SlideShare a Scribd company logo
1 of 5
Download to read offline
Título: Mapas Culturais
Autora: Thaís Rigolon*
Resumo: Mapas Culturais é um software livre para o mapeamento colaborativo e gestão
da cultura. Ele contribui para a gestão pública ao oferecer dados para a produção de
indicadores e informações para orientar a elaboração de políticas públicas. O sistema foi
criado pelo Instituto TIM em 2013, a partir do conhecimento e experiências de uma rede
formada por gestores públicos, agentes culturais e ativistas da cultura digital, e mantém
essa premissa de alianças intersetoriais e construção coletiva em sua implementação. Esse
processo contribuiu para um desenho preciso do projeto Mapas Culturais e,
consequentemente, para uma rápida adesão das instituições públicas (Secretarias de
Cultura e Ministério da Cultura) com as quais o Instituto TIM vem estabelecendo
parcerias institucionais e da própria rede, que tem investido em instalações autônomas e
outros desdobramentos. Em dois anos são 14 instalações lançadas, nas três instâncias
federativas brasileiras (municipal, estadual e federal), sendo que a parceria com o
Ministério da Cultura tem como objetivo a escalabilidade nacional. O presente artigo
apresenta um retrospecto do projeto a partir de três eixos: 1. Setor público: Políticas
públicas que fomentaram e orientaram a iniciativa; 2. Sociedade civil: Iniciativas de
mapeamento colaborativo; e 3. Setor Privado: Investimento social.
Site: https://institutotim.org.br/project/mapas-culturais/
Artigo
Em 2013, o Instituto TIM e a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo se
uniram para criar uma solução capaz de contribuir para a gestão da cultura e oferecer um
mapeamento colaborativo de agentes, equipamentos, eventos e projetos culturais. Dessa
parceria surgiu o software livre Mapas Culturais. Hoje, a plataforma é usada por 6 estados
e 7 municípios brasileiros e pelo próprio Ministério da Cultura. Essa jornada, porém,
começou muito antes de 2013 e só foi possível em um cenário de transformações nas
políticas culturais e na gestão da cultura, e no qual os softwares de mapeamento cultural
adquiriam um papel cada vez mais relevante. Esse processo será analisado neste artigo a
partir de três dimensões: as políticas públicas que fomentaram e orientaram o projeto
Mapas Culturais, as experimentações com software livre, mapeamento e plataformas
colaborativas que contribuíram para seu surgimento e o investimento social que o
realizou.
1. Setor público: Políticas públicas que fomentaram e orientaram a iniciativa
Há cerca de dez anos, a gestão do ex-ministro da Cultura Gilberto Gil (2003-2008)
inaugurava um período de mudanças estruturantes na política cultural brasileira. Ao
colocar em evidência a pauta da diversidade, da democratização da cultura e da cultura
digital, a gestão de Gil - continuada por seu sucessor, Juca Ferreira (2008-2010) -,
promoveu um amadurecimento na temática da cultura digital e abriu caminho para o
surgimento de políticas culturais voltadas ao contexto das redes e das tecnologias digitais.
Uma proposta central foi a criação dos Pontos de Cultura - entidades e coletivos
culturais certificados pelo Ministério da Cultura (MinC), com poder de penetração em
*
Este artigo foi escrito com a colaboração de Lívia Ascava, Caroline Mazzonetto, Uirá Porã Maia do
Carmo, Miguel Gondim de Castro, Leonardo Germani, Felipe Cabral e Luis Fagundes (Asa).
áreas mais vulneráveis e potencialização da cultura no contexto das redes. Destaca-se
também a criação das câmaras setoriais de cultura - fóruns consultivos permanentes com
o objetivo de promover maior diálogo entre a sociedade civil e o MinC.
Tais ações foram essenciais para pautar a elaboração com ampla participação
social do Plano Nacional de Cultura (PNC), instituído em 2010 pela Lei nº 12.343. O
PNC traz 53 metas que orientam o poder público municipal, estadual e federal a planejar
e implementar políticas públicas de longo prazo (até 2020) voltadas à proteção e
promoção da diversidade cultural. Além disso, orienta estados e municípios a criarem
Sistemas Municipais e Estaduais de Cultura, sendo o levantamento de informações sobre
o campo cultural um dos compromissos propostos. Junto com o PNC foi criado o Sistema
Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC), com o objetivo de coletar,
armazenar, e difundir os dados e informações sobre objetos culturais em âmbito nacional.
Quatro das 53 metas abordam a necessidade de estruturação de dados:
Meta 1) Sistema Nacional de Cultura institucionalizado e implementado, com
100% das Unidades da Federação (UFs) e 60% dos municípios com sistemas de
cultura institucionalizados e implementados.
Meta 2) 100% das Unidades da Federação (UFs) e 60% dos municípios com dados
atualizados no Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC).
Meta 3) Cartografia da diversidade das expressões culturais realizada em todo o
território brasileiro.
Meta 8) 110 territórios criativos reconhecidos.
2. Sociedade civil: Iniciativas de mapeamento colaborativo
A partir da década de 90, com o início da popularização da internet e das novas
Tecnologias da Informação e Comunicação, uma série de grupos começou a investigar
como essas novas tecnologias - e a forma como a sociedade passava a se comportar diante
delas - poderiam impactar nos processos políticos. Surge assim o conceito da Cultura
Digital Brasileira, que tem entre seus pilares as tecnologias livres e a colaboração e
construção em rede.
A criação de plataformas colaborativas para a consolidação dos dados e
mapeamento colaborativo da cultura no país começa em 2004, a partir de um esforço
conjunto entre a sociedade civil e o setor público, com o surgimento do software livre
Mapsys. O sistema de georreferenciamento online dos Pontos de Cultura foi criado pela
frente de Cultura Digital do Ministério da Cultura e operou até 2005, quando foi
incorporado pelo Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais e Tecnológicos e redesenhado
como o Mapas da Rede.
Em 2010, surge o portal CulturaEduca, criado pelo Instituto Lidas para facilitar o
diálogo entre escola, comunidade e instituições - mapeando escolas públicas, Pontos de
Cultura, Agentes de Leitura, bibliotecas públicas etc. de forma colaborativa, aberta e
gratuita.
No município de São Paulo (SP), em 2011, foi criada a agenda integrada do
Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais (Programa VAI), que divulgava as
informações dos projetos contemplados pelo edital em um mapa. Outra iniciativa
