SlideShare a Scribd company logo
1 of 85
CRIMES CONTRA AS PESSOAS
DOS CRIMES
CONTRA A VIDA
Artigos 121 a 128
DA PERICLITAÇÃO
DA VIDA E DA
SAÚDE
Artigos 130 a 136
DAS LESÕES
CORPORAIS
Artigo 129
DA RIXA
Artigo 137
DOS CRIMES
CONTRA A
LIBERDADE
INDIVIDUAL
Artigos 146 a 154
DOS CRIMES
CONTRA A
HONRA
Artigos 138 a 145
• O direito existe por causa do homem
• O centro do universo jurídico é o ser humano
• O objeto mais relevante da tutela penal deve ser a
vida
Homicídio Simples
Art. 121. Matar alguém:
Pena – reclusão de 6 (seis) a 20 (vinte) anos
Conceito: a morte de uma pessoa causada por
outra pessoa
Objeto Jurídico (bem protegido) : a vida
Objeto material (onde recai a conduta) : a pessoa
Homicídio Simples
•Dolo genérico – não exige qualquer finalidade especial,
bastando a vontade de matar (animus necandi)
•Crime de ação livre – meios mecânicos, químicos,
morais, direto ou indireto, por ação ou por omissão (art.
13, § 2º)
• Crime Material
• Crime instantâneo de efeitos permanentes
Sujeito ativo : qualquer pessoa (crime comum)
Sujeito passivo : qualquer pessoa (alguém)
- “alguém” – qualquer ser humano (exceto suicídio)
- Vida extra-uterina (parto)
- Prova da existência de vida (docimasia, circulação)
- Descabe análise da viabilidade do recém-nascido
TACRSP : “(...) a morte do feto durante o parto configura
crime de homicídio, a menos que seja praticado pela
própria mãe, sob influência do estado puerperal, caso em
que o crime a identificar-se será infanticídio. Desde o
início do parto (que se dá com o rompimento do saco
aminiótico) a morte do feto constituirá homicídio” (RT
729/571)
TJSP : “(...) torna-se difícil admitir que alguém possa ser
responsável pela morte de outrem, que se suicidou, por
haver sido a sua esposa por aquele difamada” (RT
497/321)
“Policiais que disparam revólveres na direção de
automotor cujo motorista desobedece a ordem de
parada, induvidosamente, assumem o risco de matar
quem no veículo se encontre (...)” (RT 773/558)
TJSP : “Homicídio – Dolo eventual – Desclassificação
para a modalidade culposa – Réu não quis o resultado
morte e também não assumiu o risco de produzi-lo –
Culpa consciente, também chamada de culpa com
previsão, esperando o agente que o evento não ocorra
(...)” (JTJ 220/315)
“É doloso e não simplesmente culposo o
procedimento de quem conduz a vítima à parte mais
profunda de um açude, abandonando-a ali e provocando
sua morte, por não saber nadar” (RT 443/432)
Morte Clínica – paralisação da função cardio-respiratória
Morte Biológica – destruição molecular
Morte Cerebral – paralisação das funções cerebrais
* morte encefálica – 9434/97
* melhor critério
* embora o corpo possa vegetar, não há mais
condição de vida
A morte cerebral consiste na parada das funções
neurológicas segundo critérios da inconsciência profunda
sem reação a estímulos dolorosos, ausência de respiração
espontânea, pupilas rígidas, pronunciada hipotermia
espontânea e abolição dos reflexos.
Lei 9.434/97
Art. 3º. “A retirada post mortem de tecidos, órgãos e
partes do corpo humano destinados a transplante ou
tratamento deverá ser precedido de diagnóstico de morte
encefálica, constatada e registrada por dois médicos não
participantes das equipes de remoção e transplante,
mediante utilização de critérios clínicos e tecnológicos
definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina
Sem exame – eutanásia
Crime material -> resultado
Exame necroscópico -> exame de corpo de delito direto
Art. 162 do CPP -> 6 horas
Homicídio Simples
Homicídio Simples
Ponto determinante : verificar a intenção do agente
• Matar – art. 121
• Lesionar – art. 129 § 3º
• Estuprar – art. 213 c/c art. 223, PU
• Roubar – art. 157, § 3º
• Incendiar/Explodir – art. 251 c/c art. 258
• Cometer crime ambiental – Lei 9605/98 – art. 58, III
Homicídio Simples
Intenção (elemento subjetivo) x possibilidade
Crime impossível (art. 17) x desclassificação
Dar um tiro em um cadáver
Art. 211 CP
Art 15 - 10.826/03
Homicídio Simples
Cotejo entre
Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz (art.15)
X
Tentativa (art. 14, II)
Flamengo x rato
TJSP: “Tendo a possibilidade de persistir na agressão, mas
dela desistindo voluntariamente, não age o acusado com
animus necandi, que é requisito essencial da tentativa de
homicídio” (RT 566/304)
“(...) Acusado que apenas desferiu um tiro na vítima,
embora estivesse seu revólver plenamente municiado.
Desistência voluntária. Desclassificação para o delito de
lesões corporais” (RT 527/335)
“Disparando várias vezes o revólver contra a vítima, só
não a atingindo devido a erro de pontaria, comete o acusado,
em tese, homicídio tentado! (RT 571/326)
Crime monossubjetivo ou de concurso eventual
Homicídio simples e a Lei de Crimes Hediondos
Omissão de Socorro (art. 135)
Participação mediante omissão em crime de homicídio
(art 121) c/c (art 13,II)
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
Caso de diminuição de pena
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por
motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de
um sexto a um terço.
Individualização da pena
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
“motivo de relevante valor social”
Interesse coletivo, anseio social (matar traidor da pátria)
“ou moral”
Motivo nobre, aprovado pela moralidade média
(eutanásia)
Critério objetivo
“ou sob o domínio de violenta emoção”
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
EMOÇÃO
Transitória perturbação
Ocorre e passa
Ira momentânea
Abrupta e fugaz
Flagra do chifre
PAIXÃO
Emoção em estado crônico
Pemanece, incubando-se
Ódio recalcado
Lenta e duradoura
Ciúme doentio
Art. 28 CP
“logo em seguida”
Estado de ânimo caracterizado pelo calor do momento
Relação de imediatidade
Busca evitar a vingança
Variação somática contemporânea
Emoção e não paixão
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
“a injusta provocação da vítima”
Critério objetivo
Sem motivo razoável, injustificável, antijurídica
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
“Por motivo de relevante valor moral, o projeto entende
significar o motivo que, em si mesmo, é aprovado pela
moral prática, como, por exemplo, a compaixão ante o
irremediável sofrimento da vítima (caso de homicídio
eutanásico)” (RJTJESP 41/346)
O fato da vítima ter atropelado e matado o filho do réu
não caracteriza a hipótese do homicídio privilegiado se
agiu de modo refletido e, deliberadamente, armou-se de
revólver ao procurar o desafeto, sabendo previamente
onde e quando encontrá-lo” (RT 776/562)
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
TACRSP: “O valor social ou moral do motivo do crime é
de ser apreciado não segundo a opinião ou ponto de
vista do agente, mas com critérios objetivos, segundo a
consciência ética-social geral ou senso comum” (RT
417/101)
TJMG: “(...) questão passional, tão só, não pode ser
alegada para a redução da pena” (RT 775/656)
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
TJSP: “O homicídio privilegiado exige, para a sua
caracterização, três condições expressamente
determinadas por lei: provocação injusta da vítima;
emoção violenta do agente e reação logo em seguida à
injusta provocação. A morte imposta pela vítima, pelo
acusado, tempo depois do rompimento justificado do
namoro, não se insere em tais disposições, para
reconhecimento do homicídio privilegiado” (RT,
622/268)
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
STJ: “Admite-se a figura do homicídio privilegiado-
qualificado, sendo fundamental, no particular, a
natureza das circunstâncias. Não há incompatibilidade
