Guimarães
terra de condes e reis
O Património Cultural
da cidade do “Fundador”
Aula 1
Guimarães é uma das mais importantes cidades de Portugal. Com a sua fundação envolta em lendas e milagres, o seu centro histórico foi classificado em 2001, pela UNESCO, como Património da Humanidade. Conhecida como o berço da Nação, a história de Guimarães remonta a tempos bem mais antigos, ao período neolítico, como comprovam os achados arqueológicos da Citânia de Briteiros e de Sabroso e, ainda da Estação Arqueológica da Penha.
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Património e história de Guimarães
1. Cadeira de
PATRIMÓNIO MUNDIAL E TURISMO CULTURAL
Artur Filipe dos Santos
1
Guimarães
terra de condes e reis
O Património Cultural
da cidade do “Fundador”
Aula 1
Artur Filipe dos Santos
https://bit.ly/3IhOVnI (página pessoal)
2. • Artur Filipe dos Santos
• Doutorado em Comunicação, Publicidade, Relações Públicas e Protocolo pela Faculdade de
Ciências Sociais e da Comunicação da Universidade de Vigo, é atualmente professor adjunto
no ISLA Instituto Politécnico de Gestão e Tecnologia, coordenador da licenciatura de
Comunicação e Tecnologia Digital e do CTesP de Comunicação Digital, e docente na
Universidade Lusófona do Porto. Atua como docente e investigador nas área(s de Ciências
Sociais com ênfase em Ciências da Comunicação, Comunicação e Divulgação do Património.
Perito em Protocolo (de Estado, Universitário, Multicultural e Empresarial) é membro da
Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo (APOREP), membro da Sociedad de Estudios
Institucionales, UNED, Espanha, investigador e membro da Direção do Observatório
Iberoamericano de Investigação e Desenvolvimento em Comunicação (OIDECOM-
Iberoamérica), Espanha, membro do Centro de Investigação em Comunicação (ICOM-X1) da
Universidade de Vigo, Espanha, membro da Associação Portuguesa de Ciências da
Comunicação (SOPCOM). É ainda divulgador dos Caminhos Portugueses a Santiago de
Compostela. É membro do ICOMOS (INTERNATIONAL COUNCIL OF MONUMENTS AND SITES),
organismo pertencente à UNESCO, responsável pela avaliação das candidaturas dos bens
culturais universais a Património Mundial Como jornalista fez parte da TV Galiza, jornal A Bola,
Rádio Sim (grupo Renascença), O Primeiro de Janeiro, Matosinhos Hoje, Jornal da Maia.
2
Artur Filipe dos Santos – artursantos.com.pt@gmail.com
•https://omeucaminhodesantiago.wordpress.com/ (Blogue)
•https://politicsandflags.wordpress.com/about/ (Blogue)
•https://arturfilipesantos.wixsite.com/arturfilipesantos (Académico)
•https://comunicacionpatrimoniomundial.blogia.com/ (Académico)
•Email: artursantos.com.pt@gmail.com
3. 3
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• Guimarães é uma das
mais importantes
cidades de Portugal.
Com a sua fundação
envolta em lendas e
milagres, o seu centro
histórico foi classificado
em 2001, pela UNESCO,
como Património da
Humanidade.
Paço dos Duques de Bragança, fundado no séc. XV
por D. Afonso, (filho ilegítimo do rei D. João I e de
D. Inês Pires Esteves), 1º Duque da Casa de
Bragança e 8º Conde de Barcelos; estátua de D.
Afonso Henriques, da autoria de Soares dos Reis,
inaugurada em 20 de Setembro de 1887.
4. 4
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• Conhecida como o
berço da Nação, a
história de Guimarães
remonta a tempos bem
mais antigos, ao
período neolítico, como
comprovam os achados
arqueológicos da
Citânia de Briteiros e
de Sabroso e, ainda da
Estação Arqueológica
da Penha.
Foto obtida a 10/06/2020
7. 7
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• Um riquíssimo acervo,
tanto neolítico como
céltico e romano
colocado a descoberto
e estudado por um dos
primeiros arqueólogos
portugueses: Francisco
Martins Sarmento.
