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1                                                    Fotografia

 2Contactos: telefone, correio electrónico

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  Enviado dia               Cor/formatação                                       lido
                                                            Profissional   STC   CLC    CP




 4

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 7Nome: Hermenegildo Baltazar

 8Profissão: Carpinteiro de limpos

 9Data de nascimento: 14 de Abril de 1912

10Local de Nascimento: Algures ao largo da Islândia

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15



 1                                                                                       1

 2
16        Na noite de 14 de Abril de 1912, no meio do oceano atlântico, nasci. Possivelmente
17esta data não vos faz recordar nada em especial mas se vos disser Titanic, possivelmente já
18poderão associar esta data. Foi nesse dia que o maior navio jamais construído à data se
19afundou.

20        Adalberta Fátima Baltazar e Giocondo Carneiro Baltazar, os meus pais, estavam
21embarcados a caminho dos Estados Unidos à procura de uma nova oportunidade no país das
22oportunidades. Agricultores de profissão na aldeia do interior de Portugal, Vale de Cabra.

23        Nada nessa noite previa o meu nascimento. Tudo estava programado para que esse
24acontecimento se desse já no novo continente. Quis o destino que um icebergue se cruzasse
25no meu caminho, na aflição deste acontecimento nasci.

26        Segundo o relato da minha mãe foi graças à pronta e eficiente assistência do médico
27Dr. Trolli, que se deu o parto. Convenhamos que a minha chegada foi um tanto ou quanto
28atribulada. Os conhecimentos técnicos do profissional de saúde permitiram que tudo corresse
29pelo melhor, sem complicações nem infecções. Esta situação, hoje em dia, é perfeitamente
30normal. Já todos os meus trinetos nasceram em maternidades.

31        Claro, esta aventura não foram só rosas. O meu pai não conseguiu sobreviver,
32entrando para a lista dos desaparecidos.

33        Passados dez anos, a minha mãe levou-me para a Liberty Island e contou-me detalhes
34que lhe estavam na memória do meu nascimento. Foi assim que soube que o Dr. Trolli não era
35o meu verdadeiro pai, mas sim o meu parteiro e companheiro da minha mãe desde o resgate
36no navio “Carpathia”, para mim será sempre o meu pai. Durante os primeiros anos, os meus
37pais tiveram a ajuda e apoio do American Seamen's Friend Society Sailors' Home and Institute.

38        Entre diversas mudanças de local de residência, estabelecemos residência em Newark.
39Actualmente é um local onde a cultura portuguesa está bem presente. Confesso que a minha
40mãe não era uma grande cozinheira, pois trabalhar com os fogões eléctricos, equipamentos
41ultramodernos, não era o seu forte. Muitas vezes recorria a ovos mexidos e “steak and chips”.

42        A minha educação foi apenas a obrigatória na altura. Em casa falávamos um misto de
43português e inglês, pois o meu padrasto era inglês, e na escola tinha obrigatoriamente de
44arranhar o inglês. Naquele tempo ninguém se preocupava com a integração dos imigrantes… A
45minha mãe nunca aprendeu a língua, apenas o essencial para se desenrascar no dia-a-dia.


 3                                                                                                2

 4
46        Neste tempo era costume entrar-se no mercado de trabalho muito novo. Assim
47aconteceu comigo. Aos 14 anos ingressei numa carpintaria como aprendiz.

48        A carpintaria era de um irlandês, O’Hara, vizinho dos meus pais, que precisava de
49alguém para o ajudar no seu negócio em expansão. Nesse sentido comecei na O’Hara inc.
50como aprendiz durante três anos, depois como carpinteiro de terceira mais três anos, de
51seguida como carpinteiro de segunda.

52        Na década de 20, as classes trabalhadoras começavam a reivindicar direitos,
53principalmente as mulheres, que substituíram os homens na indústria devido à guerra. Viviam-
54se os “loucos anos 20” e a mulher assumia novos papéis.

55        Graças a esta progressão na carreira e respectivo aumento salarial tive possibilidades
56económicas para propor casamento à minha amada Julieta Pimpinela.

