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GRUPO 1
CARACTERIZAÇÃO PATOGÊNICA,
FISIOLÓGICA E MORFOLÓGICA DE
Pseudocercospora musae
SOBRE O ARTIGO
■ AUTORES:
– Regina C. T. Rosa
– Maria Menezes
■ DEPARTAMENTOS
– Departamento de Agronomia, Área de Fitossanidade, Universidade Federal
Rural de Pernambuco
■ Aceito para publicação em 22/05/2001
■ Publicado na revista da Fitopatologia Brasileira edição 26, páginas 141 - 147.
■ Ano publicação: 2001.
INTRODUÇÃO
■ A Sigatoka amarela é causada pelo fungo que possui a fase teleomórfica
Mycosphaerella musicola (fase sexuada) e a fase anamórfica Pseudocercospora
musae (fase assexuada);
■ Os sintomas são formados por estrias necróticas de coloração acinzentada com
halo amarelo, paralelas às nervuras secundárias da folha;
■ O dano atribuído à doença é a perda precoce das folhas, reduzindo a
fotossíntese e, consequentemente, a produção (Bendezu & Godinho, 1986);
■ Atualmente, além da Sigatoka amarela, há relatos no país da ocorrência da
Sigatoka negra;
■ Considerando a importância da cultura e da doença, o presente trabalho teve
como objetivo principal a obtenção de isolados de P. musae, a partir de
material infectado, proveniente de diferentes áreas produtoras de banana, em
Pernambuco, determinação da patogenicidade, caracterização morfológica e
fisiológica do fitopatógeno.
METODOLOGIA – Obtenção dos
isolados
■ Os isolados foram obtidos de folhas de bananeira ‘pacovã’, ‘prata-anã’ e
‘missouri’;
■ Pequenos fragmentos, retirados da área de transição da lesão, foram tratados
com álcool 70%, durante 30 s e desinfestados com uma solução de hipoclorito
de sódio, numa concentração de 1,5%, por 1-2 min;
■ Transferidos para placas de Petri, contendo meio de batata-dextrose-ágar
(BDA);
■ Após o crescimento do fungo, fez-se a transferência, em condições assépticas,
para tubos de ensaio contendo BDA, para os estudos subsequentes.
METODOLOGIA –Testes de
patogenicidade
■ Para o teste de patogenicidade foram utilizados segmentos de folhas de
bananeiras cortadas em tiras de 6,5 cm de largura onde se procedeu a
inoculação dos isolados, através de dois métodos:
– a) Deposição do inóculo na folha com ferimento
– b) Deposição do inóculo na folha sem ferimento
■ Para as testemunhas foram utilizados discos de ágar sem o inóculo,
depositados na superfície foliar;
■ As folhas inoculadas e testemunhas foram mantidas em câmara úmida, em
condições de laboratório, por 30 dias, cobrindo-se as bandejas com sacos
plásticos, internamente umedecidos com água destilada esterilizada;
■ A avaliação foi efetuada levando se em consideração a presença ou ausência
de sintomas necróticos.
METODOLOGIA – Caracterização
fisiológica
■ Os isolados de Pseudocercospora musae foram cultivados em diferentes meios
de cultura, em três níveis de pH (4,5; 5,5 e 6,5), num regime de alternância
luminosa (12 h claro/ 12 h escuro), temperatura de 25 °C e umidade relativa
de 60%;
■ Foram utilizados os seguintes meios de cultura:
■ BDA, V-8 – ágar, leite de coco – LC, Czapek – CZP, maltose-peptonaágar e aveia
ágar – AA;
■ O delineamento estatístico utilizado foi inteiramente casualizado, em arranjo
fatorial 6 x 3, representado pelos diferentes meios e níveis de pH, perfazendo
um total de 18 tratamentos para cada isolado, com três repetições para cada
tratamento.
METODOLOGIA – Caracterização
fisiológica
■ A avaliação do crescimento micelial foi realizada através de medidas do
diâmetro das colônias, em dois sentidos diametralmente opostos, com auxílio
de uma régua milimetrada, aos sete dias de incubação, calculando-se a média;
■ As características culturais analisadas foram topografia e coloração da colônia,
considerando-se cada isolado de P. musae;
■ Após a avaliação do crescimento do fungo, procedeu-se a quantificação da
esporulação a partir do preparo da suspensão de conídios.
METODOLOGIA – Caracterização
morfológica
■ A caracterização morfológica foi efetuada utilizando-se as culturas de P.
musae que produziram conídios, sendo a avaliação feita com base no
tamanho, cor e septação dos mesmos. Os dados foram analisados
estatisticamente e as médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5%
de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
■ Testes de patogenicidade revelaram que os oito isolados de P
. musae foram
patogênicos quando inoculados em folhas de bananeira saudáveis,
especialmente quando ferimentos nas folhas foram provocados.
 P-2 apresentou melhor crescimento em LC e AA, nos três níveis de pH, sendo o pH 4,5
aparentemente o mais.