entre circunstâncias subjetivas e objetivas, pelo que o
motivo de relevante valor moral não constitui empeço a
que incida a qualificadora da surpresa” (RT 680/406).
No mesmo sentido STF, HC 71.147-2/RS
STF: “Há incompatibilidade no reconhecimento
simultâneo do motivo fútil e do estado de violenta
emoção, provocada por ato injusto da vítima – dois
elementos estritamente subjetivos e de coexistência
inadmissível” (RT, 585/420)
Homicídio qualificado-privilegiado não é crime
hediondo
Circunstâncias subjetivas (privilegiadoras) são
preponderantes
QUESTÃO DE PROVA
Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a
pena deve aproximar-se do limite indicado pelas
circunstâncias preponderantes, entendendo-se como
tais as que resultam dos motivos determinantes do
crime, da personalidade do agente e da reincidência
Homicídio eutanásico com veneno
Pai que mata estuprador da filha por asfixia
JURISPRUDÊNCIA
Homicídio qualificado-privilegiado
CESPE – JUIZ – BA – 2005
146 - De acordo com o posicionamento do STJ, não há
incompatibilidade, em tese, na coexistência de qualificadora
objetiva do crime de homicídio, como, por exemplo, a forma
de executá-lo — à traição, de emboscada, ou mediante
dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne
impossível a defesa do ofendido — com a sua forma
privilegiada — impelido por motivo de relevante valor social
ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em
seguida a injusta provocação da vítima.
Não cabe ao juiz na fase de pronúncia fazer menção ao
privilégio – soberania dos jurados
Quesitos da defesa devem preceder os da acusação –
STF – Súmula 162
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO e TRIBUNAL DO JÚRI
HOMICÍDIO QUALIFICADO
§ 2° Se o homicídio é cometido:
(...)
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
• Maior periculosidade do agente
• Causa especial de majoração da pena
>> Crime Hediondo
I - mediante paga ou promessa de recompensa,
(.............);
HOMICÍDIO QUALIFICADO
• Dinheiro ou qualquer outra vantagem
• Paga é prévia; promessa é posterior
• Concurso necessário
• Art. 29 e 30 do CP – Teoria Unitária ou Monista
• Exceção pluralista e o Tribunal do Juri (soberania)
I - mediante paga ou promessa de recompensa,
(.............);
HOMICÍDIO QUALIFICADO
STF:”Homicídio qualificado: a comissão do homicídio
mediante paga, sendo elementar do tipo qualificado, é
circunstância que não atinge exclusivamente o accipiens,
mas também o solvens ou qualquer outro co-
autor:precedentes” (RT 722/578)
I - (........) ou por outro motivo torpe;
HOMICÍDIO QUALIFICADO
• Vil, repugnante, amoral (inveja, rivalidade, usura)
• Ciúme não é considerado motivo torpe
• Vingança – depende do que a originou
I - (........) ou por outro motivo torpe;
HOMICÍDIO QUALIFICADO
STJ: “(......) a vingança, por si só, sem outras
circunstâncias, não caracteriza o motivo
torpe” (RSTJ 142/467)
HOMICÍDIO QUALIFICADO
II - por motivo fútil;
• matar por motivo de pequena importância
• ausência de prova do motivo não é motivo fútil
• ciúme não é considerado motivo fútil
• vingança – depende do que a originou
• não se adimite motivação torpe e fútil
HOMICÍDIO QUALIFICADO
II - por motivo fútil;
STF:”(...) é fútil o motivo insignificante, mesquinho, manifestamente
desproporcional em relação ao resultado e que, ao mesmo tempo,
demonstra insensibilidade moral do agente” (RT 467/450)
STJ: “(...) a reação do réu a agressões verbais e físicas da vítima
não caracteriza, por si só, a qualificadora do motivo fútil, prevista no
artigo 121, § 2º, II, do CP” (RT 787/564)
STJ: “(...) a não-identificação concreta de motivo não pode ser
reconhecida como fútil” (RSTJ 157/545)
TJMG:”(...) é inaceitável que o motivo fútil e o motivo torpe
coexistam para um único crime” (RT 614/291)
HOMICÍDIO QUALIFICADO
III - com emprego de veneno, (..........);
• venefício
• tem que ser inoculado sem que a vítima perceba (cruel)
• exige-se prova pericial toxicológica
HOMICÍDIO QUALIFICADO
III - com emprego de (........), fogo, explosivo, (......);
• Verificar a intenção do agente
• Incendiar/Explodir – art. 251 c/c art. 258
• O dano gerado é absorvido
HOMICÍDIO QUALIFICADO
III - com emprego de (........), asfixia, (......);
Impedimento da função respiratória
• mecânica
- esganadura
- estrangulamento
- enforcamento
- sufocação
- afogamento / soterramento
- imprensamento
• tóxica
- uso de gás
- confinamento
HOMICÍDIO QUALIFICADO
III - com emprego de (........), tortura, (......);
• Sujeita a vítima a graves e inúteis sofrimentos
• Deve ser aplicada antes da morte (concurso 211 CP)
• Diferença do tipo com a Lei 9.455/97 (intenção)
HOMICÍDIO QUALIFICADO
III - com emprego de (........) ou outro meio insidioso ou
cruel (......);
• insidioso – armadilha ou fraude (sabotagem)
TJSC:”Emprego de meio cruel. Vítima faleceu em consequência de
agressão, pontapés e pisoteamento dos acusados” (RT 532/340)
TJSP: “Não se pode afirmar ser meio cruel empregado no homicídio
o disparo de tiros à queima-roupa (....)” (JTJ 252/425)
HOMICÍDIO QUALIFICADO
III - com emprego de (........) ou de que possa resultar
perigo comum;
• metralhar alguém em meio a uma multidão
• promover um desabamento para matar alguém
TJSP: “Se os agentes para consumarem o homicídio disparam
diversas vezes na rua, atingindo traseuntes, fica caracterizada a
qualificadora prevista no artigo 121, § 2º, III, do CP, pois resultou
perigo comum” (RT 771/583)
HOMICÍDIO QUALIFICADO
IV - à traição, de emboscada, ou mediante
dissimulação ou outro recurso que dificulte ou
torne impossível a defesa do ofendido;
• Traição – confiança
• Emboscada – tocaia
• Dissimulação – engano (material ou moral) – fotógrafo do parque
• Outro recurso – surpresa (tiro pelas costas)
** mero emprego de arma de fogo não caracteriza
HOMICÍDIO QUALIFICADO
TJSP: “Homicídio durante o amplexo sexual: traição
caracterizada” (RT 458/337)
TJMG: “Desavença anterior: inexistência de traição” (RT
521/463)
TJAL: “Tiro na nuca de maneira sorrateira e inesperada:
qualificadora caracterizada” (RT 791/640)
TJMG:” Premeditação não é qualificadora” (RT 534/396)
HOMICÍDIO QUALIFICADO
V - para assegurar a execução, a ocultação, a
impunidade ou vantagem de outro crime:
HOMICÍDIO QUALIFICADO
• Matar parente não qualifica – agravante genérica
• A premeditação não configura agravante
HOMICÍDIO CULPOSO
Artigo 121, § 3º - Se o homicídio é culposo:
Pena – detenção, de um a três anos.
Não queria causar a morte nem assumiu o risco de produzi-la
Agiu com imprudência, negligência ou imperícia
Não existe compensação de culpas no direito penal
HOMICÍDIO CULPOSO
Artigo 121,§ 4º
No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um
terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica
de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as
conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada
de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa
menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
PERDÃO JUDICIAL
Artigo 121,§ 5º
Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de
aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o
próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se
torne desnecessária.
• Somente na sentença
• Não precisa ser aceito
• Natureza jurídica – Declaratória da extinção da punibilidade
• Súmula 18 do STJ
PERDÃO JUDICIAL
Súmula 18 (STJ): “ A sentença concessiva do perdão
judicial tem natureza declaratória da extinção da
punibilidade, não subsistindo qualquer efeito
condenatório”
• Não há obrigação de reparar o dano