8. 8
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• A tradição fala-nos na
figura transcendental
de Vímara Peres como
o fundador da cidade
de Guimarães. Fidalgo
galego, é a Vímara que
Afonso III das Astúrias
incumbe de conquistar
Portucale e de nela se
fazer presor. Estátua de Vímara Peres na cidade do
Porto, obra de Salvador Barata Feyo, em
1968.
9. 9
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• Filho de Pedro Theon
(filho de Bermudo I das
Astúrias), Vímara Peres
foi um dos responsáveis
pela repovoação da linha
entre o Minho e Douro e,
auxiliado por cavaleiros
da região, pela ação de
presúria do burgo de
Portucale (Porto), que foi
assim definitivamente
conquistado aos
muçulmanos no ano de
868.
10. 10
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• Nesse mesmo ano,
tornou-se o primeiro
conde de Portucale.
Vímara Peres receberia
um conjunto de terras
junto a Braga, um
pequeno burgo
fortificado que lhe
chamaria Vimaranis
(derivado do seu próprio
nome), que com o correr
dos tempos, por evolução
fonética, tornou-se a
moderna Guimarães.
11. 11
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• Foi em Guimarães que viria a
falecer, em 873. O seu filho,
Lucídio Vimaranes
(patronímico que significa
"filho de Vímara"), sucedeu-
lhe à frente dos destinos do
condado, instituindo-se assim
uma dinastia condal que
governaria a região até 1071
quando o conde Nuno
Mendes foi derrotado (e
morto) pelo rei Garcia da
Galiza, na batalha de Pedroso
(junto a Tibães), com este a
extinguir o condado.
12. 12
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• Apesar da lendária
fundação, a origem da
cidade remonta à Idade
Média, ao séc. X. Foi nesta
altura que a Condessa
Mumadona Dias, viúva de
Hermenegildo Gonçalves
mandou construir, na sua
propriedade de Vimaranes,
um mosteiro dúplice, que
se tornou num pólo de
atração e deu origem à
fixação de um grupo
populacional conhecido
como vila baixa.
13. 13
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• Paralelamente e para
defesa do aglomerado,
Mumadona construiu
um castelo a pouca
distância, na colina,
criando assim um
segundo ponto de
fixação na vila alta. No contexto da Reconquista cristã da Península
Ibérica, os domínios de Vimaranes foram
outorgados, em fins do século IX, a um cavaleiro de
suposta origem castelhana, de nome Diogo
Fernandes, que nelas veio a estabelecer-se.
14. • Uma de suas filhas, de nome
Mumadona Dias, desposou o
poderoso conde Hermenegildo
Gonçalves, vindo a governar, desde
meados do século X até ao terceiro
quartel do século XI, os domínios de
Portucale. Mumadona enviuvou por
volta de 928, entrando na posse de
vastos domínios, divididos em julho
de 950 entre os seus seis filhos.
14
Estátua de Mumadona Dias, que se encontra em frente ao
tribunal de Guimarães, da autoria de Álvaro Brée. Foi
oferecida por António de Oliveira Salazar, tendo sido
inaugurada em 1960, pelo então Presidente da República,
Almirante Américo Tomaz.
15. • Nesse momento, por
inspiração piedosa,
fundou, na parte baixa
da povoação de
Vimaranes um
mosteiro, ao qual veio a
fazer, mais tarde, uma
vultosa doação de
terras, gado, rendas,
objetos de culto e livros
religiosos (26 de janeiro
de 959).
15
Clique para ler o testamento de
Mumadona Dias
16. 16
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• Posteriormente o Mosteiro
transformou-se em Real
Colegiada (de Santa Maria da
Oliveira) e adquiriu grande
importância devido aos
privilégios e doações que reis
e nobres lhe foram
concedendo.
O Padrão do Salado foi erguido no século XIV
por iniciativa de Afonso IV de Portugal para
comemorar a vitória na Batalha de Salado, em
1340. O soberano participara nesta batalha
em apoio ao genro Afonso XI de Castela,
auxiliando-o a defender-se de uma armada
muçulmana.
17. 17
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• Tornou-se num
afamado Santuário de
Peregrinação, e de todo
o lado acorriam crentes
com preces e
promessas.
Diz a lenda que, no século XIV, ao lado da
igreja de Nossa Senhora da Vitoria, em
Guimarães, Portugal, existia uma oliveira
trazida do Jardim das Oliveiras de Jerusalém,
que secou.