57        Foi desde a chegada a Newark que notei que havia na minha rua, uma siciliana de
58longos cabelos negros de nome Julieta. Por muitas tentativas que fizesse, os costumes e
59valores incutidos pelos meus pais, impediam-me de ter uma abordagem directa com esta
60beldade. Diversos factores se interpunham entre nós. Ela católica apostólica romana
61praticante e eu filho de uma viúva casada pela segunda vez, tema complicado para os devotos
62pais da Julieta. Foi preciso demonstrar que nós, e principalmente eu, éramos uma família
63respeitadora, trabalhadora e com princípios, para que fôssemos aceites nesta família de
64Italianos.

65        O casamento foi uma linda cerimónia. Toda a comunidade se juntou e ofereceu-nos
66um lindo rádio “Silverstone”, que foi a jóia da nossa sala. Foi durante algum tempo motivo de
67reuniões entre vizinhos e familiares para ouvirmos as notícias. Recordo-me de ouvir a notícia
68do início da 2.ª guerra em 1939, e do receio que muitos amigos nossos tiveram que os “States”
69entrassem na guerra. Esse receio veio a concretizar-se dois anos depois quando os japoneses
70atacaram Pearl Harbor.

71        Por esta altura já era pai de uma linda menina chamada Catheryn Rosa Pimpinela
72Baltazar, a minha Cathy. Tentamos incutir os hábitos e costumes dos nossos pais. Sempre
73fizemos questão que a Cathy Rosa dominasse o italiano, português e o inglês. No que foi
74fundamental para conviver com os avós e amigos. Passados dois anos do nascimento da nossa
75princesa, a Julieta engravidou. Infelizmente, no dia do parto, no St. James Hospital, fui
76informado que era pai de gémeos siameses. Quis o destino que os bebés não resistissem. A

 5                                                                                            3

 6
77minha bisneta há poucos anos foi mãe de gémeos, tive receio que a história se repetisse.
 78Graças ao avanço da medicina e da tecnologia, às 16 semanas de gravidez, já a família toda
 79sabia que as crianças estavam de boa saúde.

 80        Profissionalmente fui progredindo dentro da carpintaria. A empresa cresceu, contratou
 81mais funcionários, e fui convidado para director de produção. A O’Hara inc. sempre se
 82preocupou com a boa relação entre colaboradores, e aquando da minha ascensão a director,
 83implementei a obrigatoriedade do usos de alguns equipamentos de protecção. Claro que estas
 84novas políticas não foram inicialmente do agrado dos funcionários. Alguns mostravam alguma
 85resistência, pois segundo eles “Protection is for sissies!”. A atitude mudou quando se adquiriu
 86um equipamento novo e ocorreu um acidente grave, provocando a morte de um operário. Foi
 87um choque tremendo.

 88        Após várias melhorias implementadas na área fabril, o patrão, gostando dos resultados
 89apresentados, ofereceu-me sociedade, ao qual após discussão com a minha esposa, aceitei.

 90        Nessa altura, já com maior estabilidade financeira, convenci a Julieta a termos mais um
 91filho, pois até lá ela não tinha recuperado do trauma da perda dos gémeos.

 92        Foi com muita alegria minha que o Albert Andreia Pimpinela Baltazar, nasceu de
 93perfeita saúde.

 94        Quem diria que o nosso Albert, anos mais tarde nos viria a dar tantos problemas.
 95Estávamos em plena década de sessenta quando o nosso filho é preso por contestar a
 96participação dos States na guerra do Vietname. A Julieta e eu sempre promovemos a liberdade
 97de expressão, mas não estávamos preparados para os hippies, jovens sem futuro, sem
 98princípios, consumidores de substâncias estranhas, subvertendo os nossos valores. Muito
 99menos que o Albert fosse um deles.

100        Olhando hoje em dia para este movimento, reconheço que havia alguns princípios que
101não eram tão negativos como pensava. A preocupação ambiental, actualmente deveria estar
102na consciência de todos e deveríamos ter ouvido aquelas ideias. Se na altura tivesse
103conhecimento da poluição que a minha carpintaria fazia, teria tomado outras medidas.

104        Esta década também foi muito rica em acontecimentos: Woodstock, Guerra do
105Vietname, o assassinato do nosso querido presidente J.F. Kennedy e a ida do homem à lua.