• Não há reincidência
• Não ocorrerá o lançamento do nome do réu no rol dos culpados
TAMG:”Age com imprudência e incide na sanção penal
quem, a pretexto de proteger viveiro de pássaros, em lugar
acessível a vizinhos, amigos e crianças, faz instalação
elétrica que, ao simples e desprevinido contato com a tela,
ocasiona a morte de uma delas” (RT 444/421)
TAMG:”Caracteriza-se defesa legítima quando ofendículo
instalado no interior de propriedade causa a morte de
terceiro que propositava agir dolosamente contra o
patrimônio alheio” (RT 659/303)
Crimes de trânsito e dolo eventual
Decisões do Tribunal do Júri
Julgamento pela sociedade
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou
prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se
consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de
suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
Parágrafo único - A pena é duplicada:
Aumento de pena
I - se o crime é praticado por motivo egoístico;
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer
causa, a capacidade de resistência.
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
• Também chamado de participação em suicídio
• A lei não pune quem tenta o suicídio
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
Três modalidades :
• Induzir – dar a idéia
• Instigar – reforçar a intenção existente
• Auxiliar – colaborar materialmente (acessória)
* caso do médio – dispositivo pacientes terminais
* se há fraude ocorre o homicídio
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
Tipicidade - o crime apenas ocorre se efetivamente a
vítima morre ou há lesão grave.
Este crime não admite tentativa
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
• Prática de mais de um verbo do tipo – único delito
• Instigação genérica (livro) – atípico
• Relação de causalidade
• Seriedade – (não há modalidade culposa – brincadeira)
• Capacidade de discernimento
• Pacto de morte / Roleta Russa
• PU – motivo egoístico – alguma vantagem
• PU – II - diminuída
Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado
puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo
após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Infanticídio
• Crime autônomo – pena abrandada – política criminal
•Estado Puerperal – perturbação psíquica momentânea
(deve ser provada)
• Prevalece em caso de dúvida
Infanticídio
•O parto inicia-se com a dilatação do colo do útero e
termina com a expulsão do feto (nascimento)
• Durante – na ocasião do parto
• Logo após – relação de imediatismo
Tem que ser o próprio filho
Infanticídio
(crime próprio)
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o
próprio filho, durante o parto ou logo após:
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as
condições de caráter pessoal, salvo quando
elementares do crime.
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o
crime incide nas penas a este cominadas, na medida de
sua culpabilidade.
Infanticídio
• Sujeito passivo : filho nascente ou recém-nascido
•Sujeito ativo : mãe da vítima (há casos de concurso)
1 – mãe age (mata) sozinha
2 - a mãe age (mata) com auxílio de outra pessoa
3 - a mãe age (sozinha) estimulada por outrem
4 - outra pessoa age (sozinha) estimulado pela mãe
Infanticídio
• Tentativa – é possível
• Não há previsão de modalidade culposa - atípico
Art. 18 - Diz-se o crime:
(........)
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém
pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o
pratica dolosamente.
Infanticídio
TACRSP: “Infanticídio. Delito não configurado. Falta
prova segura de que o feto tenha nascido com
vida.......necessidade de comprovar a materialidade do
infanticídio” (RT 554/363)
TJES: “Inexistindo nos autos a prova de que a mãe quis
ou assumiu o risco da morte do filho, não se configura o
crime de infanticídio, em qualquer de suas formas, eis
que inexiste para a espécie a forma culposa” (RTJE
55/255)
•Aborto – interrupção da gravidez com consequente morte
do produto da concepção
• O início da gravidez ocorre com a fecundação
•Apenas se pode cogitar um aborto quando uma mulher
está grávida
•Quebrar um tubo de ensaio com um óvulo fertilizado in
vitro não é crime de aborto
ABORTO
• Classificação :
1. Natural
2. Acidental
3. Criminoso – arts 124 a 127
4. Legal ou permitido – art 128
ABORTO
• Objetividade Jurídica : a vida do feto
• Não é necessário que a morte do feto
ocorra no ventre da gestante (manobra
abortiva prévia)
ABORTO
Aborto provocado pela gestante ou com seu
consentimento
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir
que outrem lho provoque:
Pena - detenção, de um a três anos.
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento
Auto-aborto e consentimento para aborto – crimes
próprios – sujeito ativo – gestante.
Se a gestante consente e a manobra não se inicia por
fato alheio a sua vontade – atípico – atos preparatórios;
Caso se inicie - tentativa
Aborto provocado por terceiro
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da
gestante:
Pena - reclusão, de três a dez anos.
Fraude
Grave ameaça contra a gestante
Violência
(dissentimento real)
GÊMEOS
Se o agente souber – crime formal
Aborto provocado por terceiro
Art. 126 - Provocar aborto com o
consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Consentimento válido
Durante toda a manobra abortiva
Aborto provocado por terceiro
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a
gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou
débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante
fraude, grave ameaça ou violência
Dissentimento presumido
Forma qualificada
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos
anteriores são aumentadas de um terço, se, em
conseqüência do aborto ou dos meios empregados para
provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza
grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas,
lhe sobrevém a morte.
Causa especial de aumento de pena
Só é aplicado nas forma tipificadas do 125 e 126
Preterdoloso
Somente se aplica ao terceiro (auto-lesão impunível)
Se o agente quer matar a mulher e não sabe da gravidez
– homicídio (apenas)
Se ele sabe que a mulher está grávida – homicídio e
aborto (dolo eventual)
Se ele quer a morte e o aborto – homicídio e aborto
(concurso material ou formal imperfeito)
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da
gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é
precedido de consentimento da gestante ou, quando
incapaz, de seu representante legal.
Aborto necessário – dois requisitos
1. Praticado por médico
2. Não haver outro meio para salvar a vida da gestante
(não precisa ser atual)
• Feito por enfermeira (risco atual?)
Aborto sentimental ou humanitário – três requisitos
1. Praticado por médico
2. Consentimento
3. estupro
•
•
•
•
Feito por enfermeira (risco atual?)
Precisa condenação ?
Medico enganado – 340 CP
Atentado violento ao pudor / Posse sexual mediante
fraude
Aborto Eugenésico
Não é aceito no nosso ordenamento jurídico, mesmo
que justificado na atipicidade (artigo 3º da Lei
9434/97) – anencefalia – como na inexigibilidade de
conduta diversa
Aborto Social
TACRSP: ”Inexiste no Direito Penal Brasileiro a figura do
aborto culposo. Assim, indispensável à configuração do
delito é ter o agente atuado dolosamente” (JTACRIM
32/179)
“O delito de aborto provocado pela gestante
não deixa de existir pelo fato de haver sido o feto retirado
com vida de seu ventre. É irrelevante que a morte ocorra
no ventre materno ou depois da prematura expulsão
provocada” (RT 590/361)

