O documento discute o metabolismo do ferro no corpo, incluindo sua absorção, armazenamento e regulação. É descrito como o ferro é transportado na corrente sanguínea ligado à transferrina e armazenado na ferritina e hemossiderina. Fatores que estimulam ou inibem a absorção do ferro não-heme são detalhados, assim como exames complementares para avaliar os níveis de ferro, como ferro sérico, TIBC e ferritina.
2. METABOLISMO DO FERRO
Ligado à hemoglobina (70-75%).
Ligado à ferritina e hemossiderina (25%).
Ligado à transferrina sérica (2%).
Ferritina. Principal responsável pelo armazenamento de ferro no organismo.
Hemossiderina. Armazena ferro, mas de liberação mais lenta.
Transferrina. Transporte de ferro no plasma.
3. ABSORÇÃO DO FERRO
Duodeno e jejuno proximal absorvem o ferro, com influência dos tipos dos
alimentos ingeridos e das necessidades do organismo.
Forma heme. (animal), a própria molécula heme é absorvida. É mais bem
absorvida e não sofre influência de outras substâncias alimentares.
Forma não-heme. (vegetal), é absorvido diretamente o íon ferroso (Fe2+
). É
influenciado pelos alimentos e pH ácido do estômago que faz a conversão do íon
férrico (Fe3+
) em ferroso (Fe2+
).
4. EFEITO DOS ALIMENTOS
Estimulantes da absorção de ferro não-heme:
→ Ácidos: ácido ascórbico (vitamina C), ácido cítrico, ácido málico;
→ Proteínas da carne.
Inibidores da absorção de ferro não-heme:
→ Fitatos (fibras dietéticas e cereais);
→ Fenólicos (chá preto, chá mate, café e refrigerantes);
→ Fosfato (ovos e leite); proteínas do ovo (albumina e leite (caseína)
→ Aditivos (EDTA), minerais (Ca, Zn, Cu, Co, Mn).
5. REGULAÇÃO
O ferro absorvido pela mucosa intestinal é armazenado ligado à ferritina, e só é
repassado para a transferrina se as necessidades corpóreas determinarem.
Caso não haja necessidade de ferro, a descamação celular elimina o metal.
A hepcidina inibe a absorção de ferro. A hipóxia inibe sua síntese, enquanto que
o ferro e citocinas inflamatórias estimulam sua produção.
Além da mucosa intestinal, o ferro pode ser armazenado na medula óssea e no
baço. A hepcidina interfere na liberação do ferro para o plasma.
O organismo não é capaz de eliminar ativamente o ferro já estocado.
6. EXAMES COMPLEMENTARES
Ferro sérico. Mede o ferro ligado à transferrina.
TIBIC. Representa, de forma indireta, a concentração de transferrina sérica.
Saturação de transferrina. Pode ser calculada dividindo o ferro sérico pelo
TIBIC.
Ferritina. Mede a quantidade de ferro nos estoques celulares.
7. FERRO SÉRICO
Valor normal 60 a 150 mcg/dl
Aumenta → Hemocromatose (primária ou secundária)
→ Talassemia
→ Hepatite Aguda grave
→ Uso de anticoncepcional à base de progesterona
Reduz → Anemia Ferropriva
→ Anemia de Doença Crônica
→ Síndrome Nefrótica (perda urinária de transferrina)
Resultados
falsos
→ Falsa elevação em vigência de hemólise
→ Falsa redução nos soros lipêmicos
TRANSFERRINA SÉRICA
Valor normal 200 a 400 mg/dl
Aumenta → Deficiência de Ferro (Anemia Ferropriva)
→ Gestação e Uso de anticoncepcionais à base de progesterona
Reduz → Anemia de Doença Crônica e Hemocromatose
→ Síndrome Nefrótica
→ Hpertireoidismo
→ Desnutrição
CAPACIDADE TOTAL DE LIGAÇÃO DO FERRO
Valor normal 250 a 360 mcg/dl (para alguns: 300-400 mcg/dl)
Aumenta → Em todas as situações em que há elevação da Transferrina sérica.
Reduz → Em todas as situações em que há redução da Transferrina sérica.
SATURAÇÃO DA TRANSFERRINA
Valor normal 30 a 40%
Como calcular Ferro sérico dividido pelo TIBC
Aumenta → Hemocromatose (primária e secundária)
→ Talassemia
→ Com o uso de anticoncepcional à base de
progesterona
→ Ingestão excessiva de ferro
Reduz → Anemia Ferropriva: Anemia de Doença Crônica
→ Síndrome Urêmica
FERRITINA SÉRICA
Valor normal 20 a 200 ng/ml
Aumenta → Ingestão excessiva de ferro
→ Hemocromatose (primária e secundária)
→ Anemia de Doença Crônica
Reduz → Anemia Ferropriva (< 15 g/ml)
EXAMES COMPLEMENTARES NAS ANEMIAS