Revisão de literatura sobre prosa e poesia, difrença entre prosa e poesia, características da prosa e da poesia, exemplos de prosa e poesia, poema narrativo e características de um poema narrativo.
3. Prosa é o texto no estilo natural, sem a
sujeição à rima, ritmo,ou versos. É um texto
com frases corridas, dividido em
parágrafos, com estrutura própria. A
principal diferença entre a poesia é a
musicalidade.
4. Na Literatura, a prosa está associada à narrativa. Portanto,
possui:
linguagem menos subjetiva do que a da poesia;
narrador ou narradora;
trama ou enredo;
personagens e suas ações;
espaço narrativo;
tempo da narrativa;
manifestação de emoções, pensamentos ou ideias;
menor conotação e ambiguidade em comparação
com a poesia."
5. “Arrastaram-se para lá, devagar, Sinha Vitória com o filho mais
novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano
sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia
presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino
mais velho e a cachorra Baleia iam atrás. Os juazeiros
aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-
se a chorar, sentou-se no chão.
– Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai. Não obtendo
resultado, fustigou-o com a bainha da faca de ponta. Mas o
pequeno esperneou acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os
olhos. Fabiano ainda lhe deu algumas pancadas e esperou que ele
se levantasse. Como isto não acontecesse, espiou os quatro
cantos, zangado, praguejando baixo“.- Vidas Secas – Graciliano
Ramos
6. “Arrastaram-se para lá, devagar, Sinha Vitória com o filho mais
novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano
sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia
presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino
mais velho e a cachorra Baleia iam atrás. Os juazeiros
aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-
se a chorar, sentou-se no chão.
– Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai. Não obtendo
resultado, fustigou-o com a bainha da faca de ponta. Mas o
pequeno esperneou acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os
olhos. Fabiano ainda lhe deu algumas pancadas e esperou que ele
se levantasse. Como isto não acontecesse, espiou os quatro
cantos, zangado, praguejando baixo“.- Vidas Secas – Graciliano
Ramos
7. “Até meados de abril, a Organização das Nações Unidas (ONU)
prevê que a Índia vai ultrapassar a China como o país mais
populoso do mundo.
Os dois gigantes asiáticos possuem mais de 1,4 bilhão de habitantes
cada. Há mais de 70 anos, eles representam mais de um terço da
população mundial.
A população da China provavelmente começará a encolher no próximo
ano. No ano passado, nasceram 10,6 milhões de pessoas, um pouco
mais do que o número de mortes, graças a uma rápida queda na taxa de
natalidade“.
Soutik Biswas – Correspondente da BBC na ´´India
8. Embora muito definem poema e poesia como sendo a
mesma coisa, eles possuem conceitos diferentes. Poema é
um texto literário composto de versos, estrofes e, por
vezes, rima. Já a poesia é uma manifestação artística que
pode ou não estar baseada em palavras como o poema.
Assim, a poesia é um conceito mais amplo que pode
envolver pinturas, esculturas, literatura, etc. Já o poema
está inserido no universo literário somente
Poema x Poesia
9. Língua Portuguesa
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
(Língua Portuguesa, Olavo Bilac)
10. A poesia é uma criação artística que possui uma abrangência maior que o
poema. Uma obra de arte, por exemplo, possui poesia, mas não é
considerada um poema:
11. Prosa poética
“Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são
doces. Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres
eternamente exausto. No entanto a tua presença é qualquer coisa como
a luz e a vida. E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em
minha voz a tua voz. Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria
terminado. Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.”
Vinícius de Moraes
12. Poema narrativo
Agora eu quero cantar
Uma história muito triste
Que nunca ninguém cantou,
A triste história de Pedro,
Que acabou qual principiou.
Não houve acalanto. Apenas
Um guincho fraco no quarto
Alugado. O pai falou,
Enquanto a mãe se limpava:
– É Pedro. E Pedro ficou.
Ela tinha o que fazer,
Ele inda mais, e outro nome
Ali ninguém procurou,
Não pensaram em Alcebíades,
Floriscópio, Ciro, Adrasto,
Que-dê tempo pra inventar!
– É Pedro. E Pedro ficou.
Pedrinho engatinhou logo
Mas muito tarde falou;
Ninguém falava com ele,
Quando chorava era surra
E aprendeu a emudecer.
Falou tarde, brincou pouco,
Em breve a mãe ajudou.
Nesse trabalho insuspeito
Passou o dia, e nem bem
A noite escura chegou,
Como única resposta
Um sono bruto o prostrou. (…)
— Mário de Andrade