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O Catarina
                                           Rodrigo Ayres de Araújo
                        III Seminário Histórias de Roteiristas Brasil




   Figure 1: Tela de apresentação da série “O CATARINA”       Figure 2: Cena da animação da série “O CATARINA”

                                                            descritos pelos exploradores.”
 Abstract                                                   Assim, foi pensado no personagem secundário, a
                                                            criatura “Unaniti”, que acompanharia o protagonista da
Esse estudo é baseado em pesquisas sobre o Folclore e a     história durante toda a sua vida.
história de Santa Catarina, visando construir um roteiro,
seguido de tradição e fantasia, dentro dos elementos que
constituíram a História de Santa Catarina, através do       2. O Catarina
protagonista. Atravessando o século XIX aos olhares de      O protagonista enfim, é Luca Torin, é um morador do
um catarinense que viu o desenvolvimento de uma             litoral catarinense, nascido em Laguna, viu a Tomada de
província através de aventuras, conflitos e influências,    Laguna e era amigo de Anita Garibaldi. Na primeira
convivendo entre o mistério e a história.                   história, depois do suicídio de seu pai, Luca Torin passa
Key Worlds: Santa Catarina; Folclore, Cultura, Fantasia,
História                                                    a trabalhar num baleeiro em Imbituba. Em Imbituba, a
                                                            pesquisa sobre os baleeiros, “Da política da exploração
 Authors’ contact:                                          ao discurso da preservação: usos e abusos da baleia-
 Rodrigo Ayres de Araújo                                    franca na história de Imbituba” de Giuliano Albuquerque
 acmestudio@yahoo.com                                       de Medeiros- Universidade Federal de Santa Catarina –
                                                            UFSC.
                                                            O Litoral catarinense possui influência dos açorianos, e
 1. Introdução
                                                            no primeiro capitulo, o protagonista convide em meio a
Baseado em argumentos em que a História é construída        cultura açoriana e enfrenta o lendário Cabeleira. Uma
através das pessoas, inicialmente a pesquisa em torno       serpente marinha lendária extraída do livro Poranduba
das origens da província de Santa Catarina se dá através    Catarinense de Lucas Alexandre Boiteux, onde
de sua população indígena, o povo Xokleng e                 observamos o contexto mítico.
Kaingang, e foi baseado no artigo de Os Nativos
Indígenas da Região Norte Catarinense Henry Henkels.
                                                            "No penhascoso costão da enseada de Imbituba existe
Nesse artigo, Henkels relata em suas pesquisas o mito
dos Xoklengs “Para o clã ao qual pertencia o morto, o       uma tenebrosa lapa a que dão o nome de "Buraco da
passamento de um membro representa um grande                Cobra". Ali. - segundo diziam os antigos — se aninhava
prejuízo, pois tudo que possuía é queimado, lançado ao      enorme e horrível serpente, dotada de farta cabeleira e
rio ou metido na cova ossuária para que o extinto não       que, à noite, fazia grandes estragos na criação das
tenha motivo de voltar. Os Xokleng, alguns grupos
isoladamente, tinham o hábito de quebrar os ossos dos       redondezas. No tempo em que existia naquele porto uma
braços e pernas do morto antes de cremar ou                 Armação de Baleias, havia um negro, empregado nela,
simplesmente enterrar – ritual relacionado com a            que aos domingos e dias santos fugia de ouvir a missa
manifestação de temor da volta do espírito do falecido      para meter-se naquela furna e ali entreter-se em pentear
para atormentar os outros índios. Essa característica é     e fazer tramas na cabeleira do apavorante monstro.
própria de muitas tribos filiados ao grupo Macro-Jê
como são os Xokleng. Os grupos que habitavam a              Apontavam-no como feiticeiro e ter partes com o
região nordeste de Santa Catarina certamente                demônio, mascarado naquela horrenda e temível cobra.
observavam o ritual de quebrar os ossos dos mortos,         Um belo dia o negro e serpente desapareceram sem
como se verá adiante. Essa característica se explica pela   deixar vestígios."
