Aula do curso de fisioterapia sobre Hérnia de Disco.
A hérnia de disco é uma frequente desordem musculoesquelética, responsável pela lombociatalgia. Os problemas oriundos dessa afecção têm sido as razões mais frequentes de dispensa do trabalho por incapacidade. Esse processo ocorre mais freqüentemente em pacientes entre 30 e 50 anos, embora possa também ser encontrado em adolescentes e pessoas idosas e mais raramente em crianças.
1. Hérnia de disco intervertebral
Departamento de Fisioterapia
Curso de Fisioterapia
Fisiopatologia Clínica
2. Introdução
A hérnia de disco é uma frequente desordem musculoesquelética,
responsável pela lombociatalgia. (Barros et al. ,1995).
Os problemas oriundos dessa afecção têm sido as razões mais
frequentes de dispensa do trabalho por incapacidade (Atlas et al.,
2000).
Esse processo ocorre mais freqüentemente em pacientes entre 30 e 50
anos, embora possa também ser encontrado em adolescentes e
pessoas idosas e mais raramente em crianças (Garrido, 1993; Mayer
et al., 1996; Obukhov et al., 1996; Bortolleto et al., 1998).
3. Conceito
A hérnia de disco é um
processo em que ocorre a
ruptura do anel fibroso,
com subsequente
deslocamento da massa
central do disco nos
espaços intervertebrais.
4. Epidemiologia
Estima-se que 2 a 3 % da população sejam
acometidos por esse processo, cuja prevalência
é de 4,8% em homens e 2,5% em mulheres,
acima de 35 anos.
7. Fatores de risco
Fatores ambientais (fumar, envelhecimento);
Estilo de vida (carregar peso, torção de tronco,
má postura por período prolongado e
desequilíbrios musculares);
Herança genética.
8. Mecanismos provocativos de dor
Ruptura do anel fibroso (nervos sinovertebrais);
Degeneração do disco intervertebral e da faceta
articular;
Compressão mecânica do disco e da raiz nervosa;
Irritação química provocada pelo contato de
substâncias do núcleo pulposo sobre estruturas
neurais (raízes nervosas e medula espinhal).
14. Fatores etiológicos de herniação
discal
Sobrecarga de peso;
Componente de achatamento articular;
Instabilidade segmentar.
15. Tipos de herniação
De acordo com o canal medular :
Hérnias internas e medianas: apresentam-se centralizadas ao
meio do canal.
Paramedianas: localizadas medial e lateralmente ao meio do
canal.
Hérnias foraminais: localizam-se nos forames vertebrais.
16. Tipos de herniação
DENOMINAÇÃO % DO CANALACOMETIDO
Pequena Até 12%
Média De 12 a 25%
Grande De 25 a 50 %
Gigante Mais de 50%
De acordo com a dimensão:
17. Tipos de herniação
De acordo com a lesão das fibras do
disco:
Hérnia extrusas: ruptura em grande nível do anel
fibroso do disco, com a extrusão (expulsão) do
núcleo pulposo, (material gelatinoso), para o
interior raquidiano.
Hérnia sequestrada: fragmento herniado que migra
para cima, ou para o interior do forame.
De acordo com a localização:
Herniação anterior do disco
Herniação intravertebral do disco
Herniação posterior e postero-lateral do disco
18. Disco raiz Dor e paresias
Perda de
sensibilidade
Perda motora Perda do reflexo
C4-5 C5
Pescoço, ombros,
membros superiores
Ombro Deltóide, bíceps Bíceps
C5-6 C6
Pescoço, ombro ,
parte lateral do braço
e território radial do
antebraço ao hálux e
indicador
Polegar, indicador ,
parte radial do
antebraço, parte
lateral do braço
Bíceps Bíceps, supinador
C6-7 C7
Pescoço, parte lateral
do braço, dedos
anular e indicador
Indicador, dedo
médio, parte radial
do antebraço
Tríceps,extensor
ulnar do carpo
Tríceps, supinador
C7-T1 C8
Parte ulnar do
antebraço e mão
Metade ulnar do
dedo anular, dedo
mínimo
Ext. polegar Nenhum
Sintomas e sinais da ruptura lateral de disco cervical
19. Sintomas e sinais da ruptura lateral de disco lombar
Disco raiz Dor e paresias
Perda de
sensibilidade
Perda motora Perda do reflexo
L3-4 L4
Superfície anterior da
coxa, parte inferior
Superfície antero-
medial da coxa
estendendo pela
perna até a parte
interna do pé.