importante foi a criação do site Arte Fora do Museu, realizado pelos empreendedores
Felipe Lavignatti e Andre Deak, que mapeava as obras de arte localizadas no espaço
público das cidades. Ainda em 2011, o jornalista e cartógrafo Breno Castro e a educadora
Mariana Kz idealizaram a plataforma Mapas de Vista, que apresentava um mapeamento
colaborativo, com cadastros e perfis de agentes, grupos, espaços, atividades, produtos e
serviços culturais.
Mapas de Vista foi usado em diversas ações, como no Mapa Digital da Cultura
RS, da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul; na plataforma Gestão
Urbana SP, focada na revisão do Plano Diretor de São Paulo e realizada pela Secretaria
Municipal de Desenvolvimento Urbano; e no Mapa da Cultura de Fortaleza, da Prefeitura
de Fortaleza (CE), criado em 2012, parceria com o núcleo de desenvolvimento de
tecnologia Hacklab e o coletivo Casa de Cultura Digital.
3. Setor Privado: Investimento social
As experimentações com software livre, mapeamento e plataformas colaborativas
realizadas no Brasil a partir de 2004 tiveram um papel fundamental no surgimento do
software livre Mapas Culturais. Em 2013, quando o Instituto TIM foi criado - com a
missão de criar e potencializar recursos e estratégias para a democratização da ciência,
tecnologia e inovação -, reuniu representantes do setor público, privado e sociedade civil
para entender como poderia contribuir com a gestão pública da cultura. O projeto Mapas
Culturais surgiu do entendimento, do Instituto TIM, de que era possível superar os
desafios de escalabilidade e continuidade enfrentados pelas iniciativas de mapeamento
cultural realizadas anteriormente. Para isso, foram definidas três estratégias: 1)
Investimento para a criação e manutenção do software livre durante um período suficiente
para que a rede pudesse absorvê-lo; 2) Articulação de atores e acompanhamento das
implantações; 3) Governança do sistema e facilitação da rede de gestores,
desenvolvedores e produtores engajada e interessada no projeto.
A Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo - à época, chefiada pelo ex-
ministro Juca Ferreira - foi a primeira instituição parceira do Instituto TIM. Foi um ano
de trabalho conjunto, do desenvolvimento da primeira versão do software até o
lançamento, em 2014, de SP Cultura. Atualmente, o sistema opera nos estados do Ceará,
Rio Grande do Sul, Tocantins, Mato Grosso e São Paulo, no Distrito Federal e nos
municípios de Sobral, Blumenau, São José dos Campos, João Pessoa, Santo André e Belo
Horizonte, além de São Paulo. Algumas dessas instalações - Tocantins, Mato Grosso,
Distrito Federal e São José dos Campos - são autônomas: ou seja, o processo de
customização e instalação foi realizado pelas equipes técnicas das secretarias.
Em outubro de 2015, Mapas Culturais foi adotado pelo Sistema Nacional de
Informações e Indicadores Culturais (SNIIC), do Ministério da Cultura, que oferecerá o
sistema para todos os estados e municípios interessados. A partir desta parceria entre o
Instituto TIM e o MinC também foram entregues instalações que apoiam áreas internas
do ministério: Mapa da Cultura, Mapa dos Museus, Mapa das Bibliotecas e Rede Cultura
Viva, além do aplicativo mobile, orientado para a divulgação da agenda cultural.
Mapas Culturais é construído a partir das premissas do Desenvolvimento Ágil,
um conjunto de metodologias por meio do qual são estabelecidos ciclos curtos de
desenvolvimento e atualizações do sistema. Toda a rede do projeto é mobilizada em
momentos de planejamento e participa da priorização das demandas. Afinal, entre os
objetivos do projeto Mapas Culturais está a construção de um processo de gestão em rede
e o estímulo à autonomia, de forma que todos os envolvidos possam, a médio prazo,
contribuir para melhorar o sistema e realizar ações transversais a ele.
Como exemplos, é possível citar o investimento da Secretaria da Cultura do
Estado do Ceará em novas funcionalidades para criar o site do festival Maloca Dragão,
em parceria com o Hacklab e o Instituto Mutirão; a Secretaria da Cultura do Estado de
São Paulo produziu o site Férias nos Museus a partir de uma integração com a plataforma
SP Estado da Cultura; e o Distrito Federal desenvolveu um novo tema. Todas essas
contribuições são compartilhadas com a rede. Os quatro Encontros da Rede Mapas
Culturais realizados até o momento são espaços para a articulação da rede,
compartilhamento de experiências e definições estratégicas. Para ampliar as
possibilidades de participação e transparência, o Instituto TIM está trabalhando na criação
de um ambiente virtual que facilitará a troca de informações da Rede Mapas Culturais.
Referências
Agenda 21 da Cultura. Disponível em: <http://pnc.culturadigital.br/wp-
content/uploads/2012/10/2-agenda-21-da-cultura.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2016.
Compêndio da Ação Cultura Digital. Disponível em:
<http://hugoribeiro.com.br/biblioteca-digital/Compendio_da_acao_cultura_digital-
2009.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2016.
CulturaEduca. Disponível em: <http://culturaeduca.cc>. Acesso em: 23 ago.
2016.
Instituto TIM. Mapas Culturais. Disponível em:
<https://institutotim.org.br/project/mapas-culturais/>. Acesso em: 23 ago. 2016.
_______. Mapas Culturais na Virada Cultural. Disponível em:
<https://institutotim.org.br/2014/05/12/mapas-culturais-na-virada-cultural-2/>. Acesso
em: 24 ago. 2016.
_______. Instituto TIM produz app da Virada. Disponível em:
<https://institutotim.org.br/2015/07/06/instituto-tim-desenvolve-app-da-virada/>.
Acesso em: 24 ago. 2016.
_______. Novos usos para Mapas no Ceará. Disponível em:
<https://institutotim.org.br/2016/05/20/novos-usos-para-mapas-no-ceara/>. Acesso em:
24 ago. 2016.
_______. SP: site Férias nos Museus usa Mapas. Disponível em:
<https://institutotim.org.br/2016/08/02/sp-site-ferias-nos-museus-usa-mapas/>. Acesso
em: 24 ago. 2016.
Mapeamento Cultural no Brasil - Entrevista com Uirá Porã. Disponível em:
<http://wiki.nosdigitais.teia.org.br/Mapeamento_Cultural_no_Brasil_-
_Entrevista_com_Uir%C3%A1_Por%C3%A3>. Acesso em: 23 ago. 2016.
Mapsys. Disponível em: <http://wiki.nosdigitais.teia.org.br/Mapsys>. Acesso
em: 23 ago. 2016.
Ministério da Cultura. 1ª Conferência Nacional de Cultura. Disponível em:
<http://pnc.culturadigital.br/wp-content/uploads/2012/10/4-Relat%C3%B3rio-I-
CNC.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2016.
Plano Nacional de Cultura. Disponível em: <http://pnc.culturadigital.br/>. Acesso
em: 23 ago. 2016.