  7                                                                                             4

  8
106        A minha mãe, já com uma idade avançada, sempre teve um sonho. Ter uma casa em
107Vale de Cabra. Como o negócio corria bem, deixei o negócio a cargo dos meus filhos e vim
108realizar o sonho da minha mãe, acompanhado da minha esposa.

109        Que aventura fazer a viagem de regresso, iria pela primeira vez ver a terra da minha
110mãe. O receio de voar pela primeira vez estava bem presente na minha velhota. Durante a
111viagem, a minha mãe, ia em constante tormento, apenas perguntava quanto tempo faltava
112para chegar e contou por diversas vezes a sua ida atribulada para os Estados Unidos.

113        Se a viagem a Lisboa foi sem sobressaltos, não posso dizer o mesmo sobre a viagem de
114Lisboa a Vale de Cabra. Que saudades senti da Route 66.

115        Confesso que chegámos completamente cansados, mas familiares afastados, avisados
116da nossa chegada, tinham-nos arranjado um local para ficar durante um período. Fiquei
117surpreso pela hospitalidade com que nos receberam, uns estranhos para a maioria. A sorte
118esteve do nosso lado. Encontrámos a casa dos pais da minha mãe, em ruínas e à venda. A sua
119compra foi a opção mais correcta e lógica. O sonho da minha mãe estava prestes a tornar-se
120realidade. Era uma casa de pedra granítica de paredes grossas, sem tecto. Ainda se conseguia
121vislumbrar uma cozinha com forno a lenha, uma sala contígua, que servia de sala de jantar e
122dois quartos. O terreno circundante tinha ainda uma capoeira, um poço e um curral. As
123árvores de fruto estavam ao abandono, no entanto ainda consegui colher um pêro. Era uma
124alegria ver a felicidade da minha mãe.

125        Tratámos de contratar uns pedreiros e carpinteiros que procederam à recuperação da
126casa, num curto espaço de tempo, pois a minha mãe queria habitá-la. Conseguimos que os
127seus últimos dias fossem passados no alpendre da sua casa. Morreu feliz. Infelizmente, hoje
128em dia, muitos idosos não têm esta sorte.

129        Estava eu em viagem com a Julieta na Sicília, quando soubemos do golpe de Estado em
130Portugal. Apressamo-nos a regressar a Vale de Cabra com receio da ocupação do nosso lar. O
131país viveu durante largos meses uma situação periclitante.

132        Sendo um homem que não consegue estar parado muito tempo, optei por abrir uma
133pequena carpintaria na aldeia, agora vila. Graças aos “skills” adquiridos ao longo dos anos,
134consegui, novamente, ter sucesso neste negócio.

135        Os anos começavam a pesar e o receio de que pudesse acontecer algum problema, a
136minha filha, divorciada do seu terceiro marido, decide vir ter connosco, com os seus três filhos
  9                                                                                              5

 10
137mais novos, o Mike, o Johny e a Ruth. A casa encheu-se de alegria, ver os meus netos a brincar
138nos jardins onde já a minha mãe brincara. A adaptação dos netos foi muito boa, tendo ido para
139a escola local. A Cathy sofreu mais com a sua integração, era difícil para uma mulher habituada
140a Nova York viver em Vale de Cabra. Para além de ter saudades do movimento, da agitação
141nocturna, da descriminação sentida pela forma de ser, vestir e estar na vida e principalmente a
142ausência dos três filhos mais velhos e sobrinhos. Recordo-me dos primeiros tempos de casado
143onde a minha esposa escrevia com regularidade para os seus avós na Sicília, relatando a sua
144vida, enviando fotos, matando desta forma saudades dos seus entes queridos. Hoje as coisas
145mudaram “drasticilly”. É vermos o Mike e a sua mãe de volta do computador a falar com os
146filhos, irmão e sobrinho através de uma coisa chamada Skype. Tive algumas dificuldades a
147adaptar-me a esta nova realidade, mas pouco e pouco fui superando-as.

148        Actualmente a Cathy encontrou o homem da sua vida, o António Barrete, o
149encarregado da oficina de carpintaria. Estão os dois a prosseguir com o negócio.

150        Querendo dar o exemplo aos meus trinetos para a progressão dos estudos, iniciei-me
151neste processo de reconhecimento e validação de competências.