More Related Content

What's hot

Direito penal i consumação e tentativa
Direito penal i   consumação e tentativaDireito penal i   consumação e tentativa
Direito penal i consumação e tentativaUrbano Felix Pugliese
 
Trabalho de calculo da dosimetria da pena - Kleiton Barbosa
Trabalho  de calculo da dosimetria da pena - Kleiton BarbosaTrabalho  de calculo da dosimetria da pena - Kleiton Barbosa
Trabalho de calculo da dosimetria da pena - Kleiton BarbosaKleiton Barbosa
 
Aula 02 direito penal iii - homicídio
Aula 02   direito penal iii - homicídioAula 02   direito penal iii - homicídio
Aula 02 direito penal iii - homicídioUrbano Felix Pugliese
 
Direito penal slides - power point
Direito penal   slides - power pointDireito penal   slides - power point
Direito penal slides - power pointedgardrey
 
Tópicos tortura – lei 9455
Tópicos   tortura – lei 9455Tópicos   tortura – lei 9455
Tópicos tortura – lei 9455crisdupret
 
Aula 02 direito penal iii - introdução a parte especial
Aula 02   direito penal iii - introdução a parte especialAula 02   direito penal iii - introdução a parte especial
Aula 02 direito penal iii - introdução a parte especialUrbano Felix Pugliese
 
Crimes contra a Liberdade individual
Crimes contra a Liberdade individualCrimes contra a Liberdade individual
Crimes contra a Liberdade individualcrisdupret
 
Código penal comentado slides - parte especial
Código penal comentado   slides - parte especialCódigo penal comentado   slides - parte especial
Código penal comentado slides - parte especialedgardrey
 
Direito penal 3 - aborto
Direito penal 3 -   abortoDireito penal 3 -   aborto
Direito penal 3 - abortoProfPedreira
 
Teoria geral da pena apostila
Teoria geral da pena apostilaTeoria geral da pena apostila
Teoria geral da pena apostilaHenrique Araújo
 
Direito Civil IV - Aula 3 posse (cont.), propriedade
Direito Civil IV - Aula 3   posse (cont.), propriedadeDireito Civil IV - Aula 3   posse (cont.), propriedade
Direito Civil IV - Aula 3 posse (cont.), propriedadeJordano Santos Cerqueira
 
Aula de direito penal parte especial
Aula de direito penal   parte especialAula de direito penal   parte especial
Aula de direito penal parte especialPrismaTocantins
 

What's hot (20)

Direito penal i consumação e tentativa
Direito penal i   consumação e tentativaDireito penal i   consumação e tentativa
Direito penal i consumação e tentativa
 
Lesão corporal
Lesão corporalLesão corporal
Lesão corporal
 
Direito penal i culpabilidade
Direito penal i   culpabilidadeDireito penal i   culpabilidade
Direito penal i culpabilidade
 
Direito penal i concurso de pessoas
Direito penal i   concurso de pessoasDireito penal i   concurso de pessoas
Direito penal i concurso de pessoas
 
Trabalho de calculo da dosimetria da pena - Kleiton Barbosa
Trabalho  de calculo da dosimetria da pena - Kleiton BarbosaTrabalho  de calculo da dosimetria da pena - Kleiton Barbosa
Trabalho de calculo da dosimetria da pena - Kleiton Barbosa
 
Aula 02 direito penal iii - homicídio
Aula 02   direito penal iii - homicídioAula 02   direito penal iii - homicídio
Aula 02 direito penal iii - homicídio
 
Direito penal slides - power point
Direito penal   slides - power pointDireito penal   slides - power point
Direito penal slides - power point
 
Tópicos tortura – lei 9455
Tópicos   tortura – lei 9455Tópicos   tortura – lei 9455
Tópicos tortura – lei 9455
 
Aula 02 direito penal iii - introdução a parte especial
Aula 02   direito penal iii - introdução a parte especialAula 02   direito penal iii - introdução a parte especial
Aula 02 direito penal iii - introdução a parte especial
 
Crimes contra a Liberdade individual
Crimes contra a Liberdade individualCrimes contra a Liberdade individual
Crimes contra a Liberdade individual
 
Código penal comentado slides - parte especial
Código penal comentado   slides - parte especialCódigo penal comentado   slides - parte especial
Código penal comentado slides - parte especial
 
Rixa
RixaRixa
Rixa
 
Direito penal 3 - aborto
Direito penal 3 -   abortoDireito penal 3 -   aborto
Direito penal 3 - aborto
 
Teoria geral da pena apostila
Teoria geral da pena apostilaTeoria geral da pena apostila
Teoria geral da pena apostila
 
Direito penal i ilicitude
Direito penal i   ilicitudeDireito penal i   ilicitude
Direito penal i ilicitude
 
Slides lei de tortura
Slides lei de torturaSlides lei de tortura
Slides lei de tortura
 
Direito penal
Direito penalDireito penal
Direito penal
 
Direito Civil IV - Aula 3 posse (cont.), propriedade
Direito Civil IV - Aula 3   posse (cont.), propriedadeDireito Civil IV - Aula 3   posse (cont.), propriedade
Direito Civil IV - Aula 3 posse (cont.), propriedade
 
Direito penal iii homicídio
Direito penal iii   homicídioDireito penal iii   homicídio
Direito penal iii homicídio
 
Aula de direito penal parte especial
Aula de direito penal   parte especialAula de direito penal   parte especial
Aula de direito penal parte especial
 

Similar to DOS CRIMES CONTRA AS PESSOAS.pptx

Homicidio
HomicidioHomicidio
HomicidioLucas
 
Crimes dolosos contra a vida Uneal.pptx
Crimes dolosos contra a vida Uneal.pptxCrimes dolosos contra a vida Uneal.pptx
Crimes dolosos contra a vida Uneal.pptxAndersonSantosdosPas
 
Direito penal especial 14 03-2013
Direito penal  especial 14 03-2013Direito penal  especial 14 03-2013
Direito penal especial 14 03-2013PrismaTocantins
 
Direito Penal especial 14 03-2013
Direito Penal  especial 14 03-2013Direito Penal  especial 14 03-2013
Direito Penal especial 14 03-2013Portal Vitrine
 
O homicídio parte 02
O homicídio   parte 02O homicídio   parte 02
O homicídio parte 02ProfPedreira
 
1190791165 homicidios dolosos_visao_doutrinaria_jurisprudencial_09_07
1190791165 homicidios dolosos_visao_doutrinaria_jurisprudencial_09_071190791165 homicidios dolosos_visao_doutrinaria_jurisprudencial_09_07
1190791165 homicidios dolosos_visao_doutrinaria_jurisprudencial_09_07Rodrigo Pereira
 
Classificaçao dos crimes contra a vida
Classificaçao dos crimes contra a vidaClassificaçao dos crimes contra a vida
Classificaçao dos crimes contra a vidakalages
 
Razões_de_apelação_homicídio-diego_rodrigues
Razões_de_apelação_homicídio-diego_rodriguesRazões_de_apelação_homicídio-diego_rodrigues
Razões_de_apelação_homicídio-diego_rodriguesEliton Meneses
 
Direito Penal - Parte Especial
Direito Penal - Parte EspecialDireito Penal - Parte Especial
Direito Penal - Parte EspecialCleide Marinho
 
Aula 07 Direito Penal
Aula 07 Direito PenalAula 07 Direito Penal
Aula 07 Direito PenalEstudante
 
Apontamentos_sobre_dolo_e_negligencia.doc
Apontamentos_sobre_dolo_e_negligencia.docApontamentos_sobre_dolo_e_negligencia.doc
Apontamentos_sobre_dolo_e_negligencia.docEduardoNeto70
 
