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Universidade de Brasília – UnB
Departamento de Ciência da Computação – CIC
Disciplina: Informática e sociedade – Turma: A
Docente: Pedro Antônio Dourado de Rezende
Semestre 1/2007

Inclusão digital
[<o>]

Discente: Adriano Teles da Costa e Oliveira
Matrícula: 03/28235
Introdução
“Inclusão Digital ou infoinclusão é a democratização do acesso às
tecnologias da Informação, de forma a permitir a inserção de todos na sociedade
da informação. Entre as estratégias inclusivas estão projetos e ações que facilitam
o acesso de pessoas de baixa renda às Tecnologias da Informação e
Comunicação (TIC). A inclusão digital volta-se também para o desenvolvimento de
tecnologias que ampliem a acessibilidade para usuários com deficiência.
Toda a sociedade pode ter acesso a informações disponíveis na Internet,
e assim produzir e disseminar conhecimento. A inclusão digital insere-se no
movimento maior de inclusão social, um dos grandes objetivos compartilhados por
diversos governos ao redor do mundo nas últimas décadas.” [1]

A intenção desse trabalho é chamar a atenção para a importância e atualidade do
tema. A partir de estudos e pesquisas internacionais de diversos continentes, procura-se
situar o Brasil nesse contexto. Espera-se que esse trabalho sirva como subsídio para
projetos governamentais ou não de inclusão digital no nosso país.
Como estudante de Ciência da Computação, o tema faz parte da minha formação
acadêmia e pessoal. Como tudo na vida, a inclusão digital também tem seus prós e
contras, que serão analisados e pesados para contribuir para um parecer final, mas não
definitivo.

Objetivos
Entender a influência que um computador[2] pode ter na vida de um jovem e do seu
coletivo.
Entender melhor a situação atual do país e do mundo quanto a inclusão digital.
Analisar a necessidade de incluir as pessoas. Tentar determinar quem deve ser incluído e
a urgência disso. Será que todos que puderem ser incluídos devem sê-lo? De que
maneira uma pessoa pode ser incluída? Qual a melhor maneira? Qual a velocidade que
esse processo pode ou deve acontecer? Quanto custa tudo isso? A lista de perguntas
sobre esse assunto pode ser muito mais extensa do que isso, então, para fins práticos,
paramos por aqui.

Problemas
Como determinar quem deve ser incluído? Qual o limite mínimo ou máximo de
idade? É possível estabelecer um só número para esta idade? O fato de seres humanos
estarem envolvidos complica bastante responder as perguntas desse assunto com
exatidão. Existe uma faixa consideravelmente grande de pessoas que interceptam
características, que “justificariam” a não necessidade de serem incluídas. Por exemplo,
qual a vantagem em forçar aqueles que exercem uma certa resistência às novas
tecnologias, os chamados tecnofóbicos, a aderirem a essa revolução digital? Apesar de
tudo, é possível estimar intervalos de valores satisfatórios de inclusão. Tal intervalo
poderia ser obtido comparando-se o Brasil com países que hoje já possuem um
percentual alto (> 50%) de usuários de Internet em relação a população total do país. Ex.:
Islândia, com 86,3% de internautas, Austrália com 70,2% e Estados Unidos da América
com 69,6%. Apesar de que inúmeros fatores agem simultaneamente para determinar o
comportamento de uma sociedade, podemos tentar usar estatísticas como indicadores de
1

http://pt.wikipedia.org/wiki/Inclus%C3%A3o_digital
2 - Computador: deve ser entendido como o tradicional PC ou microcomputador, um desktop ou laptop. PC (Pesronal Computer)
designa um computador pessoal, aquele que se usa para navegar na Internet, digitar trabalhos. Tem processador, sistema operacional,
teclado e monitor de vídeo (geralmente as telas dos monitores têm entre 13 e 17 polegadas).
satisfação do percentual de usuários.

Metodologia
Serão apresentados argumentos contra e a favor da inclusão digital. Toda as fontes
bibliográfica são de textos da Internet. A única fonte bibliográfica para as posições
contrárias a inclusão digital será a do site do professor aposentado do Departamento de
Ciência da Computação da USP, Valdemar Setzer. A razão se deve ao fato desse
professor escrever artigos e livros, proferir palestras e cursos desse assunto há mais de
dez anos (de 1996 até hoje, 2007). Ao longo desse tempo, Setzer já considerou as mais
diversas maneiras que um computador pode produzir prejuízos em crianças e jovens
quando usado antes da puberdade. Para os argumentos à favor, conta-se com diversos
textos de diversos autores.

Quem e por que?
Quem deve ser incluído será dividido em dois grupos: jovens (menores de 18 anos)
e adultos. O foco principal estará nos jovens. Não será analisada a hipótese de que
nenhum adulto deva ser incluído. É muito difícil imaginar o mundo hoje sem computador.
As soluções a respeito do uso de computadores por adultos está associada a criação de
uma legislação específica que regule o conteúdo veiculado na Internet, e não na proibição
do contato com o computador, o que se é discutido entre os jovens.
"Deve se levar em conta que as novas tecnologias tanto podem reduzir as
carências educacionais, econômicas e sociais quanto aumentar a exclusão", disse o
jornalista e mediador de um debate, Heródoto Barbeiro. Nesse debate Setzer estava
presente e se manifestou alertando dos possíveis efeitos colaterais do uso inadequado de
um computador.
Setzer mostrou uma pesquisa acadêmica realizada em Israel onde crianças que
estiveram em contato com o computador não tiveram um aumento no desempenho
escolar. “Isso é mercantilismo de vendedor e ignorância de quem não sabe o que é
educação ou computador e embarca na falácia dos vendedores”, afirma. “Fui convidado a
proferir, em uma escola, uma palestra sobre o uso de computadores por crianças e
jovens”, motivo:
“...os professores estavam preocupados, e muitos pais desesperados, com
o resultado do uso de computadores pelos alunos e filhos. Em geral, o rendimento
escolar estava piorando nas crianças e jovens que usavam o computador,
principalmente os que têm computador em casa e, em muito maior grau, em seu
próprio dormitório, sem nenhum controle por parte dos pais. (...) A miséria
produzida pelo ser humano ultrapassa as previsões mais pessimistas.”

“Os alunos que não têm acesso a um computador tiveram o pior desempenho em
Matemática no Pisa 2003.” “Desempenho em Matemática e Leitura é melhor entre alunos
que utilizam o computador entre uma vez por semana e uma vez por mês, na escola e,
principalmente, em casa.” [3] Se X não acontence, não significa que não acontece nunca.
Se Y acontence, também não significa que acontece sempre.
Uml estudo mundial diz ter comprovado que computadores melhoram o
desempenho dos alunos. “Pesquisa feita pela Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) acabou com qualquer dúvida ainda existente sobre
a importância da tecnologia na educação.” O estudo faz parte do Programa Internacional
de Avaliação de Alunos (Pisa [4]), da OCDE, referência de comparação de desempenho
3
4

http://www.aprendebrasil.com.br/articulistas/betina_bd.asp?codtexto=656
PISA – Programme for International Student Assessment é um programa internacional de avaliação comparada, cuja principal
escolar entre países. E ainda acrescenta: “Só falta o Brasil aprender isso.”. Cerca de 79%
dos estudantes nos países desenvolvidos já usam computador para fazer os trabalhos
escolares.
Uma pesquisa do IBGE [5] revelou que no Brasil 35,9% dos eram internautas e
76,2% das pessoas com 15 anos ou mais de estudo acessavam a Internet. 90,2% dos
estudantes responderam que utilizam a Internet para educação e aprendizado. Não ter
acesso a microcomputador era o principal motivo para não utilizar a rede.
O Brasil ficou em penúltimo lugar no estudo da OCDE e oferece uma média de 1
computador para cada 50 alunos. “...não basta ter máquinas à disposição dos alunos. É
preciso orientá-los. O estudo do Pisa mostra que o desempenho em matemática e leitura
melhora quando os alunos usam softwares educacionais pelo menos uma vez por
semana. Mas a performance cai quando usam mais que isso.” [ 6] Andreas Schleicher diz:
“É possível que na maior parte do tempo eles se dediquem a chats e jogos eletrônicos,
que são fascinantes na idade deles, mas que precisam de limites porque podem
desvirtuar o foco na educação.” O estudo sugere que é função da escola, em um mundo
cada vez mais dominado pela tecnologia, mostrar aos alunos como fazer uso produtivo do
computador. “Não faz a menor diferença escrever uma redação em papel ou digitá-la em
Word”, diz Sérgio Ferreira do Amaral, professor da Faculdade de Educação da Unicamp e
coordenador do Laboratório de Novas Tecnologias Aplicadas à Educação.” Na verdade
faz diferença, pois um papel e uma caneta podem custar R$ 1 real, enquanto a licensa de
uso de um software proprietário como o Word custa muito mais que isso (preços entre R$
399,00 para o DVD-ROM Office 2007 Home & Student com 3 Licenças e R$ 1.599,00
para o DVD-ROM Office 2007 Professional Full)!
Ivan Paulo Gianini, gerente de Ação Cultural do Sesc defende que o uso do
computador, inclusive, melhora bastante a forma de escrever do indíviduo. "Os programas
de texto proporcionam uma correção em tempo real do que as pessoas escrevem. Além
disso, ao usar o microcomputador as pessoas escrevem muito mais". Por experiência
própria, meus trabalhos rendem, de fato, muito mais quando uso o teclado ao invés da
caneta.
As previsões mais pessimistas de Setzer aumentaram também a miséria em países
como Nova Zelândia, Suécia e Portutal, onde a taxa de usuário de Internet é maior que
73%[7] da população (lembrando que esse percentual inclui jovens menores de 18 anos)?
“Mas o bom uso do computador, afirma Amaral, transforma o ambiente
educacional. Dá ao aluno um conteúdo que o professor seria incapaz de trazer
para a sala de aula. Rompe com o modelo tradicional de ensino, que se
caracteriza por um professor falando e vários alunos tomando nota. O
conhecimento passa a ser produzido em conjunto, e a reflexão dos estudantes
ganha importância.” “O aluno deixa de ser passivo e o professor deixa de ser o
dono do conhecimento”, afirma Maria Elizabeth Pinto de Almeida, da PUC-SP,
coordenadora de um projeto de formação de gestores para escolas públicas
estaduais. Os alunos, diz ela, se tornam agentes do conhecimento. Os
professores, orientadores do aprendizado. Muito daquilo que era para ser
decorado, sem explicação, é questionado. “Para que memorizar tudo se basta
acessar o Google?”, diz Amaral, da Unicamp.”[8]

