É uma das igrejas mais bonitas de Lisboa. A igreja do Convento de S. Domingos de Lisboa foi construída inicialmente no séc. XIII.
A sua atual edificação é da autoria de Carlos Mardel, autor, entre outros do claustro do Mosteiro de Santa-Clara-a-Nova, em Coimbra, do Aqueduto das Águas Livres e da Mãe d’Água das Amoreiras, entre outros. A história desta igreja (conhecida também como Paroquial de Santa Justa e Rufina) estará sempre ligada ao fatídico episódio do Massacre dos Judeus, ocorrido a 19 de abril de 1506, culminando de forma trágica as constantes perseguições que esta comunidade vinha conhecendo desde o séc. XV em Portugal.
Artur Filipe dos Santos - Igreja do Convento de S. Domingos e o Massacre Judeu de 1506 - Património Cultural
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Cadeira de
PATRIMÓNIO MUNDIAL E TURISMO CULTURAL
Artur Filipe dos Santos
MARIANTES DO RIO DOURO
Igreja do Convento de
S. Domingos de Lisboa
A perseguição judaica de 1506
Artur Filipe dos Santos
https://bit.ly/3IhOVnI (página pessoal)
2. • Artur Filipe dos Santos
• Doutorado em Comunicação, Publicidade, Relações Públicas e Protocolo pela Faculdade de
Ciências Sociais e da Comunicação da Universidade de Vigo, é atualmente professor adjunto
no ISLA Instituto Politécnico de Gestão e Tecnologia, coordenador da licenciatura de
Comunicação e Tecnologia Digital e do CTesP de Comunicação Digital, e docente na
Universidade Lusófona do Porto. Atua como docente e investigador nas área(s de Ciências
Sociais com ênfase em Ciências da Comunicação, Comunicação e Divulgação do Património.
Perito em Protocolo (de Estado, Universitário, Multicultural e Empresarial) é membro da
Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo (APOREP), membro da Sociedad de Estudios
Institucionales, UNED, Espanha, investigador e membro da Direção do Observatório
Iberoamericano de Investigação e Desenvolvimento em Comunicação (OIDECOM-
Iberoamérica), Espanha, membro do Centro de Investigação em Comunicação (ICOM-X1) da
Universidade de Vigo, Espanha, membro da Associação Portuguesa de Ciências da
Comunicação (SOPCOM). É ainda divulgador dos Caminhos Portugueses a Santiago de
Compostela. É membro do ICOMOS (INTERNATIONAL COUNCIL OF MONUMENTS AND SITES),
organismo pertencente à UNESCO, responsável pela avaliação das candidaturas dos bens
culturais universais a Património Mundial Como jornalista fez parte da TV Galiza, jornal A Bola,
Rádio Sim (grupo Renascença), O Primeiro de Janeiro, Matosinhos Hoje, Jornal da Maia.
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3. • É uma das igrejas mais
bonitas de Lisboa. A
igreja do Convento de
S. Domingos de Lisboa
foi construída
inicialmente no séc.
XIII.
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Igreja d eS. Domingos e a perseguição judaica de 1506
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Igreja d eS. Domingos e a perseguição judaica de 1506
• A sua atual edificação é
da autoria de Carlos
Mardel, autor, entre
outros do claustro do
Mosteiro de Santa-
Clara-a-Nova, em
Coimbra, do Aqueduto
das Águas Livres e da
Mãe d’Água das
Amoreiras, entre outros
5. • A história desta igreja
(conhecida também
como Paroquial de Santa
Justa e Rufina) estará
sempre ligada ao fatídico
episódio do Massacre dos
Judeus, ocorrido a 19 de
abril de 1506,
culminando de forma
trágica as constantes
perseguições que esta
comunidade vinha
conhecendo desde o séc.
XV em Portugal.
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Igreja d eS. Domingos e a perseguição judaica de 1506
Memorial às Vítimas do Massacre Judaico
de 1506
Inaugurada em 19 de Abril de 2008, pela
Câmara Municipal de Lisboa, no meio do Largo
de São Domingos, esta escultura é um tributo
da cidade de Lisboa às vítimas da intolerância
e do fanatismo religioso resultantes do
massacre judaico de 1506. Executada pela arq.
Graça Bachmann.
