O documento descreve:
1) A influência dos princípios marxistas no século XIX, incluindo a proposta de união internacional dos trabalhadores.
2) A formação das três Internacionais Comunistas entre 1864 e 1919, cada uma influenciada por contextos históricos diferentes.
3) As contradições do século XIX entre aumento da riqueza burguesa versus aumento da pobreza dos trabalhadores e entre liberalismo e socialismo.
2. HISTÓRIA SOCIAL
• Revolução Industrial: causa aumento da exploração dos trabalhadores. Reação dos
trabalhadores: Luddismo; Cartismo e Trade Unions.
• Já no século XIX, os princípios marxistas causaram modificações na luta dos trabalhadores,
como:
• Proposta de uma união internacional dos trabalhadores, pois o capitalismo era
mundial e não nacional. Marx: “Trabalhadores do mundo, uni-vos”. Assim, se
organizaram as associações internacionais de trabalhadores, surgindo:
• I Internacional Comunista (1864-1876): conflito entre socialista e anarquistas em
relação ao papel revolucionário do Estado. Anarquistas foram expulsos da reunião.
• II Internacional Comunista (1889-1917): reforma das ideias de Marx, influenciado pelo
sucesso do Partido Social-Democráta alemão (primeiro grande partido organizado por
trabalhadores). Crítica ao processo revolucionário e transição pacífica do capitalismo
para o socialismo através do voto popular.
• III Internacional Comunista (1919): influenciado pela Revolução Russa de 1917 e
pelas teorias de Lênin, crítico as eleições e defensor de um partido comunista que
preparasse e comandasse a revolução socialista mundial. Oposição dos social-democratas e
dos socialistas (Internacional Socialista em 1923). Divisão!
3. • O Século XIX foi marcado por algumas contradições, como:
Aumento da riqueza da burguesia (Revolução Industrial)
X
Aumento da pobreza dos trabalhadores
Liberalismo
X
Socialismo
4. História Social
• Mudança fundamental para o entendimento do
marxismo é a publicação dos “Grundisse – linhas
fundamentais da crítica da economia política”
(1940).
• “...a teoria do materialismo histórico requer
unicamente a sucessão de modos de produção,
porém, não que hajam de ser um ou outro em
particular, nem tampouco predeterminados na
ordem de sucessão.” (Formações econômicas
pré-capitalistas; Eric J. Hobsbawm “introdução”).
5. História
Social
• Materialismo histórico:
“...os homens fazem a sua própria
história; contudo não a fazem de
livre e espontânea vontade, pois não
são eles quem escolhem as
circunstâncias sob as quais ela é
feita, mas estas lhes foram
transmitidas assim como se
encontram. A tradição de todas as
gerações passadas é como um
pesadelo que comprime o cérebro
dos vivos.” (O 18 de Brumário de
Luís Bonaparte; Karl Marx)
6. Daens um grito de justiça – filme belga de 1993
História Social
12. História Social
• A Nova Lei dos Pobres de 1834 tornava obrigatório o
trabalho. Para obter auxílio, era necessário ir ao
albergue local e trabalhar por um salário inferior ao
praticado no mercado livre de trabalho. A intenção era
evitar que as pessoas se aproveitassem do auxílio à
pobreza e, também, tornar muito claro que havia algo
de indigno em estar reduzido a essa situação.
• A Nova Lei dos Pobres distinguia assim entre os pobres
ditos dignos e indignos, criando portanto categorias
morais que não correspondiam à realidade económica.
(JUDT, T. “O século XIX”)
15. História Social Inglesa
LUDISMO:
• Na Inglaterra do começo do século XIX, surgiu o Ludismo,
movimento que recebeu o nome de seu líder, Ned Ludd. 0
sentimento de insegurança e os terrores da miséria
convenceram Ludd e seus seguidores da maledicência da
máquina, considerada a inimiga principal.
• Entendimento do movimento por uma carta ameaçadora que
Ludd endereçou a um certo empresário de Hudersfield, em
1812: "Recebemos a informação de que é dono dessas
detestáveis tosquiadoras mecânicas. Fica avisado de que se
elas não forem retiradas até o fim da próxima semanal eu
mandarei imediatamente um de meus Representantes
destrui-las... E se o Senhor tiver a imprudência de disparar
contra qualquer dos meus Homens, eles têm ordem de Matá-
lo e queimar toda a sua Casa". (RUDÉ, G. “Multidão na
História, RJ: Civilização Brasileira, pp. 92.)
17. História Social Inglesa
CARTISMO:
Em 1832, o Parlamento inglês aprovou o "Reform Act" (lei
eleitoral que privou os operários do direito ao voto). Os
trabalhadores reagiram e formularam suas reivindicações
na "Carta do Povo", fundando o primeiro movimento
nacional operário do nosso tempo, o "cartismo"
movimento cartista ajudou os operários ingleses a
melhorarem suas condições de vida e deu-lhes
experiência de luta política. Assim, em 1833, surgiu a
primeira lei limitando a 8 horas de trabalho a jornada das
crianças operárias. Em 1842 proibiu-se o trabalho de
mulheres em minas, Em 1847, houve a redução da
jornada de trabalho para 10 horas.