O professor Setzer disse já ter conseguido, conceitualmente e por meio de
experiências feitas em seu Instituto, estabelecer uma idade mínima ideal para que se
coloque um jovem em contato com o computador: 17 anos. Essa experiência baseou-se
em teorias de Steiner: “Existem três grandes fases no desenvolvimento de cada ser

5
6
7

8

finalidade é produzir indicadores sobre a efetividade dos sistemas educacionais, avaliando o desempenho de alunos na faixa dos
15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países. Esse programa é
desenvolvido e coordenado internacionalmente pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). No
Brasil, o Pisa é coordenado pelo Inep – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais.
http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_impressao.php?id_noticia=846
http://aprendiz.uol.com.br/content.view.action?uuid=e17d81ca0af470100140984bd391ffbd
http://www.Internetworldstats.com/top25.htm
http://aprendiz.uol.com.br/content.view.action?uuid=e17d81ca0af470100140984bd391ffbd
humano, correspondentes a períodos de sete anos, os setênios." Posso concluir que
nenhum jovem com menos de 17 anos pode ser mais beneficiado que prejudicado ao
utilizar um computador? Como sugerido acima, o problema está em administrar o tempo
que o aluno passa em frente a um computador. E não no simples fato dele estabelecer
qualquer contato. Setzer parece estar passando a culpa toda para o computador. Estudos
propõe controle e não proibição. Se pais e professores puderem orientar as crianças, o
computador pode servir como uma ferramenta muito útil, tanto na vida acadêmica quanto
na recreação. Quantas crianças poderão receber uma orientação escolar? Estatísticas do
ano de 2000 [9] revelam que o Brasil possue 97% das crianças de 7 a 14 anos
matriculadas.
O problema, porém, é que quantidade não significa qualidade. Isso porque 55%
dos estudantes da 4ª série estavam na faixa crítica ou muito crítica na área de leitura, ou
seja, no máximo conseguiam ler frases simples, segundo o Sistema de Avaliação da
Educação Básica (Saeb) 2003, disponível pela classificação que variava de avançado a
muito crítico. As notas do Brasil na avaliação do Pisa foram baixas, mesmo se
comparadas a outros países com níveis de renda per capita similares.
“Motivada principalmente pelo alto índice de indisciplina de seus alunos de
5ª e 6ª séries, o colégio Miguel de Cervantes, escola de elite paulistana, levou o
computador para dentro da sala de aula comum. “Os alunos evoluíram mais rápido
do que a escola pode acompanhar. Agora, estamos aprendendo a conversar na
mesma língua deles, a dos bits”. (...)
“No Cervantes, o professor pode baixar uma música ou uma imagem da
rede enquanto explica o conteúdo. “O professor gasta mais tempo com o que
realmente interessa”, diz Veloso. “Não tem mais de escrever o conteúdo na lousa,
e o aluno se concentra na explicação.””[10]

Setzer condenou os inúmeros trabalhos de desenvolvimento de jogos e atividades
educativas em meio eletrônico: “Qualquer coisa em meio eletrônico obriga a criança ao
pensamento matemático restrito e provoca alienação da realidade”. Pensamento
matemático restrito? Há como negar que não há interatividade e lazer? Sonhar é uma
alienação da realidade. Devemos parar de sonhar? Para o professor, a Internet, assim
como a TV pode trazer informação para as pessoas, mas afirma que informação não é o
mesmo que conhecimento. ''Informação pode ser transmitida a todo momento, mesmo
que não seja real ou mesmo que aquele que transmite não tenha assimilado. Já o
conhecimento é algo que se adquire apenas com a vivência", disse. O presidente do
Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, Sérgio Amadeu da Silveira, discordou e
comentou que a afirmação de que a vivência seja necessária anula os estudos em torno
da História.
“Acontece que o computador faz muito mal às crianças:
independentemente do programa que é usado, ele deve ser controlado a partir de
comandos que formam uma linguagem de natureza matemática. É como se se
forçasse uma criança a aprender a provar teoremas. Ora, se ela é muito jovem, é
assim forçada a pensar como se estivesse no segundo grau.”[11]

O professor deveria se informar melhor. Existem programas educativos para
crianças, onde o único comando é controlar o mouse. Pelo menos para mim, controlar o
mouse não exige uma linguagem de natureza matemática parecida com provar teoremas.
Está mais parecido com coordenação motora. Treinar coordenação motora aliena da
realidade? Um software infantil pode usar mouse para seguir desenhos animados e
coloridos na tela. Os desenhos, ao serem clicados, podem realizar ações como fazer
uma vaca mugir. Existem quebra-cabeças, que também só exige que o usuário clique
com o mouse sobre uma peça e arraste-a para a posição desejada. Será que brincar de
desenhar num editor de imagnes causa danos irreversíveis? O grau de complexidade
9
10
11

http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/pesquisas/educacao.html
http://aprendiz.uol.com.br/content.view.action?uuid=e17d81ca0af470100140984bd391ffbd
http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/chaogent.html
varia desde bastante simples, como esses supracitados até os mais sofisticados que vão
além da nossa imaginação.
“Setzer falou que uma criança não tem discernimento entre o que é
adequado e bom para sua idade. Já um pai, quando escolhe um livro para o filho,
examina o conteúdo das páginas antes da compra, da mesma forma que um
professor o faz quando recomenda livros didáticos verificando se o conteúdo é
adequado a maturação do seu aluno. Mas na Internet a criança obtêm textos
desconexos com a maturação de sua idade. Daí o fato que o jovem não pode ficar
sozinho usando a Internet, concluiu.” [12]

Existem maneiras de filtrar, controlar, restringir, desativar o uso de softwares ou
sites.
“Existe a necessidade? Os pais e avós das atuais crianças não tiveram um
aprendizado de informática quando crianças. Portanto, ele não é necessário para a vida
adulta e profissional atual.” [13] Seguindo essa linha de raciocínio, nada é necessário para
a vida adulta e profissional atual que meus pais e avós não tiveram? Isso é tão não
verdade, que a profissão de Setzer era prfessor de Ciência da Computação. Não se pode
ignorar que a realidade de hoje é bem diferente da de 50 anos atrás.
Para Silveira, as reações contrárias ao computador se assemelham a todas as
reações contrárias que aparecem quando surge algo novo: "Sócrates dizia que o ato de
escrever aniquilava a memória". O professor afirmou que o computador pode sim, ter uma
posição negativa na vida de quem o usa e que, por isso, deve haver um trabalho de
orientação para aqueles que irão aliar educação e tecnologia.
Paulo Lemos, cordenador de projetos da Cidade do Conhecimento, também
discordou das idéias de Setzer. Ele falou sobre a importância da Internet como meio de
expressão. Segundo ele, a língua portuguesa é a segunda mais usada em blogs no
mundo. "A Internet foi a maneira que o anônimo encontrou para se expressar", disse. "O
Brasil é o maior país de língua portuguesa do mundo e, por isso, entende-se que mesmo
sendo um local de grande exclusão digital, as pessoas estão usando a Internet como um
instrumento de comunicação", disse. Setzer se mostrou indiferente: "Os outros estão
fazendo coisas mais úteis", diz.
Os outros países podem até estar fazendo coisas mais úteis. Uma delas é
exatamente se preocupar em incluir o restante do mundo. Como exemplo, temos 3
grandes projetos internacionais: 50x15, digitaldivide e OLPC.
O projeto 50x15 da AMD procura viabilizar o acesso de baixo custo à Internet e aos
recursos de computação para 50% da população mundial até o ano 2015.
A digitaldivide.org diz que o maior desafio desse século não é o combate ao
terrorismo, nem a uma praga, nem a pobreza mundial e nem reduzir o aquecimento
global. O desafio maior é fazer a tecnologia digital chegar para os mais de 4 bilhões de
pessoas que não a tem. Fala-se em uma Segunda Revolução Digital. A Primeira acabou
no Vale do Silício, que injetou trilhões de dólares na economia global. A Segunda
Revolução poderá fazer algo a mais: apoderar os desapoderados. Atualmente seu foco
está voltado para o 4º país mais populoso do mundo, a Indonésia.
A OLPC (One Laptop per Child) vende laptops por US$ 100. No no link mapa do
mundo do seu site [14] é possível ver o grande número de países que envolvidos nesse
projeto.
A inclusão permitirá que um maior número de pessoas tenham e-mail. Além de um
prático serviço de comunicação, esse pode ser sinônimo de status social e intelectual. O
salário médio de quem acessa a rede é de R$ 1.000, praticamente o triplo em relação aos
sem internet (R$ 333). O nível de escolaridade do internauta é praticamente o dobro (10,7
anos de estudo) em relação às pessoas que estão fora da rede. [15]
12
13
14
15