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• A Igreja e o convento
de S. Domingos
encontram-se
localizados na freguesia
de Santa Justa.
• Construída no século
XIII, por ordem do rei D.
Sancho II,a sua primeira
pedra foi lançada em
1241.
7. • Foi alvo de várias
campanhas de obras
que lhe alteraram a sua
traça medieval original.
O convento foi
acrescentado
posteriormente por D.
Afonso III e alargado
por D. Manuel I.
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• Um terremoto ocorrido a
26 de janeiro de 1531
destruiu grande parte da
igreja. Reconstruída em
1536, tornou-se uma das
igrejas mais ricas de
Lisboa, mercê da
proteção dada pela Igreja
Católica aos grandes
artífices da inquisição (ou
tribunal do Santo Ofício):
os Dominicanos-
9. • A sua riqueza interior
era extraordinária,
havendo uma imagem
de prata maciça, que
saía em procissão num
andor do mesmo metal,
alumiada por lâmpadas
também de prata.
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• Contudo, as pinturas dos
altares, os paramentos e
restantes tesouros
desapareceram durante o
terramoto de 1755,
salvando-se unicamente
a sacristia e a capela-mor,
mandada fazer por D.
João V e desenhada pelo
arquitecto alemão João
Frederico Ludovice, em
1748, o célebre autor do
Convento de Mafra e da
capela-mor da Sé
Catedral de Évora.
11. • A capela-mor, toda de
mármore negro, e em
cujas colunas se vêem,
junto à base,
medalhões
delicadamente
cinzelados, que
também avultam sobre
os nichos laterais.
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• Na reconstrução da
estrutura, o arquiteto
Carlos Mardel acrescentou
magnificas colunas de
mármore em todos os
altares. O coro-alto passou
a ser constituído por uma
planta retangular sobre o
travejamento de madeira,
assente em duas
majestosas colunas, sendo
iluminado pelas três
entradas de luz que se
encontram num registo
superior, assim como pelo
óculo da janela principal.
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• A sua reabertura deu-se
em 1834 conseguindo
albergar mais de 2000
fiéis.
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• A igreja acabou por ser
reconstruída por
Manuel Caetano de
Sousa, sob direcção de
Carlos Mardel. O portal
foi reaproveitado e veio
da capela real do
Palácio da Ribeira,
assim como a sacada
que encima o portal.
15. • Sendo uma das igrejas
mais vasta de Lisboa,
nela se realizaram
todas as grandes
cerimónias religiosas,
as exéquias nacionais e
reais, assim como as
solenidades dos
baptizados e
casamentos reais.
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• Em 13 de agosto de 1959,
um violento incêndio
destruiu por completo a
decoração interior da
igreja, onde constavam
altares em talha dourada,
imagens valiosas e
pinturas de Pedro
Alexandrino de Carvalho
(conhecido como “Pintor
dos Frades” – ver lista de
obras).
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Pedro Alexandrino de Carvalho
Glorificação de S. Vicente,
Sé Catedral de Lisboa
Pedro Alexandrino de Carvalho
Nossa Senhora da Conceição,
Palácio Nacional de Sintra
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• A igreja recebeu obras
e reabriu ao público em
1994, sem esconder as
marcas do incêndio,
como as colunas
rachadas. Ainda que
destruída, é uma igreja
que sobressai pela
policromia dos seus
mármores.
20. • Actualmente é a igreja
paroquial da freguesia
de Santa Justa e Santa
Rufina, em plena Baixa
Pombalina e foi
classificada como
Monumento Nacional.
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21. • Expõe metade do lenço
usado pela Irmã Lúcia
no dia 13 de Outubro
de 1917 (a outra
metade encontra-se no
Santuário de Nossa
Senhora de Fátima, em
Fátima) e ainda o terço
usado por Santa Jacinta
Marto no mesmo dia.
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• De traço
predominantemente
barroco, de planta em
cruz latina, tem uma
fachada muito simples
e o interior, apesar do
terramoto e do fogo,
denota ainda grande
beleza e dinamismo.
23. • É uma igreja de uma só
nave, majestosa. A
sacristia e a portaria
ainda mostram um pouco
de sabor maneirista,
denotando as várias
campanhas de obras de
que foi alvo na sua
história. O mesmo estilo
pode ser visto nos
túmulos e lambris de
azulejos de ponta de
diamante na sacristia.
