3. Objetivos ao final do módulo
• Diferenciar as lesões elementares da pele
• Classificar os tipos de pele
• Identificar as estruturas acometidas nas afecções estéticas faciais
• Avaliar esteticamente a face
4.
5. Formações Sólidas
• Pápula: inflamado, sem pus, elevação da pele;
• Nódulo: maior diâmetro (>1mm), na derme e/ou subcutâneo,
mais palpável que visível;
• Milium: cisto de queratina, 1 a 2mm, obstrui o folículo;
• Comedão (cravo): rolha de material endurecido (pó, elementos
epiteliais, sebo) no folículo pilossebáceo.
• Hiperceratose compactada densa do folículo
• Retenção do sebo na glândula sebácea
• Sebo é alcalino
• Podem ser abertos (oxidados), ponto negro na
extremidade (melanina e oxidação da gordura)
• ou fechados (brancos)
COMEDÃO
6.
7. Formações
Líquidas
Pústula: composta por líquido purulento.
Abscesso: coleção de pus na pele ou
subcutâneo. Pode haver rubor, calor e dor.
Vesículas: edema intercelular da epiderme
até 0,5cm.
Bolhas: maior dimensão, conteúdo variado,
pode ser intraepidérmica ou subepidérmica.
10. Edema
• Presença de excesso de líquido nos
tecidos do corpo (Guyton, 2011);
• Acúmulo de fluido no espaço
intersticial (Coelho, 2004).
• Geralmente ocorre no
compartimento extracelular, mas
pode estar no intracelular também.
EDEMA LABIAL
EDEMA PALPEBRAL
11.
12. Linhas de fenda
da pele
• Linhas de clivagem da pele;
• Linhas de Langerhans
13.
14. Linhas de
fenda da
pele
definidas pela direção em que a pele humana
se divide ao ser atingida com um ponto.
correspondem à orientação natural das fibras
de colágeno na derme.
incisões feitas paralelamente a elas podem se
curar melhor e produzir melhores cicatrizes do
que aqueles que as atravessam.
incisões perpendiculares às linhas de
Langerhans têm uma tendência a enrugar.
16. Sistema
Pigmentar
• A coloração da pele é formada a partir da
presença da melanina e dos pigmentos
sanguíneos
• Número de melanócitos é praticamente igual
nos diferentes fototipos
• Melanina: fotoproteção (reflete parte da
radiação e absorve outra para produção de
vitamina D);
Neutraliza RL;
Termorregulação.
18. Alterações de Cor
• Mácula (< 1cm) ou Mancha (> 1cm)
Vasculosanguíneas:
Eritema: por vasodilatação (sinal típico da inflamação),
Cianose: por congestão,
Telangiestasias: mancha vermelho-arroxeada, sinuosa,
por neoformação vascular,
Rubor: por vasodilatação (mais relacionado a temperatura e controle nervoso),
Púrpura (petéquia, equimose, hematoma): por extravasamento.
19.
20. Alterações
de Cor -
Pigmentares
• Hipercromias
• Ocronose: hiperpigmentação assintomática preto-
azulada em face, pescoço e dorso. Causa: uso
(excessivo) de hidroquinona – efeito rebote.
•
• Melanose solar ou senil: Manchas acastanhadas
maiores que as sardas. Dorso da mãos, antebraço,
face.
• Lentigo: É uma mancha acastanhada de bordas
regulares ou não, composta por proliferação
localizada de melanócitos epidérmicos.
21. Alterações
de Cor -
Pigmentares
• Fitofotodermatose: relacionado ao contato com
algumas plantas ou frutas cítricas, por exemplo
• Hiperpigmentação pós inflamatória: o processo
inflamatório altera a atividade dos melanócitos
(mais melanina no local). Também pode resultar do
extravasamento pigmentar pra derme.
• Sardas ou efélides: aumento da produção de
melanina causado pela exposição solar; tendência
familiar e em peles claras
• Melasma ou cloasma gravídico: associação entre
ação hormonal e exposição solar
23. Alterações
de Cor –
Pigmentares
Hipocromias e Acromias
Pitiríase alba: em face, antebraço, queratose. Piora
com o sol. Maiores que a pitiríase versicolor.
Pitiríase versicolor: são descamativas, micose
superficial.
Vitiligo: lesões acromicas delimitadas, doença
autoimune
Albinismo: origem genética
Leucodermia gutata: sarda branca
24.