crença que o morto se converte num uñañiti-óg – ser
fantástico que se diverte em atirar pedras nas cabanas      Do mesmo autor percebe-se o registro de outra criatura
durante a noite e perseguir donzelas, com as quais pode
                                                            da lenda catarinense, o “Sete Cuias” onde descobri
chegar a copular, dando lugar ao nascimento de uñañiti-
kun óg jó – filho ou cria de morto, considerado um ser      através de antigos moradores que a origem do Sete Cuias
maldito. Os Xokleng não eram um grupo antropófago,          estaria ligado a uma criança demoníaca que teria nascido
pelo menos não praticavam antropofagia nos séculos          no vale do Itapocu ou na serra de São Francisco do Sul,
XVIII e XIX, quando passaram a ser mencionados e            e que um padre precisou de sete cuias para batizar o
bebê, e teve as sete cuias quebradas pela força da
                                                           3. Conclusão
criança-demônio. No entanto, ah quem diga no litoral,
que “sete cuias” é o mesmo feiticeiro que comandava a      No entanto, o mistério que circula a vida de Torin o
serpente Cabeleira. Segundo Lucas Alexandre Boiteux,       expõe em situações adversas, como a vinda dos
o Sete Cuias, apresenta-se da seguinte forma:              imigrantes alemães, a fundação de Joinville e
“Contaram-me os pescadores de Sambaqui e Ponta             Blumenau, a Guerra do Paraguai, a história de Madre
                                                           Paulinia, Cruz e Sousa e José Maria, com os conflitos
Grossa que, no Pontal dos Ratones , por eles
                                                           da Federalista e do Contestado, onde finalmente
considerados como assombrado, em noite velha, se           ocorre o desfecho da história, e o coadjuvante
ouvem rufos de misteriosos tambores e que também           “Catiro” revela suas intenções.
                                                           O Trabalho em si, pretende através da linguagem do
 costuma aparecer um vulto negro a pedir , por aceno ,     desenho animado e dos games, propor os elementos
passagem aos canoeiros que se avizinham e perlogam         culturais que deram origem aos catarinenses, e através
aquela estirada língua de areia . Acontece que , ao        disso, evidenciar a força e a importância do folclore
embarcar a estranha e silenciosa figura a canoa se         brasileiro e sua influência direta na História do Brasil.
torna de tal maneiras sobrecarregada que não mais          .
avança e apesar das fortes e continuas remadas do
tripulante, começa a encher d'água e afundar. Nessa
                                                           Reconhecimento
ocasião o malvado negro, que é apelidado de "Sete
Cuias" da uma pavorosa risada e desaparece, deixando
                                                           Agradeço aos catarinenses, em especial o povo de
o mísero canoeiro a debater-se nas ondas.”
                                                           Benedito Novo e Timbó de Santa Catarina.
No entanto, baseado nesses estudos é que criei o
personagem coadjuvante da série. O “Catiro”, uma
                                                           References
figura misteriosa que acompanha Lucas Torin, Ele é a
criatura “Unaniti”, o “feiticeiro” e o “sete cuias”ele     1- Boiteux. Lucas Alexandre, Poranduba Catarinense,
expõe o personagens as transformações da sociedade,        Edição da Comissão caterinense de Folclore,
acompanhando sua evolução e amadurecimento do              Florianópolis, 1957, pp. 24-25
protagonista, para que depois revele seu verdadeiro
                                                           2-Henkels. Henry . Os Nativos Indígenas da Região
objetivo.                                                  Norte Catarinense

Os “sete cuias” e o “negro d´agua” registrado no Litoral   3-Medeiros, Giuliano Albuquerque de. Da política da
catarinense, paranaense, até o Vale do Ribeira, consiste   exploração ao discurso da preservação: usos e abusos da
                                                           baleia-franca na história de Imbituba
numa criatura aculturada entre os indígenas e os árabes
que viveram no litoral no século XVI, é como um Djin,      Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
e segundo o depoimento de alguns caiçaras, essa
                                                           4-Pereira, Maristela. A imigração alemã em Blumenau
criatura, rouba a alma e a “existência das pessoas.”       e a situação de bilingüismo

 3. Citações e referências                                 Departamento de Letras – Universidade Regional de
                                                           Blumenau (FURB)
 Na Figura 1 podemos verificar a tela de apresentação
 da série O Catarina.