More Related Content

What's hot

Metas do Plano Nacional de Cultura (2ª Ed.)
Metas do Plano Nacional de Cultura (2ª Ed.)Metas do Plano Nacional de Cultura (2ª Ed.)
Metas do Plano Nacional de Cultura (2ª Ed.)Revista Garimpo Cultural
 
Setorial de cultural proposta para plano de cultura
Setorial de cultural   proposta para plano de culturaSetorial de cultural   proposta para plano de cultura
Setorial de cultural proposta para plano de culturaAna Regina Rego
 
Conferênia Nacional de Cultura: Eixo 5
Conferênia Nacional de Cultura: Eixo 5Conferênia Nacional de Cultura: Eixo 5
Conferênia Nacional de Cultura: Eixo 5leonardofsales
 
O que é o Sistema Nacional de Cultura? (resumo)
O que é o Sistema Nacional de Cultura? (resumo)O que é o Sistema Nacional de Cultura? (resumo)
O que é o Sistema Nacional de Cultura? (resumo)Revista Garimpo Cultural
 
Apresentação sergipe cultural
Apresentação sergipe culturalApresentação sergipe cultural
Apresentação sergipe culturalnnrdesign
 
Relatório 2013-2016
Relatório 2013-2016Relatório 2013-2016
Relatório 2013-2016Alvaro Santi
 
Consorcio realiza - Redes e Consorcios
Consorcio realiza - Redes e ConsorciosConsorcio realiza - Redes e Consorcios
Consorcio realiza - Redes e ConsorciosJessica R.
 