25. A pele
doente
• Dermatoses → todas as doenças que
acometem a pele, sem especificações
• Dermatite → inflamação da pele, sem
classificar a etiologia
• Causadas por fatores intrínsecos ou por
contaminação por agentes infecciosos
• Pele sã e íntegra oferece proteção
adequada contra a entrada de agentes
patogênicos
27. Eczema de
contato
Dermatite de contato por irritação
primária → causada pela exposição a
agentes com propriedades de provocar
dano tecidual (80% nas mãos)
Dermatite de contato alérgica (por
sensibilização) → sensibilização da área
da pele por contato com o agente
irritante. Desenvolve resposta
imunológica. O aparecimento das lesões
é variável, de 48 horas até 15 dias (80%
na face)
29. Eczema
atópico
• Frequentemente associada à asma e rinite
alérgica
• Manifesta-se isoladamente, simultaneamente
ou intercalando-se com as crises de asma ou
rinite
• 30% dos indivíduos com eczema atópico têm
asma ou rinite alérgica e 15% têm surtos de
urticária
• 70% apresentam antecedentes familiares com
asma, rinite ou eczema
31. • Dermatite seborréica → afecção crônica, recorrente, não contagiosa
• Ocorre em regiões ricas em glândulas sebáceas
• Eventual predisposição familiar e discreta predominância no sexo masculino
• Maior ocorrência dos 18 aos 40 anos de idade
• Fatores que favorecem a dermatite seborréica → calor e umidade
Erupções eritêmato-escamosas
33. TIPOS DE PELE
Classificação de acordo com:
• Cor / Fototipo (Fitzpatrick): “Brasil: tabela inadequada (miscigenação racial),
peles claras com alto grau de bronzeamento e peles escuras com queimadura
solar”
• Grau de hidratação e produção de sebo
34. FOTOTIPOS DE PELE (Fitzpatrick)
Tipos de pele Características
I Apenas se queima, não se bronzeia
II Queima-se com frequência, as vezes se bronzeia
III Raramente se queima e sempre se bronzeia
IV Parda clara, raramente se queima
V Parda, queima-se muito raramente
VI Negra, praticamente não se queima
35. Fototipo I Fototipo II
• Peles, cabelos e olhos
claros.
• Apresenta duas
características do
fototipo I, como pele e
olhos claros.
• Cabelos escuros.
36. Fototipo III
Fototipo IV
• Apresenta uma
característica do fototipo
I (ex: cabelos escuros,
pele morena e olhos
claros).
• Cabelos, pele e olhos
escuros (mulato claro).
38. Grau de hidratação e produção sebácea
• Pele normal ou eudérmica
• Pele oleosa ou lipídica
• Pele seca ou alípica
• Pele mista
• Pele sensível*
39. Pele normal ou eudérmica
• Pele com espessura mediana
• Óstios quase imperceptíveis
• Produção sebácea equilibrada
• Rara (bebês)
40. Pele oleosa ou lipídica
• Pele com espessura aumentada
• Sulcos acentuados (poucos)
• Produção intensa de sebo
• Brilho excessivo
• Óstios dilatados
41. Pele seca ou alípica
• Pele com pouca produção sebácea e pouco elástica
• Opaca, desidratada
• Rugas finas precoces
• Óstios diminutos
• Tendência ao envelhecimento precoce
• Sensível ao frio e ao Sol
42. Pele mista
• Tipo mais frequente
• Zona central (zona T) com características de
pele lipídica e regiões laterais com
características de pele alípica
43. Pele Sensível
• Áreas mais finas, avermelhadas e
sensíveis abaixo dos olhos, maçãs do
rosto e nariz.
45. Escala de Baumann
• 16 possibilidades de combinações
• Seca X Oleosa
• Resistente X sensível
• Pigmentada X não pigmentada
• Propensa a rugas X firme
46. Envelhecimento
A palavra envelhecimento representa um conjunto
de processos que ocorrem em organismos vivos e
que com o passar do tempo levam a uma perda de
adaptabilidade, deficiência funcional, até levar à
morte. É uma progressão lógica nos processos
fisiológicos do crescimento e desenvolvimento
(SPIRDUSO, 2005).