 P-3, apresentaram maior crescimento no meio LC, nos três níveis de pH,
principalmente, 4,5 e 5,5;
 Média do crescimento micelial de P-2 foi significativamente superior àquelas obtidas
para os demais isolados de P. musae.
 P-4 e P-5 apresentaram um crescimento mais lento, não diferindo entre si.
 P-6 apresentou maior crescimento no meio LC, nos três níveis de pH, principalmente,
4,5 e 5,5.
 P-8, apresentou maior crescimento no meio LC, nos três níveis de pH, principalmente,
4,5 e 5,5;
 P-7, mostrou maior crescimento no meio de BDA, também nos três níveis de pH,
sendo 4,5 o mais favorável.
 Quanto ao fator meio
de cultura, de um modo
geral, LC, seguido de
BDA e AA, induziram
maior média de
crescimento micelial de
P. musae, não diferindo
entre si, pelo teste de
Tukey
 Embora na maioria dos
casos, as diferenças não
tenham sido
significativas, observou-
se maior crescimento
micelial, quando os
isolados foram
cultivados em
substratos com pH 4,5
 Esporulação
 Média da esporulação de
P-6 foi significativamente
superior àquelas obtidas
para os demais isolados de
P. musae.
 P-3 e P-4 apresentaram
uma menor produção de
conídios, não diferindo
entre si
 A esporulação nos
diferentes meios de
cultura estudados,
revelou que os meios
BDA, MPA e V-8
proporcionaram
maior condição de
esporulação de P.
musae,
 Seguido do meio CZP
com uma
esporulação
intermediária
 Com relação a influência
dos níveis pH na
esporulação, observou-se
que no pH 6,5 ocorreu
produção mais abundante
de conídios, porém não
diferiu estatisticamente
daquela obtida em pH 5,5
 Maior produção de conídios foi constatada
com relação ao isolado P-1, quando
cultivado no meio de BDA, em pH 6,5
 Seguido pelos isolados P-6 e P-8
 Relação comprimento/ largura, estas diferenças não foram significativas
estatisticamente
 Com referência a septação, a maioria dos isolados apresentou de 1-5 septos, com
predominância de três.
 Promissoras para crescimento e produção de conídios de P. musae envolveram o
meio de BDA com o pH ajustado para 4,5 e 6,5, respectivamente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
■ Essas condições servem de base para futuros estudos que visem a
necessidade da produção de conídios em abundância para trabalhos de
inoculação de plantas objetivando a identificação de fontes de resistência ao
patógeno, entre outros aspectos.

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Caracterização de Pseudocercospora musae

  • 1. GRUPO 1 CARACTERIZAÇÃO PATOGÊNICA, FISIOLÓGICA E MORFOLÓGICA DE Pseudocercospora musae
  • 2. SOBRE O ARTIGO ■ AUTORES: – Regina C. T. Rosa – Maria Menezes ■ DEPARTAMENTOS – Departamento de Agronomia, Área de Fitossanidade, Universidade Federal Rural de Pernambuco ■ Aceito para publicação em 22/05/2001 ■ Publicado na revista da Fitopatologia Brasileira edição 26, páginas 141 - 147. ■ Ano publicação: 2001.
  • 3. INTRODUÇÃO ■ A Sigatoka amarela é causada pelo fungo que possui a fase teleomórfica Mycosphaerella musicola (fase sexuada) e a fase anamórfica Pseudocercospora musae (fase assexuada); ■ Os sintomas são formados por estrias necróticas de coloração acinzentada com halo amarelo, paralelas às nervuras secundárias da folha; ■ O dano atribuído à doença é a perda precoce das folhas, reduzindo a fotossíntese e, consequentemente, a produção (Bendezu & Godinho, 1986); ■ Atualmente, além da Sigatoka amarela, há relatos no país da ocorrência da Sigatoka negra; ■ Considerando a importância da cultura e da doença, o presente trabalho teve como objetivo principal a obtenção de isolados de P. musae, a partir de material infectado, proveniente de diferentes áreas produtoras de banana, em Pernambuco, determinação da patogenicidade, caracterização morfológica e fisiológica do fitopatógeno.
  • 4. METODOLOGIA – Obtenção dos isolados ■ Os isolados foram obtidos de folhas de bananeira ‘pacovã’, ‘prata-anã’ e ‘missouri’; ■ Pequenos fragmentos, retirados da área de transição da lesão, foram tratados com álcool 70%, durante 30 s e desinfestados com uma solução de hipoclorito de sódio, numa concentração de 1,5%, por 1-2 min; ■ Transferidos para placas de Petri, contendo meio de batata-dextrose-ágar (BDA); ■ Após o crescimento do fungo, fez-se a transferência, em condições assépticas, para tubos de ensaio contendo BDA, para os estudos subsequentes.