Mapeamento cultural: política pública e convivência social
Mapeamento cultural: política pública e convivência socialMapeamento cultural: política pública e convivência social
Mapeamento cultural: política pública e convivência socialFavela é isso aí
 
Projeto Observatório da Cultura
Projeto Observatório da Cultura Projeto Observatório da Cultura
Projeto Observatório da Cultura Alvaro Santi
 
Observatório da Cultura - Relatório de atividades 2010-2012
Observatório da Cultura - Relatório de atividades 2010-2012Observatório da Cultura - Relatório de atividades 2010-2012
Observatório da Cultura - Relatório de atividades 2010-2012Alvaro Santi
 
SEASDH: Apresentação rede colaborativa de Busca Ativa
SEASDH: Apresentação rede colaborativa de Busca AtivaSEASDH: Apresentação rede colaborativa de Busca Ativa
SEASDH: Apresentação rede colaborativa de Busca AtivaSEASDH
 
IPSO - Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais e Tecnológicos
IPSO - Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais e TecnológicosIPSO - Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais e Tecnológicos
IPSO - Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais e TecnológicosCarlos Seabra
 
Propostas para cultura - Déda13
Propostas para cultura - Déda13Propostas para cultura - Déda13
Propostas para cultura - Déda13Marcelo Déda 13
 

What's hot (19)

Metas do Plano Nacional de Cultura (2ª Ed.)
Metas do Plano Nacional de Cultura (2ª Ed.)Metas do Plano Nacional de Cultura (2ª Ed.)
Metas do Plano Nacional de Cultura (2ª Ed.)
 
Setorial de cultural proposta para plano de cultura
Setorial de cultural   proposta para plano de culturaSetorial de cultural   proposta para plano de cultura
Setorial de cultural proposta para plano de cultura
 
Conferênia Nacional de Cultura: Eixo 5
Conferênia Nacional de Cultura: Eixo 5Conferênia Nacional de Cultura: Eixo 5
Conferênia Nacional de Cultura: Eixo 5
 
O que é o Sistema Nacional de Cultura? (resumo)
O que é o Sistema Nacional de Cultura? (resumo)O que é o Sistema Nacional de Cultura? (resumo)
O que é o Sistema Nacional de Cultura? (resumo)
 
Apresentação SNC
Apresentação SNCApresentação SNC
Apresentação SNC
 
Apresentação sergipe cultural
Apresentação sergipe culturalApresentação sergipe cultural
Apresentação sergipe cultural
 
Relatório 2013-2016
Relatório 2013-2016Relatório 2013-2016
Relatório 2013-2016
 
Consorcio realiza - Redes e Consorcios
Consorcio realiza - Redes e ConsorciosConsorcio realiza - Redes e Consorcios
Consorcio realiza - Redes e Consorcios
 
Jornal Sistema Nacional de Cultura
Jornal Sistema Nacional de CulturaJornal Sistema Nacional de Cultura
Jornal Sistema Nacional de Cultura
 
Mapeamento cultural: política pública e convivência social
Mapeamento cultural: política pública e convivência socialMapeamento cultural: política pública e convivência social
Mapeamento cultural: política pública e convivência social
 
Projeto Observatório da Cultura
Projeto Observatório da Cultura Projeto Observatório da Cultura
Projeto Observatório da Cultura
 
Apresentação SNC 17 de Junho de 2009
Apresentação SNC 17  de Junho de 2009Apresentação SNC 17  de Junho de 2009
Apresentação SNC 17 de Junho de 2009
 
Observatório da Cultura - Relatório de atividades 2010-2012
Observatório da Cultura - Relatório de atividades 2010-2012Observatório da Cultura - Relatório de atividades 2010-2012
Observatório da Cultura - Relatório de atividades 2010-2012
 
SEASDH: Apresentação rede colaborativa de Busca Ativa
SEASDH: Apresentação rede colaborativa de Busca AtivaSEASDH: Apresentação rede colaborativa de Busca Ativa
SEASDH: Apresentação rede colaborativa de Busca Ativa
 
Goberno Aberrto - Guia de oficinas:março e abril
Goberno Aberrto - Guia de oficinas:março e abrilGoberno Aberrto - Guia de oficinas:março e abril
Goberno Aberrto - Guia de oficinas:março e abril
 
IPSO - Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais e Tecnológicos
IPSO - Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais e TecnológicosIPSO - Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais e Tecnológicos
IPSO - Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais e Tecnológicos
 
Propostas para cultura - Déda13
Propostas para cultura - Déda13Propostas para cultura - Déda13
Propostas para cultura - Déda13
 