 2 Cena da animação “O Catarina” Capitulo I

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O Catarina

  • 1. O Catarina Rodrigo Ayres de Araújo III Seminário Histórias de Roteiristas Brasil Figure 1: Tela de apresentação da série “O CATARINA” Figure 2: Cena da animação da série “O CATARINA” descritos pelos exploradores.” Abstract Assim, foi pensado no personagem secundário, a criatura “Unaniti”, que acompanharia o protagonista da Esse estudo é baseado em pesquisas sobre o Folclore e a história durante toda a sua vida. história de Santa Catarina, visando construir um roteiro, seguido de tradição e fantasia, dentro dos elementos que constituíram a História de Santa Catarina, através do 2. O Catarina protagonista. Atravessando o século XIX aos olhares de O protagonista enfim, é Luca Torin, é um morador do um catarinense que viu o desenvolvimento de uma litoral catarinense, nascido em Laguna, viu a Tomada de província através de aventuras, conflitos e influências, Laguna e era amigo de Anita Garibaldi. Na primeira convivendo entre o mistério e a história. história, depois do suicídio de seu pai, Luca Torin passa Key Worlds: Santa Catarina; Folclore, Cultura, Fantasia, História a trabalhar num baleeiro em Imbituba. Em Imbituba, a pesquisa sobre os baleeiros, “Da política da exploração Authors’ contact: ao discurso da preservação: usos e abusos da baleia- Rodrigo Ayres de Araújo franca na história de Imbituba” de Giuliano Albuquerque acmestudio@yahoo.com de Medeiros- Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. O Litoral catarinense possui influência dos açorianos, e 1. Introdução no primeiro capitulo, o protagonista convide em meio a Baseado em argumentos em que a História é construída cultura açoriana e enfrenta o lendário Cabeleira. Uma através das pessoas, inicialmente a pesquisa em torno serpente marinha lendária extraída do livro Poranduba das origens da província de Santa Catarina se dá através Catarinense de Lucas Alexandre Boiteux, onde de sua população indígena, o povo Xokleng e observamos o contexto mítico. Kaingang, e foi baseado no artigo de Os Nativos Indígenas da Região Norte Catarinense Henry Henkels. "No penhascoso costão da enseada de Imbituba existe Nesse artigo, Henkels relata em suas pesquisas o mito dos Xoklengs “Para o clã ao qual pertencia o morto, o uma tenebrosa lapa a que dão o nome de "Buraco da passamento de um membro representa um grande Cobra". Ali. - segundo diziam os antigos — se aninhava prejuízo, pois tudo que possuía é queimado, lançado ao enorme e horrível serpente, dotada de farta cabeleira e rio ou metido na cova ossuária para que o extinto não que, à noite, fazia grandes estragos na criação das tenha motivo de voltar. Os Xokleng, alguns grupos isoladamente, tinham o hábito de quebrar os ossos dos redondezas. No tempo em que existia naquele porto uma braços e pernas do morto antes de cremar ou Armação de Baleias, havia um negro, empregado nela, simplesmente enterrar – ritual relacionado com a que aos domingos e dias santos fugia de ouvir a missa manifestação de temor da volta do espírito do falecido para meter-se naquela furna e ali entreter-se em pentear para atormentar os outros índios. Essa característica é e fazer tramas na cabeleira do apavorante monstro. própria de muitas tribos filiados ao grupo Macro-Jê como são os Xokleng. Os grupos que habitavam a Apontavam-no como feiticeiro e ter partes com o região nordeste de Santa Catarina certamente demônio, mascarado naquela horrenda e temível cobra. observavam o ritual de quebrar os ossos dos mortos, Um belo dia o negro e serpente desapareceram sem como se verá adiante. Essa característica se explica pela deixar vestígios." crença que o morto se converte num uñañiti-óg – ser fantástico que se diverte em atirar