alma atinge a verdade? Temos de um lado que, quando ela deseja investigar com a ajuda do corpo qualquer questão que seja, o corpo, é claro, a engana radicalmente. - Dizes uma verdade. - Não é, por conseguinte, no ato de raciocinar, e não de outro modo, que a alma apreende, em parte, a realidade de um ser? - Sim. [...] - E é este então o pensamento que nos guia: durante todo o tempo em que tivermos o corpo, e nossa alma estiver misturada com essa coisa má, jamais possuiremos completamente o objeto de nossos desejos! Ora, esse objeto é, como dizíamos, a verdade.” (PLATÃO. Fédon. Trad. Jorge Paleikat e João Cruz Costa. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 66-67.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a concepção de verdade em Platão, é correto afirmar: a) O conhecimento inteligível, compreendido como verdade, está contido nas ideias que a alma possui. b) A verdade reside na contemplação das sombras, refletidas pela luz exterior e projetadas no mundo sensível. c) A verdade consiste na fidelidade, e como Deus é o único verdadeiramente fiel, então a verdade reside em Deus. d) A principal tarefa da filosofia está em aproximar o máximo possível a alma do corpo para, dessa forma, obter a verdade. e) A verdade encontra-se na correspondência entre um enunciado e os fatos que ele aponta no mundo sensível. Gabarito 1.C 2.B 3.C 4.B 5.C 6.D 7.D 8.A 9.B 10.C 11.E 12.A 13.C 14.B 15.A