Pmlll jlle
Pmlll jllePmlll jlle
Pmlll jlle
 
ISD SEMAS
ISD SEMASISD SEMAS
ISD SEMAS
 

Similar to Mapas Culturais: software livre para mapeamento e gestão da cultura

Como fazer um plano de cultura
Como fazer um plano de culturaComo fazer um plano de cultura
Como fazer um plano de culturaMais Por Arte
 
O que tem pra lá do muro
O que tem pra lá do muroO que tem pra lá do muro
O que tem pra lá do muroIsabela Morais
 
Metas Plano Nacional de Cultura Final
Metas Plano Nacional de Cultura FinalMetas Plano Nacional de Cultura Final
Metas Plano Nacional de Cultura FinalCatia Elousia Araujo
 
Mapeamento cultural no brasil
Mapeamento cultural no brasilMapeamento cultural no brasil
Mapeamento cultural no brasilFelipe Cabral
 
Revista do MinC - Cultura Viva 10 Anos
Revista do MinC - Cultura Viva 10 AnosRevista do MinC - Cultura Viva 10 Anos
Revista do MinC - Cultura Viva 10 AnosMinistério da Cultura
 
Observatório habitacional da cidade de são paulo
Observatório habitacional da cidade de são pauloObservatório habitacional da cidade de são paulo
Observatório habitacional da cidade de são pauloLucas Santos
 
Livro "Usos do tempo livre e práticas culturais dos porto-alegrenses"
Livro "Usos do tempo livre e práticas culturais dos porto-alegrenses"Livro "Usos do tempo livre e práticas culturais dos porto-alegrenses"
Livro "Usos do tempo livre e práticas culturais dos porto-alegrenses"Alvaro Santi
 
Subsídios para o debate sobre Serviço Social na Educação
Subsídios para o debate sobre Serviço Social na EducaçãoSubsídios para o debate sobre Serviço Social na Educação
Subsídios para o debate sobre Serviço Social na EducaçãoCRESS-MG
 
Cultura e tecnologia na abordagem do Ministério da Cultura - Alice Lacerda
Cultura e tecnologia na abordagem  do Ministério da Cultura - Alice LacerdaCultura e tecnologia na abordagem  do Ministério da Cultura - Alice Lacerda
Cultura e tecnologia na abordagem do Ministério da Cultura - Alice LacerdaCiber Comunica
 
Guia de Acesso a Recursos Financeiros para Organizações da Sociedade Civil
Guia de Acesso a Recursos Financeiros para Organizações da Sociedade CivilGuia de Acesso a Recursos Financeiros para Organizações da Sociedade Civil
Guia de Acesso a Recursos Financeiros para Organizações da Sociedade CivilVinícius Gorgulho
 
Plano Municipal de Cultura de Porto Alegre
Plano Municipal de Cultura de Porto AlegrePlano Municipal de Cultura de Porto Alegre
Plano Municipal de Cultura de Porto AlegreAlvaro Santi
 
Metas do Plano Nacional de Cultura
Metas do Plano Nacional de CulturaMetas do Plano Nacional de Cultura
Metas do Plano Nacional de Culturacultcultura
 
Projeto ong
Projeto ongProjeto ong
Projeto ongalphaju
 

Similar to Mapas Culturais: software livre para mapeamento e gestão da cultura (20)

Plano Municipal de Cultura
Plano Municipal de CulturaPlano Municipal de Cultura
Plano Municipal de Cultura
 
Como fazer um plano de cultura
Como fazer um plano de culturaComo fazer um plano de cultura
Como fazer um plano de cultura
 
cv_hd_2015_01
cv_hd_2015_01cv_hd_2015_01
cv_hd_2015_01
 
O que tem pra lá do muro
O que tem pra lá do muroO que tem pra lá do muro
O que tem pra lá do muro
 
Metas Plano Nacional de Cultura Final
Metas Plano Nacional de Cultura FinalMetas Plano Nacional de Cultura Final
Metas Plano Nacional de Cultura Final
 
Mapeamento cultural no brasil
Mapeamento cultural no brasilMapeamento cultural no brasil
Mapeamento cultural no brasil
 
Revista do MinC - Cultura Viva 10 Anos
Revista do MinC - Cultura Viva 10 AnosRevista do MinC - Cultura Viva 10 Anos
Revista do MinC - Cultura Viva 10 Anos
 
Anais trabalhos completos
Anais   trabalhos completosAnais   trabalhos completos
Anais trabalhos completos
 
Observatório habitacional da cidade de são paulo
Observatório habitacional da cidade de são pauloObservatório habitacional da cidade de são paulo
Observatório habitacional da cidade de são paulo
 
ju
juju
ju
 
Livro "Usos do tempo livre e práticas culturais dos porto-alegrenses"
Livro "Usos do tempo livre e práticas culturais dos porto-alegrenses"Livro "Usos do tempo livre e práticas culturais dos porto-alegrenses"
Livro "Usos do tempo livre e práticas culturais dos porto-alegrenses"
 