pedras nas cabanas Do mesmo autor percebe-se o registro de outra criatura durante a noite e perseguir donzelas, com as quais pode da lenda catarinense, o “Sete Cuias” onde descobri chegar a copular, dando lugar ao nascimento de uñañiti- kun óg jó – filho ou cria de morto, considerado um ser através de antigos moradores que a origem do Sete Cuias maldito. Os Xokleng não eram um grupo antropófago, estaria ligado a uma criança demoníaca que teria nascido pelo menos não praticavam antropofagia nos séculos no vale do Itapocu ou na serra de São Francisco do Sul, XVIII e XIX, quando passaram a ser mencionados e e que um padre precisou de sete cuias para batizar o
  • 2. bebê, e teve as sete cuias quebradas pela força da 3. Conclusão criança-demônio. No entanto, ah quem diga no litoral, que “sete cuias” é o mesmo feiticeiro que comandava a No entanto, o mistério que circula a vida de Torin o serpente Cabeleira. Segundo Lucas Alexandre Boiteux, expõe em situações adversas, como a vinda dos o Sete Cuias, apresenta-se da seguinte forma: imigrantes alemães, a fundação de Joinville e “Contaram-me os pescadores de Sambaqui e Ponta Blumenau, a Guerra do Paraguai, a história de Madre Paulinia, Cruz e Sousa e José Maria, com os conflitos Grossa que, no Pontal dos Ratones , por eles da Federalista e do Contestado, onde finalmente considerados como assombrado, em noite velha, se ocorre o desfecho da história, e o coadjuvante ouvem rufos de misteriosos tambores e que também “Catiro” revela suas intenções. O Trabalho em si, pretende através da linguagem do costuma aparecer um vulto negro a pedir , por aceno , desenho animado e dos games, propor os elementos passagem aos canoeiros que se avizinham e perlogam culturais que deram origem aos catarinenses, e através aquela estirada língua de areia . Acontece que , ao disso, evidenciar a força e a importância do folclore embarcar a estranha e silenciosa figura a canoa se brasileiro e sua influência direta na História do Brasil. torna de tal maneiras sobrecarregada que não mais . avança e apesar das fortes e continuas remadas do tripulante, começa a encher d'água e afundar. Nessa Reconhecimento ocasião o malvado negro, que é apelidado de "Sete Cuias" da uma pavorosa risada e desaparece, deixando Agradeço aos catarinenses, em especial o povo de o mísero canoeiro a debater-se nas ondas.” Benedito Novo e Timbó de Santa Catarina. No entanto, baseado nesses estudos é que criei o personagem coadjuvante da série. O “Catiro”, uma References figura misteriosa que acompanha Lucas Torin, Ele é a criatura “Unaniti”, o “feiticeiro” e o “sete cuias”ele 1- Boiteux. Lucas Alexandre, Poranduba Catarinense, expõe o personagens as transformações da sociedade, Edição da Comissão caterinense de Folclore, acompanhando sua evolução e amadurecimento do Florianópolis, 1957, pp. 24-25 protagonista, para que depois revele seu verdadeiro 2-Henkels. Henry . Os Nativos Indígenas da Região objetivo. Norte Catarinense Os “sete cuias” e o “negro d´agua” registrado no Litoral 3-Medeiros, Giuliano Albuquerque de. Da política da catarinense, paranaense, até o Vale do Ribeira, consiste exploração ao discurso da preservação: usos e abusos da baleia-franca na história de Imbituba numa criatura aculturada entre os indígenas e os árabes que viveram no litoral no século XVI, é como um Djin, Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC e segundo o depoimento de alguns caiçaras, essa 4-Pereira, Maristela. A imigração alemã em Blumenau criatura, rouba a alma e a “existência das pessoas.” e a situação de bilingüismo 3. Citações e referências Departamento de Letras – Universidade Regional de Blumenau (FURB) Na Figura 1 podemos verificar a tela de apresentação da série O Catarina. 2 Cena da animação “O Catarina” Capitulo I