152




 11                                                                                             6

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Memórias de um carpinteiro nascido no Titanic

  • 1. 1 Fotografia 2Contactos: telefone, correio electrónico 3 Enviado dia Cor/formatação lido Profissional STC CLC CP 4 5 6 7Nome: Hermenegildo Baltazar 8Profissão: Carpinteiro de limpos 9Data de nascimento: 14 de Abril de 1912 10Local de Nascimento: Algures ao largo da Islândia 11 12 13 14 15 1 1 2
  • 2. 16 Na noite de 14 de Abril de 1912, no meio do oceano atlântico, nasci. Possivelmente 17esta data não vos faz recordar nada em especial mas se vos disser Titanic, possivelmente já 18poderão associar esta data. Foi nesse dia que o maior navio jamais construído à data se 19afundou. 20 Adalberta Fátima Baltazar e Giocondo Carneiro Baltazar, os meus pais, estavam 21embarcados a caminho dos Estados Unidos à procura de uma nova oportunidade no país das 22oportunidades. Agricultores de profissão na aldeia do interior de Portugal, Vale de Cabra. 23 Nada nessa noite previa o meu nascimento. Tudo estava programado para que esse 24acontecimento se desse já no novo continente. Quis o destino que um icebergue se cruzasse 25no meu caminho, na aflição deste acontecimento nasci. 26 Segundo o relato da minha mãe foi graças à pronta e eficiente assistência do médico 27Dr. Trolli, que se deu o parto. Convenhamos que a minha chegada foi um tanto ou quanto 28atribulada. Os conhecimentos técnicos do profissional de saúde permitiram que tudo corresse 29pelo melhor, sem complicações nem infecções. Esta situação, hoje em dia, é perfeitamente 30normal. Já todos os meus trinetos nasceram em maternidades. 31 Claro, esta aventura não foram só rosas. O meu pai não conseguiu sobreviver, 32entrando para a lista dos desaparecidos. 33 Passados dez anos, a minha mãe levou-me para a Liberty Island e contou-me detalhes 34que lhe estavam na memória do meu nascimento. Foi assim que soube que o Dr. Trolli não era 35o meu verdadeiro pai, mas sim o meu parteiro e companheiro da minha mãe desde o resgate 36no navio “Carpathia”, para mim será sempre o meu pai. Durante os primeiros anos, os meus 37pais tiveram a ajuda e apoio do American Seamen's Friend Society Sailors' Home and Institute. 38 Entre diversas mudanças de local de residência, estabelecemos residência em Newark. 39Actualmente é um local onde a cultura portuguesa está bem presente. Confesso que a minha 40mãe não era uma grande cozinheira, pois trabalhar com os fogões eléctricos, equipamentos 41ultramodernos, não era o seu forte. Muitas vezes recorria a ovos mexidos e “steak and chips”. 42 A minha educação foi apenas a obrigatória na altura. Em casa falávamos um misto de 43português e inglês, pois o meu padrasto era inglês, e na escola tinha obrigatoriamente de 44arranhar o inglês. Naquele tempo ninguém se preocupava com a integração dos imigrantes… A 45minha mãe nunca aprendeu a língua, apenas o essencial para se desenrascar no dia-a-dia. 3 2 4
  • 3. 46 Neste tempo era costume entrar-se no mercado de trabalho muito novo. Assim 47aconteceu comigo. Aos 14 anos ingressei numa carpintaria como aprendiz. 48 A carpintaria era de um irlandês, O’Hara, vizinho dos meus pais, que precisava de 49alguém para o ajudar no seu negócio em expansão. Nesse sentido comecei na O’Hara inc. 50como aprendiz durante três anos, depois como carpinteiro de terceira mais três anos, de 51seguida como carpinteiro de segunda. 52 Na década de 20, as classes trabalhadoras começavam a reivindicar direitos, 53principalmente as mulheres, que substituíram os homens na indústria devido à guerra. Viviam- 54se os “loucos anos 20” e a mulher assumia novos papéis. 55 Graças a esta progressão na carreira e respectivo aumento salarial tive possibilidades 56económicas para propor casamento à minha amada Julieta Pimpinela. 