Minha Terra 2010
Minha Terra 2010Minha Terra 2010
Minha Terra 2010
 
Minha Terra 2010
Minha Terra 2010Minha Terra 2010
Minha Terra 2010
 
Subsídios para o debate sobre Serviço Social na Educação
Subsídios para o debate sobre Serviço Social na EducaçãoSubsídios para o debate sobre Serviço Social na Educação
Subsídios para o debate sobre Serviço Social na Educação
 
Cultura e tecnologia na abordagem do Ministério da Cultura - Alice Lacerda
Cultura e tecnologia na abordagem  do Ministério da Cultura - Alice LacerdaCultura e tecnologia na abordagem  do Ministério da Cultura - Alice Lacerda
Cultura e tecnologia na abordagem do Ministério da Cultura - Alice Lacerda
 
Ppt De Apresentacao
Ppt De ApresentacaoPpt De Apresentacao
Ppt De Apresentacao
 
Guia de Acesso a Recursos Financeiros para Organizações da Sociedade Civil
Guia de Acesso a Recursos Financeiros para Organizações da Sociedade CivilGuia de Acesso a Recursos Financeiros para Organizações da Sociedade Civil
Guia de Acesso a Recursos Financeiros para Organizações da Sociedade Civil
 
Plano Municipal de Cultura de Porto Alegre
Plano Municipal de Cultura de Porto AlegrePlano Municipal de Cultura de Porto Alegre
Plano Municipal de Cultura de Porto Alegre
 
Metas do Plano Nacional de Cultura
Metas do Plano Nacional de CulturaMetas do Plano Nacional de Cultura
Metas do Plano Nacional de Cultura
 