18. 18
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• E assim continuou até
que colocaram perto
dela, uma cruz que
ainda está lá. Três dias
depois, a oliveira
reviveu com galhos
novos e exuberantes.
19. 19
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• A notícia atraiu uma
multidão, que veio admirar
o milagre em honra da
Nossa Senhora da Vitoria,
que desde então, passou a
se chamar de Nossa
Senhora da Oliveira. A
oliveira do milagre
permaneceu na praça
aproximadamente até
1870, data em que foi
removida por decisão da
Câmara Municipal de
Guimarães, contra a
vontade do povo.
20. 20
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• Todavia, em 1985, quando
da última restauração da
praça, ali foi de novo
plantada uma oliveira. No
polígono de pedra que a
envolve encontram-se
marcadas as três datas mais
importantes da sua história:
1342, 1870 e 1985. A
oliveira faz parte da história
da cidade e, por isso, é um
dos elementos integrantes
do brasão da cidade de
Guimarães.
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• No século XI, o rei
Afonso VI de Leão e
Castela entregou o
governo da Província
Portucalense ao Conde
D. Henrique de
Borgonha e a mão da
sua filha ilegítima D.
Teresa
22. 22
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• O conde D. Henrique era
filho (4.º) de Henrique de
Borgonha, bisneto de
Roberto I de França,
sobrinho-neto do abade
S. Hugo de Cluny. A sua
vida e carreira política
são condicionadas por
três fatores dominantes:
o feudalismo, o espírito
de cruzada e a reforma
gregoriana.
Henrique de Borgonha, Conde de Portucale
(1066-1112) e sua esposa, Teresa de Leão
(1080-1130), em iluminura do século XVI..
Genealogia dos Reis de Portugal.
23. 23
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• Ajudou o rei Afonso VI de Leão a
conquistar o Reino da Galiza,
recebendo como recompensa pelos
seus serviços casamento com a filha
ilegítima do monarca, Teresa de Leão.
Alguns anos mais tarde, em 1096, D.
Henrique recebeu de Afonso VI o
Condado Portucalense, que lhe assim
passava a prestar vassalagem direta.
D. Teresa de Leão em ilustração de Alfredo Roque Gameiro
no livro História de Portugal, popular e ilustrada (1899-1905)
da autoria de Manuel Pinheiro Chagas
24. 24
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• O rei de Leão
pretendeu assim limitar
o poder do conde
Raimundo de Borgonha
(que se encontra
sepultado na catedral
de Santiago de
Compostela), casado
com Urraca de Leão.
25. 25
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• A outorgação, pelo
Conde D. Henrique, do
primeiro foral nacional,
em data desconhecida,
mas possivelmente em
1096, atesta a
importância crescente
da então vila de
Guimarães, escolhida
ainda como capital do
então Condado
Portucalense.
26. 26
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• É em Guimarães que se
trava, a 24 de junho de de
1128 (do calendário Juliano,
1 de julho do calendário
Gregoriano), quase junto ao
castelo a célebre batalha de
S. Mamede entre o exército
de D. Afonso Henriques e
dos barões portucalenses
contra as tropas do conde
galego Fernão Peres de
Trava, amante da sua mãe,
D. Teresa de Leão, que se
tentava apoderar do
governo do Condado
Portucalense.
27. 27
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• Quando o conde
Henrique de Borgonha
morreu, a 24 de abril
de 1112, Teresa de Leão
ficou a governar o
condado, pois achava
que este lhe pertencia
por direito, mais do que
a outrem, porque o seu
pai lhe teria dado o
território na altura do
casamento.
Campo de S. Mamede. Ao fundo Igreja de S.
Dâmaso, edificada entre os sécs. XVII e XVIII
Dâmaso (em latim: Damasus; Civitas Igaeditanorum,
Lusitânia, 305 — Roma, Itália, 11 de dezembro de 384) foi o
37.º Papa da Igreja Católica de 1 de Outubro de 366 até a
data da sua morte 11 de dezembro de 384.
28. 28
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• Associou ao governo o
conde galego Bermudo
Peres de Trava e o irmão
Fernão Peres de Trava. A
crescente influência dos
condes galegos no
governo do condado
Portucalense levou à
revolta de 1128. Os
revoltosos escolheram
para seu líder Afonso
Henriques, filho de
Henrique de Borgonha e
de Teresa de Leão.