47. Involução cutânea
• Pele representa um notável parâmetro do envelhecimento
• Fotoenvelhecimento: manchas, rugas e aspereza da pele
• Teorias que explicam o envelhecimento:
• A teoria do relógio biológico
• A teoria dos radicais livres
• A teoria da multiplicação celular
• A teoria autoimune
• A teoria do desgaste
48. Envelhecimento
Intrínseco (cronoenvelhecimento) Extrínseco (actinosenescência)
• Determinado geneticamente
• Perda da elasticidade, tônus
(redução colágeno e elastina)
• Menor regeneração celular
• Espessamento dos vasos
• Reduz defesas antioxidantes
• Atrofia
• Sol
• Fumo
• Sedentarismo
• Estresse
• Poluição
49. Caminhoneiro há
28 anos
Idade: 69 anos
Unilateral Dermatoheliosis. Jennifer
R.S. Gordon, M.D., and Joaquin C.
Brieva, M.D. N Engl J Med 2012;
366:e 25.
Envelhecimento
Intrínseco
Envelhecimento
Extrínseco
FLACIDEZ CUTÂNEA
50. Envelhecimento
• O processo de envelhecimento masculino é mais lento que o
processo feminino;
• A menopausa traz consequências drásticas ao relógio biológico
feminino
51. IDADE ALTERAÇÕES NA FISIOLOGIA DA PELE
14 - 18 Produção anormal de sebo, dilatação dos óstios, formação da acne juvenil
18 - 25 Equilíbrio na produção sebácea e hidratação da pele, estabilidade hormonal
25 - 30 Diminuição gradativa da atividade dos fibroblastos, da produção de colágeno solúvel e da
atividade mitótica dos queratinócitos
30 - 35 Diminui a hidratação da epiderme e a espessura da hipoderme, dando origem às rugas e
sulcos
35 - 40 Epiderme torna-se mais fina, aumento da queratinização, surgem as rugas na testa e nos
cantos dos olhos
40 - 45 Secreção sebácea deficiente, depósitos de cálcio nas fibras elásticas, aparecimento de
pequenos vasos (telangiectasias)
45 - 50 Diminuição da espessura da hipoderme, fragilidade das fibras elásticas, deficiência das
fibras de colágeno = maior número de rugas
Involução da arcada dentária → aumento dos sulcos nasogenianos
50 - 55 Fibras elásticas não conseguem exercer sua função adequadamente, melanócitos diminuem
sua produção em 80%
55 - 60 Desidratação da camada córnea, hipoderme afinada e irregular, coloração acinzentada,
sulcos verticais ao redor dos lábios, lábios têm metade do tamanho que tinham aos 30 anos
60 - 90 Circulação dérmica diminuída (colesterol nas paredes dos vasos), diminui a capacidade de
regeneração, pele não acompanha os movimentos musculares, rosto em formato de
triângulo invertido pela perda óssea e muscular
52. Envelhecimento da Pele
Redução de:
www.pigmentof.com
• Espessura epiderme-derme;
• Elasticidade e secreção
sebácea;
• Resposta imunológica;
• Número de glândulas
sudoríparas;
• Leito vascular, com fragilidade
dos vasos sanguíneos.
Oriá et al (2003)
53. Alterações de pele associadas ao
envelhecimento
• Câncer de pele
• Manchas
• Hiperqueratoses
• Flacidez
• Rugas
• xantelasma
55. Envelhecimento e Rugas
• Menor atividade das glândulas sudoríparas: pele mais
seca,
• Diminuição da microcirculação sanguínea reduz a
vitalidade e luminosidade,
• Contrações faciais diárias: marcam a epiderme na forma
de linhas finas e rugas de expressão.
O processo de envelhecimento cronológico acentua as
rugas de expressão, que tendem a ficar mais profundas e
marcadas.
SBCD - Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica
56. Rugas: classificação
• Superficiais ou profundas: de acordo com resposta ao estiramento da pele
• Estáticas ou Dinâmicas (linhas de expressão): quanto à permanência ou
desaparecimento durante o relaxamento muscular
• Gravitacionais
57. Classificação de Glogau
• Lesão Tipo I (Discreta): sem rugas. Fotoenvelhecimento precoce, com
discretas alterações na pigmentação, sem ceratoses. Idade de 20 a 30
anos.
• Lesão do Tipo II (Moderada): rugas ao movimento. Fotoenlhecimento
precoce e moderado com lentigos senis precoces visíveis; ceratoses
palpáveis, linha paralela ao sorriso começando a aparecer. Idade de 30
a 40 anos.