http://www.conei.sp.gov.br/debate_itau_cultural.htm
http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/crime.html
http://www.laptop.org/index.pt_BR.html
http://g1.globo.com/Noticias/Economia/0,,MUL13443-5599,00.html
Em geral, os professores que usam os computadores estão satisfeitos sobre como
o uso da tecnologia melhora a auto-estima do aluno, o seu interesse na escola e a sua
motivação. Alguns dizem que os pais ficam orgulhosos quando vêem os trabalhos feitos
pelos filhos no computador e que os computadores ajudam a aumentar o interesse dos
pais. Outros consideram que a freqüência escolar aumenta nos dias previstos para
funcionamento do laboratório de informática, e muitos afirmam que os alunos se orgulham
de saber usar o computador. à medida em que o sistema produtivo torna-se mais
informatizado, a idéia de que é importante dominar essa ferramenta se “infiltra”
rapidamente nos diversos setores sociais: o uso do computador passa a ser visto como
um pré-requisito para conseguir emprego e sair-se bem na escola. [16]
Gildan, moradora de Águas Lindas de Goiás há 10 anos conclui o 2º grau em 2000.
Fazia seus trabalhos todos à caneta e as pesquisas eram feitas em livros. Frequentando o
curso de enfermagem, há 9 meses, na faculade CECAP (715 Norte), percebeu a
necessidade de ter um computador. Os professores do curso não estavam aceitando
trabalhos escritos à mão. Nesse período de 3 meses entre o início do curso e a compra
do computador usava o computador do vizinho ou então pagava alguém para digitar o que
ela havia escrito à mão. Com o computador, diz que houve uma melhora muito grande
pois ela mesma podia digitar os trabalhos, fixando melhor as lições de casa e
desenvolvendo novas habilidades, como a digitação. Pelo fato de não haver internet em
casa, ainda, ela a utiliza nas casas de amigos ou em estabelecimentos que cobram R$
1,50/hora de acesso. Gildan declara que sua vida mudou para melhor por causa dos
computadores.
Uma pesquisa [17] em comunidades carentes da cidade do Rio de Janeiro revelou
que o nível de escolaridade está intimamente relacionado a posse de um computador.
Dentre aqueles que estudaram de um a três anos, foi encontrado dois computadores a
cada 100 casas; dentre as pessoas que estudaram mais de 15 anos, a posse de
computadores chegou a 48,6 a cada 100 casas. Dentre os usuários de computadores,
dentro ou fora de casa, o padrão que associa escolaridade ao uso do computador é
mantido, mas a distância tende a diminuir. Isso indica ser possível que as pessoas com
menor escolaridade encontrem em computadores fora de casa um mecanismo para
igualar a condição social.
Tudo em excesso faz mal. Água em excesso faz mal, computador em excesso faz
mal! A idéia é orientar tanto jovens como adultos a não passarem muito tempo em frente
ao computador. Mesmo que esse esteja proporcionando momento de lazer, no futuro,
podem produzir resultados negativos. A decisão de passar várias horas por dia em frente
a uma máquina é sua. Cabe àqueles que se preocupam com sua saúde te alertar dos
maus que isso pode lhe causar. Uma vida harmoniosa deve ser balanceada com tempo
para a família, amigos, namorada(o), escola, lazer, refeições, férias, trabalho, higiene,
música, etc.
Em um questionário do Pisa [18] focado na leitura, os alunos brasileiros estão
incluídos dentre os que apresentaram os mais altos níveis de interesse. Oferecidas as
oportunidades para alcançar um bom desempenho acadêmico, é possível que os alunos
brasileiros se esforcem substancialmente no sentido de obtê-lo.
“Os laptops podem ser: uma janela ou uma ferramenta. Uma janela para o mundo e uma
ferramenta para pensar.” (http://www.laptop.org/faq.pt_BR.html)
"Anything that is worth copying is worth sharing." (Eben Moglen)

16 http://www.senac.br/INFORMATIVO/BTS/313/boltec313a.html
17 http://www.senac.br/INFORMATIVO/BTS/313/boltec313a.html
18 http://www.senac.br/INFORMATIVO/BTS/313/boltec313a.html
Como
O sempre polêmico Setzer chamou a atenção para a prioridade nos investimentos
de políticas públicas.
“Ele leu uma notícia recente onde a cidade de Almécegas, no Ceará, que não tem rede de
luz elétrica podia-se acessar a Internet graças a um gerador solar de células de energia.
Com isso ele evidenciou prioridades invertidas, ou a passagem direta do analfabetismo
para as telecomunicações, pulando a leitura. Ele disse que na sua casa não houve
televisão até sua filha menor tornar-se adulta, e que é preciso avaliar se o uso do
computador é benéfico ou prejudicial na educação. Ele separou dois grupos de
prioridades:
● No grupo 1 ele colocou a inclusão da alimentação, inclusão da leitura, inclusão do
saneamento básico, inclusão da saúde;
● No grupo 2 ele colocou a inclusão da educação.”.
Setzer radicaliza com suas conclusões. Ao se detectar pontos prejudiciais, deve-se
pensar em maneiras de solucioná-los a fim de maximizar os benefícios, e não cortar os
malefícions junto com os benefícios.
Infelizmente a prática é muito diferente da teoria. Pode sim have inversão de
prioridades. A questão é que teoricamente isso não deveria acontecer pois o governo tem
outros programas que suprimiriam a carência de áreas deficientes como a dessa cidade
cearense. Os programas responsáveis para isso seriam: Bolsa Escola, Renda Minha,
Bolsa Família, Luz para Todos, Fome Zero.
Na recente a avaliação internacional do Pisa, o Brasil participou na faixa dos alunos
de 15 anos matriculados na escola acima da 4ª série. Os participantes brasileiros no Pisa
ficaram entre os de desempenho mais baixo, dentre 43 países, em testes combinados de
leitura, alfabetização científica e matemática. Esses problemas não podem ser totalmente
atribuídos ao fato de o Brasil ser um país pobre, com pouco para gastar em educação. Os
pesquisadores do Pisa constataram que os países que gastam mais em educação
tenderam a ter melhores resultados nos testes, mas concluíram que as notas do Brasil na
avaliação foram baixas, mesmo se comparadas a outros países com níveis de renda per
capita similares. [19]
Apesar de todos os problemas de qualidade da educação, os alunos brasileiros
mostram um alto nível de interesse e compromisso em aprender. Em um questionário do
Pisa focado na leitura, os alunos brasileiros estão incluídos dentre os que apresentaram
os mais altos níveis de interesse. Isso, apesar de pouquíssimas escolas no país
oferecerem bibliotecas ou empréstimo de livros. Oferecidas as oportunidades para
alcançar um bom desempenho acadêmico, é possível que os alunos brasileiros se
esforcem para obtê-lo.
Giannini citou que o SESC-SP criou, dentro de um ambiente cultural, as salas de
Internet Livre de modo a facilitar o acesso a WEB, porém forçando rodízio após 30
minutos, de modo a permitir que o internauta use o correio eletrônico, possa digitar seu
currículo, pesquise informações na WEB como emprego, mas que não possa ficar usando
a Internet Livre para jogos eletrônicos.
“Até 2011, as concessionárias de telefonia fixa têm de instalar 7.800
postos de serviços de telecomunicações (PSTs). Os PSTs teriam computadores e
telefones, e teriam de funcionar das 8 h da manhã às 8 h da noite, até em cidades
pequenas.”