Fernão Peres de Trava,
imaginado por Alfredo Roque
Gameiro
29. 29
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• Com a derrota, Teresa
de Leão e Fernão Peres
abandonaram o
governo condal, que
ficou então nas mãos
do infante e dos seus
partidários, o que
desagradou ao Bispo de
Santiago de
Compostela, Diogo
Gelmires, que cobiçava
o domínio das terras.
Miniatura medieval românica de Didacus
Gelmirici, do manuscrito iluminado
do Tumbo de Toxosoutos (Galiza), século
XIII, Arquivo Histórico Nacional d eMadrid.
30. 30
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• Teresa de Leão desistia
assim da ambição de
ser senhora de
Portugal. Há rumores
não confirmados que
ela teria sido
aprisionada no Castelo
de Lanhoso. Há até
quem relate as
maldições que Teresa
rogou ao seu filho
Afonso Henriques.
31. 31
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• Como a vila foi-se
expandindo e
organizando, foi
rodeada parcialmente
por uma muralha
defensiva no reinado de
D. Dinis. Entretanto as
ordens mendicantes
instalam-se em
Guimarães e ajudam a
moldar a fisionomia da
cidade.
32. 32
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• Posteriormente,
aquando do reinado de
D. João I, os dois polos
fundem-se num único
após o derrube da
muralha que separava
os dois núcleos
populacionais.
33. 33
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• Em 1853 a vila de
Guimarães é elevada a
cidade, no reinado de D.
Maria II. Será autorizado
e fomentado o derrube
das muralhas, haverá a
abertura de ruas e
grandes avenidas como o
atual Largo de Martins
Sarmento, o Largo da
Condessa do Juncal e a
Alameda de São Dâmaso.
D. Maria II (A Educadora, ou “A
Boa Mãe”, quadro de John
Simpson, Museu Imperial, Brasil
34. 34
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• Ao longo dos séculos
realizaram-se
importantes reuniões,
conhecidas como as
Cortes de Guimarães
(1256, 1261, 1288 e
1401)
35. 35
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•Património
Cultural
edificado de
Guimarães
Igreja e Oratórios de Nossa Senhora da
Consolação e Santos Passos
36. 36
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• Castelo de Guimarães
• No século X, após ter enviuvado
do Conde Hermenegildo (ou
Mendo) Gonçalves, a Condessa
Mumadona Dias assume o
governo do Condado
Portucalense e toma duas
medidas de grande importância
funda, na parte baixa de
Guimarães, o Mosteiro de Santa
Maria (por volta do ano de 950)
e, na parte alta, um castelo, o
denominado Castelo de S.
Mamede (entre os anos 950 e
957).
37. 37
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• Paradigma das origens
da nacionalidade e da
própria figura de D.
Afonso Henriques, o
Castelo de Guimarães é
um dos monumentos
mais representativos do
imaginário medieval
português.
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• A construção deste
castelo foi necessária
para defender o Mosteiro
recém edificado e as
populações que,
entretanto, se foram
fixando junto a estas duas
construções. A
construção deste Castelo
foi igualmente, uma
forma de afirmar o seu
poder perante os demais
senhores feudais.
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• Um diploma que
assinala a entrega do
Castelo de S. Mamede
ao Mosteiro de
Guimarães, em 4 de
dezembro de 968, é a
primeira referência
conhecida a esta
fortificação.
•
40. 40
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• Desse primitivo reduto
militar pouco ou nada se
sabe, para além do facto
de constituir um dos
primeiros exemplos “de
uma estrutura castelar
erguida para assegurar a
proteção de um mosteiro,
um binómio que se viria a
verificar muitas outras
vezes nas centúrias
seguintes” (BARROCA,
1996, p.18).
Reconstituição da fase românica do castelo
41. 41
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• Mais de um século
depois, o Conde D.
Henrique (a quem tinha
sido doado o condado
portucalense) escolheu
Guimarães para
estabelecer a sua corte.
Talvez tenha pesado na
sua decisão a segurança
que o Castelo de São
Mamede – assim lhe
tinha chamado sua
fundadora – oferecia.
42. 42
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• O forte, por essa altura,
necessitaria de reformas
urgentes e o conde optou
por demolir parcialmente
a construção de
Mumadona, ampliando a
área ocupada pela
fortaleza original, com
novos e mais potentes
muros, que apresentam
uma técnica já muito
próxima do Românico.