19. História Social Inglesa
Foi em 1824, que o
parlamento inglês – Câmara
dos Comuns – votou uma lei
reconhecendo o direito de
associação que até então
era restrito às classes
dominantes. Conquistado o
direito de livre associação,
vem à luz as uniões
operárias. Considerados os
primeiros sindicatos, ou
trade-unions, como as
chamam os ingleses, logo se
desenvolveram por toda a
Inglaterra, em todos os
ramos de produção, e com
tempo tornaram-se bastante
poderosas.
Trade Unions primeira metade do séc. XIX
20. História Social Inglesa
* Raymond
Willians (1921-
1988);
* Eric J. Hobsbawm
(1917-2012) e
* E.P. Thompson
(1924-1993).
21. História Social Inglesa
* Grupo de intelectuais,
institucionalmente filiados ao Partido
Comunista Inglês que começam a
interpretar o processo histórico social a
partir da “tradição marxista”.
* Contribui de maneira decisiva para esse
cenário, a partir de 1946, os rumos na
Europa ao término da 2ª Guerra Mundial.
22. História Social Inglesa
• Debate, a partir de 1945, a respeito do
trânsito do feudalismo ao capitalismo. Estudo
elaborado pelo historiador-econômico inglês
Maurice Dobb.
• “Estudos sobre o desenvolvimento do
capitalismo”. Fecundo debate a respeito do
processo de transição do capitalismo para o
feudalismo.
23. História Social Inglesa
• Compreender historicamente a natureza do
capitalismo para propor uma “mudança/ruptura”,
com o intuito de atuar sobre os rumos da
sociedade.
• Supera o argumento da “circulação” e destaca a
questão das “lutas de classes” – revoltas
camponesas.
• O interesse dos historiadores ingleses a partir de
então, ficou principalmente vinculado ao campo
social e menos as determinações do econômico.
24. História Social Inglesa
• Surgimento de um estudo histórico que
rompia com o determinismo que imperava na
tradição socialista.
• Estabelecimento das ideias de História Social e
“história de baixo para cima”
• Os historiadores procuravam uma
interpretação da história inglesa que
rompesse os entraves da tradição soviética.
“caminho inglês para o socialismo”
25. História Social
Inglesa
• Nasceu em Oxford em 3 de fevereiro
de 1924.
• Durante a segunda guerra mundial
(1939-1944) interrompe os estudos e
vai servir no exército britânico.
• Perde o irmão mais velho durante o
conflito, Frank Thompson é fuzilado na
Bulgária em 1944.
26. História Social Inglesa
Entre fins dos anos 1940 e
início da década de 50, E.P.
Thompson dedicou-se
intensamente a temas que
foram recorrentes em sua
obra:
“Educação popular extra
muros”. Contato com os “de
baixo”, “os desenraizados”.
A militância no Partido
Comunista Inglês (PCGB).
O interesse do “acadêmico-
militante”, formar
revolucionários.
27. História
Social
Inglesa
• A tradição social do movimento operário inglês se
manifestou a partir do contato com o operariado
realizado a partir de sua passagem pela
Universidade de Leeds (final de 1948).
• “Contato com a realidade” fez com que a
concepção de Thompson sobre a “História
ensinada” fosse modificada.
• Crítica a “História Inglesa oficialmente correta”, a
proposta de somente pensar nos setores
dominantes .
28. História Social
Inglesa
Forte tradição na Inglaterra de lutas
sociais.
Questão Social – pauperismo – aparece
expresso na literatura, porém pouca
representação nos estudos de História.
Recuperação historiográfica dos
“movimentos sociais na Inglaterra”.
Ex.: Ludismo e Cartismo.
29. História Social
Inglesa
• “Formação da classe operária
inglesa” (1963)
• Obra feita a partir de pesquisas
a respeito da trajetória da
classe operária na Inglaterra e
suas “condições de vida”.
• Celebre a discussão sobre o
“fazer-se” da classe operária.
30. HISTÓRIA SOCIAL INGLESA
• “Este livro tem um título um tanto
desajeitado, mas adequado ao seu propósito.
Fazer-se, porque é um estudo sobre um
processo ativo, que se deve tanto à ação
humana como nos condicionamentos. A
classe operária não surgiu tal como o sol
numa hora determinada. Ela estava presente
ao seu próprio Fazer-se” (Prefácio).
31. História
Social
Inglesa
“Formação da classe operária inglesa” passou
a ser um modelo e, ao mesmo tempo, numa
obra que desencadeou mudanças para jovens
historiadores no mundo todo.
Cultura material e social – passaram a ser
resgatados para entendimento da construção
de uma classe social.
Militante – ação em defesa do
desarmamento e na luta de emancipação dos
países colonizados (anos 60).
32. História Social
Inglesa
• Resposta aos artigos de Perry Anderson:
“…é possível identificar as peculiaridades
dos ingleses no processo revolucionário do
século XVII e a luta de classes e consciência
de classe adquirida em consequência.”