Direito Penal II - 4º Semestre - Teoria da Pena
Direito Penal II - 4º Semestre - Teoria da PenaDireito Penal II - 4º Semestre - Teoria da Pena
Direito Penal II - 4º Semestre - Teoria da PenaFábio Peres
 
Oficina de novidades do direito penal
Oficina de novidades do direito penalOficina de novidades do direito penal
Oficina de novidades do direito penalUrbano Felix Pugliese
 
Leis, sistema penal e os DHs
Leis, sistema penal e os DHsLeis, sistema penal e os DHs
Leis, sistema penal e os DHsPaulo Alexandre
 
crimes hediondos Resumo dos crimes hediondos
crimes hediondos Resumo dos crimes hediondoscrimes hediondos Resumo dos crimes hediondos
crimes hediondos Resumo dos crimes hediondosEnolí Nara
 

Similar to DOS CRIMES CONTRA AS PESSOAS.pptx (20)

Apostila 2012
Apostila 2012Apostila 2012
Apostila 2012
 
Homicidio
HomicidioHomicidio
Homicidio
 
Crimes dolosos contra a vida Uneal.pptx
Crimes dolosos contra a vida Uneal.pptxCrimes dolosos contra a vida Uneal.pptx
Crimes dolosos contra a vida Uneal.pptx
 
Direito penal especial 14 03-2013
Direito penal  especial 14 03-2013Direito penal  especial 14 03-2013
Direito penal especial 14 03-2013
 
Direito Penal especial 14 03-2013
Direito Penal  especial 14 03-2013Direito Penal  especial 14 03-2013
Direito Penal especial 14 03-2013
 
O homicídio parte 02
O homicídio   parte 02O homicídio   parte 02
O homicídio parte 02
 
1190791165 homicidios dolosos_visao_doutrinaria_jurisprudencial_09_07
1190791165 homicidios dolosos_visao_doutrinaria_jurisprudencial_09_071190791165 homicidios dolosos_visao_doutrinaria_jurisprudencial_09_07
1190791165 homicidios dolosos_visao_doutrinaria_jurisprudencial_09_07
 
2014 teses criminal
2014 teses criminal2014 teses criminal
2014 teses criminal
 
2014 teses criminal
2014 teses criminal2014 teses criminal
2014 teses criminal
 
Classificaçao dos crimes contra a vida
Classificaçao dos crimes contra a vidaClassificaçao dos crimes contra a vida
Classificaçao dos crimes contra a vida
 
Razões_de_apelação_homicídio-diego_rodrigues
Razões_de_apelação_homicídio-diego_rodriguesRazões_de_apelação_homicídio-diego_rodrigues
Razões_de_apelação_homicídio-diego_rodrigues
 
Direito Penal - Parte Especial
Direito Penal - Parte EspecialDireito Penal - Parte Especial
Direito Penal - Parte Especial
 
Aula 07 Direito Penal
Aula 07 Direito PenalAula 07 Direito Penal
Aula 07 Direito Penal
 
Apontamentos_sobre_dolo_e_negligencia.doc
Apontamentos_sobre_dolo_e_negligencia.docApontamentos_sobre_dolo_e_negligencia.doc
Apontamentos_sobre_dolo_e_negligencia.doc
 
Direito Penal II - 4º Semestre - Teoria da Pena
Direito Penal II - 4º Semestre - Teoria da PenaDireito Penal II - 4º Semestre - Teoria da Pena
Direito Penal II - 4º Semestre - Teoria da Pena
 
Oficina de novidades do direito penal
Oficina de novidades do direito penalOficina de novidades do direito penal
Oficina de novidades do direito penal
 
Leis, sistema penal e os DHs
Leis, sistema penal e os DHsLeis, sistema penal e os DHs
Leis, sistema penal e os DHs
 
Direito penal iii roubo e extorsão
Direito penal iii   roubo e extorsãoDireito penal iii   roubo e extorsão
Direito penal iii roubo e extorsão
 
crimes hediondos Resumo dos crimes hediondos
crimes hediondos Resumo dos crimes hediondoscrimes hediondos Resumo dos crimes hediondos
crimes hediondos Resumo dos crimes hediondos
 
Ilicitude
IlicitudeIlicitude
Ilicitude
 

More from Andria246308

tipos de misturas aula 11 ensino medio sp
tipos de misturas aula 11 ensino medio sptipos de misturas aula 11 ensino medio sp
tipos de misturas aula 11 ensino medio spAndria246308
 
AULA DECLARACAO DIREITOS HUMANOS.pptx
AULA DECLARACAO DIREITOS HUMANOS.pptxAULA DECLARACAO DIREITOS HUMANOS.pptx
AULA DECLARACAO DIREITOS HUMANOS.pptxAndria246308
 
PLANEJAMENTO 2023- 01.02.2023-1.ppt
PLANEJAMENTO 2023- 01.02.2023-1.pptPLANEJAMENTO 2023- 01.02.2023-1.ppt
PLANEJAMENTO 2023- 01.02.2023-1.pptAndria246308
 
Cultura Popular (1).pptx
Cultura Popular (1).pptxCultura Popular (1).pptx
Cultura Popular (1).pptxAndria246308
 
AULA 6 CONSUMIDOR.pptx
AULA 6 CONSUMIDOR.pptxAULA 6 CONSUMIDOR.pptx
AULA 6 CONSUMIDOR.pptxAndria246308
 
Aula 4 FAMILIA ELETIVA.pptx
Aula 4 FAMILIA ELETIVA.pptxAula 4 FAMILIA ELETIVA.pptx
Aula 4 FAMILIA ELETIVA.pptxAndria246308
 
AULA 7 ELEIÇOES.pptx
AULA 7 ELEIÇOES.pptxAULA 7 ELEIÇOES.pptx
AULA 7 ELEIÇOES.pptxAndria246308
 
Apresentação Simples Básica Manchas Verde Roxo Laranja.pdf
Apresentação Simples Básica Manchas Verde Roxo Laranja.pdfApresentação Simples Básica Manchas Verde Roxo Laranja.pdf
Apresentação Simples Básica Manchas Verde Roxo Laranja.pdfAndria246308
 

More from Andria246308 (8)

tipos de misturas aula 11 ensino medio sp
tipos de misturas aula 11 ensino medio sptipos de misturas aula 11 ensino medio sp
tipos de misturas aula 11 ensino medio sp
 
AULA DECLARACAO DIREITOS HUMANOS.pptx
AULA DECLARACAO DIREITOS HUMANOS.pptxAULA DECLARACAO DIREITOS HUMANOS.pptx
AULA DECLARACAO DIREITOS HUMANOS.pptx
 
PLANEJAMENTO 2023- 01.02.2023-1.ppt
PLANEJAMENTO 2023- 01.02.2023-1.pptPLANEJAMENTO 2023- 01.02.2023-1.ppt
PLANEJAMENTO 2023- 01.02.2023-1.ppt
 
Cultura Popular (1).pptx
Cultura Popular (1).pptxCultura Popular (1).pptx
Cultura Popular (1).pptx
 
AULA 6 CONSUMIDOR.pptx
AULA 6 CONSUMIDOR.pptxAULA 6 CONSUMIDOR.pptx
AULA 6 CONSUMIDOR.pptx
 
Aula 4 FAMILIA ELETIVA.pptx
Aula 4 FAMILIA ELETIVA.pptxAula 4 FAMILIA ELETIVA.pptx
Aula 4 FAMILIA ELETIVA.pptx
 
AULA 7 ELEIÇOES.pptx
AULA 7 ELEIÇOES.pptxAULA 7 ELEIÇOES.pptx
AULA 7 ELEIÇOES.pptx
 