As concessionárias acharam que o negócio vai custar caro demais e está sendo
buscado alternativas. Talvez fosse o caso de mesclar a idéia do PST com a idéia de
telecentro. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) já tem
19

http://www.senac.br/INFORMATIVO/BTS/313/boltec313a.html
2.500 telecentros prontos e funcionando. Eles poderiam ser usados pelas operadoras
que, em troca, equipariam cada telecentro com conexões de banda larga. E talvez fosse o
caso de transformar cada telecentro em posto bancário, que recebesse pagamentos, que
desse microcrédito.
José Avandro Souza Teles, diretor da Associação Telecentro de Informações e
Negócios (ATN), diz: “Queremos aproveitar a capacidade técnica já instalada”, “reduzir o
custo para as operadoras e garantir a Internet grátis. Mesmo que as operadoras tenham
de doar mais que a conexão, pode ser vantajoso para todo mundo.” [20]
É importante estar alerta de que a inclusão digital também pode gerar exclusão, de
pessoas com deficiência visual. "A tecnologia criou o problema de exclusão digital de
pessoas com deficiência, e temos que buscar na própria tecnologia a solução para isso.
Já existem softwares específicos, mas eles ainda não estão cumprindo devidamente o
seu papel", disse Gianini, defensor do uso de softwares livres.
Todo cidadão que adquirir o Computador para Todos [21] terá o direito a suporte,
tanto para atendimento técnico (problemas com hardware, defeitos de fabricação, etc.),
como para o uso dos aplicativos. A principal premissa do Projeto Computador para Todos
é a de que o cidadão disponha de uma solução informática, em sua residência, que lhe
permita, de modo simples e rápido, conectar os fios dos periféricos, ligar o equipamento à
tomada e, imediatamente, acessar às facilidades disponibilizadas.
O fato de um brasileiro que não falar inglês pode continuar deixando-o excluído,
mesmo que ele tenha acesso a Internet? Exemplo prático: digite palavras em português
em um site grande de pesquisa na Internet, que várias, milhares, milhões de resultados
de páginas em língua portuguesa serão retornados. Isso se deve ao fato de que é natural
que as pessoas prefiram navegar na Internet em sua língua nativa. Isso faz com que os
criadores de sites o façam na língua desejada pelos usuários. Inclusive, isto é
considerado uma estratégia por emprasas estrangeiras. Para aumentar o seu público
alvo, elas desenvolvem sites na língua nativa do país aonde ela quer atuar. Apesar de
apenas 3,6% dos usuários da Internet terem o portugês como língua nativa, esse
percentual representa mais de 40 milhões de usuários.
Eben Moglen diz que software livre é um requisito fundamental para uma
sociedade democrática e livre. Estamos cercados e dependentes de dispositivos
tecnológicos. Só se o controle desses dispositivos estiverem abertos, para todos, por
meio de software livre, é que poderemos balancear o poder igualmente. [22]
Uma maneira rápida de se incluir muita gente seria com a criação de PST's e
laboratórios de informática nas escolas.

Quanto
Muitas escolas foram incapazes de atender as exigências de segurança
recomendadas para equipamentos caros. Os laboratórios de informática sempre devem
ter barras nas janelas e portas, e em muitos casos, sistemas de alarme também. Esses
padrões de segurança impossibilitam as escolas de implementar um programa de
informática efetivo em sala de aula, com uma ou duas máquinas por sala, conforme
defendido por muitos pesquisadores educacionais.
O Projeto Cidadão Conectado - Computador para Todos é um projeto que faz parte
do Programa Brasileiro de Inclusão Digital do Governo Federal, iniciado em 2003. O
governo vai facilitar o financiamento dos computadores portáteis que custem até R$ 1.800
e desktops até R$ 1200. Os equipamentos têm requisitos mínimos de qualidade,
20 http://www.planoeditorial.com.br/plano_2004/images/turg_448.pdf
21 http://www.computadorparatodos.gov.br/projeto/index_html
22 http://en.wikipedia.org/wiki/Eben_Moglen
hardware, sistema operacional e aplicativos em software livre. A intenção é atender ao
máximo às demandas de usuários, além de permitir acesso à Internet.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financia
diretamente as redes varejistas e também repassa os recursos a outros bancos, como a
Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, para empréstimo aos consumidores finais.
Desde que foi lançado (em setembro de 2005), o programa Computador para
Todos financiou cerca de 150 mil microcomputadores. No fim de janeiro, o governo elevou
os limites máximos para a obtenção de benefícios fiscais (isenção Pis e Cofins) de R$
2.500 para R$ 3.500, no caso dos computadores de mesa, e de R$ 3.000 para R$ 4.000,
no caso dos portáteis. [23]
O Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo) é uma das metas do
Plano Nacional de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado em Abril de 2007. O
programa é responsável pela informatização das escolas. Até 2010, o governo pretende
instalar laboratórios de informática em todas as 130 mil instituições de ensino público do
país, um investimento avaliado em R$ 650 milhões. As primeiras escolas beneficiadas
serão as do ensino médio. Todas vão ter pelo menos um laboratório de informática até o
mês de dezembro, o que equivale a 15.700 escolas desse nível em todo o país. [24]
Quanto custa? A organização OlpC, sigla em inglês que quer dizer um laptop por
criança, disse que custa US$ 100/laptop. Os computadores portáteis serão vendidos a
governos e consignados a crianças, através de escolas, numa base de um laptop para
cada criança. Além do Brasil, estão envolvidos: China, Índia, Argentina, Egito, Nigéria, e
Tailândia. O computador não terá disco rigido, mas terá 4 portas USB. Os laptops terão
capacidade para operar em banda larga sem fio, que, entre outras coisas, os permitirá
operar como uma rede em malha (mesh network). Cada laptop poderá conversar com
outros mais próximos, criando assim uma rede local ad hoc.
Há uma negociação do governo e as operadoras de telefonia fixa de, por R$ 7,50,
o usuário ter 600 minutos para entrar na Internet por acesso discado. Inicialmente, o plano
seria oferecido apenas aos compradores do Computador para Todos, mas agora vale
para qualquer um que ligar para a operadora. Os 600 minutos por R$ 7,50 valem apenas
para as chamadas feitas para os números dos provedores conectados na rede da
operadora em questão. [25]
Sobre os programas de governo de instalar computadores nas escolas públicas,
Setzer afirmou: “Querem se reeleger e não fazer o bem ou ajudar na educação”.

Futuro
“Sobre a questão se o computador desemprega as pessoas,
Lemos enfatizou que vivemos uma época de mudança social
tecnológica onde, novas vagas surgem em substituição a outras que
se extinguem, num quadro em que as novas tecnologias criam
novas profissões, e citou o Ensino a Distância (EAD). Amadeu
completou dizendo que graças a Internet II, e sua velocidade
instantânea, já se pode fazer operações médicas remotas.” [26]
É difícil imaginar com precisão como será o mundo daqui a vários anos. Quem diria
há 50 anos, que o mundo atual seria como ele está sendo? Houve quem dissesse que
passaríamos fome, pois não haveria alimento suficiente para tanta gente. Porém, há mais
de uma década que a produção de alimentos é mais que suficiente para satisfazer as
23 http://www.computadorparatodos.gov.br/noticias/20070515_01
24 http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/04/28/materia.2007-04-28.7464325520/view
25 http://www.planoeditorial.com.br/plano_2004/images/turg_448.pdf
26 http://www.conei.sp.gov.br/debate_itau_cultural.htm
necessidades alimentares da humanidade. [27] A razão pela qual milhões de pessoas
passam fome se deve a outros fatores. É complicado entender a situação do presente em
que vivemos, mais difícil ainda é tentar enxergar o futuro daqui a meio século.
O que podemos fazer é tentar entender de que maneira o mundo pode melhorar, e
participarmos ativamente para que isso aconteça. Várias soluções que encaminham o
mundo para uma situação de menor exclusão digital foram apresentadas neste trabalho.
Cabe a cada um de nós interferirmos, quando necessário, para garantir que as devidas
propostas das soluções sejam cumpridas ou alteradas, sejam elas provenientes de
políticas governamentais ou não.

Conclusão
Apesar de todas as análises de pesquisas do professor Setzer, a realidade do
Brasil aponta para outro caminho. O interesse por estar incluído supera qualquer previsão
pessimista. O número de usuários da Internet saltou de 5 milhões em 2000, para mais de
32 milhões em 2007. [28] Por isso é importante entender qual a melhor maneira de se
beneficiar desse instrumento de alto potencial de disseminação de informação e orientar
as pessoas nesse sentido. Não há nenhuma sugestão de idade máxima para o uso do
computador.
A inclusão digital no Brasil sugere a conquista de respeito internacional quanto ao
desenvolvimento do país. Muitas vezes, somos enxergados com preconceito por
estrangeiros. Alguns acham que vivemos na floresta e nos locomovemos por cipó.
Este trabalho foi desenvolvido apenas com o uso de um computador, incluindo
todas as fontes bibliográficas, acessadas via Internet. A qualidade da primeira versão foi
atestada com um rendimento de 90%, atribuído pelo docente da disciplina para qual este
trabalho foi feito. Mais uma vez, o computador mostrou seu alto poder de utilidade
acadêmica e cultural.