57 Foi desde a chegada a Newark que notei que havia na minha rua, uma siciliana de 58longos cabelos negros de nome Julieta. Por muitas tentativas que fizesse, os costumes e 59valores incutidos pelos meus pais, impediam-me de ter uma abordagem directa com esta 60beldade. Diversos factores se interpunham entre nós. Ela católica apostólica romana 61praticante e eu filho de uma viúva casada pela segunda vez, tema complicado para os devotos 62pais da Julieta. Foi preciso demonstrar que nós, e principalmente eu, éramos uma família 63respeitadora, trabalhadora e com princípios, para que fôssemos aceites nesta família de 64Italianos. 65 O casamento foi uma linda cerimónia. Toda a comunidade se juntou e ofereceu-nos 66um lindo rádio “Silverstone”, que foi a jóia da nossa sala. Foi durante algum tempo motivo de 67reuniões entre vizinhos e familiares para ouvirmos as notícias. Recordo-me de ouvir a notícia 68do início da 2.ª guerra em 1939, e do receio que muitos amigos nossos tiveram que os “States” 69entrassem na guerra. Esse receio veio a concretizar-se dois anos depois quando os japoneses 70atacaram Pearl Harbor. 71 Por esta altura já era pai de uma linda menina chamada Catheryn Rosa Pimpinela 72Baltazar, a minha Cathy. Tentamos incutir os hábitos e costumes dos nossos pais. Sempre 73fizemos questão que a Cathy Rosa dominasse o italiano, português e o inglês. No que foi 74fundamental para conviver com os avós e amigos. Passados dois anos do nascimento da nossa 75princesa, a Julieta engravidou. Infelizmente, no dia do parto, no St. James Hospital, fui 76informado que era pai de gémeos siameses. Quis o destino que os bebés não resistissem. A 5 3 6
  • 4. 77minha bisneta há poucos anos foi mãe de gémeos, tive receio que a história se repetisse. 78Graças ao avanço da medicina e da tecnologia, às 16 semanas de gravidez, já a família toda 79sabia que as crianças estavam de boa saúde. 80 Profissionalmente fui progredindo dentro da carpintaria. A empresa cresceu, contratou 81mais funcionários, e fui convidado para director de produção. A O’Hara inc. sempre se 82preocupou com a boa relação entre colaboradores, e aquando da minha ascensão a director, 83implementei a obrigatoriedade do usos de alguns equipamentos de protecção. Claro que estas 84novas políticas não foram inicialmente do agrado dos funcionários. Alguns mostravam alguma 85resistência, pois segundo eles “Protection is for sissies!”. A atitude mudou quando se adquiriu 86um equipamento novo e ocorreu um acidente grave, provocando a morte de um operário. Foi 87um choque tremendo. 88 Após várias melhorias implementadas na área fabril, o patrão, gostando dos resultados 89apresentados, ofereceu-me sociedade, ao qual após discussão com a minha esposa, aceitei. 90 Nessa altura, já com maior estabilidade financeira, convenci a Julieta a termos mais um 91filho, pois até lá ela não tinha recuperado do trauma da perda dos gémeos. 92 Foi com muita alegria minha que o Albert Andreia Pimpinela Baltazar, nasceu de 93perfeita saúde. 94 Quem diria que o nosso Albert, anos mais tarde nos viria a dar tantos problemas. 95Estávamos em plena década de sessenta quando o nosso filho é preso por contestar a 96participação dos States na guerra do Vietname. A Julieta e eu sempre promovemos a liberdade 97de expressão, mas não estávamos preparados para os hippies, jovens sem futuro, sem 98princípios, consumidores de substâncias estranhas, subvertendo os nossos valores. Muito 99menos que o Albert fosse um deles. 100 Olhando hoje em dia para este movimento, reconheço que havia alguns princípios que 101não eram tão negativos como pensava. A preocupação ambiental, actualmente deveria estar 102na consciência de todos e deveríamos ter ouvido aquelas ideias. Se na altura tivesse 103conhecimento da poluição que a minha carpintaria fazia, teria tomado outras medidas. 104 Esta década também foi muito rica em acontecimentos: Woodstock, Guerra do 105Vietname, o assassinato do nosso querido presidente J.F. Kennedy e a ida do homem à lua. 7 4 8