Apresentação Simples Básica Manchas Verde Roxo Laranja.pdf
Apresentação Simples Básica Manchas Verde Roxo Laranja.pdfApresentação Simples Básica Manchas Verde Roxo Laranja.pdf
Apresentação Simples Básica Manchas Verde Roxo Laranja.pdf
 

Recently uploaded

Transformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx GeometriaTransformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx Geometriajucelio7
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?Rosalina Simão Nunes
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptxMarlene Cunhada
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxRonys4
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdflucassilva721057
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficasprofcamilamanz
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
tabela desenhos projetivos REVISADA.pdf1
tabela desenhos projetivos REVISADA.pdf1tabela desenhos projetivos REVISADA.pdf1
tabela desenhos projetivos REVISADA.pdf1Michycau1
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila RibeiroMarcele Ravasio
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfjanainadfsilva
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassAugusto Costa
 
ANATOMIA-EM-RADIOLOGIA_light.plçkjkjiptx
ANATOMIA-EM-RADIOLOGIA_light.plçkjkjiptxANATOMIA-EM-RADIOLOGIA_light.plçkjkjiptx
ANATOMIA-EM-RADIOLOGIA_light.plçkjkjiptxlvaroSantos51
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 

Recently uploaded (20)

Transformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx GeometriaTransformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx Geometria
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
tabela desenhos projetivos REVISADA.pdf1
tabela desenhos projetivos REVISADA.pdf1tabela desenhos projetivos REVISADA.pdf1
tabela desenhos projetivos REVISADA.pdf1
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e Característicass
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
ANATOMIA-EM-RADIOLOGIA_light.plçkjkjiptx
ANATOMIA-EM-RADIOLOGIA_light.plçkjkjiptxANATOMIA-EM-RADIOLOGIA_light.plçkjkjiptx
ANATOMIA-EM-RADIOLOGIA_light.plçkjkjiptx
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 