27 http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=333
28 http://www.internetworldstats.com/sa/br.htm
Bibliografia
http://www2.uol.com.br/aprendiz/n_noticias/congressos/id260903_00.htm sdf (Debate
Inclusão Digital - Possibilidades e Conflitos na Sociedade da Informação)
http://www.digitaldivide.org
http://50x15.amd.com/pt-br/about.aspx
http://www.laptop.org/index.pt_BR.html

(OLPC)

http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/RevDiscutCiencias.html (MISÉRIAS DEVIDAS AO USO
DO COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO – NO LAR E NA ESCOLA)
http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/crime.html (Ensino de Informática para Crianças: Um
Crime contra a Humanidade?)
http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/PqQdCo.html (Computadores na educação: por quê,
quando e como)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Inclus%C3%A3o_digital (Definição de inclusão digital)
http://www.internetworldstats.com/top25.htm (TOP 10 COUNTRIES WITH THE
HIGHEST INTERNET PENETRATION RATE)
http://global-reach.biz/eng/ed/art/rep-eur20.php3 "Marketing always takes place in the
language of the target market."
http://www.internetworldstats.com/stats7.htm (Número de usuários vs. Língua nativa)
http://www.veiga.net/tecnofobia/
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Prós e contras da Inclusão Digital no Brasil