  • 5. 106 A minha mãe, já com uma idade avançada, sempre teve um sonho. Ter uma casa em 107Vale de Cabra. Como o negócio corria bem, deixei o negócio a cargo dos meus filhos e vim 108realizar o sonho da minha mãe, acompanhado da minha esposa. 109 Que aventura fazer a viagem de regresso, iria pela primeira vez ver a terra da minha 110mãe. O receio de voar pela primeira vez estava bem presente na minha velhota. Durante a 111viagem, a minha mãe, ia em constante tormento, apenas perguntava quanto tempo faltava 112para chegar e contou por diversas vezes a sua ida atribulada para os Estados Unidos. 113 Se a viagem a Lisboa foi sem sobressaltos, não posso dizer o mesmo sobre a viagem de 114Lisboa a Vale de Cabra. Que saudades senti da Route 66. 115 Confesso que chegámos completamente cansados, mas familiares afastados, avisados 116da nossa chegada, tinham-nos arranjado um local para ficar durante um período. Fiquei 117surpreso pela hospitalidade com que nos receberam, uns estranhos para a maioria. A sorte 118esteve do nosso lado. Encontrámos a casa dos pais da minha mãe, em ruínas e à venda. A sua 119compra foi a opção mais correcta e lógica. O sonho da minha mãe estava prestes a tornar-se 120realidade. Era uma casa de pedra granítica de paredes grossas, sem tecto. Ainda se conseguia 121vislumbrar uma cozinha com forno a lenha, uma sala contígua, que servia de sala de jantar e 122dois quartos. O terreno circundante tinha ainda uma capoeira, um poço e um curral. As 123árvores de fruto estavam ao abandono, no entanto ainda consegui colher um pêro. Era uma 124alegria ver a felicidade da minha mãe. 125 Tratámos de contratar uns pedreiros e carpinteiros que procederam à recuperação da 126casa, num curto espaço de tempo, pois a minha mãe queria habitá-la. Conseguimos que os 127seus últimos dias fossem passados no alpendre da sua casa. Morreu feliz. Infelizmente, hoje 128em dia, muitos idosos não têm esta sorte. 129 Estava eu em viagem com a Julieta na Sicília, quando soubemos do golpe de Estado em 130Portugal. Apressamo-nos a regressar a Vale de Cabra com receio da ocupação do nosso lar. O 131país viveu durante largos meses uma situação periclitante. 132 Sendo um homem que não consegue estar parado muito tempo, optei por abrir uma 133pequena carpintaria na aldeia, agora vila. Graças aos “skills” adquiridos ao longo dos anos, 134consegui, novamente, ter sucesso neste negócio. 135 Os anos começavam a pesar e o receio de que pudesse acontecer algum problema, a 136minha filha, divorciada do seu terceiro marido, decide vir ter connosco, com os seus três filhos 9 5 10
  • 6. 137mais novos, o Mike, o Johny e a Ruth. A casa encheu-se de alegria, ver os meus netos a brincar 138nos jardins onde já a minha mãe brincara. A adaptação dos netos foi muito boa, tendo ido para 139a escola local. A Cathy sofreu mais com a sua integração, era difícil para uma mulher habituada 140a Nova York viver em Vale de Cabra. Para além de ter saudades do movimento, da agitação 141nocturna, da descriminação sentida pela forma de ser, vestir e estar na vida e principalmente a 142ausência dos três filhos mais velhos e sobrinhos. Recordo-me dos primeiros tempos de casado 143onde a minha esposa escrevia com regularidade para os seus avós na Sicília, relatando a sua 144vida, enviando fotos, matando desta forma saudades dos seus entes queridos. Hoje as coisas 145mudaram “drasticilly”. É vermos o Mike e a sua mãe de volta do computador a falar com os 146filhos, irmão e sobrinho através de uma coisa chamada Skype. Tive algumas dificuldades a 147adaptar-me a esta nova realidade, mas pouco e pouco fui superando-as. 148 Actualmente a Cathy encontrou o homem da sua vida, o António Barrete, o 149encarregado da oficina de carpintaria. Estão os dois a prosseguir com o negócio. 150 Querendo dar o exemplo aos meus trinetos para a progressão dos estudos, iniciei-me 151neste processo de reconhecimento e validação de competências. 152 11 6 12