Projeto ong
Projeto ongProjeto ong
Projeto ong
 

Mapas Culturais: software livre para mapeamento e gestão da cultura

  • 1. Título: Mapas Culturais Autora: Thaís Rigolon* Resumo: Mapas Culturais é um software livre para o mapeamento colaborativo e gestão da cultura. Ele contribui para a gestão pública ao oferecer dados para a produção de indicadores e informações para orientar a elaboração de políticas públicas. O sistema foi criado pelo Instituto TIM em 2013, a partir do conhecimento e experiências de uma rede formada por gestores públicos, agentes culturais e ativistas da cultura digital, e mantém essa premissa de alianças intersetoriais e construção coletiva em sua implementação. Esse processo contribuiu para um desenho preciso do projeto Mapas Culturais e, consequentemente, para uma rápida adesão das instituições públicas (Secretarias de Cultura e Ministério da Cultura) com as quais o Instituto TIM vem estabelecendo parcerias institucionais e da própria rede, que tem investido em instalações autônomas e outros desdobramentos. Em dois anos são 14 instalações lançadas, nas três instâncias federativas brasileiras (municipal, estadual e federal), sendo que a parceria com o Ministério da Cultura tem como objetivo a escalabilidade nacional. O presente artigo apresenta um retrospecto do projeto a partir de três eixos: 1. Setor público: Políticas públicas que fomentaram e orientaram a iniciativa; 2. Sociedade civil: Iniciativas de mapeamento colaborativo; e 3. Setor Privado: Investimento social. Site: https://institutotim.org.br/project/mapas-culturais/ Artigo Em 2013, o Instituto TIM e a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo se uniram para criar uma solução capaz de contribuir para a gestão da cultura e oferecer um mapeamento colaborativo de agentes, equipamentos, eventos e projetos culturais. Dessa parceria surgiu o software livre Mapas Culturais. Hoje, a plataforma é usada por 6 estados e 7 municípios brasileiros e pelo próprio Ministério da Cultura. Essa jornada, porém, começou muito antes de 2013 e só foi possível em um cenário de transformações nas políticas culturais e na gestão da cultura, e no qual os softwares de mapeamento cultural adquiriam um papel cada vez mais relevante. Esse processo será analisado neste artigo a partir de três dimensões: as políticas públicas que fomentaram e orientaram o projeto Mapas Culturais, as experimentações com software livre, mapeamento e plataformas colaborativas que contribuíram para seu surgimento e o investimento social que o realizou. 1. Setor público: Políticas públicas que fomentaram e orientaram a iniciativa Há cerca de dez anos, a gestão do ex-ministro da Cultura Gilberto Gil (2003-2008) inaugurava um período de mudanças estruturantes na política cultural brasileira. Ao colocar em evidência a pauta da diversidade, da democratização da cultura e da cultura digital, a gestão de Gil - continuada por seu sucessor, Juca Ferreira (2008-2010) -, promoveu um amadurecimento na temática da cultura digital e abriu caminho para o surgimento de políticas culturais voltadas ao contexto das redes e das tecnologias digitais. Uma proposta central foi a criação dos Pontos de Cultura - entidades e coletivos culturais certificados pelo Ministério da Cultura (MinC), com poder de penetração em * Este artigo foi escrito com a colaboração de Lívia Ascava, Caroline Mazzonetto, Uirá Porã Maia do Carmo, Miguel Gondim de Castro, Leonardo Germani, Felipe Cabral e Luis Fagundes (Asa).
  • 2. áreas mais vulneráveis e potencialização da cultura no contexto das redes. Destaca-se também a criação das câmaras setoriais de cultura - fóruns consultivos permanentes com o objetivo de promover maior diálogo entre a sociedade civil e o MinC. Tais ações foram essenciais para pautar a elaboração com ampla participação social do Plano Nacional de Cultura (PNC), instituído em 2010 pela Lei nº 12.343. O PNC traz 53 metas que orientam o poder público municipal, estadual e federal a planejar e implementar políticas públicas de longo prazo (até 2020) voltadas à proteção e promoção da diversidade cultural. Além disso, orienta estados e municípios a criarem Sistemas Municipais e Estaduais de Cultura, sendo o levantamento de informações sobre o campo cultural um dos compromissos propostos. Junto com o PNC foi criado o Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC), com o objetivo de coletar, armazenar, e difundir os dados e informações sobre objetos culturais em âmbito nacional. Quatro das 53 metas abordam a necessidade de estruturação de dados: Meta 1) Sistema Nacional de Cultura institucionalizado e implementado, com 100% das Unidades da Federação (UFs) e 60% dos municípios com sistemas de cultura institucionalizados e implementados. Meta 2) 100% das Unidades da Federação (UFs) e 60% dos municípios com dados atualizados no Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC). Meta 3) Cartografia da diversidade das expressões culturais realizada em todo o território brasileiro. Meta 8) 110 territórios criativos reconhecidos. 2. Sociedade civil: Iniciativas de mapeamento colaborativo A partir da década de 90, com o início da popularização da internet e das novas Tecnologias da Informação e Comunicação, uma série de grupos começou a investigar como essas novas tecnologias - e a forma como a sociedade passava a se comportar diante delas - poderiam impactar nos processos políticos. Surge assim o conceito da Cultura Digital Brasileira, que tem entre seus pilares as tecnologias livres e a colaboração e construção em rede. A criação de plataformas colaborativas para a consolidação dos dados e mapeamento colaborativo da cultura no país começa em 2004, a partir de um esforço conjunto entre a sociedade civil e o setor público, com o surgimento do software livre Mapsys. O sistema de georreferenciamento online dos Pontos de Cultura foi criado pela frente de Cultura Digital do Ministério da Cultura e operou até 2005, quando foi incorporado pelo Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais e Tecnológicos e redesenhado como o Mapas da Rede. Em 2010, surge o portal CulturaEduca, criado pelo Instituto Lidas para facilitar o diálogo entre escola, comunidade e instituições - mapeando escolas públicas, Pontos de Cultura, Agentes de Leitura, bibliotecas públicas etc. de forma colaborativa, aberta e gratuita. No município de São Paulo (SP), em 2011, foi criada a agenda integrada do Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais (Programa VAI), que divulgava as informações dos projetos contemplados pelo edital em um mapa. Outra iniciativa importante foi a criação do site Arte Fora do Museu, realizado pelos empreendedores Felipe Lavignatti e Andre Deak, que mapeava as obras de arte localizadas no espaço público das cidades. Ainda em 2011, o jornalista e cartógrafo Breno Castro e a educadora Mariana Kz idealizaram a plataforma Mapas de Vista, que apresentava um mapeamento colaborativo, com cadastros e perfis de agentes, grupos, espaços, atividades, produtos e serviços culturais.