  • 1. Universidade de Brasília – UnB Departamento de Ciência da Computação – CIC Disciplina: Informática e sociedade – Turma: A Docente: Pedro Antônio Dourado de Rezende Semestre 1/2007 Inclusão digital [<o>] Discente: Adriano Teles da Costa e Oliveira Matrícula: 03/28235
  • 2. Introdução “Inclusão Digital ou infoinclusão é a democratização do acesso às tecnologias da Informação, de forma a permitir a inserção de todos na sociedade da informação. Entre as estratégias inclusivas estão projetos e ações que facilitam o acesso de pessoas de baixa renda às Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). A inclusão digital volta-se também para o desenvolvimento de tecnologias que ampliem a acessibilidade para usuários com deficiência. Toda a sociedade pode ter acesso a informações disponíveis na Internet, e assim produzir e disseminar conhecimento. A inclusão digital insere-se no movimento maior de inclusão social, um dos grandes objetivos compartilhados por diversos governos ao redor do mundo nas últimas décadas.” [1] A intenção desse trabalho é chamar a atenção para a importância e atualidade do tema. A partir de estudos e pesquisas internacionais de diversos continentes, procura-se situar o Brasil nesse contexto. Espera-se que esse trabalho sirva como subsídio para projetos governamentais ou não de inclusão digital no nosso país. Como estudante de Ciência da Computação, o tema faz parte da minha formação acadêmia e pessoal. Como tudo na vida, a inclusão digital também tem seus prós e contras, que serão analisados e pesados para contribuir para um parecer final, mas não definitivo. Objetivos Entender a influência que um computador[2] pode ter na vida de um jovem e do seu coletivo. Entender melhor a situação atual do país e do mundo quanto a inclusão digital. Analisar a necessidade de incluir as pessoas. Tentar determinar quem deve ser incluído e a urgência disso. Será que todos que puderem ser incluídos devem sê-lo? De que maneira uma pessoa pode ser incluída? Qual a melhor maneira? Qual a velocidade que esse processo pode ou deve acontecer? Quanto custa tudo isso? A lista de perguntas sobre esse assunto pode ser muito mais extensa do que isso, então, para fins práticos, paramos por aqui. Problemas Como determinar quem deve ser incluído? Qual o limite mínimo ou máximo de idade? É possível estabelecer um só número para esta idade? O fato de seres humanos estarem envolvidos complica bastante responder as perguntas desse assunto com exatidão. Existe uma faixa consideravelmente grande de pessoas que interceptam características, que “justificariam” a não necessidade de serem incluídas. Por exemplo, qual a vantagem em forçar aqueles que exercem uma certa resistência às novas tecnologias, os chamados tecnofóbicos, a aderirem a essa revolução digital? Apesar de tudo, é possível estimar intervalos de valores satisfatórios de inclusão. Tal intervalo poderia ser obtido comparando-se o Brasil com países que hoje já possuem um percentual alto (> 50%) de usuários de Internet em relação a população total do país. Ex.: Islândia, com 86,3% de internautas, Austrália com 70,2% e Estados Unidos da América com 69,6%. Apesar de que inúmeros fatores agem simultaneamente para determinar o comportamento de uma sociedade, podemos tentar usar estatísticas como indicadores de 1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Inclus%C3%A3o_digital 2 - Computador: deve ser entendido como o tradicional PC ou microcomputador, um desktop ou laptop. PC (Pesronal Computer) designa um computador pessoal, aquele que se usa para navegar na Internet, digitar trabalhos. Tem processador, sistema operacional, teclado e monitor de vídeo (geralmente as telas dos monitores têm entre 13 e 17 polegadas).
  • 3. satisfação do percentual de usuários. Metodologia Serão apresentados argumentos contra e a favor da inclusão digital. Toda as fontes bibliográfica são de textos da Internet. A única fonte bibliográfica para as posições contrárias a inclusão digital será a do site do professor aposentado do Departamento de Ciência da Computação da USP, Valdemar Setzer. A razão se deve ao fato desse professor escrever artigos e livros, proferir palestras e cursos desse assunto há mais de dez anos (de 1996 até hoje, 2007). Ao longo desse tempo, Setzer já considerou as mais diversas maneiras que um computador pode produzir prejuízos em crianças e jovens quando usado antes da puberdade. Para os argumentos à favor, conta-se com diversos textos de diversos autores. Quem e por que? Quem deve ser incluído será dividido em dois grupos: jovens (menores de 18 anos) e adultos. O foco principal estará nos jovens. Não será analisada a hipótese de que nenhum adulto deva ser incluído. É muito difícil imaginar o mundo hoje sem computador. As soluções a respeito do uso de computadores por adultos está associada a criação de uma legislação específica que regule o conteúdo veiculado na Internet, e não na proibição do contato com o computador, o que se é discutido entre os jovens. "Deve se levar em conta que as novas tecnologias tanto podem reduzir as carências educacionais, econômicas e sociais quanto aumentar a exclusão", disse o jornalista e mediador de um debate, Heródoto Barbeiro. Nesse debate Setzer estava presente e se manifestou alertando dos possíveis efeitos colaterais do uso inadequado de um computador. Setzer mostrou uma pesquisa acadêmica realizada em Israel onde crianças que estiveram em contato com o computador não tiveram um aumento no desempenho escolar. “Isso é mercantilismo de vendedor e ignorância de quem não sabe o que é educação ou computador e embarca na falácia dos vendedores”, afirma. “Fui convidado a proferir, em uma escola, uma palestra sobre o uso de computadores por crianças e jovens”, motivo: “...os professores estavam preocupados, e muitos pais desesperados, com o resultado do uso de computadores pelos alunos e filhos. Em geral, o rendimento escolar estava piorando nas crianças e jovens que usavam o computador, principalmente os que têm computador em casa e, em muito maior grau, em seu próprio dormitório, sem nenhum controle por parte dos pais. (...) A miséria produzida pelo ser humano ultrapassa as previsões mais pessimistas.” “Os alunos que não têm acesso a um computador tiveram o pior desempenho em Matemática no Pisa 2003.” “Desempenho em Matemática e Leitura é melhor entre alunos que utilizam o computador entre uma vez por semana e uma vez por mês, na escola e, principalmente, em casa.” [3] Se X não acontence, não significa que não acontece nunca. Se Y acontence, também não significa que acontece sempre. Uml estudo mundial diz ter comprovado que computadores melhoram o desempenho dos alunos. “Pesquisa feita pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) acabou com qualquer dúvida ainda existente sobre a importância da tecnologia na educação.” O estudo faz parte do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa [4]), da OCDE, referência de comparação de desempenho 3 4 http://www.aprendebrasil.com.br/articulistas/betina_bd.asp?codtexto=656 PISA – Programme for International Student Assessment é um programa internacional de avaliação comparada, cuja principal
  • 4. escolar entre países. E ainda acrescenta: “Só falta o Brasil aprender isso.”. Cerca de 79% dos estudantes nos países desenvolvidos já usam computador para fazer os trabalhos escolares. Uma pesquisa do IBGE [5] revelou que no Brasil 35,9% dos eram internautas e 76,2% das pessoas com 15 anos ou mais de estudo acessavam a Internet. 90,2% dos estudantes responderam que utilizam a Internet para educação e aprendizado. Não ter acesso a microcomputador era o principal motivo para não utilizar a rede. O Brasil ficou em penúltimo lugar no estudo da OCDE e oferece uma média de 1 computador para cada 50 alunos. “...não basta ter máquinas à disposição dos alunos. É preciso orientá-los. O estudo do Pisa mostra que o desempenho em matemática e leitura melhora quando os alunos usam softwares educacionais pelo menos uma vez por semana. Mas a performance cai quando usam mais que isso.” [ 6] Andreas Schleicher diz: “É possível que na maior parte do tempo eles se dediquem a chats e jogos eletrônicos, que são fascinantes na idade deles, mas que precisam de limites porque podem desvirtuar o foco na educação.” O estudo sugere que é função da escola, em um mundo cada vez mais dominado pela tecnologia, mostrar aos alunos como fazer uso produtivo do computador. “Não faz a menor diferença escrever uma redação em papel ou digitá-la em Word”, diz Sérgio Ferreira do Amaral, professor da Faculdade de Educação da Unicamp e coordenador do Laboratório de Novas Tecnologias Aplicadas à Educação.” Na verdade faz diferença, pois um papel e uma caneta podem custar R$ 1 real, enquanto a licensa de uso de um software proprietário como o Word custa muito mais que isso (preços entre R$ 399,00 para o DVD-ROM Office 2007 Home & Student com 3 Licenças e R$ 1.599,00 para o DVD-ROM Office 2007 Professional Full)! Ivan Paulo Gianini, gerente de Ação Cultural do Sesc defende que o uso do computador, inclusive, melhora bastante a forma de escrever do indíviduo. "Os programas de texto proporcionam uma correção em tempo real do que as pessoas escrevem. Além disso, ao usar o microcomputador as pessoas escrevem muito mais". Por experiência própria, meus trabalhos rendem, de fato, muito mais quando uso o teclado ao invés da caneta. As previsões mais pessimistas de Setzer aumentaram também a miséria em países como Nova Zelândia, Suécia e Portutal, onde a taxa de usuário de Internet é maior que 73%[7] da população (lembrando que esse percentual inclui jovens menores de 18 anos)? “Mas o bom uso do computador, afirma Amaral, transforma o ambiente educacional. Dá ao aluno um conteúdo que o professor seria incapaz de trazer para a sala de aula. Rompe com o modelo tradicional de ensino, que se caracteriza por um professor falando e vários alunos tomando nota. O conhecimento passa a ser produzido em conjunto, e a reflexão dos estudantes ganha importância.” “O aluno deixa de ser passivo e o professor deixa de ser o dono do conhecimento”, afirma Maria Elizabeth Pinto de Almeida, da PUC-SP, coordenadora de um projeto de formação de gestores para escolas públicas estaduais. Os alunos, diz ela, se tornam agentes do conhecimento. Os professores, orientadores do aprendizado. Muito daquilo que era para ser decorado, sem explicação, é questionado. “Para que memorizar tudo se basta acessar o Google?”, diz Amaral, da Unicamp.”[8] O professor Setzer disse já ter conseguido, conceitualmente e por meio de experiências feitas em seu Instituto, estabelecer uma idade mínima ideal para que se coloque um jovem em contato com o computador: 17 anos. Essa experiência baseou-se em teorias de Steiner: “Existem três grandes fases no desenvolvimento de cada ser 5 6 7 8 finalidade é produzir indicadores sobre a efetividade dos sistemas educacionais, avaliando o desempenho de alunos na faixa dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países. Esse programa é desenvolvido e coordenado internacionalmente pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). No Brasil, o Pisa é coordenado pelo Inep – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_impressao.php?id_noticia=846 http://aprendiz.uol.com.br/content.view.action?uuid=e17d81ca0af470100140984bd391ffbd http://www.Internetworldstats.com/top25.htm http://aprendiz.uol.com.br/content.view.action?uuid=e17d81ca0af470100140984bd391ffbd