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24. • Massacre de Lisboa de
1506
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• No Massacre de Lisboa
de 1506, também
conhecido como Pogrom
de Lisboa ou Matança da
Páscoa de 1506, uma
multidão perseguiu e
matou milhares de
judeus (mais de 4 000,
segundo o relato
contemporâneo de
Garcia de Resende[1]),
acusados de serem a
causa de uma seca, fome
e peste que assolavam o
país.
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• Só a intervenção do rei
D. Manuel I de Portugal
pôs fim ao motim,
enviando suas tropas
reais e castigando com
pesadas penas os
culpados
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• Isto sucedeu antes do
início da Inquisição
portuguesa e nove anos
depois da conversão
forçada dos judeus em
Portugal, em 1497,
durante o reinado de
mesmo D. Manuel. Cerca
de 100 mil judeus[3]
refugiaram-se em
Portugal nos anos que se
seguiram à sua expulsão
de Espanha em 1492
pelos reis católicos.
28. • D. Manuel I mostrou-se
mais tolerante com a
comunidade judaica,
mas, sob a pressão de
Espanha, também em
Portugal, a partir de
1497, os judeus foram
forçados a
converterem-se para
não serem mais
humilhados e mortos
em praças públicas.
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• O massacre
• A historiografia situa o início
da matança no Convento de
São Domingos de Lisboa, no
dia 19 de abril de 1506, um
domingo, quando os fiéis
rezavam pelo fim da seca e da
peste que grassavam em
Portugal, e alguém jurou ter
visto no altar o rosto de Cristo
iluminado — fenómeno que,
para os católicos presentes, só
poderia ser interpretado como
uma mensagem de
misericórdia do Messias — um
milagre.
30. • Um cristão-novo que
também participava da
missa tentou explicar
que esse milagre era
apenas o reflexo de
uma luz, mas foi calado
pela multidão, que o
espancou até a morte.
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• A partir daí, os judeus da
cidade que anteriormente já
eram vistos com desconfiança
tornaram-se o bode expiatório
da seca, da fome e da peste:
três dias de massacre se
sucederam, incitados por
frades dominicanos que
prometiam absolvição dos
pecados dos últimos 100 dias
para quem matasse os
"hereges" e que juntaram
uma turba de mais de
quinhentas pessoas incluindo
muitos marinheiros da
Holanda, da Zelândia e de
outras terras com as suas
promessas.
32. • A corte encontrava-se em
Abrantes — onde se instalara
para fugir à peste — quando o
massacre começou. D. Manuel
I tinha-se posto a caminho de
Beja, para visitar a mãe. Terá
sido avisado dos
acontecimentos em Avis, logo
mandando magistrados para
tentar pôr fim ao banho de
sangue. Entretanto, mesmo as
poucas autoridades presentes
foram postas em causa e, em
alguns casos, obrigadas a fugir.
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• Como consequência,
homens, mulheres e
crianças foram torturados,
massacrados e queimados
em fogueiras improvisadas
no Rossio, mais
precisamente junto ao largo
de São Domingos. Os
judeus foram acusados
entre outros "males", de
deicídio e de serem a causa
da profunda seca e da peste
que assolava o país. A
matança durou três dias —
de 19 a 21 de Abril, na
Semana Santa de 1506.
34. • D. Manuel I penalizou os
envolvidos, confiscando-lhes os
bens, e os dominicanos
instigadores foram condenados à
morte por enforcamento. Há
também indícios de que o
referido Convento de São
Domingos (da Baixa) teria sido
fechado durante oito anos e
sabe-se que os representantes da
cidade de Lisboa foram expulsos
do Conselho da Coroa
(equivalente ao atual Conselho
de Estado), onde tinham assento
desde 1385, quando o rei D. João
I lhes concedeu esse privilégio
pelo seu apoio à sua campanha
pela conquista do Trono
português.
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Consequências
35. Bibliografia
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Cadeira de Património Cultural e Paisagístico Português
Festas do Povo de Campo Maior
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tom%C3%A1s_de_Torquemada
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Mardel
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_de_S%C3%A3o_Domingos_(Santa_Justa)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Massacre_de_Lisboa_de_1506
https://www.infopedia.pt/$tomas-de-torquemada
https://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/torquemada-o-temivel-
inquisidor.htm