  • 5. METODOLOGIA –Testes de patogenicidade ■ Para o teste de patogenicidade foram utilizados segmentos de folhas de bananeiras cortadas em tiras de 6,5 cm de largura onde se procedeu a inoculação dos isolados, através de dois métodos: – a) Deposição do inóculo na folha com ferimento – b) Deposição do inóculo na folha sem ferimento ■ Para as testemunhas foram utilizados discos de ágar sem o inóculo, depositados na superfície foliar; ■ As folhas inoculadas e testemunhas foram mantidas em câmara úmida, em condições de laboratório, por 30 dias, cobrindo-se as bandejas com sacos plásticos, internamente umedecidos com água destilada esterilizada; ■ A avaliação foi efetuada levando se em consideração a presença ou ausência de sintomas necróticos.
  • 6. METODOLOGIA – Caracterização fisiológica ■ Os isolados de Pseudocercospora musae foram cultivados em diferentes meios de cultura, em três níveis de pH (4,5; 5,5 e 6,5), num regime de alternância luminosa (12 h claro/ 12 h escuro), temperatura de 25 °C e umidade relativa de 60%; ■ Foram utilizados os seguintes meios de cultura: ■ BDA, V-8 – ágar, leite de coco – LC, Czapek – CZP, maltose-peptonaágar e aveia ágar – AA; ■ O delineamento estatístico utilizado foi inteiramente casualizado, em arranjo fatorial 6 x 3, representado pelos diferentes meios e níveis de pH, perfazendo um total de 18 tratamentos para cada isolado, com três repetições para cada tratamento.
  • 7. METODOLOGIA – Caracterização fisiológica ■ A avaliação do crescimento micelial foi realizada através de medidas do diâmetro das colônias, em dois sentidos diametralmente opostos, com auxílio de uma régua milimetrada, aos sete dias de incubação, calculando-se a média; ■ As características culturais analisadas foram topografia e coloração da colônia, considerando-se cada isolado de P. musae; ■ Após a avaliação do crescimento do fungo, procedeu-se a quantificação da esporulação a partir do preparo da suspensão de conídios.
  • 8. METODOLOGIA – Caracterização morfológica ■ A caracterização morfológica foi efetuada utilizando-se as culturas de P. musae que produziram conídios, sendo a avaliação feita com base no tamanho, cor e septação dos mesmos. Os dados foram analisados estatisticamente e as médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
  • 9. RESULTADOS E DISCUSSÃO ■ Testes de patogenicidade revelaram que os oito isolados de P . musae foram patogênicos quando inoculados em folhas de bananeira saudáveis, especialmente quando ferimentos nas folhas foram provocados.
  • 10.  P-2 apresentou melhor crescimento em LC e AA, nos três níveis de pH, sendo o pH 4,5 aparentemente o mais.  P-3, apresentaram maior crescimento no meio LC, nos três níveis de pH, principalmente, 4,5 e 5,5;  Média do crescimento micelial de P-2 foi significativamente superior àquelas obtidas para os demais isolados de P. musae.
  • 11.  P-4 e P-5 apresentaram um crescimento mais lento, não diferindo entre si.  P-6 apresentou maior crescimento no meio LC, nos três níveis de pH, principalmente, 4,5 e 5,5.
  • 12.  P-8, apresentou maior crescimento no meio LC, nos três níveis de pH, principalmente, 4,5 e 5,5;  P-7, mostrou maior crescimento no meio de BDA, também nos três níveis de pH, sendo 4,5 o mais favorável.
  • 13.  Quanto ao fator meio de cultura, de um modo geral, LC, seguido de BDA e AA, induziram maior média de crescimento micelial de P. musae, não diferindo entre si, pelo teste de Tukey  Embora na maioria dos casos, as diferenças não tenham sido significativas, observou- se maior crescimento micelial, quando os isolados foram cultivados em substratos com pH 4,5
  • 14.  Esporulação  Média da esporulação de P-6 foi significativamente superior àquelas obtidas para os demais isolados de P. musae.  P-3 e P-4 apresentaram uma menor produção de conídios, não diferindo entre si
  • 15.  A esporulação nos diferentes meios de cultura estudados, revelou que os meios BDA, MPA e V-8 proporcionaram maior condição de esporulação de P. musae,  Seguido do meio CZP com uma esporulação intermediária
  • 16.  Com relação a influência dos níveis pH na esporulação, observou-se que no pH 6,5 ocorreu produção mais abundante de conídios, porém não diferiu estatisticamente daquela obtida em pH 5,5
  • 17.  Maior produção de conídios foi constatada com relação ao isolado P-1, quando cultivado no meio de BDA, em pH 6,5  Seguido pelos isolados P-6 e P-8
  • 18.  Relação comprimento/ largura, estas diferenças não foram significativas estatisticamente  Com referência a septação, a maioria dos isolados apresentou de 1-5 septos, com predominância de três.  Promissoras para crescimento e produção de conídios de P. musae envolveram o meio de BDA com o pH ajustado para 4,5 e 6,5, respectivamente.
  • 19. RESULTADOS E DISCUSSÃO ■ Essas condições servem de base para futuros estudos que visem a necessidade da produção de conídios em abundância para trabalhos de inoculação de plantas objetivando a identificação de fontes de resistência ao patógeno, entre outros aspectos.