  • 3. Mapas de Vista foi usado em diversas ações, como no Mapa Digital da Cultura RS, da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul; na plataforma Gestão Urbana SP, focada na revisão do Plano Diretor de São Paulo e realizada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano; e no Mapa da Cultura de Fortaleza, da Prefeitura de Fortaleza (CE), criado em 2012, parceria com o núcleo de desenvolvimento de tecnologia Hacklab e o coletivo Casa de Cultura Digital. 3. Setor Privado: Investimento social As experimentações com software livre, mapeamento e plataformas colaborativas realizadas no Brasil a partir de 2004 tiveram um papel fundamental no surgimento do software livre Mapas Culturais. Em 2013, quando o Instituto TIM foi criado - com a missão de criar e potencializar recursos e estratégias para a democratização da ciência, tecnologia e inovação -, reuniu representantes do setor público, privado e sociedade civil para entender como poderia contribuir com a gestão pública da cultura. O projeto Mapas Culturais surgiu do entendimento, do Instituto TIM, de que era possível superar os desafios de escalabilidade e continuidade enfrentados pelas iniciativas de mapeamento cultural realizadas anteriormente. Para isso, foram definidas três estratégias: 1) Investimento para a criação e manutenção do software livre durante um período suficiente para que a rede pudesse absorvê-lo; 2) Articulação de atores e acompanhamento das implantações; 3) Governança do sistema e facilitação da rede de gestores, desenvolvedores e produtores engajada e interessada no projeto. A Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo - à época, chefiada pelo ex- ministro Juca Ferreira - foi a primeira instituição parceira do Instituto TIM. Foi um ano de trabalho conjunto, do desenvolvimento da primeira versão do software até o lançamento, em 2014, de SP Cultura. Atualmente, o sistema opera nos estados do Ceará, Rio Grande do Sul, Tocantins, Mato Grosso e São Paulo, no Distrito Federal e nos municípios de Sobral, Blumenau, São José dos Campos, João Pessoa, Santo André e Belo Horizonte, além de São Paulo. Algumas dessas instalações - Tocantins, Mato Grosso, Distrito Federal e São José dos Campos - são autônomas: ou seja, o processo de customização e instalação foi realizado pelas equipes técnicas das secretarias. Em outubro de 2015, Mapas Culturais foi adotado pelo Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC), do Ministério da Cultura, que oferecerá o sistema para todos os estados e municípios interessados. A partir desta parceria entre o Instituto TIM e o MinC também foram entregues instalações que apoiam áreas internas do ministério: Mapa da Cultura, Mapa dos Museus, Mapa das Bibliotecas e Rede Cultura Viva, além do aplicativo mobile, orientado para a divulgação da agenda cultural. Mapas Culturais é construído a partir das premissas do Desenvolvimento Ágil, um conjunto de metodologias por meio do qual são estabelecidos ciclos curtos de desenvolvimento e atualizações do sistema. Toda a rede do projeto é mobilizada em momentos de planejamento e participa da priorização das demandas. Afinal, entre os objetivos do projeto Mapas Culturais está a construção de um processo de gestão em rede e o estímulo à autonomia, de forma que todos os envolvidos possam, a médio prazo, contribuir para melhorar o sistema e realizar ações transversais a ele. Como exemplos, é possível citar o investimento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará em novas funcionalidades para criar o site do festival Maloca Dragão, em parceria com o Hacklab e o Instituto Mutirão; a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo produziu o site Férias nos Museus a partir de uma integração com a plataforma SP Estado da Cultura; e o Distrito Federal desenvolveu um novo tema. Todas essas contribuições são compartilhadas com a rede. Os quatro Encontros da Rede Mapas Culturais realizados até o momento são espaços para a articulação da rede,
  • 4. compartilhamento de experiências e definições estratégicas. Para ampliar as possibilidades de participação e transparência, o Instituto TIM está trabalhando na criação de um ambiente virtual que facilitará a troca de informações da Rede Mapas Culturais. Referências Agenda 21 da Cultura. Disponível em: <http://pnc.culturadigital.br/wp- content/uploads/2012/10/2-agenda-21-da-cultura.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2016. Compêndio da Ação Cultura Digital. Disponível em: <http://hugoribeiro.com.br/biblioteca-digital/Compendio_da_acao_cultura_digital- 2009.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2016. CulturaEduca. Disponível em: <http://culturaeduca.cc>. Acesso em: 23 ago. 2016. Instituto TIM. Mapas Culturais. Disponível em: <https://institutotim.org.br/project/mapas-culturais/>. Acesso em: 23 ago. 2016. _______. Mapas Culturais na Virada Cultural. Disponível em: <https://institutotim.org.br/2014/05/12/mapas-culturais-na-virada-cultural-2/>. Acesso em: 24 ago. 2016. _______. Instituto TIM produz app da Virada. Disponível em: <https://institutotim.org.br/2015/07/06/instituto-tim-desenvolve-app-da-virada/>. Acesso em: 24 ago. 2016. _______. Novos usos para Mapas no Ceará. Disponível em: <https://institutotim.org.br/2016/05/20/novos-usos-para-mapas-no-ceara/>. Acesso em: 24 ago. 2016. _______. SP: site Férias nos Museus usa Mapas. Disponível em: <https://institutotim.org.br/2016/08/02/sp-site-ferias-nos-museus-usa-mapas/>. Acesso em: 24 ago. 2016. Mapeamento Cultural no Brasil - Entrevista com Uirá Porã. Disponível em: <http://wiki.nosdigitais.teia.org.br/Mapeamento_Cultural_no_Brasil_- _Entrevista_com_Uir%C3%A1_Por%C3%A3>. Acesso em: 23 ago. 2016.
  • 5. Mapsys. Disponível em: <http://wiki.nosdigitais.teia.org.br/Mapsys>. Acesso em: 23 ago. 2016. Ministério da Cultura. 1ª Conferência Nacional de Cultura. Disponível em: <http://pnc.culturadigital.br/wp-content/uploads/2012/10/4-Relat%C3%B3rio-I- CNC.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2016. Plano Nacional de Cultura. Disponível em: <http://pnc.culturadigital.br/>. Acesso em: 23 ago. 2016.