O documento discute os perfis falsos de Fernando Pessoa e memes da internet, comparando como ambos criam personagens imaginários. Apresenta a biografia de Pessoa e como ele criou heterônimos. Explora como a semiótica pode analisar os signos visuais dos memes relacionados a Pessoa. Conclui que Pessoa, ao criar heterônimos literários, antecipou a criação de perfis falsos online em redes sociais.
1. Os perfis fakes da literatura e do ciberespaço:
concepções do imaginário em Fernando Pessoa e a semiótica dos memes da Internet
Pesquisadora: Isabella Tavares Sozza Moraes
2. Biografia do autor
Fernando António Nogueira Pessoa, nasceu em 13 de junho de 1888, em Lisboa -
Portugal. É conhecido na Literatura Portuguesa, como um dos grandes nomes. É
astrólogo, poeta, filósofo, dramaturgo, tradutor, foi dono de tipografia e editora, além de
tradutor de cartas comerciais. Seus dois primeiros livros — Antinous e 35 sonnets —
foram publicados em inglês, mas sua primeira obra publicada em português foi
Mensagem (1934). O poeta pertence à geração de Orpheu do modernismo e produziu
obras anticonvencionais, provocativas, com liberdade formal, elementos futuristas e
simbolistas. Foi também criador do sensacionismo e de muitos heterônimos, antes de
falecer, em 30 de novembro de 1935.
5. Semiótica
Semiótica, termo grego proveniente de semeion + ótica, significa a ciência dos signos, é a
ciência que estrutura os signos a partir de suas leis, reflexões sistemáticas e classificações.
A princípio, o termo e a ciência foram introduzidos por John Locke, mas posteriormente,
apesar de Ferdinand de Saussure ter denominado como semiologia (a ciência de todos os
signos), o termo semiótica prevaleceu para que se tratasse do estudo estrutural dos signos
buscando maneiras de significação e decodificação a partir de métodos
científicos/filosóficos e linguísticos.
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7. Primeiridade:
Preto; cinza-amarelado;
amarelo-escuro; branco; cinza.
Secundidade:
cores trazendo o efeito de deteriorização;
antiguidade; a tipografia mostra a relação clássica,
possui aparência de jornais antigos; a expressão do
autor, apresenta calmidade; seriedade;
Terceiridade:
calma, temor, pacificação, espanto.
quali-signo sin-signo legi-signo
ícone:
Fernando Pessoa - ele mesmo
(ortônimo); representando a
heteronímia.
índice:
expressão de apatia do autor, tipografia utilizada,
reflexos de pontilhados e má qualidade da imagem,
cores desproporcionais.
símbolo:
Ortônimo, apresentando-se como criador de
diversas personagens (heterônimos), como é
conhecido por seu caráter revolucionário.
rema:
diversas cores neutras,
representando possíveis
sentimentos de tristeza, falta
de paz; misturas de cores
quentes e neutras, com o
intuito de mostrar um
elemento clássico, antigo, em
decomposição.
dicente:
Ambiente/fato de calmaria e apatia; é possível que o
autor esteja em um ambiente nublado, o ícone
principal, apresenta-se de maneira neutra, mas há
antíteses entre a ironia textual e a apresentação
imagética.
argumento:
Fernando Pessoa, apesar de não ser o
primeiro a fazer a criação de heterônimos,
foi o autor mais conhecido por suas diversas
criações; atualmente, na internet, há a
criação de perfis falsos na internet, que o
meme buscou relacionar com Fernando
Pessoa, pois também fazia a criação de
perfis falsos na literatura (apesar de o autor
não concordar que sejam falsos).
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9. Considerações finais
Apreende-se que Fernando Pessoa, possui um grande arcabouço teórico, prático e
literário. imagético, e é possível realizar diversas sintetizações perante seus escritos e sua
vivência como o grande poeta modernista da geração orpheu. Observar os planos da
semiótica, imaginário, arte, em composição com suas vertentes literárias, realiza uma
visão com maior amplitude de suas obras, podendo-se estabelecer estudos com maior
ênfase em aspectos supracitados.
10. Referências
DURAND, Gilbert. O imaginário: ensaio acerca das ciências e da filosofia da imagem.
Tradução de René Eve Levié. Rio de Janeiro: Difel, 1998.
FREIRE, Norma; COSTA, Edwaldo; ANAZ, Sílvio; AGUIAR, Grazyella; LEMOS,
LÚCIA. Noções do Imaginário: Perspectivas de Bachelard, Durand, Maffesoli e Corbin.
São Paulo: Revista NEXI (pucsp), 2014.
LAPLANTINE, F.; TRINDADE, L. O que é imaginário. São Paulo: Brasiliense, 1996.
SICSÚ, Delma Pacheco. O imaginário na Literatura. Amazonas: Relem (revista
eletrônica mutações), 2014.
ALMEIDA, Rogério de. Noções do Imaginário: Perspectivas de Bachelard, Durand,
Maffesoli e Corbin. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2005. Tese de doutorado.