A vermelho está sinalizada a sapata proto-
românica do castelo. Foto obtida a partir do
blogue https://jmdorropio.wixsite.com/
43. 43
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• Datam, contudo, do século
XII as mais importantes
reformas arquitetónicas no
castelo. De acordo com os
estudos de Mário Barroca,
é este tipo de aparelho do
século XII, já plenamente
Românico, que “percorre,
pela primeira vez de forma
integral, todo o perímetro
amuralhado do castelo (…)
embora ignore todos os
torreões e não se detete na
Torre de Menagem”
(BARROCA, 1996, pp.21-
22).
Maquete do castelo na época de D. Dinis, com
o hurdício na torre de menagem.
Hurdício galeria de madeira construída na parte superior
de torre ou parede exterior de fortaleza, para permitir o
aumento do ângulo de tiro vertical sobre a área na base
da estrutura
44. 44
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• Esta imponente torre
quadrangular, que hoje
tão singularmente
carateriza o
monumento, foi, assim,
construída em época
mais tardia, já na
segunda metade do
século XIII, com grande
probabilidade no
reinado de D. Dinis.
45. 45
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• Da reforma então
efetuada datam também
os oito torreões e uma
parte significativa das
muralhas da cidade, que
arrancam, precisamente,
dos torreões. Na viragem
para a segunda dinastia,
parte do espaço do
castelo foi privatizado,
construindo-se, então,
um paço senhorial
destinado ao alcaide da
fortaleza.
46. 46
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• A radical mudança nas
táticas militares,
motivada pela introdução
da pirobalística,
determinou o início de
uma longa decadência da
fortaleza vimaranense.
Logo no século XVI, aqui
foi instalada a cadeia da
cidade. No século
seguinte, o recinto
acumulou as funções de
palheiro real e as de
pedreira.
47. 47
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Guimarães terra de condes e reis
• O estado de ruína do Castelo
aumentava cada dia e em 1836,
um dos membros da Sociedade
Patriótica Vimaranense
(associação criada para promover
os interesses progressistas locais)
defendeu a demolição do Castelo
e a utilização da sua pedra para
ladrilhar as ruas de Guimarães, já
que a fortaleza tinha sido usada
como prisão política no tempo de
D. Miguel. Foi realizado um
referendo no mesmo ano junto da
população e, por quatro votos
apenas a proposta, felizmente, não
foi aceite.
O Castelo de Guimarães numa fotografia de
meados do séc. XIX
50. 50
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Guimarães terra de condes e reis
• A 19 de Março de 1881,
em Diário do Governo,
classificava-se o Castelo
de Guimarães como o
único monumento
histórico de primeira
classe em todo o Minho.
Meio século mais tarde
dava-se início ao restauro
da estrutura, mais
propriamente em 1937.
51. 51
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• Esta campanha, que
conferiu ao monumento
o aspeto geral que hoje
possui, foi conduzida pela
Direção Geral dos
Edifícios e Monumentos
Nacionais, no seu vasto
programa de restauro e
de celebração da Idade
Média portuguesa.
•
52. 52
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Guimarães terra de condes e reis
• Com projeto do arquiteto
Rogério de Azevedo, um
dos principais nomes do
restauro patrimonial no
nosso país naquela
primeira metade do
século XX, o restaurado
castelo foi inaugurado a 4
de Junho de 1940, por
ocasião das
Comemorações do VIII
Centenário da Fundação
da Nacionalidade.
53. Bibliografia
53
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico Português
https://www.amap.pt/p/hist-duas-vilas
https://www.amap.pt/static/uploads/c/hist/2/1/resumo.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_de_Navarra
https://pt.wikipedia.org/wiki/Diego_Gelmires
https://www.cm-guimaraes.pt/viver/noticias/noticia/guimaraes-vai-ter-uma-
estatua-a-representar-a-imagem-de-vimara-peres
https://bloguedominho.blogs.sapo.pt/quem-foi-vimara-peres-a-quem-guimaraes-
11238608
https://jmdorropio.wixsite.com/site/post/o-castelo-de-guimar%C3%A3es-das-
suas-origens-ao-s%C3%A9culo-xv
https://jmdorropio.wixsite.com/site/infoblog