Quadríceps Patelar
L4-5 L5
Irradia por trás da
perna até a parte
lateral da panturrilha
e cruza pelo dorso do
pé até o hálux
Usualmente envolve
a parte lateral da
coxa e o hálux
Extensor longo do
hálux; menos
comumente,
músculos de
dorsiflexão do e
eversão do pé.
Isquiotibiais
L5-S1 S1
Irradia por trás da
panturrilha até o pé e
os pododáctilos
Quase sempre
compromete a parte
exterior da
panturrilha, a parte
exterior do pé, e os
pododáctilo menores;
menos comumente, a
parte posterior da
coxa.
Gastrocnêmio, e
ocasionalmente
músculos de eversão
do pé.
Aquileu
22. Diagnóstico Diferencial
Hérnia de Disco Torácica
Diferenciar de doenças neurológicas e tumores do
sistema nervoso
Observar afecçoes das vísceras torácicas abdominais
Hérnia de Disco Lombar
Diferenciar de patologias proximais ao disco, ao nível
da pelve e das afecções dos nervos periféricos
23. Testes específicos
Teste Slump
Manobra de Lasègue
Manobra de Valsalva
Sinal das Pontas
Teste de Spurling
26. Peça o paciente para prender a respiração e fazer força como se
quisesse evacuar. Em seguida pergunte se houve agravamento da
dor, e em caso afirmativo, peça-lhe para descrever a localização.
Manobra de Vasalva
27. Sinal das Pontas
Pede-se ao paciente para andar com a ponta dos pés e depois
com os calcanhares:
Não consegue andar com um dos calcanhares: compressão da
raiz L5.
Não consegue andar com uma das pontas dos pés: compressão
da raiz S1.
29. Tratamento conservador
Diatermia por meio de ondas curtas e ultra-som
Capacidade de penetrar profundamente nos tecidos (de 3
a 5 cm);
Aumento de sua temperatura e do metabolismo celular;
Melhora do fluxo sanguíneo local;
Melhora propriedade elástica dos tecidos;
Aumento do limiar para a dor.
30. TENS (transcutaneous eletrical nerve stimulation)
Teoria da comporta de dor, proposta por Melzack e
Wall;
Liberação de endorfinas, substâncias endógenas,
capazes de reduzir a dor;
Redução na utilização de medicamentos;
Redução temporária da dor;
Facilita a realização dos exercícios durante os
programas de reabilitação.
Tratamento conservador
31. Facilitação Neuromuscular Propioceptiva – Método Kabat
Técnica contração-relaxamento ;
Co-contração;
Reversos de estabilidade;
Coordenação;
Controle Muscular Concêntrico e excêntrico;
Estabilização do tronco;
Alinhamento Postural;
Harmonia das curvaturas da Coluna Vertebral.
Tratamento conservador
32. Alongamentos
Aumento do Comprimento das fibras musculares;
Relaxamento;
Flexibilidade.
Tratamento conservador
33. Pilates
Alinhamento da postura;
Concentração nos músculos mais internos;
Aumento da flexibilidade e coordenação motora;
Melhora do tônus e força muscular.
Maior mobilidade das articulações.
Tratamento conservador
34. Rolfing
Liberação da fáscia;
Reposição dos segmentos;
Maior equilíbrio;
Aumenta a desenvoltura dos movimentos;
Tratamento conservador
35. Reeducação Postural Global
Conscientização de percepção do alongamento das
cadeias musculares de forma global;
Tração;
Alívio da dor;
Correções posturais.
Tratamento conservador
36. Tração
Separação do segmento da coluna vertebral;
Fluxo de líquido e melhora a nutrição do disco
intervertebral ;
Estiramento dos tecidos em torno da raíz nervosa;
Redução da pressão intra-discal;
Pressão negativa intra-discal que puxa o disco
herniado de volta;
Melhora a nutrição para o nervo;
Remoção de metabólicos e exsudatos produzidos por
inflamação de baixo grau.
Tratamento conservador
37.
38. Hidroterapia
Propriedades físicas da água (densidade, pressão
hidrostática, gravidade específica e flutuação);
Bad Ragaz;
Watsu.
Tratamento conservador
39. Estabilização vertebral segmentar
Fortalecimento da musculatura profunda dos
segmentos vertebrais instáveis;
Contrações isométricas, de baixa intensidade,
mantidas durante 10s, por 10 repetições em posições
específicas para cada músculo a ser tonificado;
São estabilizadores lombares: quadrado lombar,
multifídios, transverso do abdomem, diafragma e
oblíquo interno.
Tratamento conservador