DOS CRIMES CONTRA AS PESSOAS.pptx

  • 1. CRIMES CONTRA AS PESSOAS DOS CRIMES CONTRA A VIDA Artigos 121 a 128 DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE Artigos 130 a 136 DAS LESÕES CORPORAIS Artigo 129 DA RIXA Artigo 137 DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL Artigos 146 a 154 DOS CRIMES CONTRA A HONRA Artigos 138 a 145
  • 2. • O direito existe por causa do homem • O centro do universo jurídico é o ser humano • O objeto mais relevante da tutela penal deve ser a vida
  • 3. Homicídio Simples Art. 121. Matar alguém: Pena – reclusão de 6 (seis) a 20 (vinte) anos Conceito: a morte de uma pessoa causada por outra pessoa
  • 4. Objeto Jurídico (bem protegido) : a vida Objeto material (onde recai a conduta) : a pessoa Homicídio Simples
  • 5. •Dolo genérico – não exige qualquer finalidade especial, bastando a vontade de matar (animus necandi) •Crime de ação livre – meios mecânicos, químicos, morais, direto ou indireto, por ação ou por omissão (art. 13, § 2º) • Crime Material • Crime instantâneo de efeitos permanentes
  • 6. Sujeito ativo : qualquer pessoa (crime comum) Sujeito passivo : qualquer pessoa (alguém) - “alguém” – qualquer ser humano (exceto suicídio) - Vida extra-uterina (parto) - Prova da existência de vida (docimasia, circulação) - Descabe análise da viabilidade do recém-nascido
  • 7. TACRSP : “(...) a morte do feto durante o parto configura crime de homicídio, a menos que seja praticado pela própria mãe, sob influência do estado puerperal, caso em que o crime a identificar-se será infanticídio. Desde o início do parto (que se dá com o rompimento do saco aminiótico) a morte do feto constituirá homicídio” (RT 729/571)
  • 8. TJSP : “(...) torna-se difícil admitir que alguém possa ser responsável pela morte de outrem, que se suicidou, por haver sido a sua esposa por aquele difamada” (RT 497/321) “Policiais que disparam revólveres na direção de automotor cujo motorista desobedece a ordem de parada, induvidosamente, assumem o risco de matar quem no veículo se encontre (...)” (RT 773/558)
  • 9. TJSP : “Homicídio – Dolo eventual – Desclassificação para a modalidade culposa – Réu não quis o resultado morte e também não assumiu o risco de produzi-lo – Culpa consciente, também chamada de culpa com previsão, esperando o agente que o evento não ocorra (...)” (JTJ 220/315) “É doloso e não simplesmente culposo o procedimento de quem conduz a vítima à parte mais profunda de um açude, abandonando-a ali e provocando sua morte, por não saber nadar” (RT 443/432)
  • 10. Morte Clínica – paralisação da função cardio-respiratória Morte Biológica – destruição molecular Morte Cerebral – paralisação das funções cerebrais * morte encefálica – 9434/97 * melhor critério * embora o corpo possa vegetar, não há mais condição de vida
  • 11. A morte cerebral consiste na parada das funções neurológicas segundo critérios da inconsciência profunda sem reação a estímulos dolorosos, ausência de respiração espontânea, pupilas rígidas, pronunciada hipotermia espontânea e abolição dos reflexos.
  • 12. Lei 9.434/97 Art. 3º. “A retirada post mortem de tecidos, órgãos e partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedido de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina Sem exame – eutanásia
  • 13. Crime material -> resultado Exame necroscópico -> exame de corpo de delito direto Art. 162 do CPP -> 6 horas Homicídio Simples
  • 14. Homicídio Simples Ponto determinante : verificar a intenção do agente • Matar – art. 121 • Lesionar – art. 129 § 3º • Estuprar – art. 213 c/c art. 223, PU • Roubar – art. 157, § 3º • Incendiar/Explodir – art. 251 c/c art. 258 • Cometer crime ambiental – Lei 9605/98 – art. 58, III
  • 15. Homicídio Simples Intenção (elemento subjetivo) x possibilidade Crime impossível (art. 17) x desclassificação Dar um tiro em um cadáver Art. 211 CP Art 15 - 10.826/03
  • 16. Homicídio Simples Cotejo entre Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz (art.15) X Tentativa (art. 14, II) Flamengo x rato
  • 17. TJSP: “Tendo a possibilidade de persistir na agressão, mas dela desistindo voluntariamente, não age o acusado com animus necandi, que é requisito essencial da tentativa de homicídio” (RT 566/304) “(...) Acusado que apenas desferiu um tiro na vítima, embora estivesse seu revólver plenamente municiado. Desistência voluntária. Desclassificação para o delito de lesões corporais” (RT 527/335) “Disparando várias vezes o revólver contra a vítima, só não a atingindo devido a erro de pontaria, comete o acusado, em tese, homicídio tentado! (RT 571/326)
  • 18. Crime monossubjetivo ou de concurso eventual Homicídio simples e a Lei de Crimes Hediondos
  • 19. Omissão de Socorro (art. 135) Participação mediante omissão em crime de homicídio (art 121) c/c (art 13,II)
  • 20. HOMICÍDIO PRIVILEGIADO Caso de diminuição de pena § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Individualização da pena
  • 21. HOMICÍDIO PRIVILEGIADO “motivo de relevante valor social” Interesse coletivo, anseio social (matar traidor da pátria) “ou moral” Motivo nobre, aprovado pela moralidade média (eutanásia) Critério objetivo
  • 22. “ou sob o domínio de violenta emoção” HOMICÍDIO PRIVILEGIADO EMOÇÃO Transitória perturbação Ocorre e passa Ira momentânea Abrupta e fugaz Flagra do chifre PAIXÃO Emoção em estado crônico Pemanece, incubando-se Ódio recalcado Lenta e duradoura Ciúme doentio Art. 28 CP
  • 23. “logo em seguida” Estado de ânimo caracterizado pelo calor do momento Relação de imediatidade Busca evitar a vingança Variação somática contemporânea Emoção e não paixão HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
  • 24. “a injusta provocação da vítima” Critério objetivo Sem motivo razoável, injustificável, antijurídica HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
  • 25. “Por motivo de relevante valor moral, o projeto entende significar o motivo que, em si mesmo, é aprovado pela moral prática, como, por exemplo, a compaixão ante o irremediável sofrimento da vítima (caso de homicídio eutanásico)” (RJTJESP 41/346) O fato da vítima ter atropelado e matado o filho do réu não caracteriza a hipótese do homicídio privilegiado se agiu de modo refletido e, deliberadamente, armou-se de revólver ao procurar o desafeto, sabendo previamente onde e quando encontrá-lo” (RT 776/562) HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
  • 26. TACRSP: “O valor social ou moral do motivo do crime é de ser apreciado não segundo a opinião ou ponto de vista do agente, mas com critérios objetivos, segundo a consciência ética-social geral ou senso comum” (RT 417/101) TJMG: “(...) questão passional, tão só, não pode ser alegada para a redução da pena” (RT 775/656) HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
  • 27. TJSP: “O homicídio privilegiado exige, para a sua caracterização, três condições expressamente determinadas por lei: provocação injusta da vítima; emoção violenta do agente e reação logo em seguida à injusta provocação. A morte imposta pela vítima, pelo acusado, tempo depois do rompimento justificado do namoro, não se insere em tais disposições, para reconhecimento do homicídio privilegiado” (RT, 622/268) HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
  • 28. STJ: “Admite-se a figura do homicídio privilegiado- qualificado, sendo fundamental, no particular, a natureza das circunstâncias. Não há incompatibilidade entre circunstâncias subjetivas e objetivas, pelo que o motivo de relevante valor moral não constitui empeço a que incida a qualificadora da surpresa” (RT 680/406). No mesmo sentido STF, HC 71.147-2/RS STF: “Há incompatibilidade no reconhecimento simultâneo do motivo fútil e do estado de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima – dois elementos estritamente subjetivos e de coexistência inadmissível” (RT, 585/420)
  • 29. Homicídio qualificado-privilegiado não é crime hediondo Circunstâncias subjetivas (privilegiadoras) são preponderantes QUESTÃO DE PROVA
  • 30. Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência Homicídio eutanásico com veneno Pai que mata estuprador da filha por asfixia
  • 32. CESPE – JUIZ – BA – 2005 146 - De acordo com o posicionamento do STJ, não há incompatibilidade, em tese, na coexistência de qualificadora objetiva do crime de homicídio, como, por exemplo, a forma de executá-lo — à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido — com a sua forma privilegiada — impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima.
  • 33. Não cabe ao juiz na fase de pronúncia fazer menção ao privilégio – soberania dos jurados Quesitos da defesa devem preceder os da acusação – STF – Súmula 162 HOMICÍDIO PRIVILEGIADO e TRIBUNAL DO JÚRI
  • 34. HOMICÍDIO QUALIFICADO § 2° Se o homicídio é cometido: (...) Pena - reclusão, de doze a trinta anos. • Maior periculosidade do agente • Causa especial de majoração da pena >> Crime Hediondo
  • 35. I - mediante paga ou promessa de recompensa, (.............); HOMICÍDIO QUALIFICADO • Dinheiro ou qualquer outra vantagem • Paga é prévia; promessa é posterior • Concurso necessário • Art. 29 e 30 do CP – Teoria Unitária ou Monista • Exceção pluralista e o Tribunal do Juri (soberania)
  • 36. I - mediante paga ou promessa de recompensa, (.............); HOMICÍDIO QUALIFICADO STF:”Homicídio qualificado: a comissão do homicídio mediante paga, sendo elementar do tipo qualificado, é circunstância que não atinge exclusivamente o accipiens, mas também o solvens ou qualquer outro co- autor:precedentes” (RT 722/578)
  • 37. I - (........) ou por outro motivo torpe; HOMICÍDIO QUALIFICADO • Vil, repugnante, amoral (inveja, rivalidade, usura) • Ciúme não é considerado motivo torpe • Vingança – depende do que a originou
  • 38. I - (........) ou por outro motivo torpe; HOMICÍDIO QUALIFICADO STJ: “(......) a vingança, por si só, sem outras circunstâncias, não caracteriza o motivo torpe” (RSTJ 142/467)
  • 39. HOMICÍDIO QUALIFICADO II - por motivo fútil; • matar por motivo de pequena importância • ausência de prova do motivo não é motivo fútil • ciúme não é considerado motivo fútil • vingança – depende do que a originou • não se adimite motivação torpe e fútil