33. História
Social
Inglesa
“A história vista de baixo” (1966)
Ruptura com a “história oficial”.
Limites da “história vista de cima”.
Defesa da “tradição engajada” grupo de
intelectuais, como ele, procuraram romper
os muros da elite anglicana “OxBridge”.
Dificuldades da realização de pesquisa para
aqueles que procuram “rompimento com a
produção de conhecimento da elite”.
34. História
Social
Inglesa
• Defesa da relevância da História
Operária.
• “O tema tornou-se tão impreciso em
seus contornos que, no exato momento
em a história operária encontra
expressão institucional na sua própria
sociedade, seu valor terminológico esta
sendo colocado em questão.” pp. 191.
• Contra o retrocesso “conceitual”.
35. História Social Inglesa
Sindicato atrelado ao Estado no
Brasil – Era Vargas (1930-1945)
Movimento operário de oposição ao
Estado (Inglaterra 1926)
36. História Social Inglesa
• Resgate dos padrões de comportamento do
movimento operário.
• “Se retomarmos ao tema da disciplina do
trabalho, ou ao das mudanças nos padrões
familiares de conduta e lazer e aos valores
comunitários durante a industrialização, o
campo para o estudo comparativo parece
infindável.”
37. História Social Inglesa
• Relação “História com as demais ciências sociais”.
• Defesa intransigente da “análise documental”, “pesquisa de
documentos”.
• Questão do método em História – discussão fundamental para
a proposta de interpretação do movimento operário
defendida por Thompson.
39. d) Socialismo científico (Marxismo):
• Definição: corrente de esquerda, que surgiu no século XIX, destinada a explicar os
mecanismos da exploração capitalista, além de propor aos trabalhadores um
projeto coerente de luta por melhorias e contra a burguesia.
• Principais pensadores: Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895).
• Principais obras: Manifesto comunista e O Capital.
Principais
conceitos
• Materialismo histórico: análise da História humana privilegiando
os aspectos materiais (organização econômica), que determinam a
organização social.
• Infraestrutura: socioeconômica (sempre em evolução).
• Superestrutura: elementos políticos, culturais, religiosos etc.
(estagnada pelos interesses do grupo dominante)
• Da contradição entre infraestrutura (em evolução) e
superestrutura (estagnada) surgem as revoluções.
:
• Mais-valia: é definida como a diferença entre o valor da riqueza
produzida pelo trabalho do operário e o valor remunerado de sua
força de trabalho.
• Principal indicativo da exploração dos proletários pelos burgueses
(donos dos meios de produção) e fonte de riquezas da burguesia.
• Luta de classes: vista por Marx como o fator transformador da
História da humanidade (através da revolução), pois é o conflito
entre os destituídos de poder contra os donos do poder. Essa
diferença se deve a posse da propriedade privada dos meios de
produção.
• Exemplos históricos: Idade Antiga (escravos X cidadãos); Idade
Média (nobres X servos); Idade Moderna (nobreza X burguesia);
e Idade Contemporânea (burguesia X proletariado).
A história da sociedade até os nossos dias é a história da luta de classes.
• Revolução socialista: tensões entre proletariado e burguesia
resultaria na revolução liderada pelos trabalhadores, com a
destruição do capitalismo e implantação do Socialismo (sociedade
igualitária, com o fim da propriedade privada, que passa para a
posse do Estado, representante dos trabalhadores. Ditadura do
proletariado).
• Em um próximo estágio de desenvolvimento, o estado seria
abolido e daria início ao Comunismo, seguindo o seguinte princípio:
“De cada um segundo a sua capacidade, a cada um segundo sua
necessidade” (Surgimento do “novo homem”).
A sociedade é determinada, em última instância, pelas condições econômicas.
Quarto Stato ( IV Estado), de Pelizza da Volpedo (1902)
40. IV- O movimento trabalhista:
• Revolução Industrial: causa aumento da exploração dos trabalhadores. Reação dos
trabalhadores: Luddismo; Cartismo e Trade Unions.
• Já no século XIX, os princípios marxistas causaram modificações na luta dos trabalhadores,
como:
• Proposta de uma união internacional dos trabalhadores, pois o capitalismo era
mundial e não nacional. Marx: “Trabalhadores do mundo, uni-vos”. Assim, se
organizaram as associações internacionais de trabalhadores, surgindo:
• I Internacional Comunista (1864-1876): conflito entre socialista e anarquistas em
relação ao papel revolucionário do Estado. Anarquistas foram expulsos da reunião.
• II Internacional Comunista (1889-1917): reforma das ideias de Marx, influenciado pelo
sucesso do Partido Social-Democráta alemão (primeiro grande partido organizado por
trabalhadores). Crítica ao processo revolucionário e transição pacífica do capitalismo
para o socialismo através do voto popular.
• III Internacional Comunista (1919): influenciado pela Revolução Russa de 1917 e
pelas teorias de Lênin, crítico as eleições e defensor de um partido comunista que
preparasse e comandasse a revolução socialista mundial. Oposição dos social-democratas e
dos socialistas (Internacional Socialista em 1923). Divisão!