  • 5. humano, correspondentes a períodos de sete anos, os setênios." Posso concluir que nenhum jovem com menos de 17 anos pode ser mais beneficiado que prejudicado ao utilizar um computador? Como sugerido acima, o problema está em administrar o tempo que o aluno passa em frente a um computador. E não no simples fato dele estabelecer qualquer contato. Setzer parece estar passando a culpa toda para o computador. Estudos propõe controle e não proibição. Se pais e professores puderem orientar as crianças, o computador pode servir como uma ferramenta muito útil, tanto na vida acadêmica quanto na recreação. Quantas crianças poderão receber uma orientação escolar? Estatísticas do ano de 2000 [9] revelam que o Brasil possue 97% das crianças de 7 a 14 anos matriculadas. O problema, porém, é que quantidade não significa qualidade. Isso porque 55% dos estudantes da 4ª série estavam na faixa crítica ou muito crítica na área de leitura, ou seja, no máximo conseguiam ler frases simples, segundo o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2003, disponível pela classificação que variava de avançado a muito crítico. As notas do Brasil na avaliação do Pisa foram baixas, mesmo se comparadas a outros países com níveis de renda per capita similares. “Motivada principalmente pelo alto índice de indisciplina de seus alunos de 5ª e 6ª séries, o colégio Miguel de Cervantes, escola de elite paulistana, levou o computador para dentro da sala de aula comum. “Os alunos evoluíram mais rápido do que a escola pode acompanhar. Agora, estamos aprendendo a conversar na mesma língua deles, a dos bits”. (...) “No Cervantes, o professor pode baixar uma música ou uma imagem da rede enquanto explica o conteúdo. “O professor gasta mais tempo com o que realmente interessa”, diz Veloso. “Não tem mais de escrever o conteúdo na lousa, e o aluno se concentra na explicação.””[10] Setzer condenou os inúmeros trabalhos de desenvolvimento de jogos e atividades educativas em meio eletrônico: “Qualquer coisa em meio eletrônico obriga a criança ao pensamento matemático restrito e provoca alienação da realidade”. Pensamento matemático restrito? Há como negar que não há interatividade e lazer? Sonhar é uma alienação da realidade. Devemos parar de sonhar? Para o professor, a Internet, assim como a TV pode trazer informação para as pessoas, mas afirma que informação não é o mesmo que conhecimento. ''Informação pode ser transmitida a todo momento, mesmo que não seja real ou mesmo que aquele que transmite não tenha assimilado. Já o conhecimento é algo que se adquire apenas com a vivência", disse. O presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, Sérgio Amadeu da Silveira, discordou e comentou que a afirmação de que a vivência seja necessária anula os estudos em torno da História. “Acontece que o computador faz muito mal às crianças: independentemente do programa que é usado, ele deve ser controlado a partir de comandos que formam uma linguagem de natureza matemática. É como se se forçasse uma criança a aprender a provar teoremas. Ora, se ela é muito jovem, é assim forçada a pensar como se estivesse no segundo grau.”[11] O professor deveria se informar melhor. Existem programas educativos para crianças, onde o único comando é controlar o mouse. Pelo menos para mim, controlar o mouse não exige uma linguagem de natureza matemática parecida com provar teoremas. Está mais parecido com coordenação motora. Treinar coordenação motora aliena da realidade? Um software infantil pode usar mouse para seguir desenhos animados e coloridos na tela. Os desenhos, ao serem clicados, podem realizar ações como fazer uma vaca mugir. Existem quebra-cabeças, que também só exige que o usuário clique com o mouse sobre uma peça e arraste-a para a posição desejada. Será que brincar de desenhar num editor de imagnes causa danos irreversíveis? O grau de complexidade 9 10 11 http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/pesquisas/educacao.html http://aprendiz.uol.com.br/content.view.action?uuid=e17d81ca0af470100140984bd391ffbd http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/chaogent.html
  • 6. varia desde bastante simples, como esses supracitados até os mais sofisticados que vão além da nossa imaginação. “Setzer falou que uma criança não tem discernimento entre o que é adequado e bom para sua idade. Já um pai, quando escolhe um livro para o filho, examina o conteúdo das páginas antes da compra, da mesma forma que um professor o faz quando recomenda livros didáticos verificando se o conteúdo é adequado a maturação do seu aluno. Mas na Internet a criança obtêm textos desconexos com a maturação de sua idade. Daí o fato que o jovem não pode ficar sozinho usando a Internet, concluiu.” [12] Existem maneiras de filtrar, controlar, restringir, desativar o uso de softwares ou sites. “Existe a necessidade? Os pais e avós das atuais crianças não tiveram um aprendizado de informática quando crianças. Portanto, ele não é necessário para a vida adulta e profissional atual.” [13] Seguindo essa linha de raciocínio, nada é necessário para a vida adulta e profissional atual que meus pais e avós não tiveram? Isso é tão não verdade, que a profissão de Setzer era prfessor de Ciência da Computação. Não se pode ignorar que a realidade de hoje é bem diferente da de 50 anos atrás. Para Silveira, as reações contrárias ao computador se assemelham a todas as reações contrárias que aparecem quando surge algo novo: "Sócrates dizia que o ato de escrever aniquilava a memória". O professor afirmou que o computador pode sim, ter uma posição negativa na vida de quem o usa e que, por isso, deve haver um trabalho de orientação para aqueles que irão aliar educação e tecnologia. Paulo Lemos, cordenador de projetos da Cidade do Conhecimento, também discordou das idéias de Setzer. Ele falou sobre a importância da Internet como meio de expressão. Segundo ele, a língua portuguesa é a segunda mais usada em blogs no mundo. "A Internet foi a maneira que o anônimo encontrou para se expressar", disse. "O Brasil é o maior país de língua portuguesa do mundo e, por isso, entende-se que mesmo sendo um local de grande exclusão digital, as pessoas estão usando a Internet como um instrumento de comunicação", disse. Setzer se mostrou indiferente: "Os outros estão fazendo coisas mais úteis", diz. Os outros países podem até estar fazendo coisas mais úteis. Uma delas é exatamente se preocupar em incluir o restante do mundo. Como exemplo, temos 3 grandes projetos internacionais: 50x15, digitaldivide e OLPC. O projeto 50x15 da AMD procura viabilizar o acesso de baixo custo à Internet e aos recursos de computação para 50% da população mundial até o ano 2015. A digitaldivide.org diz que o maior desafio desse século não é o combate ao terrorismo, nem a uma praga, nem a pobreza mundial e nem reduzir o aquecimento global. O desafio maior é fazer a tecnologia digital chegar para os mais de 4 bilhões de pessoas que não a tem. Fala-se em uma Segunda Revolução Digital. A Primeira acabou no Vale do Silício, que injetou trilhões de dólares na economia global. A Segunda Revolução poderá fazer algo a mais: apoderar os desapoderados. Atualmente seu foco está voltado para o 4º país mais populoso do mundo, a Indonésia. A OLPC (One Laptop per Child) vende laptops por US$ 100. No no link mapa do mundo do seu site [14] é possível ver o grande número de países que envolvidos nesse projeto. A inclusão permitirá que um maior número de pessoas tenham e-mail. Além de um prático serviço de comunicação, esse pode ser sinônimo de status social e intelectual. O salário médio de quem acessa a rede é de R$ 1.000, praticamente o triplo em relação aos sem internet (R$ 333). O nível de escolaridade do internauta é praticamente o dobro (10,7 anos de estudo) em relação às pessoas que estão fora da rede. [15] 12 13 14 15 http://www.conei.sp.gov.br/debate_itau_cultural.htm http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/crime.html http://www.laptop.org/index.pt_BR.html http://g1.globo.com/Noticias/Economia/0,,MUL13443-5599,00.html
  • 7. Em geral, os professores que usam os computadores estão satisfeitos sobre como o uso da tecnologia melhora a auto-estima do aluno, o seu interesse na escola e a sua motivação. Alguns dizem que os pais ficam orgulhosos quando vêem os trabalhos feitos pelos filhos no computador e que os computadores ajudam a aumentar o interesse dos pais. Outros consideram que a freqüência escolar aumenta nos dias previstos para funcionamento do laboratório de informática, e muitos afirmam que os alunos se orgulham de saber usar o computador. à medida em que o sistema produtivo torna-se mais informatizado, a idéia de que é importante dominar essa ferramenta se “infiltra” rapidamente nos diversos setores sociais: o uso do computador passa a ser visto como um pré-requisito para conseguir emprego e sair-se bem na escola. [16] Gildan, moradora de Águas Lindas de Goiás há 10 anos conclui o 2º grau em 2000. Fazia seus trabalhos todos à caneta e as pesquisas eram feitas em livros. Frequentando o curso de enfermagem, há 9 meses, na faculade CECAP (715 Norte), percebeu a necessidade de ter um computador. Os professores do curso não estavam aceitando trabalhos escritos à mão. Nesse período de 3 meses entre o início do curso e a compra do computador usava o computador do vizinho ou então pagava alguém para digitar o que ela havia escrito à mão. Com o computador, diz que houve uma melhora muito grande pois ela mesma podia digitar os trabalhos, fixando melhor as lições de casa e desenvolvendo novas habilidades, como a digitação. Pelo fato de não haver internet em casa, ainda, ela a utiliza nas casas de amigos ou em estabelecimentos que cobram R$ 1,50/hora de acesso. Gildan declara que sua vida mudou para melhor por causa dos computadores. Uma pesquisa [17] em comunidades carentes da cidade do Rio de Janeiro revelou que o nível de escolaridade está intimamente relacionado a posse de um computador. Dentre aqueles que estudaram de um a três anos, foi encontrado dois computadores a cada 100 casas; dentre as pessoas que estudaram mais de 15 anos, a posse de computadores chegou a 48,6 a cada 100 casas. Dentre os usuários de computadores, dentro ou fora de casa, o padrão que associa escolaridade ao uso do computador é mantido, mas a distância tende a diminuir. Isso indica ser possível que as pessoas com menor escolaridade encontrem em computadores fora de casa um mecanismo para igualar a condição social. Tudo em excesso faz mal. Água em excesso faz mal, computador em excesso faz mal! A idéia é orientar tanto jovens como adultos a não passarem muito tempo em frente ao computador. Mesmo que esse esteja proporcionando momento de lazer, no futuro, podem produzir resultados negativos. A decisão de passar várias horas por dia em frente a uma máquina é sua. Cabe àqueles que se preocupam com sua saúde te alertar dos maus que isso pode lhe causar. Uma vida harmoniosa deve ser balanceada com tempo para a família, amigos, namorada(o), escola, lazer, refeições, férias, trabalho, higiene, música, etc. Em um questionário do Pisa [18] focado na leitura, os alunos brasileiros estão incluídos dentre os que apresentaram os mais altos níveis de interesse. Oferecidas as oportunidades para alcançar um bom desempenho acadêmico, é possível que os alunos brasileiros se esforcem substancialmente no sentido de obtê-lo. “Os laptops podem ser: uma janela ou uma ferramenta. Uma janela para o mundo e uma ferramenta para pensar.” (http://www.laptop.org/faq.pt_BR.html) "Anything that is worth copying is worth sharing." (Eben Moglen) 16 http://www.senac.br/INFORMATIVO/BTS/313/boltec313a.html 17 http://www.senac.br/INFORMATIVO/BTS/313/boltec313a.html 18 http://www.senac.br/INFORMATIVO/BTS/313/boltec313a.html