• Lesão do Tipo III (Avançada): rugas em repouso. Fotoenvelhecimento
avançado com discromias óbvias, ceratoses visíveis; rugas presentes,
mesmo sem movimentos; aspecto abatido, sempre cansado. Idade de
50 anos ou mais.
• Lesão do Tipo IV (Grave): rugas. Fotoenvelhecimento grave com pele
amarelo-acinzentada; lesões malignas cutâneas . A idade do paciente é
de 60 a 70 anos.
65. Flacidez cutânea (skin agging)
DeCS: fenômenos fisiológicos da pele, envelhecimento da pele
66. FLACIDEZ OU PTOSE
• Pele torna-se delgada e menos elástica
• Tecidos subcutâneo, muscular e osteocartilaginoso
tbém sofrem atrofia
• Pele distrófica e inelástica não consegue
acompanhar a redução do conteúdo
• Resultado: envoltório excessivo e flacidez
KEDE e SABATOVICH, 2009.
67.
68. Elasticidade e plasticidade
• Pele: comportamento
viscoelástico - capacidade de
deformar-se frente à pressão
exercida contra o tecido.
• relação entre a resistência
interna do material, a carga e
seu próprio alongamento.
69. Elasticidade e plasticidade
• Duas fases:
• Elástica - tensão é diretamente proporcional à habilidade do tecido
de resistir à carga (retorno à condição normal)
• Plástica – tensão maior que a resistência tecidual (deformação
permanente)
70. 1. Espessamento da camada córnea
2. Diminuição da circulação periférica
3. Diminuição do tônus muscular
4. Diminuição na produção de colágeno e
elastina pelo fibroblasto
5. Diminuição do teor ideal de água
6. Alteração no metabolismo celular
Flacidez da pele é a perda da
propriedade elástica e de
sustentação do tecido conjuntivo,
onde as fibras não fazem a devida
tração do tecido.
FLACIDEZ CUTÂNEA
ENVELHECIMENTO
CUTÂNEO
DUARTE, 2012; DU VIVIER e MCKEE, 2014; ROCKEN, 2014; KEDE, 2015.
71. Colágeno: proteína fibrosa muito abundante no tecido
conjuntivo sub cutâneo. É o principal constituinte da matriz
extracelular da derme (70%). Forma o arcabouço dérmico.
FLACIDEZFLACIDEZ CUTÂNEA
TISSULAR
72. Emaranhado de proteínas fibrosas
(colágenos e elastina)
Fibroblasto
FFLACIDEZ CUTÂNEA TISSULAR
74. As CÉLULAS PROGENITORAS (células tronco)
são essenciais para a manutenção e
regeneração dos tecidos cutâneos
O Estresse oxidativo mediado por UV
pode afetar negativamente as CÉLULAS
PROGENITORAS
FLACIDEZ CUTÂNEA
75. Imagens representativas de AFM de fibrilas de colágeno dérmico em pele
jovem (25 anos) e envelhecida (84 anos) protegida contra o sol nas axilas.
FLACIDEZ CUTÂNEA
78. FLACIDEZ MUSCULAR
• Fibras musculares: tipo I (contração lenta) e tipo II (contração rápida)
• Hipotonia muscular
• diminuição do tônus muscular, estando o músculo pouco consistente.
• Fibras não solicitadas ficam hipotrofiadas e flácidas
79. FLACIDEZ MUSCULAR
• Ocorre diretamente nos tecidos adjacentes à
pele e hipoderme, causando a perda da
"intimidade" entre eles o acúmulo de gorduras
em áreas flácidas.
• Fatores desencadeantes: inatividade física,
emagrecimento demasiado, envelhecimento
LIMA e RODRIGUES, 2012
82. referências
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desafio do dermatologista. Surg Cosmet Dermatol 2012;4(4):332-7.
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confocal. XXIV Congresso Brasileiro de Engenharia Biomédica – CBEB 2014
• Tancsik , R. C.; Machado de Moraes, A. Striae distensae: fisiopatologia Surgical & Cosmetic
Dermatology, vol. 1, núm. 3, 2009, pp. 137-140 Sociedade Brasileira de Dermatologia
• Renz, S.V. Oxidação e antioxidantes. Seminário da disciplina bioquímica do tecido animal, PPGCV,
UFRGS, 2003.