  • 40. HOMICÍDIO QUALIFICADO II - por motivo fútil; STF:”(...) é fútil o motivo insignificante, mesquinho, manifestamente desproporcional em relação ao resultado e que, ao mesmo tempo, demonstra insensibilidade moral do agente” (RT 467/450) STJ: “(...) a reação do réu a agressões verbais e físicas da vítima não caracteriza, por si só, a qualificadora do motivo fútil, prevista no artigo 121, § 2º, II, do CP” (RT 787/564) STJ: “(...) a não-identificação concreta de motivo não pode ser reconhecida como fútil” (RSTJ 157/545) TJMG:”(...) é inaceitável que o motivo fútil e o motivo torpe coexistam para um único crime” (RT 614/291)
  • 41. HOMICÍDIO QUALIFICADO III - com emprego de veneno, (..........); • venefício • tem que ser inoculado sem que a vítima perceba (cruel) • exige-se prova pericial toxicológica
  • 42. HOMICÍDIO QUALIFICADO III - com emprego de (........), fogo, explosivo, (......); • Verificar a intenção do agente • Incendiar/Explodir – art. 251 c/c art. 258 • O dano gerado é absorvido
  • 43. HOMICÍDIO QUALIFICADO III - com emprego de (........), asfixia, (......); Impedimento da função respiratória • mecânica - esganadura - estrangulamento - enforcamento - sufocação - afogamento / soterramento - imprensamento • tóxica - uso de gás - confinamento
  • 44. HOMICÍDIO QUALIFICADO III - com emprego de (........), tortura, (......); • Sujeita a vítima a graves e inúteis sofrimentos • Deve ser aplicada antes da morte (concurso 211 CP) • Diferença do tipo com a Lei 9.455/97 (intenção)
  • 45. HOMICÍDIO QUALIFICADO III - com emprego de (........) ou outro meio insidioso ou cruel (......); • insidioso – armadilha ou fraude (sabotagem) TJSC:”Emprego de meio cruel. Vítima faleceu em consequência de agressão, pontapés e pisoteamento dos acusados” (RT 532/340) TJSP: “Não se pode afirmar ser meio cruel empregado no homicídio o disparo de tiros à queima-roupa (....)” (JTJ 252/425)
  • 46. HOMICÍDIO QUALIFICADO III - com emprego de (........) ou de que possa resultar perigo comum; • metralhar alguém em meio a uma multidão • promover um desabamento para matar alguém TJSP: “Se os agentes para consumarem o homicídio disparam diversas vezes na rua, atingindo traseuntes, fica caracterizada a qualificadora prevista no artigo 121, § 2º, III, do CP, pois resultou perigo comum” (RT 771/583)
  • 47. HOMICÍDIO QUALIFICADO IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; • Traição – confiança • Emboscada – tocaia • Dissimulação – engano (material ou moral) – fotógrafo do parque • Outro recurso – surpresa (tiro pelas costas) ** mero emprego de arma de fogo não caracteriza
  • 48. HOMICÍDIO QUALIFICADO TJSP: “Homicídio durante o amplexo sexual: traição caracterizada” (RT 458/337) TJMG: “Desavença anterior: inexistência de traição” (RT 521/463) TJAL: “Tiro na nuca de maneira sorrateira e inesperada: qualificadora caracterizada” (RT 791/640) TJMG:” Premeditação não é qualificadora” (RT 534/396)
  • 49. HOMICÍDIO QUALIFICADO V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
  • 50. HOMICÍDIO QUALIFICADO • Matar parente não qualifica – agravante genérica • A premeditação não configura agravante
  • 51. HOMICÍDIO CULPOSO Artigo 121, § 3º - Se o homicídio é culposo: Pena – detenção, de um a três anos. Não queria causar a morte nem assumiu o risco de produzi-la Agiu com imprudência, negligência ou imperícia Não existe compensação de culpas no direito penal
  • 52. HOMICÍDIO CULPOSO Artigo 121,§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
  • 53. PERDÃO JUDICIAL Artigo 121,§ 5º Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. • Somente na sentença • Não precisa ser aceito • Natureza jurídica – Declaratória da extinção da punibilidade • Súmula 18 do STJ
  • 54. PERDÃO JUDICIAL Súmula 18 (STJ): “ A sentença concessiva do perdão judicial tem natureza declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório” • Não há obrigação de reparar o dano • Não há reincidência • Não ocorrerá o lançamento do nome do réu no rol dos culpados
  • 55. TAMG:”Age com imprudência e incide na sanção penal quem, a pretexto de proteger viveiro de pássaros, em lugar acessível a vizinhos, amigos e crianças, faz instalação elétrica que, ao simples e desprevinido contato com a tela, ocasiona a morte de uma delas” (RT 444/421) TAMG:”Caracteriza-se defesa legítima quando ofendículo instalado no interior de propriedade causa a morte de terceiro que propositava agir dolosamente contra o patrimônio alheio” (RT 659/303)
  • 56. Crimes de trânsito e dolo eventual
  • 57. Decisões do Tribunal do Júri Julgamento pela sociedade
  • 58. Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. Parágrafo único - A pena é duplicada: Aumento de pena I - se o crime é praticado por motivo egoístico; II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
  • 59. Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio • Também chamado de participação em suicídio • A lei não pune quem tenta o suicídio
  • 60. Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio Três modalidades : • Induzir – dar a idéia • Instigar – reforçar a intenção existente • Auxiliar – colaborar materialmente (acessória) * caso do médio – dispositivo pacientes terminais * se há fraude ocorre o homicídio
  • 61. Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio Tipicidade - o crime apenas ocorre se efetivamente a vítima morre ou há lesão grave. Este crime não admite tentativa
  • 62. Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio • Prática de mais de um verbo do tipo – único delito • Instigação genérica (livro) – atípico • Relação de causalidade • Seriedade – (não há modalidade culposa – brincadeira) • Capacidade de discernimento • Pacto de morte / Roleta Russa • PU – motivo egoístico – alguma vantagem • PU – II - diminuída
  • 63. Infanticídio Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos.
  • 64. Infanticídio • Crime autônomo – pena abrandada – política criminal •Estado Puerperal – perturbação psíquica momentânea (deve ser provada) • Prevalece em caso de dúvida
  • 65. Infanticídio •O parto inicia-se com a dilatação do colo do útero e termina com a expulsão do feto (nascimento) • Durante – na ocasião do parto • Logo após – relação de imediatismo Tem que ser o próprio filho
  • 66. Infanticídio (crime próprio) Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
  • 67. Infanticídio • Sujeito passivo : filho nascente ou recém-nascido •Sujeito ativo : mãe da vítima (há casos de concurso) 1 – mãe age (mata) sozinha 2 - a mãe age (mata) com auxílio de outra pessoa 3 - a mãe age (sozinha) estimulada por outrem 4 - outra pessoa age (sozinha) estimulado pela mãe
  • 68. Infanticídio • Tentativa – é possível • Não há previsão de modalidade culposa - atípico Art. 18 - Diz-se o crime: (........) Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.
  • 69. Infanticídio TACRSP: “Infanticídio. Delito não configurado. Falta prova segura de que o feto tenha nascido com vida.......necessidade de comprovar a materialidade do infanticídio” (RT 554/363) TJES: “Inexistindo nos autos a prova de que a mãe quis ou assumiu o risco da morte do filho, não se configura o crime de infanticídio, em qualquer de suas formas, eis que inexiste para a espécie a forma culposa” (RTJE 55/255)
  • 70. •Aborto – interrupção da gravidez com consequente morte do produto da concepção • O início da gravidez ocorre com a fecundação •Apenas se pode cogitar um aborto quando uma mulher está grávida •Quebrar um tubo de ensaio com um óvulo fertilizado in vitro não é crime de aborto ABORTO
  • 71. • Classificação : 1. Natural 2. Acidental 3. Criminoso – arts 124 a 127 4. Legal ou permitido – art 128 ABORTO
  • 72. • Objetividade Jurídica : a vida do feto • Não é necessário que a morte do feto ocorra no ventre da gestante (manobra abortiva prévia) ABORTO
  • 73. Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena - detenção, de um a três anos.
  • 74. Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento Auto-aborto e consentimento para aborto – crimes próprios – sujeito ativo – gestante. Se a gestante consente e a manobra não se inicia por fato alheio a sua vontade – atípico – atos preparatórios; Caso se inicie - tentativa
  • 75. Aborto provocado por terceiro Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de três a dez anos. Fraude Grave ameaça contra a gestante Violência (dissentimento real)
  • 76. GÊMEOS Se o agente souber – crime formal
  • 77. Aborto provocado por terceiro Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de um a quatro anos. Consentimento válido Durante toda a manobra abortiva
  • 78. Aborto provocado por terceiro Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência Dissentimento presumido
  • 79. Forma qualificada Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. Causa especial de aumento de pena Só é aplicado nas forma tipificadas do 125 e 126 Preterdoloso Somente se aplica ao terceiro (auto-lesão impunível)
  • 80. Se o agente quer matar a mulher e não sabe da gravidez – homicídio (apenas) Se ele sabe que a mulher está grávida – homicídio e aborto (dolo eventual) Se ele quer a morte e o aborto – homicídio e aborto (concurso material ou formal imperfeito)
  • 81. Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: Aborto necessário I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
  • 82. Aborto necessário – dois requisitos 1. Praticado por médico 2. Não haver outro meio para salvar a vida da gestante (não precisa ser atual) • Feito por enfermeira (risco atual?)
  • 83. Aborto sentimental ou humanitário – três requisitos 1. Praticado por médico 2. Consentimento 3. estupro • • • • Feito por enfermeira (risco atual?) Precisa condenação ? Medico enganado – 340 CP Atentado violento ao pudor / Posse sexual mediante fraude
  • 84. Aborto Eugenésico Não é aceito no nosso ordenamento jurídico, mesmo que justificado na atipicidade (artigo 3º da Lei 9434/97) – anencefalia – como na inexigibilidade de conduta diversa Aborto Social
  • 85. TACRSP: ”Inexiste no Direito Penal Brasileiro a figura do aborto culposo. Assim, indispensável à configuração do delito é ter o agente atuado dolosamente” (JTACRIM 32/179) “O delito de aborto provocado pela gestante não deixa de existir pelo fato de haver sido o feto retirado com vida de seu ventre. É irrelevante que a morte ocorra no ventre materno ou depois da prematura expulsão provocada” (RT 590/361)