  • 8. Como O sempre polêmico Setzer chamou a atenção para a prioridade nos investimentos de políticas públicas. “Ele leu uma notícia recente onde a cidade de Almécegas, no Ceará, que não tem rede de luz elétrica podia-se acessar a Internet graças a um gerador solar de células de energia. Com isso ele evidenciou prioridades invertidas, ou a passagem direta do analfabetismo para as telecomunicações, pulando a leitura. Ele disse que na sua casa não houve televisão até sua filha menor tornar-se adulta, e que é preciso avaliar se o uso do computador é benéfico ou prejudicial na educação. Ele separou dois grupos de prioridades: ● No grupo 1 ele colocou a inclusão da alimentação, inclusão da leitura, inclusão do saneamento básico, inclusão da saúde; ● No grupo 2 ele colocou a inclusão da educação.”. Setzer radicaliza com suas conclusões. Ao se detectar pontos prejudiciais, deve-se pensar em maneiras de solucioná-los a fim de maximizar os benefícios, e não cortar os malefícions junto com os benefícios. Infelizmente a prática é muito diferente da teoria. Pode sim have inversão de prioridades. A questão é que teoricamente isso não deveria acontecer pois o governo tem outros programas que suprimiriam a carência de áreas deficientes como a dessa cidade cearense. Os programas responsáveis para isso seriam: Bolsa Escola, Renda Minha, Bolsa Família, Luz para Todos, Fome Zero. Na recente a avaliação internacional do Pisa, o Brasil participou na faixa dos alunos de 15 anos matriculados na escola acima da 4ª série. Os participantes brasileiros no Pisa ficaram entre os de desempenho mais baixo, dentre 43 países, em testes combinados de leitura, alfabetização científica e matemática. Esses problemas não podem ser totalmente atribuídos ao fato de o Brasil ser um país pobre, com pouco para gastar em educação. Os pesquisadores do Pisa constataram que os países que gastam mais em educação tenderam a ter melhores resultados nos testes, mas concluíram que as notas do Brasil na avaliação foram baixas, mesmo se comparadas a outros países com níveis de renda per capita similares. [19] Apesar de todos os problemas de qualidade da educação, os alunos brasileiros mostram um alto nível de interesse e compromisso em aprender. Em um questionário do Pisa focado na leitura, os alunos brasileiros estão incluídos dentre os que apresentaram os mais altos níveis de interesse. Isso, apesar de pouquíssimas escolas no país oferecerem bibliotecas ou empréstimo de livros. Oferecidas as oportunidades para alcançar um bom desempenho acadêmico, é possível que os alunos brasileiros se esforcem para obtê-lo. Giannini citou que o SESC-SP criou, dentro de um ambiente cultural, as salas de Internet Livre de modo a facilitar o acesso a WEB, porém forçando rodízio após 30 minutos, de modo a permitir que o internauta use o correio eletrônico, possa digitar seu currículo, pesquise informações na WEB como emprego, mas que não possa ficar usando a Internet Livre para jogos eletrônicos. “Até 2011, as concessionárias de telefonia fixa têm de instalar 7.800 postos de serviços de telecomunicações (PSTs). Os PSTs teriam computadores e telefones, e teriam de funcionar das 8 h da manhã às 8 h da noite, até em cidades pequenas.” As concessionárias acharam que o negócio vai custar caro demais e está sendo buscado alternativas. Talvez fosse o caso de mesclar a idéia do PST com a idéia de telecentro. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) já tem 19 http://www.senac.br/INFORMATIVO/BTS/313/boltec313a.html
  • 9. 2.500 telecentros prontos e funcionando. Eles poderiam ser usados pelas operadoras que, em troca, equipariam cada telecentro com conexões de banda larga. E talvez fosse o caso de transformar cada telecentro em posto bancário, que recebesse pagamentos, que desse microcrédito. José Avandro Souza Teles, diretor da Associação Telecentro de Informações e Negócios (ATN), diz: “Queremos aproveitar a capacidade técnica já instalada”, “reduzir o custo para as operadoras e garantir a Internet grátis. Mesmo que as operadoras tenham de doar mais que a conexão, pode ser vantajoso para todo mundo.” [20] É importante estar alerta de que a inclusão digital também pode gerar exclusão, de pessoas com deficiência visual. "A tecnologia criou o problema de exclusão digital de pessoas com deficiência, e temos que buscar na própria tecnologia a solução para isso. Já existem softwares específicos, mas eles ainda não estão cumprindo devidamente o seu papel", disse Gianini, defensor do uso de softwares livres. Todo cidadão que adquirir o Computador para Todos [21] terá o direito a suporte, tanto para atendimento técnico (problemas com hardware, defeitos de fabricação, etc.), como para o uso dos aplicativos. A principal premissa do Projeto Computador para Todos é a de que o cidadão disponha de uma solução informática, em sua residência, que lhe permita, de modo simples e rápido, conectar os fios dos periféricos, ligar o equipamento à tomada e, imediatamente, acessar às facilidades disponibilizadas. O fato de um brasileiro que não falar inglês pode continuar deixando-o excluído, mesmo que ele tenha acesso a Internet? Exemplo prático: digite palavras em português em um site grande de pesquisa na Internet, que várias, milhares, milhões de resultados de páginas em língua portuguesa serão retornados. Isso se deve ao fato de que é natural que as pessoas prefiram navegar na Internet em sua língua nativa. Isso faz com que os criadores de sites o façam na língua desejada pelos usuários. Inclusive, isto é considerado uma estratégia por emprasas estrangeiras. Para aumentar o seu público alvo, elas desenvolvem sites na língua nativa do país aonde ela quer atuar. Apesar de apenas 3,6% dos usuários da Internet terem o portugês como língua nativa, esse percentual representa mais de 40 milhões de usuários. Eben Moglen diz que software livre é um requisito fundamental para uma sociedade democrática e livre. Estamos cercados e dependentes de dispositivos tecnológicos. Só se o controle desses dispositivos estiverem abertos, para todos, por meio de software livre, é que poderemos balancear o poder igualmente. [22] Uma maneira rápida de se incluir muita gente seria com a criação de PST's e laboratórios de informática nas escolas. Quanto Muitas escolas foram incapazes de atender as exigências de segurança recomendadas para equipamentos caros. Os laboratórios de informática sempre devem ter barras nas janelas e portas, e em muitos casos, sistemas de alarme também. Esses padrões de segurança impossibilitam as escolas de implementar um programa de informática efetivo em sala de aula, com uma ou duas máquinas por sala, conforme defendido por muitos pesquisadores educacionais. O Projeto Cidadão Conectado - Computador para Todos é um projeto que faz parte do Programa Brasileiro de Inclusão Digital do Governo Federal, iniciado em 2003. O governo vai facilitar o financiamento dos computadores portáteis que custem até R$ 1.800 e desktops até R$ 1200. Os equipamentos têm requisitos mínimos de qualidade, 20 http://www.planoeditorial.com.br/plano_2004/images/turg_448.pdf 21 http://www.computadorparatodos.gov.br/projeto/index_html 22 http://en.wikipedia.org/wiki/Eben_Moglen
  • 10. hardware, sistema operacional e aplicativos em software livre. A intenção é atender ao máximo às demandas de usuários, além de permitir acesso à Internet. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financia diretamente as redes varejistas e também repassa os recursos a outros bancos, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, para empréstimo aos consumidores finais. Desde que foi lançado (em setembro de 2005), o programa Computador para Todos financiou cerca de 150 mil microcomputadores. No fim de janeiro, o governo elevou os limites máximos para a obtenção de benefícios fiscais (isenção Pis e Cofins) de R$ 2.500 para R$ 3.500, no caso dos computadores de mesa, e de R$ 3.000 para R$ 4.000, no caso dos portáteis. [23] O Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo) é uma das metas do Plano Nacional de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado em Abril de 2007. O programa é responsável pela informatização das escolas. Até 2010, o governo pretende instalar laboratórios de informática em todas as 130 mil instituições de ensino público do país, um investimento avaliado em R$ 650 milhões. As primeiras escolas beneficiadas serão as do ensino médio. Todas vão ter pelo menos um laboratório de informática até o mês de dezembro, o que equivale a 15.700 escolas desse nível em todo o país. [24] Quanto custa? A organização OlpC, sigla em inglês que quer dizer um laptop por criança, disse que custa US$ 100/laptop. Os computadores portáteis serão vendidos a governos e consignados a crianças, através de escolas, numa base de um laptop para cada criança. Além do Brasil, estão envolvidos: China, Índia, Argentina, Egito, Nigéria, e Tailândia. O computador não terá disco rigido, mas terá 4 portas USB. Os laptops terão capacidade para operar em banda larga sem fio, que, entre outras coisas, os permitirá operar como uma rede em malha (mesh network). Cada laptop poderá conversar com outros mais próximos, criando assim uma rede local ad hoc. Há uma negociação do governo e as operadoras de telefonia fixa de, por R$ 7,50, o usuário ter 600 minutos para entrar na Internet por acesso discado. Inicialmente, o plano seria oferecido apenas aos compradores do Computador para Todos, mas agora vale para qualquer um que ligar para a operadora. Os 600 minutos por R$ 7,50 valem apenas para as chamadas feitas para os números dos provedores conectados na rede da operadora em questão. [25] Sobre os programas de governo de instalar computadores nas escolas públicas, Setzer afirmou: “Querem se reeleger e não fazer o bem ou ajudar na educação”. Futuro “Sobre a questão se o computador desemprega as pessoas, Lemos enfatizou que vivemos uma época de mudança social tecnológica onde, novas vagas surgem em substituição a outras que se extinguem, num quadro em que as novas tecnologias criam novas profissões, e citou o Ensino a Distância (EAD). Amadeu completou dizendo que graças a Internet II, e sua velocidade instantânea, já se pode fazer operações médicas remotas.” [26] É difícil imaginar com precisão como será o mundo daqui a vários anos. Quem diria há 50 anos, que o mundo atual seria como ele está sendo? Houve quem dissesse que passaríamos fome, pois não haveria alimento suficiente para tanta gente. Porém, há mais de uma década que a produção de alimentos é mais que suficiente para satisfazer as 23 http://www.computadorparatodos.gov.br/noticias/20070515_01 24 http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/04/28/materia.2007-04-28.7464325520/view 25 http://www.planoeditorial.com.br/plano_2004/images/turg_448.pdf 26 http://www.conei.sp.gov.br/debate_itau_cultural.htm
  • 11. necessidades alimentares da humanidade. [27] A razão pela qual milhões de pessoas passam fome se deve a outros fatores. É complicado entender a situação do presente em que vivemos, mais difícil ainda é tentar enxergar o futuro daqui a meio século. O que podemos fazer é tentar entender de que maneira o mundo pode melhorar, e participarmos ativamente para que isso aconteça. Várias soluções que encaminham o mundo para uma situação de menor exclusão digital foram apresentadas neste trabalho. Cabe a cada um de nós interferirmos, quando necessário, para garantir que as devidas propostas das soluções sejam cumpridas ou alteradas, sejam elas provenientes de políticas governamentais ou não. Conclusão Apesar de todas as análises de pesquisas do professor Setzer, a realidade do Brasil aponta para outro caminho. O interesse por estar incluído supera qualquer previsão pessimista. O número de usuários da Internet saltou de 5 milhões em 2000, para mais de 32 milhões em 2007. [28] Por isso é importante entender qual a melhor maneira de se beneficiar desse instrumento de alto potencial de disseminação de informação e orientar as pessoas nesse sentido. Não há nenhuma sugestão de idade máxima para o uso do computador. A inclusão digital no Brasil sugere a conquista de respeito internacional quanto ao desenvolvimento do país. Muitas vezes, somos enxergados com preconceito por estrangeiros. Alguns acham que vivemos na floresta e nos locomovemos por cipó. Este trabalho foi desenvolvido apenas com o uso de um computador, incluindo todas as fontes bibliográficas, acessadas via Internet. A qualidade da primeira versão foi atestada com um rendimento de 90%, atribuído pelo docente da disciplina para qual este trabalho foi feito. Mais uma vez, o computador mostrou seu alto poder de utilidade acadêmica e cultural. 27 http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=333 28 http://www.internetworldstats.com/sa/br.htm
  • 12. Bibliografia http://www2.uol.com.br/aprendiz/n_noticias/congressos/id260903_00.htm sdf (Debate Inclusão Digital - Possibilidades e Conflitos na Sociedade da Informação) http://www.digitaldivide.org http://50x15.amd.com/pt-br/about.aspx http://www.laptop.org/index.pt_BR.html (OLPC) http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/RevDiscutCiencias.html (MISÉRIAS DEVIDAS AO USO DO COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO – NO LAR E NA ESCOLA) http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/crime.html (Ensino de Informática para Crianças: Um Crime contra a Humanidade?) http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/PqQdCo.html (Computadores na educação: por quê, quando e como) http://pt.wikipedia.org/wiki/Inclus%C3%A3o_digital (Definição de inclusão digital) http://www.internetworldstats.com/top25.htm (TOP 10 COUNTRIES WITH THE HIGHEST INTERNET PENETRATION RATE) http://global-reach.biz/eng/ed/art/rep-eur20.php3 "Marketing always takes place in the language of the target market." http://www.internetworldstats.com/stats7.htm (Número de usuários vs. Língua nativa) http://www.veiga.net/tecnofobia/ http://txt.estado.com.br/editorias/2007/04/29/ger-1.93.7.20070429.10.1.xml